CONFERÊNCIA DE IMPRENSA
ESTARREJA, 6 de Maio de 2008
S
aúdo-vos com alegria, consciente de que em Cristo Vivo e Ressuscitado sou chamado a anunciar, a celebrar e a testemunhar uma vida nova para todos os membros da Igreja de Aveiro e a partilhar com todos os intervenientes na Comunicação Social as iniciativas, os projectos e as actividades que a Diocese de Aveiro se propõe realizar, realçando o espírito que os anima.1. Razão de uma escolha
Presidem à escolha do dia e do lugar desta conferência de Imprensa duas razões concretas:
1.ª- Ocorreu no passado domingo o Dia Mundial das Comunicações Sociais, numa iniciativa da Igreja que nos remete ao Concílio Vaticano II e a quanto nele se disse sobre o valor e missão dos Meios de Comunicação Social e a acção de quantos neles trabalham.
2.ª- Estou neste momento a realizar as Primeiras Visitas Pastorais na Diocese e encontro-me ao longo destes dias em Visita Pastoral à Paróquia de S. Tiago de Beduído, nesta cidade de Estarreja. É desta Paróquia que devo dirigir-me à Diocese para significar a importância das Comunidades Cristãs e o espírito de comunhão fraterna que nos irmana a todos.
A Visita Pastoral é uma das formas, sustentada pela experiência de séculos, com a qual o Bispo mantém contactos pessoais com o Clero e com os outros membros do Povo de Deus. É uma ocasião de reavivar as energias dos obreiros do Evangelho, de os louvar, encorajar e confirmar, como também a oportunidade de chamar todos os fiéis à renovação da sua vida cristã e a uma actividade apostólica mais intensa. A visita permite ao Bispo Diocesano avaliar a eficiência das estruturas e dos instrumentos destinados ao serviço pastoral para poder definir melhor as prioridades e os meios de pastoral orgânica.
2 – Do protagonismo ao serviço
Lembra-nos o Santo Padre na sua mensagem que os meios de comunicação social se encontram na encruzilhada entre o protagonismo e o serviço e apresenta-nos como tema: procurar a verdade e partilhá-la.
Quero exprimir a toda a Comunicação Social o meu apreço pelo trabalho realizado e pela preocupação ética sempre manifestada em procurar a verdade e partilhá-la.
Convido-vos descobrir pessoas, iniciativas, ideias e actividades que nos revelem um mundo onde o bem se torne visível e a esperança numa sociedade melhor seja possível.
É o tempo de uma infoética que começa a nascer, onde os valores da pessoa humana nunca podem esquecer.
Todos sabemos que os caminhos de proximidade e os meios de comunicação hoje são outros, são diferentes e são facilitadores de maior comunhão, mas não dispensam os de ontem nem substituem os de sempre: a presença, a palavra e o diálogo.
Quero privilegiar na minha acção pastoral e no meu ministério episcopal uma pedagogia de proximidade, uma disponibilidade para a
presença e uma abertura ao diálogo convosco e com as comunidades.
3. As Visitas Pastorais – uma experiência vivida com alegria
Quero partilhar convosco e com a Diocese a alegria vivida ao longo das Visitas Pastorais aos Arciprestados da Murtosa e de Estarreja.
O acolhimento fraterno dos presbíteros e diácono, o testemunho de consagração da Comunidade Religiosa que trabalha neste Arciprestado e de tantos leigos em presença de doação no meio do mundo e de acção pastoral nas comunidades e as múltiplas oportunidades de viver, de celebrar a fé e de propor e incentivar novos dinamismos pastorais para o futuro dizem-me que por aqui, na comunhão e na unidade da Igreja que somos passam os caminhos de uma Nova Evangelização – uma abertura da Igreja ao mundo voltando as nossas comunidades para a missão.
4. Uma nova perspectiva pastoral
Proponho à Diocese uma nova perspectiva pastoral, ampliada no tempo, alargando a duração dos habituais planos anuais, retomando o ritmo, a pedagogia e os conteúdos sinodais, integrando propostas e iniciativas de comunhão com a Igreja Universal e orientando-nos para a celebração dos setenta e cinco anos da restauração da Diocese em 2012-2013, concretizando aí a Missão Jubilar Diocesana que desde já se anuncia.
Todos somos necessários e todos devemos estar envolvidos, integrando, reunindo, coordenando e optimizando tanta generosidade e
tanto testemunho de vida e de fé das pessoas e tanto de bem que os Secretariados Diocesanos e os Movimentos apostólicos realizam na nossa Diocese e por ela no mundo que nós somos.
Urge agora com serenidade e com o contributo de todos percorrermos as várias etapas de diálogo, de partilha, de comunhão e de programação para que nos deixemos guiar pelo Espírito de Deus e a missão se cumpra em cada tempo e lugar
5. O serviço aos mais pobres: um programa contínuo a cumprir
A Diocese de Aveiro, consciente da realidade do mundo concreto onde se insere, uma realidade que procura conhecer, amar e evangelizar, centra a sua atenção pastoral nos mais pobres.
A pobreza é um mal. A este mal humano e social a Igreja responde com o imperativo da justiça, com a ousadia da caridade e com uma proposta evangélica de bem-aventurança. (Mt.5,3).
A Igreja nunca foi alheia, indiferente ou insensível ao fenómeno da pobreza e ao drama da miséria. As pessoas que sofrem a falta de pão, de casa, de saúde, de liberdade, de paz e de esperança são pessoas humanas concretas e irrepetíveis que queremos servir e amar como irmãos nossos.
Como momento marcante deste itinerário pastoral situa-se o Dia da Igreja Diocesana, a celebrar no dia 29 de Junho, no Santuário de Nossa Senhora de Vagos. Desde já convoco toda a Diocese para na comunhão avaliarmos o caminho percorrido e celebrarmos a alegria da nossa fé e da nossa caminhada fraterna como Igreja Diocesana.
Desde o dia 4 passado, Domingo das Comunicações Sociais, a Diocese de Aveiro iniciou a sua nova Página na Internet.
Trata-se assim de reavivar um espaço de diálogo e de comunicação com o mundo que nos envolve, abrindo novos caminhos à informação e à evangelização.
A Internet é hoje um meio que a Igreja deve saber colocar ao serviço dos valores que anuncia e testemunha e da mensagem do Evangelho que vive e proclama. O site é www.diocese.aveiro.pt
7-No Seminário cresce o futuro da Diocese
Partilho convosco esta alegria: querendo Deus, a nossa Diocese terá, no próximo ano lectivo dez alunos no Seminário Maior, em Coimbra, um no Tempo Propedêutico, em Leiria, e oito no Seminário de Santa Joana em Aveiro.
Reabrir o Seminário aos alunos do Secundário, intensificar o trabalho do Pré-Seminário, continuar a dinâmica da pastoral vocacional e acompanhar os seminaristas no tempo e processo de formação é um imperativo que a todos concerne e a todos exige oração, dedicação, generosidade e confiança.
8. Da Pastoral Vocacional à Casa Sacerdotal
A vida e a missão da Igreja, as iniciativas pastorais a promover e a atenção dada a todos os seus membros não deve ter interregnos nem rupturas.
A pastoral vocacional implica um cuidado pelo cultivo do terreno vocacional das famílias, das escolas e das comunidades; exige uma
solicitude fraterna por todos os chamados em todas as etapas da vida e contextos de missão; afirma-se como forma de gratidão e de desvelo para quantos de todos nós mais precisam.
A Casa Sacerdotal surge neste horizonte mais abrangente onde o serviço aos sacerdotes e a quantos a eles se dedicaram é uma das formas de edificar a Igreja que somos.
Esta é agora a hora de começar a trabalhar sem perder tempo.
António Francisco dos Santos Bispo de Aveiro