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REGULAMENTO GERAL DE ESTACIONAMENTO E PARAGEM NA VIA PÚBLICA - PERÍODO DE CONSULTA PÚBLICA RELATÓRIO FINAL

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REGULAMENTO GERAL DE ESTACIONAMENTO E PARAGEM NA VIA PÚBLICA - PERÍODO DE CONSULTA PÚBLICA

RELATÓRIO FINAL

A Câmara Municipal de Lisboa, em reunião realizada a 12 de Dezembro de 2012, aprovou submeter a apreciação pública o projecto de Regulamento Geral de Estacionamento e Paragem na Via Pública (constante da Deliberação n.º 864/CM/2012), ao abrigo do disposto no Artigo 241 da Constituição da República Portuguesa, conjugado com o disposto no Artigo 118 do Código do Procedimento Administrativo, bem como ao abrigo das alíneas u) do n.º 1, a) do n.º 6 e d) do n.º 7 do Artigo 64.º e alínea a) do n.º 2 do Artigo 53.º da Lei n.º 169/99, de 18 de Setembro, com as alterações que lhe foram introduzidas pela Lei n.º 5-A/2002, de 11 de Janeiro, para recolha de sugestões.

Neste sentido, foi aberto um período para recolha de sugestões, que decorreu de 20 de Dezembro de 2012 a 31 de Janeiro de 2013, conforme o aviso n.º 121/2012, publicado no Boletim Municipal n.º 984, de 27 de Dezembro, no decurso do qual foram recepcionados um total de 5 documentos oriundos de diferentes entidades, contendo diversas propostas de alteração, as quais passamos a elencar e apreciar.

1 – Proposta Apresentada pelo Munícipe Pedro Costa

No documento que nos remeteu, o Munícipe apresenta uma única proposta. Defende a necessidade de extensão da isenção das tarifas de estacionamento, conferida no Art.º 12.º do presente Regulamento às pessoas com deficiência motora, condicionadas na sua mobilidade, de forma a abranger também os residentes, idosos, grávidas e acompanhantes de crianças de colo.

A atribuição de isenção das tarifas de estacionamento às pessoas com deficiência motora, condicionadas na sua mobilidade, fundamenta-se, em primeiro lugar, na

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constatação de que a fiscalização da ocupação indevida dos lugares de estacionamento reservados para pessoas com deficiência motora, apresenta ainda lacunas, que resultam na frequente ocupação dos mesmos por veículos não habilitados para o efeito. Por outro lado, é entendimento do executivo camarário que a admissão de que estas pessoas possam parquear em qualquer lugar de estacionamento disponível, desde que o mesmo apresente as condições necessárias para que a pessoa com deficiência motora possa, em condições de segurança, entrar e sair do seu veículo, pode constituir uma medida facilitadora do acesso aos locais pretendidos, podendo assim o utilizador optar pelo percurso que para si seja mais acessível.

É preciso ter ainda em linha de consideração que o reconhecimento desta isenção é, de acordo com a lei, objectivamente aferível, na medida em que apenas poderão beneficiar da mesma, as pessoas com deficiência motora, condicionadas na sua mobilidade, que sejam detentoras de cartão de estacionamento, emitido pelo IMT, nos termos e condições previstos pelo Decreto-Lei n.º 307/2003, de 10 de Dezembro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 17/2011, de 27 de Janeiro.

Não questionamos que se possam verificar restrições à mobilidade por parte de grávidas e acompanhantes de crianças de colo, sendo contudo tais restrições de caracter temporário. Já quanto aos residentes, os mesmos dispõem de um 1.º Dístico de Residente gratuito, pelo qual apenas têm de pagar o valor €12,00, correspondente aos emolumentos de emissão. Os 2.º e 3.º dísticos que os residentes poderão requerer, são tarifados, condição imprescindível ao funcionamento do sistema de estacionamento na cidade, uma vez que os lugares disponíveis são limitados. Já quanto aos idosos, quando as suas condições de mobilidade sejam verdadeiramente restritas, os mesmos poderão requerer o Cartão de Estacionamento imitido pelo IMT, na medida em que cumpram os requisitos constantes da legislação supra citada

2 – Proposta Apresentada pela Sociedade de Advogados Campos Ferreira, Sá Carneiro

A proposta apresentada por esta Sociedade de Advogados respeita, especificamente, à criação dos novos dísticos de Mobilidade e Verde, ou seja, os dísticos que poderão ser

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adoptados pelas empresas que pretendam desenvolver iniciativas de Carsharing na cidade de Lisboa. Neste âmbito, são apresentadas as seguintes propostas de melhoria dos Artigos 34.º e 35.º do presente Regulamento:

1.ª proposta –É sugerida a introdução de um novo nº 3 ao Artº 34.º, que preveja expressamente a possibilidade das empresas de carsharing que operem com veículos totalmente eléctricos, também possam requerer dísticos verdes.

Pensamos que esta situação já resultava da redacção preliminar do Regulamento, uma vez que o Art.º 34.º apresenta uma redacção abrangente, não permitindo, por consequência, que qualquer veículo eléctrico ficasse vedado de obter Dístico Verde, mesmo aqueles que pertençam a empresas de Carsharing. Contudo, tendo em vista uma maior clareza na redacção deste preceito, foi-lhe efectivamente aditado um novo n.º 3 qual prevê expressamente esta situação.

2.ª proposta –Sugere-se também que, no n.º 4 do Artº34.º, seja desde logo previsto que o Dístico Verde é gratuito, até decisão em contrário da CML, que não deverá ser proferida antes de decorridos 5 anos.

Não obstante compreendermos que a redacção deste preceito, que remete a previsão expressa da isenção para o Anexo X do Regulamento, ser aparentemente redundante, entendemos ser esta a melhor opção, uma vez que, sendo esta isenção uma medida transitória, que visa incentivar a adesão à mobilidade eléctrica, não se deverá perpetuar no tempo. Assim, no momento em que se entenda que o seu propósito foi alcançado, deverá este dístico passar a pagar uma tarifa, o que será facilmente alterável, mediante introdução da mesma por simples alteração do anexo respectivo.

3.ª proposta – Sugere-se por fim que, nos n.ºs 1 dos art.ºs 34.º e 35.º seja retirada a expressão “nos lugares devidamente assinalados para o efeito”.

Entendemos que a expressão não deve ser retirada, na medida em que a mesma não se refere à reserva de lugares de parqueamento específicos para veículos afectos à actividade de Carsharing, designando apenas os lugares de parqueamento efectivamente marcados no pavimento para efeito de estacionamento. Não obstante

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compreendermos que a expressão possa causar confusão, não encontramos uma que melhor sirva o propósito em causa.

3 – Proposta Apresentada pelo Munícipe José Francisco Faria

Na sua participação, o munícipe alega, em síntese, que o Art.º 10.º do presente Regulamento, relativo à criação de bolsas de estacionamento para grupos de utilizadores específicos, deverá ser eliminado, uma vez que viola o Art.º 2.º do Decreto-Lei n.º 81/2006, de 20 de Abril, que estabelece que compete à CML aprovar Zonas de estacionamento.

Ora, quando se refere neste preceito que a EMEL pode criar Bolsas de Estacionamento destinadas a grupos específicos de utilizadores, não nos estamos a referir a criação de novas zonas de estacionamento tarifadas, mas apenas à criação de bolsas específicas de estacionamento. Trata-se assim de definir regras de gestão do estacionamento, dentro das zonas de estacionamento de duração limitada criadas pela CML, no cumprimento estrito do supra citado Art.º 2.º do Decreto–Lei n.º 81/2006, de 20 de Abril.

A gestão do estacionamento na cidade, é uma competência que se encontra delegada no Vereador da Mobilidade, através do despacho n.º 46/P/2011, de 7 de Abril, a qual deve ser exercida em estreita colaboração com a EMEL, nas zonas que lhe estão concessionadas, conforme decorre dos Art.ºs 1.º e 3.º dos seus estatutos. Gerir o estacionamento passa, designadamente, por interpretar as necessidades concretas dos utilizadores em cada área específica da cidade e, em última instância, definir se nessas áreas se torna necessário afetar determinados lugares de estacionamento a grupos de utilizadores, sejam eles residentes, comerciantes, utentes de um determinado serviço ou utilizadores com necessidade de estacionar por períodos de tempo superiores aos períodos regra máximos definidos no regulamento.

Por outro lado, é preciso ter em consideração que a afectação de lugares específicos a determinados fins, tem acolhimento legal no Código da Estrada, designadamente conforme decorre do seu Art.º 70.º.

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4 – Proposta Apresentada pelo Munícipe Gonçalo Franco

O munícipe apresenta uma exposição extensa, que integra um conjunto amplo de sugestões muito pertinentes. De entre as propostas apresentadas são de salientar

1.ª proposta – O munícipe entende que deveria ser clarificada a regra de validade do Dístico de Empresa, na medida em que o mesmo deve ser válido para a Zona de Estacionamento de Duração Limitada onde se situe a sede ou estabelecimento da empresa requerente.

Não compreendemos inteiramente a razão de ser desta sugestão, uma vez que nos parece ser inequívoco, na letra do Art.º 31.º do Regulamento, que o Dístico de Empresa é emitido para a Zona de Estacionamento de Duração Limitada onde se localiza a sede ou estabelecimento da empresa que o requer.

2.ª proposta – O munícipe alerta para a necessidade de clarificação dos documentos a apresentar pelos requerentes de Dístico de Residente, nos casos da residência ser temporária (estudantes ou trabalhadores temporários).

Concordamos com esta apreciação. Neste sentido, foi reformulada a definição dos documentos a apresentar pelos requerentes de Dístico de Residente, designadamente nos casos específicos de residência não permanente, através da introdução de uma nova alínea c) ao n.º 1 do Art.º 39.º do Regulamento. Assim, a aferição da residência temporária, para efeito de estudos ou trabalho temporário, deverá ser comprovada mediante a apresentação de comprovativo de inscrição em estabelecimento de ensino superior ou profissional, contrato de trabalho ou de prestação de serviços em vigor, e ainda, comprovativo de residência.

3.ª proposta – Na sequência da proposta anterior, alerta ainda o munícipe para a necessidade de excepcionar, no nº 8 do Artigo 39, a actualização dos documentos apresentados pelos requerentes de Dístico de Residente, quanto à morada, tratando-se de residência não permanente.

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Esta indicação foi aceite, na medida em que faz todo o sentido que, face a uma situação de residência temporária, por razões de estudo ou de trabalho, não seja exigível que o requerente altere a sua residência permanente em todos os documentos de identificação.

4.ª proposta – O munícipe alerta para a redacção do n.º 1 do Art.º 58.º do Regulamento, uma vez que da leitura do mesmo, parece resultar que o cartão de identificação da entidade titular do lugar de estacionamento privativo, deveria ser colocado no sinal de indicação, e não no veículo parqueado.

Entendemos que o reparo faz sentido, pelo que foi melhorada a redacção deste preceito.

5.ª proposta – Propõe ainda o munícipe que seja melhorada a redacção das diversas alíneas do Art.º 65.º do Regulamento, pois designadamente a Al. c) apresenta um texto confuso. Foi também aceite esta sugestão, tendo-se procedido à subdivisão da Al. c) em duas alíneas, o que tornou o preceito mais compreensível.

6.ª proposta - Por fim, sugere o munícipe a alteração da redacção da Al. b) do Art.º 67.º, tendo em vista clarificar que só será penalizado, quem estacione em lugares privativos dentro do respectivo horário de atribuição, uma vez que assim se clarifica que fora desse horário os lugares poderão ser livremente utilizados.

Esta proposta foi igualmente aceite, uma vez que assim se esclarece que, no que respeita aos lugares privativos atribuídos apenas em regime diurno, poderão os mesmos ser livremente utilizados fora dos horários inscritos no sinal identificador, por quaisquer outros utilizadores. Desta forma potencia-se a maior rotação dos lugares existentes na cidade, objectivo central da lógica que pautou a revisão do presente instrumento regulamentar.

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5 – Proposta Apresentada pela EGEAC:

Foi-nos ainda remetida uma proposta pela EGEAC – Empresa de Gestão de Equipamentos e Apoio Cultural, E.M.S.A., na qual alerta para a necessidade de restrição das condições de acesso à zona da entrada do Castelo de São Jorge, apartir do Arco da Porta Nova, no sentido de apenas permitir o acesso a residentes, limitando o acesso para cargas e descargas apenas a certos períodos do dia, bem como o acesso por parte de transportes públicos.

Esta proposta foi analisada, tendo sido entendimento do Pelouro que a mesma consubstancia uma situação premente, que carece de intervenção com caracter de urgência. Contudo, analisado o conteúdo do Regulamento em causa, bem como a natureza das restrições que haverá que implementar na zona, entendemos que as mesmas não têm implicações directas no conteúdo do Regulamento, dependendo antes de uma intervenção localizada ao nível da alteração da sinalização existente, bem como do reforço da fiscalização dos acessos ao local.

Em conclusão, na sequência do período de consulta pública, foram introduzidas alterações aos seguintes preceitos do Regulamento de Estacionamento na Via Pública:

- Art.º 1.º Al. d); - Art.º 2.º al. j); - Art.º 4.º n.º 4; - Art.º 5.º n.º 2.º; - Art.º 6.º n.º 2; - Art.º 8.º n.º 2; - Art.º 12.º Al. f); - Art.º 20.º n.º 2 Al. a); - Art.º 34.º n.º 3;

- Art.º 39.º n.º 1 Al. c) e n.º 8; - Art.º 49.º n.º 1 al. b);

- Art.º 58.º n.º 1; - Art.º 61.º;

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- Art.º 65.º al. c) e d); - Art.º 67.º Al. b).

Lisboa, 25 de Março de 2013

O Vereador

Referências

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