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A INOVAÇÃO E SEU IMPACTO NA PRODUÇÃO DA HABITAÇÃO: UM ENFOQUE SOBRE AS CASAS PRÉ-FABRICADAS DE PVC E SUA INFLUÊNCIA SOBRE OS CUSTOS DE PRODUÇÃO.

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SOBRE OS CUSTOS DE PRODUÇÃO.

Emerson de Souza Barros Abraham Benzaquen Sicsú Resumo:

Ao falar em inovação, no contexto atual, logo se expressa a idéia de diferencial competitivo. Não é diferente quando se fala em inovação na produção da habitação. A construção civil no Brasil tem buscado sua superação tecnológica com atraso. Depois de anos de estagnação e com a abertura da economia nos anos noventa, a economia brasileira entra numa nova fase a partir do plano Real. As empresas como um todo tiveram que se modernizar, investir em tecnologia e estar atentas às crescentes exigências do mercado consumidor. O ambiente externo tornou-se bastante hostil e a questão da eficiência e eficácia tornaram-se fundamentais para a obtenção de sucesso. Neste contexto, uma eficiente gestão e controle de custos são relevantes para a sobrevivência de qualquer empresa. Neste artigo, procura-se conhecer a contribuição da inovação para a produção da habitação em termos de custos e como a inovação acaba influenciando-os positivamente. Investigam-se as ações em prol da inovação nos materiais de construção, mostrando, como exemplo de impacto positivo no que se refere aos custos de produção da habitação, as casas pré-fabricadas com PVC.

Palavras-chave:

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A INOVAÇÃO E SEU IMPACTO NA PRODUÇÃO DA HABITAÇÃO: UM ENFOQUE SOBRE AS CASAS PRÉ-FABRICADAS DE PVC E SUA INFLUÊNCIA SOBRE OS

CUSTOS DE PRODUÇÃO.

Resumo:

Ao falar em inovação, no contexto atual, logo se expressa a idéia de diferencial competitivo. Não é diferente quando se fala em inovação na produção da habitação. A construção civil no Brasil tem buscado sua superação tecnológica com atraso. Depois de anos de estagnação e com a abertura da economia nos anos noventa, a economia brasileira entra numa nova fase a partir do plano Real. As empresas como um todo tiveram que se modernizar, investir em tecnologia e estar atentas às crescentes exigências do mercado consumidor. O ambiente externo tornou-se bastante hostil e a questão da eficiência e eficácia tornaram-se fundamentais para a obtenção de sucesso. Neste contexto, uma eficiente gestão e controle de custos são relevantes para a sobrevivência de qualquer empresa. Neste artigo, procura-se conhecer a contribuição da inovação para a produção da habitação em termos de custos e como a inovação acaba influenciando-os positivamente. Investigam-se as ações em prol da inovação nos materiais de construção, mostrando, como exemplo de impacto positivo no que se refere aos custos de produção da habitação, as casas pré-fabricadas com PVC.

Área Temática: Novas Tendências Aplicadas na Gestão de Custos.

E m e r s o n d e S o u z a B a r r o s A b r a h a m B e n z a q u e n S i c s ú

U n i v e r s i d a d e F e d e r a l d e P e r n a m b u c o U n i v e r s i d a d e F e d e r a l d e P e r n a m b u c o e m e b 2 0 0 2 @ i g . c o m . b r

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A INOVAÇÃO E SEU IMPACTO NA PRODUÇÃO DA HABITAÇÃO: UM ENFOQUE SOBRE AS CASAS PRÉ-FABRICADAS DE PVC E SUA INFLUÊNCIA SOBRE OS

CUSTOS DE PRODUÇÃO

1. Introdução

O objetivo neste trabalho é verificar a contribuição da inovação para a produção da habitação, em termos de custos, levando em consideração o exemplo de inovação nos materiais, o que possibilitou a construção de casas pré-fabricadas de PVC.

A premissa básica de qualquer organização deve ser a busca permanente por eficiência e eficácia em suas operações, como forma de garantir retorno satisfatório de suas atividades. De um modo geral, o objetivo principal é a lucratividade. Esse lucro, atualmente, está sendo ditado pelas regras da vantagem competitiva sustentável, onde não somente o baixo custo é sinônimo de excelência empresarial, mas todo um composto que vai desde o pleno atendimento das necessidades dos clientes, melhoria contínua, qualidade, envolvimento de todos e até a redução de perdas e desperdícios.

A indústria da Construção Civil, foco deste estudo e caracterizada por seus longos anos de atraso tecnológico, tem buscado se modernizar. Bazzo e Colombo (2000) citam que “a inovação tecnológica na Construção Civil no Brasil e em outros países tem se mostrado incipiente, de modo que o setor é com freqüência apontado como tecnologicamente atrasado, ainda que apresente, lentamente, a prática de melhoramentos incrementais e a acumulação do conhecimento e formulação das inovações”. Essa necessidade de modernização é a resposta a diversas mudanças, que podem ser descritas por uma única expressão "aumento da competitividade", competitividade entendida em todas as suas dimensões (produtividade, qualidade, flexibilidade e inovação) “.

Qualquer organização, incluindo as empresas de construção, será mais competitiva quanto mais eficiente for seu sistema de produção, em termos de estrutura, infra-estrutura, qualidade, planejamento, controle, etc. A arma fundamental da competitividade acaba então sendo o planejamento racional das atividades de produção e entre tais atividades entra a questão da gestão de custos.

No Brasil, são grandes as necessidades das empresas modernizarem seus meios de produção e comercialização através de inovações técnicas e organizacionais que lhes garantam acesso aos novos paradigmas tecnológicos, como também de desenvolver uma base tecnológica para adequar as empresas às necessidades de redução de custos e melhoria da qualidade.

Essa busca pela modernização, no caso da construção civil e produção da habitação, incorre em várias inovações. Dos quais, as principais nesse setor, podem ser segmentados em 3 vertentes: inovação na gestão produtiva; inovação nos materiais usados na construção e inovações no processo produtivo.

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No caso das inovações nos processos, esses precisaram ser mais flexíveis para atender as demandas variadas e em menor escala. No caso de gestão, novas técnicas de planejamento e gestão da produção e organização do trabalho vêm sendo adotadas visando otimizar a produção. E no caso dos materiais, foco especial deste trabalho, precisaram estar cada vez mais em conformidade com as exigências dos consumidores e atendendo aos requisitos de qualidade, durabilidade, i novação e custos a fim de serem aceitos e utilizados de acordo com as premissas da modernidade.

Este estudo torna-se relevante pela percepção de que a competição mundial enfatiza a necessidade de diminuir o tempo de desenvolvimento de projetos e adaptações na manufatura, reduzir custos, aumentar a qualidade e a satisfação dos consumidores.

A investigação caracterizou-se por uma reflexão teórica fundamentada na literatura disponível sobre o assunto e também em visitas a sites da Internet e artigos que se encontram na bibliografia. Ao final do estudo é citada a casa de PVC como exemplo do impacto da inovação na produção da habitação.

A seguir, faz-se um esboço sobre o contexto em que as empresas de construção atuaram e vêm atuando, bem como a relação histórica desse setor da construção civil e da inovação.

2. Cenário da Construção e da Inovação

A elevada competitividade, a busca pela excelência, o foco no cliente, as transformações nas relações de mercado entre as empresas intervenientes, o novo papel do Estado nas relações setoriais, entre outros aspectos, têm definido novos paradigmas e imposto novos referenciais de competência para as organizações e empresas participantes do processo de produção no setor da construção civil.

Esses referenciais de competências nascem da grande complexidade e concorrência existentes, pois a necessidade de atuar em um contexto altamente competitivo tem orientado as decisões estratégicas das firmas para a busca de novos arranjos organizacionais que enfatizem o ambiente como elemento essencial e de onde se procuram descobrir novas oportunidades.

Segundo a Fundação João Pinheiro, apud Bazzo e Colombo (2000), em diagnóstico da Indústria da Construção Civil Brasileira, este setor tem papel importante no processo de desenvolvimento do Brasil: “a atividade construtora é uma das responsáveis pela criação das próprias bases da moderna sociedade industrial, assumindo a função de montagem da infra-estrutura econômica e social indispensável ao prosseguimento do processo de industrialização”.

Com a mostra da importância da construção civil para o país, podem-se considerar alguns pontos relativos ao custo da mesma no Brasil. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, o custo nacional da construção civil que registrou um aumento acumulado de 13,43% durante 2002. No ano, a região Nordeste foi a segunda do País com maior alta.

Para o presidente do Sindicato das Empresas de Construção Civil (Sinduscon/RN), Barbalho (2002), a alta do custo da construção não surpreende, tendo em vista os aumentos sucessivos de vários materiais, principalmente, àqueles

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com preços atrelados ao dólar, como cimento, aço e alumínio, durante o ano de 2002.

Com esse cenário descrito e sua influência direta nos custos, notamos a necessidade de inovação que permita a redução dos mesmos, principalmente quando o assunto é materiais. Segundo Maria Angélica Covelo Silva, consultora do CTE (Centro Tecnológico de Edificações), apud Bazzo e Colombo (2000), a construção civil tinha num primeiro momento, uma lógica de produção de grande empreendedora, em que o custo de produção não era determinante da competitividade da empresa, pois o país convivia com verdadeiros entraves ao desenvolvimento econômico do país como é o caso da inflação. Portanto, não havia razão para o emprego de tecnologias novas, racionalizadoras, de alta produtividade, permanecendo-se, então, com a tecnologia tradicional.

No entanto, esse quadro mudou radicalmente, afirmam Bazzo e Colombo (2000) em seu trabalho. Pois, com a falta de financiamento da produção, a abertura da economia na década de 90, a estabilização da moeda e o controle inflacionário com o plano Real, as empresas tiveram que procurar saídas alternativas. Com a abertura do mercado, as pressões sobre os preços tornaram-se crescentes; com o Código de Defesa do Consumidor, o mercado se tornou mais exigente. Pressionadas por essa série de fatores que exigem ganhos contínuos de eficiência, as empresas passaram a ter que ser viáveis pelo lado da produção, e assim buscar novas tecnologias e criar as condições gerenciais para usá-las.

Os países periféricos, como é o caso do Brasil, ou seja, aqueles à margem do desenvolvimento científico e tecnológico predominante nos países desenvolvidos,

são aqueles que mais costumam absorver de fontes externas (países centrais, ou melhor, países desenvolvidos) grande parte da nova tecnologia que utilizam em seus processos produtivos, principalmente quando esta é de ponta. O esforço tecnológico que fazem algumas pequenas e médias empresas de tais países periféricos volta-se, principalmente, para um determinado tipo de inovação, de natureza incremental, que se destina à adaptação e à introdução de melhoramentos em processos ou produtos existentes.

Sobre esse assunto, Bazzo e Colombo (2000) numa citação extraída de Silva (199?), diz que no Brasil construímos tradicionalmente usando os mesmos materiais e componentes, projetando da mesma forma que há muitos anos. “Não incorporamos ainda uma série de aspectos conceituais que são da maior importância para a qualidade, do ponto de vista do usuário final”. Por exemplo, a autora cita que “não se projeta pensando em economia de água e energia ou desempenho térmico do edifício. Isto no Brasil é algo recente ou simplesmente tema de pesquisa universitária, e lá fora são detalhes incorporados à forma de construir”.

A maior parte dos fenômenos inovativos é sempre complexo. Sua complexidade vem do fato de que sofre determinações e influências de várias ordens, sejam elas econômicas, culturais, institucionais ou históricas por causa da formação de bases estruturais. Saber que a modernização do setor de construção civil no Brasil é algo recente e como ele tem se comportado a fim de superar seus anos de atraso, impulsiona a realização desse trabalho, tendo em vista mostrar as tendências e como se encaminha a questão da inovação aplicada à redução de custos.

A importância da construção civil como atividade econômica é, como se pode aquilatar pelos dados descritos, bastante expressivos. Tanto a questão da inovação

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quanto a dos custos é fundamental para a competitividade de qualquer Organização. Assim, uma vez constatado um aumento nos custos (IBGE, 2002), como a inovação poderia ajudar na diminuição dos mesmos? Como a tecnologia dos novos materiais influencia nos custos da produção da habitação?

3. Conceitos teóricos relevantes

A tecnologia e a inovação são fatores influentes na competitividade das empresas nesta nova fase a qual o mundo vive, pois Fernandes (2003) diz que “as exigências atuais de constantes e contínuos investimentos em inovação ao longo de qualquer cadeia produtiva se tornam cada vez maiores em decorrência do acirramento da competição face à globalização e ao advento da nova economia”. Esse mesmo autor continua afirmando que as modificações impostas pela constante inovação impõem, também, a criação de ambientes inovativos mais ágeis e mais flexíveis para responder, adequadamente, à velocidade das transformações, que diminuem, a cada dia, o ciclo de vida dos produtos.

Para Fernandes (2003), Inovação é o processo pelo qual uma idéia, invenção, informação ou conhecimento é transportado para a economia, ou seja, o trajeto que vai desde a concepção, fazendo uso de tecnologias existentes ou buscadas para tanto, passa pela criação de um novo processo ou produto e conclui-se com a disponibilização para o consumo ou uso.

Já Tecnologia, ele define como um conjunto ordenado de conhecimentos científicos, técnicos, empíricos e intuitivos empregados no desenvolvimento, na produção, na comercialização e na utilização de bens e serviços, tendo como foco o domínio econômico, como a produção de um automóvel que consuma menos combustível ou uma técnica cirúrgica menos invasiva.

O manual de Oslo publicado pela OCDE em 1988, apud Rosenthal (1996) define inovação tecnológica de produto ou processo como a introdução de produtos ou processos tecnologicamente novos e melhorias significativas em produtos e processos.

Para Rosenthal (1996), pode-se conceituar inovação tecnológica como a aplicação de uma nova tecnologia (i.e., um novo conhecimento) ao processo produtivo, que resulta em: (a) um novo produto; ou (b) alteração de algum atributo do produto antigo e/ou do grau de aceitação do produto (novo, alterado ou antigo) pelo mercado, resultando em geral, em níveis mais elevados de lucratividade e/ou participação nesse mercado para a empresa inovadora. E mais ainda, que a vantagem competitiva decorrente de uma inovação tecnológica tende a ser tanto maior e mais duradoura quanto maior for sua aceitação pelo mercado e mais difícil for, para os concorrentes imitar a inovação ou introduzir outras mais eficazes.

Essas definições de inovação se enquadram neste estudo, uma vez que retratam a importância das inovações para o sucesso das empresas e também porque adequa essas definições que serão detalhadas em forma de inovações nos materiais nas empresas de construção.

O setor de construção civil é caracterizado como tecnologicamente atrasado, mas que está se modernizando aos poucos devido a crescente complexidade do ambiente. Essas modernizações têm refletido na aquisição de inovações que têm

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melhorado o desempenho do setor e contribuído para a sua inserção como setor competitivo.

Ao tratar da construção civil e na produção da habitação, é fundamental tratar sobre o projeto, uma vez que a obra bem como todas as atividades de construção se originam do mesmo. Para Fernandes (2003), projeto é um processo organizado para realizar um produto, de certa complexidade, em prazo previamente definido. Os projetos consomem recursos escassos, mobilizam competências e criam expectativas de mudanças, de inovação e de sucesso. Quando concretizados, melhoram a qualidade de vida, aumentam a competitividade das empresas ou os ganhos pessoais.

Para o PMI (Project Manager Institute) apud Fernandes (2003), projeto é um empreendimento temporário comprometido em criar um serviço ou produto único.

É no projeto que se especificam o material, o prazo da obra, a forma de gestão, o processo produtivo, se estes são inovativos ou não, como acontecerá seu desenvolvimento, quais as características peculiares da obra, entre outras atividades rotineiras e administrativas que impactam no custo da obra. Daí a necessidade de uma gestão de custos eficientes de forma a produzir com maior eficiência e eficácia. Para Azevedo (1985), a questão dos custos quando associados aos resultados, definem no tempo de aplicação e de retorno, a rentabilidade de um empreendimento. E mais ainda, do correto dimensionamento do custo, depende a viabilidade econômica do empreendimento, pois estabelecer o custo estimado de uma determinada obra ou serviço constitui sério e relevante problema técnico e econômico.

Horngren et. al. (2000) define custo como um recurso sacrificado ou de que se abre mão para um determinado fim. Já para Martins (2003), custo é o gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços. Como custo também é um gasto para a empresa, segundo Martins (2003), considera-se custo de produção todos os gastos envolvidos com a produção, como os que foram citados acima. Se o gasto não for com o processo produtivo, configura-se como despesa.

Com tais definições de custos, que são mais gerais, é possível visualizar uma definição mais específica de custos da produção da habitação. Para tento, este estudo considera a classificação de “custo da Obra” adotada por Azevedo (1985). Além disso, nesta pesquisa, se refere à habitação de um modo geral, sem nenhuma referência à habitação popular, de classe média, de luxo, etc.

Segundo Azevedo (1985), integram o “custo da obra”, na construção civil, por definição todas as despesas efetuadas com as ditas obras, tanto para fins permanentes como temporários, tais como:

 Todos os materiais necessários à execução das obras e que ficam nela incorporados;

 Todos os materiais necessários à execução das obras e que não ficam nela incorporados;

 Toda a mão-de-obra para a execução dos serviços, incluindo a mão-de-obra para montagem do canteiro de obras, inclui salários e encargos sociais de engenheiros, contadores, apontadores, almoxarifes, mestres de obras, e demais auxiliares do escritório local de obras;

 Todas as despesas com serviços técnicos do escritório central, direta e exclusivamente referente às obras;

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 Todas os encargos de impostos, taxas e despesas de contrato referentes à obra (inclui seguro contra incêndio);

 Todos os custos de transporte de pessoal, materiais máquinas e equipamentos necessários às obras, incluindo carga, descarga, montagem e reparos;

 Todo o custo de operação de máquinas e equipamentos e/ou aluguel de máquinas, equipamentos, ferramentas, móveis, utensílios necessários à execução da obra;

 Todas as despesas com combustíveis, energia elétrica, água, etc.

 Todas as indenizações devidas a terceiros, resultantes da execução da obra;  Todos os custos e montagem e teste de equipamentos permanentes;

 Todos os encargos com o financiamento da obra.

Especificando os elementos influenciadores dos custos da produção da habitação, pode-se notar que os materiais, explicitamente, são determinantes dos mesmos e, por conseguinte se bem gerenciados, com visão no ambiente competitivo nas inovações e também nas exigências do consumidor, pode-se minimizar os custos de produção.

Um exemplo desta redução de custos é o da inovação em materiais de construção como o Dry wall – um sistema de paredes com gesso acartonado, que aumentou muito a velocidade de execução da obra e diminuiu os custos e prazos de produção. As fachadas pré-moldadas; os banheiros prontos, que são itens de industrialização, ou seja, são feitos fora da obra, mas aplicados na obra, permitindo dessa forma, que o canteiro seja menor com um número reduzido de operários num ambiente mais produtivo de indústria; sistemas hidráulicos e elétricos; Pecs – politianos reticulados, e o Busway – barramentos blindados. Quanto aos sistemas estruturais pode-se citar a laje plana nervurada, que é muito usada e também num sistema de parede de concreto, para substituir alvenaria externa.

Assim, nota-se que os principais motivos da busca por inovações são a redução de custos e o aumento da qualidade do produto. Por este motivo, o foco, a seguir, mostra todo o contexto apresentado, de como a inovação tem se apresentado em relação aos materiais utilizados na produção da habitação ajudando no controle dos custos no caso das construções feitas à base de PVC.

4. Inovação nos materiais de construção

Após pesquisa em fontes que dispõem de dados recentes sobre o tema em tela, como a Internet, buscou-se reunir informações sobre materiais usados em inovação na construção e seu impacto no custo da produção, foi selecionado o caso das casas pré-fabricadas de PVC (Policloreto de Vinila), que se configuram como inovações e enquadram-se perfeitamente no marco teórico citado sobre inovação e tecnologia neste trabalho.

O exemplo de inovação em materiais é citado pelo fato de haver várias inovações quanto a esse assunto de materiais e porque esse exemplo é um caso prático bem característico e que desperta atenção para as inúmeras possibilidades no mercado de inovações. Tem-se, ainda, a oportunidade de conhecer o que é praticado no Brasil.

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Segundo informações extraídas em 2003 do instituto do PVC, entidade que representa toda a cadeia produtiva do PVC, o mercado imobiliário residencial brasileiro vem apresentando crescimento significativo a cada ano. Como novidade, o conceito de casa pré-fabricada começa a fazer parte e ganhar destaque entre os projetos residenciais. De olho nas oportunidades, o instituto do PVC informa que a empresa gaúcha Medabil investiu US$ 15 milhões numa joint venture com a belga Tessenderlo Chemie para produzir no Brasil casas feitas de PVC, concreto e aço.

Batizado de "Sistema Construtivo Casa Forte", a casa de PVC apresenta um forte diferencial competitivo: garantia de 30 anos, baixa manutenção, alta resistência, durabilidade, isolamento termo-acústico, baixo custo, imunidade a cupins, mofos, fungos e corrosão, comportamento antichamas, além de fácil adaptação a qualquer projeto arquitetônico, possibilitando ampliações e reformas.

Outro fator de destaque é o processo de fabricação 100% industrializado. As casas são montadas com perfis modulares de PVC, preenchidos com concreto leve e vigas de aço para suportar a estrutura. O processo demora, em média, uma semana.

A Caixa Econômica Federal (CEF), segundo informações do instituto do PVC, considerou o projeto viável e reconhece diferenciais fundamentais para uma construção em escala tanto de casas simples quanto mais sofisticadas, pois há diferenciais tais como agilidade e redução do desperdício com materiais, fator responsável pelo encarecimento de cerca de 30% dos custos globais de uma obra que utiliza materiais tradicionais.

As primeiras 131 casas da Medabil, segundo informações do instituto do PVC estão instaladas no condomínio Valparaíso, em Canoas (RS). A empresa, que estima comercializar 600 casas por mês, contou com apoio do Grupo Odebrecht para o fornecimento de resinas de PVC.

Para o presidente do Instituto do PVC, Francisco de Assis Esmeraldo, citação do próprio site, “o projeto confirma a versatilidade do PVC na construção, que deixou de estar presente somente nos itens isolados de uma casa, como tubos e conexões, janelas, portas, forros, pisos, fios e cabos para compor uma casa inteira".

A Medabil é uma empresa associada ao Instituto do PVC. A empresa, segundo informações do instituto, tem condições de produzir até 50 casas por dia e a montagem no canteiro de obra não leva mais do que quatro dias. O sistema utiliza PVC fornecido pela OPP Petroquímica, do grupo Odebrecht, "recheado" com concreto celular que proporciona resistência ao fogo, imunidade a cupim e mofo, além de isolamento térmico e acústico à residência.

O PVC Apresenta como principais características: Ser leve (1,4 g/cm3), o que facilita seu manuseio e aplicação; Resistente à ação de fungos, bactérias, insetos e roedores; Resistente à maioria dos reagentes químicos; Bom isolante térmico, elétrico e acústico; Sólido e resistente a choques; Impermeável a gases e líquidos; Resistente às intempéries (sol, chuva, vento e maresia); Durável: sua vida útil em construções é superior a 50 anos; Não propaga chamas: é auto-extinguível; Versátil e ambientalmente correto; Fabricado com baixo consumo de energia e também sendo reciclado e reciclável.

O empresário Attilio Bilibio, presidente da Medabil, afirma, segundo informações do instituto do PVC, que a empresa oferece garantia de 30 anos para o produto e o preço do metro quadrado pode cair a R$ 350,00. Segundo o Sindicato das Indústrias da Construção Civil (Sinduscon-RS) , o Custo Unitário Básico (CUB)

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das construções convencionais no Estado está em R$ 577,11. As primeiras 131 casas, de 72 metros quadrados, montadas com a nova tecnologia ficam em um condomínio no município de Canoas (RS), que terá 3 mil unidades. Há ainda um projeto para a construção de 220 unidades de 300 a 400 metros quadrados em uma praia do litoral norte gaúcho, além de pedidos de orçamentos encaminhados por prefeituras e construtoras que totalizam 25 mil casas para todo o país, revelou Bilibio.

Este é um exemplo de como a inovação contribui para um impacto positivo no que se refere aos custos de produção da habitação levando em consideração um material inovador, que somente possuía outras funções e que ao intensificarem os estudos, descobriram-se vantagens em sua utilização na construção de casas.

5. Considerações finais:

Levando em consideração o exemplo de inovação no tocante aos materiais, pudemos evidenciar o conceito de casas pré-fabricadas, no qual a casa de PVC é contemplada nesse estudo. Mostramos que o material em si é próprio para construção, seus custos de fabricação são menores, o que acaba refletindo no preço final da obra, podendo contribuir dessa forma para minimizar o custo da construção civil no Brasil.

A partir do que aqui foi apresentado, se pode procurar identificar, de forma quantitativa e regionalmente, ou localmente, o efetivo impacto da inovação em termos monetários na gestão de custos de uma construtora. Posteriormente, poder-se-á realizar comparações com outras construtoras nacionais ou internacionais em termos de custos associados à inovação, sendo possível obter um dimensionamento melhor sobre a eficiência nacional e internacional desse setor no Brasil. Também, com o tempo e com a construção em larga escala das casas pré-fabricadas de PVC, é possível verificar a satisfação do consumidor através da avaliação pós-ocupação (APO).

O exposto neste trabalho mostrou a importância da inovação como elemento fundamental no controle dos custos na Produção da Habitação, ressaltando que a única regra válida é de que a inovação tem sido diferencial para que empresas continuem no mercado e inovar continuamente é o lema do contexto competitivo atual.

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