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Escolhas e preferências alimentares: um estudo com estudantes universitários

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Academic year: 2020

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outubro de 2015

Diana Sofia Duarte Pereira

Escolhas e Preferências alimentares:

Um estudo com estudantes universitários

Universidade do Minho

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Dissertação de Mestrado

Mestrado em Psicologia Aplicada

Trabalho efetuado sob a orientação da

Professora Doutora Sónia Gonçalves

outubro de 2015

Diana Sofia Duarte Pereira

Escolhas e Preferências alimentares:

Um estudo com estudantes universitários

Universidade do Minho

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DECLARAÇÃO

Nome: Diana Sofia Duarte Pereira

Endereço eletrónico: pg25779@alunos.uminho.pt Número do Cartão de Cidadão: 13783898

Título da dissertação: Preferências e escolhas alimentares: Um estudo com estudantes universitários.

Orientadora: Professora Doutora Sónia Ferreira Gonçalves Ano de conclusão: 2015

Designação do Mestrado: Mestrado em Psicologia Aplicada

É AUTORIZADA A REPRODUÇÃO INTEGRAL DESTA DISSERTAÇÃO APENAS PARA EFEITOS DE INVESTIGAÇÃO, MEDIANTE DECLARAÇÃO ESCRITA DO INTERESSADO, QUE A TAL SE COMPROMETE;

Universidade do Minho, 16 de outubro de 2015

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Índice Agradecimentos...III Resumo ...IV Abstract ...V Introdução ...6 Metodologia ...9 Amostra ...9 Instrumentos ...10 Procedimento ...12 Análise de dados ...13 Resultados ...14 Discussão ...22 Conclusão ...26 Bibliografia ...28 Índice de Tabelas Tabela 1 ...16 Tabela 2 ...17 Tabela 3 ...19 Tabela 4 ...20 Tabela 5 ...22

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III

Agradecimentos

À Professora Doutora Sónia Gonçalves por toda a orientação, apoio, disponibilidade constante em ajudar, partilha de conhecimentos, e por toda a ajuda proporcionada ao longo desta etapa. Agradeço ainda a constante motivação na realização deste trabalho, a compreensão demonstrada e as palavras de conforto nos momentos de maior dificuldade.

Ao GEPA, por todo o acompanhamento no desenvolvimento deste projecto, pelo apoio prestado e pela patilha de opiniões.

Aos meus pais, por me acompanharem nesta fase tão importante da minha vida. Serei eternamente grata por todos os esforços realizados para que fosse possível a concretização deste objetivo. Espero conseguir retribuir tudo o que fizeram por mim.

À minha irmã e melhor amiga, por me ter acompanhado ao longo deste percurso, por todo apoio incondicional, por estar sempre presente em todos os momentos, pela cumplicidade, paciência e compreensão.

Ao David, por ter estado presente, pelo carinho, paciência e compreensão demonstrados, e por todas as palavras de motivação, que me ajudaram a ultrapassar todas as dificuldades sentidas. Agradeço sobretudo por acreditar em mim.

Aos meus amigos que estiveram sempre presentes e que me acompanharam neste percurso, pela amizade, pelo carinho e cumplicidade, pela preocupação, pela motivação e pela enorme paciência.

Aos meus colegas de mestrado que partilharam comigo este momento tão importante, pelo apoio prestado, conhecimento transmitido e companheirismo.

A todos os estudantes universitários e docentes que se prontificaram a colaborar com esta investigação.

A todos os que de alguma forma contribuíram para a realização deste trabalho e me ajudaram chegar ao final de uma das mais importantes etapas da minha vida.

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IV

Preferências e escolhas alimentares: Um estudo com estudantes universitários

Resumo

O presente estudo teve como objetivos avaliar: as preferências e escolhas alimentares em universitários e as diferenças e associações com variáveis sociodemográficas e clínicas como o sexo, idade, nível educacional parental, residência, índice de massa corporal, imagem corporal, exercício físico, dieta e sintomas psicopatológicos; e os preditores das preferências alimentares dos universitários. Participaram no estudo 504 estudantes universitários. Os instrumentos administrados foram: o Questionário das Escolhas Alimentares; o Questionário de Avaliação das Preferências Alimentares; o Questionário da Forma Corporal; e as Escalas de Ansiedade, Depressão e Stress. Os resultados mostraram que preferências alimentares mais saudáveis estão relacionadas com escolhas alimentares por motivos de saúde, teor natural e controlo de peso. O aumento da idade, maior frequência de exercício físico, realização de dieta e pior imagem corporal estão associados a preferências mais saudáveis. Índice de massa corporal mais elevado e insatisfação com a imagem corporal estão associados com escolhas alimentares por motivo de controlo de peso. A prática de exercício físico mais regular está associada a escolhas alimentares por motivo de saúde e os participantes que fazem dieta escolhem mais os alimentos por motivos de saúde, teor natural e controlo de peso, em comparação com os que não fazem dieta.

Palavras-chave: escolhas alimentares, dieta, exercício físico, imagem corporal, sintomas

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V

Food preferences and food choices: A study of university students

Abstract

This study aimed to evaluate: the food choices and food preferences for university students and the differences and associations with sociodemographic and clinical variables such as sex, age, parental educational level, residence, body mass index, body image, physical exercise, diet and psychopathological symptoms; and predictors of food preferences of university students. There were 504 university students present in the study. The instruments used were: the Food Choice Questionnaire; the Questionnaire of Evaluation of food preferences; the Body Shape Questionnaire; and the Depression Anxiety Stress Scales. The results show that healthier food preferences are related to food choices for health reasons, natural content and weight control. Increasing age, higher frequency of physical exercise, diet and poor body image are associated with healthier preferences. Higher body mass index and dissatisfaction with body image are associated with food choices for weight control reason. The more regular physical exercise is associated with food choices for health reasons and participants who diet choose more foods for health reasons, natural content and weight control compared to those who do not diet.

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Introdução

O termo escolha alimentar foi definido como um conjunto de decisões, conscientes e inconscientes, tomadas pelos indivíduos entre o momento da compra dos alimentos e o seu consumo (Herne, 1995).

A escolha dos alimentos corresponde a um comportamento complexo, sendo influenciado por diversos fatores em interacção, incluindo: fatores biológicos e fisiológicos, psicológicos, socioculturais, económicos, atributos alimentares, markting, preferências alimentares, conhecimentos adquiridos e influências interpessoais, por exemplo, familiares e de grupo (Eertmans, Baeyens, & Bergh, 2001; Köster, 2009). De acordo com Steptoe, Pollard e Wardle (1995) os motivos subjacentes à escolha dos alimentos podem ser agrupados em nove dimensões, nomeadamente: saúde (bem-estar e prevenção de doenças), humor (lidar com estados de humor), conveniência (na aquisição e preparação dos alimentos), apelos sensoriais (cheiro, sabor e aparência), conteúdo natural (preocupação com o uso de aditivos e alimentos naturais), preço (fator económico), controlo de peso (baixos em calorias e gordura), familiaridade (satisfação com o consumo de alimentos familiares), e preocupação ética (fatores ambientais e políticos socialmente aceitáveis).

Assim, as escolhas alimentares são construções dinâmicas e complexas, que se desenvolvem e vão mudando ao longo da vida, não podendo ser vistas apenas como o resultado de preferências individuais (Franchi, 2012).

Escolhas e preferências alimentares nos estudantes universitários

A entrada para a universidade representa um momento de transição, que exige adaptações a novas realidades, provocando assim alterações nos estilos vida, incluindo na alimentação (Freedman, 2010; Silva & Petroski, 2012; Steptoe et al., 2002). Esta transição implica, muitas vezes, que os estudantes que vivem longe de casa assumam a responsabilidade pelas próprias escolhas alimentares e diversos autores têm verificado que estes constituem um grupo particularmente vulnerável do ponto de vista nutricional, devido a uma baixa ingestão de alimentos saudáveis, como frutas, legumes e cereais, e a um maior consumo de alimentos ricos em gordura e açúcar (DeBate, Topping, & Sargent, 2001; Hendricks, Herbold, & Fung, 2004; Rose, Hosig, Davy, Serrano, & Davis, 2007; Yeh, et al., 2010).

Algumas investigações avaliaram os motivos subjacentes às escolhas alimentares em universitários. Por exemplo, Boek, Bianco-Simeral, Chan e Goto (2012) verificaram que os apelos sensoriais dos alimentos, a conveniência e preço foram os motivos mais escolhidos

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7 pelos universitários. Piggford, Raciti, Harker e Harker (2008), observaram diferenças de sexo relativamente aos motivos das escolhas alimentares, sendo os de saúde, controlo do peso, humor, teor natural e preocupações éticas mais importantes para as mulheres. Contudo, não encontraram diferenças significativas em relação à residência (se viviam em casa dos pais ou não) e idade.

Num outro estudo com estudantes australianos e alemães, Sharma, Harker, Harker, e Reinhard (2010) verificaram que o motivo mais importante em termos de escolhas alimentares foi o preço e o menos importante foram as preocupações éticas. As estudantes indicaram maiores escolhas relacionadas com a saúde, humor, teor natural, a preocupação com o peso, a preocupação ética, do que os estudantes. Estas tendiam também a ter uma alimentação mais saudável, pois consumiam maiores quantidades de frutas e legumes, enquanto os universitários tendiam a consumir maiores quantidades de carne, peixe, aves e ovos. Relativamente à residência, os estudantes alemães que viviam em casa de familiares faziam mais as suas escolhas alimentares por motivos de saúde, apelos sensoriais e preço, enquanto os australianos na mesma situação faziam por motivos de preço e conveniência. Para os estudantes que viviam de forma independente o preço foi o motivo mais importante.

Um outro estudo realizado com estudantes alemães indicou também que os motivos das escolhas alimentares mais importantes para os que viviam na casa da família foram a saúde, apelos sensoriais e preço, enquanto para os estudantes independentes, o preço foi o motivo mais importante. Além disso, os estudantes que viviam com familiares consumiam maiores quantidades de fruta e legumes em comparação com os estudantes independentes. Relativamente à idade concluiu-se que os estudantes com menos de 21 anos faziam mais as suas escolhas alimentares relacionadas com o humor e controlo de peso, e tinham uma alimentação mais saudável comparativamente aos estudantes com idade superior a 21 anos (Harker, Sharma, Harker, & Reinhard, 2010).

Sun (2008) verificou ainda que diferentes preocupações em relação à saúde afetam os motivos das escolhas alimentares. A preocupação com a saúde relativa ao consumo de alimentos calóricos teve maior efeito sobre os motivos de controlo de peso, seguidos pelos de saúde. A preocupação com a saúde relacionada com o desenvolvimento de doenças teve maior efeito sobre os motivos de saúde e conteúdo natural.

Estudos têm também evidenciado que o stress e o humor provocam mudanças nos comportamentos e escolhas alimentares saudáveis, encontrando-se associados ao aumento do consumo de alimentos pouco saudáveis, ricos em gordura e açúcar (Ahmed, Radhwan, Al-Azmi, & Al-Beajan, 2014; Christensen, 2001; Christensen & Brooks, 2006; Gibson, 2006;

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8 Groesz, et al., 2012; Oliver, Wardle, & Gibson, 2000; Patel & Schlundt, 2001; Torres & Nowson, 2007).

Contudo, embora diversos estudos avaliem o impacto o stress no comportamento alimentar dos universitários, estes não são conclusivos. Por exemplo, foi verificado que as mulheres em condições de stress ingeriam significativamente mais alimentos pouco saudáveis, doces e altamente calóricos, comparativamente com as que não estiveram sujeitas a uma condição stressante ou tinham níveis de stress mais baixos (Zellner et al., 2006; Kandiah, Yake, Jones, & Meyer, 2006; Habhab, Sheldon, & Loeb, 2009), sendo também verificado que a tendência para cometer excessos alimentares perante o stress era mais prevalente nas mulheres do que nos homens (Zellner et al., 2006).

Contudo, Zellner, Saito e Gonzalez (2007), num estudo realizado com universitários do sexo masculino, chegaram a resultados diferentes dos encontrados no sexo feminino, nos estudos anteriormente referidos. Os universitários que não se encontravam em condição de stress consumiram mais alimentos não saudáveis do que os universitários em condição de stress. Pelo contrário, Papier, Ahmed, Lee e Wiseman (2014) verificaram que os estudantes de ambos os sexos em momentos de maior stress eram mais propensos a consumir mais alimentos não saudáveis, contudo esta seleção era maior entre os estudantes do sexo masculino. Um outro estudo, no entanto, verificou que o consumo de snacks aumentava com o aumento dos níveis de stress na maioria dos participantes (73%), independentemente do sexo. Em contraste, o consumo de refeições como frutas, legumes, carne e peixe diminuía em períodos de elevado stress (Oliver & Wardle, 1999). Liu e colaboradores (2007) verificaram também que o consumo de frutas pelos universitários foi inversamente correlacionado com o stress, e sintomas de depressão, enquanto a ingestão de fast food revelou uma correlação positiva.

A literatura tem demonstrado também que a imagem corporal pode influenciar o comportamento e escolhas alimentares. A motivação para controlo de peso está mais presente nas mulheres e estas são também mais propensas à realização de dietas ou restrição do seu comportamento alimentar (Westenhoefer, 2004). Da mesma forma, Harring, Montgomery e Hardin (2010) verificaram que universitárias do sexo feminino eram mais preocupadas com o peso e tomavam mais medidas para perder peso, em relação aos universitários.

Um estudo realizado com adolescentes, que pretendeu avaliar o efeito da imagem corporal nos motivos inerentes às escolhas alimentares, verificou que os que queriam perder peso pareciam mais preocupados em seleccionar alimentos com base no seu valor dietético do que na sua aparência em comparação com aqueles que queriam ganhar peso. A aparência dos

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9 alimentos constituiu um critério mais importante nos adolescentes que queriam aumentar seu peso, comparativamente àqueles que o queriam manter ou perder (Hassapidou & Papadopoulou, 2005).

Além disso, foram também demonstradas diferenças nos hábitos alimentares entre universitários de acordo com o índice de massa corporal (IMC). Estudantes com excesso de peso foram mais propensos a relatar consumo de carne de porco, legumes, e todos os produtos de carne, enquanto os que estavam abaixo do peso relataram consumir mais queijo, vegetais, cereais, e produtos lácteos (Brunt, Rhee, & Zhong, 2008).

Existem vários estudos que avaliam a relação da depressão, stress e satisfação com a imagem corporal com as preferências e comportamentos alimentares. Contudo, não foram encontrados estudos que relacionem essas variáveis com os motivos subjacentes às escolhas alimentares dos universitários, demonstrando assim a existência de uma grande escassez.

Assim, tendo em consideração que o conhecimento sobre as preferências alimentares e os motivos que levam os universitários a escolher os seus alimentos e as variáveis que os podem influenciar poderá ser fundamental para a criação de intervenções para promover alimentação saudável e evitar o desenvolvimento de problemas associados ao comportamento alimentar, o presente estudo tem como objetivos avaliar: (1) a associação entre os motivos subjacentes às escolhas alimentares e as preferências alimentares dos universitários; (2) as diferenças ao nível dos motivos subjacentes às escolhas alimentares e preferências alimentares dos universitários, nas variáveis sexo, residência, satisfação com o peso e dieta; (3) a associação entre os motivos subjacentes às escolhas alimentares e preferências alimentares dos universitários e as variáveis idade, nível educacional dos pais, IMC, prática de exercício físico, imagem corporal e ansiedade, depressão e stress; (4) os preditores das preferências alimentares dos universitários.

Metodologia Amostra

A amostra da presente investigação foi constituída por 405 estudantes universitários, 330 (81.5%) do sexo feminino e 75 (18.5%) do sexo masculino, com idades compreendidas entre os 17 e os 30 anos (M=19.94; DP=2.13). Esta foi recolhida na Universidade do Minho, em Braga. Relativamente aos cursos académicos frequentados, 155 (38.3%) participantes frequentavam o curso de Psicologia, 104 (25.7%) o de Educação Básica, 95 (23.5%) o de Biologia Aplicada, 25 (6.2%) o de História, 18 (4.4%) o de Ciência Politica, quatro (1%) o de Sociologia, dois (0.5%) o de Arqueologia, um (0.2%) o de Línguas Aplicadas, e finalmente,

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10 um (0.2%) o de Estudos Portugueses e Lusófonos. Da amostra total 146 (38.3%) dos participantes frequentavam o primeiro ano de curso, 90 (23.6%) frequentavam o segundo ano, 111 (29.1%) frequentavam o terceiro ano, 33 (8.7%) frequentavam o quarto ano e apenas um participante (0.3%) frequentava o quinto ano do curso.

No que concerne ao nível educacional dos pais dos participantes, calculado através da média do nível educacional de ambos os pais, 6.5% (n=26) dos pais possuíam o 4º ano de escolaridade, 31.8% (n=127) dos pais possuíam o 6º ano, 31.1% (n=124) dos pais possuíam o 9º ano, 16.3% (n=65) dos pais possuíam o 12º ano e 14.3% (n=57) dos pais possuíam um curso superior universitário. Em relação à residência dos participantes em tempo de aulas, 214 (55%) viviam com familiares, enquanto 175 (45%) viviam com amigos ou sozinhos.

Instrumentos

Questionário sociodemográfico e de variáveis relativas ao peso e prática de exercício físico.

Este questionário teve com objetivo recolher um conjunto de dados sociodemográficos dos participantes, relativos ao sexo, idade, nível educacional dos pais, curso, ano de curso frequentado e residência (se em tempo de aulas viviam com familiares ou viviam sozinhos ou com amigos). O questionário permitiu ainda a obtenção de informações relativas à altura e peso, à prática de dieta e as suas razões, e à prática de exercício físico.

Questionário das escolhas alimentares (QEA).

Este instrumento foi desenvolvido por Steptoe e colacoradores (1995), com o objetivo de avaliar os motivos que orientam os indivíduos nas suas escolhas alimentares. A sua versão definitiva é constituída por 36 itens, que se encontram agrupados em nove dimensões motivacionais, nomeadamente: saúde (6 itens), humor (6 itens), conveniência (5 itens), apelos sensoriais (4 itens), conteúdo natural (3 itens), preço (3 itens), controlo do peso (3 itens), familiaridade (3 itens) e preocupações éticas (3 itens). Os itens são avaliados segundo uma escala de Likert de quatro pontos (1 - nada importante a 4 - muito importante).

O QEA mostrou ter consistência interna elevada, com as seguintes valores de Cronbach: saúde=.81; humor=.83; conveniência=.84; apelos sensoriais=.72; teor natural=.86; preço=.83; controlo de peso=.85; familiaridade=.72; e preocupações éticas=.74 (Steptoe et al., 1995). No presente estudo, a análise de Cronbach permitiu-nos verificar os seguintes

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11 resultados: saúde=.87; humor=.84; conveniência=.81; apelos sensoriais=.67; teor natural=.78; preço=.80; controlo de peso=.82; familiaridade=.60; preocupações éticas=.69.

Questionário de Avaliação das preferências alimentares (APA).

As preferências alimentares foram avaliadas através de uma adaptação sob formato questionário, de uma metodologia para crianças construída por Andrade (2008) a partir da Rank Order Preference Assessment (Birch, 1979). Este questionário teve como objetivo avaliar quais são os alimentos que os participantes preferem, de modo a perceber se têm preferência por alimentos saudáveis ou menos saudáveis. Estes alimentos encontram-se divididos por três categorias, nomeadamente: alimentos de consumo frequente (cereais, fruta, vegetais e produtos lácteos); alimentos de consumo moderado (carne, peixe e leguminosas); alimentos de consumo raro (refrigerantes e alimentos fritos ou com adição de açúcar). Os participantes classificam os 33 alimentos apresentados no questionário em três categorias: não gosto; gosto “assim-assim”; e gosto muito. Os resultados podem variar entre -288,75 e 288,75, sendo que quanto mais alta a pontuação maior a preferência por alimentos mais saudáveis. Na presente investigação a análise de Cronbach demonstrou que este questionário possui consistência interna razoável (alfa=.77).

Questionário da Forma Corporal (QFC).

Este instrumento foi originalmente desenvolvido por Cooper, Taylor, Cooper e Fairburn (1987) (Body Shape Questionnaire), e posteriormente validado para a população portuguesa por Vieira, Palmeira, Francisco e Teixeira (2004). O objetivo deste questionário é avaliar as preocupações com a imagem corporal, tendo em consideração as ultimas quatro semanas. É constituído por 34 itens, classificados numa escala tipo Likert de seis pontos (1 -nunca a 6 - sempre). O questionário fornece uma nota total que pode variar de 34 a 204, através da soma das respostas dos indivíduos, resultando numa dimensão única, ou seja, a resultados mais elevados está associada uma pior imagem corporal. No estudo de validação preliminar obteve elevada consistência interna (alfa=0.97) (Vieira et al., 2004). No presente estudo, a análise de Cronbach permitiu-nos verificar também uma elevada consistência interna na amostra utilizada, obtendo o mesmo valor (alfa=.97).

Escalas de Ansiedade, Depressão e Stress (EADS - 21).

Este instrumento consiste numa adaptação da Depression Anxiety Stress Scales, desenvolvida por Lovibond e Lovibond (1995), tendo sindo aferido à população portuguesa

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12 por Pais-Ribeiro, Honrado e Leal (2004). Tem como objetivo avaliar a depressão, ansiedade e stress, sendo constituído por 21 itens distribuídos em número igual pelas três dimensões avaliadas: Depressão, Ansiedade e Stress. Os sujeitos respondem em que medida experimentaram cada sintoma na última semana assinalando numa escala de Likert de quatro pontos (0 – não se aplicou nada a mim e 3 – aplicou-se a mim sempre). Para obter o resultado de cada uma das sub-escalas somam-se os valores dos sete itens correspondentes, sendo que quanto mais elevada for a pontuação, mais negativos são os estados emocionais. No que refere à consistência interna, este questionário alcançou alfas de Cronbach de .85 (escala da depressão), .74 (escala de ansiedade e .81 (escala de stress) (Pais-Ribeiro, et al. 2004). Na presente investigação, todas as escalas apresentaram elevada consistência interna, obtendo alfas de .87 (escala da depressão), .80 (escala de ansiedade) e .88 (escala de stress).

Procedimento

A recolha de dados para a presente investigação realizou-se entre os meses de dezembro de 2014 e março de 2015, através do preenchimento de questionários de autorresposta por parte de estudantes da Universidade do Minho. Para esse efeito, primeiramente foi enviado um pedido de aprovação pela Subcomissão de Ética para as Ciências Sociais e Humanas (SECSH), da Universidade do Minho, tendo este sido aprovado.

De seguida vários docentes da Universidade do Minho foram contactados aleatoriamente, e foi requerida autorização para a administração dos questionários do estudo durante o tempo de aulas, tendo-lhes sido explicado o objetivo e procedimento da investigação. Após a aprovação dos docentes, os questionários foram administrados aos alunos, em contexto de sala de aula e na presença de uma das investigadoras responsáveis pelo projecto de investigação. Foi entregue o consentimento informado a todos os participantes, onde constavam informações sobre os objetivos do estudo, assim como sobre a garantia de anonimato, a confidencialidade e o caracter voluntário da participação na investigação, podendo estes optar por não participar ou desistir a qualquer momento. Por fim foram respondidos todos os questionários do estudo numa única aplicação. Foi considerado como fator de exclusão a idade dos participantes, tendo sido excluídos os participantes com idades não compreendidas entre os 17 e os 30 anos.

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Análise de dados

O presente estudo é de natureza quantitativa e transversal. Para o tratamento estatístico dos dados recorreu-se ao uso do programa estatístico IBM SPSS (Statistical Package for the Social Sciences), versão 20.0.

Inicialmente, de modo a caracterizar a amostra e as variáveis em estudo, recorreu-se ao cálculo das estatísticas descritivas, designadamente, as medidas de tendência central, como a média, e as medidas de dispersão, incluindo as frequências e o desvio padrão.

Numa segunda fase, foi necessário recorrer a um conjunto de procedimentos denominados de análise exploratória dos dados de forma a avaliar a distribuição das variáveis intervalares na amostra (normalidade da distribuição e homogeneidade das variâncias), e aferir se estavam cumpridos os pressupostos subjacentes à utilização de testes paramétricos, permitindo assim decidir com precisão qual o teste estatístico mais adequado. A análise exploratória revelou que os pressupostos para a estatística paramétrica não estavam cumpridos para todas as variáveis do estudo. Assim, como alternativa ao uso de testes não paramétricos, optou-se pela realização de testes paramétricos e não paramétricos equivalentes adequados para cada um dos objetivos do estudo, de modo a serem comparados os resultados. Quando os resultados de ambos os testes se apresentaram semelhantes relativamente à significância estatística, optou-se por apresentar os resultados dos testes paramétricos. Quando houve discrepância de resultados, e caso os pressupostos não estivessem cumpridos, optou-se por relatar os resultados dos testes não-paramétricos (Fife-Schaw, 2006; Field, 2009).

Para além disso, foram também calculados alfas de Cronbach com o intuito de avaliar a consistência interna das escalas usadas no presente estudo. Foram utilizados como valores de referência os seguintes índices: alfa inferior a .60 corresponde a consistência interna inadmissível; alfa entre .60 e .70 corresponde a consistência interna fraca; alfa entre .70 e .80 corresponde a consistência interna razoável; alfa entre .80 e .90 corresponde a consistência interna boa; e alfa superior a 0,9 corresponde a consistência interna muito boa (Pestana & Gageiro, 2008).

Posteriormente recorreu-se à análise inferencial de modo a investigar a existência de significâncias estatísticas. Foram aceites como estatisticamente significativas todas as correlações e diferenças com valores de probabilidade inferiores a .05 (Martins, 2011). Para averiguar a existência de diferenças significativas entre dois grupos (sexo, residência, satisfação com o peso e dieta) ao nível dos motivos subjacentes às escolhas alimentares e das

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14 preferências alimentares dos universitários foram realizados, respectivamente, testes MANOVA e testes t de student para amostras independentes.

Para explorar as associações entre as restantes variáveis do estudo, nomeadamente a idade, o nível educacional dos pais, o IMC, a prática de exercício físico, a imagem corporal e níveis de ansiedade, depressão e stress, e os motivos subjacentes às escolhas alimentares e as preferências alimentares dos universitários, foram realizadas Correlações de Pearson, de Speaman e de Ponto-Bisserial, tendo em consideração as características das variáveis em estudo. Assim, para a realização de correlações entre variáveis intervalares procedeu-se à realização de Correlações de Pearson ou de Speaman. Relativamente à avaliação das associações entre variáveis intervalares e ordinais, foram realizadas Correlações de Speaman. Por último, para avaliar as correlações entre variáveis intervalares e nominais efectuaram-se Correlações de Ponto-Bisserial.

Por fim, com o intuito de analisar de que forma um conjunto de variáveis são preditores das preferências alimentares dos universitários, executou-se uma análise de regressão linear múltipla multivariada, com recurso ao método Enter.

Resultados

1. Estatísticas descritivas das variáveis em estudo

Os valores de peso e altura dos participantes obtidos por auto-relato foram usados para o cálculo do IMC. Desta forma, o IMC dos participantes variou entre 16.22 e 33.42 (M=21.80, DP=2.73).

A grande maioria dos participantes (n=353; 87.2%) não faz dieta, enquanto 52 (12.8%) fazem. Relativamente às razões, 10 (19.2%) dos participantes relataram fazer dieta por razoes de saúde/doença, 36 (69.2%) relataram fazer dieta devido à preocupação com o peso e 6 (11.6%) mencionaram fazer dieta por outras rezões.

No que diz respeito à prática de exercício físico, 205 (50.6%) participantes não praticam, 125 (30.9%) praticam exercício físico de forma não regular (até duas vezes por semana) e 75 (18.5%) praticam exercício físico de forma regular (mais de duas vezes por semana).

Relativamente ao peso, 198 (49.1%) dos participantes encontrava-se satisfeito com o seu peso, ao contrário de aconteceu com 205 (50.9%) participantes. Os valores relativos à imagem corporal dos universitários variaram entre o mínimo de 34 e o máximo de 167 (M=62.54, DP=27.88). Os níveis de depressão, ansiedade e stress variaram entre 0 e 21

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15 (M=3.52, DP=4.01), 0 e 19 (M=3.47, DP=3.65) e 0 e 21 (M=6.69, DP=4.72), respectivamente.

2. Associação entre os motivos subjacentes às escolhas alimentares e as preferências alimentares dos universitários

Relativamente ao primeiro objetivo apresentado, foi verificado que as preferências alimentares se correlacionam de forma positiva e estatisticamente significativa com as escolhas alimentares associadas aos motivos de saúde (r =.25, p <.001), teor natural (r =.39, p <.001) e controlo de peso, r =.34, p <.001). Deste modo, maior preferência por alimentos mais saudáveis está associada a mais escolhas alimentares por motivos de saúde, teor natural e controlo de peso.

3. Escolhas e preferências alimentares nos universitários e variáveis sociodemográficas

3.1. Sexo.

Através do cálculo das medidas descritivas dos motivos subjacentes às escolhas alimentares (Tabela 2) foi possível verificar que o motivo de preço (M=3.27, DP=.64) foi o mais valorizado pelos participantes relativamente às suas escolhas alimentares, seguido dos motivos de apelos sensoriais (M=3.24, DP=.53), saúde (M=3.09, DP=.62) e conveniência (M=2.89, DP=.61). Por outro lado, os motivos menos considerados pelos indivíduos foram o de preocupações éticas (M=2.25, DP=.71) e de familiaridade (M=2.41, DP=.60).

Relativamente às diferenças entre sexos, verificou-se que existem diferenças estatisticamente significativas multivariadas ao nível dos motivos subjacentes às escolhas alimentares (Wilks’Lambda = .85, F (9,351) = .6.68, p <.001. Foram encontradas diferenças significativas univariadas ao nível das escolhas alimentares por motivos de saúde, F (1.359) = 18.67, p <.001, humor, F (1.359) = 11.95, p =.001, apelos sensoriais, F (1.359) = 16.48, p <.001, teor natural, F (1.359) = 11.43, p =.001, controlo de peso, F (1.359) = 39.48, p <.001, familiaridade, F (1.359) = 4.29, p =.039, e preocupações éticas F (1.359) = 14.97, p <.001. (Tabela 1). Deste modo, constata-se que os estudantes do sexo feminino fazem mais as suas escolhas alimentares por motivos de saúde, humor, apelos sensoriais, teor natural, controlo de peso, familiaridade e preocupações éticas, comparativamente aos estudantes do sexo masculino.

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16 Tabela 1.

Diferenças entre os universitários do sexo feminino e do sexo masculino ao nível dos motivos subjacentes às escolhas alimentares.

Total (n=405) Média (DP) Sexo feminino (n=330) Média (DP) Sexo masculino (n=75) Média (DP) F (1.359) (univariado) Saúde 3.09 (.62) 3.14 (.58) 2.78 (.74) 18.67*** Humor 2.65 (.68) 2.70 (.67) 2.39 (.70) 11.95** Conveniência 2.89 (.61) 2.91 (.62) 2.83 (.61) .97 Apelos Sensoriais 3.24 (.53) 3.29 (.50) 3.00 (.57) 16.48*** Teor Natural 2.70 (.73) 2.75 (.71) 2.42 (.76) 11.43** Preço 3.27 (.64) 3.30 (.64) 3.23 (.67) .53 Controlo peso 2.76 (.80) 2.89 (.77) 2.23 (.77) 39.48*** Familiaridade 2.41 (.60) 2.45 (.59) 2.28 (.61) 4.29* P. Éticas 2.25 (.71) 2.31 (.70) 1.95 (.68) 14.97*** * p <.05, ** p <.01, *** p <.001

Por outro lado, não se verificam diferenças significativas entre os estudantes do sexo feminino (M=23.50, DP=53.40) e do sexo masculino (M=13.97, DP=57.38) ao nível das preferências alimentares, t (388) = -1.35, p =.176).

3.2. Idade.

Foram encontradas correlações positivas e estatisticamente significativas entre a idade

e as escolhas alimentares por motivos de controlo de peso (rs =.11, p =.026) e entre a idade e

as preferências alimentares (rs =.18, p <.001). Assim, o aumento da idade está associado a

preferências alimentares mais saudáveis e a mais escolhas alimentares relacionadas com o controlo do peso.

3.3. Nível educacional dos pais.

Foi possível verificar que há uma correlação negativa e estatisticamente significativa entre as escolhas alimentares por motivos de humor (rs = -.11, p =.032), preço (rs = -10, p

=.039), familiaridade (rs = -.16, p =.002), e preocupações éticas (rs = -.12, p =.021) e o nível

(20)

17 motivos de humor, preço, familiaridade e preocupações éticas estão relacionadas com níveis educacionais dos pais menos elevados.

Por outro lado, não foi encontrada correlação entre as preferências alimentares dos

universitários e o nível educacional dos pais (rs = .06, p =.285).

3.4. Residência.

Existem diferenças estatisticamente significativas multivariadas entre os universitários que vivem sozinhos ou com amigos e os que vivem com familiares, em tempo de aulas, ao nível dos motivos subjacentes às escolhas alimentares (Wilks’Lambda = .93, F (9,339) = 3.01, p =.002. Foram também encontradas diferenças significativas univariadas ao nível das escolhas alimentares por motivos de conveniência, F (1.347) = 24.28, p <.001, preço, F (1.347) = 8.48, p =.004 e familiaridade, F (1.347) = 5.40, p =.021 (Tabela 2). Deste modo, os universitários que vivem sozinhos ou com amigos em tempo de aulas fazem mais as suas escolhas alimentares pelos motivos de conveniência, preço e familiaridade comparativamente aos universitários que vivem com familiares.

Tabela 2.

Diferenças entre os universitários que vivem sozinhos ou com amigos e os que vivem com familiares, ao nível dos motivos subjacentes às escolhas alimentares.

Familiares (n=214) Média (DP) Sozinho/Amigos (n=175) Média (DP) F (1.359) (univariado) Saúde 3.08 (.64) 3.07 (.62) .02 Humor 2.60 (.69) 2.71 (.69) 2.40 Conveniência 2.75 (.63) 3.07 (.57) 24.28*** Apelos Sensoriais 3.20 (.52) 3.29 (.52) 2.76 Teor Natural 2.72 (.77) 2.64 (.70) .85 Preço 3.20 (.70) 3.40 (.57) 8.48** Controlo de peso 2.73 (.82) 2.81 (.81) .89 Familiaridade 2.35 (.59) 2.50 (.61) 5.40* P. Éticas 2.23 (.72) 2.24 (.69) .01 * p <.05, ** p <.01, *** p <.001

(21)

18 Quanto às preferências alimentares, não foram encontradas diferenças significativas entre os universitários que em tempo de aulas vivem sozinhos ou com amigos (M=20.22, DP=51.11) e os que vivem com familiares (M=21.85, DP=57.27), t (372) = .29, p =.774.

4. Escolhas e preferências alimentares nos universitários e variáveis relacionadas com o exercício físico, dieta, peso e imagem corporal

4.1. Prática de exercício físico.

A prática de exercício físico encontra-se positivamente correlacionada com as escolhas

alimentares por motivos de saúde (rs =.13, p =.010) e negativamente correlacionada com as

escolhas alimentares por motivos de familiaridade (rs = -.10, p =.048). Assim, a maior prática

de exercício físico encontra-se associada a mais escolhas alimentares pelo motivo de saúde, enquanto menor prática de exercício físico se encontra associada a mais escolhas alimentares pelo motivo de familiaridade.

Os resultados entre as preferências alimentares dos universitários e a prática de exercícios físico evidenciaram também uma correlação positiva e estatisticamente

significativa, (rs = -.10, p =.047), ou seja, maior preferência por alimentos saudáveis está

associada à prática de exercício físico mais regular.

4.2. Dieta.

Pode-se verificar a presença de diferenças estatisticamente significativas multivariadas entre os universitários que fazem dieta e os que não fazem, ao nível dos motivos subjacentes às escolhas alimentares (Wilks’Lambda = .86, F (9,351) = 6.14, p <.001. Foram encontradas diferenças significativas univariadas ao nível das escolhas alimentares por motivos de saúde, F (1.359) = 15.30, p <.001, conveniência, F (1.359) = 4.85, p =.028, teor natural, F (1.359) = 11.63, p =.001, controlo de peso, F (1.359) = 33.18, p <.001, e familiaridade, F (1.359) = 6.11, p =.014 (Tabela 3). Assim, os universitários que fazem dieta fazem mais as suas escolhas alimentares pelos motivos de saúde, teor natural e controlo de peso em comparação com os que não fazem dieta. Por outro lado, os que não fazem dieta fazem mais as suas escolhas alimentares pelos motivos de conveniência e familiaridade em comparação com os que fazem dieta.

(22)

19 Tabela 3.

Diferenças entre os universitários que fazem dieta e os que não fazem ao nível dos motivos subjacentes às escolhas alimentares

Faz dieta (n=52) Média (DP)

Não faz dieta (n=353) Média (DP) F (1.359) (univariado) Saúde 3.43 (.54) 3.03 (.63) 15.30*** Humor 2.78 (.62) 2.63 (.70) 1.82 Conveniência 2.70 (.69) 2.92 (.61) 4.85* Apelos Sensoriais 3.16 (.51) 3.25 (.52) 1.04 Teor Natural 3.05 (.63) 2.64 (.73) 11.63** Preço 3.11 (.71) 3.31 (.63) 3.32 Controlo de peso 3.42 (.62) 2.68 (.79) 33.18*** Familiaridade 2.20 (.69) 2.44 (.58) 6.11* P. Éticas 2.23 (.71) 2.25 (.71) .03 * p <.05, ** p <.01, *** p <.001

Foram também encontradas diferenças significativas entre os universitários que fazem dieta (M=52.76, DP=48.48) e os que não fazem (M=17.15, DP=53.58) ao nível das preferências alimentares, t = (388) = 4.44, p <.001. Os universitários que fazem dieta relatam uma maior preferência por alimentos mais saudáveis.

4.3. IMC.

O IMC encontra-se positivamente correlacionado, sob o ponto de vista estatístico, às escolhas alimentares por motivos de preço (r =.12, p =.015) e controlo de peso (r =.21, p <.001). Existem também correlações significativas negativas entre o IMC e as escolhas alimentares por motivos de saúde (r = -.16, p =.002) e preocupações éticas (r = -.14, p =.006). Deste modo, é possível afirmar que níveis de IMC mais elevados estão associados a mais escolhas alimentares por motivos de preço e controlo de peso. Pelo contrário, níveis mais baixos de IMC estão relacionados com mais escolhas alimentares por motivos de saúde e preocupações éticas.

No que diz respeito à associação do IMC com as preferências alimentares dos universitários, verifica-se que não se obtiveram resultados no limiar de significância

(23)

20 estatística previamente estabelecido (p <.05), pelo que se pode concluir que não existe associação, sob o ponto de vista estatístico, entre as variáveis (r =.04, p =.399).

4.4. Satisfação com o peso.

Existem diferenças estatisticamente significativas multivariadas entre os universitários que estão satisfeitos com o seu peso e os que não estão satisfeitos ao nível dos motivos subjacentes às escolhas alimentares (Wilks’Lambda = .89, F (9,349) = 4.59, p <.001. Foram encontradas diferenças significativas univariadas ao nível das escolhas alimentares por motivos de humor, F (1.357) = 4.07, p =.044, e de controlo de peso, F (1.357) = 16.31, p <.001 (Tabela 4). Os universitários que não estão satisfeitos com o seu peso fazem mais escolhas pelos motivos de humor e controlo de peso em comparação com os que estão satisfeitos com o seu peso.

Tabela 4.

Diferenças entre os universitários que estão satisfeitos com o seu peso e os que não estão, ao nível dos motivos subjacentes às escolhas alimentares.

Satisfeito (n=198) Média (DP) Não satisfeito (n=205) Média (DP) F (1.357) (univariado) Saúde 3.08 (.67) 3.08 (.60) .00 Humor 2.57 (.69) 2.72 (.68) 4.07* Conveniência 2.88 (.56) 2.93 (.66) .66 Apelos Sensoriais 3.25 (.51) 3.23 (.53) .08 Teor Natural 2.73 (.77) 2.64 (.70) 1.28 Preço 3.26 (.64) 3.32 (.64) .89 Controlo de peso 2.60 (.78) 2.93 (.80) 16.32*** Familiaridade 2.38 (.60) 2.47 (.60) 1.83 P. Éticas 2.30 (.69) 2.20 (.72) 1.89 * p <.05, ** p <.01, *** p <.001

Contrariamente, não existem diferenças significativas entre os universitários que estão satisfeitos com o seu peso (M=19.48, DP=55.48) e os que não estão satisfeitos (M=23.96, DP=53.24), ao nível das preferências alimentares, t (386) = -.81, p =.418).

(24)

21

4.5. Relação com a imagem corporal.

Foram encontradas correlações positivas e estatisticamente significativas entre a imagem corporal e as escolhas alimentares por motivos de humor (r =.23, p <.001), conveniência (r =.17, p =.001), preço (r =.12, p =.014), e controlo de peso (r =.43, p <.001), e

entre a imagem corporal e as preferências alimentares (rs =.12, p =.025). Assim, uma pior

imagem corporal está associada a preferências alimentares mais saudáveis e a mais escolhas alimentares por motivos de humor, conveniência, preço e controlo de peso.

5. Escolhas e preferências alimentares nos universitários e sintomas psicopatológicos (ansiedade, depressão e stress)

Verificou-se que não há correlação entre a depressão e os motivos subjacentes às escolhas alimentares dos universitários. Por outro lado, a ansiedade está positivamente correlacionada com os motivos de humor (r =.22, p <.001), conveniência (r =.15, p =.003), preço (r =.11, p =.023), controlo de peso (r =.16, p =.001) e preocupações éticas (r =.15, p =.002). Assim, maiores níveis de ansiedade dos universitários estão associados a mais escolhas alimentares por motivos de humor, conveniência, preço, controlo de peso e preocupações éticas. Relativamente ao stress, este encontra-se positivamente correlacionado com os motivos de humor (r =.22, p <.001), conveniência (r =.14, p =.004) e controlo de peso (r =.18, p <.001). Deste modo, maiores níveis de stress nos universitários estão associados a mais escolhas alimentares por motivos de humor, conveniência e controlo de peso.

No que refere às preferências alimentares dos universitários, não foram encontradas correlações significativas com os níveis de depressão (r =.01, p =.795), ansiedade (r =.03, p =.572) e stress (r =.07, p =.177).

6. Preditores das preferências alimentares saudáveis dos universitários

Tendo em conta os resultados anteriores, realizou-se uma análise de regressão linear múltipla, com recurso ao método Enter, com o intuito de perceber se as variáveis que apresentaram correlações e diferenças significativas com as preferências alimentares dos universitários, nomeadamente a idade, prática de exercício físico, dieta e imagem corporal, têm um efeito preditor significativo sobre as mesmas.

Os resultados da análise de regressão revelaram que o Modelo de Regressão Linear

Múltipla explica 8.9% da variância das preferências alimentares, sendo significativo (R2 =

.079; F (4.37) = 9.09, p <.001). Existem duas variáveis que predizem as preferências alimentares, nomeadamente a idade (β = .203 p <.001), e a dieta (β = -.172, p =.001 (Tabela

(25)

22 5). Deste modo, o aumento da idade e a realização de dieta alimentar predizem escolhas alimentares mais saudáveis nos universitários.

Tabela 5.

Análise de Regressão Linear Múltipla para as preferências alimentares dos universitários.

R (R2) F Β t Idade .089 (.079) 9.09** .20 4.12** Dieta -.17 -3.30* Exercício físico .06 1.26 n.s. Imagem corporal .05 1.02 n.s. n.s. = não significativo, * p <.01, ** p <.001 Discussão

No que diz respeito ao primeiro objetivo da presente investigação, os resultados evidenciaram que maior preferência por alimentos mais saudáveis está associada a mais escolhas alimentares devidas a precauções com a saúde, teor natural e controlo de peso. Estes dados parecem confirmar o que é referido na literatura. Por exemplo, Pollard, Steptoe e Wardle (1998) verificaram também que os indivíduos que classificaram a sua alimentação como mais saudável atribuíram maior importância à saúde, teor natural e controlo de peso na escolha de alimentos. Além disso, estes resultados aparentam demonstrar como a preocupação atribuída à saúde e ao controlo de peso influencia as escolhas alimentares, e consequentemente as preferências por alimentos mais saudáveis, tal como foi verificado por Sun (2008).

No que refere aos motivos inerentes às escolhas alimentares considerados mais importantes pelos participantes, os resultados do presente estudo foram semelhantes a outros obtidos anteriormente com universitários. Por exemplo Sharma e colaboradores (2010) verificaram também que a característica mais importante nas escolhas alimentares foi o preço enquanto as preocupações éticas foi o motivo de menos interesse e Boek e colaboradores (2012) verificaram que os apelos sensoriais, conveniência e preço foram os motivos mais escolhidos. Estudos realizados com populações de outras faixas etárias e de vários países verificaram também que os motivos de preço, apelos sensoriais, saúde, e conveniência constituíam os mais importantes nas escolhas alimentares, e que os motivos menos

(26)

23 importantes foram as preocupações éticas e a familiaridade, à semelhança do que foi encontrado no presente estudo (Fotopoulos, Krystallis, Vassallo, & Pagiaslis, 2009; Franchi, 2012; Scheibehenne, Miesler, & Todd, 2007; Steptoe et al., 1995; Prescott, Young, O'Neill, Yau, & Stevens, 2002; Januszewska, Pieniak, & Verbeke, 2011; Lindeman & Vaananen, 2000; Markovina et al., 2015).

Relativamente às variáveis sociodemográficas, foram observadas diferenças entre sexos, uma vez que estudantes do sexo feminino faziam mais escolhas alimentares por motivos de saúde, humor, apelos sensoriais, teor natural, controlo de peso, familiaridade e preocupações éticas, comparativamente aos do sexo masculino. Estudos realizados anteriormente com universitários e adultos revelaram alguns resultados semelhantes. Por exemplo, Piggford, et al. (2008) e Sharma, et al. (2010) verificaram que os motivos de saúde, controlo do peso, humor, teor natural e preocupações éticas foram significativamente mais importantes para as universitárias. Conner, Johnson e Grogan (2004) verificaram que as mulheres adultas faziam mais as suas escolhas alimentares por motivos de controlo de peso, saúde e humor e Honkanen e Frewer (2009) que as mulheres atribuíram maior importância ao controlo do peso, saúde, teor natural, preocupações éticas, preço e apelos sensoriais. Além disso, tem também sido apontado pela literatura que as estudantes e mulheres em geral tendem a consumir alimentos mais saudáveis do que o sexo masculino, tendo uma maior atitude em relação a uma alimentação mais saudável (e.g., Sharma, et al., 2010; Pollard, et al., 1998), devido a uma maior preocupação com a saúde, com o controlo de peso e a um melhor conhecimento nutricional (Vabø & Hansen, 2014). Contudo, analisando os dados obtidos no presente estudo, não se verificaram diferenças significativas entre o sexo ao nível das preferências alimentares.

No que toca à idade, foi possível verificar que o aumento desta está associado a mais escolhas alimentares por motivos de controlo do peso e a preferências alimentares mais saudáveis. Estes resultados parecem contrariar o estudo de Piggford et al. (2008), onde não foram encontradas diferenças significativas relativamente à idade ao nível dos motivos subjacentes às escolhas alimentares, e mais recentemente o estudo de Harker et al. (2010) que verificou que estudantes mais novos faziam mais as suas escolhas alimentares por motivos de humor, controlo de peso, e tinham uma alimentação mais saudável comparativamente aos mais velhos. Sharma e colaboradores (2010) verificaram que a idade é preditora significativa de maior atitude em relação à alimentação saudável, sendo este resultado semelhante aos encontrados neste estudo, em que a análise de regressão realizada demonstrou que o aumento da idade é preditor de preferências alimentares mais saudáveis nos universitários.

(27)

24 Quanto ao nível educacional parental, esta investigação demonstra que escolhas alimentares com base nos motivos de preço, humor, familiaridade e preocupações éticas estão relacionadas com níveis educacionais dos pais menos elevados. Resultados semelhantes foram encontrados por Crossley e Khan (2001), que verificaram que pessoas com níveis educacionais e socioeconómicos mais baixos (porteiros/empregados de limpeza) identificaram como fatores motivadores da escolha alimentar a conveniência, o preço, o humor e a familiaridade.

Os resultados obtidos relativamente à residência demonstraram que os universitários que não vivem com os familiares fazem mais as suas escolhas alimentares pelos motivos de conveniência, preço e familiaridade comparativamente aos universitários que vivem com familiares. Estudos realizados anteriormente verificaram também que o preço foi o motivo considerado mais importante para os estudantes que não viviam com os seus familiares (Sharma, et al., 2010; Harker, et al., 2010). Estes resultados podem estar associados com o facto de uma vida mais independente normalmente estar mais relacionada com um aumento de responsabilidades relativamente à alimentação, incluindo a compra e confecção dos alimentos, que não estão tão presentes nos estudantes que vivem com familiares (Beasley, Hackett, & Maxwell, 2004). Isto poderá levar à opção por alimentos que são mais familiares, e mais acessíveis, tanto ao nível de compra e preparação, como ao nível monetário. Ainda relativamente à residência, não foram encontradas diferenças significativas entre os universitários vivem com familiares e os que não vivem, ao nível das preferências alimentares. A literatura tem evidenciado que os estudantes que não vivem com familiares fazem uma alimentação menos saudável em comparação com os estudantes que vivem com os familiares, que tendem a ter um maior consumo de frutas e legumes Harker, et al., 2010; Kremmyda, Papadaki, Hondros, Kapsokefalou, & Scott, 2008). Contudo, no estudo de Beasley e colaboradores (2004) verificou-se que apesar de a alimentação poder alterar após a saída de casa dos pais, essas mudanças não são necessariamente negativas, não tendo sido evidenciadas escolhas alimentares menos saudáveis por parte estudantes que não viviam com familiares.

Em relação ao exercício físico e à dieta, os resultados mais relevantes demonstraram que a prática mais regular de exercício físico encontra-se associada a mais escolhas alimentares pelo motivo de saúde, enquanto a realização de dieta se encontra associada a motivos de saúde, teor natural e controlo de peso. Além disso, ambos se encontram relacionados com maior preferência por alimentos saudáveis, sendo a dieta uma variável preditora das mesmas. Estes resultados podem estar associados ao facto de a preocupação

(28)

25 com a saúde ser um dos fatores que mais motivam os universitários à prática de exercício físico (Kilpatrick, Hebert, & Bartholonew, 2005) influenciando também as suas preferências e escolhas alimentares neste sentido. Contudo, os resultados foram ligeiramente diferentes aos encontrados no estudo de Ree, Riediger, e Moghadasian (2008) que evidenciou que as pessoas que praticavam exercício físico moderado eram mais propensas a escolher ou evitar os alimentos devido a precauções com a saúde em comparação com as pessoas que praticavam exercício mais regularmente e com os que não praticavam. Relativamente à dieta, como se pode verificar nos resultados desta investigação, a maioria dos participantes que relataram fazer dieta classificaram como razões a preocupação com o peso e a saúde. Estes resultados parecem demonstrar novamente como a preocupação com a saúde e com o peso afetam as escolhas e preferências alimentares, como foi evidenciado anteriormente por Sun (2008).

Relativamente ao IMC, satisfação com o peso e imagem corporal, os resultados mais relevantes mostraram que o motivo de humor e de controlo de peso se encontram relacionados com a não satisfação com o peso e a pior imagem corporal, estando o motivo de controlo de peso também relacionado com IMC mais elevado. Por outro lado, o motivo de saúde encontra-se associado a IMC menos elevado. Além disso, pior imagem corporal foi associada a preferências alimentares mais saudáveis dos universitários. Estes resultados podem estar associados ao facto da insatisfação com a imagem corporal tendo vindo a poder ser considerada como um factor que pode desempenhar um papel relevante na motivação para os indivíduos adoptarem comportamentos alimentares mais saudáveis (Heinberg, Thompson, & Matzon, 2002). Também um estudo com adolescentes demostrou resultados semelhantes ao apontar que os adolescentes que queriam diminuir o seu peso seleccionavam os alimentos mais com base no seu valor dietético do que na sua aparência (Hassapidou & Papadopoulou, 2005). Além disso, a insatisfação corporal pode encontra-se associada a sintomas depressivos e de stress (Mikolajczyk, et al., 2010), podendo isto ser uma possível explicação para a escolha de alimentos por motivos de humor. Quanto ao IMC, resultados semelhantes foram encontrados no estudo de Renner, Sproesser, Strohbach e Schupp (2012) com adultos, onde os participantes com um IMC mais elevado faziam mais escolhas alimentares por motivos de controlo de peso, enquanto os com peso normal faziam por motivos de saúde. Além disso, Brunt e colaboradores (2008) verificaram também que os universitários com peso menos elevado tinham hábitos alimentares mais saudáveis.

Finalmente no que concerne aos motivos subjacentes às escolhas alimentares e os níveis de depressão, ansiedade e stress, não foram encontrados estudos anteriores que avaliem

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26 estas associações, sendo necessárias mais investigações futuras neste sentido. Contudo, perante os resultados obtidos, acredita-se que a associação encontrada entre maiores níveis de stress e ansiedade e escolhas alimentares por motivo de humor poderá estar relacionada com facto de os universitários escolherem alimentos que permitam o alívio dos sintomas, tal como foi verificado no estudo de Zellner et al. (2007), em que estudantes relataram comer mais em momentos de maior stress, principalmente para aliviar os sintomas. Contrariamente, no que refere às preferências alimentares, não foram encontradas relações com os níveis de depressão, ansiedade e stress. Isto parece contradizer a literatura que tem evidenciado que o stress e a depressão provocam alterações na escolha alimentar, encontrando-se associada a um aumento do consumo de alimentos menos saudáveis (e.g, Christensen & Brooks, 2006; Zellner et al., 2006; Papier, et al., 2014; Liu, 2007). Contudo, estes resultados podem dever-se ao facto do presente estudo avaliar as preferências alimentares e não as práticas alimentares realizadas, como acontece nos estudos relatados. Assim, apesar de os indivíduos terem determinadas preferências alimentares, podem não consumir esses alimentos com regularidade, como evidenciaram Kandiah e colaboradores (2006), que apesar de 80% das universitárias relatarem fazer escolhas alimentares saudáveis, apenas 33% delas comeram alimentos saudáveis quando stressadas.

Conclusão

Os resultados obtidos neste estudo, acima discutidos, contribuíram para uma maior compreensão das escolhas e preferências alimentares dos universitários, e da sua relação com as variáveis estudadas, alertando assim para a importância destas, já referida na literatura, no comportamento alimentar.

Além disso, os hábitos alimentares desenvolvidos durante a idade do jovem adulto tendem a manter-se, sendo importante a intervenção nesta faixa etária (Steptoe et al., 2002). Deste modo, compreender os motivos que levam os estudantes a seleccionar determinados alimentos no seu dia-a-dia torna-se fundamental para a criação de programas de intervenção eficazes para estes indivíduos, de modo a promover hábitos alimentares mais saudáveis e a prevenir ou tratar problemas alimentares graves, como a obesidade e as perturbações alimentares.

Este estudo possui algumas limitações que implicam alguns cuidados na interpretação dos resultados. Em primeiro lugar, o facto de a amostra ter sido recolhida apenas numa única universidade, não podendo assim ser considerada como representativa da população a nível

(30)

27 nacional. Uma outra limitação foi o facto de o instrumento QEA ter apresentado valores de consistência interna fraca em três subescalas.

Em relação aos pontos fortes desta investigação pode-se evidenciar a boa dimensão da amostra recolhida, assim como o uso de instrumentos com boas qualidades psicométricas, aplicados a nível nacional e internacional, o que confere alguma robustez aos resultados.

Em investigações futuras seria importante a replicação deste estudo com amostras mais amplas, que incluam outras universidades do país, que se estendam por diferentes regiões geografias, e se alarguem a outras faixas etárias, de modo a poderem ser comparados os resultados nas diferentes idades. Estudos de comparação entre estudantes e não estudantes poderiam também ser interessantes. Finalmente, um estudo de natureza longitudinal seria útil para verificar as mudanças que ocorrem nos indivíduos ao longo do tempo, relativamente às escolhas e preferências alimentares.

(31)

28

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