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Contribuições da Psicologia Escolar para o ensino superior em um contexto de pandemia: o papel da construção de coletivos / Contributions of School Psychology to higher education in a pandemic context: the role of building collectives

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 7, p. 49707-49719 jul. 2020. ISSN 2525-8761

Contribuições da Psicologia Escolar para o ensino superior em um contexto de

pandemia: o papel da construção de coletivos

Contributions of School Psychology to higher education in a pandemic context:

the role of building collectives

DOI:10.34117/bjdv6n7-571

Recebimento dos originais: 03/06/2020 Aceitação para publicação: 22/07/2020

Eveline Tonelotto Barbosa Pott

Doutora em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas) Instituição: Universidade Paulista.

Endereço: Av. Alberto Benassi, 200- Parque das Laranjeiras, Araraquara - SP, Brasil. E-mail: evelinebarbosaa@gmail.com

RESUMO

Este artigo tem como objetivo apresentar um estudo teórico que visa discutir e refletir sobre o papel do psicólogo escolar no ensino superior em um contexto de pandemia. Na análise realizada, utilizou-se como pressuposto teórico a Psicologia Histórico-Cultural, em especial os conceitos de Vigotski e também alguns postulados da filosofia de Espinosa. Discutiu-se os impactos para a saúde mental um contexto de pandemia e isolamento social, destacando-se como as instituições de ensino superior tiveram que modificar toda sua forma de ensino e aprendizagem através do ensino remoto. Neste contexto, professores, alunos e equipe gestora convivem com as incertezas em relação a uma efetiva formação acadêmica e as complexas demandas que multiplicaram-se neste cenário. Frente a estes inúmeros desafios, propõe-se a importância do cuidado e fortalecimento das relações humanas dentro do contexto do ensino superior, em especial pelo desenvolvimento de coletivos que sejam capazes de construir e pensar formas eficientes para o processo de formação acadêmica. Neste sentido, destaca-se neste artigo o papel do psicólogo escolar enquanto mediador e formador de coletivos entre os atores do ensino superior a fim de conseguir superar as adversidades de um contexto de pandemia.

Palavras-Chave: Psicologia Educacional, Educação Superior, Pandemia. ABSTRACT

This article aims to present a theoretical study to discuss and reflect on the role of the School Psychologist in higher education in a pandemic context. Historical-Cultural Psychology was used as a theoretical assumption, especially the concepts of Vigotski and also some postulates of Spinoza's philosophy. The impacts on mental health were discussed in a context of pandemic and social isolation, highlighting how higher education institutions had to modify their entire form of teaching and learning through remote education. In this context, teachers, students and administrating staff live with the uncertainties about an effective academic formation and the complex demands that were multiplied in this scenario. In the face of these numerous challenges, the importance of caring and strengthening human relationships within the context of higher education is proposed, especially by the development of collectives that are able to build and think efficient ways for the academic training process. In this sense, this article highlights the role of the School Psychologist as a mediator and trainer of collectives among higher education actors in order to overcome the adversities of a pandemic context.

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 7, p. 49707-49719 jul. 2020. ISSN 2525-8761 Key words: Educational Psychology, College education, Pandemic.

1 INTRODUÇÃO

Sou professora no ensino superior e ministro diferentes disciplinas no curso de formação em Psicologia. No dia 16 de março acordei como de costume, pronta para começar uma semana de muito trabalho. Porém, não imaginava que naquela semana muita coisa iria mudar. Desde esta data e por meses, não ministrei aulas presenciais ao passo que novas rotinas e estratégias foram sendo construídas e ressignificadas para a concretização de uma nova forma de estabelecer os processos de ensino e aprendizagem. Em paralelo às ações de ensino, em minha pesquisa de pós-doutoramento discuto o papel do psicólogo escolar no ensino superior, defendendo a importância desse profissional no que refere-se ao cuidado e trabalho com as relações que permeiam o contexto da educação superior. Sendo assim, a construção desse artigo teórico é fruto de minha experiência e vivência enquanto professora no ensino superior em um contexto de pandemia somado aos meus interesses pelo campo da Psicologia Escolar no ensino superior, o que me fez levantar alguns questionamentos: Quais são as possibilidades de atuação do psicólogo escolar no ensino superior em um contexto de pandemia? Qual seria sua importância? Ainda, quais seriam suas possibilidades de trabalho? Sendo assim, este artigo tem como objetivo apresentar algumas acepções acerca do papel do psicólogo escolar no ensino superior em um contexto de pandemia.

A crescente propagação do vírus SARS-CoV-2 pelo mundo trouxe inúmeras mudanças que resultaram em um contexto de intensa imprevisibilidade e incerteza em vários aspectos. Este vírus não trouxe somente a necessidade de cuidados e novas mudanças de rotina no âmbito da saúde, mas teve também outros segmentos da nossa sociedade afetados, como por exemplo a educação. No Brasil, a partir do mês de março de 2020 todas as escolas e instituições de ensino superior suspenderam as aulas a fim de conseguir controlar a propagação viral. Em um primeiro momento, pensou-se que seria uma suspensão de curta duração, mas o tempo foi passando e a determinação da Organização Mundial de Saúde em relação ao isolamento social foi-se consolidando como forma de proteção às pessoas. Portanto, o que era uma medida provisória de 15 dias, passou a ser de 30 e caminhou-se para a situação atual em que não se sabe quando seremos liberados do isolamento social de modo que nossas vidas não encontrem-se em risco. Neste contexto, além dos questionamentos em relação a nossa saúde, perpassa também os possíveis encaminhamentos no âmbito da formação: como ficam os processos de ensino e aprendizagem? A formação será interrompida? Se não, como conduzir a formação do futuro profissional?

Todos os segmentos educacionais sofreram com esse contexto, no entanto o debate que propõe-se realizar neste ensaio é em relação ao ensino superior. Com a suspensão das aulas

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presenciais, muitos são os anseios, medos e limitações que professores, alunos e gestores enfrentam para levar adiante o processo de formação. Para os alunos, os mesmos são afetados pelos respingos de uma economia já fragilizada e que acentuou-se ainda mais sua precariedade, sendo que o desemprego e condições de subempregos foram os indicies que mais cresceram nesse contexto de pandemia. Muitos alunos encontram-se em condições precárias e sem condições de continuar arcando com as despesas do ensino superior, o que os tem levado à suspender e postegar a sonhada formação acadêmica.

Em relação aos professores, os mesmos em sua maioria encontram-se extremamente fragilizados psicologicamente com os contornos que o processo de ensino vai sendo imposto, com a necessidade do uso de tecnologias que muitas vezes não possuem domínio. Ainda, têm que lidar com outros modos de interação com os alunos e que levam a perder a dimensão e o resultado de seu trabalho. Se antes o professor tinha a interação pessoal com os alunos que o servia de termômetro para o diagnóstico da situação de aprendizagem, esse elemento já não possui mais. As aulas, que via de regra eram tão coletivas e colaborativas, tornaram-se um monólogo em que a maioria dos alunos se escondem por trás das câmeras e a interação é extremamente comprometida.

Os gestores, como por exemplo os coordenadores de cursos, encontram-se sobrecarregados por conta das dúvidas e anseios próprios, dos professores e alunos que vivem a incerteza em relação à retomada das aulas. Também, convivem com a constante angústia, fruto da incerteza em relação à condução do curso e quais serão as implicações e encaminhamentos possíveis para lidar com as demandas da formação e da qualidade do futuro profissional. Sem contar os trâmites burocráticos que se multiplicaram de modo imensurável.

Sendo assim, nota-se que todos os atores envolvidos no ensino superior vivem um contexto que, apesar de necessário, é extremamente desgastante e que nos colocam enfrente a inúmeros desafios que, permanentemente, favorecem diversos questionamentos: Será que o ensino ofertado está sendo efetivo? Será que o ensino remoto está fazendo sentido para os alunos? Ainda, como ficará o processo avaliativo dos discentes? Muitos são os questionamentos e que provocam a pensar em como sair desse contexto com saúde mental e com a certeza de que um trabalho de qualidade foi realizado.

Para que o processo de ensino seja efetivo na formação superior em um contexto de pandemia, torna-se necessário uma serie de organizações e restruturações que envolvem desde o âmbito das políticas educacionais até o processo de ensino dos professores e modos de aprendizagem de alunos. No entanto, uma demanda que me parece tão importante quanto os aspectos citados e que ressalta ainda mais em um contexto de pandemia é a necessidade do cuidado com as relações humanas. Isto porque, as instituições de ensino superior, assim como qualquer outro segmento educacional, se constituem e se sustentam pela intencionalidade em favorecer o processo de aprendizagem dos

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conteúdos historicamente construídos, o que só é possível pela e na relação entre seres humanos e o conhecimento (LIBÂNEO, 2012). Em outras palavras, sem as relações humanas as instituições de ensino superior não cumpririam sua função social e, portanto, não existiriam. Sendo assim, o principal desafio deste estudo é destacar o papel do psicólogo escolar na construção e fortalecimento de coletivos no ensino superior, a fim de ressaltar sua potência no enfrentamento de um contexto de pandemia. As acepções que serão apresentadas, a fim de ilustrar e legitimar o fazer do psicólogo escolar no ensino superior em um contexto de pandemia, sustentam-se nos fundamentos da abordagem histórico-cultural tendo como principal representante Vigotski (2010/1931, 1991/1934), em especial a partir de seus postulados sobre o papel do social na transformação e constituição do humano.

Para aprofundar a discussão proposta torna-se necessário apresentar uma breve reflexão acerca dos aspectos históricos da Psicologia Escolar, ressaltando suas contribuições para o ensino superior e, posteriormente, pensar seu papel no enfrentamento de um contexto de pandemia que vem afetando de modo significado o âmbito da saúde e educacional.

2 A PSICOLOGIA ESCOLAR E SUA IMPORTÂNCIA PARA O ENSINO SUPERIOR

A história da Psicologia Escolar foi marcada por diferentes momentos de idas e vindas em relação a consolidação de seu fazer profissional. A Psicologia Escolar esteve voltada por muitos anos na construção de uma prática pautada na intervenção e adaptação do sujeito, resultado de uma forma de compreensão do desenvolvimento humano baseada no individualismo. Ainda, por muito tempo, o psicólogo escolar era compreendido como o profissional responsável por resolver problemas de comportamentos e sua relação com os processos de aprendizagem (GUZZO et al., 2010; MARTINEZ, 2010; SOUZA, 2009) Apesar dos avanços conquistados na área, o foco no tratamento de problemas escolares ainda perdura como um traço identitário do psicólogo escolar.

Nos últimos anos, acompanha-se na literatura científica a construção de novos paradigmas em relação ao fazer do psicólogo inserido no contexto educacional, superando sua identidade voltada para problemas e dificuldades no processo de aprendizagem. Neste aspecto, tem-se discutido a necessidade da reconstrução do fazer do psicólogo escolar, a partir de uma identidade profissional que compreenda o sujeito para além de seus possíveis problemas de aprendizagem, dotado de potencialidades em relação ao processo de desenvolvimento humano (GUZZO et al., 2010; MARTINEZ, 2010; SOUZA, 2009; MARINHO-ARAUJO, 2016; SAWAIA, 2009; ANTUNES, 2008).

No âmbito do ensino superior, a psicologia escolar não se fez muito presente em seu processo histórico, estando voltada para a educação básica acompanhando professores, alunos e coordenação pedagógica. Contudo, o fato de existir poucos estudos em relação a atuação do psicólogo escolar no

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ensino superior não significa de modo algum que este profissional não tenha demandas importantes e urgentes para sua atuação. Segundo Marinho-Araujo (2016), o psicólogo escolar no âmbito do ensino superior pode contribuir para as relações dentro dos muros das instituições. Em especial em um contexto de pandemia, em que as relações que constituem o ensino estão extremamente fragilizadas pelas inúmeras transformações e incertezas, torna-se ainda mais importante a presença de um profissional que olhe e cuide das relações humanas as quais sustentam e dão sentido ao processo de formação acadêmica. Sendo assim, a seguir serão apresentadas algumas acepções em torno das contribuições do Psicologia Escolar para o ensino superior, tendo em vista as demandas ressaltadas em um contexto de pandemia.

3 CAMINHOS E POSSIBILIDADES PARA A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO ESCOLAR NO ENSINO SUPERIOR

Uma das principais características da atuação do psicólogo escolar no ensino superior é o trabalho focado nas demandas individuais, voltado para o aconselhamento e acompanhamento de estudantes com problemas de aprendizagem. Esta é uma das características do fazer do psicólogo questionada por autores da área e que adotam um posicionamento crítico quanto ao modo de compreender as ações deste profissional (BISINOTO, MARINHO-ARAUJO, 2015; MOURA, FACCI, 2016). Ainda, estudos como os de Santana, Pereira e Rodrigues (2014) e Zavadski e Facci (2012) destacam que esta também é uma representação de professores e coordenadores em relação ao papel do psicólogo escolar, ou seja, que este profissional deve estar voltados para as demandas adaptativas dos alunos. Em um contexto de pandemia, as ações e compreensões individualizadas precisam ainda mais serem ressignificadas pois alunos, professores e gestores encontram-se vivenciado uma série de dificuldades em relação ao processo de formação superior que só poderão ser superadas a partir da formação de coletivos.

A partir dos postulados da Psicologia Histórico-Cultural, é possível compreender as relações educacionais no cenário atual como um contexto de crise, que refere-se a situações sociais em que os sujeitos não estão preparados para lidar com as demandas apresentadas, exigindo a mobilização do pensamento, fala, memória, imaginação, entre outras funções psicológicas na busca para compreender e lidar com as demandas atuais. Em outras palavras, a crise é indicadora de que os recursos que o sujeito dispõe para lidar com a realidade já não são suficientes, impondo-lhe como desafio criar novos modos de pensar e agir via elaboração e desenvolvimento de novas relações entre as funções psicológicas superiores (VIGOTSKI, 1931/2006, 1931/2010). Sendo assim, o conceito de crise na Psicologia Histórico-Cultural diferencia-se das demais abordagens teóricas já que confere a este momento uma potência no que refere-se a criação de uma situação social de desenvolvimento, em

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que o sujeito é desafiado e demandado de muitas formas e precisa desenvolver novos recursos psicológicos (VIGOTSKI, 1931/2006). Vivenciar um contexto de pandemia não se configura a partir de emoções positivas e prazerosas, pelo contrário, proporciona a presença de emoções negativas que são bastante desconfortáveis de serem vividas no âmbito do sujeito (como por exemplo medo, ansiedade, entre outras), contudo, também são potentes para promover reflexões e construções de novas perspectivas.

Portanto, compreender o processo de formação e de constituição do sujeito a partir dos pressupostos da Psicologia Histórico-Cultural é considerar que o meio impõe e determina mudanças e que, frente a falta de recursos cognitivos, psicológicos e materiais, o sujeito é demandado no sentido de buscar respostas e estratégias para sobreviver e continuar sua vida cotidiana. Neste cenário, a atuação do psicólogo escolar se configura como central, atuando de modo a proporcionar encontros potentes, fontes de tomada de consciência e a busca por estratégias de enfrentamento as demandas e necessidades atuais.

Segundo Martin-Baró (1996), um dos horizontes do fazer do psicólogo é o processo de conscientização, e isso deve ser o alicerce de sua práxis no ensino superior. As ações desse profissional devem ser sustentadas na criação de situações sociais de desenvolvimento, marcadas pela possibilidade da vivência que permite ressignificar os sentidos configurados nas relações escolares, construídas em um processo histórico. A vivência pode ser compreendida como um conjunto de experiências carregadas de fortes emoções que podem ser significadas pelo sujeito de diferentes formas (VIGOTSKI, 1931/2006, 1931/2010). Pode-se pensar que a vivência nasce do processo de tomada de consciência do sujeito de suas próprias necessidades, limitações e caminhos para a superação. Neste sentido, cabe o seguinte questionamento: como promover vivências que sejam promotoras do processo de conscientização?

O processo de desenvolvimento da consciência em relação as práticas escolares e seus significados e sentidos em direção a uma atividade emancipatória exige a construção de coletivos que, de modo intencional, favorecem o processo de vivências pela troca de experiências, diálogos, compartilhamento de anseios, preocupações, conquistas, entre outros fatores que só acontecem no e com o coletivo. Segundo a perspectiva histórico-cultural, não há consciência possível de ser desenvolvida fora das relações humanas (CLOT, 2014). É neste sentido que defende-se a ideia de que o fortalecimento e construção de coletivos seja um dos principais desafios, ainda que não único, do psicólogo escolar inserido no ensino superior, e que em um contexto de pandemia torna-se ainda mais importante para o enfrentamento das diversidades e desafios colocados.

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 7, p. 49707-49719 jul. 2020. ISSN 2525-8761 4 POSSIBILIDADES E DESAFIOS DA CONSTRUÇÃO E FORTALECIMENTO DE COLETIVOS

O trabalho de ensinar e também de aprender refere-se a uma atividade em que várias pessoas colaboram e atuam. No ensino superior, é necessário a formação de vários coletivos que se interagem na busca de um mesmo objetivo - a formação do aluno. Um exemplo disso são os coletivos de professores, em que cada qual com suas respectivas disciplinas fazem a mediação das habilidades e competências necessárias, pensando também nas inúmeras estratégias que favorecem o envolvimento dos alunos. Outro exemplo são os coletivos de professores e alunos, que ocorrem a partir de uma interação que visa promover a aprendizagem dos discentes. Neste último exemplo, os professores a partir da interação com os alunos conseguem construir e mudar percursos pedagógicos a fim de favorecer o processo de formação acadêmica. No entendo, cabe questionar: o que é coletivo?

O coletivo está para além da simples presença física entre as pessoas (como professores, coordenadores, alunos), pois exige que haja interação entre elas e também a presença de um objetivo que é compartilhado entre todos (LANE, 1989). Muitos são os desafios e a importância da formação de coletivos dentro do espaço escolar, já que o processo educacional é relacional, depende do envolvimento de vários pessoas, e que seria praticamente impossível lidar com as complexas demandas do contexto escolar de modo solitário (CASSÃO, CHALUH, 2018; PAPI, MARTINS, 2019). Portanto, construir coletivos não é tarefa fácil, não se dá apenas em função das relações cotidianas nas quais, de modo quase que inevitável, conversarmos e interagimos com as pessoas. Construir coletivos exige intencionalidade, tempo, espaço, domínio e conhecimento sobre as relações humanas. Este é um dos principais desafios do psicólogo escolar que com seus saberes, práticas e competências irá facilitar o processo de construção de coletivos que busquem refletir sobre os dilemas que impactam o processo educacional, criando um espaço para o processo de tomada de conscientização que seja capaz de mobilizar as ações dentro dos muros das instituições de ensino superior.

É pelo processo de tomada de consciência que os atores escolares conseguem refletir sobre suas práticas, rompendo com esquemas fatalistas que muitas vezes permeiam e dificultam a prática docente, expressa em falas como por exemplo: "Alunos são todos desinteressados mesmo", "Isso não adianta", entre outros discursos que revelam uma forma de pensar que acaba por cristalizar as práticas transformadoras e emancipatórias. Neste sentido, torna-se importante algumas questões para avançar nas reflexões propostas: como o Psicólogo irá promover e construir coletivos dentro dos espaços escolares em um contexto de pandemia? Ainda, qual é a importância do coletivo neste contexto?

Se antes da pandemia apontava-se as dificuldades da construção de coletivos nos espaços escolar, no contexto atual tal situação gravou-se mais ainda. Isto porque, perdeu-se o espaço físico

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como fonte de interação, não há mais a cotidianidade que nos colocam em contato e relação com outras pessoas. Em um contexto anterior à pandemia, ainda que não houvesse um coletivo propriamente construído, existiam as relações cotidianas que favoreciam trocas, contatos e uma ideia (ainda que equivocada) de pertencimento. Agora, tem-se como desafio a formação de coletivos utilizando-se as ferramentas tecnológicas de comunicação.

No contexto de pandemia o trabalho do professor no ensino superior tornou-se algo bastante solitário, conduzindo suas aulas (na maior parte das instituições de ensino superior) de modo online. A fim de minimizar o contágio pelo SARS-CoV-2, o Mistério da Educação (MEC) autorizou a substituição de disciplinas teóricas, oferecidas em modalidade presencial, por aulas remotas com auxilio das ferramentas digitais (BRASIL, 2020). Esta mudança afetou de muitas formas a constituição identitária do professor, já que o mesmo teve a interação com os alunos bastante comprometida. Se antes, a prática de ensino era realizada pelo contato “olho no olho” com os alunos, apreendendo suas reações e utilizando-as como forma de regulação da fala e pensamento, agora o mesmo olha para si mesmo (sua imagem na câmera) ou para seu material orientador de aula (como por exemplo, seus slides). O trabalho, que era interativo e colaborativo, tornou-se bastante solitário. A partir desse novo cenário, torna-se necessário que essas novas formas de relações no contexto educacional sejam olhadas, discutidas e pensadas, de modo a conferir sentido e significado para as práticas de ensino exigidas nesse atual contexto.

Neste sentido, os professores além de conviverem com a solidão que permeia sua prática docente, também precisaram reconfigurar seus sentidos e significados em relação ao processo de aprendizagem. Se antes o elemento que dava sentido ao fazer docente no ensino superior era o processo de desenvolvimento dos alunos, demonstrado por meio de questionamentos, movimentos e expressões corporais em sala de aula, agora perdeu-se todos esses elementos que confere qualidade e sentido para os processos de ensino-aprendizagem.

Segundo Vigotski (1934/1991), são nas interações que o sujeito participa em que sentidos e significados vão sendo construídos, e as práticas sociais passam a ser apropriadas. Para esse teórico, a apropriação dos valores e leis da natureza se dá pela atribuição de significado, que refere-se à conceitualização dos elementos do mundo. Contudo, no processo de apropriação dos significados, também há a configuração de um sentido que é único, e que remente à sensações e memórias singulares, mas que se dá também em um determinado contexto histórico e social. Sendo assim, em uma situação desconhecida para o sujeito, como por exemplo pela atual conjuntura vivida de isolamento social, em que a maior parte da população encontra-se em uma relação nunca vivida, torna-se ainda mais necessário o processo permanente de apropriação de significados e construção de sentidos.

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Os alunos também tiveram que passar nesse processo por ressignificações em relação ao papel do ensino superior e das aulas remotas na formação. Muitos não conseguiram se adaptar tão rapidamente ao modelo de aulas remotas, isto porque em um contexto de pandemia muitos outros fatores somam-se e fazem com que a rotina em relação aos estudos seja limitada. Alguns alunos tiveram que conciliar todas as demandas escolares com o medo de contrair o vírus (ou do contágio de alguém de seu núcleo familiar) ou de perder seus empregos fonte de sustento em relação aos estudos. Sendo assim, estas seriam demandas para o psicólogo escolar lidar e atuar, a fim de oferecer um espaço de escuta e acolhimento para esses alunos no que refere-se a atividade de estudo e das demandas afetivas.

Com o ensino remoto, muitos alunos também não tiveram acesso tão facilmente aos instrumentos de comunicação online. Em nosso contexto, algumas pessoas encontram-se excluídas do acesso às tecnologias de informação. Ainda, há aqueles alunos que mesmo tendo acesso às redes de comunicação online, apresentam a dificuldade de se ter um lugar calmo e silencioso para se realizar a atividade de estudo, por inúmeros motivos: dividem a casa com várias pessoas, possuem crianças, entre outros aspectos. Todos esses fatores impactam diretamente no processo de aprendizagem, fazendo com que o aluno perca o sentido de estar realizando e arcando com todas as despeças que um ensino superior exige. Neste sentido, muito alunos estão pensando ou já desistiram da sua formação. Sendo assim, o psicólogo escolar neste contexto apresenta como desafio favorecer mediações a fim de que esses alunos sejam incluídos novamente no processo de educação superior. Alunos que foram incluídos no ensino superior, mas que por conta de sua organização em tempo de pandemia foram excluídos de alguma forma.

Outro elemento que permeia a construção de coletivo é a dimensão afetiva, que orienta nossa ação humana em vários aspectos e que será melhor discutido a seguir.

5 O PAPEL DOS AFETOS NA CONSTRUÇÃO DE COLETIVOS

A partir de um trabalho focalizado na construção de coletivos, torna-se possível a expressão de afetos dos sujeitos frente ao processo de ensino e aprendizagem em um contexto de pandemia. Segundo Espinosa (1957), os afetos podem ser compreendidos como: "as afecções do corpo, pelas quais sua potência de agir é aumentada ou diminuída, estimulada ou refreada, e, ao mesmo tempo, as idéias dessas afeções."(p. 50)

A partir dos postulados de Espinosa (1957), pode-se compreender que as expressões da emocionalidade humano é fruto das afecções que o corpo sofre a partir das relações e interações que estabelece. Portanto, as emoções suscitadas em um contexto de pandemia (como por exemplo medo,

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insegurança, ansiedade) não encontram-se presente no vírus em si, mas no modo como o sujeito é afetado por ele e também suas implicações sociais, econômicas, relacionais e políticas.

Para que haja saúde mental em um contexto de pandemia, muitas vezes é necessário a migração das emoções, a ressignificação das mesmas, de modo que as afecções que causam padecimento, imobilidade, sejam transformadas possibilitando a expressão da potencialidade humana. Segundo Espinosa (1957), para que haja o desenvolvimento dos afetos é necessário que o sujeito que encontra-se em um estado psicológico de padecimento entre em contato com um outro sujeito em um estado contrário ou diferente, para que esse primeiro tenha seu estado subjetivo alterado, desenvolvido. Em uma situação contrária, quando o sujeito que está desanimado ou padecido entra em contato com um outro que também apresenta o mesmo estado afetivo que o seu, a tendência é a manutenção dessas mesmas afecções. Nas palavras de Espinosa (1957):

Um corpo, em movimento ou em repouso, deve ter sido determinado ao movimento ou ao repouso por um outro, o qual, por sua vez, foi também determinado ao movimento ou ao repouso por um outro, e este último, novamente, por um outro e, assim, sicessivamente, até o infinito (p.32).

Sendo assim, os afetos só podem ser migrados, desenvolvidos e ressignificados pelo estabelecimento de encontros que sejam potentes, no sentido de promover transformações dos afetos humanos. Este é um dos desafios do psicólogo escolar no contexto do ensino superior: promover bons encontros, que sejam potentes para mobilizar os afetos humanos. Segundo Vigotski (1934/1991), toda nossa ação ou atividade humana tem como base o afetivo que impulsiona e direciona o processo de desenvolvimento humano.

Neste sentido, na perspectiva histórico-cultural não é possível o desenvolvimento de afetos de modo individual, em uma relação do sujeito com ele mesmo, assim como também não é possível com outras funções psicológicas como a consciência, percepção, imaginação, entre muitas outras (PAES, 2020). Sendo assim, para uma reflexão sobre as questões afetivas e também da consciência humana é necessário inserir o sujeito em um contexto de relação, o qual precisa de intencionalidades para a construção de encontros que sejam potentes. No contexto do ensino superior o psicólogo escolar precisa construir encontros, em que seja possível o desenvolvimento da fala humana, a qual será promotora de expressão de significações e do desenvolvimento do pensamento. Para Vigotski (1934/1991), fala e pensamento encontram-se em uma relação indissociável e que um não existe sem o outro. O exercício da fala é uma das condições mais humanas que existem, e que segundo Espinosa (1957) quando há um contexto em que o sujeito possa existir e se colocar enquanto humano sua potência de agir é sempre aumentada.

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Espinosa (1957) traz a ideia de que quando o sujeito não é capaz de refletir ou tomar consciência sobre seus afetos e, por conseguinte, transformá-los, o mesmo encontra-se em um estado de servidão. Em suas palavras: "o homem submetido aos afetos não está sob seu próprio comando, mas sob o do acaso" (p. 78). Sendo assim, trabalhar com a dimensão afetiva é focalizar no processo de libertação humana, conceito este tão discutido pela Psicologia Histórico-Cultural. Ao contrário do que é compreendido no senso comum em relação ao conceito de liberdade, relacionado a uma ação irresponsável e sem limites, na abordagem histórico-cultural relaciona-se a capacidade do sujeito de autorregular seus afetos, o que se dá por um conhecimento de si, do outro e da realidade.

As ações do psicólogo escolar no ensino superior precisam estar organizadas a fim de oferecer um contexto de acolhimento e reflexão sobre as demandas e dificuldades que permeiam o ensino em um contexto de isolamento social, o que pode ser organizado tomando com base as diferentes ferramentas onlines, construindo coletivos de diferentes naturezas (professores, alunos, gestores). Sem essas ações, dificilmente teremos a construção de um ensino de qualidade e a garantia de práticas de ensino e aprendizagem aliadas a saúde mental.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Inúmeros são os desafios econômicos, sociais e políticos em um contexto de pandemia, e que afetam de forma expressiva a vida das pessoas e instituições. Em relação ao contexto da educação, muitas foram as adaptações necessárias para a garantia do isolamento social como forma de proteção ao SARS-CoV-2. Na maior parte das instituições de ensino superior, em especial àquelas do contexto privado, adotou-se como principal encaminhamento o ensino remoto das aulas teóricas. A partir desta medida, uma serie de implicações e alterações foram necessárias e que modificaram de forma expressiva a forma como ocorrem os processos de ensino e aprendizagem, além da rotina de alunos, professores e equipe gestora. Neste contexto, muitas são as implicações, possibilidades e riscos em relação ao oferecimento de um ensino de qualidade. Neste artigo, tem-se a clareza que muitas medidas são importantes para a garantia de uma qualidade na formação superior, mas ressaltou-se que um dos caminhos é a construção e o cuidado com as relações humanas frente aos processos de ensino e aprendizagem em um contexto de pandemia.

A partir destas reflexões, apontou-se o papel do psicólogo escolar como sendo o principal profissional que poderia ajudar no cuidado e atenção as relações humanas dentro dos muros das instituições de ensino superior, em especial no que refere-se a construção de coletivos que sejam potentes para a configuração de novos sentidos e significados em relação ao processo de ensino e de aprender para todos os atores envolvidos (professores, alunos, equipe gestora). Via de regra, o cuidado com as relações humanas não é colocado como uma demanda prioritária pelas instituições escolares,

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o que favorece a construção de um cenário educacional com diversas fragilidades e dificuldades de enfrentamento frente as demandas de extrema complexidade que afetam o contexto escolar sendo fonte, muitas vezes, do adoecimento mental de professores e alunos, desistência em relação ao curso superior (no caso dos alunos) e a não construção e uma práxis que seja promotora de transformação e desenvolvimento frente as demandas atuais da sociedade.

Neste sentido, uma das ações do psicólogo escolar no ensino superior, ressaltadas pelas demandas e dificuldades em um contexto de isolamento social, é a promoção e fortalecimento de coletivos, que rompa com esquemas propagadores do sentimento de solidão, abandono, falta de sentido e vontade de desistir. Sendo assim, cabe ao psicólogo escolar construir encontros potentes, capazes de transformar os afetos que muitas vezes estão na base de modos de agir e pensar cristalizados e individualizados. No entanto, como fazer isso? Como criar encontros potentes?

Alguns estudos no campo da Psicologia Escolar vem apontando caminhos para a construção de encontros potentes, tendo em vista a formação de coletivos, como por exemplo os estudos de Andrada et al. (2019) e Barbosa e Souza (2018), que vem investigando o potencial da arte no favorecimento de bons encontros. No entanto, ainda faltam estudos que tragam caminhos e possibilidades de ações para o psicólogo escolar no ensino superior. Este cenário deriva-se de vários fatores, envolvendo desde a falta de espaço do psicólogo escolar para atuar no ensino superior, já que a maioria das instituições não contem este profissional como parte da equipe miníma, até a falta de estudos realizados no contexto do ensino superior. Sendo assim, destaca-se a importância de estudos futuros que socializem relatos de experiências favorecedores de um contexto potente de promoção de desenvolvimento humano no ensino superior tendo como pano de fundo a saúde mental de seus atores.

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