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Estações zoológicas: uma vivência compartilhada para o ensino de ciências / Zoological Stations: A shared experience for Science Teaching

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.5, p.24405-24417 may. 2020. ISSN 2525-8761

Estações zoológicas: uma vivência compartilhada para o ensino de ciências

Zoological Stations: A shared experience for Science Teaching

DOI:10.34117/bjdv6n5-044

Recebimento dos originais:04/04/2020 Aceitação para publicação:05/05/2020

Luciane Aparecida Guimarães Feitoza

Mestranda em Programa de Pós-Graduação em Sistemas Costeiros e Oceânicos da Universidade Federal do Paraná (UFPR)

Universidade Federal do Paraná.

Endereço:Av. Beira-mar, s/n - Pontal do Sul / PR – Brasil. CEP: 83255976 E-mail: lucianeguimaraesf@gmail.com

Fabricia de Souza Predes

Doutora em Biologia Celular e Estrutural pela Universidade de Campinas Universidade Estadual do Paraná - UNESPAR Campus Paranaguá/PR

Endereço:Rua Comendador Correa Junior, 117 – Centro. Paranaguá – PR. CEP: 83203-560 E-mail: fabricia.predes@unespar.edu.br

Josiane Aparecida Gomes Figueiredo

Doutora em Genética pela Universidade Federal do Paraná Universidade Estadual do Paraná - UNESPAR Campus Paranaguá/PR

Endereço:Rua Comendador Correa Junior, 117 – Centro. Paranaguá – PR. CEP: 83203-560 E-mail: josian.figueiredo@unespar.edu.br

RESUMO

Fugir do método tradicional de ensino é uma tarefa difícil e desafiadora para os docentes atuais e principalmente para os futuros docentes. Durante a permanência no Pibid, o licenciando desenvolve a capacidade de planejar, liderar e desenvolver práticas de ensino, a partir da reflexão da própria prática e da teoria. Este artigo relata a Saída Pedagógica: “Estações Zoológicas” realizada pelos bolsistas Pibid com alunos dos 7º anos do Colégio Estadual “Cidália Rebello Gomes” para a Universidade Estadual do Paraná – Campus Paranaguá/PR. A atividade compreendeu quatro estações com oficinas sobre a classificação dos seres vivos, introdução ao Reino Metazoa, diversidade de invertebrados e vertebrados. A atividade promoveu a aproximação e integração dos alunos do ensino fundamental com a universidade, além de proporcionar o conhecimento das principais características do Reino Metazoa.

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ABSTRACT

Breaking away from the traditional teaching method is a daunting task for current teachers, especially future ones. While in Pibid, trainee teachers develop the skill of planning, leading, and creating teaching practices based on their own practice and theory. This article reports on the Zoological Stations Pedagogical Field Trip, organized by Pibid scholars for seventh-grade students of Cidália Rebello Gomes State School, to Paraná State University – Campus Paranaguá/PR. This activity comprised of four stations with workshops on classification of living organisms, introduction to the Metazoa kingdom, and diversity of invertebrates and vertebrates. The activity fostered interaction between elementary school students and the university and provided knowledge on the main characteristics of the Metazoa kingdom.

Keywords: Pibid; Teacher education; Metazoa kingdom.

1 INTRODUÇÃO

O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid) é um programa de incentivo e de aprimoramento do processo de formação de docentes para a educação básica. Com início em 2007, o programa priorizava áreas de atuação que apresentavam carência de professores no Ensino Médio. Entretanto com resultados positivos, tornou-se a partir de 2009, um programa de atendimento para a Educação Básica, incluindo educação de jovens e adultos, indígenas, campo e quilombolas, onde puderam participar dos editais tanto as universidades federais como as estaduais (Brasil, 2013a).

O Pibid é uma proposta extracurricular que oferece bolsas para que acadêmicos de licenciatura exerçam atividades pedagógicas em escolas públicas de educação básica incentivando assim a formação de docentes e a valorização do magistério; contribuindo para a integração entre teoria e prática para a aproximação entre universidades e escolas; promovendo a melhoria da qualidade na formação inicial de professores, bem como nos processos de ensino-aprendizagem (Brasil, 2013b).

O licenciando que participa do programa tem a oportunidade de vivenciar a prática docente desde o início da graduação, agregando uma gama de conhecimentos e experiências relacionadas às exigências e dificuldades da profissão de professor, na busca em superar problemas identificados nos processos de ensinar e de aprender (Predes & Figueiredo, 2017). O Pibid estimula também o acesso e a permanência dos acadêmicos nos cursos de licenciatura (Rausch & Frantz, 2013).

Segundo Silva Filho et al. (2007), a evasão de alunos no ensino superior é um dos problemas que afligem diversas universidades. Um levantamento socioeconômico realizado com os acadêmicos de Ciências Biológicas da UNESPAR – Campus Paranaguá, no qual

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.5, p.24405-24417 may. 2020. ISSN 2525-8761 participaram 95 acadêmicos, constatou que grande parte dos acadêmicos já cogitou em desistir do curso por motivos financeiros, uma vez que a grade horária é em período integral, dificultando oportunidades no mercado de trabalho. Além disso, as vagas de estágios remunerados são escassas e destinadas, em sua maior parte, para trabalhos em período diurno. Diante do exposto, a bolsa proporcionada pelo Pibid é fundamental para que os acadêmicos possam se manter e assim concluir a graduação (Unespar, 2017).

Durante a permanência do licenciando no programa ele desenvolve a capacidade de planejar, liderar e desenvolver práticas de ensino, a partir da reflexão da própria prática e da teoria que ele aprende em sala de aula (Figura 1). Teoria, prática, observação e planejamento interagem nas questões relacionadas ao ensino e aprendizagem dentro e fora da universidade. Os conhecimentos teóricos dentro de cada uma das disciplinas são abordados de forma reflexiva e crítica ao longo do tempo, pois estão ligados ao que se está vivenciando na escola.

Figura 1: O desenvolvimento do acadêmico licenciando e as possibilidades de trabalho no Pibid.

O Pibid promove a inserção do licenciando no âmbito escolar estabelecendo cooperação entre universidades e escolas, o que contribui com a elevação da qualidade de ensino da educação básica. Assim, a formação inicial de professores é estimulada pela elevação da qualidade das ações pedagógicas, além disso, os alunos entram em contato com a universidade e têm a oportunidade de conhecer diversas áreas do ensino superior que poderão

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.5, p.24405-24417 may. 2020. ISSN 2525-8761 ingressar futuramente em seus estudos (Rausch & Frantz, 2013).

O Pibid resgata a importante aproximação entre a universidade e a escola pública, o que proporciona o retorno do professor/supervisor a universidade. Tal aproximação propicia diálogos e trocas de ideias entre professores da universidade, das escolas e os bolsistas criando possibilidades de uma atividade contínua e sistemática de prática docente (Predes & Figueiredo, 2017).

Nas disciplinas de Ciências e Biologia, o estudo da Biodiversidade é um dos conteúdos estruturantes das Diretrizes Curriculares da Educação Básica, que inclui o ensino de Sistemática e Taxonomia, o qual possibilita a compreensão da diversidade biológica baseada na evolução dos seres vivos (Paraná, 2008). Dessa forma, são abordados conceitos sobre espécie, as categorias taxonômicas, regras de nomenclatura e árvores filogenéticas, englobando o estudo científico de toda a biodiversidade e a sua relação entre os seres vivos (Liporini, 2016).

Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais: Ciências Naturais (Brasil, 1998), a aprendizagem sobre a diversidade da vida pode ser significativa aos alunos mediante oportunidades de contato com uma variedade de espécies que podem observar, direta ou indiretamente e manusear. São pesquisas que devem proporcionar aos alunos conhecimentos sobre as formas e as funções do corpo relacionados aos hábitos e habitats dos seres vivos, contribuindo para formar um painel amplo e interessante sobre a vida na Terra. Entender como funcionam os ambientes da natureza e como a vida se renova e se mantém implica reconhecer a importância da biodiversidade relacionada aos diferentes ambientes da Terra (Paraná, 2008). Cabe ao educador refletir sobre os conteúdos que ensina e também sobre os que irá ensinar, constantemente avaliando e construindo a área de Ciências em sua escola. Para tornar as aulas interessantes, o professor deve incentivar o aluno a experimentar, a observar, a esquematizar ideias, a valorizar a vida, a respeitar os seres vivos e o espaço físico onde está inserido. Dessa forma, o aluno compreenderá melhor a sua realidade global ou regional (Krasilchik, 1987; Paraná, 2008; Ataíde & Silva, 2010).

Suart & Marcondes (2018) destacam que apesar da importância, o ensino de Ciências tem enfrentado vários desafios, entre eles a forma que se dá a transmissão das informações e memorização, por meio de aulas expositivas e a utilização de livro didático.

Rosito (2008) defende a utilização de atividades experimentais, em sala ou no laboratório, pois a autora acredita que atividades práticas favorecem a interação entre professores e alunos, propicia oportunidades de planejamento conjunto e a elaboração de

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.5, p.24405-24417 may. 2020. ISSN 2525-8761 estratégias de ensino, favorecendo o aprendizado do ensino de Ciências.

A formação do professor de ciências deve oferecer ferramentas para a elaboração de materiais didáticos, novas práticas e metodologias tais como júri simulado, peças teatrais, debates e feiras de ciências, para que os alunos consigam superar uma visão de ciência simplista, distorcida, exata e infalível que rodeia nossas salas de aula (Silva, 2010).

Paredes & Guimarães (2012) consideram o Pibid um espaço importante na formação inicial dos professores, sendo possível garantir a oportunidade de refletirem sobre os problemas reais de ensino-aprendizagem, fundamentados no arcabouço teórico da área de ensino de ciências e desenvolver atividades em sala de aula capazes de gerar mudanças significativas na aprendizagem.

As atividades realizadas no Pibid têm propiciado aos bolsistas o conhecimento prático, discussão e reflexão sobre temas de diferentes áreas das Ciências e Biologia, reunindo teoria e prática com abordagens modernas e atualizadas. Além de propiciar a formação de recursos humanos e o estímulo aos licenciandos pelo conhecimento de novas tecnologias que poderão enriquecer atividades pedagógicas; realizar atividades lúdicas do ensino de ciências e biologia que levem à compreensão de conceitos teóricos contextualizados com a prática e a vida cotidiana; e promover a divulgação do curso de licenciatura e o conhecimento das atividades desenvolvidas pelos licenciandos, estimulando um aumento na demanda de novos docentes na área de Ciências e Biologia voltados ao ensino público (Predes & Figueiredo, 2017).

Atividades práticas são necessárias para instigar o interesse e curiosidade dos alunos em estudar e explorar os campos da Ciência. Dessa forma, o professor torna-se mediador do conhecimento e os alunos apresentam uma maior interação e curiosidade durante as aulas. No colégio em que o Pibid atua, sabe-se que muitos alunos vão em busca da merenda escolar e encontro com os colegas, uma vez que a maioria é oriunda de famílias que enfrentam carência financeira e afetiva (PPP, 2017). Percebe-se que propor atividades diferentes são de suma importância para despertar o interesse dos alunos e contribuir para a melhora no relacionamento entre os alunos e a comunidade escolar.

Neste contexto, o presente trabalho visa mostrar o relato da atividade “Saída Pedagógica: Oficina de Estações Zoológicas” realizada com alunos do 7º ano. Com o objetivo de aproximar os estudantes do ensino fundamental à universidade e estimular a formação inicial e a formação continuada de professores, as atividades foram realizadas no campus da UNESPAR.

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2 METODOLOGIA

O subprojeto Pibid Biologia da UNESPAR – Campus Paranaguá atua nas escolas de ensino básico por meio de projetos e planos de aulas, estimulando as ações pedagógicas por meio de metodologias inovadoras e diferenciadas contextualizadas com os conteúdos estruturantes do ensino de Ciências e Biologia.

Durante a execução das atividades do Pibid, os conteúdos eram propostos pelas supervisoras e as atividades então planejadas em conjunto entre os licenciandos, supervisoras e coordenadoras. A partir da escolha das atividades a serem realizadas, os licenciandos propunham um projeto ou plano de aula, que eram corrigidos pelas supervisoras e depois pelas coordenadoras. Após as devidas correções, eram providenciados os materiais e as metodologias eram testadas antes da execução das atividades.

A organização geral da atividade “Saída Pedagógica: Oficina de Estações Zoológicas” foi realizada pelas coordenadoras e bolsistas do Pibid Subprojeto de Biologia UNESPAR - Campus Paranaguá juntamente com a professora supervisora e a comunidade escolar.

A atividade foi planejada para alunos de cinco turmas dos 7º anos do Colégio Estadual “Cidália Rebello Gomes”. As turmas foram divididas em dois grandes grupos e participaram da atividade em turnos diferentes preferencialmente no seu contra turno.

O colégio está situado na Ilha dos Valadares, na cidade de Paranaguá/PR à aproximadamente 2 km do campus. Com autorização dos pais ou responsáveis dos alunos, o trajeto entre o colégio e a universidade foi realizado a pé coordenado pela professora supervisora e funcionários do colégio.

A “Saída Pedagógica” teve como tema o Reino Metazoa de forma contextualizada com uma síntese sobre a evolução dos animais invertebrados e vertebrados. Para a atividade foram preparadas previamente quatro salas, sendo cada uma considerada uma estação zoológica que compreenderam atividades sobre: a) Diversidade de animais invertebrados; b) Diversidade de vertebrados; c) Classificação dos seres vivos e d) Animais invertebrados e vertebrados (Figura 2).

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Figura 2: Atividades desenvolvidas na “Saída Pedagógica: Oficina de Estações Zoológicas

Houve uma apresentação de parte do espaço físico da universidade para os alunos. Após a apresentação, os alunos foram divididos em quatro grupos para a participação das oficinas de Estações Zoológicas. Cada aluno ao entrar em uma estação recebeu uma fita colorida para que pudesse identificar qual estação já havia participado. Os grupos passaram por cada estação, com tempo aproximado de 20 minutos e desenvolveram as seguintes atividades:

- Estação 1: Diversidade de animais invertebrados, compreendendo os grupos representantes de poríferos; cnidários; moluscos; anelídeos; artrópodes e equinodermos.

- Estação 2: Diversidade de animais vertebrados, compreendendo representantes dos cordados - peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos.

Na estação 1 e 2 os alunos receberam uma explicação sobre cada grupo, posteriormente exploraram as Coleções Zoológicas manuseando os animais e observando a sua morfologia e respondendo um relatório de aula prática contemplando perguntas simples e desenhos sobre os grupos trabalhados. Foi disponibilizada uma lupa para que os alunos observassem mais detalhes dos animais.

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.5, p.24405-24417 may. 2020. ISSN 2525-8761 Biologia do programa Telecurso 2000 sobre a classificação dos seres vivos (<https://www.youtube.com/watch?v=qzxRCAMB-gk>).

- Estação 4: Animais invertebrados e vertebrados – os alunos assistiram a uma tele aula de Ciências do programa Telecurso 2000 sobre os animais invertebrados e vertebrados (<https://www.youtube.com/watch?v=JBoRKoRht88>).

Nas estações 3 e 4 após assistirem os vídeos houve uma breve discussão sobre o tema proposto.

Os alunos foram avaliados a partir das respostas dos relatórios de aula prática, juntamente com as discussões, debates e participação no decorrer das atividades desenvolvidas nas estações.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A atividade foi proposta para cinco turmas de 7º anos com aproximadamente 30 alunos cada. Entretanto, como foi uma atividade realizada em contra turno, nem todos os alunos obtiveram autorização dos pais ou responsáveis ou interesse em participar. O primeiro grupo teve aproximadamente 35 alunos, enquanto o segundo grupo, 65 alunos.

Observou-se que o tempo proposto para a realização de cada estação somado ao tempo que os alunos levaram para chegar à universidade foi insuficiente para que os alunos conseguissem concluir as atividades propostas. Recomenda-se que para o desenvolvimento desta oficina de Estações Zoológicas seja disponibilizada uma hora aula para cada estação, além do tempo necessário para o deslocamento dos alunos.

No colégio em que a atividade foi proposta, a maioria dos alunos não apresentam o hábito de realizar tarefas escolares em casa sendo uma reclamação recorrente entre os professores. Apenas 25% dos alunos participantes entregaram os dois relatórios completos ou parcialmente respondidos; outros 25% entregaram apenas um dos relatórios completos ou parcialmente respondidos. O restante dos alunos (50%) não entregou nenhum dos relatórios de aula prática propostos.

Segundo Lima (2013), as tarefas escolares para casa representam uma possibilidade de fixação e aprofundamento dos conceitos abordados durante as aulas. Além disso, são oportunidades do aluno resolver sozinho sem a interferência dos colegas, com mais concentração e no seu próprio tempo, sendo um aspecto positivo no processo de aprendizagem. No entanto, para essa atividade, propõe-se que os relatórios sejam entregues ao final das oficinas antes dos alunos retornarem ao colégio, visto que os alunos poderão consultar as

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.5, p.24405-24417 may. 2020. ISSN 2525-8761 Coleções Zoológicas, o professor e o livro didático para responder as questões.

Avaliando os relatórios de aulas práticas que foram entregues, a maioria dos alunos demonstrou o entendimento das atividades propostas (aproximadamente 80%). Percebeu-se que as atividades propostas que exigiam apenas desenhos tiveram mais respostas do que as atividades com respostas mais elaboradas.

Fica evidente que atividades que contemplem a confecção de esquemas ilustrativos são mais atraentes para os alunos. Por meio dos desenhos, o aluno põe forma e sentido ao pensamento e ao conteúdo que foi assimilado (Andrade et al., 2007). No estudo sobre os seres vivos em Ciências Naturais, o registro realizado por meio do desenho de observação é um recurso fundamental. Por meio de suas próprias produções, os detalhes da anatomia externa dos seres vivos se tornam mais conhecidos dos alunos (Brasil, 1998).

Avaliando a participação e envolvimento dos alunos durante as estações, todos os alunos apresentaram interesse tanto pelas tele aulas como pelas Coleções Zoológicas. A grande maioria dos alunos participou ativamente das discussões, questionando e interagindo durante as atividades. As oficinas pedagógicas são recursos metodológicos que fomentam a participação e envolvimento dos alunos, promovem a construção do conhecimento e facilitam o processo de ensino/aprendizagem (Tavares; Silva & Almeida, 2014).

A experiência foi enriquecedora tanto para alunos como para os bolsistas do Pibid, pois através dela foi possível realizar uma reflexão sobre a prática pedagógica e os principais desafios da sala de aula.

Identificar o que funciona e o que pouco ou nada funciona no ensino e na aprendizagem é, sem dúvida, o melhor caminho para que se consiga empreender, com mais chances de êxito, uma educação de qualidade. Hattie (2009) ressalta que “O que é mais importante é que o ensino seja visível para o aluno, e que a aprendizagem seja visível para o professor. Quanto mais o aluno se tornar o professor e mais o professor se tornar o aluno, melhores serão os resultados”.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Apesar das dificuldades encontradas, a “Saída Pedagógica” com a execução de Estações Zoológicas possibilitaram aos alunos a compreensão dos critérios gerais para classificação do Reino Metazoa, a diferenciação dos grupos invertebrados e vertebrados, a caracterização das novidades evolutivas dos diferentes grupos de animais, bem como a integração e aproximação dos alunos do ensino fundamental com a universidade.

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.5, p.24405-24417 may. 2020. ISSN 2525-8761 O Pibid contribui de forma efetiva na formação docente. É evidente a diferença da atuação de um acadêmico licenciando que participa do Pibid durante a graduação, comparando com o que não participa. Essa diferença faz referência principalmente ao planejamento e execução das estratégias metodológicas desenvolvidas. Nesta perspectiva, parece existir uma divergência entre a apropriação dos saberes e as competências para ensinar/aprender esses saberes.

Tem-se a impressão de que os cursos de graduação são voltados para formação teórica, que apresenta-se um tanto distante da realidade escolar, visto que os licenciandos apenas terão contato com a vivência escolar nos anos finais da graduação, resultando em dificuldades pedagógicas, pois estes não estão realmente preparados para o enfrentamento da sala de aula. Desse modo, para os licenciandos que não participam do Pibid, o conhecimento prático pedagógico torna-se abstrato e desafiador.

O Pibid permite a integração dos bolsistas com os alunos da educação básica desde o início da graduação, contribuindo para a socialização destes no âmbito escolar, verificando que é de extrema importância que o futuro docente esteja familiarizado para práticas significativas, atrelando teoria a pratica no planejamento de suas aulas, demonstrando o que desenvolveu de modo sólido e pleno durante a sua trajetória acadêmica.

Os professores da educação básica vinculados ao Pibid contribuem para a formação docente dos acadêmicos bolsistas sendo supervisores dos trabalhos desenvolvidos em sala de aula. Dessa forma, os acadêmicos podem unir os conhecimentos apropriados durante o curso com a prática em sala de aula, sendo capacitados a auxiliar os professores no planejamento e execução das aulas, principalmente no desenvolvimento de atividades práticas, as quais muitas vezes demandam tempo e requerem auxílio em sua execução. Esse envolvimento dos professores com futuros docentes é extremamente importante, pois acrescenta conhecimentos e saberes para a vida profissional do licenciando.

Sem a prática vivenciada em sala de aula, os docentes recém-formados não teriam a competência o suficiente para lidar com os obstáculos e desafios encontrados no âmbito escolar. O Pibid contribui para formar profissionais da educação mais dinâmicos com o dia a dia da sala de aula. Fugir do método tradicional de ensino é uma tarefa difícil e desafiadora para os docentes atuais e principalmente para os futuros docentes.

Durante o Pibid, os bolsistas desenvolvem diversas estratégias para trabalhar metodologias diferenciadas, as quais dão suporte para a sua formação. Além disso, essas novas metodologias aplicadas em sala de aula fazem com que os alunos da educação básica

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n.5, p.24405-24417 may. 2020. ISSN 2525-8761 se mais à vontade com o conteúdo facilitando sua aprendizagem, de forma mais natural e ativa.

AGRADECIMENTOS

Este trabalho foi financiado pela Capes através do Pibid – Programa Institucional de Iniciação à Docência - Subprojeto Biologia UNESPAR Universidade Estadual do Paraná Campus Paranaguá.

REFERÊNCIAS

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Figura 1: O desenvolvimento do acadêmico licenciando e as possibilidades de trabalho no Pibid
Figura 2: Atividades desenvolvidas na “Saída Pedagógica: Oficina de Estações Zoológicas

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