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GANHO DE PESO GESTACIONAL E FATORES ASSOCIADOS EM GESTANTES E RECÉM-NASCIDOS

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Academic year: 2021

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Programa de Pós-Graduação em Atenção Integral à Saúde

http://dx.doi.org/10.21527/2176-7114.2019.37.20-29

Ganho de Peso Gestacional e Fatores Associados

em Gestantes e Recém-Nascidos

Rafaela Santi Dell’Osbel

1

, Cleber Cremonese

2

, Maria Luisa de Oliveira Gregoletto

3 RESUMO

Objetivo: O presente estudo teve como objetivo medir o Ganho de Peso Gestacional (GPG) e identificar os fatores associados em gestantes e recém-nascidos. Métodos: Trata-se de um estudo epidemiológico observacional transversal, em uma coorte constituído por gestantes e recém-nascidos usuários da Atenção Básica de Caxias do Sul/RS. Os dados foram coletados em três momentos distintos, sendo no primeiro e terceiro trimestres gestacional e no primeiro mês após o nascimento do bebê. Resultados: A amostra constituiu-se de 47 gestantes e recém-nascidos. Destas, 28,3% apresentaram GPG insuficiente, 34,8% GPG adequado e 37% GPG excessivo. As gestantes com escolaridade até 10 anos de estudo apresentaram maior prevalência de GPG insuficiente (48,0%), já nas que dispunham de 11 anos ou mais de estudo foi constatada maior prevalência de GPG adequado (52,4%) (p=0,024). Ainda, observa-se associação significativa com comprimento ao nascer (p-valor 0,035) e com a alimentação na primeira semana de vida (p-valor 0,037). Conclusões: Conclui-se que as gestantes apresentam elevada pre-valência de GPG excessivo. Ainda, identificou-se associação significativa entre o GPG insuficiente com a baixa escolaridade e ao menor comprimento ao nascer. Houve associação entre o GPG excessivo e elevada prevalência para Aleitamento Materno Exclusivo (AME) na primeira semana de vida. Desta forma, percebe-se a necessidade de estratégias para adequar e orientar o GPG, assim como instruir hábitos de vida saudáveis e reforçar a necessidade do cuidado pré-natal para a saúde da gestante e do recém-nascido.

Palavras-chave: Gravidez. Ganho de peso. Fatores de risco. Recém-nascido.

GESTIONAL WEIGHT GAIN AND FACTORS ASSOCIATED WITH PREGNANT AND NEWBORNS ABSTRACT

Objective: The present study aimed to measure gestational weight gain (GWG) and to identify the associated factors in preg-nant and newborns. Methods: This is an observational cross-sectional epidemiological study in a cohort of pregpreg-nant and newborn users of Basic Care in Caxias do Sul/RS. The data were collected in three different moments, being in the first and third gestational trimester and in the first month after the baby’s birth. Results: The sample consisted of 47 pregnant and newborns, of whom 28.3% had insufficient GWG, 34.8% had adequate GWG and 37% had excessive GWG. Pregnant women with schooling up to 10 years of schooling presented a higher prevalence of insufficient GWG (48.0%), while those with 11 years or more of study had a higher prevalence of adequate GWG (52.4%) (p = 0.024). Also, a significant association with length at birth (p-value 0.035) and feeding during the first week of life (p-value 0.037) was observed. Conclusions: It is con-cluded that pregnant women have a high prevalence of excessive GWG. Also, a significant association was identified between the poor GWG with the low level of education of the pregnant woman and the shorter length at birth. There was an asso-ciation between excessive GWG and high prevalence for exclusive breastfeeding in the first week of life. Thus, the need for strategies to adjust and guide GWG, as well as to instruct healthy life habits and to reinforce the need of prenatal care for the health of the pregnant woman and the newborn, is perceived.

Keywords: Pregnancy. Weight gain. Risk factors. Newborn. RECEBIDO EM: 13/9/2018

MODIFICAÇÕES REQUERIDAS EM: 15/7/2019 ACEITO EM: 31/7/2019

1Mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde: Ginecologia e Obstetrícia pela Universidade Federal do Rio Grande do

Sul (UFRGS). ra.fasanti@hotmail.com

2Doutor em Ciência – Saúde Pública e Meio Ambiente pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz). Mestre em Saúde

Coletiva pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). Docente do Programa Integrado em Saúde Ambiental e do Trabalhador, Instituto de Saúde Coletiva (ISC), Universidade Federal da Bahia (UFBA). clebercre@yahoo.com.br

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INTRODUÇÃO

A gestação é uma fase fisiológica importante ao ciclo vital que envolve uma série de mudanças hormo-nais e, por isso, tem demanda de cuidados no âmbito da saúde, especialmente o nutricional (WEISSGERBER; WOLFE, 2006). No campo da nutrição essa fase requer cuidados e atenção em razão da variação no metabo-lismo de nutrientes e aumento na demanda energéti-ca da gestante (COUNCIL, 2009). Como a não adequa-ção da alimentaadequa-ção pode acarretar em um aumento dos riscos durante a gestação, cabe ao profissional nutricionista orientar sobre a ingestão correta dos alimentos, quando recomenda-se que as gestantes tenham uma alimentação variada, seguindo as quan-tidades indicadas pelos guias alimentares (VOIDAZAN

et al., 2018).

Para a determinação da necessidade nutri-cional da gestante é necessário considerar fatores relevantes, como o estado nutricional pré-gestacio-nal, comportamento e estilo de vida, fatores genéti-cos associados, além de práticas alimentares culturais (COUNCIL, 2009). Como consequência de uma nutri-ção adequada, seguindo as necessidades individuais de cada gestante, o resultado é o desenvolvimento e crescimento fetal e gestacional adequados (COUNCIL, 2009; DREHMER et al., 2013; HIROOKA-NAKAMA et

al., 2018; NUCCI et al., 2018).

O peso gestacional é um determinante para uma gravidez saudável. Nesse sentido, o ganho de peso gestacional (GPG) excessivo ou insuficiente é considerado fator de risco para a gestante e também para o feto (BRASIL, 2011 ; COUNCIL, 2009; DREHMER

et al., 2013; NUCCI et al., 2018; ORNAGHI et al., 2018).

Assim, torna-se necessário uma avaliação nutricional correta, visando a adequar o GPG, promovendo a saú-de materno e infantil e estimulando o crescimento fe-tal adequado (BRASIL, 2011) .

O cuidado com o recém-nascido é de extrema importância para uma vida futura saudável. Por isso, o acompanhamento durante a gestação é essencial e torna possível a detecção de dificuldades e riscos, facilitando o tratamento e contribuindo para a redu-ção da mortalidade infantil evitável. No Brasil há di-versos projetos que priorizam um bom atendimento e acompanhamento materno-infantil, quando os cuida-dos com a saúde do recém-nascido começam desde a gestação, visando a garantir saúde e qualidade de vida futura, reduzindo a morbimortalidade infantil (BRASIL, 2011) .

Segundo estudos, o GPG excessivo está associa-do a desfechos negativos, como a macrossomia fetal ou alto peso ao nascer, altas taxas de cesarianas e in-ternações, além de estar relacionado com obesidade e outras doenças na vida adulta (HIROOKA-NAKAMA

et al., 2018; NUCCI et al., 2018). Já o GPG insuficiente

está associado ao baixo peso ao nascer e prematurida-de (ORNAGHI et al., 2018). Ainda assim, estudos mos-tram que o GPG está relacionado ao peso ao nascer do recém-nascido, e o mesmo está relacionado com a mortalidade infantil. Assim, é de extrema importância dar a atenção necessária ao estado nutricional mater-no e ao ganho de peso durante a gestação, sendo uma fase determinante da saúde na vida adulta (BRASIL, 2011 ; HIROOKA-NAKAMA et al., 2018; NUCCI et al., 2018; ORNAGHI et al., 2018).

Em razão do problema, existem riscos relacio-nados ao GPG insuficiente ou excessivo tanto para a gestante quanto para o recém-nascido. Sendo assim, verifica-se a necessidade de novas pesquisas dirigidas a esta população, em virtude dos poucos estudos en-contrados em âmbito nacional e regional. O presente estudo, portanto, teve como objetivo medir o ganho de peso gestacional e identificar os fatores associados em gestantes e recém-nascidos atendidos na Atenção Básica de Saúde de Caxias do Sul/RS.

MATERIAIS E MÉTODOS

Delineamento e População de Estudo

Trata-se de um estudo epidemiológico observa-cional transversal em uma coorte de gestantes, recor-te do Projeto de Pesquisa “Comportamentos de risco à saúde da gestante e o impacto na saúde materna e do recém-nascido na Atenção Básica de Saúde de Caxias do Sul-RS”.

Característica Amostral

A cidade de Caxias do Sul dispõe de 46 Unidades Básicas de Saúde (UBS). Como critério de seleção da amostra foram sorteadas 16 UBS que dispunham de equipes de Estratégia de Saúde da Família. Foram con-vidadas a participar do estudo as gestantes inscritas no SIS-PRÉ-NATAL na UBS sorteada, com riscos redu-zidos no período gestacional, idade igual ou superior a 18 anos e com ≤ 13 semanas de gestação. Gestantes analfabetas, com idioma de origem diferente do por-tuguês, com menos de 18 anos e que apresentavam gestação de risco, não foram incluídas no estudo.

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Coleta de Dados

A coleta ocorreu em três momentos: o primei-ro momento (T1) no primeiprimei-ro trimestre gestacional, o segundo (T2) no terceiro trimestre gestacional e o terceiro (T3) no primeiro mês após o nascimento. Em T1 (julho a outubro de 2017) e T2 (novembro de 2017 a fevereiro de 2018) realizou-se entrevistas com as gestantes e coleta de dados de prontuário. Em T3 (fe-vereiro a abril de 2018) fez-se a coleta de dados do re-cém-nascido por meio de um questionário e de dados do prontuário referentes ao nascimento.

Instrumento para Coleta de Dados

Utilizou-se três questionários padronizados, pré-codificados, elaborados pelos pesquisadores. Rea-lizou-se um estudo piloto com cinco gestantes de uma UBS sorteada, as quais não foram inclusas na amostra final. Ressalta-se que uma parte de dois questionários (T1 e T2), composta por algumas variáveis comporta-mentais, foram obtidas por intermédio de um questio-nário autoaplicável.

O primeiro questionário (T1) foi constituído por questões socioeconômicas e demográficas, compor-tamentais, antropométricas e de hábitos alimentares. As variáveis como idade gestacional, data provável do parto, exames laboratoriais, histórico familiar e pesso-al, antecedentes ginecológicos e obstétricos e dados antropométricos, foram coletadas por meio de dados de prontuário.

Referente aos aspectos socioeconômicos e de-mográficos investigados no primeiro trimestre gesta-cional (Tabela 1), foram estudadas as seguintes vari-áveis: idade (≥27 e ≤26), estado civil (casada/união estável e solteira/separada/divorciada), cor de pele autodeclarada (outras e branca), escolaridade (≤10 anos e ≥11 anos), trabalho remunerado (sim e não) e nível socioeconômico (de A a B, de C a D, e E).

Ainda, no primeiro questionário (T1), investi-gou-se histórico de aborto (sim e não) e gestações an-teriores (Nenhuma, de 1 a 2, e 3 ou mais) (Tabela 2). Também investigou-se dados como o peso pré-gesta-cional e a estatura, que foram coletados diretamente do prontuário. Estes dados foram utilizados para cal-cular o Índice de Massa Corporal (IMC) pré-gestacio-nal, sendo classificado em: baixo peso (<18,5 kg/m²), adequado (18,5 kg/m², –24,9 kg/m²), sobrepeso (25,0 kg/m²–29,9 kg/m²) e obesidade (≥30,0 kg/m²). Neste estudo, a variável IMC foi categorizada como dicotô-mica em eutróficas e não eutróficas.

No segundo questionário (T2) investigou-se a variável de estilo de vida (Tabela 3) praticar atividade física semanalmente (sim e não) (WHO, 2010). Refe-rente às variáveis comportamentais foram estudados (Tabela 3): hábito de realizar café da manhã (sim e não), hábito de beliscar entre as refeições (sim e não), insatisfação corporal e sintomas depressivos.

A insatisfação corporal foi avaliada por meio do Body Shape Questionnaire (BSQ), em sua versão em português (CORDÁS; CASTILHO, 1994), permitindo identificar o grau de insatisfação corporal conforme o somatório de pontos (CORDÁS; CASTILHO, 1994). Categorizou-se a variável em ausência (≤80 pontos) e presença (>80 pontos) de insatisfação corporal. Identi-ficou-se, também, a presença de sintomas depressivos por meio do Patient Health Questionnaire (PHQ-9), um questionário padronizado e traduzido, composto por nove perguntas. O resultado se dá por meio do somatório dos pontos; assim, categorizou-se a variá-vel em ausência de sintomas (≤4 pontos), sintomas le-ves (5–9 pontos) e sintomas moderados/severos (≥10 pontos) (Tabela 3).

Quanto às informações do nascimento e do re-cém-nascido (T3), as variáveis estudadas foram: idade gestacional do nascimento (pré-termo (≤37 semanas), termo (38 a 42 semanas) e pós-termo (>42 semanas)), Apgar em 5 minutos (≤7 pontos, ≥8 pontos), peso ao nascer (<2.500g – baixo peso, 2.500g a 3.999g – peso normal e ≥4.000g – macrossomia), comprimento ao nascer (≤47cm e ≥48cm), perímetro cefálico (≤33cm e ≥34cm) e tipo de parto (normal ou cesárea). Inves-tigou-se, ainda, a ocorrência de internações com o recém-nascido (>72 horas após o nascimento) (sim e não) e a forma de alimentação do recém-nascido na primeira semana de vida (Aleitamento Materno Exclu-sivo (AME) e Aleitamento Misto (aleitamento materno e fórmulas infantis)/Fórmulas Infantis/Outros) (BRA-SIL, 2011) .

Variável Desfecho – Ganho de peso gestacional

O GPG foi mensurado por meio de dados cole-tados no prontuário da gestante, no qual diminui-se o último registro de peso gestacional pelo peso pré--gestacional (peso final – peso prépré--gestacional), ob-tendo-se, assim, o GPG. Este foi classificado segundo o IMC pré-gestacional da gestante (baixo peso, ade-quado, sobrepeso e obesidade), e, desse modo, as gestantes com IMC pré-gestacional adequado podem ganhar de 11kg a 16kg durante a gestação, mantendo o GPG adequado. Já as gestantes com baixo peso, so-brepeso e obesidade, podem ganhar respectivamente de 12,5kg a 18kg, 7kg a 11,5kg e 5kg a 9kg durante a

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gestação. Dessa forma, seguindo as classificações do IMC, as gestantes que ganharam peso dentro das re-comendações foram classificadas como com GPG ade-quado; já as que ganharam abaixo e acima dos valores recomendados foram classificadas como com GPG in-suficiente e GPG excessivo, respectivamente (COUN-CIL, 2009).

Análises de Dados

A estruturação do banco de dados e análise es-tatística foram realizadas por meio do programa SPSS Statistic Data 23, e as análises bivariadas foram feitas aplicando-se teste de Qui-Quadrado para comparação de variáveis categóricas, gerando as prevalências para o desfecho e p-valor. Considerou-se um nível de sig-nificância de 5% (p≤0,05) para identificar associação entre o desfecho e as variantes de exposição.

Aspectos Éticos

O projeto de pesquisa foi aprovado por um Co-mitê de Ética em Pesquisa, sob parecer nº 2.184.991. Todas as gestantes participantes do estudo assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

RESULTADOS

Foram incluídas no primeiro momento do estu-do 76 gestantes; no segunestu-do momento 5,3% tiveram ocorrência de aborto, 13,1% foram residir em outras cidades, 9,2% continuaram o acompanhamento pré--natal por convênio de saúde e 10,5% recusaram-se a continuar na pesquisa. A amostra final constituiu-se de 47 gestantes e recém-nascidos da Atenção Básica de Saúde de Caxias do Sul/RS; destas, 28,3% apre-sentaram GPG insuficiente, 34,8% GPG adequado e 37% GPG excessivo. Em relação à idade, encontrou-se uma média de 26,5 anos (±6,08 DP), variando de 18 a 41 anos. Quanto à cor da pele, nota-se que preva-leceu outras (55,3%). Ainda, observou-se que 68,1% das gestantes estavam casadas ou em união estável, 55,3% estudaram até 10 anos e 57,4% referiram dis-por de trabalho remunerado. No que diz respeito à renda, 6,4% encontravam-se classificadas com nível socioeconômico de A a B (Tabela 1).

Em relação ao GPG, observou-se, de forma sig-nificante, que as gestantes com escolaridade até 10 anos de estudo apresentaram maior prevalência de GPG insuficiente (48,0%), já as que dispunham de 11

Tabela 1 – Variáveis demográficas, socioeconômicas e de moradia em relação ao ganho de peso gestacional em gestantes atendidas na Atenção Básica de Saúde de Caxias do Sul-RS. 2017 (n=47)

Variáveis de exposição n (%) Prevalência de GPG* Insuficiente Prevalência de GPG* Adequado Prevalência de GPG* Excessivo p-valor** Idade (anos) 0,669 ≤26 21 (44,7) 28,6 28,6 42,9 ≥27 26 (55,3) 28,0 40,0 32,0 Estado Civil 0,272 Casada/União Estável 32 (68,1) 31,3 37,5 31,3 Solteira/Separada/ Divorciada 15 (31,9) 21,4 28,6 50,0 Cor da pele 0,787 Outras 26 (55,3) 30,8 26,9 42,3 Branca 21 (44,7) 25,0 45,0 30,0 Escolaridade (anos) 0,024 ≥11 21 (44,7) 4,8 52,4 42,9 ≤10 26 (55,3) 48,0 20,0 32,0 Trabalho remunerado 0,171 Sim 27 (57,4) 19,2 38,5 42,3 Não 20 (42,6) 40,0 30,0 30,0 Nível Socioeconômico 0,792 De A a B 3 (6,4) 33,3 33,3 33,3 De C a D 32 (68,1) 22,6 38,7 38,7 E 12 (25,5) 41,7 25,0 33,3

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anos ou mais de estudo apresentaram maior preva-lência de GPG adequado (52,4%) (p-valor 0,024) (Ta-bela 1).

A Tabela 2 apresenta as variáveis obstétricas e antropométricas referentes ao primeiro trimestre ges-tacional. Pode-se observar que 19,1% apresentaram histórico de aborto, 53,2% tiveram de uma a duas ges-tações anteriores e 46,8% foram classificadas como não eutróficas segundo o IMC pré-gestacional.

Referente ao GPG, os resultados do estudo mostraram que gestantes com histórico de aborto apresentaram maior prevalência de GPG insuficien-te (62,5%) (p-valor 0,056), bem como observa-se uma maior prevalência de GPG insuficiente naque-las com 3 ou mais gestações anteriores (80,0%) e maior prevalência de GPG adequado entre as ges-tantes com nenhuma gestação anterior (43,8%) (p-valor 0,080). Ressalta-se, entretanto, que ambas as variáveis não apresentaram significância estatísti-ca (Tabela 2).

A Tabela 3 apresenta as variáveis de estilo de vida e comportamentais referentes ao terceiro tri-mestre gestacional. Destaca-se que 89,4% das ges-tantes ressaltam não ter o hábito de realizar atividade física, 76,6% têm o hábito de realizar café da manhã e 66,0% afirmam ter o hábito de beliscar entre as re-feições. Em relação às variáveis comportamentais, os resultados demonstraram que 15,2% das gestantes apresentaram insatisfação corporal e 52,2% foram classificadas com sintomas depressivos de moderados a severos.

Em relação ao hábito de beliscar entre as refei-ções, observa-se que estas gestantes obtiveram ele-vada prevalência de GPG excessivo (45,0%) (p-valor 0,118), embora esta variável não tenha apresentado significância estatística (Tabela 3).

A Tabela 4 descreve as variáveis relacionadas ao nascimento. Nela observa-se que 85,1% dos bebês nasceram termo. Em relação ao Apgar, 97,8% apresen-taram 8 pontos ou mais. É possível identificar, entre-tanto, que 21,3% dos recém-nascidos apresentaram baixo peso, 72,3% e 6,4% peso normal e macrossomia, respectivamente. Referente ao comprimento ao nas-cer, 66% nasceram com 48 cm ou mais. Além disso, os dados demonstraram que 61,7% nasceram de parto normal, 85,1% dos recém-nascidos não apresentaram internações e 74,5% receberam AME na primeira se-mana de vida.

Quanto aos dados do nascimento, identificou-se associação significativa com o comprimento ao nascer (p-valor 0,035), quando os bebês que nasceram com 47 cm ou menos apresentaram maior prevalência de GPG insuficiente (45,0%) e os que nasceram com 48cm ou mais apresentaram elevada prevalência de GPG excessivo (46,2%). Ainda, é possível observar as-sociação significativa com a alimentação na primeira semana de vida (p-valor 0,037), em que o AME apre-sentou maior prevalência em gestantes com GPG ex-cessivo e Aleitamento Misto/Fórmulas Infantis/Outros demonstrou maior prevalência de GPG adequado (Ta-bela 4).

Tabela 2 – Variáveis obstétricas e de medidas antropométricas referentes ao primeiro trimestre gestacional em relação à prevalência de ganho de peso gestacional em gestantes atendidas na Atenção Básica de Saúde de Caxias

do Sul, RS. 2017 (n=47)

Variáveis de exposição n (%) Prevalência de GPG* Insuficiente Prevalência de GPG* Adequado Prevalência de GPG* Excessivo p-valor** Histórico de aborto 0,056 Não 38 (80,9) 21,1 39,5 39,5 Sim 9 (19,1) 62,5 12,5 25,0 Gestações anteriores 0,080 3 ou mais 6 (12,8) 80,0 20,0 0,0 De 1 a 2 25 (53,2) 24,0 32,0 44,0 Nenhuma 16 (34,0) 18,8 43,8 37,5 IMC pré-gestacional 0,975 Eutróficas 25 (53,2) 25,0 41,7 33,3 Não Eutróficas 22 (46,8) 31,8 27,3 32,0

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Tabela 3 – Variáveis de estilo de vida e comportamentais referentes ao terceiro trimestre gestacional em relação à preva-lência de ganho de peso gestacional em gestantes atendidas na Atenção Básica de Saúde de Caxias do Sul, RS. 2017 (n=47)

Variáveis de exposição n (%) GPG* InsuficientePrevalência de GPGPrevalência de * Adequado GPG* ExcessivoPrevalência de p-valor**

Atividade física 0,134

Sim 5 (10,6) 0,0 40,0 60,0

Não 42 (89,4) 31,7 34,1 34,1

Realiza Café da Manhã 0,203

Sim 36 (76,6) 24,3 35,1 40,5

Não 11 (23,4) 44,4 33,3 22,2

Beliscar entre as refeições 0,118

Não 16 (34,0) 38,5 30,8 30,8 Sim 31 (66,0) 15,0 40,0 45,0 Insatisfação corporal 0,684 Ausência 39 (84,8) 25,7 37,1 37,1 Presença 7 (15,2) 36,4 27,3 36,4 Sintomas depressivos 0,687 Ausência 6 (13,0) 16,7 33,3 50,0 Leve 16 (34,8) 31,3 37,5 31,3 Moderada à severa 24 (52,2) 29,2 33,3 37,5

* GPG – Ganho de Peso Gestacional; ** Valores em negrito são estaticamente significativos (p≤0,05).

Tabela 4 – Variáveis relacionadas ao nascimento em relação à prevalência de ganho de peso gestacional em ges-tantes atendidas na Atenção Básica de Saúde de Caxias do Sul, RS. 2017 (n=47)

Variáveis de exposição n (%) GPG* InsuficientePrevalência de GPGPrevalência de * Adequado GPG* Excessivo p-valor**Prevalência de

Semana gestacional do nascimento 0,068

Termo 40 (85,1) 25,6 30,8 43,6 Pré-termo 7 (14,9) 42,9 57,1 0,0 Apgar 0,153 ≤ 7 pontos 1 (2,2) 100,0 0,0 0,0 ≥ 8 pontos 45 (97,8) 22,6 41,9 35,5 Peso ao nascer 0,100 Baixo peso 10 (21,3) 40,0 50,0 10,0 Normal 34 (72,3) 24,2 33,3 42,4 Macrossomia 3 (6,4) 33,3 0 66,7 Comprimento 0,035 ≤ 47 cm 16 (34,0) 45,0 30,0 25,0 ≥ 48 cm 31 (66,0) 15,4 38,5 46,2 Perímetro cefálico 0,542 ≤ 33 cm 20 (42,6) 31,6 36,8 31,6 ≥ 34 cm 27 (57,4) 25,9 33,3 37,0 Tipo de parto 0,560 Parto Normal 29 (61,7) 21,4 42,9 35,7 Cesárea 18 (38,3) 38,9 22,2 38,9 Internação do RN 0,187 Não 40 (85,1) 25,6 33,3 41,0 Sim 7 (14,9) 42,9 42,9 14,3

Alimentação na primeira semana de

vida 0,037

Aleitamento Materno Exclusivo 35 (74,5) 25,3 29,4 47,1

Aleitamento Misto/Fórmulas/

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DISCUSSÃO

O presente estudo teve como objetivo medir o GPG e identificar os fatores associados em gestantes e recém-nascidos de Caxias do Sul/RS. Comparando a estudos internacionais, segundo Kominiarek et al. (2018) (Chicago) e Lopez-Cepero et al. (2018) (Massa-chusetts/Boston), observou-se elevadas prevalências de GPG excessivo (46% e 62,8%, respectivamente) en-tre as populações, as quais encontram-se maiores que no presente estudo. Em relação aos estudos em âm-bito nacional, segundo Souza et al. (2017) (Minas Ge-rais/Brasil), observou-se maior prevalência para o GPG insuficiente e adequado (41% e 39,0%). Visualizando os resultados é possível observar que as prevalências do GPG se modificam de acordo com a população es-tudada, e, ainda assim, as prevalências apresentam--se maiores quando comparadas ao presente estudo. Conforme artigos regionais, realizados em Pelotas/ RS e Porto Alegre/RS, entretanto, observaram-se ele-vadas prevalências para o GPG adequado e excessivo (36% adequado, 25,5% excessivo e 33,6% adequado e 38% excessivo) (CASTILLO; SANTOS; MATIJASEVICH, 2016; MASTELLA et al., 2018). Desse modo, percebe--se que os achados se assemelham aos do presente estudo e pode-se observar uma elevada prevalência de GPG adequado entre as populações. Destaca-se, todavia, a importância de atentar para o GPG exces-sivo nas Regiões do Sul do Brasil, sabendo-se que está associado a complicações durante a gestação, entre elas a maior probabilidade de desenvolver Diabetes

Mellitus Gestacional (DMG), ter recém-nascido

ma-crossômico e a maior taxa de cesarianas (ORNAGHI et

al., 2018).

Quanto aos fatores associados ao GPG, obser-va-se associação significativa com a escolaridade, quando as gestantes com 11 anos ou mais de estudo apresentaram maior prevalência de GPG adequado e as com até 10 anos de estudo maior prevalência de GPG insuficiente. Na China, as gestantes com menor escolaridade apresentaram maior GPG (HUANG et al., 2018). Por outro lado, no Rio de Janeiro, a baixa es-colaridade foi associada ao GPG insuficiente nas ges-tantes (FRAGA; THEME FILHA, 2014). Ainda assim, se-gundo estudo realizado em seis cidades brasileiras, é possível observar que as gestantes com baixa escola-ridade apresentaram maior GPG insuficiente e as ges-tantes com maior escolaridade apresentaram maior GPG excessivo (DREHMER et al., 2013). Sugere-se que a escolaridade seja um fator determinante do GPG e acredita-se que a baixa escolaridade afete o acesso às informações. Desta forma, acredita-se que a elevada

escolaridade facilite o acesso às informações, bem como o acesso à alimentação adequada, possibilitan-do o GPG adequapossibilitan-do e facilitanpossibilitan-do o GPG excessivo.

Observa-se que a as gestantes com menos ida-de apresentaram maior GPG excessivo, embora esta variável não tenha apresentado significância estatís-tica. Segundo achados de Drehmer et al. (2013), as gestantes mais novas apresentam maior GPG exces-sivo comparando as de mais idade, assemelhando-se aos achados do presente estudo. Ainda, estudo mos-tra que gestantes com mais idade apresentam maior possibilidade de apresentar GPG insuficiente, enquan-to as gestantes mais jovens GPG excessivo (FRAGA; THEME FILHA, 2014). Sugere-se que mulheres com mais idade apresentam maior possibilidade de GPG excessivo, podendo estar associado a mudanças fisio-lógicas que geram um aumento nos riscos para a saú-de da gestante e do feto.

Sabe-se que a classe social mais elevada está associada ao GPG adequado (ONWUKA et al., 2017). O nível socioeconômico, entretanto, aparenta ser um reflexo do acesso a informações, este diretamente re-lacionado à maior escolaridade (O’BRIEN; ALBERDI; MCAULIFFE, 2017). Assim, pode-se explicar a elevada prevalência de GPG insuficiente (41,7%) em gestantes de baixo nível socioeconômico, embora esta variável não apresente significância estatística no presente es-tudo.

O histórico de aborto é fator de risco para pre-maturidade entre gestantes (ZHONG; CUI, 2014). Em Aragão, Espanha, o GPG insuficiente foi associado ao histórico de aborto (RAMÓN-ARBUÉS; MARTÍNEZ ABADÍA; MARTÍN GÓMEZ, 2017); achados estes que corroboram com o presente estudo, em que as ges-tantes com histórico de aborto apresentaram maior prevalência de GPG insuficiente (62%), embora não apresentem significância estatística. Sugere-se a rea-lização de estudos voltados a explicar a influência do histórico de aborto na inadequação do GPG.

Quanto à atividade física, observa-se que pra-ticar 150 minutos ou mais por semana apresentou elevada prevalência (60%) de GPG excessivo. Segundo estudo, no entanto, mulheres com IMC pré-gestacio-nal mais alto e baixa atividade física mostraram duas vezes mais chances de ter GPG excessivo (YONG et

al., 2016). Sabe-se que intervenções

comportamen-tais que melhorem a alimentação, juntamente com a prática de atividade física, atuam no controle do GPG (GALLAGHER et al., 2018). Sendo assim, acredita-se que a atividade física contribua para a manutenção

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e adequação do GPG, entretanto esta deverá ser as-sociada a uma alimentação adequada, a qual não foi controlada no presente estudo.

Referente ao hábito de beliscar entre as refei-ções, encontrou-se uma maior prevalência de GPG ex-cessivo (45%). Ainda assim, comer lanches frequente-mente está associado ao GPG excessivo (CHEN et al., 2018). Sabe-se, porém, que a alimentação consciente desempenha um papel no comportamento alimentar, bem como a atenção plena ao se alimentar, atuando diretamente no controle do GPG (HUTCHINSON et

al., 2017). Sugere-se que as gestantes com o hábito

de beliscar entre as refeições acabam por ingerir uma quantidade maior de alimentos e calorias, além de, possivelmente, não estarem realizando uma alimenta-ção consciente e com a atenalimenta-ção plena recomendada, facilitando, assim, o GPG excessivo.

Em relação aos fatores associados ao recém--nascido, o presente estudo encontrou associação significativa com o comprimento ao nascer, no qual as gestantes com GPG insuficiente tiveram bebês me-nores. Na Itália, o GPG insuficiente em gestantes com IMC pré-gestacional normal foi associado ao feto pe-queno para a idade gestacional no nascimento (OR-NAGHI et al., 2018). Considerando-se que os achados na literatura se assemelham aos do presente estudo, acredita-se que o GPG insuficiente possibilite o nasci-mento de recém-nascidos pequenos para a idade ges-tacional e com menor comprimento, aumentando os riscos para a saúde do bebê.

A alimentação na primeira semana de vida tam-bém apresentou associação significativa com o des-fecho. As gestantes com GPG adequado e insuficien-te ressaltaram maior prevalência para o aleitamento misto, com fórmulas infantis ou outros; já as gestantes com GPG excessivo apresentaram maior prevalência de AME. Sabe-se, entretanto, que o GPG insuficiente aumenta os riscos para o insucesso no início do alei-tamento materno (WINKVIST et al., 2015). Além disso, sabe-se que as gestantes com sobrepeso e obesidade apresentam probabilidade aumentada de desmame precoce (3 meses de idade) (CASTILLO; SANTOS; MATI-JASEVICH, 2016), e que o aleitamento materno apre-senta efeito protetor contra o excesso de peso tanto para a mãe quanto para a criança (MASTROENI et al., 2017). Sugere-se que nesta população o GPG insufi-ciente aumente o risco para o insucesso do aleitamen-to materno na primeira semana pós-paraleitamen-to e o GPG ex-cessivo possibilite o AME na primeira semana de vida, mas não se descarta a possibilidade de que esse dado seja influenciado pela falta de instrução sobre o alei-tamento materno durante a gestação.

Quanto ao Apgar em 5 minutos, o GPG ade-quado apresentou maior prevalência de Apgar maior ou igual a 8 pontos, enquanto o GPG insuficiente de menor ou igual a 7 pontos, embora não tenha signifi-cância estatística. O GPG excessivo em mulheres com hipertensão crônica está associado ao Apgar em 5 mi-nutos menor que 7 pontos, o que facilita o aumento de internações aos recém-nascidos (YEE; CAUGHEY; CHENG, 2017). Estudos demonstram que o GPG ex-cessivo está associado a menores pontuações de Ap-gar (GAVARD, 2017). Por outro lado, estudos não en-contraram associação suficientemente clara entre o GPG e o Apgar (HIROOKA-NAKAMA et al., 2018). Des-ta forma, acrediDes-ta-se que o GPG adequado desempe-nha papel de proteção, favorecendo melhores escores de Apgar em recém-nascidos.

No presente estudo não foram encontradas as-sociações significativas entre o GPG e o peso ao nas-cer. Observa-se, todavia, que a macrossomia foi mais presente nas gestantes com GPG excessivo. Na Itália, a maior probabilidade de baixo peso ao nascer foi associada a gestantes obesas e ao GPG abaixo do re-comendado (NUCCI et al., 2018). Além disso, sabe-se que o excesso de peso pré-gestacional e o GPG exces-sivo estão associados ao recém-nascido grande para a idade gestacional e macrossômicos, posto que o GPG adequado atua como proteção para recém-nascidos macrossômicos (HIROOKA-NAKAMA et al., 2018; NU-CCI et al., 2018). Ainda, estudo demonstra que o GPG insuficiente foi associado a recém-nascidos pequenos para a idade gestacional (ORNAGHI et al., 2018). Acre-dita-se que o GPG adequado, juntamente com o IMC eutrófico e uma alimentação adequada, possibilite um peso ao nascer normal e atue como proteção para o baixo peso e macrossomia.

No que se refere à ocorrência de internação por mais de 72 horas nos recém-nascidos, observa-se que o GPG excessivo apresentou menor prevalência (14,3%). Ao mesmo tempo, não houve diferenças en-tre as prevalências de ocorrência de internação para GPG adequado ou insuficiente. Ainda assim, segundo estudo, as gestantes com GPG excessivo apresentam maiores taxas de internação em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (Utin) (YEE; CAUGHEY; CHENG, 2017). Nos Estados Unidos, o GPG excessivo aumen-tou o tempo de internação do recém-nascido, entre-tanto o GPG insuficiente aumentou a ocorrência de interações em Utin (BAUGH et al., 2016). Por isso, sugere-se que o GPG insuficiente e excessivo possi-velmente afete o tempo de internação para os recém--nascidos, enquanto o GPG adequado atue como um

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fator de proteção, tanto para o tempo de internação quanto para outros desfechos negativos referente à saúde do recém-nascido.

Como limitação deste estudo, destaca-se o pe-queno número amostral, quando ocorreu uma gran-de porcentagem gran-de perdas (38,1%). O possível viés de memória, em virtude dos questionários, nos quais utilizou-se perguntas retroativas, pode vir a confundir a gestante. Ainda assim, percebe-se que são limitados os estudos nacionais e regionais que acompanharam o GPG e relacionaram os fatores de risco gestacionais e os do recém-nascidos.

O presente estudo apresenta, contudo, como potenciais, ter gestantes de diferentes regiões do mu-nícipio incluídas no estudo e os dados coletados; as-sim, obteve-se uma grande e diversificada quantidade de informações relevantes. Além disso, destaca-se o desenho do estudo, tratando-se de um estudo lon-gitudinal, permitindo o acompanhamento durante a gestação e a possibilidade de identificar a evolução de questões relacionadas à saúde da gestante ao longo do período gestacional, e, ainda, o controle, precau-ção e responsabilidade para o tratamento dos dados, minimizando erros de digitação. Todos os participan-tes do estudo receberam treinamento e foram capaci-tados para realizar a coleta, aumentando a confiança perante os dados coletados e os resultados obtidos no presente estudo.

CONCLUSÕES

Conclui-se que a população investigada apre-senta elevada prevalência de GPG excessivo. Ainda, identificou-se associação significativa entre o GPG insuficiente com a baixa escolaridade da gestante e ao menor comprimento ao nascer. A alimentação na primeira semana de vida do recém-nascido foi asso-ciada ao GPG excessivo, no qual houve maior preva-lência para AME. Os achados são relevantes, podendo ocasionar problemas para a saúde do recém-nascido. Desta forma, percebe-se a necessidade de estratégias para adequar e orientar o GPG, assim como instruir hábitos de vida saudáveis e reforçar a necessidade do cuidado pré-natal para a saúde da gestante e do re-cém-nascido.

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Tabela 2 – Variáveis obstétricas e de medidas antropométricas referentes ao primeiro trimestre gestacional em  relação à prevalência de ganho de peso gestacional em gestantes atendidas na Atenção Básica de Saúde de Caxias
Tabela 4 – Variáveis relacionadas ao nascimento em relação à prevalência de ganho de peso gestacional em ges- ges-tantes atendidas na Atenção Básica de Saúde de Caxias do Sul, RS

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