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Colégio Estadual Pedro II Curso Técnico em Administração

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Apostila NDLST Prof. Mateus Ricas 1

Colégio Estadual Pedro II

Curso Técnico em Administração

NDLST

NOÇÕES DE DIREITO E LEGISLAÇÃO SOCIAL DO TRABALHO

Prof. Mateus Ricas

Aluno(a)__________________________________________________

(2)

Apostila NDLST Prof. Mateus Ricas 2 O conteúdo aqui apresentado apenas serve de base para que os alunos tenham uma noção de direito, sendo necessário a busca de conhecimentos complementares em outras fontes, pois a formação educacional é um processo dinâmico, e como tal, não há espaço para acomodações.

O DIREITO faz parte dessa humanização, que foi criado para regular e possibilitar a convivência e as relações humanas, ou seja, A GARANTIA DE COEXISTÊNCIA.

O que é Direito?

- “Conjunto de normas/leis estabelecidas por um poder soberano, que disciplinam a vida social de um povo” (Dicionário Aurélio)

- “Conjunto de normas de conduta impostas para regularizar a convivência humana”.

Qual é a finalidade do Direito?

“O Direito propõe-se a promover os alicerces da convivência pacífica e promissora. Essa é a finalidade do conjunto de normas jurídicas impostas pela sociedade a si mesma, através do Estado, para manter a ordem e coordenar os

interesses individuais e coletivos” (João Batista Nunes Coelho)

Finalidade básica - COEXISTÊNCIA PACÍFICA

Máxima em Direito:

“NINGUÉM PODE ALEGAR DESCONHECIMENTO DA LEI” (art.3°, do Decreto-Lei n° 4657/42)

Acepções da palavra Direito

EPISTEMOLOGIA DO DIREITO

Do grego epistême (ciência) e logos(estudo) significa etimologicamente “teoria da ciência”. Origina-se a palavra

“direito” do latim directum, significando aquilo que é reto, que está de acordo com a lei.

Nasceu junto com o homem, que é um ser eminentemente social. Destina-se a regular as relações humanas. As normas de direito asseguram as condições de equilíbrio da coexistência dos seres humanos, da vida em sociedade.

Ciência do Direito = setor do conhecimento humano que investiga e sistematiza os conhecimentos jurídicos. Portanto, a finalidade do direito se resume em regular as relações humanas, a fim de que haja paz e prosperidade no seio social, impedindo a desordem ou o crime. Sem o Direito estaria a sociedade em constante processo de contestação, onde a lei do mais forte imperaria sempre, num verdadeiro caos.

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Apostila NDLST Prof. Mateus Ricas 3 A punição é que toma a norma respeitada. De nada adiantada a lei dizer, por exemplo, que matar é crime, se, paralelamente, não impusesse uma sanção àqueles que matasse.

A coação, ou possibilidade de constranger o indivíduo à observância da norma, toma-se inseparável do Direito. O conceito de direito pode ser tomado em dois valores:

Direito Objetivo: direito norma - é o conjunto de preceitos impostos a todos os homens pela necessidade da manutenção da ordem social: jus est norma agendi. Ou ainda, sistema de normas de conduta imposto por um conjunto de instituições para regular as relações sociais

Direito Subjetivo: direito faculdade- é o poder que tem o homem de exigir garantia para a realização de seus interesses, quando estes se conformam com os interesses sociais: jus est facultas agendi. Ou ainda faculdade concedida a uma pessoa para mover a ordem jurídica a favor de seus interesses. Ex: Quando as pessoas leigas se referem quando dizem "eu tenho o direito de falar o que eu quiser" ou "ele tinha direito àquelas terras".

O direito é essencial à vida em sociedade, ao definir direitos e obrigações entre as pessoas e ao resolver os conflitos de interesse. Seus efeitos sobre o cotidiano das pessoas vão desde uma simples corrida de táxi até a compra de um imóvel, desde uma eleição presidencial até a punição de um crime, dentre outros exemplos.

O direito é tradicionalmente dividido em ramos, como o direito civil, direito penal, direito comercial, direito constitucional, direito administrativo direito financeiro(Tributário) e direito judiciário e direito trabalhista , cada um destes responsável por regular as relações interpessoais nos diversos aspectos da vida em sociedade.

No mundo, cada Estado adota um direito próprio ao seu país, onde se fala em "direito brasileiro", direito português", "direito chinês" e outros.

Que é o direito?

Na linguagem comum e na linguagem científica, o vocábulo direito é empregado com significações diferentes. Ele tem sentido nitidamente diverso nas seguintes expressões:

a) o direito brasileiro proíbe o duelo; b) o Estado tem direito de cobrar imposto; c) o salário é direito do trabalhador; d) o direito é um setor da realidade social; e) o estudo do direito requer métodos próprios.

Cada uma dessas frases emprega uma das significações fundamentais do direito: a) no primeiro caso, direito significa norma, a lei, a regra social obrigatória;

b) na segunda expressão, direito tem o sentido de faculdade, o poder, a prerrogativa, que o Estado tem de criar leis;

c) na terceira expressão, direito indica o que é devido por Justiça; d) na quarta frase, direito é considerado como fenômeno da vida social;

e) na quinta expressão, direito é referido como disciplina científica, a ciência do Direito Façamos um exame rápido dessas definições.

Direito-norma

Direito, no sentido de lei ou norma. Indica realidades diferentes, quando se refere: ao direito positivo e direito natural; ao direito estatal e não-estatal.

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Apostila NDLST Prof. Mateus Ricas 4 O Direito Natural não é escrito, não é criado pela sociedade e nem é formulado pelo Estado. É um Direito espontâneo que se origina na natureza social do homem e que é revelado pela experiência e razão. Princípios de caráter universal e imutáveis.

Ex: direito à vida, direito à liberdade, o bem deve ser feito, a pessoa humana deve ser respeitada.

O Direito Positivo é constituído pelo conjunto de normas elaboradas por uma sociedade determinada, para reger sua vida interna, com a proteção da força social. Direito Positivo: é o Direito institucionalizado pelo Estado. É a ordem jurídica obrigatória em determinado tempo e lugar. Ex: Código Civil, Código

Penal. (Ex.: se o inquilino não pagar o aluguel, estará sujeito a uma ação de despejo.).

b) Direito Estatal e Não-Estatal (social)

O direito estatal, existem outras normas obrigatórias, elaboradas por diferentes grupos sociais e destinadas a reger a vida interna desses grupos. Estão neste caso o direito universitário (estatuto e normas que regulamentam a vida de uma universidade), direito esportivo (que regulam as atividades esportivas), direito religioso (canônico, budista, etc.).

FONTES DO DIREITO

A lei de Introdução ao Código Civil, Decreto-lei nf 4.657, de 4-9-42), que não é simplesmente uma introdução ao Código Civil, mas a todo ordenamento jurídico brasileiro, apresenta em seu artigo 4º, como fontes de direito: a lei, a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.

Fontes do Direito

Fonte - é onde brota a água, onde vamos buscar a origem de algo. Fonte do direito é onde o Direito se origina. No Brasil, o ordenamento jurídico é originariamente legalista, ou seja, sua fonte principal é a legislação. São os meios que servem de origem ao Direito, são as formas de manifestação do Direito".

Legislação

É o conjunto das normas escritas emanadas do poder estatal. Legislação "advém do vocábulo "lei".

A HIERARQUIA DAS LEIS

Constituição (Lei Magna de um povo). Conjunto de regras e preceitos, que se dizem fundamentais, estabelecidos

pela soberania de um povo para servir de base à sua organização política e firmar direitos e deveres de cada um de seus componentes.

No Brasil temos uma CONSTITUIÇÃO FEDERAL, em razão do sistema federativo adotado.

São usadas também outras designações com o mesmo sentido como: Lei Fundamental, Lei Magna, Código Supremo, Estatuto Básico, Leis das Leis, etc.

Lei constitucional

A emenda constitucional é uma modificação na Constituição que deve ser aprovada por 3/5 das duas casas

do Congresso, em dois turnos. Não podem ser objeto de emenda constitucional (artigos 60º § 4º, I a IV) as chamadas "cláusulas pétreas", isto é, as que se referem à federação, ao voto direto, secreto, universal e periódico, à separação de poderes e aos direitos e garantias individuais.

Tratado internacional sobre Direitos Humanos aprovado pelo órgão legislativo e executivo, em rito

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Apostila NDLST Prof. Mateus Ricas 5

Lei complementar -A lei complementar à Constituição é por esta definida quanto às matérias. Requer

maioria absoluta de votos nas duas casas do Congresso para aprovação.

Lei ordinária - A lei ordinária diz respeito à organização do poder judiciário e do ministério público, à nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais, planos plurianuais e orçamentos e a todo o direito material e processual, como os códigos civil, penal, tributário e respectivos processos.

Tratado internacional aprovado pelo órgão legislativo e executivo

Medida provisória - A medida provisória, editada pelo presidente da república, deve ser submetida ao

Congresso; não pode ser aprovada por decurso de prazo nem produz efeitos em caso de rejeição.

Lei delegada - A lei delegada é elaborada pelo presidente, a partir de delegação específica do Congresso,

mas não pode legislar sobre atos de competência do Congresso, de cada casa, individualmente, sobre matéria de lei complementar nem sobre certas matérias de lei ordinária.

Decreto legislativo - O decreto legislativo é de competência exclusiva do Congresso Nacional, sem

necessitar de sanção presidencial. A resolução legislativa também é privativa do Congresso ou de cada casa isoladamente, por exemplo, a suspensão de lei declarada inconstitucional

Resolução - Resolução - Ato legislativo de conteúdo concreto, de efeitos internos. É a forma que revestem

determinadas deliberações da Assembleia da República. As Resoluções não estão, em princípio, sujeitas a promulgação e também não estão sujeitas a controlo preventivo da constitucionalidade, exceto as que aprovem acordos internacionais.

Decreto - No sistema jurídico brasileiro, os decretos são atos administrativos da competência dos chefes

dos poderes executivos (presidente, governadores e prefeitos).

 Um decreto é usualmente usado pelo chefe do poder executivo para fazer nomeações e regulamentações de leis (como para lhes dar cumprimento efetivo, por exemplo), entre outras coisas.

Decreto Lei - Um decreto-lei é um decreto emanado pelo poder executivo e não pelo poder legislativo que

tem força de lei. Os decretos-leis são normalmente uma ferramenta do chefe do poder executivo para dar imediata efetividade para um desejo político da administração. O abuso na promulgação de decretos-leis é normalmente um indicador de problemas no equilíbrio entre os poderes do Estado. No Brasil, os decretos-leis tiveram um grande número de publicações durante o Estado Novo e a Ditadura Militar, quando o poder executivo tinha um poder supremo sobre os demais poderes governamentais. Atualmente não é mais possível a produção de um decreto-lei.

Portaria - Documento de ato administrativo de qualquer autoridade pública, que contém instruções acerca

da aplicação de leis ou regulamentos, recomendações de caráter geral, normas de execução de serviço, nomeações, demissões, punições, ou qualquer outra determinação de sua competência.

As leis estaduais são hierarquicamente inferiores às leis federais. Se os deputados estaduais fizerem uma lei em desacordo com Leis Federais, a lei é ilegal.

As leis municipais são hierarquicamente inferiores às leis federais e estaduais. Se os vereadores fizerem uma lei em desacordo com as leis federais e/ou estaduais, a lei é ilegal, mesmo se o Prefeito sancionar a lei.

Destaques Legais

Parágrafo único do art. 1º da Constituição Federal

Todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

Art. 3º da Lei de Introdução ao Código Civil

Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece.

Art. 5º Lei de Introdução ao Código Civil

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Apostila NDLST Prof. Mateus Ricas 6 AS DIFERENTES FONTES DO DIREITO

São fontes do direito as Leis, a analogia, os costumes, e os princípios gerais de direito (como a jurisprudência).

Lei Introd. ao Código Civil

Art. 4º Quando a Lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito”.

Analogia - a palavra significa "semelhança, nivelamento". Em resumo, analogia é a adaptação de uma situação jurídica que já tenha sido objeto de decisão do Poder Judiciário, para a solução de outra situação jurídica semelhante. Quando o direito moderno civil omitir sobre determinada situação o juiz se valerá de outras normas que se apliquem a situações similares para dizer o direito

Costumes – é a prática reiterada de atos, em uma dada região, a respeito de um determinado assunto; poderá ser

alegada pelo profissional de direito para conduzir a decisão de um caso concreto. Trata-se portanto, de uma norma não escrita, ou seja, surge da prática reiterada de atos de uma determinada sociedade. Temos como exemplo o cheque pré-datado. Na falta de outras normas, portanto sem situações análogas, o juiz buscará decidir o direito conforme os costumes da região.

Doutrina - são os estudos elaborados pelos juristas a respeito do Direito. Trata-se de publicações especializadas

sobre os diversos ramos do Direito. Funcionam como uma fonte de pesquisa para o operador jurídico.

Princípios Gerais de Direito- "são exigências do ideal de justiça a ser concretizado na aplicação do Direito". O juiz pode ainda, mesmo sem apoio de lei específica, apoiar-se na doutrina e ou na jurisprudência para decidir a matéria de direito que for apresentada, só não pode deixar de decidir a demanda. Como exemplo, temos o princípio da ampla defesa, de suma importância no mundo Jurídico, pois, é com base nesse princípio que ninguém poderá ser processado/condenado, sem ter o direito de se defender.

Jurisprudência - é o conjunto de decisões do poder judiciário a respeito de um mesmo assunto. Nada impede que

num caso isolado seja utilizado a mesma jurisprudência. Todavia, é necessário esclarecer que os juízes não estão subordinados às decisões dos tribunais superiores, devendo decidir, pautado em provas e argumentos do caso concreto. A jurisprudência é o modo pelo qual os tribunais interpretam e aplicam as leis. É a decisão continuada dos tribunais sobre uma determinada matéria jurídica.

Hermenêutica

É a técnica que orienta o meio e o modo pelo qual devem ser interpretadas as leis chama-se hermenêutica. A interpretação não se restringe ao esclarecimento de pontos obscuros, mas a toda elucidação a respeito da compreensão da regra jurídica a ser aplicada aos fatos concretos.

DIREITO PÚBLICO E DIREITO PRIVADO

O Direito significa o ordenamento jurídico, um conjunto de regras jurídicas que mostra aos homens como agir e se comportar de forma íntegra. É o privilégio que alguém tem de exigir de outra pessoa a prática ou abstenção de algum ato.

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Apostila NDLST Prof. Mateus Ricas 7 A divisão de Direito em Público e Privado atravessou os séculos e chegou até nossos dias. Quando é visado algo em virtude do Estado, algo que é de seu interesse é lei de Direito Público, quando interessa a particulares e de Direito Privado.

Para exemplificar citamos os seguintes exemplos: a legislação sobre a família, por exemplo, é de interesse privado e também público; um contrato para abastecimento do exército é de evidente interesse público, mas é regulado pelo Direito Privado; as leis estabelecendo normas de higiene regulam, muitas vezes interesses particulares, mas são de Direito Público.

O Direito Público é composto pelas regras que regulam as relações entre os diversos Estados ou entre o Estado e os particulares, abrangendo o direito privado as normas reguladoras.

As relações em que o Estado nos aparece no mesmo plano dos particulares, não exercendo, portanto, quaisquer funções de soberania são também reguladas pelo direito privado que, mais solidamente, poderá ser definido como o ramo do direito privado que, mais concretamente, poderá ser definido como o ramo do direito constituído pelas normas que regulam as relações entre os simples particulares ou entre os particulares e o Estado, desde que este não intervenha investido do seu poder de autoridade.

Ramos do Direito Público e do Privado

DIREITO PÚBLICO é aquele em que há predominância do interesse do Estado, disciplina os interesses gerais. Existe uma relação de subordinação.

DIREITO PRIVADO é aquele em que há predominância do interesse particular (pessoa). Existe uma relação de coordenação.

Na verdade, há muito de um em outro, criando uma terceira classificação do direito o Direito Difuso:

DIREITO DIFUSO ou seja, constituem direitos transindividuais, ou seja, que ultrapassam a esfera de um único indivíduo, caracterizados principalmente por sua indivisibilidade, onde a satisfação do direito deve atingir a uma coletividade indeterminada, porém, ligada por uma cirscunstância de fato. Por exemplo, o direito a respirar um ar puro, a um meio ambiente equilibrado, qualidade de vida, entre outros que pertençam à massa de indivíduos e cujos prejuízos de uma eventual reparação de dano não podem ser individualmente calculados.

DIREITO PÚBLICO:

-Direito Constitucional: regula a estrutura básica do Estado fixada na Constituição, que é a lei suprema da Nação.

Estuda os princípios e normas que estruturam o Estado e garantem os direitos do homem, estando os demais ramos do Direito a ele subordinados. A Constituição e suas leis complementares consubstanciam os princípios e normas do Direito Constitucional, formando o que se denomina direito constitucional objetivo.

PÚBLICO PRIVADO

Direito Civil Direito Comercial Direito do Trabalho Direito Internacional INTERNO

Direito Constitucional Direito Administrativo Direito Financeiro Direito Penal

EXTERNO

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Apostila NDLST Prof. Mateus Ricas 8

-Direito Administrativo – regula a organização e funcionamento da Administração Pública e dos órgãos que

executam serviços públicos.

-Direito Financeiro - Um ideal de promover o bem estar, o desenvolvimento das potencialidades e além da noção

do que seja bem comum constituem a finalidade do Estado. Entre as atividades que o Estado desenvolve, tutelando necessidades públicas, algumas são essenciais (segurança pública, prestação jurídica, etc.) outras complementares, protegendo outros itens (secundários), exercidas através de concessionárias.

-Direito Penal– regula os crimes e contravenções determinando as penas e medidas de segurança.

-Direito Tributário– é o setor do Direito Financeiro que se ocupa dos tributos, como, por exemplo, os impostos e

taxas.

-Direito Processual – regula as atividades do Poder Judiciário e das partes em conflito no decorrer do processo

judicial.

-Direito Internacional Público - disciplina jurídica que estuda o complexo normativo das relações de direito público

externo. As relações interestatais não constituem, contudo, o único objeto do direito internacional público: além dos estados, cuja personalidade jurídica internacional resulta do reconhecimento pelos demais estados, outras entidades são modernamente admitidas como pessoas internacionais, ou seja, como capazes de ter direitos e assumir obrigações na ordem internacional.

DIREITO PRIVADO

-Direito Civil – é o principal ramo do direito privado. Conjunto de normas (regras e princípios) que regulam as relações entre os particulares que se encontram em uma situação de equilíbrio de condições. As demais vertentes do direito privado, como o direito do trabalho, o direito comercial e o direito do consumidor encontram sua origem no direito civil, sendo dele separados com a finalidade de buscar a proteção a uma das partes, seja por ser ela concretamente mais fraca que a outra (como o trabalhador e o consumidor), ou por ser ela merecedora de uma proteção em virtude de sua função socioeconômica (o comerciante/empresário).

-Direito do Consumidor– é um ramo do direito que lida com conflitos de consumo e com a defesa dos direitos dos

consumidores, e que se encontra desenvolvido na maior parte dos países com sociedades de consumo e sistemas legais funcionais.

-Direito Comercial– regula a atividade do comerciante e das sociedades comerciais, bem como a prática dos atos

de comércio. A empresa pressupõe uma organização que, por meio de uma série coordenada de atos, destina-se a um fim determinado no setor econômico. Pode-se considerá-la como um “sistema de normas jurídicas que regulam as relações derivadas das atividades privadas de produção e circulação de bens e serviços destinados ao mercado”.

-Direito do Trabalho– regula as relações de trabalho entre empregado e empregador, preocupando-se, ainda, com

a condição social dos trabalhadores.

-Direito Internacional Privado - não tem nenhuma correlação especial ou dependência em relação ao direito

internacional público. Regula os problemas particulares ocasionados pelo conflito de leis de diferentes países.

NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO DO TRABALHO

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Apostila NDLST Prof. Mateus Ricas 9 NASCIMENTO - final de 1800 – início de 1900;

CAUSAS: - movimento operário instigado pelos imigrantes; - crescimento industrial com o fim da Primeira Grande

Guerra Mundial; - assinatura do Tratado de Versalhes (1919) – propôs-se a observar normas trabalhistas.

PRIMEIRAS LEIS: proteção do trabalho de menores (1891), organização de sindicatos rurais (1903) e urbanos (1907),

férias (1925) etc.

CONSTITUIÇÃO FEDERAL/88 - lei fundamental - direitos básicos dos trabalhadores - arts. 5º a 11.

CLT – CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO: 01.05.1943 – Decreto-lei 5452 – consolidação das leis esparsas

sobre normas trabalhistas (salário, férias, etc.).

ECA – ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE: Lei 8069/90 – direitos das crianças e adolescentes - direito à

profissionalização e à proteção no trabalho (arts. 60 a 69).

CONTRATO DE TRABALHO

DEFINIÇÃO: é o acordo tácito ou expresso, decorrente de uma relação de emprego (ou seja, envolvendo um

empregado e um empregador) – art. 442 da CLT.

ACORDO EXPRESSO: escrito.

ACORDO TÁCITO: que não é expresso - advém da continuidade da prestação de serviços por parte do empregado,

sem oposição do empregador.

REGRA GERAL: pacto de adesão – empregado adere às cláusulas sem discussão. NÃO PODE CONTRARIAR A LEI,

DISPOSIÇÕES CONTIDAS EM CONVENÇÕES COLETIVAS E DECISÕES DAS AUTORIDADES COMPETENTES (ART. 444 – CLT).

CARACTERÍSTICAS: - é um ajuste de duração, exige uma continuidade e envolve prestações sucessivas; - é oneroso,

pois não é gratuito; - exige a pessoalidade (do empregado), pois é estabelecido em função de certa e específica pessoa; - trabalha-se por conta alheia e não por conta própria; - possui obrigações contrárias e equivalentes.

FORMALIZAÇÃO: via de regra – escrito.

EXCLUSIVAMENTE ESCRITO – quando a lei determina (exemplos: contrato de experiência; contrato por prazo determinado, trabalho temporário, contrato de atleta profissional, o contrato de aprendiz, etc.).

PRAZO DE DURAÇÃO: prazo determinado ou indeterminado.

DIREITOS E DEVERES: a relação de emprego geral direitos e deveres para ambas as partes – empregado e

empregador:

EMPREGADO

DEFINIÇÃO – toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência

deste e mediante salário – CLT, Art. 3º.

DIREITOS:

- ter assegurado os direitos trabalhistas básicos (anotação em CTPS, receber salário no prazo legal, assim como o 13º salário, férias, FGTS, vale-transporte...);

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Apostila NDLST Prof. Mateus Ricas 10 - receber treinamento necessário para o desempenho das atividades funcionais;

- receber os equipamentos de proteção, quando o seu uso for exigido legalmente;

- deixar de cumprir ordem injusta, que extrapola os limites do contrato, ou atentatória à sua dignidade.

DEVERES - cumprir com suas obrigações, em especial, as ordens de seus superiores;

- respeitar os seus superiores e os colegas de trabalho; - cumprir os horários de trabalho previamente estabelecidos; - agir com boa-fé e fidelidade;

- cooperar (ou colaborar) com o bom desenvolvimento do empreendimento (da empresa); - agir com diligência, ou seja, ser cuidadoso, zeloso em qualquer ação.

EMPREGADOR

DEFINIÇÃO - aquele que assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços (empresas, profissionais liberais,

instituições de beneficência, associações recreativas, instituições sem fins lucrativos) – CLT, Art. 2º.

DIREITOS:

- o empregado está sujeito ao poder de direção do empregador, devido à condição de subordinação – art. 2º da CLT, pois:

- em geral, o empregador é o proprietário do negócio;

- sujeição às ordens do trabalho, visto que é o empregado que presta serviços e deve obedecer às regras impostas; - a direção do negócio incumbe ao empregador.

O PODER DE DIREÇÃO DO EMPREGADOR ABRANGE:

- poder organizacional: instituição de regras propícias ao seu negócio. O empregador pode, por exemplo, elaborar

um regulamento interno da empresa e que integra o contrato de trabalho.

- poder disciplinar: é o poder de impor as ordens e o cumprimento destas – não é um poder absoluto - deve ser

exercido com moderação e proporcionalidade ao ato faltoso.

- poder de fiscalização: consiste no controle das atividades de seus empregados.

DEVERES

- pagar o salário ajustado, como contrapartida pelo serviço recebido; - proporcionar trabalho ao empregado

- objetivo do próprio contrato; - proteção ao empregado

- respeitar as normas de segurança e higiene no trabalho;

- agir com boa-fé, dando ao empregado, condições técnicas e físicas para a execução do trabalho; - respeitar a dignidade do empregado, como ser humano;

- não agir com discriminação

- não estabelecer tratamento diferenciado entre os seus empregados, por motivo de crença religiosa, raça, sexo, idade, cor, etc.

PRAZO PARA AJUIZAR AÇÃO TRABALHISTA.

PRAZO PARA MAIORES 18 ANOS - 2 anos, constados da dispensa – CLT, Art. 11.

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Apostila NDLST Prof. Mateus Ricas 11 CTPS – CARTEIRA DE TRABALHO E PREVIDÊNCIA SOCIAL

- O registro da CTPS é obrigatório e deve ser feito pelo empregador em 48 horas do ingresso do empregado na empresa - CLT, Art. 29.

- Constitui-se crime a ausência de registro. - Falta de anotação: comunicar: Sindicato de Classe ou DRT-Delegacia Regional do Trabalho ou Ministério Público do Trabalho ou ainda procurar um advogado.

DURAÇÃO DO TRABALHO

JORNADA NORMAL – 8 horas diárias. Prorrogação - máximo 2 horas diárias, mediante acordo escrito entre

empregado e empregador ou contrato coletivo de trabalho.

INTERVALOS - Interjornadas – 11 horas consecutivas de descanso - CLT, ART. 66;

- Semanal – 24 consecutivas de descanso - CLT, Art. 67;

- Intrajornada – 1 a 2 horas para trabalho acima de 6 horas 15 minutos para trabalho de 4 a 6 horas Abaixo de 4 horas – não há

Inobservância dos intervalos e da jornada – acréscimo sobre a remuneração do período, no mínimo, de 50% sobre

a remuneração da hora normal de trabalho.

TRABALHO NOTURNO - Trabalho realizado nos seguintes horários:

a) Área urbana - das 22 h às 5 h b) Agricultura - das 21 h às 5 h c) Pecuária - 20 h às 4 h –

Remuneração – mínimo de 20% sobre a hora diurna, à exceção dos casos de revezamento semanal ou quinzenal.

REMUNERAÇÃO

SALÁRIO MÍNIMO –

Definição – é a contraprestação mínima devida e paga diretamente pelo empregador a todo empregado, fixada em lei, capaz de atender as necessidades vitais básicas do trabalhador e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos, que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim - CF, Art. 7º, IV; CLT, Art. 76.

- Forma de fixação – por lei.

PISO SALARIAL

- Definição – é um acréscimo ao salário mínimo, ou seja, é o valor mínimo que pode ser pago em uma categoria profissional ou a determinadas profissões numa categoria profissional. A categoria profissional é formada por empregados de diversas funções num setor comum da atividade econômica, por exemplo, a categoria dos comerciários.

- Forma de fixação – através de Convenção Coletiva de Trabalho.

SALÁRIO MÍNIMO PROFISSIONAL

Definição - é o salário mínimo fixado para determinada profissão. Exemplo: salário de médicos, dentistas, engenheiros, agrônomos, arquitetos, químicos.

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Apostila NDLST Prof. Mateus Ricas 12

13º SALÁRIO OU GRATIFICAÇÃO DE NATAL - gratificação paga no valor de uma remuneração mensal paga pelo

empregador e efetuada da seguinte forma: 50% até o dia 30 de novembro e o restante até 20 de dezembro.

FÉRIAS

PERÍODO AQUISITIVO ÀS FÉRIAS - após cada período de 12 meses de contrato.

CONCESSÃO DO DIREITO – nos 12 meses subsequentes ao vencimento do período aquisitivo. PERÍODO DE FÉRIAS - 12 a 30 dias, dependendo do número de faltas injustificadas ao trabalho.

FORMA DE CONCESSÃO – em um só período ou excepcionalmente em 2 períodos, um dos quais não poderá ser inferior a 10 dias corridos, à exceção dos menores que não podem fracionar as férias.

MENORES DE 18 ANOS E MAIORES DE 50 ANOS –não podem parcelar os períodos de férias. Para os menores as férias devem coincidir com suas férias escolares.

COMUNICAÇÃO DA CONCESSÃO DE FÉRIAS – será feita por escrito, com antecedência mínima de 30 dias, contra recibo.

REQUISITO PARA ENTRAR EM FÉRIAS – trazer a CTPS para anotação das férias.

ÉPOCA DAS FÉRIAS – o período que for melhor para o empregador, desde que observado o período concessivo,

exceto para adolescentes e membros de uma mesma família que trabalhem juntos na mesma empresa.

INOBSERVÂNCIA DO PRAZO PARA CONCESSÃO DAS FÉRIAS: acarreta o pagamento em dobro da remuneração das férias.

TRABALHO DURANTE AS FÉRIAS: é proibido o trabalho para outro empregador durante as férias, exceto se por força de outro contrato de trabalho mantido.

REMUNERAÇÃO DAS FÉRIAS: as da data de sua concessão, acrescidos de 1/3 a mais do que o salário normal.

ABONO DE FÉRIAS: conversão de 1/3 do período de férias em abono pecuniário (venda de 10 dias das férias); deve ser requerido até 15 dias antes do término do período aquisitivo.

PAGAMENTO DAS FÉRIAS: até 2 dias antes do seu início.

FALTAS AO TRABALHO

FALTAS JUSTIFICADAS

aquelas em que o empregado pode faltar, sem prejuízo do salário:

- até 2 dias consecutivos em caso de falecimento do cônjuge, ascendente, descendente, irmão ou pessoa que declarada em sua CTPS viva sob sua dependência econômica.

- Até 3 dias consecutivos em virtude de casamento.

- 5 dias em caso de nascimento de filho, no decorrer da primeira semana - licença paternidade.

- 1 dia em cada 12 meses de trabalho, em caso de doação voluntária de sangue. - Até 2 dias consecutivos ou não para fins de alistamento eleitoral.

- Para prestar o serviço militar. - Para prestar vestibular.

- Para comparecimento em juízo.

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Apostila NDLST Prof. Mateus Ricas 13

ATRASOS AO SERVIÇO - podem gerar ausência de pagamento do repouso semanal remunerado e a sua persistência

pode ocasionar a dispensa por justa causa, por desídia – CLT Art. 482, “e”

ROMPIMENTO DO CONTRATO DE TRABALHO

SEM JUSTA CAUSA - PELO EMPREGADOR - o empregador pode dispensar o empregado sem justa causa, exceto no caso do empregado ter uma garantia de emprego (dirigente sindical, membro da CIPA, acidentado do trabalho e gestante).

COM JUSTA CAUSA - PELO EMPREGADOR - o empregador pode dispensar o empregado por justa causa, nos termos do art. 482 da CLT, nas seguintes condições: improbidade (furto, fraude, etc.); negociação habitual sem permissão do empregador; condenação definitiva criminal do empregado em que não tenha ocorrido a suspensão da pena; desídia (impontualidade, ausências injustificadas, produção imperfeita, negligência, etc.); incontinência de conduta (mau procedimento que afete a moralidade); embriaguez habitual ou em serviço; violação de segredo da empresa; abandono do emprego; agressões físicas ou verbais praticadas no serviço contra o empregador ou qualquer outra pessoa; prática constante de jogos de azar; atos atentatórios contra a segurança nacional.

COM JUSTA CAUSA - PELO EMPREGADO - o empregado pode considerar rescindido o contrato de trabalho, por justa causa do empregador, nas seguintes condições: exigência de serviços superiores às suas forças, contrários a lei e aos bons costumes ou diferentes do contratado; for tratado com rigor excessivo; correr risco; não cumprir o empregador o que consta no contrato; atos contra a honra e boa fama do empregado e membros de sua família; ofensas físicas e redução do trabalho que afetem sensivelmente os salários.

AVISO PRÉVIO - comunicação de término do contrato feita pelo empregador ao empregado e vice-versa.

DISCRIMINAÇÃO

CONSTITUIÇÃO FEDERAL: princípio e direito fundamental

- a promoção do bem de todos e a igualdade entre os todos os cidadãos (arts. 3º, IV e 5º, caput).

Proíbe:

- preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação (religião, origem, opção sexual, etc.) – CF, Art. 3º, IV.

- diferença de salários, de exercício de funções e de critérios de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil – CF - Art. 7º, XXX;

- distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos (Art. 7º, XXXII); - qualquer discriminação no tocante a salários e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência (Art. 7º, XXXI).

LEIS INFRACONSTITUCIONAIS: diversas leis proíbem práticas discriminatórias na admissão, manutenção e dispensa

do empregado.

PRÁTICAS DISCRIMINATÓRIAS: Exemplos: não contratar trabalhador porque é negro ou amarelo, menor de 21

anos ou maior de 45, japonês, alemão ou índio, somente homens para determinado trabalho, quem ajuizou ação trabalhista ou serviu de testemunha em ações trabalhistas, pessoa com deficiência, etc.

INCLUSÃO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA - CF (Art. 7º, XXXI e Art. 37, VIII – estabelece os princípios da não discriminação em empresas privadas e órgãos públicos:

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Apostila NDLST Prof. Mateus Ricas 14 Lei 8213/91 estabelece cotas para empresas com 100 ou mais empregados, obrigando-as a ter em seus quadros pessoas com deficiência ou reabilitadas pelo INSS, da seguinte forma:

I - até 200 empregados - 2% II - de 201 a 500 - 3% III - de 501 a 1.000 - 4% IV - de 1.000 a IV - 5%

A discriminação constitui crime inafiançável. Negar emprego ou trabalho, ou ainda acesso a cargo público, por motivo derivado de sua deficiência, sem justa causa, constitui crime punível com reclusão de 1 a 4 anos e multa.

O Trabalho da Mulher

Adiante serão expostas algumas considerações acerca do que a lei garante ou determina sobre as condições de trabalho da mulher no Brasil. Todos os pontos abordados são resumo do capítulo 8 do livro Manual de Prática Trabalhista.

Duração e condições do trabalho da mulher

O artigo 5º da Constituição preceitua que todos são iguais perante a lei e que não deve haver distinção de qualquer natureza. O inciso XXX do artigo 7º proíbe diferença de exercício de funções, de critérios de admissão e de salários, por motivo de sexo.

Diante disso, a legislação ou o poder executivo não pode criar restrições ao trabalho da mulher. Neste sentido, em relação a jornada de trabalho, considerando a hora extra, a compensação de horas ou o trabalho noturno as regras são as mesmas aplicadas aos homens, com exceção do trabalho da gestante e da lactante como será visto mais adiante.

Salário

O salário deve ser o mesmo para funções de mesma complexidade e extensão exercidas por homens ou mulheres. Os direitos iguais em relação ao salário de homens e mulheres que a constituição garante são: salário mínimo, piso salarial, salário irredutível (salvo acordo ou convenção coletiva), garantia de salário nunca inferior ao mínimo para os que percebem remuneração variável.

Jornada

Duração máxima do trabalho de 8 horas diárias e 44 horas semanais, podendo a jornada ser diminuída, mediante acordo individual ou coletivo, ou aumentada, para efeito de prorrogação (hora extra) ou compensação. A hora extra poderá ser prorrogada por no máximo 2 (duas) horas por jornada, com acréscimo de, no mínimo 50%

(cinquenta por cento) sobre a hora normal.

A exceção a esta regra é a hora extra trabalhada por motivo de força maior (catástrofe, por exemplo) onde não há limite de prorrogação; outra possibilidade de exceção é o trabalho em serviços inadiáveis onde a jornada de trabalho pode ser prolongada por até 4 (quatro) horas. Quanto ao trabalho noturno, a partir das 22 horas até às 05 horas do dia seguinte a jornada trabalhada deverá ser acrescida de 25% (vinte e cinco por cento) sobre a hora normal, considerando, neste período, 01 (uma) hora como de 52 minutos e trinta segundos. Em suma, os itens em que o trabalho da mulher passou a ter o mesmo tratamento do masculino:

Horas extras

Trabalho Noturno

Serviços inadiáveis

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Apostila NDLST Prof. Mateus Ricas 15 Obrigação de toda empresa

É obrigação de toda empresa:

I - prover os estabelecimentos de medidas quanto à higienização dos métodos e locais de trabalho, como ventilação e iluminação ou outros que garantam a segurança e o conforto das mulheres;

II - instalar vestiários com armários individuais, privativos das mulheres, exceto nos estabelecimentos em que não seja exigida a troca de roupa;

III - instalar bebedouros, lavatórios, aparelhos sanitários, dispor de cadeiras ou bancos, em número suficiente, que permitam às mulheres trabalhar sem grande esgotamento físico;

IV - fornecer, gratuitamente, equipamentos de proteção individual, de acordo com a natureza do trabalho.

Pouco(a)s sabem...

Os estabelecimentos em que trabalharem pelo menos 30 mulheres, com mais de 16 anos de idade, terão local apropriado, onde seja permitido às empregadas guardar seus filhos no período de amamentação.

É proibido empregar mulher em serviço que demande a utilização de força muscular superior a 20 quilos, para o trabalho contínuo, ou 25 quilos para o trabalho ocasional;

A mulher tem direito a 2 (dois) períodos de descanso de (meia hora cada) durante a jornada de trabalho para

amamentar o próprio filho até este completar 06 (seis) meses de idade.

Licença à gestante

Artigo 7º da Constituição: " Licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de 120 dias."

(Período aumentado para 180 dias a partir de 2010). A CLT preceitua salário maternidade no período de 28 dias

antes e 91 dias depois do parto. Em caso de aborto a mulher terá um repouso remunerado de duas semanas.

Estabilidade provisória

É vedada a dispensa sem justa causa da mulher desde a confirmação da gravidez até cinco semanas após o parto.

Acesso ao mercado de trabalho

Segundo a Lei 9.799/99 é proibido:

- publicar anúncio de emprego que faça referência ao sexo, salvo quando a natureza da atividade exigir; - recusar emprego, promoção ou motivar dispensa em razão do sexo;

- considerar sexo, idade, cor ou condição familiar determinante para fins de remuneração, formação ou ascensão; - exigir comprovação de esterilidade ou gravidez para admissão ou permanência no cargo;

- proceder empregado ou preposto a revistas íntimas nas empregadas ou funcionárias.

Mãe adotiva

Lei 10.421/02 concede licença-maternidade paga pela previdência a trabalhadora que obtiver guarda judicial para fins de adoção, nas seguintes condições:

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Apostila NDLST Prof. Mateus Ricas 16 + de 1 ano até 4 anos de idade: licença de 60 dias

+ de 4 anos até 8 anos de idade: licença de 30 dias

Enfim, são esses e outros direitos que cabem às trabalhadoras no Brasil, com vistas à proteção ao mercado de trabalho e à manutenção do emprego para as mulheres.

TRABALHO DO ADOLESCENTE

Idade Mínima para o trabalho – 16 anos, exceto na condição de aprendiz, a partir dos 14 anos (CF, Art. 7º, XXXIII, CLT, Art. 403, ECA, Art. 60).

- Trabalho Proibido para adolescentes menores de 18 anos:

a) insalubre; b) perigoso; c) penoso; d) em horário noturno; e) realizado em locais prejudiciais à sua formação e ao desenvolvimento físico, psíquico, moral e social; f) realizado em horários e locais que não permitam a frequência à escola (CF, Art. 7º, XXXIII, CLT, Art. 403, parágrafo único, Art. 405, I e II, ECA, Art. 67, I, II e III);

- Recibo de pagamento - o adolescente pode firmar os recibos de pagamento, sem a assistência dos seus pais, exceto o de quitação na rescisão do contrato (CLT, Art. 439);

- Prazo para ajuizar ação trabalhista - 2 anos, após completar 18 anos (CLT, Art. 440);

- Carteira de Trabalho - registro em CTPS e no Livro de Registro de Empregados (CLT, arts. 29 e 41); - Salário - não há diferença de salário em decorrência da idade (CF, Art. 7º, XXX).

- Obrigações da empresa - possibilitar a frequência às aulas, zelar no ambiente de trabalho pelos bons costumes, decência pública e regras de higiene e medicina do trabalho, (CLT, 425, 426 e 427).

- Obrigações do adolescente - as mesmas obrigações de todo o trabalhador, à exceção das restrições legais descritas neste tópico.

CONVENÇÃO 182 e RECOMENDAÇÃO 190 OIT

- Piores Formas Trabalho Infantil e Ação Imediata para sua Eliminação – (texto aprovado Dec. Leg. 178, de 15.12.99

e promulgado Decreto 3.597, de 12.09.02).

- Art. 3º, “d” – trabalho prejudicial à saúde, segurança ou moral das crianças.

- Art. 6º - todo membro deve elaborar e implementar programas para eliminar, como medida prioritária, as piores formas de trabalho infantil.

- Art. 7º, “c” – assegurar acesso ensino básico e profissional.

LISTA TIP – PIORES FORMAS TRABALHO INFANTIL

Decreto 6481/2008 –regulamento os artigos 3º, alínea “d” e 4º da Convenção 182 OIT. 94 ATIVIDADES PROIBIDAS AO ADOLESCENTE.

ESTÁGIO

DEFINIÇÃO: Lei 6494/77 - é a complementação da formação educacional exercida de forma prática na empresa ou

órgão público, não gerando vínculo de emprego, exceto se for desvirtuado (CLT, Art. 9º)

REQUISITOS DE VALIDADE DO ESTÁGIO:

- formalização de um Termo de Compromisso entre o estudante e a parte concedente; - interveniência obrigatória da instituição de ensino;

(17)

Apostila NDLST Prof. Mateus Ricas 17 - compatibilidade entre o horário de atividade do estágio e o horário escolar (parte teórica);

- duração não inferior a um semestre letivo; - seguro de acidentes pessoais;

- remuneração - bolsa, ou outra forma de contraprestação que venha a ser acordada. Poderá ser realizado sem remuneração.

APRENDIZAGEM

LEI n. 10097/00 alterou vários dispositivos da CLT em relação à Aprendizagem Metódica de um Ofício.

DEFINIÇÃO: aprendizagem metódica de um ofício é a formação técnico-profissional, caracterizada por atividades

teóricas e práticas, metodicamente organizadas em tarefas de complexidade progressiva e desenvolvidas no ambiente de trabalho (Art. 428-CLT).

QUEM PODE SER APRENDIZ: adolescentes de 14 a 18 anos e jovens de 18 a 24 anos (CLT, Art. 403).

ENTIDADES QUE PODEM REALIZAR A APRENDIZAGEM: Sistema “S” (SENAC, SENAI, SENAR, SENAT E SESCOOP),

Escolas Técnicas de Educação e Entidades sem fins lucrativos de assistência ao adolescente e à educação

profissional, registrados no CMDCA - Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (Art. 430, CLT).

TIPO DE CONTRATO: contrato a prazo determinado (Art. 431, CLT).

DURAÇÃO DO CONTRATO: máximo de 2 anos (ART. 428, CLT);

SALÁRIO: no mínimo, o salário mínimo hora, englobando as atividades teóricas e práticas (CLT, Art. 428, § 2º). Se

houver no Estado piso regional ou Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) ou Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), adotar-se-á o valor maior, proporcional a jornada de trabalho. Ou seja, no mínimo, o salário mínimo hora, salvo

condição mais favorável, englobando as atividades teóricas e práticas (CLT, Art. 428, § 2º).

Instrução Normativa nº. 75 do M.T.E.

Art. 5º Ao empregado aprendiz é garantido o salário mínimo hora, considerado para tal fim: I - o valor do salário mínimo nacional;

II - o valor do salário mínimo regional fixado em lei;

III - o piso da categoria previsto em instrumento normativo, quando houver previsão de aplicabilidade ao aprendiz; IV - o valor pago por liberalidade do empregador.

§ 1º Em qualquer hipótese, será preservada a condição mais benéfica ao aprendiz.

CONDIÇÃO MAIS FAVORÁVEL

- Art. 17, § único, Decreto 5.598/2005:

“Entende-se por condição mais favorável aquela fixada no contrato de aprendizagem ou prevista em convenção ou acordo coletivo de trabalho, onde se especifique o salário mais favorável ao aprendiz, bem como o piso regional de que trata a Lei Complementar no 103, de 14 de julho de 2000”.

PISO REGIONAL DO PARANÁ – LEI 16.099/2009.

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Apostila NDLST Prof. Mateus Ricas 18

“Art. 1º, III –R$ 620,46 (seiscentos e vinte reais e quarenta e seis centavos) para os Trabalhadores de Serviços Administrativos, correspondentes ao Grande Grupo Ocupacional 4 da Classificação Brasileira de Ocupações”

OBRIGAÇÃO DAS EMPRESAS DE MÉDIO E GRANDE PORTE: contratar adolescentes aprendizes observada a cota de

5% a 15% dos trabalhadores, cuja função demande formação profissional (Art. 429, CLT).

JORNADA DE TRABALHO: até 6 horas para adolescentes que estão cursando o ensino fundamental e até 8 horas

para os que já concluíram, desde que computadas as horas destinadas a aprendizagem teórica (Art. 432, CLT).

EXTINÇÃO DO CONTRATO:

- ocorre no final do contrato; - ao completar 24 anos; - a pedido do aprendiz;

- antecipadamente nas seguintes condições:

a) desempenho insuficiente ou inadaptação do aprendiz; b) falta disciplinar grave (Art. 482, CLT);

c) ausência injustificada à escola que implique a perda do ano letivo.

* DESEMPENHO INSUFICIENTE OU INADAPTAÇÃO: INDISPENSÁVEL LAUDO EMITIDO PELA ENTIDADE FORMADORA CONCORDANDO COM A DISPENSA

REQUISITOS DE VALIDADE DO CONTRATO:

- matrícula e frequência à escola.

- inscrição em programa de aprendizagem desenvolvida sob a orientação de entidade qualificada em formação técnico-profissional ou entidade sem fins lucrativos.

HORAS EXTRAS E COMPENSAÇÃO DE JORNADA: proibida aos aprendizes (CLT, Art. 432).

ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) é uma agência multilateral ligada à Organização das Nações Unidas

(ONU), especializada nas questões do trabalho.

Tem representação paritária de governos dos 182 Estados-Membros e de organizações de empregadores e de trabalhadores.

Com sede em Genebra, Suíça desde a data da fundação, a OIT tem uma rede de escritórios em todos os continentes. O seu orçamento regular provém de contribuições dos seus Estados Membros, que é suplementado por contribuições de países industrializados para programas e projetos especiais específicos. No biénio 2000-01, o orçamento da OIT aprovado pelo Conselho de Administração foi de US$ 467 milhões, dos quais apenas 20% proveniente de contribuições regulares.

História

A OIT foi criada pela Conferência de Paz após a Primeira Guerra Mundial. A sua Constituição converteu-se na Parte XIII do Tratado de Versalhes.

A idéia de uma legislação trabalhista internacional surgiu como resultado das reflexões éticas e econômicas sobre o custo humano da revolução industrial. As raízes da OIT estão no início do século XIX, quando os líderes industriais Robert Owen e Daniel le Grand apoiaram o desenvolvimento e harmonização de legislação trabalhista e melhorias nas relações de trabalho.

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Apostila NDLST Prof. Mateus Ricas 19

 humanitários: condições injustas, difíceis e degradantes de muitos trabalhadores,

 políticos: risco de conflitos sociais ameaçando a paz, e

 econômicos: países que não adotassem condições humanas de trabalho seriam um obstáculo para a obtenção de melhores condições em outros países.

Em 1944, à luz dos efeitos da Grande Depressão a da Segunda Guerra Mundial, a OIT adotou a Declaração da Filadélfia como anexo da sua Constituição. A Declaração antecipou e serviu de modelo para a Carta das Nações Unidas e para a Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Em 1969, em seu 50º aniversário, a Organização foi agraciada com o Nobel da Paz. Em seu discurso, o presidente do Comitê do Prêmio Nobel afirmou que a OIT era "uma das raras criações institucionais das quais a raça humana podia orgulhar-se".

Em 1998, durante a 86ª Conferência Internacional do Trabalho, foi adotada a Declaração sobre os Princípios e Direitos Fundamentais no Trabalho e seu Seguimento. O documento é uma reafirmação universal da obrigação de respeitar, promover e tornar realidade os princípios refletidos nas Convenções fundamentais da OIT, ainda que não tenham sido ratificados pelos Estados Membros.

Desde 1999, a OIT trabalha pela manutenção de seus valores e objetivos em prol de uma agenda social que viabilize a continuidade do processo de globalização através de um equilíbrio entre objetivos de eficiência econômica e de equidade social.

A OIT fundamenta-se no princípio de que a paz universal e permanente só pode basear-se na justiça social. Fonte de importantes conquistas sociais que caracterizam a sociedade industrial, a OIT é a estrutura internacional que torna possível abordar estas questões e buscar soluções que permitam a melhoria das condições de trabalho no mundo.

Direito do Trabalho

Normas do Direito do Trabalho

Constituição Federal; Consolidação das Leis do Trabalho; Lei número 8.036/90 (FGTS); Lei número 605/49 (repouso semanal remunerado); Lei 5.859/72 (empregado doméstico); Lei 5.889/73 (trabalhador rural); Lei 6.019/74 (trabalhador temporário); Lei 7.418/85 (vale transporte) etc.

Fontes do Direito do Trabalho

 Constituição Federal;

 Leis;

 Atos do Poder Executivo;

 Sentença Normativa;

 Convenções e Acordos Coletivos;

 Regulamentos de Empresas;

 Disposições Contratuais;

 Usos e Costumes;

 Jurisprudência etc.

Atos do Poder Executivo - o Poder Executivo tem competência para expedir decretos e regulamentos (art. 84, IV,

da CF) visando o cumprimento da legislação.

O Ministério do Trabalho também expede portarias, ordens de serviço, etc.,

Sentença Normativa - chama-se sentença normativa a decisão dos Tribunais Regionais do Trabalho (TRT) ou do

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Apostila NDLST Prof. Mateus Ricas 20 segundo, da Constituição Federal, dão competência a Justiça do Trabalho para estabelecer normas e condições de trabalho.

Convenções e Acordos Coletivos - as Convenções Coletivas são os pactos firmados entre dois ou mais sindicatos -

estando de um lado o sindicato patronal e do outro o sindicato profissional (dos trabalhadores) - a respeito de condições de trabalho para a categoria (artigo 611 da CLT). Os Acordos Coletivos são os pactos celebrados entre uma ou mais de uma empresa e o sindicato da categoria profissional a respeito de condições de trabalho (parágrafo primeiro do artigo 611 da CLT). Assim, as regras que forem estabelecidas em Convenções e Acordos Coletivos serão de observância nas categorias respectivas, sendo, portanto, uma das fontes do Direito do Trabalho.

Regulamentos de Empresa - geralmente o regulamento de empresa é elaborado unilateralmente pelo empregador,

mas é possível a participação do empregado na sua elaboração via Acordo Coletivo. Pelo fato de serem estabelecidas condições de trabalho no regulamento, este vem a ser uma fonte normativa do Direito do Trabalho, pois suas cláusulas aderem ao contrato de trabalho.

Disposições Contratuais - São as determinações inseridas no contrato de trabalho, ou seja, no acordo bilateral firmado a respeito de condições de trabalho e que irão dar origem a direitos e deveres do empregado e do empregador.

Usos e Costumes - Os usos e costumes são uma importante fonte do Direito do Trabalho. Muitas vezes, nos usos e

costumes e na sua reiterada aplicação pela sociedade, é que se origina a norma legal. Mesmo na empresa costumam aparecer regras que são aplicadas reiteradamente, mas que não estão disciplinadas em lei. A gratificação é um pagamento feito pelo empregador que tem por natureza o costume. De tanto os empregadores pagarem uma gratificação natalina espontânea é que ela passou a ser compulsória, dando origem ao atual décimo-terceiro salário (lei 4.090/62).

O próprio contrato de trabalho não precisa ser necessariamente feito por escrito, podendo ser regido por aquelas regras do costume, ou seja, do que foi acordado tacitamente pelas partes (art. 443 da CLT). Princípios do Direito do Trabalho - existem princípios que são comuns ao direito em geral, por exemplo, que ninguém poderá alegar a ignorância do Direito; que deve-se respeitar a dignidade da pessoa humana; que é proibido o abuso de direito; que é vedado o enriquecimento sem causa, etc. 0 princípio da boa fé nos contratos é aplicável em qualquer contrato, seja no Direito Civil ou no Comercial, mas também no Direito do Trabalho.

Direito coletivo do trabalho - segmento do Direito do Trabalho encarregado de tratar da organização sindical, dos

conflitos coletivos de trabalho, sua solução e a representação dos trabalhadores.

Contrato Coletivo de Trabalho - é o negócio jurídico de caráter normativo, de modo a regulamentar, criar ou estipular condições de trabalho. 0 Contrato coletivo regulamenta temporariamente o conflito coletivo entre as partes, sob a forma de resolução pacífica do conflito pelas próprias pessoas interessadas, mas não deixa de ser um instrumento destinado a organizar a autonomia coletiva sindical.

Empregado - é toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência

deste e mediante salário.

Trabalhador Temporário - é a pessoa física contratada "por empresa de trabalho temporário, para prestação de

serviço destinado a atender à necessidade transitória de substituição de pessoal regular e permanente ou a acréscimo extraordinário de tarefas de outras empresas”. É portanto, empregado da empresa de trabalho temporário, não tendo, porém, todos os direitos que são assegurados pela CLT. Não deixa de ser, por conseguinte, empregado, porém um empregado especial, com direitos limitados à legislação especial.

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Apostila NDLST Prof. Mateus Ricas 21

Trabalhador Autônomo - a CLT não define trabalhador autônomo, apenas empregados. 0 Trabalhador autônomo

é, portanto, a pessoa que presta serviços habitualmente por conta própria a uma ou mais pessoas, assumindo o risco de sua atividade econômica; não é subordinado como o empregado, não estando sujeito ao poder de direção do empregador, nem tendo horário de trabalho, podendo exercer Iivremente a sua atividade, no momento que o desejar, de acordo com a sua conveniência.

Trabalhador Eventual - o trabalhador eventual é a pessoa física contratada apenas para trabalhar numa certa

ocasião específica, exemplo: trocar uma instalação elétrica, consertar o encanamento, etc., terminado o evento cessa a relação jurídica trabalhista.

Trabalhador Avulso - trabalhador avulso é quem presta serviço a diversas empresas, sem vínculo empregatício,

pode ser de natureza urbana ou rural.

Estagiários - são alunos regularmente matriculados que frequentam efetivamente cursos vinculados à estrutura do

ensino público e particular, nos níveis superior, profissionalizante de segundo grau ou escolas de educação especial, como escolas de formação de professores de primeiro e segundo grau. 0 estágio é realizado mediante compromisso celebrado entre o estudante e a parte concedente, com interveniência obrigatória da instituição de ensino.

Empregador - a CLT considera empregador "a empresa, individual ou coletiva, que assumindo os riscos da atividade

econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços". São equiparados ao empregador, para efeitos de relação de emprego, os profissionais liberais, instituições de beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, e outros que admitirem trabalhadores como empregados.

Poder de Direção do Empregador - sendo o empregado um trabalhador subordinado, está sujeito ao poder de

direção do empregador.

Poder de Organização - o Empregador tem todo o direito de organizar o seu empreendimento, decorrente até

mesmo do direito de propriedade. O empregador é quem estabelece qual a atividade que será desenvolvida: agrícola, comercial, industrial, de serviços etc. O empregador é que determina o número de funcionários que precisa, os cargos, funções, local de trabalho, etc. Dentro do poder de organização é que encontra-se a possibilidade do empregador regulamentar o trabalho, elaborando o regulamento de empresa.

Poder de Controle - o empregador tem o direito de fiscalizar e controlar as atividades de seus empregados. Os

empregados poderão ser revistados no final do expediente, porém não poderá ser a revista feita de maneira abusiva ou vexatória, ou seja, deverá ser moderada. A própria marcação do cartão de ponto é decorrente do poder de fiscalização do empregador sobre o empregado, de modo a verificar o correto horário de trabalho de obreiro, que inclusive tem amparo legal, pois nas empresas de mais de 10 empregados é obrigatória a anotação da hora de entrada e de saída, em registro manual, mecânico ou eletrônico, devendo haver a assinalação do período de repouso.

Poder Disciplinar - o empregado poderá ser advertido e suspenso. A advertência muitas vezes é feita verbalmente.

Caso o empregado reitere o cometimento de uma falta, aí será advertido por escrito. Na próxima falta será suspenso.

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Apostila NDLST Prof. Mateus Ricas 22 Contrato de Trabalho - artigo 442 da CLT - contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou expresso, correspondente à relação de emprego.

Objeto - o objeto do contrato de trabalho é a prestação de serviço subordinado e não eventual do empregado ao

empregador, mediante o pagamento de salário.

Requisitos - continuidade. 0 trabalho deve ser prestado com continuidade. Aquele que presta serviços apenas eventualmente não é empregado. Subordinação- o obreiro exerce sua atividade com dependência ao empregador, por quem é dirigido. 0 empregado é, por conseguinte, um trabalhador subordinado, dirigido pelo empregador. Essa subordinação pode ser econômica, técnica, hierárquica, jurídica ou até mesmo social. 0 empregado é subordinado economicamente ao empregador por depender do salário que recebe.

Onerosidade - não é gratuito o contrato de trabalho, mas oneroso. 0 empregado recebe salário pelos serviços

prestados ao empregador. Pessoalidade - o Contrato de trabalho é "intuitu personae", ou seja, realizado com uma certa e determinada pessoa. 0 Empregado não pode fazer-se substituir por outra pessoa, sob pena do vínculo se formar com a última.

Características - O Contrato de Trabalho é bilateral, consensual, oneroso, comutativo e de trato sucessivo. 0 contrato de trabalho não é um pacto solene, pois independe de quaisquer formalidades, podendo ser ajustado verbalmente ou por escrito (art. 443 CLT).

Contrato de Experiência - o empregador pode testar se o empregado tem condições de exercer a atividade que for

determinada. Pode ser utilizado para qualquer empregado e com qualquer grau intelectual. 0 Prazo máximo do contrato de experiência é de 90 (noventa) dias. Se o prazo for excedido por mais de 90 (noventa) dias, vigorará como se fosse contrato por prazo indeterminado. Pode ser prorrogado apenas uma única vez, assim sendo, é possível se fazer um contrato por 45 dias e prorrogá-lo por mais 45 dias, ou um por 30 dias prorrogado por mais 60 dias.

Contrato por Obra Certa - é uma espécie de contrato por prazo determinado, podendo ser enquadrado na condição

de "serviços especificados”.

Terceirização de Serviços - Responsabilidade Subsidiária - a Terceirização é atualmente o meio mais utilizado para

a prestação de serviços não considerados como atividade-fim das empresas, tais como conservação e limpeza, vigilância, medicina do trabalho, entre outros.

Remuneração - é um conjunto de retribuições recebidas pelo empregado pela prestação de serviços, seja em

dinheiro ou em utilidades, provenientes do empregador ou de terceiros, mas decorrentes do contrato de trabalho, de modo a satisfazer as suas necessidades vitais básicas e de sua família.

Salário Mínimo - e a contraprestação mínima devida e paga diretamente pelo empregador ao trabalhador, inclusive

ao trabalhador rural, por dia normal de serviço. Não pode haver distinção de sexo.

Salário Profissional - o inciso V do artigo 7 da Constituição Federal instituiu o "piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho". Há que se diferenciar o salário profissional do salário mínimo, pois o mínimo é geral, para qualquer trabalhador, enquanto o salário profissional se refere ao salário de uma certa profissão ou categoria de trabalhadores.

Salário em dinheiro - o salário deve ser pago em dinheiro, em moeda de curso forçado.

Salário em utilidades - a lei permite o pagamento parcial do salário em utilidades, ou seja além do pagamento em

(23)

Apostila NDLST Prof. Mateus Ricas 23 ser pagos em dinheiro. Quando se estabelece que o pagamento será mensal, deve-se efetuá-lo o mais tardar até o quinto dia útil do mês subsequente ao vencido.

Adicionais - é um acréscimo salarial decorrente da prestação de serviços do empregado em razão de tempo de

serviço ou de condições mais gravosas (danosas). Pode ser adicional de horas extras, noturno, insalubridade, de periculosidade, de transferência etc.

O Adicional por Insalubridade é devido ao empregado que presta serviços em atividades insalubres, sendo calculado à razão de I0% (grau mínimo), 20% (grau médio) e 40% (grau máximo) sobre o salário mínimo. São consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos.

O Adicional de Periculosidade é devido ao empregado que presta serviços em contato permanente com elementos inflamáveis, explosivos ou elétrico. 0 contato permanente tem sido entendido como diário. 0 Adicional será de 30% sobre o salário do empregado, sem os acréscimos resultantes de gratificação, prêmios ou participações nos lucros da empresa.

Obs.: É proibido o trabalho do menor em serviços perigosos ou insalubres.

O Adicional de Transferência é devido ao empregado quando for transferido provisoriamente para outro local, desde que importe mudança de sua residência. Não é devido nas transferências definitivas. 0 Percentual é de 25% sobre o salário do empregado.

O Adicional por Tempo de Serviço é estipulado normalmente em regulamento interno da empresa, após o empregado ter completado determinado período de trabalho.

Ajuda de custo - ajuda de custo é parcela paga de uma só vez para o empregado atender a certas despesas, sobretudo de transferência. Tem caráter indenizatório, nunca salarial, mesmo quando excede de 50% do salário.

Comissões - parcela salarial devida ao empregado comissionista, com base em percentual aplicado sobre o total

das vendas realizadas. A comissão pode mista (salário fixo + comissão) ou pura (apenas comissão).

Diárias - são importâncias concedidas para cobrir gastos com deslocamento do trabalhador da sede da empresa e

cessam quando ele retorna.

Gorjeta - parcela salarial devida normalmente ao garçom, através de percentual devido sobre o total das vendas

da empresa.

Gratificação - parcela salarial devida ao empregado, normalmente em virtude de um trabalho especial executado

durante a jornada normal de trabalho.

Gratificação de função - parcela salarial devida em face da função exercida pelo empregado (Ex.: Caixa de Banco).

Décimo Terceiro Salário - integram o 13º salário as horas extras prestadas habitualmente, a gratificação periódica

contratual, pelo seu duodécimo.

Referências

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