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COLAGEM DE FRAGMENTO DE DENTES

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(1)

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA

DE ODONTOLOGIA

-

Sc

ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO PROFISSIONAL

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM DENTISTICA RESTAURADORA

COLAGEM

DE FRAGMENTO

DE DENTES

Monografia apresentada ã Escola de

Aperfeiçoamento Profissional da

Associação Brasileira de Odontologia -

SC, como parte dos requisitos para

conclusão do curso de Especialização

em Dentistica Restauradora.

CRISTIANE BORBA

ORIENTADOR

SYLVIO MONTEIRO JÚNIOR

(2)

" Nada melhor que um sonho para criar o futuro.'

(3)

AGRADECIMENTOS

Qualquer obra, por mais simples ou complexa que possa ser, envolve a intenção e esforços de várias pessoas. Esta monografia só foi possível graças à compreensão e inestimável ajuda que recebi de algumas pessoas às quais gostaria de agradecer e com elas dividir a alegria de vê-la finalmente concluída.

Essas pessoas são as seguintes: meus pais e amigos, que souberam entender a minha ausência para poder escrevê-la.

0 querido professor da Disciplina de Dentistica da UFSC, Prof. Sylvio Monteiro Júnior (coordenador).

0 professor Luis Felippe pela ajuda na execução do caso clinico sobre colagem de fragmentos.

(4)

RESUMO

Através de uma revisão de literatura foi realizada, relatando os tipos de

fraturas de dentes, opções de tratamento, prevenção e prognóstico dos casos

em que há traumatismos. Nesses casos a colagem de fragmento de dentes

fraturados foi relacionada como uma das opções de tratamento mais indicada s .

(5)

ABSTRACT

A literary review was made to show the kind of tooth fractures, treatment

options. prevention and prognostic in cases with traumatic injuries. In that

cases the bond of fractured tooth was related like one of the most indicated

(6)

SUMARIO

RESUMO 1

ABSTRACT 2

1 Introdução 4

2 Tipos de Fraturas 6

3 Pré — requisitos para a colagem de fragmento dental 9

4 Vantagens e Desvantagens da colagem 10

4.1 Vantagens 4.2 Desvantagens

5 Planejamento 13

6 Protocolo clinico 21

7 Orientações ao paciente 27

7.1 Orientações preventivas

7.2 Orientações posteriores ao trauma

7.3 Orientações posteriores ao tratamento

8 Relatos Clínicos 32

9 Conclusão 34

(7)

I

INTRODUÇÃO

Os dentes sempre foram sinônimo de saúde beleza. Os incisivos são

dentes que dominam a aparência física do paciente ( SIMONSEN, 1982),

sendo, portanto, os responsáveis pela primeira impressão causada pelo

indivíduo. 0 comportamento de uma criança, bem como seu desempenho, e.

principalmente sua estabilidade emocional, podem ser afetados por fraturas ou

manchas nos dentes anteriores.

0 grande número de esportes de contato físico, assim como a prática de

esportes radicais, somados ao grande número de acidentes automobilísticos

tem gerado inúmeros casos de fraturas nos dentes anteriores, principalmente

em pessoas de 6 a 15 anos. Segundo Slack & Jones, 1955, cerca de 87%

dessas fraturas atinge, no máximo, a dentina, e os incisivos centrais superiores

são os mais propensos ao traumatismo, provavelmente pela sua posição

vulnerável e inadequada proteção dos lábios.

O cirurgião — dentista é procurado para o restabelecimento da estética e

função dos dentes fraturados. Diferentes técnicas e materiais restauradores

têm sido indicados para o restabelecimento do dente fraturado.

Em virtude das necessidades estéticas, que tem se tornado prioritárias

no mundo atual, a colagem de fragmento dental tem sido indicada com o

intuito de preservar ao máximo as estruturas dentais.

Dentro deste contexto, o objetivo deste trabalho é fazer uma revista da

literatura relacionada a colagem de fragmentos dentais, direcionada aos tipos

de fraturas, técnicas de colagem de fragmento, outras opções de tratamento

(8)

momento do acidente que provocou a fratura do elemento dentário até a

(9)

2

TIPOS DE FRATURAS

Os traumatismos dentais tem sido classificados de acordo com uma

variedade de fatores, tais corno a etiologia, anatomia, patologia ou

considerações terapêuticas. Andreasen, J.O. e colaboradores, 1999,

descreveram os tipos de traumas dentários — em Traumatic Dental Injuries — a

Manual, baseados no "World Health Organization". A sua classificação inclui

as injúrias ao dente, estruturas de suporte, gengiva e mucosa oral e é baseada

nas considerações anatômicas, terapêuticas e de prognóstico.

As injúrias aos tecidos duros e polpa, incluem: fissura de esmalte - uma

fratura incompleta de esmalte sem perda da substância do dente; fratura de

esmalte — uma fratura com perda de substância apenas de esmalte; fratura de

esmalte - dentina — uma fratura com perda de substância de esmalte e dentina,

sem envolvimento pulpar e fratura complicada de coroa — uma fratura

envolvendo esmalte e dentina, e expondo a polpa.

As injúrias aos tecidos duros, polpa e processo alveolar incluem : fratura

de coroa e raiz — que envolve esmalte, dentina e cemento, podendo ou não

exp6r a polpa; fratura radicular — envolvendo dentina, cemento e polpa, e

podem ser classificadas de acordo com o deslocamento do fragmento

coronário; fratura da parede alveolar mandibular ou maxilar — uma fratura que

envolve a parede óssea do processo alveolar e fratura do processo alveolar —

uma fratura que envolve todo o processo alveolar.

As injúrias aos tecidos periodontais são as seguintes: concussão — uma

injúria as estruturas de suporte sem anormal perda ou deslocamento do dente,

(10)

estruturas de suporte do dente com perda anormal , mas sem deslocamento do

dente: luxação extrusiva — deslocamento parcial do dente para fora do alvéolo:

luxação lateral — deslocamento do dente em uma direção diferente da axial, é

acompanhada por cominução ou fratura do processo alveolar: luxação intrusiva

— deslocamento do dente para dentro do osso alveolar, é acompanhada por

cominução ou fratura do processo alveolar; avulsão — completo deslocamento

do dente para fora do alvéolo.

As injurias a gengivas e mucosa oral são as seguintes: laceração de

gengiva ou mucosa oral — um ferimento raso ou profundo da mucosa resultante

de um corte, geralmente produzido por uma objeto cortante: contusão da

gengiva ou mucosa oral — um machucado produzido pelo impacto com urn

objeto rombo acompanhado de uma fratura na mucosa, provocando

geralmente uma hemorragia submucosa: abrasão da gengiva ou mucosa oral —

uma ferida superficial produzida por uma fricção ou raspão na mucosa,

deixando uma superfície sangrante em carne viva.

Com a finalidade de colagem de fragmentos, Baratieri. L.N. e

colaboradores, 2002, descrevem da seguinte forma didática as fraturas dentais

possíveis de serem tratadas por meio de procedimentos restauradores

adesivos:

Fratura de esmalte

Fratura de esmalte e dentina

- Sem exposição pulpar e sem invasão do espaço biológico

- Sem exposição pulpar e com invasão do espaço biológico

- Coronal à margem óssea

(11)

- Apical à margem óssea

Com exposição pulpar e sem invasão dos espaços biológicos

Com exposição pulpar e com invasão dos espaços biológicos

- Coronal à margem óssea

- Ao nível da margem óssea

Apical à margem óssea

Diversas são as classificações, clinicamente o mais importante é

determinar o tipo de fratura, para planejar de maneira adequada, o tratamento

mais indicado e estabelecer o prognóstico mais favorável.

Diversos são os fatores que caracterizam o impacto dos dentes e que

podem determinar os diferentes tipos de fraturas, podemos abaixo , indicar os

principais fatores envolvidos em uma traumatismo e como eles incidem no tipo

de fratura.

- Força do golpe : menor velocidade afeta estruturas periodontais de

sustentação, maior velocidade acarreta fraturas de coroa.

- Elasticidade do objeto que produziu o golpe: quanto maior a elasticidade do

objeto, maior a freqüência de luxações e fratura alveolar, pois o lábio atua

como receptor do golpe e reduz a probabilidade de fratura da coroa.

- Forma do objeto que produziu o golpe: com ponta aguda, ocorre trauma

localizado e fratura de coroa; já um objeto com ponta romba ocasiona trauma

(12)

3 PRÉ

-

REQUISITOS

PARA A

COL

AGEM nF FRAGMENTO

DENTAL

Para a colagem de fragmento devem ser observados os seguinte

fatores: tipo de fratura , disponibilidade do fragmento dental e viabilidade de seu

aproveitamento, idade do paciente, grau de erupção do dente, condição

endoclôntica, quantidade/qualidade do remanescente dental. oclusã o.

exigências do paciente quanto à estética, altura da linha do sorriso.

disponibilidade de tempo e recursos por parte do paciente , disponibilidade de

instrumentos e materiais necessários á técnicas adesivas, conhecimento e

domínio de diferentes tipos de compósitos e de um sistema adesivo resinoso

de última geração. "risco' do paciente em relação ás doenças cáries e

(13)

4 VANTAGENS

E

DESVANTAGENS DA COLAGEM

Os sistemas adesivos resinosos e as técnicas adesivas com

condicionamento ácido de esmalte e dentina trouxeram grandes avanços nas

técnicas restauradoras para dentes anteriores fraturados. A possibilidade de

se realizar a colagem do próprio dente fraturado , assim como a colagem de um

dente removido de outro indivíduo, tanto em dentes vitais ou não — vitais foram

alguns deste avanços.

A colagem do fragmento poderá ser imediata ( no mesmo momento em

que ocorre fratura) ou mediata, quando as condições do paciente forem

melhores para se realizar os procedimentos restauradores. Assim , iremos

avaliar as vantagens e desvantagens de se optar por uma técnica de colagem

ao invés de um procedimento de reconstrução com o uso de outros materiais

restauradores.

4.1 VANTAGENS

Melhor estética em relação ao uso de uma resina composta, visto

que o fragmento dental permite a devolução da forma, contorno

textura superficial, alinhamento e cor original do dente.

Maior durabilidade promovida pela colagem de fragmento do que

pelas restaurações com resina composta, ainda que esta seja menor

do que a oferecida por restaurações realizadas com cerâmica.

Restabelecimento da função mais facilmente obtido com a colagem,

(14)

isso o grau de desgaste fisiológico apresentado pelo dente colado

será similar aos dentes adjacentes ao mesmo.

0 procedimento de colagem é geralmente mais simples e rápido do

que a execução de outras técnicas restauradoras estéticas.

0 fato de se manter o próprio fragmento têm um fator emocional.

principalmente em crianças e adolescentes bastante importante.

Muitos pacientes demonstram alterações de comportamento quando

têm seus dentes restaurados por outros materiais, enquanto que com

a colagem de fragmento, mantém um senso de auto — estima mais

elevado. Liebenberg, W.H. 1993 Baratieri, L.N. et al, 2002.

4.2 DESVANTAGENS

Pode acontecer de o resultado estético não ser o esperado quando

se utiliza o fragmento. Isso pode ocorrer quando a seleção do caso

não é a indicada, principalmente quando remanescente dental ou

fragmento demonstram alterações de cor, e contrastam com os

adjacentes. Também pode ocorrer quando remanescente ou

fragmento já possuem restaurações de resina que já não são

aceitáveis do ponto de vista estético. Outra situação é quando por

razão de hemorragia o remanescente dental apresenta alteração de

cor.

Sempre existe a possibilidade do fragmento se descolar do

remanescente dental. Baratieri. L N et al, 2002, considera que esse

(15)

conforme a idade do paciente diminui: - aumenta com o aumento do

trespasse vertical: - aumenta com o aumento da função incisiva: -

aumenta em pacientes que apresentam hábitos parafuncionais que

envolvam dentes anteriores: - aumenta com a magnitude da fratura:

pode não ser alterado pelo emprego de pinos/núcleos intra -

radiculares (dentes tratados endodonticamente) - não é alterado

pela confecção de biséis no fragmento e remanescente dentais.

Pode o fragmento não adquirir a cor original do remanescente ,

principalmente quando o fragmento passou muito tempo fora da

boca ; especialmente em ambiente seco. A maturação do esmalte, de

acordo com a idade do paciente, também pode dificultar o

nivelamento de cor entre fragmento e remanescente. E a quantidade

de estrutura dental removida do fragmento para facilitar a colagem

também pode dificultar o resultado estético.

O profissional pode colar o fragmento em uma posição inadequada

A linha de união entre o fragmento e o remanescente dentais pode

(16)

5 PLANEJAMENTO

Diversas podem ser as variáveis quando o paciente chega ao consultório

odontológico após o trauma dental. Iremos avaliar brevemente algumas destas

variáveis e as condutas indicadas para cada uma delas. É importante salientar

que cada caso de trauma é diferente do outro, portanto. o profissional deve ter

bom senso ao optar pela melhor opção de tratamento.

Tipo de fratura

0 tipo de fratura e principalmente a sua extensão no sentido apical é o

fator isolado que mais influi no plano de tratamento e no prognóstico do dente

fraturado. Em alguns casos o dente pode ser mantido sem restauração.

enquanto em outros exigem um tratamento multidisciplinar ( por exemplo:

dentistica. ortodontia, endodontia, periodontia) e algumas vezes ainda

precisam ser removidos.

Disponibilidade do fragmento dental e sua viabilidade de aproveitamento

Caso o fragmento dental não se apresente em condições. ou seja. com

muitos pedaços de fragmento. perda de estrutura dentária, já tiver

restaurações ou alterações de col - , o resultado estético pode deixar a desejar.

deve — se avaliar a utilização deste fragmento.

Idade do paciente

Quanto mais jovem for o paciente, maior deve ser o esforço para se

utilizar uma técnica restauradora que evite ou minimize o desgaste dentário.

Algumas vezes a resolução adequada destes casos se dá com a realização de

(17)

Grau de erupção do elemento dental

Algumas vezes as lesões em dentes parcialmente erupcionados. podem

invadir espaços biológicos ainda não definidos. Nestes casos pode ser

vantajoso aguardar a complementação da erupção para planejar e executar o

tratamento. Em casos onde há risco de movimentação de antagonistas e/ou

adjacentes, ou ainda hipersensibilidade dentinária, o dente em questão poderá

ser restaurado provisoriamente mesmo quando há invasão do espaço

biológico. Evita — se desta forma procedimentos cirúrgicos que podem

traumatizar a criança pelo resto de sua vida. Em alguns casos , se o fragmento

estiver em condições podemos colocar o fragmento em água e congelar até o

momento oportuno da colagem.

Condição endocrontica

0 fato de um dente fraturado já ter tratamento endodôntico ou necessitar

deste não indica que ele irá necessitar de restauração indireta com pino de

reforço. Vários fatores devem ser avaliados, entre eles o trespasse vertical:

quanto maior o trespasse vertical e a fratura , maior a necessidade de pino

intracanal. Por outro lado, em casos de mordida aberta em geral não é

conveniente nem necessária a utilização destes pinos.

Quantidade/qualidade do remanescente dental

Nos casos da presença de múltiplas restaurações no remanescente

dental, muitas vezes, todo o remanescente dental deve ser envolvido pela

restauração. Além da avaliação estética, a pouca estrutura dental

remanescente poderá comprometer a integridade do conjunto

(18)

Epstein. S.R. relata um caso de traumatismo em que foi indicado a

utilização de pino intra — canal e a realização de restauração indireta metalo —

cerâmica. Foi indicado após a fratura da coroa com invasão do espaço

biológico, a realização de procedimento cirúrgico periodontal. Após sete

semanas do procedimento cirúrgico, a coroa definitiva foi colocada.

Algumas vezes, mesmo diante de fraturas extensas , é possível a

realização de restaurações diretas. Esse procedimento pode ser indicado

quando houver ausência de recursos ou tempo para a execução de uma

restauração indireta, ou quando pode se conseguir um bom resultado estético

sem comprometer a resistência do conjunto dente/restauração.

Oclusão

Pacientes que apresentam a borda dos incisivos inferiores tocando o

terço cervical dos superiores não são bons candidatos a receber restaurações

diretas nestes dentes. Alguns cuidados devem ser tomados com estes

pacientes, tais como a realização de biséis amplos e a utilização de placas

protetoras para o sono. Pacientes com facetas de desgastes nos dentes

fraturados indicam função ou para — função extrema nestes dentes não sendo

portanto, bons candidatos para a realização de técnicas diretas.

Exiqências do paciente quanto â estética

Deve — se avaliar o nível de exigência estética de cada paciente.

Algumas pessoas preocupam — se excessivamente com a estética, enquanto

outras se preocupam mais com saúde e função. Ao optar por determinado tipo

de procedimento devemos ter a sensibilidade para perceber o tipo de paciente

(19)

Altura da linha do sorriso

Pacientes com linha do sorriso alta, geralmente, se preocupam mais

com a aparência dos seus dentes. Neste casos é necessário esconder a

margem cervical da restauração, o que geralmente é mais facilmente realizado

com desgastes da estrutura dental para levar à margem subgengivalmente.

Por outro lado, pessoas com linha do sorriso baixa, como dificilmente mostram

toda a coroa clinica dos dentes anteriores, aceitam melhor pequenas

desarmonias entre dente e restauração.

Disponibilidade de tempo e recursos

É importante dividir a decisão do tratamento com o paciente, quando

muitas vezes, encontra — se a dificuldade de realizar uma restauração indireta

por ausência de recursos ou de tempo. Nestes casos, faz — se necessário o

uso de uma ampla restauração adesiva direta com resina composta, que

muitas vezes pode deixar a desejar com relação ao resultado da restauração

(tempo de vida OW, estabilidade de cor, excelência estética, etc. ) que seria

melhor obtido realizando — se uma restauração indireta.

Grau de desenvolvimento da raiz

Cavalleri,G. e Zerman, N. em seu estudo clinico em que a maioria dos

acidentes ocorreram em crianças de 8 anos de idade. Os resultados

confirmaram que fraturas de coroa sem envolvimento pulpar em incisivos

permanentes com formação radicular incompleta tem uma pequena

porcentagem de complicações pulpares, enquanto que 60% dos dentes com

fraturas que tiveram envolvimento pulpar tiveram complicações pulpares.

Quanto mais jovem um dente, maiores são as chances de

(20)

também as dificuldades de um tratamento endodõntico radical em dentes com

ápice incompleto e o fato de que em uma raiz com paredes dentinárias laterais

frágeis há maiores chances de fraturas radiculares subseqüentes.

Nestas situações deve — se optar por alternativas de tratamento que

favoreçam a revascularizagão da polpa e, consequentemente, a continuidade

da formação radicular, tanto no sentido apical quanto no lateral ( paredes de

dentina).

Alternativas de tratamento de acordo com o tipo de fratura

Para decidir sobre a melhor forma de tratamento de um dente anterior

fraturado, o profi ssional deve conhecer e dominar as diferentes técnicas , que

podem ir desde a não — restauração até a realização de restaurações com

materiais cerâmicos. Os diferentes tipos de tratamento estão relacionados com

os diferentes tipos de fratura, podendo muitas vezes serem pertinentes para

dois ou mais diferentes tipos de fratura.

Em todos os casos o controle clinico e radiográfico deve ser realizado

durante oito anos.

- Fratura de esmalte

Nestes casos, na maioria das vezes, opta — se pela não restauração ,

sendo necessário algumas vezes a regularização e alisamento das bordas.

Caso o paciente não aceite esta alternativa, o dente pode ser restaurado por

meio de uma técnica adesiva com resina composta. Caso o fragmento seja

encontrado, este poderá ser colado com o uso de um sistema adesivo

resinoso.

- Fratura de esmalte e dentina

(21)

Para estes casos existem, em principio, duas alternativas de tratamento:

manutenção e controle clinico/radiográfico sem nenhum tipo de restauração ou

a execução de uma restauração adesiva com ou sem a colagem do fragmento.

Ao se optar pela não restauração, especialmente em jovens e crianças,

o profissional deverá revestir a dentina vital exposta com um sistema adesivo.

Em pacientes adultos e idosos, muitas vezes este procedimento não se faz

necessário.

As restaurações podem ser do tipo direta ou indireta. As restaurações

adesivas diretas podem ser imediatas ou mediatas com o emprego de

diferentes tipos de resinas compostas ou colagem de fragmento dental, quando

este estiver disponível. As restaurações indiretas podem ser de cerâmica ou

resinas especificas para esta finalidade.

Abaixo relatamos o que, Baratieri e cols., 1995, colocaram como

alternativas de proteção pulpar emergencial para colagens mediatas em

fraturas com exposição de dentina vital.

1. Fratura próximo da polpa

a) Cimento de hidróxido de cálcio, condicionamento ácido do esmalte e

revestimento com adesivo/resina composta.

b) Cimento de hidróxido de cálcio e subseqüente revestimento com um

cimento de ionômero de vidro.

C) Condicionamento total e revestimento da dentina com um adesivo

hidrófilo/resina composta.

2. Fratura distante da polpa

(22)

b) Condicionamento total e revestimento da dentina com um adesivo

hidrófilo/resina composta.

c) Aguardar sem nenhum tipo de revestimento

- Com exposição pulpar e sem invasão dos espaços biológicos

Dentes com este tipo de fraturas podem ser tratadas por meio de

restaurações adesivas diretas ou indiretas. Baratieri e cols.. 1995. relatam que

o tratamento das exposições pulpares depende do potencial de cicatrização da

polpa e da intenção de se manter a polpa vital, sendo três as alternativas de

tratamento: curetagem pulpar, pulpotomia e pulpectomia.

0 tratamento conservador da polpa exposta deve ser indicado quando

esta apresentar um sangramento vermelho — vivo, após ter sido

intencionalmente cortada. Tanto a curetagem pulpar como a pulpotomia

possibilitam bons resultados para a polpa.

Pode ser indicado nestes casos o tratamento da polpa em uma primeira

sessão e a restauração definitiva em uma segunda sessão sessenta dias após.

No entanto. deve — ser dar preferência ao tratamento conservador da polpa e a

colagem do fragmento em uma única sessão.

- Com invasão do espaço biológico

Nos casos com invasão do espaço biológico, geralmente o tratamento

endocigntico radical e a execução de procedimentos cirúrgico — periodontais

são necessários para a resolução efetiva dos casos. Quanto mais apical for a

invasão, mais difícil será a resolução do caso e pior o prognóstico.

A escolha do tratamento irá depender do grau de invasão dos espaços

(23)

biológico, da viabilidade do fragmento, da presença de exposição pulpar, do

grau de formação da raiz, do grau de erupção do dente e da idade do paciente.

Diversas são as alternativas de tratamento para estes casos , entre elas

a realização de cirurgia periodontal para restabelecimento do espaço biológico

e procedimento restaurador , que pode ser direto ou indireto , mediato ou

imediato. com resina composta ou cerâmica: colagem do fragmento sem

necessidade de cirurgia; remoção ou sepultamento da raiz e subseqüente

realização de uma prótese fi xa ou, nos casos de remoção. implante

osseointegrado; extrusão ortodõntica da raiz e posterior restauração: proteção

pulpar á dentina e aguardar a completa erupção do dente: luxação extrusive

para acessar a margem da fratura, colagem do fragmento e reposicionamento

do dente no alvéolo na mesma sessão.

As fraturas com envolvimento do espaço biológico podem ou não

apresentar envolvimento pulpar. 0 mais comum é que nos casos de invasão

do espaço biológico haja envolvimento pulpar e múltiplas são as opções de

tratamento. A decisão do tratamento pulpar já foi descrito anteriormente nos

(24)

6 PROTOCOLO

CLÍNICO

Diagnostico

O diagnóstico é uma das etapas mais importantes quando estamos

tratando de dentes fraturados. É importante que o paciente seja examinado

logo após o trauma, uma vez que o tempo entre a fratura e o momento do

atendimento é decisivo para o prognóstico do tratamento escolhido.

Muitas vezes será necessário o encaminhamento do paciente, pois este

pode apresentar sintomas como perda de consciência, cefaléia, amnésia,

náusea, vômito, reação pupilar alterada e sangrarnento nos ouvidos ou no nariz

que são indicativos de que há a necessidade da avaliação por um médico

neurologista.

Para o diagnóstico e planejamento do tratamento dental, deve — se

avaliar a etiologia do trauma : quando, onde e como ocorreu o trauma; se há

antecedentes a este; presença do fragmento e condições de armazenamento,

se o traumatismo envolve estruturas adjacente e se há envolvimento pulpar.

Planejamento

O profissional deve fazer um planejamento para o tratamento do dente

em questão, para não existirem surpresas no decorrer do tratamento ( como o

fragmento não adaptar ao remanescente; dente e remanescente apresentarem

cores muito diferentes, e outros).

Profilaxia

0 dente em questão deve receber uma profilaxia com uma pasta de

granulação fina com o auxilio de uma taça de borracha. Deve — se evitar o uso

(25)

uso de jato de bicarbonato, pois este pode estimular o sangramento das

estruturas adjacentes dificultando o isolamento e a técnica adesiva.

Seleção da cor

Como a linha de união entre dente e remanescente pode fi car visível, é

indispensável que a resina utilizada para a colagem apresente a mesma cor do

remanescente.

Anti-sepsia

Friccionar durante 10 segundos, mertiolate incolor ou iodo-povidona na

região a ser anestesiada.

Anestesia

Muitas vezes a anestesia infiltrativa não é necessária. Muitas vezes é

necessário anestesiar antes de qualquer procedimento, inclusive da profilaxia.

Muitas vezes pode se fazer uso apenas de um anestésico tópico. Quando há

necessidade de cirurgia é necessário a anestesia no fundo de vestíbulo e

também uma complementação na região palatal e papilas.

Prova do fragmento

0 paciente deve ser orientado para guardar o fragmento em água, leite

ou na própria saliva. 0 fragmento deverá ser retirado do meio em que foi

transportado , limpo com uma pasta profilática e imobilizado com um dispositivo

que facilite seu manuseio.

0 fragmento deve ser avaliado nos seguintes itens: grau de

desidratação, perda de estrutura dental perda de espaço pela movimentação

dos dentes adjacentes, hiperplasia do tecido gengival que dificulte o

assentamento da pega, movimentação do antagonista, adaptação do fragmento

(26)

Acesso à margem cervical do remanescente dental

0 acesso à margem gengival vai facilitar a adaptação do fragmento ao

remanescente. Muitas vezes é obtido facilmente com a instalação do dique de

borracha, muitas vezes é necessário o uso de um grampo de retração (212).

Muitas vezes será necessário um procedimento cirúrgico. Quando for

necessário a remoção de uma grande quantidade de tecido ósseo. deve —se

optar por uma restauração provisória e tracionamento do remanescente , ou

pela extrusão imediata, sem remoção óssea.

Isolamento do campo operatório

As colagens de fragmentos em fraturas com término supragengival

podem ser realizadas com isolamento relativo. No entanto , nas fraturas

subgengivais é imprescindível o uso de dique de borracha. Quando não é

possível a colocação do dique de borracha, já é um indicativo de que a

colagem de fragmento não é uma boa alternativa para o caso.

Tratamento da dentina com vitalidade e/ou polpa exposta

0 revestimento da dentina com vitalidade e/ ou da polpa exposta visa

impedir o acesso de bactérias e/ ou toxinas bacteriana até o estroma pulpar.

dar condições para que a polpa mantenha — se com vitalidade assintomática ao

longo do tempo e. se possível, facilitar os procedimentos técnicos de colagem.

As opções de tratamento para dentina com vitalidade e/ ou polpa exposta já

foram descritos anteriormente.

Preparo do fragmento e remanescente dentais

Algumas vezes é necessário o desgaste de fragmento e remanescente

dentais para uma melhor adaptação das partes. Os desgastes a serem

(27)

para proteger a dentina do remanescente dental; criar espaço no fragmento

para alojar um pino intra canal; melhorar a estética ( mascarar a linha de

união); cobrir o fragmento por vestibular com resina.

Muitas vezes esses desgastes serão realizados após algum tempo de

realizados os procedimentos de colagem. Sempre que possivel

principalmente em crianças e adolescentes, adiar o máximo a realização dos

desgastes.

Imobilização do fragmento

0 fragmento deverá ser imobilizado preferencialmente no sentido da

fratura. Ele deverá ser imobilizado por incisal. ou preferencialmente no ângulo

proximo — incisal ou o mais possível dele. Após ter sido imobilizado o operador

deve levar o fragmento várias vezes em posição para facilitar a inserção no

momento da colagem.

Procedimento adesivo/ colagem propriamente dita

A colagem propriamente dita deve seguir as orientações do fabricante do

produto que está sendo utilizado. Basicamente, estes são os passos para a

colagem:

Condicionamento ácido do esmalte e da dentina vital

Lavagem com spray ar/água

Secagem da dentina vital com papel absorvente

Secagem do esmalte com jatos de ar e água

Primer/adesivo/resina composta

(28)

(to )

c

9

Q .

Ajustes

É importantíssimo verificar os contatos oclusais em MIH (máxima

intercuspidação habitual). Verificar se a posição de fechamento está correta.

Verificar se as guias de desoclusão foram mantidas. 0 dente restaurado

deverá participar das guias de desoclusão, desde que seja de forma suave,

ficando os contatos efetivos para os dentes íntegros.

0 acabamento e polimento também são muito importantes. Esta etapa

visa: propiciar um contorno fisiológico que impeça ou dificulte o acúmulo de

placa bacteriana nas margens e superfícies da restauração, aumentar a

resistência dos compósitos ao desgaste e à impregnação por corantes:

melhorar a tolerância dos tecidos periodontais a estas restaurações, fazer com

que a restauração tenha uma aparência que a confunda com a estrutura dental,

tornando — a imperceptível.

Controle

As orientações para o controle de dentes fraturados serão descritas no

item 7.3 orientações posteriores ao tratamento.

Prognóstico

A estética final de uma restauração desse tipo poderá variar de caso

para caso, principalmente em função grau de desidratação apresentado pelo

fragmento, da perda da estrutura dental, do estado e da cor da coroa antes da

fratura, da existência de mais de um fragmento e da técnica empregada para o

preparo e colagem do fragmento.

O prognóstico em relação à polpa e ao periodonto poderá variar,

especialmente em função de: ocorrência do espaço biológico; da adequada

restituição das distâncias biológicas; do efetivo controle da placa no pós —

[Biblioteca Universitária

I

(29)

operatório; da extensão da exposição da dentina; da idade da exposição da

polpa; do tipo e força do impacto que produziu a fratura; do tempo que o

(30)

7 ORIENTAÇÕES

AO

PACIENTE

TI

ORIENTAÇÕES

PREVENTIVAS

De acordo com Baratieri et al, 2002, "as fraturas de dentes anteriores.

muitas vezes, marcam as pessoas de forma indelével para o resto da vida.

independente da idade, do sexo e do nível sócio — econômico do paciente.

Geralmente, quanto menor a idade do paciente e maiores a magnitude e

complexidade da fratura, geralmente maiores as dificuldades de uma resolução

adequada e pior o prognóstico para o conjunto dente restauração. De acordo

com Velasco et al, 2000, 30 % das crianças sofrem lesões na dentição decidua

e 22 % na permanente. Os meninos sofrem ao menos duas vezes mais

traumatismos do que as meninas, fator que esta relacionado com uma maior

participação em esportes por parte do sexo masculino. A maior ocorrência de

traumatismos é na faixa dos 7 aos 15 anos de idade com uma prevalência de

60%.

Existem fatores que são predisponentes aos traumas, que devem ser

tratados quando diagnosticados pelo profissional, tais como pacientes

portadores de Classe ll — divisão 1' de Angle, pois possuem uma proteção

insufi ciente dos lábio: crianças portadoras de respiração bucal e com hábitos

de chupar os dedos; pacientes especiais, por quedas e falta de coordenação

motora: determinadas atividades profissionais: alcoolismo, tanto por quedas

(31)

Cabe ao cirurgião — dentista, prevenir , tratar e minimizar os traumas

orais e faciais que acontecem durante a prática de esportes. assim como em

atividades recreacionais em escolas e outras entidades.

Andreasen, J.0. et al, recomendam informar a comunidade para a

prevenção com relação ao trauma dental. Informar a comunidade sobre a

importância de prevenir e tratar os traumas dentais; descrever formas

especificas para prevenir os traumas dentários, para diferente grupos de idad e.

recomendar medidas de emergência especificas que devem ser tomadas

imediatamente à ocorrência do trauma, que serão descritas nas informações

posteriores ao trauma.

Os autores indicam a ampla informação para o público, na forma de

livros de estórias. manuais, informativos incluídos em livros texto de ciências

naturais, posters ; programas de televisão , programas falados de rádio e TV.

imprensa local e mais recentemente em multimidia.

A Odontologia Desportiva é um ramo da odontologia ainda pouco

explorado, especializado no tratamento e na prevenção dos traumas e doenças

orais oriundos da prática desportiva que tem como objetivos principais

estabelecer a saúde da boca a educação nas escolas e na comunidade

tratamento de fatores predisponentes, legislação especi fica para uso de

equipamentos de segurança durante a prática desportiva e busca de espaço

para o Cirurgião — dentista nas equipes de esporte ( ABO — GO 2000 em Silva.

A.C. et al, 2003).

0 uso de protetores bucais vem sendo indicado principalmente para

pessoas que praticam esportes freqüentemente. Um atleta têm 10% mais

(32)

ter uma injuria orofacial durante toda a sua carreira de jogador. Silva, A.C. et al.

2003

0 uso de protetor é obrigatário em apenas alguns esportes. como o

pugilismo e o futebol americano. Na maior parte das vezes, o uso fica a critério

do atleta. Portanto. cabe ao cirurgião — dentista a orientação do uso destes

protetores. e lutar para uma legislação especifica que oriente os atletas , de

forma preventiva.

7.2 ORIENTAÇÕES POSTERIORES À FRATURA

0 paciente ou responsável deve ser orientado a procurar o cirurgião —

dentista logo após o acidente. Assim que houver a fratura, o paciente deve ser

orientado para guardar o fragmento em água ou na propria saliva. Caso o

fragmento seja mantido fora da água ou de outro meio umido, ele sofrera

desidratação e ficará mais branco que o remanescente dental.

Andreasen. JO. et al, indicam os seguintes procedimentos para os

primeiros cuidados e tratamento ao trauma de dentes deciduos:

Lavar o ferimento com água corrente abundante. Geralmente os

traumas dentais incluem ferimentos aos tecidos moles adjacentes.

- Parar o sangramento com uma compressão sobre a região afetada

com uma gaze ou algodão por cinco minutos.

- Levar imediatamente para um dentista.

Para os primeiros cuidados e tratamento para trauma de dentes

(33)

freqüentes e que deveriam ser mais orientados para a população eles indicam

que deve — se localizar o fragmento e colocá — lo em um copo de água e

procurar tratamento odontológico imediatamente. Para dentes avulsionados. o

paciente deve localizar o dente e segurá — lo pela coroa; se o dente estiver

sujo. lavar brevemente ( 10 segundos) sob água corrente e tentar reposicioná

— lo. Se isso não for possível, colocar o dente em um copo de leite. 0 dente

também poderá ser transportado na boca. colocando — o entre os dentes e a

bochecha. Deve — se procurar um profissional imediatamente.

7.3 ORIENTAÇÕES POSTERIORES

AO

TRATAMENTO

É Importante destacar que pacientes que iá foram vitimas de traumatismo

dental possuem quatro vezes mais chances de apresentarem reincidência do

problema. razão pela qual precisam ser enfaticamente alertados para essa

possibilidade, como também para a necessidade da adoção de medidas que

evitem a recidiva, como por exemplo o uso rotineiro de protetor bucal.

Independente do fato de serem ou não restaurados todos os dentes vitimas

de traumatismos precisam ser controlados clinica e radiograficamente por

cerca de 8 anos, uma vez que existe o risco de ocorrer reabsorção dentinária

interna e/ou externa em decorrência do traumatismo. Em casos em que não

houve envolvimento pulpar. pode ocorrer necrose da polpa muito tempo após

ao trauma ter ocorrido levando a uma infecção apical tardia. 0 diagnóstico

precoce destas doenças possibilita o pronto atendimento , tornando o

(34)

O controle deverá ser executado em uma semana e em um mês , então de 4

em 4 meses até o oitavo ano após o primeiro atendimento.

Em todas as sessões de controle , o paciente e os pais precisam ser

reaconselhados com relação à necessidade do uso de um protetor bucal

(35)

8

RELATOS

CLíNICOS

Ortodontia, restauração com resina composta e utilização de pino intra -

canal

Santiago, S.L. et al, 2001, relataram caso clinico de paciente do sexo

feminino, 13 anos, com dente 21 fraturado, com tratamento endoclôntico já

realizado. Optou — se por um tratamento integrado com a Ortodontia a fi m de

se obter um alinhamento entre os elementos dentários e espaço para a

confecção da futura restauração. Após o clareamento, optou — se pela

colocação de pino intra — canal estético. Posteriormente foi realizada a

restauração com Charisma ( Kunsler) de forma incremental.

Restauração com colagem de fragmento extraído e cirurgia periodontal

Santos JFF e Baicnhi, J, 1991, relatam o caso de um paciente que

apresentou — se para tratamento após 60 dias em que o dente 21 havia sido

fraturado em um acidente de carro. 0 tratamento de canal foi realizado, e foi

necessário cirurgia periodontal para remover a porção lingual do fragmento

que estava subgengival. Um dente similar extraído foi colado na porção

remanescente do dente 21. A resina utilizada foi Herculite XR. Trinta dias

após a linha gengival estava satisfatória e a porção incisal com a cor próxima a

da porção remanescente. Após 2 anos de acompanhamento, a aparência da

restauração estava satisfatória, indicando um resultado de sucesso com a

técnica proposta.

Colagem de fragmento do próprio dente

Small, B.W. relata o caso de um homem de 40 anos com um incisivo

(36)

fragmento do dente que havia fraturado duas horas antes da consulta, durante

o jogo de hockey. Após a realização de exame radiográfico foram discutidas as

opções de tratamento. Como a polpa não havia sido exposta, e o paciente

havia entendido as possíveis sequelas, optou — se pela colagem do fragmento,

utilizando — se um sistema adesivo para recolocar o fragmento e uma resina

composta do tipo "flow" para "preencher os vazios". Esta técnica é

recomendada pelo autor como uma solução provisória e utilizada em consultas

(37)

9 CONCLUSÃO

É muito comum pacientes com traumatismo dental aparecerem nos

consultórios odontológicos. Porém, como podemos ver nos relatos de casos

clínicos diferentes de diversos autores ao longo dos anos, ainda persistem

dúvidas com relação ao tratamento adequado e à conduta emergencial que

deve ser tomada.

Como foi visto, o trauma pode acarretar diversos problemas dentários e

o sucesso do tratamento depende da conduta do profissional e do paciente.

A orientação para crianças e adultos com relação ao trauma dental é de

grande importância para o prognóstico do tratamento, pois a procura do

profissional pelo paciente deve ser realizada o mais breve possível. Também o

armazenamento do fragmento deve ser orientado.

0 restabelecimento da função e o resultado tornam — se mais

duradouros quando obtidos pela colagem de fragmento dental. A colagem de

fragmento é um procedimento mais simples e rápido do que a execução de

restaurações com resina composta ou porcelanas.

Devemos sempre orientar o paciente com relação aos efeitos

relacionados, inclusive solicitando sua participação na decisão da técnica, bem

como seus riscos e benefícios, orientando que os resultados nem sempre são

previsíveis.

No entanto, apresenta riscos, que podem ser contornados se o

profissional tiver conhecimento da técnica, seus produtos, indicações e contra —

(38)

10

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