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DENNYS GHENRY SAMILLAN ORTIZ A EVOLUÇÃO DA MORTALIDADE POR CAUSAS EXTERNAS NO BRASIL DE 2006 A 2012

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Academic year: 2021

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DENNYS GHENRY SAMILLAN ORTIZ

A EVOLUÇÃO DA MORTALIDADE POR CAUSAS EXTERNAS NO

BRASIL DE 2006 A 2012

Dissertação apresentada à Universidade de Franca, como exigência parcial para a obtenção do grau de Mestre em Promoção de Saúde.

Orientadora: Profª Drª Monica de Andrade

FRANCA

2014

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DEDICO este trabalho a minha família, a minha noiva Liz Galiano, e

em especial à minha orientadora Monica de Andrade por ter me conduzido neste longo caminhar.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a todos que de uma forma ou de outra possibilitaram a conclusão do meu mestrado. Em especial, gostaria de expressar a minha gratidão:

À minha mãe Silvia Ortiz, meu pai, Conrado Samillan, meus irmãos Sylvia Conrado e Candy, e a todos meus familiares, que mesmo longe com as suas orações me acompanharam nesta etapa.

À Liz Galiano, minha princesa pelo amor, apoio, conselhos e por ter acreditado em mim.

À minha orientadora, Profa. Dra. Monica de Andrade, pela paciência, pelos conselhos naqueles dias em que parecia que nada dava certo, por ter acreditado e me acompanhado nesta luta.

A Alfredo e Rafael Della, pai e filho, que me brindaram todo o seu apoio desde o princípio de este longo caminhar.

À Raquel Cesário e ao Prof. Manuel Cesário, por ter acreditado em mim do início ao fim deste mestrado.

Ao Diones Borges e família, Sueli, João e Denize, pela amizade recebida neste tempo tudo.

À Mara Pinto, pelo apoio, conselho, confiança e amizade recebida neste pouco tempo que tenho de conhecê-la.

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) que financiou o meu mestrado.

À Universidade de Franca que me possibilitou esta jornada. A todos, minha mais sincera gratidão.

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Uma das coisas importantes da não violência é que não busca destruir a pessoa, mas transformá-la.

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RESUMO

ORTIZ, Dennys Samillan. A evolução da mortalidade por causas externas no brasil de

2006 a 2012. 2014. Dissertação Mestrado em Promoção de Saúde – Universidade de Franca,

Franca

As causas externas são a primeira causa de morte em nível mundial e a terceira causa de morte no Brasil. O objetivo deste estudo foi analisar a evolução da mortalidade por causas externas no Brasil, no período de 2006 a 2012. Foram calculadas as taxas de mortalidade por causas externas por tipo, sexo, faixa etária, lugar de residência e ano de ocorrência, utilizando os dados de mortalidade obtidos no Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) e dados de população do IBGE. Os resultados apontam um aumento importante de 14,1% na taxa de mortalidade das causas externas no período estudado, passando de 68,7 óbitos/100.000 em 2006, para 78,4 óbitos/100.000 em 2012. Os adultos jovens de 20 a 29 anos de idade foram os mais acometidos pelas causas externas (27,3%). Entre as causas específicas, a taxa de mortalidade por homicídios teve um aumento de 10,5% no período estudado, passando de 26,6 óbitos/100.000 em 2006, para 29,4 óbitos/100.000. Houve um aumento de 19% na taxa de mortalidade por acidentes de transporte, passando de 19,9 óbitos/100.000 em 2006, para 23,7 óbitos/100.000 em 2012, entre os tipos de transporte, os acidentes de motociclistas tiveram aumento de 67,8%. A taxa de mortalidade por suicídios teve um aumento 15,0%, passando de 4,6 óbitos/100.000 em 2006, para 5,3 óbitos/100.000 em 2012, sendo a regiões Sul e Centro Oeste as que apresentaram as taxas mais elevadas. Houve aumento na taxa de mortalidade por quedas de 41,9%, de 4,2 óbitos/100.000 em 2006 para 6,0 óbitos/100.000 em 2012. Os resultados mostraram que no Brasil, no período estudado, houve aumento da taxa de mortalidade para todos os tipos de causas externas. O maior aumento da taxa de mortalidade foi por acidentes de transporte, dos quais os acidentes com motociclistas se destacaram, no entanto, o maior número de mortes por causas externas continua a ser por homicídios, seguindo a tendência de períodos anteriores.

Palavras-chave: Mortalidade, Causas externas, Acidentes, Violência, Homicídios, Quedas,

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ABSTRACT

ORTIZ, Dennys Samillan. The evolution of mortality from external causes in Brazil from 2006 to 2012. 2014 Master’s Thesis of Health Promotion - University of Franca, Franca, Brazil

External causes are the leading cause of death worldwide and the third leading cause of death in Brazil. The aim of the present study was to analyze the evolution of mortality from external causes in Brazil from 2006 to 2012. Mortality from external causes was analyzed according to age, sex, place of residence and year of occurrence, using database obtained from the Mortality Information System (SIM) and the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE). The results show anincrease of 14.1% in mortality rate from external causes during the study period, from 68.7 deaths/100,000 in 2006 to 78.4 deaths/ 100,000 in 2012. Young adults 20-29 years of age were the most affected by external causes (27,3%). Among the specific causes, homicides experienced an increase during the study period, from 26.6 deaths/100,000 in 2006 to 29.4 deaths/100,000 in 2012. This means an increase of 10.5% in the mortality rate from homicides. There was an increase in traffic accidents, from 19.9 deaths/100,000 in 2006 to 23.7 deaths/100,000 in 2012, which constitutes an increase of 19.0 % in the mortality rate from traffic accidents, being the most important one motorcycle accidents, where there was an increase of 67.8 % in the mortality rate. There was an increase in suicides during the study period, from 4.6 deaths/100,000 in 2006 to 5.3 deaths/100,000 in 2012, which means an increase of 15.0 % in the mortality rate being the South and Midwest regions the ones with the highest rates. In regard to falls, there was an increase during the study period, from 4.2 deaths/100,000 in 2006 to 6.0 deaths/100,000 in 2012, which represents an increase of 41.9% in the mortality rate from falls. The results showed that between 2006 and 2012 in Brazil there was an increase in the mortality rate for all types of causes. The largest increase in the mortality rate was due to traffic accidents, in which the accidents with motorcycles stood out. However, the largest number of deaths from external causes remains homicide, following the trend of previous periods.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Taxas estimadas de mortalidade por acidentes de trânsito nos diferentes continentes. Fonte: Global status report on road Safety 2013, World Health Organization (WHO).

Figura 2. Impacto das quedas nos grupos dos idosos nos Estados Unidos daAmérica. Fonte: Global report on falls prevention in older age. 2013, World Health Organization (WHO).

Figura 3. Mecanismo de homicídio por região e a nível global. Fonte: Estudo Mundial sobre o homicídio (2013), UNODC.

Figura 4. Taxas de homicídio para América Central e do Sul. Fonte: Estudo Mundial sobre homicídio. 2013, UNODC.

Figura 5. Taxas de suicídio segundo os grupos etários a nível mundial. 2012. Fonte: Report Global; Preventing suicide. A global imperative. 2013. World Health Organization (WHO).

Figura 6. Principais causas de mortalidade no Brasil por ano de ocorrência 2006–2012.

Figura 7. Taxas de mortalidade por causas externas no Brasil, segundo os principais tipos de causas e ano de ocorrência no período de 2006–2012.

Figura 8. Taxas de mortalidade por causas externas segundo faixa etárias, Brasil 2006-2012.

Figura 9. Taxa de mortalidade (por 100 mil habitantes) por acidentes de transportes no Brasil de 2006-2012.

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Figura 10. Taxa de mortalidade por acidentes de transportes, segundo sexo e ano de ocorrência. Brasil, 2006–2012.

Figura 11. Taxa de mortalidade por tipo de vítima de acidente de transporte, por 100 mil habitantes, segundo faixa etária. Brasil 2006-2012.

Figura 12. Evolução da taxa de mortalidade (por 100 mil habitantes) por acidentes de transporte. Variação Porcentual da taxa, segundo as regiões geográficas. Brasil 2006-2012.

Figura 13. Taxa de mortalidade por acidente de transporte, segundo regiões geográficas e ano de ocorrência. Brasil, 2006–2012.

Figura 14. Comparativo da evolução da taxa de mortalidade por acidentes de transporte nas capitais brasileiras, e Unidades Federativas. Brasil 2006-2012.

Figura 15. Comparativo da taxa de mortalidade por acidentes de transporte dos municípios brasileiros. Brasil, 2006-2012.

Figura 16. Taxas de mortalidade (por 100 mil habitantes) por agressões/homicídios, segundo ano de ocorrência. Brasil, 2006-2012.

Figura 17. Taxas de mortalidade por agressões, segundo sexo e ano de ocorrência no Brasil, 2006-2012.

Figura 18. Taxas de mortalidade por agressões, segundo faixa etária e ano de ocorrência no Brasil, 2006-2012.

Figura 19. Taxas de mortalidade por agressões com arma de fogo, segundo ano de ocorrência. Brasil, 2006-2012.

Figura 20. Diferença percentual entre a taxa de mortalidade por homicídio/agressão nas regiões geográficas do Brasil, 2006 e 2012.

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Figura 21. Taxas de mortalidade por agressões, segundo regiões geográficas e ano de ocorrência. Brasil, 2006-2012.

Figura 22. Comparativo da evolução das taxas de mortalidade por homicídios/agressões nas capitais brasileiras e nas Unidades Federativas. Brasil, 2006-2012.

Figura 23. Comparativo das taxas de mortalidade por homicídios/agressões dos municípios brasileiros. Brasil, 2006-2012.

Figura 24. Taxas de mortalidade por homicídios/agressões, dos estados, capitais e municípios brasileiros. Brasil, 2006-2012.

Figura 25. Taxas de mortalidade (por 100 mil habitantes) por suicídios, segundo ano de ocorrência. Brasil, 2006-2012.

Figura 26. Taxa de mortalidade por suicídios, segundo sexo e ano de ocorrência. Brasil, 2006-2012.

Figura 27. Taxa de mortalidade por suicídio, segundo faixa etária e ano de ocorrência. Brasil, 2006-2012.

Figura 28. Métodos usados para o suicídio. Brasil, 2006-2012

Figura 29. Diferença porcentual da taxa de mortalidade por suicídios das regiões geográficas brasileiras. Brasil, 2006-2012.

Figura 30. Comparativo da evolução da taxa de mortalidade por suicídios nas capitais brasileiras, e Unidades Federativas. Brasil, 2006 a 2012.

Figura 31. Comparativo das taxas de mortalidade por suicídios dos municípios brasileiros. Brasil, 2006-2012.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Classificação de Causas externas de mortalidade, segundo CID-10.

Tabela 2. Número de Óbitos, taxas de mortalidade (por 100 mil habitantes) por causas externas, segundo grupo de causas. Brasil 2006-2012

Tabela 3. Taxas de mortalidade (por 100 mil habitantes) por causas externas, segundo faixa etária, gênero e regiões geográficas. Brasil 2006-2012

Tabela 4. Taxa de mortalidade (por 100 mil habitantes) por acidentes de transportes, segundo faixa etária, gênero e regiões geográficas bfasileiras. Brasil, 2006-2012.

Tabela 5. Números absolutos e porcentagem de óbitos por tipo de acidentes de transportes, segundo ano de ocorrência. Brasil, 2006-2012.

Tabela 6. Números absolutos e porcentagem de óbitos de acidentes de transportes, segundo tipo de vítima por ano de ocorrência. Brasil 2006-2012.

Tabela 7. Distribuição dos municípios segundo a taxa de mortalidade (por 100 mil habitantes) por acidentes de transporte, segundo o ano de ocorrência. Brasil 2006-2012.

Tabela 8. Municípios com as maiores taxas de mortalidade por acidentes de transporte. Brasil 2006-2012.

Tabela 9. Indicadores de mortalidade frota veicular. Brasil 2006-2012.

Tabela 10. Taxas de mortalidade (por 100 mil habitantes) por agressões, segundo faixa etária, gênero e regiões geográficas. Brasil 2006-2012.

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Tabela 11. Variação da distribuição dos municípios segundo taxa de mortalidade (por 100 mil habitantes) por agressões, segundo ano de ocorrência. Brasil 2006-2012.

Tabela 12. Municípios com maiores taxas de mortalidade por homicídios/agressões. Brasil, 2006-2012.

Tabela 13. Taxa de mortalidade por homicídios/agressões segundo raça/cor no Brasil, 2006-2012.

Tabela 14. Taxa de mortalidade (por 100 mil habitantes) por suicídios, segundo faixa etária, gênero e regiões geográficas. Brasil 2006-2012.

Tabela 15. Variação da distribuição dos municípios segundo suas taxas de mortalidade (por 100 mil habitantes) por suicídios, segundo ano de ocorrência. Brasil 2006-2012.

Tabela 16. Ordenamento dos cinco primeiros municípios, segundo taxa de mortalidade por suicídios. Brasil 2006-2012.

Tabela 17. Taxa de mortalidade por quedas segundo faixa etária, região e sexo. Brasil 2006-2012.

Tabela 18. Valores absolutos e porcentagem dos óbitos por principais tipos de queda, na faixa etária de 60 anos ou mais. Brasil 2006-2012.

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SUMÁRIO

I. INTRODUÇÃO ... 1

II. OBJETIVOS... 9

III. MATERIAS E METODOS ... 10

IV. RESULTADOS... 12

V. DISCUSSÃO ...47

VI. CONCLUSÃO ...53

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APRESENTAÇÃO

A minha trajetória de formação no Mestrado em Promoção de Saúde começou há seis anos, quando me encontrava trabalhando para o posto de saúde do município peruano fronteiriço de Iñapari, que faz divisa com o município brasileiro de Assis Brasil no estado do Acre. Nessa época meu trabalho consistia no controle das doenças transmitidas por vetores, como a Dengue, Malária e a Leishmanioses. Esse fato permitia-me ter informação do número dos casos dessas doenças na região e ter reuniões com os funcionários da Secretaria de Saúde do município brasileiro.

Nessa época aconteciam reuniões entre autoridades políticas e de saúde dos três países que conformam a tri fronteira Nacional Brasil - Peru - Bolívia. Nessas reuniões abordavam-se temas importantes para o desenvolvimento da região, como a educação, trabalho, saúde entre outros. As reuniões ficaram conhecidas como Mini-MAPs que faziam referência a união de três estados, um de cada país, Madre de Dios no Peru, Acre no Brasil e Pando na Bolívia.

Foi assim que procurei as pessoas envolvidas em cada país, com a finalidade de plantear uma pesquisa que pudesse ser desenvolvida na região. Foi assim que depois de muitos e-mails escritos, recebi a resposta de uma pesquisadora do Brasil, com muita disposição de me ajudar e tive contato com outros pesquisadores do Brasil.

Após dois anos, por motivos de trabalho, tive que voltar para aquela região. Isto possibilitou que eu retomasse os contatos e conhecesse novas pessoas. Lembro que tinha combinado de me reunir e conhecer um grupo de pesquisadores em Assis Brasil, pesquisadores de São Paulo, do Acre e de Rondônia. Nessa reunião, tive a oportunidade de conhecer a Natália Amâncio, Mateus Duarte, Raquel Cesário, e Prof. Dr. Manuel Cesário, ao Prof. Dr. Luís Marcelo e a mim orientadora, a Profa. Dra. Mônica de Andrade, a qual possibilitou conhecer a UNIFRAN e, as linhas de pesquisas do programa de Promoção da Saúde. Foram dias de muito trabalho, de intercambio de conhecimentos u experiências, e a possibilidade de sonhar com meu futuro.

O primeiro passo foi passar na prova de seleção para o mestrado na UNIFRAN e ainda mais difícil, conseguir elaborar meu projeto de pesquisa. O projeto inicial seria sobre a Bartonelosis, doença que atinge a população da região dos Andes do Peru.

Apôs da coleta de dados e a revisão de literatura, começou a coleta de dados primários no Acre. Diferentes situações fizeram que eu mudasse o tema do meu projeto e a

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possibilidade de me envolver com indicadores de mortalidade por acidentes e violência, os quais dia a dia vemos passar por nossos olhos sem reparar neles.

E importante de ter indicadores de mortalidade por causas externas, principalmente por violência e acidentes, pois são mortes evitáveis. Este trabalho traz um panorama atual sobre o assunto e pode auxiliar no planejamento de programas e políticas públicas para ter uma sociedade mais saudável, com menos acidentes e violência.

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1. INTRODUÇÃO

Este estudo se propõe a apresentar a evolução da mortalidade por causas externas no Brasil, no período de 2006 a 2013.

As mortes por causas externas estão em crescimento constante no globo terrestre e constituem a primeira causa de morte a nível mundial. Sem intervenções, estima-se a ocorrência de taxas crescentes de mortalidade por causas externas.

As causas externas constituem um conjunto de eventos contendo todas as formas de acidentes ou lesões não intencionais: em transporte, afogamentos, quedas, queimaduras; e violências ou lesões intencionais, representadas pelas agressões, homicídios e suicídios, sendo estes agravos codificados na Classificação Internacional de Doenças-CID10. A mortalidade é abordada no capítulo XX com a denominação de Causas Externas de morbidade e de mortalidade (1, 2). Elas são consideradas como um problema de saúde pública mundial e constituem a principal causa de morte entre os jovens (3), em especial nos países em desenvolvimento, impactando fortemente em termos de anos potenciais de vida perdidos (APVP) (4).

O conceito de acidente é compreendido como um episódio não proposital e inesperado, causador de danos físicos e/ou emocionais no âmbito doméstico ou nos outros espaços sociais, como o trabalho, o trânsito e a escola (5).

Por outro lado, a violência é definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como o uso intencional da força física ou do poder, em grau real ou em ameaça, contra si próprio, contra outra pessoa, contra um grupo ou uma comunidade, que resulte ou tenha grande possibilidade de resultar em lesão, morte, dano psicológico, deficiência de desenvolvimento ou privações. Esta classificação tem em consideração a natureza dos atos violentos, que podem ser físicos, sexuais ou psicológicos (6).

A Organização Mundial da Saúde (OMS) orienta que as intervenções destinadas ao combate da violência devem ocorrer em três níveis: Ações Universais, orientadas a prevenir a violência, Ações Selecionadas, orientadas as pessoas com maior risco de sofrer ou cometer atos violentos, inmediatas a violência (atenção hospitalar, serviços de urgência) e as Ações Indicadas, dirigida as pessoas com antecedentes de comportamento violento (7).

Segundo dados da OMS, em 2002, 1,6 milhões de pessoas (1,6 milhões) morreram vítimas da violência no mundo, representando uma taxa de mortalidade de 28,8/100 mil habitantes, sendo a metade dessas mortes por suicídios (14,5 mortes por 100 mil habitantes), a

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terceira parte a homicídios (8,8 mortes por 100 mil habitantes) e a quinta parte aos conflitos armados (5.2 mortes por 100 mil habitantes), mais frequentemente na população masculina, e em especial na população de 15 a 44 anos de idade (7).

A violência tem se tornado uns dos principais problemas contemporâneos de maior preocupação no Brasil e no mundo. Nas Américas a causa da violência, é atribuída ao desemprego, densidade populacional, inequidades, crime organizado e ao narcotráfico (8).

A violência afeta a população de modo desigual, gerando riscos diferenciados em função de gênero, raça/cor, idade e espaço social e nos últimos anos tem experimentado um processo de interiorização da violência nos municípios dos estados brasileiros, associado ao tráfico de drogas ou outros ilícitos, assim como em áreas de desenvolvimento recente (9).

No Brasil, o avanço da violência é atribuído a um conjunto de fatores, entre os que destacam a desigualdade social, a desagregação social, a corrupção de valores morais, a omissão e a impunidade. Esse conjunto de fatores, aliado ao ambiente urbano, reflete desrespeito à legislação vigente, aos sistemas executivos, legislativos e judiciários e bem como aos humanos em todas as esferas sociais (10).

Imperatori e Lopes 2009 avaliaram a estratégia de intervenção dos agentes comunitários no combate aos agravos recorrentes das causas externas, e evidenciaram a importância dos agentes de saúde na educação, conscientização e inclusão da população na busca de soluções para os agravos, além da necessidade de melhorar o engajamento das equipes de saúde como um todo, com o objetivo de atender às necessidades das diferentes situações identificadas (11).

Segundo o informe de 2013 da OMS, os acidentes de trânsito são a oitava causa de morte em nível mundial, com taxas estimadas de mortalidade por acidentes de trânsito nos diferentes continentes (Figura 01).

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Figura 01: Taxas estimadas de mortalidade por acidentes de trânsito nos diferentes

continentes. Fonte: Global status report on road Safety 2013, World Health Organization (WHO).

Considerando todos os países do mundo, os acidentes de trânsito são a primeira causa de morte entre os jovens na faixa etária de 15 a 29 anos. Em aproximadamente 1,24 milhões de mortes por acidentes de trânsito que ocorrem ao ano a nível mundial, 50% ocorrem entre pedestres (22%), ciclistas (5%) e motociclistas (23%). Segundo dados deste informe, as taxas estimadas de morte por acidentes de trânsito por 100 mil habitantes para o ano de 2010 são: 12,6 (Argentina), 19,2 (Bolívia), 22,5 (Brasil), 12,3 (Chile), 15,6 (Colômbia), 12,7 (Costa Rica), 27,0 (Equador), 15,9 (Peru) e 37,2 (Venezuela) (12).

Morais Neto e colaboradores 2012, analisaram a mortalidade por acidentes de transportes terrestre (ATT) no Brasil, entre os anos 2000 e 2010, e evidenciaram uma variação de 54% na frota de veículos, e um aumento de 11% na população brasileira. Os óbitos por ATT variaram de 28.995, em 2000) para 42.844 em 2010, um aumento de 32,3% em 10 anos. A taxa de mortalidade por ATT variou de 18,2 por 100 mil habitantes em 2000 para 22,54 óbitos em 2010, um aumento de 22,54%. A análise da tendência, segundo a condição das vítimas, mostrou redução das taxas para pedestres, crescente para os ocupantes de veículos, e aumento para os motociclistas (13).

Oliveira et al 2012, realizaram associações entre motociclistas que perderam a vida e aqueles que sofreram lesões por acidentes de trânsito em Maringá no ano de 2004. Identificou que o risco de acidentes com motocicletas foi mais elevado em indivíduos residentes em outros locais e atribuiu esse dado ao fato de que esses motociclistas não estarem familiarizados ao trajeto. O risco de acidentes com motocicletas foi maior também entre

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jovens de 10 a 19 anos, em indivíduos com mais de 40 anos de idade e entre aqueles que tiveram a habilitação recém obtida, vencida ou com mais de 10 anos de habilitação (14).

Carvalho et al 2010, avaliou a relação entre ingestão de álcool e acidentes de trânsito no período 2007 e 2009 no Brasil, com a finalidade de comparar o risco de acidentes de trânsito antes e depois da implantação da Lei Seca. Os autores identificaram uma redução significativa (7,4%) no número de mortes por acidentes no período considerando a mortalidade geral; evidenciaram uma redução das taxas de mortalidade em 18 das 27 capitais brasileiras, de cerca de 11,8% (15).

De acordo com o relatório de prevenção de quedas da World Health Organization (WHO), as quedas em idosos constituem um dos principais problemas de saúde pública, com uma estimativa de 424.000 mil quedas fatais que acontecem cada ano. Essa estimativa constitui a segunda causa de morte por lesão não intencional, logo após os acidentes de trânsito. Aproximadamente 80% das fatalidades relacionadas às quedas ocorrem em países de renda média e baixa. Outras 37,3 milhões de quedas não fatais, demandam atendimento médico cada ano. Uma alta morbilidade ocorre em pessoas acima de 65 anos (Figura 02), em adultos jovens de 15-29 anos e, em crianças de 15 ou menores (16).

Figura 02: Distribuição das quedas nos grupos dos idosos nos Estados Unidos de

Norteamérica. Fonte: Global report on falls prevention in older age. 2013, World Health Organization (WHO).

Em um estudo realizado por Parreira et al 2010, entre 2008-2009, evidenciou que de 1993 casos de trauma físico, 305 (15%) foram vítimas de quedas da própria altura. A média

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da idade nas vítimas de quedas da própria altura foi 52,2 com variação de 20,9 anos, sendo 64,8% do sexo masculino. Noventa e oito (32,1%) tinham idade acima de 60 anos. (17).

Quanto aos homicídios, no informe de 2013 do Escritório das Nações Unidas Sobre Drogas e Crime (UNODC), consta que 437 mil pessoas perderam a vida no mundo todo, vítimas de homicídio doloso. Esta cifra representa uma taxa de mortalidade por homicídios a nível mundial de 6,2 por 100 mil habitantes. Do total, 36% ocorreram no continente americano e 31% em África. Destaque é o uso das armas de fogo nas Américas (Figura 03) que representa 66% dos homicídios ocorridos, para Europa esta porcentagem caiu para 10% e a nível mundial o uso das armas de fogo cai para 41%, mantendo o primeiro lugar como instrumento para os homicídios (18).

Figura 03: Mecanismo de homicídio por região e a nível global. Fonte: Estudo Mundial sobre

homicídio (2013), UNODC.

No ano 2012 o Brasil, ocupava a 16º posição, com uma taxa de homicídios (por 100 mil habitantes) de 25,2, Colômbia estava no 10o lugar com (30,8) e Peru (6,5). Os países que apresentaram as maiores taxas de homicídio (por 100 mil habitantes) na região foram: Chile (3,1), Cuba (4,2) e Argentina (5,5). As taxas mais elevadas de homicídios (por 100 mil habitantes) estão em Honduras (90,4) com 7.172 mortes, Venezuela (53,7) e El Salvador (41,2) (Figura 04) (18).

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Figura 04: Taxas de homicídio para América Central e Sul américa. Fonte: Estudo Mundial sobre

homicídio. 2013, UNODC.

Soares Filho et al 2007, identificaram a existência de diferenças quando comparados os homicídios segundo a cor o raça e escolaridade das vítimas no Brasil. Destacaram a taxa padronizada de 286 homicídios por 100 mil habitantes entre homens pretos de 20 a29 anos residentes na Região Sudeste, correspondendo a um risco de homicídio dez vezes maior que a população geral brasileira. Neste estudo chama a atenção para os indicadores de desigualdades socioeconômicas: indicadores de urbanização, concentração de renda, escolaridade e raça e cor, que segundo o autor podem auxiliar na predição da vitimização por homicídio (19).

Segundo o relatório global sobre suicídio de 2012, da Organização das Nações Unidas (ONU), 804.000 mil mortes por suicídio aconteceram a nível mundial, representando uma taxa mundial de suicídio de 11,4 por 100 mil habitantes. Esta cifra representou a metade (50%) das mortes por violência registradas em homens e 71% das mortes em mulheres. Os suicídios representaram também a segunda causa de morte no grupo de 15 a 29 anos e a primeira causa no grupo de 70 e mais anos (Figura 05). Entre os principais meios utilizados para o suicídio estão os praguicidas, o enforcamento e as armas de fogo. (20)

(22)

Figura 05: Taxas de suicídio segundo os grupos etários a nível mundial. 2012. Fonte: Report Global;

Preventing suicide. A global imperative. 2013. World Health Organization (WHO).

No Brasil, foram registrados entre 1980 e 2006, 158.952 casos de suicídio. As taxas de mortalidade por suicídio registraram um aumento de 4,4 para 5,7 mortes por 100.000 habitantes (29,5%). Os índices médios mais altos foram registrados nas regiões Sul (9,3) e Centro-Oeste (6,1). Os homens são os que têm a maior probabilidade de cometer suicídio e faixa etária que apresentou a maior taxa de mortalidade por este agravo foi de 70 anos. Os métodos mais comuns de suicídio foram por enforcamento, armas de fogo e envenenamento(21).

Souza et al 2012, compararam as taxas de mortalidade entre as populações indígenas e não indígenas das cinco regiões do Brasil (Norte, Centro-Oeste, Nordeste, Sudeste e Sul) entre 2006 e 2010, observando que a taxa de mortalidade da população indígena foi o dobro da observada na população não indígena. No Centro-oeste, a taxa de mortalidade por suicídio na população indígena foi sete vezes maior que na população não indígena; na região Norte a taxa de suicídios foi 3,8 vezes maior que na população não indígena. Já nas regiões Nordeste, Sudeste e Sul, as taxas de mortalidade entre a população não indígena foram ligeiramente maiores quando comparadas com a população indígena (22).

Souza & Orellana, 2012 compararam as taxas de mortalidade por suicídios entre os anos 2000 e 2007, baseando-se em dados secundários, no município de São Gabriel da Cachoeira, evidenciando que a taxa de suicídios nesse período foi de 16,8 por 100.000 habitantes, três vezes superior que o ponderado nacional. Já as taxas de suicídio, nos grupos etários foram superiores no grupo de 15 a 24 anos, com predomínio de suicidas de sexo masculino e solteiros. Os autores sugerem que os suicídios que ocorreram durante o fim de semana, podem estar associados com o consumo de álcool (23).

(23)

Araújo et al 2009, analisaram a mortalidade por causas externas segundo raça/cor da pele no período 1998 e 2003 no estado de Amazonas, fazendo uso de dados de óbitos do instituto médico legal e de raça/cor do IBGE. Identificaram diferenças significativas para todos os tipos de agravos por causas externas, sendo que os negros apresentaram maior perda de anos potenciais de vida, e morreram em idades mais precoces por homicídios, acidentes de trânsito e demais causas externas (23).

No Brasil existem políticas e programas orientados a enfrentar a violência cabendo mencionar: A Lei Maria da Penha: Lei No 11.340 de 7 de agosto de 2006; A Rede Nacional de Prevenção da Violência e Promoção da saúde e a implantação e Implementação de Núcleos de Prevenção à Violência em estados e Municípios: Lei No 936, de 18 de maio de 2004, e a Política da promoção da saúde: Portaria No 687, de 30 de março de 2006; O Estatuto de Desarmamento: Lei No 10.826, de 22 de dezembro de 2003; a Política Nacional de Redução da Morbimortalidade por Acidentes e violência (Portaria MS/GM No 737 de 16 de maio 2001); e O Código de Trânsito Brasileiro: Lei No 9.503, de 23 de setembro de 1997, vigorado com a Lei No 12.971 de 9 de maio de 2014 (24-26).

A Política Nacional de Promoção da Saúde de 2006 tem como objetivo principal de promover a qualidade de vida e reduzir vulnerabilidade e riscos à saúde relacionados aos seus determinantes e condicionantes de doenças e agravos à saúde. Estabelece sete ações especificas, entre elas o estímulo a adoção de modos de viver não violentos e o desenvolvimento de uma cultura de paz no país, estímulo à redução da morbimortalidade em decorrência do uso abusivo de álcool e outras drogas, estímulo à redução da morbimortalidade por acidentes de trânsito e à prevenção da violência e estímulo à cultura de paz (27).

JUSTIFICATIVA

O estudo da mortalidade tem demostrado ser um indicador de saúde essencial, pois podem fornecer informações importantes sobre a saúde das populações. Entender as características e tendências da mortalidade pode ajudar na compreensão das mudanças na saúde da população, na avaliação dos programas ou estratégias de saúde, na formulação de pesquisas, assim como orientar o planejamento e a reformulação das políticas públicas.

(24)

2. OBJETIVO GERAL

Analisar a evolução da mortalidade por causas externas no Brasil de 2006-2012, por tipo, faixa etária, sexo e localidade.

(25)

3. MATERIAL E MÉTODOS

Trata-se de um estudo descritivo, retrospectivo, quantitativo, realizado com dados secundários do período de 2006–2012, utilizando dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério de Saúde (28).

Os registros do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) foram coletados na página eletrônica do DATASUS (2006-2012) e foram acessados em outubro de 2014.

Para o estudo da mortalidade, a variável principal foi a Causa Básica do óbito, categorizada segundo a Classificação Internacional de Doenças, na versão 10. CID-10 (Tabela 01).

Tabela 01. Classificação de Causas externas de mortalidade, segundo CID-10

Causas Externas de Mortalidade Código CID 10

1. Acidentes (Não intencionais)

Acidentes de transportes V01 - V99

Transporte terrestre V01 - V89

2. Violencia (Intencionais)

Lesões autoprovocadas voluntariamente X60 - X84

Agressões X85 - Y09

Intervenções legais e operações de guerra Y35 - Y36

3. Eventos (fatos) cuja intenção é indeterminada Y10 - Y34

4. Demais Causas W20-X59, Y60-Y69, Y83-Y84,

Y70-Y82, Y40-Y59

Quedas W00 - W19

Fonte: Ministério da Saúde/SVS - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM

Foram utilizados os dados populacionais dos Censos Demográficos: IBGE, 2010 e as estimativas intercensitárias: 2006: IBGE - Estimativas preliminares para os anos intercensitários dos totais populacionais, estratificadas por idade e sexo pelo MS/SGEP/Datasus; 2007-2009: IBGE - Estimativas elaboradas no âmbito do Projeto UNFPA/IBGE (BRA/4/P31A) - População e Desenvolvimento. Coordenação de População e

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Indicadores Sociais; 2011-2012: IBGE - Estimativas populacionais enviadas para o TCU, estratificadas por idade e sexo pelo MS/SGEP/Datasus.

Para o cálculo das taxas de mortalidade por acidentes de trânsito de veículos a motor, foram utilizadas as bases de dados da frota veicular do Departamento Nacional de Trânsito DENATRAN do Ministério das Cidades, disponibilizados no site: http://www.denatran.gov.br/frota.htm. Acessado em 23 de outubro 2013.

ANÁLISES DE ESTATISTICAS

Os registros de Mortalidade inicialmente foram armazenados numa tabela Excel. Para verificar associação das variáveis foram processados no pacote INSTAT, usando-se o teste de Qui-quadrado para verificar a causalidade.

Foram calculadas as taxas de mortalidade específica por 100 mil habitantes para as causas básicas de morte segundo o ano (2006-2012), lugar de ocorrência, sexo (masculino e feminino), idade, raça/cor (branca, negra (preta + parda), outras), e linearidade (R2).

Para a elaboração de mapas de distribuição das taxas foi utilizado o aplicativo TABWIN do DATASUS.

Foram coletados os dados de frota de automóveis e de motocicletas (motocicletas, ciclomotor, motonetas, sidecars) para o Brasil e regiões, no período 2006-2012.

Para o cálculo dos acidentes de trânsito, foram considerados o total de óbitos por acidentes de transporte deduzidos do total de acidentes ocorridos com aeronaves, embarcações, trens, bondes, bicicletas e outros acidentes fora das vias públicas (Capitulo 20V da CID-10, deduzidos V01, V05-06, V10-11, V15-18, V81-86, V88, V90-98), segundo a metodologia de Kilsztajn et al (29). Depois foram calculados e analisados dois taxas; o número de óbitos por acidentes de trânsito e o número de óbitos por tipo de veículos.

LIMITAÇÕES DO ESTUDO

A utilização de dados secundários para pesquisa científica apresenta limitações referentes à qualidade das informações.

Os dados de mortalidade obtidos do SIM apresentam uma cobertura alta. A cobertura do SIM é definida como: “... razão entre os óbitos coletados pelo SIM e os óbitos projetados pelo IBGE (30).

De acordo com o Ministério da Saúde, o número de subnotificações vem diminuindo nas últimas décadas, a porcentagem de cobertura dos óbitos em 2011 foi de 96,1%.

(27)

4. RESULTADOS

4.1. MORTALIDADE POR CAUSAS EXTERNAS

Entre 2006 e 2012 foram registrados 7.748.221 óbitos no Brasil, dos quais 975.164 ocorreram por causas externas.

Entre as principais causas de morte no Brasil no período do estudo, destacam-se em primeiro lugar, as doenças do aparelho circulatório, em segundo lugar, as neoplasias. As causas externas constituíram a terceira causa de morte no país, representando cerca de 12,7% dos óbitos por causas definidas nesse período.

As taxas de mortalidade por 100 mil habitantes, suas respectivas causas e o coeficiente de determinação (R2) são mostrados na Figura 06.

Figura 6. Principais causas de mortalidade no Brasil por ano de ocorrência 2006–2012. Fonte: Ministério da Saúde/SVS - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM

Constatou-se um aumento da taxa de mortalidade por causas externas no período estudado, passando de 68,7 óbitos/100.000 em 2006, para 78,4 óbitos/100.000 em 2012, representando aumento de 14,0 %.

Quando analisada a evolução da mortalidade por causas externas em relação ao sexo, foi possível identificar mudanças nos padrões de mortalidade. Para o sexo masculino as

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causas externas foram a segunda causa de morte, com porcentagens que variaram de 18,1% dos óbitos em 2006 para 18,7% dos óbitos em 2012. Esses dados representam um aumento de 3,4% nas mortes de indivíduos do sexo masculino no período. Para o sexo feminino, as causas externas constituíram a sexta causa de morte, variando de 4,8% do total dos óbitos femininos em 2006 a 5,2% do total dos óbitos femininos em 2012, representando um aumento de 8,6% das mortes por sexo feminino.

A mortalidade por Grupos de Causas Externas no periodo evidenciou a predominância dos óbitos por homicídio, seguido dos óbitos por acidentes de transporte (Tabela 02). No entanto, o maior aumento na taxa de mortalidade ocorreu devido as acidentes de transporte (19,0%) no período.

Tabela 02. Número de óbitos, taxas de mortalidade (por 100 mil habitantes) por causas externas, Brasil 2006-2012

n

Coeficiente n

Coef.

Acidentes transporte

37249

19,9

46051 23,7

19,0%

Homicidio

49704

26,6

57045 29,4

10,5%

Suicidio

8639

4,6

10321

5,3

15,0%

Ìntenção não determinada

9147

4,9

10051

5,2

5,8%

Demais causas externas

23649

12,7

28545 14,7

16,2%

Óbitos por causas externas

128,388

68,7

152,013 78,4

14,0%

Variação 2006-2012

2006

2012

Grupo de Causas

Qui-quadrado = 93,33

Existe associação entre o Grupo de Causas e o ano de ocorrência = p < 0,0001 Fonte: Ministério da Saúde/SVS - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM

A taxa de mortalidade por homicídio variou de 26,6 (2006) a 29,4 óbitos (2012) por 100 mil habitantes; a taxa de mortalidade por acidentes de transporte variou de 19,9 (2006) a 23,7 (2012) óbitos por 100 mil habitantes; a taxa de mortalidade das demais causas externas variou de 12,7 (2006) a 14,7 (2012) óbitos por 100 mil habitantes); a taxa de mortalidade por intenção não determinada variou de 4,9 (2006) a 5,2 (2012) óbitos por 100 mil habitantes) e a taxa de mortalidade por suicídios variou de 4,6 (2006) a 5,3 (2012) óbitos por 100 mil habitantes) (Figura 07).

(29)

Figura 07. Taxas de mortalidade por causas externas no Brasil, segundo os principais tipos de causas e ano de ocorrência no período de 2006–2012.

Fonte: Ministério da Saúde/SVS - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM

A análise da evolução da mortalidade por causas externas nas diferentes regiões geográficas do Brasil revelou um aumento nas regiões Norte e Nordeste, com porcentual de 30,8% e 33,7% respectivamente (Tabela 03). Para a região Sudeste houve uma redução do percentual (-1,4%) na taxa de mortalidade no período estudado.

Em relação ao sexo, a mortalidade por causas externas foi maior para o sexo masculino, tanto em 2006 como em 2012. Em 2006, a taxa de mortalidade para o sexo masculino foi de 116,7 óbitos por 100 mil habitantes, e a taxa de mortalidade para sexo feminino foi 22,2 óbitos por 100 mil habitantes (5,2 vezes menor que do sexo masculino). Em 2012 a taxa de mortalidade por causas externas para o sexo masculino elevou-se para 131,9 óbitos por 100 mil habitantes, representando um incremento de 13,0% em relação à taxa de 2006. Similar situação ocorreu para o sexo feminino que apresentou um incremento em 21,2% na taxa de mortalidade quando comparado com o ano 2006. A relação entre a taxa de mortalidade do sexo masculino foi 4,9 vezes maior do que a taxa do sexo feminino (Tabela 03).

(30)

Tabela 03. Taxas de mortalidade (por 100 mil habitantes) por causas externas, segundo faixa etária, gênero e regiões geográficas. Brasil 2006-2012.

2006 2012 2006 2012 2006 2012 0 a 9 anos 14,7 15,5 9,6 10,2 12,2 12,9 5,7% 10 a 14 anos 18,9 21,0 8,3 8,0 13,6 14,6 7,0% 15 a 19 anos 120,3 160,4 16,8 21,6 68,8 91,5 33,0% 20 a 29 anos 197,4 204,6 20,9 22,1 108,3 112,9 4,3% 30 a 39 anos 152,2 171,2 18,9 22,3 83,8 95,1 13,5% 40 a 49 anos 146,9 140,4 22,1 22,0 82,6 79,3 -4,0% 50 a 59 anos 143,2 130,4 24,4 24,1 81,5 74,5 -8,5% 60 e mais 162,4 170,3 73,7 85,2 113,6 123,0 8,3% Total 116,7 131,9 22,2 26,9 68,7 78,4 14,1% Norte 104,2 136,7 18,0 23,6 61,8 80,8 30,8% Nordeste 114,2 153,6 18,6 24,5 65,5 87,6 33,7% Sudeste 117,9 112,9 23,8 27,3 70,0 69,0 -1,4% Sul 117,2 128,0 24,2 29,8 70,2 78,1 11,2% Centro-Oeste 131,5 158,6 26,3 31,6 78,8 94,8 20,2% Total 116,7 131,9 22,2 26,9 68,7 78,4 14,1% Faixa etária* Região* Sexo ∆%

Carácterísticas Masculino Feminino Ambos Sexos

Fonte: Ministério da Saúde/SVS - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM

A distribuição por faixa etária mostrou que a taxa de mortalidade por causas externas no período do estudo foi maior entre indivíduos com idade variando entre 15 aos 60 anos ou mais. Os adultos jovens (20 a 29 anos) e os idosos (60 ou mais) apresentaram em média as taxas de mortalidade 50,1% e 55,4% maiores que a média da população em geral (Figura 8).

Figura 8. Taxas de mortalidade por causas externas no Brasil, por faixa etária, de 2006-2012. Fonte: Ministério da Saúde/SVS - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM

(31)

4.2. MORTALIDADE POR ACIDENTES

4.2.1 ACIDENTES DE TRANSPORTES

Entre 2006 e 2012 foram registrados 287.860 óbitos relacionados a acidentes de transportes, ocupando o segundo lugar entre as causas externas de mortalidade. Esse valor representou 29,5% do total de óbitos por causas externas. Em 2006 a taxa de mortalidade (por 100 mil habitantes) foi de 19,9 óbitos por 100 mil habitantes, e em 2012 esta taxa aumentou para 23,7 óbitos por 100 mil habitantes, isto significa uma variação de 19,0% entre o início e o final do período de estudo (Figura 09).

Figura 09. Taxa de mortalidade (por 100 mil habitantes) por acidentes de transportes no Brasil de 2006-2012.

Fonte: Ministério da Saúde/SVS - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM

As taxas de mortalidade por acidentes de transporte apresentaram-se elevadas na população masculina em todo o período estudado. Em 2006 a taxa de mortalidade masculina para este tipo de agravo foi de 33,0 óbitos por 100 mil habitantes, 4,6 vezes maior que a taxa de mortalidade acidentes de transporte do sexo feminino. Em 2012, essas apresentaram aumentos porcentuais importantes de 20,1% para o sexo masculino e 16,4% no feminino (Tabela 04, Figura 10).

(32)

Tabela 04. Taxa de mortalidade (por 100 mil habitantes) por acidentes de transportes, segundo faixa etária, gênero e regiões geográficas no Brasil de 2006-2012.

2006 2012 2006 2012 2006 2012 0 a 9 anos 4,3 4,3 3,0 3,0 3,7 3,7 0,0% 10 a 14 anos 6,1 6,3 3,2 3,4 4,7 4,9 3,3% 15 a 19 anos 25,2 35,2 6,7 8,7 16,0 22,0 37,7% 20 a 29 anos 50,4 57,0 8,4 9,4 29,2 33,1 13,3% 30 a 39 anos 43,9 53,2 6,7 8,5 24,8 30,4 22,3% 40 a 49 anos 48,6 49,8 8,4 8,5 27,9 28,5 2,0% 50 a 59 anos 51,5 49,4 9,5 9,7 29,7 28,6 -3,8% 60 e mais 51,7 53,2 16,0 15,7 32,0 32,4 1,1% Total 33,0 39,7 7,2 8,4 19,9 23,7 19,0% Norte 27,6 38,2 7,1 9,0 17,5 23,8 36,0% Nordeste 28,9 43,6 5,3 7,6 16,8 25,2 49,6% Sudeste 31,6 33,3 7,2 7,3 19,2 19,9 3,9% Sul 41,9 44,9 9,3 11,1 25,4 27,7 9,3% Centro-Oeste 45,4 52,3 11,1 12,2 28,2 32,1 13,8% Total 33,0 39,7 7,2 8,4 19,9 23,7 19,0% Carácterísticas

Sexo Ambos Sexos

∆%

Masculino Feminino

Faixa etária*

Região*

Fonte: Ministério da Saúde/SVS - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM

Figura 10. Taxa de mortalidade por acidentes de transportes, segundo sexo e ano de ocorrência. Brasil, 2006–2012.

Fonte: Ministério da Saúde/SVS - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM

As taxas de mortalidade por acidente de transporte, mostraram-se elevadas na faixa etária entre 15 - 60 e mais anos, representando a primeira causa de morte na faixa etária dos adultos jovens (20 a 29 anos), cujo aumento foi de 13,3% no período de estudo. Outro fato

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importante é a variação porcentual das taxas na faixa etária entre os 15 a 19 anos, que apresentou um aumento de 37,7% (Tabela 04).

Entre as causas de morte por acidentes de transporte, as mortes por acidentes de transporte terrestre, representaram 97,5% dos óbitos em todo o período estudado; constituindo a primeira causa de morte de acidentes de transporte. Os óbitos por acidentes de transporte por água representaram 0,3%, os óbitos por transporte aéreo e espacial 0,4%. Os óbitos por outros tipos de transporte e não especificados representaram 1,9% do total (Tabela 05).

Tabela 05. Números absolutos e porcentagem de óbitos por tipo de acidentes de transportes, segundo ano de ocorrência no Brasil de 2006-2012.

Promedio

n % n % n % n % n % n % n % %

Acidentes de tranporte terrestre 36.367 97,6% 37.407 97,4% 38.273 97,6% 37.594 97,7% 42.844 97,6% 43.256 97,1% 44.812 97,3% 97,5% Acidentes de transporte por água 77 0,2% 99 0,3% 187 0,5% 109 0,3% 104 0,2% 119 0,3% 130 0,3% 0,3% Acidentes de transporte aéreo e espacial 224 0,6% 281 0,7% 75 0,2% 113 0,3% 72 0,2% 119 0,3% 124 0,3% 0,4% Outros acidentes de transporte e os não

especificados 581 1,6% 632 1,6% 676 1,7% 653 1,7% 888 2,0% 1.059 2,4% 985 2,1% 1,9%

Total 37.249 100,0% 38.419 100,0% 39.211 100,0% 38.469 100,0% 43.908 100,0% 44.553 100,0% 46.051 100,0% 100,0%

2012 Porcentagem de Obitos por tipo de Transporte, segundo tipo de vitima. Brasil 2006-2012

2009 2010 2011

2007 2008

Tipo de acidentes de Transporte

2006

Qui-quadrado = 96,056

Existe associação entre os tipos de acidentes e o ano de ocorrência = p<0,0001 Fonte: Ministério da Saúde/SVS - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM

Considerando os óbitos por acidentes de transportes terrestres; as mortes de motociclistas, ocupantes de automóveis e pedestres, representaram 67,8% dos óbitos. Já os acidentes envolvendo motocicletas representaram, entre 2006 e 2012, representaram 7,0% dos óbitos por causas externas, e foi o agravo em que as taxa de mortalidade mais se elevaram (67,8 %), com uma tendência crescente em todo período analisado (Tabela 06). Para os acidentes de motocicleta, as taxas entre os homens chegaram a ser 8,8 vezes as apresentadas pelas mulheres. A faixa etária mais acometida pelos acidentes de motocicleta foi a de 20 a 39 anos, observando-se que as taxa entre os homens chegaram a ser 9,3 vezes as apresentadas das mulheres.

(34)

Observou-se também neste período uma queda nas mortes dos pedestres, sendo a faixa etária mais afetada de 60 e mais, com uma taxa de morte por este agravo nos homens de 21,0 óbitos por cada 100 mil habitantes, 2,6 vezes maior as apresentadas pelas mulheres. Já nos ocupantes de automóveis observou-se um aumento de 28% na taxa no período estudado. A faixa etária que mais resultou afetadas foi da faixa de 20 a 29 anos, com uma taxa de mortalidade masculina 4,2 vezes as apresentadas das mulheres (Figura 11).

Tabela 06. Números absolutos e porcentagem de óbitos de acidentes de transportes, segundo tipo de vítima por ano de ocorrência. Brasil 2006-2012.

Variação % n Coef. n Coef. n Coef. n Coef. n Coef. n Coef. n Coef. 2006-2012 Pedestre 10.147 5,4 9.657 5,1 9.474 5,0 8.799 4,6 9.944 5,2 9.244 4,8 8.819 4,5 -16,3% Motociclista 7.162 3,8 8.078 4,3 8.898 4,7 9.268 4,8 10.825 5,7 11.433 5,9 12.480 6,4 67,8% Automovel 7.639 4,1 7.982 4,2 8.120 4,3 8.133 4,2 9.059 4,7 9.733 5,1 10.154 5,2 28,0% Outros Transporte terrestre 8.430 4,5 8.760 4,6 8.961 4,7 8.548 4,5 10.152 5,3 9.898 5,1 10.376 5,3 18,5%

Vítima 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

Qui-quadrado = 1268,3

Existe associação entre o tipo de vítima e o ano de ocorrência = p<0,0001

Fonte: Ministério da Saúde/SVS - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM

Figura 11. Taxa de mortalidade por tipo de vítima de acidente de transporte, por 100 mil habitantes, segundo faixa etária. Brasil 2006-2012.

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Fonte: Ministério da Saúde/SVS - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM Elaborado pelo autor.

Ao observar a Figura 12 nota-se que no período estudado (2006-2012), as cinco regiões geográficas, experimentaram incrementos importantes na taxa de mortalidade por acidentes de transporte. Chama a atenção as regiões Nordeste e Norte que apresentaram os maiores incrementos porcentuais, 49,6% e 36,0% respectivamente. Os incrementos porcentuais nas regiões Sudeste, Sul e Centro Oeste, foram 3,9%, 9,3% e 13,8% respectivamente.

Figura 12. Evolução das taxas de mortalidade (por 100 mil habitantes) por acidentes de transporte. Variação Porcentual das taxas, segundo as regiões geográficas. Brasil 2006-2012 Fonte: Ministério da Saúde/SVS - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM

É importante destacar que apesar de as regiões Nordeste e Norte terem apresentado os maiores aumentos porcentuais nas taxas de mortalidade, a região Centro Oeste foi a que ostentou as taxas mais elevadas em todo o período de estudo (Figura 13).

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Figura 13. Taxa de mortalidade por acidente de transporte, segundo regiões geográficas e ano de ocorrência. Brasil 2006–2012.

Fonte: Ministério da Saúde/SVS - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM Elaborado pelo autor.

Quando foram comparadas as taxas de mortalidade (por 100 mil habitantes) por acidente de transporte nas capitais dos estados brasileiros e o Distrito Federal, no período de estudo, observou-se uma diminuição na variação porcentual em 13 capitais brasileiras: Florianópolis, Porto Alegre, Vitória, Belém, Curitiba, Belo Horizonte, São Paulo, Manaus, Brasília, Macapá, Campo Grande, Salvador, Rio de Janeiro. No mesmo período observou-se aumento importante na variação percentual das taxas em 14 capitais: Rio Branco, São Luís, Natal, Teresina, Palmas, Cuiabá, João Pessoa, Aracaju, Fortaleza, Maceió, Recife, Goiânia, Porto Velho, Boa Vista (Figura 14).

Para as taxas de mortalidade (por 100 mil habitantes) por acidentes de transportes nas Unidades Federativas (UFs) brasileiras e o Distrito Federal, para os anos 2006 e 2012, apresentaram uma diminuição na variação porcentual em cinco Unidades Federativas: Distrito Federal, Amapá, Santa Catarina, Rio de Janeiro, São Paulo, nas outras 22 Unidades Federativas apresentaram aumento. Entre as que apresentaram maiores incrementos na taxa de mortalidade foram Maranhão, Acre, Sergipe, Bahia, Rondônia (Figura 14).

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Figura 14. Comparativo da evolução da taxa de mortalidade por acidentes de transporte nas capitais brasileiras, e Unidades Federativas. Brasil 2006-2012.

Fonte: Ministério da Saúde/SVS - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM Elaborado pelo autor.

Na tabela 07 observa-se a evolução da taxa de mortalidade por acidentes de trânsito dos municípios brasileiros; categorizados segundo a taxa de mortalidade que apresentaram no período estudado. O número dos municípios que apresentavam a taxa nulo o menor a 10 óbitos por 100 mil habitantes, experimentam uma queda em todo o período de estudo. Já os municípios que apresentavam taxas superiores a 10 óbitos apresentavam uma clara tendência ao aumento. A Figura 15 mostra a categorização dos municípios, segundo a taxa de mortalidade por acidente de transporte para os anos 2006 e 2012.

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Tabela 07. Distribuição dos municípios segundo a taxa de mortalidade (por 100 mil habitantes) por acidentes de transporte, segundo o ano de ocorrência. Brasil 2006-2012.

n % n % n % n % n % 2006 1904 34,16% 731 13,12% 2.534 45,47% 325 5,83% 79 1,42% 2007 1915 34,36% 709 12,72% 2.495 44,77% 374 6,71% 80 1,44% 2008 1761 31,60% 680 12,20% 2.692 48,30% 362 6,50% 78 1,40% 2009 1670 29,97% 679 12,18% 2.750 49,35% 388 6,96% 86 1,54% 2010 1504 26,99% 591 10,60% 2.930 52,57% 455 8,16% 93 1,67% 2011 1474 26,45% 582 10,44% 2.932 52,61% 470 8,43% 115 2,06% 2012 1321 23,70% 497 8,92% 3.048 54,69% 593 10,64% 114 2,05% ∆% 20,28% Ano Municípios com coeficiente entre 0

Municípios com coeficiente entre 50 -< 100 Municípios com coeficiente > 100 -30,62% 82,46% 44,30% Municípios com coeficiente entre 0- <10 -32,01% Municípios com coeficiente entre 10 - <50

Fonte: Ministério da Saúde/SVS - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM Elaborado pelo autor.

Figura 15. Comparativo das taxas de mortalidade por acidentes de transporte dos municípios brasileiros. Brasil 2006-2012.

Fonte: Ministério da Saúde/SVS - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM Elaborado pelo autor.

A Tabela 08 apresenta os cinco maiores municípios brasileiros, com população superior a 20.000 habitantes, com as maiores taxas de mortalidade por acidente de transporte em 2012, destacando-se o município Presidente Dutra, de Maranhão, quem liderava o ranking de mortes por acidentes de trânsito; em segundo lugar se encontrava o município Cearense de

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Barbalha, município que desde o ano 2006 alterna entre o primer e segundo lugar deste ranking.

Tabela 08. Municípios com as maiores taxas de mortalidade por acidentes de transporte. Brasil 2006-2012.

Coef. Posição Coef. Posição Coef. Posição Coef. Posição Coef. Posição Coef. Posição Coef. Posição

Presidente Dutra 35,4 193 25,7 449 24,3 541 55,7 46 114,0 6 292,3 1 237,0 1 Barbalha 181,7 2 156,4 1 207,6 1 158,5 1 191,6 1 232,3 2 194,4 2 Piraí do Sul 64,4 21 34,0 246 29,0 406 61,5 77 25,6 158 38,2 260 122,4 3 Diamantino 29,3 328 67,4 27 84,4 8 52,7 59 59,0 59 141,6 4 121,3 4 Sobral 55,7 41 75,5 15 68,9 26 70,2 14 107,3 8 98,0 7 108,7 5 Parnamirim 0 1291 10,1 1141 30,3 374 35,3 232 29,7 446 14,8 1116 102,8 6

Campina Grande do Sul 89,5 6 101,0 3 141,9 2 133,1 2 154,8 2 87,0 9 99,0 7

2012 Município

Coeficiente de mortalidade (por 100 mil habitantes) por acidente de transporte.

2006 2007 2008 2009 2010 2011

Fonte: Ministério da Saúde/SVS - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM Elaborado pelo autor.

A Tabela 09 apresenta dois tipos de indicadores que relacionam as mortes por acidentes de transporte terrestre com a frota de veículos. O número de Óbitos/veículo x 10.000 habitantes, apresentou uma queda de 25,5%, enquanto que, o número de veículos/habitantes x 10 habitantes, apresentou um aumento de 61,6% no período de estudo.

Tabela 09. Indicadores de mortalidade frota veicular. Brasil 2006-2012.

2006 186.770.613 36.054 45.372.640 7,95 2,43 19,30 2007 189.335.191 37.148 49.644.025 7,48 2,62 19,62 2008 189.612.814 38.099 54.506.661 6,99 2,87 20,09 2009 191.481.045 37.445 59.361.642 6,31 3,10 19,56 2010 190.755.799 42.894 64.817.974 6,62 3,40 22,49 2011 192.379.287 43.539 70.543.535 6,17 3,67 22,63 2012 193.976.530 45.070 76.137.191 5,92 3,93 23,23 TME

ANO habitantes acidentes Obitos x

transportes

Obitos/veicul

o (10.000 hab) veiculo/hab. (10 hab) FROTA

TOTAL (milhões)

Fonte: Ministério da Saúde/SVS - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM Elaborado pelo autor.

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4.3. MORTALIDADE POR VIOLÊNCIA

Os óbitos por violência somaram 429.323 óbitos em todo o período de estudo, representando 44,0% das mortes por causas externas entre 2006 e 2012. Desses óbitos 84,7% ocorreram por agressões e intervenções legais (violência interpessoal e coletiva) e 15,3% por lesões autoprovocadas (violência auto-infligida).

4.3.1. HOMICIDIOS (AGRESSÕES E INTERVENÇÕES LEGAIS)

Entre 2006 e 2012 as mortes relacionadas aos homicídios ocuparam o primeiro lugar entre as causas externas num total de 363.493 óbitos por homicídios, que representa 37,3% do total dos óbitos por causas externas. Nesse período a taxa de mortalidade (por 100 mil habitantes), experimentou um aumento de 10,5%, variando de 26,6 óbitos por 100 mil habitantes em 2006, para 29,4 óbitos por 100 mil habitantes em 2012 (Figura 16).

Figura 16. Taxas de mortalidade (por 100 mil habitantes) por agressões/homicídios, segundo ano de ocorrência. Brasil, 2006–2012.

Fonte: Ministério da Saúde/SVS - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM Elaborado pelo autor.

Uma característica importante da mortalidade por homicídios/agressões é o número elevado de mortes de indivíduos do sexo masculino, que em 2006 apresentou uma taxa de mortalidade de 49,6 óbitos por 100 mil habitantes, em contrapartida à mortalidade por agressões para sexo feminino cuja taxa foi de 4,2 óbitos por 100 mil habitantes. A taxa de mortalidade para o sexo masculino foi, portanto, 11,8 vezes maior que a taxa de mortalidade do sexo feminino. Em 2012, houve um aumento das taxas de mortalidade por homicídios/agressões para ambos os sexos, com percentuais de 10,9% para o sexo masculino e 12,4% no feminino (Tabela 10, Figura 17).

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Tabela 10. Taxas de mortalidade (por 100 mil habitantes) por agressões, segundo faixa etária, gênero e regiões geográficas no Brasil 2006-2012.

2006 2012 2006 2012 2006 2012 0 a 9 anos 1,0 1,3 0,7 0,9 0,9 1,1 28,5% 10 a 14 anos 4,4 6,7 1,4 1,7 2,9 4,2 44,2% 15 a 19 anos 72,3 99,8 5,3 7,6 39,0 54,0 38,7% 20 a 29 anos 111,7 114,5 7,3 7,7 59,1 60,9 3,1% 30 a 39 anos 70,7 79,3 6,0 7,2 37,5 42,5 13,1% 40 a 49 anos 48,5 46,5 5,0 5,0 26,1 25,1 -3,9% 50 a 59 anos 35,8 29,6 3,9 3,1 19,2 15,7 -18,4% 60 e mais 22,6 19,8 3,2 2,6 11,9 10,3 -13,6% Total 49,6 55,0 4,2 4,8 26,6 29,4 10,5% Norte 49,4 67,7 4,1 6,2 27,1 37,3 37,8% Nordeste 52,9 75,0 3,9 5,2 28,0 39,3 40,5% Sudeste 50,9 40,0 4,6 3,9 27,3 21,5 -21,2% Sul 38,7 44,3 3,6 4,8 21,0 24,2 15,1% Centro-Oeste 52,1 70,0 4,8 6,9 28,4 38,3 35,0% Total 49,6 55,0 4,2 4,8 26,6 29,4 10,5% Faixa etária* Região*

Carácterísticas Masculino Sexo Feminino Ambos Sexos ∆%

Fonte: Ministério da Saúde/SVS - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM Elaborado pelo autor.

Figura 17. Taxas de mortalidade por agressões, segundo sexo e ano de ocorrência no Brasil, de 2006-2012.

Fonte: Ministério da Saúde/SVS - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM Elaborado pelo autor.

A distribuição das taxas de mortalidade por homicídios/agressões por faixa etária mostrou que o 75,9% dos homicídios concentraram-se entre a faixa etária dos 15 a 39 anos. A

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taxa mais elevada foi entre 20 a 29 anos de idade; observou-se também neste período o forte incremento das taxas de homicídios nas faixas etárias de 10 a 14 anos (44,8%) e 15 a 19 anos (38,5%). (Figura 18).

Figura 18. Taxas de mortalidade por agressões, segundo faixa etária e ano de ocorrência no Brasil de 2006-2012.

Fonte: Ministério da Saúde/SVS - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM Elaborado pelo autor.

Os principais instrumentos para os homicídios foram as armas de fogo, os objetos cortantes e os objetos contundentes, que representaram 91,8% dos casos de mortes em homens e 83,4% nas mulheres. As armas neste período foram usadas como instrumentos para o homicídio em 71,9% dos casos, frente ao 50,7% dos homicídios praticados em mulheres. No caso das mulheres observou-se major uso de outros instrumentos que os homens como: os objetos punço-cortantes 25,1% do uso nas mulheres e 14,8% nos homens e das agressões com objetos contundentes que representaram em média 7,6% de uso no caso dos homicídios das mulheres, frente ao 5,0% dos homens (Figura 19).

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Figura 19. Taxas de mortalidade por agressões com arma de fogo, segundo ano de ocorrência. Brasil 2006-2012.

Fonte: Ministério da Saúde/SVS - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM Elaborado pelo autor.

Em relação à distribuição geográfica das agressões (Figura 20), no período estudado (2006-2012), 0 69,3% dos homicídios aconteceram entre as regiões Nordeste (34,3%) e Sudeste (35,0%). Quatros regiões experimentaram aumento na taxa de mortalidade por homicídios, sendo a região Nordeste quem apresentou o maior aumento percentual (40,4%); as regiões Norte e Centro-Oeste, também apresentaram aumento nos percentuais de 37,8% e 35,0% respectivamente. É importante destacar que a região Sudeste foi a única que apresentou redução porcentual da taxa de mortalidade (-21,2%) no período estudado.

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Figura 20. Diferença percentual entre a taxa de mortalidade por homicídio/agressão nas regiões geográficas do Brasil, de 2006-2012.

Fonte: Ministério da Saúde/SVS - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM Elaborado pelo autor.

Na Figura 21 observa-se que nas regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste as taxas de mortalidade por homicídios/agressões apresentaram tendência de crescimento, exceto pela região Sudeste que apresentou uma marcada diminuição no período estudado.

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Figura 21. Taxas de mortalidade por agressões, segundo regiões geográficas e ano de ocorrência. Brasil de 2006-2012.

Fonte: Ministério da Saúde/SVS - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM Elaborado pelo autor.

Quando foram comparadas as taxas de mortalidade (por 100 mil habitantes) por homicídios/agressões nas capitais dos Estados brasileiros e Distrito Federal, para os anos 2006 e 2012, observou-se uma diminuição dessas taxas de mortalidade em 12 capitais brasileiras: Rio de Janeiro, Recife, Porto Velho, Vitória, São Paulo, Florianópolis, Belo Horizonte, Campo grande, Rio Branco, Curitiba, Maceió e Macapá. No entanto, no mesmo período, houve aumento das taxas de mortalidade por homicídios/agressões de outras 15 capitais: Natal, Fortaleza, São Luís, Palmas, Manaus, João Pessoa, Goiana, Salvador, Belém, Aracaju, Boa Vista, Teresina, Brasília, Porto Alegre e Cuiabá (Figura 22).

Em relação às taxas de mortalidade (por 100 mil habitantes) por homicídios/agressões nas Unidades Federativas (UFs) brasileiras ( Estados) e Distrito Federal, para os anos 2006 e 2012, observou-se uma diminuição dessas taxas de mortalidade em seis delas: Rio de Janeiro, Pernambuco, São Paulo, Rondônia, Espírito Santo e Mato Grosso do Sul. Observou-se o aumento dessas taxas nas outras 21 Unidades Federativas: Amazonas, Maranhão, Goiás, Paraíba, Bahia, Ceará e Rio Grande do Norte, Amapá, Minas Gerais, Paraná, Mato Grosso, Acre, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Distrito Federal, Piauí, Alagoas, Roraima, Sergipe, Pará, Tocantins (Figura 22).

Quando comparado o comportamento entre os Estados e as capitais, evidencia-se que não sempre a redução das taxas dos homicídios nas capitais acompanhou a redução das taxas

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dos estados e que é alguns casos isto pode sugerir o aumento da violência por homicídios no interior dos estados. Para citar alguns casos, Santa Catarina (17,2%)/Florianópolis (-23,7%); Paraná (10,8%)/Curitiba (-11,2%); Acre (22,0%)/Rio Branco (-9,0%); e Alagoas (21,8%)/Maceió (-8,2%).

Figura 22. Comparativo da evolução das taxas de mortalidade por homicídios/agressões nas capitais brasileiras e nas Unidades Federativas. Brasil 2006-2012.

Fonte: Ministério da Saúde/SVS - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM Elaborado pelo autor.

Na tabela 11 observa-se a evolução das taxas de mortalidade por homicídios/agressões nos municípios brasileiros; no período estudado. Observa-se a redução de 12,7% no número de municípios com taxa nula ou menor a 10,0 óbitos por 100 mil habitantes, assim como

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tendência no aumento do número dos municípios com taxas cada vez maiores que o limite epidêmico/endêmico de violência (10 óbitos x 100 mil habitantes). A Figura 23 mostra a categorização dos municípios, segundo as taxas de mortalidade por homicídios/agressões para os anos 2006 e 2012.

Tabela 11. Distribuição dos municípios por taxa de mortalidade (por 100 mil habitantes) por agressões, segundo ano de ocorrência. Brasil 2006-2012.

n % n % n % 2006 3160 56,7% 2190 39,3% 226 4,1% 2007 3168 56,8% 2131 38,2% 277 5,0% 2008 3047 54,6% 2265 40,6% 264 4,7% 2009 2948 52,9% 2343 42,0% 285 5,1% 2010 2921 52,4% 2360 42,3% 295 5,3% 2011 2877 51,6% 2392 42,9% 307 5,5% 2012 2760 49,5% 2437 43,7% 379 6,8% ∆% 67,7%

Taxa 0 - <10 Taxa 10-<50 Taxa > 50

-12,7% 11,3%

Fonte: Ministério da Saúde/SVS - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM Elaborado pelo autor.

Figura 23. Comparativo das taxas de mortalidade por homicídios/agressões dos municípios brasileiros. Brasil 2006-2012.

Fonte: Ministério da Saúde/SVS - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM Elaborado pelo autor.

Na figura 24 é possível observar a tendência positiva de aumento das taxas de mortalidade por homicídios/agressões para os municípios brasileiros, contribuindo dessa maneira ao aumento dessas taxas de mortalidade do país.

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Fonte: Ministério da Saúde/SVS - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM Elaborado pelo autor.

Figura 24. Taxas de mortalidade por homicídios/agressões, dos estados, capitais e municípios brasileiros. Brasil 2006-2012.

Na Tabela 12 são apresentados os cinco maiores municípios brasileiros, com população superior a 50.000 habitantes, com as maiores taxas de mortalidade por homicídios/agressões em 2012, destacando-se o município de Simões Filho, no Estado da Bahia que apresentou a maior taxa de mortalidade e ostenta o primeiro lugar neste ranking desde o ano 2008, caindo para o segundo lugar apenas no ano de 2009.

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