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Manual de Primeiros Socorros

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2012

Enf.ª Sandra Pereira

sandramlimapereira@gmail.com

Manual de Primeiros Socorros

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2012

Enf.ª Sandra Pereira

sandramlimapereira@gmail.com

Manual de Primeiros Socorros

Vila Franca de Xira Maio de 2012

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3 À Cândida Rosa pela oportunidade e pelas ideias,

Ao Nuno de Paula pela forte colaboração,

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4

Índice

Introdução ... 5

10 Mandamentos do Socorrista ... 6

Posição Lateral de Segurança (PLS) ... 7

Suporte Básico de Vida (SBV) ... 9

Obstrução da via aérea (engasgamento) ... 13

Convulsão ... 15 Feridas ... 17 Feridas Superficiais ... 17 Feridas profundas ... 17 Hemorragia ... 20 Hemorragia interna ... 20 Hemorragia externa ... 21

Epistaxis (Hemorragia Nasal) ... 23

Queimaduras ... 24

Entorse ... 27

Fractura ... 28

Conclusão ... 30

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5

Introdução

Podemos definir os Primeiros Socorros como uma série de procedimentos simples que devem ser prestados de uma forma imediata a uma pessoa, vítima de um acidente ou mal súbito. Estes procedimentos visam manter as funções vitais e evitar o agravamento da condição da vítima até à chegada de assistência médica especializada. Deste modo, são cuidados prestados por pessoas comuns que possuam esses conhecimentos prévios.

Com este Manual de Primeiros Socorros, pretende-se que os formandos:

 Adquiram conhecimentos gerais de prestação de socorro;

 Sejam capazes de identificar sinais e sintomas de uma vítima, diagnosticando o seu quadro clínico;

 Sejam capazes de aplicar os procedimentos de socorrismo adequados. Para isso, são aqui apresentados, de forma simples e concreta, os cuidados mais relevantes a ter em certas situações, das mais comuns às mais complexas que podem ocorrer no dia-a-dia.

Como referido anteriormente, os primeiros socorros podem ser prestados por qualquer cidadão. Assim, pretende-se que este manual apresente, mais do que uma escrita técnica, uma escrita acessível, para compreensão de todos os que o lerem.

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6

10 Mandamentos do Socorrista

1. Manter a calma.

2. Ter em mente a ordem de segurança na prestação de socorro: 1º O socorrista

2º A Equipa 3º A vítima.

Isto parece ser contraditório à primeira vista, mas tem o intuito básico de não gerar novas vítimas.

3. Ligar para o número de emergência (em Portugal, o 112).

4. Verificar se há riscos no local, tanto para o socorrista, como para a equipa e antes de agir no acidente.

5. Manter sempre o bom senso.

6. Manter o espírito de liderança, pedindo ajuda e afastando os curiosos.

7. Distribuir tarefas. (Assim as restantes pessoas que poderiam atrapalhar ajudá-lo-ão e sentir-se-ão mais úteis.)

8. Evitar manobras intempestivas. (Realizadas de forma imprudente, com pressa.) 9. Em caso de múltiplas vítimas dar preferência àquelas que correm maior risco de vida. Por exemplo, vítimas em paragem cárdio-respiratória ou que estejam a sangrar muito. 10. Ser socorrista e não herói. (Lembre-se do segundo mandamento.)

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7

Posição Lateral de Segurança (PLS)

A Posição Lateral de Segurança pode ser utilizada em várias situações que necessitam de primeiros socorros, em que a vítima esteja inconsciente, mas a respirar e com um bom pulso, uma vez que esta posição permite manter a permeabilidade da via aérea e evitar a entrada de conteúdo gástrico na mesma.

Não deve ser realizada quando a vítima:

 Não estiver a respirar;

 Tiver uma lesão na cabeça, pescoço ou coluna;

 Tiver um ferimento grave.

Como proceder

1. Retirar óculos e objectos volumosos (chaves, telefones) dos bolsos da vítima;

2. Alargar as roupas ao nível do pescoço;

3. Colocar o braço da vítima, mais próximo de si (reanimador), com flexão do cotovelo a 90º, de forma a fazer ângulo recto com o corpo da vítima, e com a palma da mão virada para cima;

4. Flexionar o outro braço da vítima sobre o tórax e encostar a face dorsal da mão à face da vítima, do lado do reanimador;

5. Manter a mão da vítima nesta posição;

6. Com a outra mão, elevar a coxa da vítima, do lado oposto ao reanimador, de forma a flexionar o joelho; 7. Rolar a vítima na direcção do reanimador;

8. Ajustar a perna que fica por cima, de modo a formar um ângulo recto ao nível da coxa e do joelho;

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8 10. Se a vítima tiver que permanecer em Posição Lateral de Segurança por um longo período de tempo, recomenda-se que ao fim de 30 minutos seja colocada sobre o lado oposto.

Nota

1. Quando há fractura de um braço ou de uma perna ou por qualquer motivo esse membro não puder ser utilizado como apoio da vítima na posição lateral de segurança, coloque um cobertor enrolado debaixo do lado ileso da vítima, o que elevará o corpo desse lado e deixará a via aérea desimpedida.

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9

Suporte Básico de Vida (SBV)

O Suporte Básico de Vida é um conjunto de procedimentos bem definidos e padronizados, tendo como objectivo reconhecer as situações de perigo iminente de vida, saber como e quando pedir ajuda, e ainda saber iniciar de imediato, sem recurso a qualquer recurso, manobras que contribuam para a preservação da ventilação e da circulação.

É importante referir que a morte súbita é uma das principais causas de morte, sendo que cerca de 60% destas mortes ocorrem antes de a vítima chegar ao hospital e apenas 5 a 10% sobrevivem e têm alta do hospital. Deste modo, é vital intervir com o Suporte Básico de Vida antes da chegada da emergência médica. Por isso, a eficácia do primeiro elo da cadeia de sobrevivência depende das acções desenvolvidas pelo cidadão comum.

Como proceder

Procedimento Como fazer 1. Garantir condições de

segurança

 O reanimador não deve expor-se a si ou a terceiros a riscos maiores do que o que corre a própria vítima.

2. Avaliar se a vítima responde

 Estimular, batendo suavemente nos ombros;

Perguntar em voz alta: “Está bem? Sente-se bem?”

 Se a vítima responder:

 Perguntar o que se passou;  Deixar na mesma posição;  Verificar se existem lesões;  Pedir ajuda se necessário;  Reavaliar regularmente. (A vítima não responde)

3. Gritar por ajuda

 Gritar por ajuda em voz alta;

 Colocar a vítima em decúbito dorsal (vítima deitada com a barriga voltada para cima);

 Não abandonar a vítima.

Nota: Se for necessário rodar a vítima para a colocar em decúbito dorsal, é necessária precaução devido a possíveis lesões.

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10 4. Permeabilizar via aérea  Desapertar a roupa à volta do pescoço da vítima;

 Explorar a cavidade oral;

 Verificar se existem corpos estranhos;

 Retirar próteses dentárias soltas, secreções, etc;

 Fazer a extensão do pescoço (inclinar a cabeça para trás);

 Elevar o maxilar inferior (queixo);

Atenção:

 Se suspeita de lesão cervical: colocar dedos indicadores por trás do ângulo da mandíbula e fazer pressão para cima e para a frente.

5. Avaliar respiração

 VOS – Ver, Ouvir e Sentir a existência de movimentos respiratórios normais.

(A vítima não respira normalmente)

6. Ligar 112

 Se estiver sozinho, deve abandonar a vítima e ligar 112;

 Se estiver alguém por perto, pedir para ligar 112. 7. Executar 30

compressões torácicas

 Ajoelhe-se junto à vítima;

 Coloque a base de uma mão no centro do tórax

 Coloque a outra mão sobre esta;

 Entrelace os dedos e levante-os, para não exercer pressão sobre as costelas;

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11 ombros na perpendicular.

Notas:

 Os períodos compressão e descompressão devem ter a mesma duração;

 Evite fazer compressões oblíquas.

8. Executar 2 ventilações

 Tapar o nariz da vítima;

 Manter a extensão do pescoço e elevação do queixo;

 Fazer uma inspiração profunda;

 Colocar os lábios à volta da boca da vítima;

 Soprar continuamente para o interior da boca da vítima (1'');

 Observar a expansão do tórax;

 Afastar a boca, mantendo a via aérea permeável;

 Observar movimento descendente do tórax;

 Alternar 30 compressões e 2 ventilações até chegar ajuda especializada.

Notas

 As manobras do Suporte Básico de Vida, uma vez iniciadas, devem ser continuadas sem interrupção até:

 Chegar ajuda especializada;

 A vítima começar a respirar normalmente;  O reanimador ficar exausto.

 Se a vítima estiver inconsciente e respirar ou começar a respirar:  Colocar a vítima em Posição Lateral de Segurança;  Telefonar para pedir ajuda;

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12 SBV no caso de:

 Envenenamento/Intoxicação Actuação:

 Não executar ventilação boca a boca nos casos se suspeita por envenenamento ou intoxicação por Organofosforados, Cianeto, Sulfito de Hidrogénio ou Paraquato (pesticida, ex.: Gramaxone).

 A vitimar estar grávida Actuação:

 Colocar uma almofada ou algo equivalente debaixo da anca direita para descompressão da veia cava inferior;

 Iniciar compressões se necessário.

A abordagem da via aérea é mais difícil devido ao edema (inchaço) da via aérea e ao volume mamário. Há um risco aumentado de aspiração de conteúdo gástrico.

 Hipotermia Actuação:

 Retirar roupas frias ou molhadas;  Aquecer a vítima (cobertores, etc.);  Iniciar SBV.

Há maior dificuldade na extensão da cabeça, o tórax apresenta-se mais duro e o pulso é mais difícil de avaliar.

 Submersão

Não colocar a vítima de cabeça para baixo – pode provocar regurgitação/colapso cardíaco e não ajuda à expulsão da água;

As tentativas de expulsão de água só atrasam o SBV;

Iniciar SBV logo que possível, sempre em segurança (ventilações durante 1’ no mar).

 Electrocussão Actuação:

 Garantir a segurança do reanimador;  Desligar fonte de energia;

 No caso de várias vítimas, é prioritário intervir nas vítimas inconscientes;  Procurar queimaduras;

 Imobilizar a vítima na suspeita de lesões cranianas ou cervicais. Pode existir obstrução da via aérea por edema dos tecidos moles.

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13

Obstrução da via aérea (engasgamento)

A obstrução da via aérea é uma emergência absoluta que, se não for reconhecida, pode levar à morte em poucos minutos. Qualquer objecto sólido (alimentos, sangue ou vómito) pode funcionar como corpo estranho e causar obstrução mecânica.

Dependendo da gravidade, os sintomas podem ir de um estado de agitação, palidez, dilatação das pupilas (olhos), respiração ruidosa e tosse, a um estado de inconsciência com paragem respiratória e cianose (tonalidade azulada) da face e extremidades (dedos dos pés e mãos).

A obstrução pode ser ligeira ou grave.

Como proceder

No caso de a obstrução ser ligeira deve:

 Encorajar a tosse;

 Reavaliar periodicamente.

No caso de a obstrução ser grave e a vítima estar consciente deve aplicar a

Técnica para aplicação de pancadas Interescapulares que consiste em:

1. Colocar-se ao lado e ligeiramente atrás da vítima;

2. Suportar o corpo da vítima ao nível do tórax, com inclinação para a frente;

3. Dar uma pancada (utilizando a força adequada) com a base da outra mão na parte superior das costas, na região interescapular;

4. Repetir até 5 pancadas interescapulares;

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14 No caso de a vítima ser um bebé ou uma criança, deve executar a técnica da seguinte forma:

 Colocar a cabeça da criança para baixo e dar palmadas (não violentas, mas vigorosas) no meio das costas, entre as omoplatas, com a mão aberta.

Se a obstrução não for resolvida com a técnica anterior, deve executar a Manobra

de Heimlich que consiste em:

1. Colocar-se por trás da vítima;

2. Colocar os braços à volta da vítima ao nível da cintura;

3. Fechar uma mão em punho com o polegar encostado ao abdómen da vítima, na linha média um pouco acima do umbigo e bem afastada do apêndice xifoide;

4. Agarrar o punho com a outra mão e efetuar um movimento rápido, vigoroso (para dentro e para cima) e na direcção do reanimador;

5. Verificar a cada compressão a desobstrução; 6. Repetir até 5 compressões abdominais;

7. Repetir alternadamente 5 pancadas interescapulares com 5 compressões abdominais, até à desobstrução, ou a vítima ficar inconsciente;

8. Caso a vítima fique inconsciente, a manobra deve ser interrompida e deve ser iniciada a reanimação cardiorrespiratória.

Não deve

 Abandonar a vítima para pedir auxílio. Nota

 Se não for possível rodear a vítima com os braços (grávidas ou obesos), deitar a vítima no chão e efectuar compressões torácicas.

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15

Convulsão

Caracteriza-se por alguns dos seguintes sinais e/ou sintomas:

 Movimentos bruscos e incontrolados da cabeça e/ou extremidades;

 Perda de consciência com queda desamparada;

 Olhar vago, fixo e/ou “revirar dos olhos”;

 Salivação intensa (“baba”);

 Perda de urina e/ou fezes.

Como proceder

1. Afastar objectos do chão que possam causar lesões ou fracturas; 2. Afastar os curiosos, dar espaço à vítima;

3. Proteger a cabeça da vítima com roupa, almofada, ou mesmo com a mão; 4. Ter o devido cuidado para não colocar os dedos na boca da vítima

durante a crise (poderá ser mordido);

5. Lateralizar a cabeça para que a saliva escorra (evitando com isso que se afogue; a língua lateralizou-se também, libertando a passagem do ar); 6. Anotar a duração da convulsão;

7. Não imobilizar membros (braços e pernas), deixá-los livres; 8. Alargar roupas;

9. Observar se a respiração está adequada (se não há obstrução das vias aéreas)

10. Não traccionar a língua ou colocar objectos na boca para segurar a língua (colher, caneta, madeira, etc.);

11. Limpar as secreções salivares, com um pano ou papel, para facilitar a respiração;

12. Após a convulsão, se a vítima quiser dormir, deixe-a descansar, enquanto aguarda o socorro.

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16 Notas

 Não medique a vítima, mesmo que ela tenha os medicamentos (os reflexos não estão totalmente recuperados, e ela pode se afogar ao engolir o comprimido e a água);

 Se a convulsão for provocada por febre alta (geralmente em crianças), atenda da mesma maneira como descrito e dê-lhe um banho de água morna de chuveiro, vista-a com roupas leves e providencie atendimento médico;

 Se a convulsão for provocada por acidente ou atropelamento, não a retire do local, atenda-a e aguarde a chegada do socorro médico (é grave e tem risco de vida, se for transportada inadequadamente, pode morrer).

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17

Feridas

Uma ferida é uma interrupção na continuidade de um tecido corpóreo. Tal interrupção pode ser provocada por algum trauma, ou ainda ser desencadeada por uma doença que accione as defesas do organismo.

Feridas Superficiais

As feridas superficiais atingem apenas as camadas mais superficiais da pele (epiderme e derme superficial ou intermediária).

Como proceder

1. Acalmar a pessoa falando com ela;

2. Expor a zona da ferida para se poder observar cuidadosamente (retirar anéis, fios ou ornamentos);

3. Lavar bem as mãos;

4. Limpar o local com soro fisiológico ou água corrente;

5. Desinfectar com solução anti-séptica; 6. Se necessário, cobrir o ferimento com

penso, gaze ou pano limpo e encaminhar a vítima ao pronto-socorro.

Não deve

 Utilizar o mercúrio cromo, pois encontra-se contra-indicado no tratamento de feridas;

 Soprar, para a ferida;

 Mexer directamente nas feridas. Feridas profundas

As feridas profundas atingem níveis mais profundos da pele (derme profunda, tecido adiposo, fáscias, tendões, músculos, ossos, cartilagens, ligamentos).

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18

Como proceder

Tipo de Ferimento O que fazer Ferimentos

abdominais abertos

 Evitar mexer em vísceras expostas;

 Cobrir com compressa húmida e fixa-la com faixa/ligadura. Ferimentos

profundos no tórax

 Cobrir a ferida com gaze ou pano limpo, evitando entrada de ar para o interior do tórax, durante a inspiração;

 Apertar moderadamente um cinto ou faixa/ligadura em torno do tórax para não prejudicar a respiração da vítima.

Ferimentos na cabeça

Quando se suspeita que existe perturbação cerebral (perda de conhecimento durante 1 hora, indisposição e vómitos):

 Evitar esforço corporal;

 Em caso de inconsciência ou de inquietação, deitar a vítima de costas e libertar as roupas, principalmente em volta do pescoço;

 Havendo hemorragia no couro cabeludo, colocar uma compressa ou um pano limpo e pressionar levemente sobre a ferida;

 Havendo hemorragia no nariz, na boca ou num ouvido, virar a cabeça da vítima para o lado que está a sangrar (se escoar pelo ouvido um líquido límpido, incolor, deixe sair naturalmente, virando a cabeça de lado);

 Não dar de beber ou comer (não é aconselhável no caso de ser necessária cirurgia);

 Recorrer a tratamento médico.

Notas

 Se a vítima tiver perdido o conhecimento deverá ser colocada em posição lateral de segurança.

 A colocação da ligadura deve ser feita no sentido da extremidade para o centro (por exemplo, nos membros superiores, da mão para o braço). A circulação deve ser mantida, por isso, a ligadura não deve ficar excessivamente apertada. Deve

(19)

19 deixar as extremidades (dedos) livres, para poder observar a cor e temperatura da pele.

 Em caso de perfuração por um objecto, a sua retirada deve ser avaliada, pois ele contribui para a contenção da ferida.

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20

Hemorragia

Hemorragia é a perda de sangue devido à perfuração de um vaso sanguíneo – veia ou artéria. Havendo uma diminuição brusca do volume circulante, como a que ocorre numa grande hemorragia, o coração poderá ter a sua acção, como bomba, comprometida, o que chegando a determinados níveis, levará a vítima a um colapso circulatório, podendo resultar em morte. Assim, toda a hemorragia deve ser controlada imediatamente.

As hemorragias podem ser classificadas de acordo com a localização, em: hemorragias internas e hemorragias externas.

Hemorragia interna

Deve-se suspeitar de hemorragia interna quando não se vê o sangue a correr, mas a vítima apresenta um ou mais dos seguintes sinais e sintomas:

 Sede;

 Sensação de frio (arrepios);

 Pulso progressivamente mais rápido e mais fraco. E em casos mais graves:

 Palidez;

 Arrefecimento das extremidades (unhas, dedos, orelhas, etc);  Zumbidos;

 Alteração do estado de consciência.

Como proceder

 Acalmar a vítima e mantê-la acordada;  Desapertar a roupa;

 Manter a vítima confortável e aquecida;  Colocá-la em Posição Lateral de Segurança;  Recorrer a assistência médica (ligar 112).

Não deve

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21 Hemorragia externa

Uma hemorragia externa é visível. Pode ser oriunda de estruturas superficiais, ou mesmo de áreas mais profundas através de aberturas ou orifícios artificiais (comuns nos traumas). Normalmente pode ser controlada utilizando-se técnicas de primeiros socorros.

Sinais e sintomas

Os sinais e sintomas da hemorragia, apresentados por uma vítima, variam de acordo com a quantidade de sangue perdida e a velocidade do sangramento.

Mais de 50%:

 Morte iminente De 30 a 50%

 Consciência diminuída

 Respiração rápida

 Taquicardia (frequência maior que 120 bpm)

 Pressão baixa  Estado de choque De 15 a 30%  Pulso fraco  Sudorese  Sede  Pele fria  Ansiedade

 Respiração (maior que 20 resp/min)

 Taquicardia (100 a 120 bpm)

 Enchimento capilar (maior que 2seg)

Como proceder

1. Dependendo da localização e extensão da hemorragia, deitar horizontalmente a vítima (facilita a circulação sanguínea entre o coração e o cérebro) e/ou elevar a

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22 parte do corpo que sangra. Se o ferimento for na perna - dobre o joelho. Se o ferimento for no antebraço - dobre o cotovelo. Mas tendo sempre o cuidado de colocar por dentro da parte dobrada, junto da articulação, um chumaço de pano, algodão ou papel;

2. Se for possível, calçar luvas descartáveis; 3. Aplicar sobre a ferida uma

compressa esterilizada ou, na sua falta, um pano lavado (de modo a limitar o risco de infecção), exercendo uma pressão firme com uma ou as duas mãos, com um dedo ou ainda com uma ligadura limpa, conforme o local e a extensão do ferimento;

4. Se o penso ficar saturado de sangue, colocar outro por cima, mas sem retirar o primeiro;

5. Fazer durar a compressão até a hemorragia parar (pelo menos 10 minutos). Caso a hemorragia não pare deve ser

comprimida a artéria;

6. Quando a hemorragia parar, deve ser aplicado um penso compressivo.

Durante este procedimento, deve-se:

 Acalmar a vítima, mantendo-a acordada;

 Mantê-la confortavelmente aquecida;

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23

Não deve

 Se se tratar de uma ferida dos membros com hemorragia abundante pode ser necessário aplicar um garrote ou torniquete. Este procedimento só deve ser aplicado por socorristas e em caso extremo, pois pode ocorrer a necrose (morte) do membro por falta de circulação/oxigenação.

 Aplicar ligaduras demasiado apertadas (pela razão anterior). Se a vítima ficar com as extremidades dos dedos frias e arroxeadas, afrouxe um pouco a ligadura, o suficiente para reestabelecer a circulação.

Epistaxis (Hemorragia Nasal)

É a perda de sangue pelo nariz, causada pela ruptura de vasos sanguíneos da mucosa do nariz. Quando a hemorragia é abundante e persistente, o sangue pode sair também, pela boca.

Como proceder

 Sentar a pessoa com o tronco inclinado para a frente para evitar a deglutição do sangue;

 Fazer compressão com os dedos polegar e indicador, em pinça;

 Aplicar gelo ou compressas frias exteriormente;

 Não permitir assoar;

 Se a hemorragia não parar, introduzir na narina que sangra um tampão coagulante ou compressa, fazendo pressão para que a cavidade nasal fique bem preenchida.

Não deve

 Deitar a vítima;

 Colocar água oxigenada ou qualquer desinfectante.

Nota

Se a hemorragia persistir mais de 10 minutos, transportar a vítima para o Centro de Saúde ou Hospital.

(24)

24

Queimaduras

Uma queimadura é toda e qualquer lesão decorrente da acção do calor sobre o organismo. A sua gravidade depende de vários factores: da zona atingida pela queimadura (localização), extensão da queimadura, profundidade, natureza ou causa da queimadura e da fragilidade do indivíduo.

A complicação mais imediata de uma queimadura grave é o estado de choque e a paragem cardiovascular, causados pela dor, pela perda de plasma em correspondência com a zona queimada e pelas substâncias libertadas pelos tecidos lesionados. As complicações tardias são de dois tipos: a infecção da queimadura e uma cicatrização insuficiente que requer um enxerto cutâneo.

De acordo com a profundidade atingida, as queimaduras classificam-se em quatro graus:

Grau da

Queimadura Características

Queimaduras de 1º grau

 São as queimaduras menos graves;

 Apenas a camada externa da pele (epiderme) é afectada;

 A pele fica avermelhada e quente e há a sensação de calor e dor (queimadura simples).

Queimaduras de 2ºgrau

 Existência de flictenas (bolhas com líquido);

 Atinge a derme;

 Dolorosa (queimadura mais grave).

Queimaduras de 3º grau

 Há destruição de tecidos;

 Atinge tecidos mais profundos provocando uma lesão grave e a pele fica carbonizada (queimadura muito grave);

 A vítima pode entrar em estado de choque. Queimaduras de

4ºgrau

 Exposição de músculos, tendões, ossos (geralmente por electricidade).

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25 Como proceder

1. Se a roupa estiver a arder, envolver a vítima numa toalha molhada ou, na sua falta, fazê-la rolar pelo chão ou envolvê-la num cobertor (cuidado com os tecidos sintéticos);

2. Se a vitima se queimou com água ou outro líquido a ferver, despi-la imediatamente;

3. Dar água a beber frequentemente; 4.

Grau da Queimadura O que fazer

Se a queimadura for do 1º grau

 Arrefecer a região queimada com soro fisiológico ou, na sua falta, com água fria corrente, até a dor acalmar;

 Aplicar cremes próprios para queimaduras.

Se a queimadura for do 2ºgrau

 Arrefecer a região queimada com soro fisiológico ou, na sua falta, com água fria corrente, até a dor acalmar;

 Lavar cuidadosamente com um anti-séptico (não aplicar álcool);

 Se as bolhas não estiverem rebentadas, não as rebentar; aplicar gaze gorda e compressa esterilizada;

 Se as bolhas rebentarem, não cortar a pele da bolha esvaziada;

 Transportar a vítima para o Centro de Saúde ou Hospital, se necessário;

 O penso deve manter-se 48 horas e só depois expor a zona queimada ao ar para evitar o risco de infecção.

Se a queimadura for do 3º grau (profunda)

 Arrefecer a região queimada com soro fisiológico ou, na sua falta, com água fria corrente, até a dor

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26 acalmar;

 Lavar cuidadosamente com um anti-séptico (não aplicar álcool);

 Se a queimadura for muito extensa, envolver a vítima num lençol lavado e que não largue pêlos, previamente humedecido com soro fisiológico ou, na sua falta, com água simples.

 Nota: Situação grave que necessita de transporte para o Hospital.

Se a queimadura for de 4º grau

 Queimadura por choque eléctrico: chamar o serviço de emergência.

Não deve

 Retirar qualquer pedaço de tecido que tenha ficado agarrado à queimadura;

 Rebentar as bolhas ou tentar retirar a pele das bolhas que rebentaram;

 Aplicar sobre a queimadura cubos de gelo;

 Aplicar sobre a queimadura outros produtos para além dos referidos. Nota

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27

Entorse

A entorse é uma lesão nos tecidos moles (cápsula articular e/ou ligamentos) de uma articulação. Manifesta-se por uma dor na articulação, gradual ou imediata, edema (inchaço) na articulação lesada, equimose (nódoa negra) em alguns casos e pela incapacidade do lesado em movimentar a articulação.

Como proceder

 Instalar a vítima em posição confortável;

 Evitar movimentar a articulação lesionada;

 Elevar o membro;

 Aplicar gelo ou deixar correr água fria sobre a articulação;

 Alternar as aplicações frias com a

aplicação de uma ligadura elástica a comprimir o membro;

 Recorrer ao Centro de Saúde ou Hospital. Não deve

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28

Fractura

Uma fractura é caracterizada por uma dor intensa no local, edema (inchaço), falta de força, perda total ou parcial dos movimentos e desalinhamento da extremidade do membro afectado.

Em caso de fractura ou suspeita de fractura, o osso deve ser imobilizado. Qualquer movimento provoca dores intensas e deve ser evitado.

Existem dois tipos de fracturas:

 Fechadas: Quando o osso está fracturado, mas a pele não foi perfurada.

 Expostas: Quando o osso está fracturado e a pele rompida. Como proceder

1. Expor a zona da lesão (desapertar ou se necessário, cortar a roupa); 2. Verificar se existem ferimentos;

3. Tentar imobilizar as articulações que se encontram antes e depois da fractura, usando talas apropriadas, ou na sua falta, improvisadas, mas sempre na posição mais confortável para a vítima;

4. Administrar um analgésico (Ex. Paracetamol – “Ben-u-ron”) se a vítima estiver consciente e com dor, e mantê-la em jejum pela possibilidade de cirurgia;

5. Em caso de fractura exposta, cobrir o ferimento com compressa ou pano limpo. Não deve

 Pegar na vítima;

 Tentar encaixar as extremidades do osso partido;

 Colocar sal no ferimento;

 Tentar colocar para dentro as partes dos ossos que estejam visíveis numa fractura exposta.

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29 Nota

 As talas devem ser sempre previamente almofadadas e bastante sólidas.

Fracturas específicas e o que fazer

 Fractura da bacia

 Colocar peça de roupa debaixo do tronco e membros superiores, sem mover a bacia;

 Tapar a vítima;

 Não dar de beber/comer.

 Fractura da Anca

 Colocar uma manta em apoio do lado lesado desde a cintura ao tornozelo;

 Não mover a vítima;  Chamar a ambulância.

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30

Conclusão

Os primeiros socorros podem ser prestados por qualquer pessoa com conhecimentos prévios. Apesar de os procedimentos serem, na sua maioria, simples, são decisivos para a vida da vítima, mesmo sendo executados antes da chegada de assistência médica qualificada.

Embora cada situação exija uma abordagem específica e ponderada, existem regras que devem ser cumpridas e que são transversais a qualquer contexto e diagnóstico, nomeadamente:

 Prevenir - afastar o perigo do acidentado ou o acidentado do perigo;

 Alertar - contactar a linha de emergência, informando o tipo de acidente, o local, o número de vítimas e o seu estado;

 Socorrer - após as avaliações;

 Manter a calma;

 Dominar rapidamente a situação e prevenir perigos mortais;

 Ponderar mover uma vítima;

 Não abandonar a vítima, excepto para fazer uma chamada de emergência e quando não há ninguém por perto que o possa fazer.

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Bibliografia

Sítios consultados a 15 de Maio de 2012:

 www.portoseguro.co.pt  http://pt.wikipedia.org/wiki/Primeiros_socorros  http://primeirossocorros.com/  www.oportalsaude.com  https://www.erc.edu  http://www.cpressuscitacao.pt/

Referências

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