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Carta Mensal de Gestão

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Academic year: 2021

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Carta Mensal de Gestão

Agosto/16

Vitória | ES:

Rua Aleixo Netto 1702 | sl 02 | Praia do Canto

CEP: 29055-260

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GESTÃO

Na última carta comentamos sobre a difícil tarefa de gerir patrimônio. De forma alguma buscamos ter a pretensão de valorizar nosso trabalho frente a outras profissões ou realizar qualquer julgamento de valor, está é uma simples análise crítica da compreensão de nossa responsabilidade. Analisar, calcular, pensar e rever conceitos e rotas, é parte de nosso trabalho, é o que fazemos todo dia. Em julho revisamos nossa visão acerca dos mercados e escrevemos:

Para julho, apesar dos receios com economia externa acreditamos que abriu-se uma janela mais favorável a ativos de risco e, considerando a materialização e continuidade das mudanças internas, um cenário mais favorável ao Brasil.

De fato essa visão parece ter sido acertada, na medida em que vimos ativos de risco performando bem - vide alta do Ibovespa de 11,2% (acumulando mais de 30% no ano), queda marginal nos juros em julho (forte queda no ano) e estabilidade do Real após sua forte valorização no ano (mais de 20%).

Approach 360º. Nesse ponto é necessário fazer uma pausa para respirar, pensar, refletir e entender...da mesma forma que o fiz quando subi recentemente o Convento da Penha em Vila Velha. Sua vista privilegiada, a qual faço uso de uma foto para a capa desse relatório, requer certo esforço de quem se aventura a subir a montanha pelo caminho das pedras, nos 457 metros da chamada Ladeira da Penitência. O esforço é recompensado por uma visão 360º da bela paisagem local.

Da mesma, com esse approach 360º, buscamos entender o mundo que nos cerca e avaliar se após as fortes corre-ções citadas acima, ainda há espaço para a continuidade no movimento. O que mais podemos esperar? Será que o Brasil continuará sendo a vedete dos mercados globais? Será que continuaremos atraindo capital?

Sendo direto e resumido, acreditamos que o cenário segue favorável para ativos de risco e mercados emergentes. A entrada de capital estrangeiro tem dado a tônica. Vivemos um mundo com taxas de juros em patamares historicamente muito baixos e no qual oportunidades de retorno se mostram escassas dado o menor crescimento em nível global. Com isso, o Bra-sil, após os eventos políticos recentes, passou a ser considerado um “hot spot” para investimentos estrangeiros. Os investi-dores passaram a assumir que o Brasil deixou de representar um risco elevado e isso leva a uma reprecificação de ativos. Modelos de avaliação de empresas e ativos são revisados e passam a incorporar um cenário de menor risco e mais positivo para futuro. É a potencial inflexão esperada da nossa economia sendo colocada nos números. Não por acaso o saldo de in-vestimento estrangeiro na bolsa esse ano foi de R$ 17,3 bilhões. Ou seja, a reprecificação vista nos ativos domésticos sofreu forte influencia de um cenário benigno para investimentos em mercados emergentes.

Nossa conclusão interna é: contra fluxo não há argumentos, mas é importante nos questionarmos.

Pensando sob o aspecto de alocação de capital: considerando uma taxa de CDI médio de 12% para os próximos 12 meses (precificação atual da curva de juros), vale a pena alocar capital em ações? Dito de outra forma, é possível que veja-mos retornos superiores em renda variável nos próxiveja-mos 12 meses?

Tal dúvida quanto a durabilidade do ciclo de recuperação também ocorreu em fevereiro de 2009. Relembrando: passa-do o pior momento da crise (outubro de 2008), e após uma correção de 48% no Ibovespa (de out/08 a fev/09) muitos se per-guntavam se existia espaço para novas altas. Desde o momento de dúvida até a máxima atingida em abr/10 o Ibovespa acu-mulou alta de +67%. Não estamos afirmando que o mesmo irá ocorrer agora, mas apenas frisando a importância de revisar constantemente o cenário, pois mesmo após as altas já observadas, é possível vermos a continuidade desse movimento.

Riscos. Toda decisão de investimentos/alocação possui riscos, nesse sentido visualizamos como riscos para o mês: (i) A grande expectativa de atração de capital estrangeiro pós confirmação do impeatchment (marcado pa-ra final de agosto) pode não se materializar, seria a velha máxima do “sobe no boato e cai no fato”.

(ii) As medidas fundamentais para o país tais como a PEC que limita o crescimento dos gastos do governo, necessitam de apoio político. Logo a postergação ou aprovação fora dos moldes esperados pelo mercado, po-dem afetar o humor dos investidores.

(iii) Seguimos tendo o risco das investigações de corrupção afetarem nossa frágil estabilidade política. (iv) Externamente, vem chamando atenção a queda do preço do petróleo. A continuidade desse movimen-to poderia gerar um aumenmovimen-to do risco de defaults corporativos e afetar o mercado como um movimen-todo;

(v) Eleições nos EUA começam a ganhar destaque e tendem a afetar as decisões de investimento por lá, podendo gerar uma redução do crescimento da maior economia do mundo.

Buscando valor. Acreditamos que sim, o cenário segue benigno, mas é necessário sermos muito seletivos na seleção de ações e boas oportunidade de investimentos. Nossa percepção é de que o mercado não é uma casa de apostas, logo, nossas decisões não são pautadas por preferências temporárias ou apostas em empresas que não vejamos valor.

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Juros

Seguindo a linha ortodoxa adotada em seu último comunicado, a nova diretoria do Banco Central manteve a taxa básica de juros inalterada em sua última reunião. Além de ganhar credibilidade junto ao mercado, nossa leitura é a de que a autoridade monetária está condicionando a alteração da taxa básica a 2 eventos:

(i) A aprovação da PEC de limita o crescimento de gastos do governo central. Por quê? Caso esta não seja aprovado é possí-vel que tenhamos a necessidade de elevação de impostos o que pressionaria a inflação, além de ser um indicativo de uma política fiscal mais frouxa, um governo mais perdulário, impactando as expectativas de inflação.

(ii) A materialização do cenário de redução da inflação. Ainda que as expectativas inflacionárias tenham convergido para um patamar mais baixo (expectativa para 2017 segundo Focus é de 5,2% ante 7,2% para 2016), entendemos que o Bacen espera ver a redução efetiva nos dados de inflação corrente para ter mais liberdade de reduzir juros.

Ainda que acreditemos na queda de juros no longo prazo, convergindo para um patamar mais condizente com a realidade internacional, entendemos que qualquer movimento efetivo na taxa só deve ocorrer na reunião do Copom em outubro. Merca-do já precificou grande parte desse movimento, com os títulos de 10 anos Merca-do país sainMerca-do Merca-dos 16,5% de janeiro para 11,8% ao fim de julho (queda de 4,7 p.p.). Considerando o controle de inflação esperada, e com o fluxo de entrada de investidor estran-geiro em busca dos elevados yields, é possível que esse movimento de queda das taxas continue, ainda que em menor mag-nitude após a correção que já ocorreu. Seguimos preferindo uma alocação maior em ativos atrelados a inflação que permitam capturar tal movimento sem deixar de lado a proteção de uma remuneração real, caso das NTN’s.

Câmbio

O cenário externo citado na primeira pagina - caracterizado por juros baixos e fraco crescimento econômico mundial - aliado aos elevados juros internamente seguem dando o tom: “contra fluxo não há argumentos”. Ou seja, apesar da queda acumula-da de 22% na taxa de câmbio ante a máxima do ano alcançaacumula-da no final de janeiro e o fechamento de julho, não vemos altera-ção no cenário cambial. Neste mês, através da forte atuaaltera-ção do Bacen vimos um câmbio mais controlado com alta da taxa de modestos 1% encerrando em R$ 3,2486. Entendemos que um câmbio mais apreciado pode minar a recuperação da indústria, especialmente exportadora, logo entendemos que as atuações do Bacen devem seguir, atenuando a queda da moeda (valorização do Real). Adicionalmente, os riscos citados na primeira página podem gerar uma correção nesse movimento (apreciação da taxa). Ainda assim, vemos menos espaço para valorizações abruptas do Real e não nos sentimos confortáveis em indicar qualquer alocação em direcional em câmbio.

Renda Variável

Após a alta de 6,3% em junho, a entrada de capital estrangeiro de R$ 4,6 bilhões foi determinante para vermos o Ibovespa saltar 11,2% no mês. A velocidade e a magnitude do movimento nos chamou atenção e foi bem além daquilo que esperáva-mos. Vimos diversas ações de empresas estatais apresentando expressivas altas - casos de Eletrobras (+37%), Petrobras (+26%), Cemig (+25%) e Banco do Brasil (+22%); ações do setor siderúrgico também performaram bem com destaque para Usiminas com altas de 90% no mês.

Como dissemos na primeira página, nossa percepção é de que o mercado não é uma casa de apostas, logo, nossas decisões não são pautadas por preferências temporárias ou apostas em empresas que não vejamos valor. Entendemos ser temerário buscar exposição em ativos única e exclusivamente com base na expectativa de anúncio de determinados eventos pelo gover-no, ou ainda ignorando uma realidade setorial ainda bastante complicada como é o caso das empresas siderúrgicas.

Desde início de julho buscamos elevar nossa exposição comprada de 85% para próximo a 100% como forma de “surfar” o bom momento da renda variável, através da elevação da exposição a ativos que já possuíamos em carteira, bem como a en-trada de novos ativos, casos de: Porto Seguro (PSSA3), Industrias Romi (ROMI3), Frigorífico Minerva (BEEF3) e Fibria (FIBR3). Adicionalmente realizamos 2 operações de Long&Short, ambas com ganhos - GGBR3 x GGBR4 com ganho bruto de 3,6% e BBSE3 x BBDC4 com ganho bruto 2,8%.

Ainda assim, nossa posição mais conservadora em termos de papéis nos gerou uma performance aquém do benchmarking que perseguimos. Nossos clubes apresentaram alta de +7,1% e +6,6%. Como destaque positivo tivemos a alta das ações de Tupy (TUPY3) +24,6%, Lojas Americanas (LAME4) +19,4% e Lojas Renner (LREN3) +15,1%. Na ponta oposta, Renova Ener-gia (RNEW11) com queda de 10,7% foi o destaque negativo.

Seguimos focados no longo prazo e com uma cabeça conservadora e de proteção de patrimônio. Acreditamos que os preços das ações convergem para refletir o seu desempenho operacional, e que cedo ou tarde o mercado tende a corrigir exageros ou discrepâncias entre o valor dos ativos e seus preços no mercado. Seguimos na busca por valor.

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Valor de Aplicação Inicial: R$ 10.000,00 Valor Mínimo de Movimentação: R$ 500,00 Saldo Mínimo de Permanência: R$ 2.000,00 Horário Limite de Movimentação: Até 13h

Valor de Aplicação Inicial: R$ 10.000,00 Valor Mínimo de Movimentação: R$ 500,00 Saldo Mínimo de Permanência: R$ 2.000,00 Horário Limite de Movimentação: Até 13h

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Valor Gestora de Recursos

Vitória | ES:

Rua Aleixo Netto, 1702 | 1º andar | Praia do Canto Fone: (27) 3019-5005

Referências

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