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Compostos Fenólicos Totais e Ativdade Antioxidante em produtos da cadeia produtiva da maçã

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Academic year: 2021

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Compostos Fenólicos Totais e Ativdade Antioxidante em produtos da cadeia produtiva da maçã

Autor(es): GULARTE, Juline Paes do Amaral; PEREIRA, Marina Couto; VIZZOTTO, Márcia

Apresentador: Juline Paes do Amaral Gularte Orientador: Márcia Vizzotto

Revisor 1: Luis Eduardo Antunes Revisor 2: Juliana Degeenhardt

Instituição: Universidade Católica de Pelotas

COMPOSTOS FENÓLICOS TOTAIS E ATIVIDADE ANTIOXIDANTE EM PRODUTOS DA CADEIA PRODUTIVA DA MAÇÃ

GULARTE, Juline Paes do Amaral1; PEREIRA, Marina Couto2; VIZZOTTO, Márcia3

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Graduanda do curso de Química Ambiental. Estagiária do Laboratório de Alimentos Funcionais. Embrapa Clima Temperado, Pelotas,RS. julinegularte@hotmail.com

2 Nutricionista. Estagiária do Laboratório de Alimentos Funcionais. Embrapa Clima Temperado, Pelotas, RS. marinacoutopereira@hotmail.com

3 PhD,Orientadora, Pesquisadora da Embrapa Clima Temperado, Laboratório de Alimentos Funcionais, Pelotas, RS.

1. INTRODUÇÃO

A maçã (Malus domestica) é uma das principais frutas comercializadas no Brasil, tendo grande importância no faturamento anual das vendas de frutas frescas brasileiras. Os Estados da região Sul são os principais produtores de maçãs, onde a matéria-prima a ser disponibilizada compõe-se praticamente da classe industrial das cultivares Gala e Fuji, que juntas constituem hoje cerca de 95 % da produção brasileira e fazem parte do conjunto de maçãs mais importantes em termos mundiais (WOSIACKI, et al., 2000; WOSIACKI e NOGUEIRA, 2001; WOSIACKI, et al., 2002).

O plantio da maçã no Brasil teve como objetivo o mercado interno para consumo in natura. No entanto, hoje apresenta perspectiva favorável também para a exportação de suco concentrado. Além do suco, a maçã pode ser aproveitada na elaboração de sidra, vinagre, destilado e extração de pectina (ARTHEY e ASHURST, 1997; VARNAN e SUTHERLAND, 1997). Ainda outros produtos podem ser obtidos a partir da maçã, como a farinha de maçã para utilização na fabricação de bolos e pães shakes.

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As maçãs apresentam uma série de compostos ativos, chamados de fitoquímicos, onde suas concentrações variam de acordo com o cultivar, ponto de colheita, armazenamento e processamento das frutas. Os principais fitoquímicos encontrados em maçã relacionados à prevenção de doenças crônicas não-transmissíveis são os flavonóides. Extratos de maçã têm demonstrado atividade na prevenção da diabetes tipo II (SONG, et al., 2005), da oxidação do LDL colesterol (VIDAL et al, 2005; DAVIS, et al., 2006), e de diversos tipos de câncer como leucemia, ovário, mama, pulmão, fígado, boca (RAMOS, 2007), cólon (VEERIAH, et al., 2007). A forma como estes compostos atuam incluem redução da proliferação celular (KERN, et al., 2005), proteção do DNA celular e inibição de invasão dos tumores (McCANN, et al., 2007).

Este trabalho teve por objetivo a quantificação do conteúdo de compostos fenólicos totais e atividade antioxidante de diversos produtos da cadeia da maçã, incluindo frutos da cultivar Fuji, a farinha de maçã, o suco concentrado e frutos da maçã polinização (Malus Everest).

2. METODOLOGIA Preparo das amostras:

As maçãs Malus everest e M. domestica (cultivar Fuji), foram armazenadas em freezer à temperatura de -18ºC. Após escolhidas 15 unidades da maça M. everest e 3 unidades da maça M. domestica, foram retiradas as sementes e cortadas em 4 partes iguais. Em amostras com três repetições com 5 g cada, foram adicionados 20 mL de solvente metanol em tubo tipo falcon de 50 mL. Por final foram trituradas em um moedor ultraturrax, centrifugadas em centrífuga refrigerada à 4º C por 15 minutos a 15,000 RPM e foi coletado o sobrenadante.

Para o suco concentrado de maçã, as análises foram feitas em triplicata, onde foram pipetados 200 µL de suco concentrado e dissolvidos em 800 µL de solvente metanol em tubos falcon de 50 mL. Após foram centrifugados em centrifuga refrigerada à 4ºC por 15 minutos a 15,000 RPM e coletado o sobrenadante.

Com a farinha de maçã, as amostras foram feitas em triplicata, onde foram pesados 1 g de farinha de maçã dissolvidos em 20 mL do solvente metanol para cada tubo falcon de 50 mL. Por fim as amostras foram centrifugadas em centrifuga refrigerada à 4ºC e 15,000 RPM durante 15 minutos e coletado o sobrenadante.

As amostras prontas foram colocadas em microtubos eppendorf e levadas ao freezer à temperatura de -18ºC, até o momento das análises.

Análise de Fenólicos Totais (adaptado de Swain e Hillis, 1959): As amostras foram retiradas do freezer e em cada tubo falcon de 15 mL foram adicionados 4 mL de água ultra-pura e 250 µL de amostra. Após agitadas, foram adicionados 0,250 mL do reagente Folin-Ciocalteau 0,25 N e novamente foram agitadas e esperados 3 minutos para reagirem. Depois foram pipetados 0,5 mL de Carbonato de Sódio (Na2CO3) 1 N, onde reagiram por 2 horas. Após as 2 horas, o espectrofotômetro foi zerado com o controle (branco) e as leituras realizadas a 725 nm, onde a concentração de fenólicos totais estimada foi baseada numa curva padrão usando-se ácido clorogênico. Para as leituras acima de 0,6, as amostras foram diluídas com o solvente metanol e a reação foi realizada novamente.

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Análise de Atividade Antioxidante (adaptado de Brand-Williams et al., 1995):

Ao zerar o espectrofotômetro com solvente metanol, certificou-se que a absorbância inicial da solução de DPPH estava em torno de 1,1±0,02 no comprimento de onda de 515 nm. Com a micropipeta, adicionou-se uma alíquota de 200 µL de amostras com uma alíquota de 3800 µL de solução diluída de DPPH em tubo falcon de 15 mL, usando 200 µL de solvente metanol puro (branco) para se obter o fator de correção. Os tubos ficaram em reação por 24 horas, no escuro em temperatura ambiente. Após as 24 horas, o espectrofotômetro foi zerado com o solvente metanol e as leituras foram feitas a 515 nm. Para as leituras inferiores a 0,2, as amostras foram diluídas com o solvente metanol e a reação foi repetida novamente.

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Tabela 1- Fenólicos Totais e Atividade Antioxidante para Produtos da Cadeia Produtiva da Maçã*. Fenólicos Totais1 Atividade Antioxidante2 Maçã cv Fuji 186 ± 6 b 499 ± 42 c Maçã polinizadora 1444 ± 408 a 19221 ± 933 a Farinha de maçã 875 ± 30 a 1506 ± 204 bc Suco concentrado de maçã 1426 ± 149 a 2239 ± 218 b

*

Os dados apresentados são médias de três repetições ± desvio padrão.1Fenólicos totais expressos em mg de equivalente ácido clorogênico/100 g de amostra (com exceção do suco concentrado que é expresso em mg/100 ml). 2 Atividade antioxidante expressa em µg equivalente trolox /g de amostra (com exceção do suco concentrado que é expresso em µg/ml).

A espécie polinizadora apresentou os maiores teores de compostos fenólicos, seguida do suco concentrado, da farinha e da maçã cv Fuji (Tabela 1). Ainda, observando a mesma tabela, a atividade antioxidante foi maior em suco concentrado seguido da polinizadora, da farinha e da cv Fuji.

A polinizadora teve o maior teor na análise de fenólicos totais, o que a torna interessante para a industrialização. Se comparada a polinizadora a cultivar comercial fuji, o conteúdo de compostos fenólicos totais é quase 8 vezes superior, o que pode ter ocorrido devido à proporção de casca em relação à polpa, já que a polinizadora é bem menor que a 'Fuji'. Esta macieira é cultivada nos pomares comerciais na proporção de uma planta polinizadora para cada oito plantas de maçã comercial para garantir assim uma polinização adequada. Ainda, considerando-se a elevada produção comercial de maçã na região Sul, pode-se ter uma idéia do alto volume produzido desta fruta. A maçã polinizadora, até o presente momento, tem sido utilizada apenas para alimentação animal, ou apenas descartada. No entanto, conforme os resultados aqui apresentados, pode-se considerar o uso desta fruta para alimentação humana. A polinizadora apresentou atividade antioxidante 38

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vezes superior que a 'Fuji'. Os motivos para tamanha diferença, pode ser o tamanho das frutas, além, é claro, da diferença de espécies que certamente pode afetar a concentração de fitoquímicos e a atividade antioxidante.

O suco concentrado de maçã teve alto conteúdo de compostos fenólicos e atividade antioxidante, provavelmente por estar na forma concentrada, onde a água é retirada e concentra-se os outros componentes como açúcares, ácidos, e fitoquímicos.

A farinha de maçã apresentou compostos fenólicos totais e atividade antioxidante superiores apenas à fruta in natura, e isto se deve acredita-se a retirada de água durante o processamento, concentrando as substâncias restantes. Ainda, durante o processamento pode ter ocorrido reação de Maillard, devido a temperaturas elevadas, o que levou a produção de alguns compostos que podem influenciar o conteúdo de fenólicos totais e atividade antioxidante.

4. CONCLUSÕES

Com base nos resultados aqui apresentados, pode-se concluir que a espécie polinizadora, Malus everest, pode apresentar características interessantes para a indústria, ou ainda para produção de extratos antioxidantes para utilização em alimentos funcionais ou indústria não alimentícia, como cosméticos. Ainda, o suco concentrado de maçã se mostra uma boa fonte de compostos com alta atividade antioxidante.

5. LITERATURA CITADA

ARTHEY, D.; ASHURST, P. R. Processado da Frutas. Zargoza: Acribia, 1997. VARNAN, A. H.; SUTHERLAND, J. P. Bebidas. Tecnologia, Química y

Microbiologia. Zagarosa, 1997.

DAVIS, P.A.; POLAGRUTO, J.A.; VALACCHI, G.; PHUNG, A.; SOUCEK, K.; KEEN, C.L.; GERSHWIN, M.E. Effect of Apple Extracts on NF-jB Activation in Human Umbilical Vein Endothelial Cells. Experimental Biology and Medicine, v.231, n.5, p.594-598, 2006.

KERN, M.; TJADEN, Z.; NGIEWIH, Y.; PUPPEL, N.; WILL, F.; DIETRICH, H.; PAHLKE, G.; MARKO, D. Inhibitors of the epidermal growth factor receptor in apple juice extract. Molecular Nutrition Food Research. v.49, n.4, p.317-328, 2005.

MCCANN, M.J.; GILL, C.I.R.; O' BRIEN, G.; RAO, J.R.; MCROBERTS, W.C.;

HUGHES, P.; MCENTEE, R.; ROWLAND, I.R. Anti-cancer properties of phenolics from apple waste on colon carcinogenesis in vitro. Food and Chemical

toxicology, v.45, n.7, p.1224-1230, 2007.

RAMOS, S. Effects of dietary flavonoids on apoptotic pathways related to cancer chemoprevention. Journal of Nutritional Biochemistry (2007). Disponível on line: www.sciencedirect.com

VEERIAH, S.; HOFMANN, T.; GLEI, M.; DIETRICH, H.; SCHREIER, P.; KNAUP, B.; POOL-ZOBEL, B.L. Apple polyphenols and products formed in the gut differently inhibit survival of human cell lines derived from colon adenoma (LT97) and

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carcinoma (HT29). Journal of Agriculture and Food Chemistry, Washington v.55, n.15, p.2892-2900, 2007.

VIDAL, R.; HERNANDEZ-VALLEJO, S.; PAUQUAI, T.; TEXIER, O.; ROUSSET, M.; CHAMBAZ, J.; DEMIGNOT, S.; LACORTE, J-M. Apple procyanidins decrease cholesterol esterification and lipoprotein secretion in Caco-2/TC7 enterocytes. Journal of Lipid Research, v.46, p.258-268, 2005.

SONG, Y.; MANSON, J.E.; BURING, J.E.; SESSO, H.D.; LIU S. Associations of dietary flavonoids with risk of type 2 diabetes, and markers of insulin resistance and systemic inflammation in women: a prospective study and cross-sectional analysis. Journal of American College of Nutrition. v.24, n.5, p.376-384, 2005.

WOSIACKI, G.; NOGUEIRA, A. Apple varieties growing in subtropical áreas. The situation in Paraná – Brazil. Fruit Processing, Schönborn, v. 11, n. 5, p. 177-182, may, 2001.

WOSIACKI, G.; NOGUEIRA, A.; SILVA, N.C.C. Brazilian apple production – a few years later. Fruit Processing, Schönborn, v. 10, n. 12, p. 472-475, dec. 2000. WOSIACKI, G.; NOGUEIRA, A.; SILVA, N.C.C.; DENARDI, F.; CAMILO, A.P. Apple

varieties growing in subtropical areas – The situation of Santa Catarina – Brazil. Fruit Processing, Schönborn, v. 12, n. 01, p. 19-28, jan. 2002.

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