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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE PSICOLOGIA

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(1)

INSTITUTO DE PSICOLOGIA

Normatização de nomeação de figuras do ensino superior à educação

infantil (retrospectivo de 21 a 2 anos de idade) e de três formas do Teste

de Vocabulário Receptivo Auditivo por Figuras Usp de 2 a 6 anos

Dissertação

apresentada

ao

Instituto

de

Psicologia

da

Universidade de São Paulo como

parte dos requisitos para obtenção

do grau de Mestre em Psicologia.

Candidata: Maria Regina Roberto

Orientador: Prof. Associado Dr. Fernando César Capovilla

São Paulo

2011

(2)

DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU

ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE

CITADA A FONTE.

Catalogação na publicação

Biblioteca Dante Moreira Leite

Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo

Roberto, Maria Regina.

Normatização de nomeação de figuras do ensino

superior à educação infantil (retrospectivo de 21 a 2 anos

de idade) e de três formas do Teste de Vocabulário

Receptivo Auditivo por Figuras USP de 2 a 6 anos. /

Maria Regina Roberto; orientador Fernando César

Capovilla. -- São Paulo, 2011.

200 p.

Dissertação (Mestrado – Programa de Pós-Graduação

em Psicologia. Área de Concentração: Psicologia

Experimental) – Instituto de Psicologia da Universidade de

São Paulo.

1. Psicolinguística 2. Univocidade 3. Teste de

vocabulário

4. Vocabulário 5. Educação infantil I. Título.

P37

(3)
(4)

INSTITUTO DE PSICOLOGIA

MARIA REGINA ROBERTO

Área de Concentração: Psicologia Experimental

Dissertação apresentada ao Instituto de

Psicologia da Universidade de São Paulo

como parte dos requisitos para obtenção

do título de Mestre em Psicologia.

Aprovada em: ____/____/____

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. _______________________________________________________________

Instituição: _____________________ Assinatura: __________________________

Prof. Dr. _______________________________________________________________

Instituição: _____________________ Assinatura: __________________________

Prof. Dr. _______________________________________________________________

Instituição: _____________________ Assinatura: __________________________

(5)

À Maria Fernanda, minha filha guerreira e

ao Bruno Henrique, meu filho e maior

incentivador, sempre na minha memória e no

meu coração... meus grandes amores.

Aos meus amados pais, in memoriam,

Henrique que plantou a semente e minha

mãe Maria, meu lastro e a mulher mais

sábia que já conheci.

(6)

“Como o não saber ainda

Agradecer é mistério”

Fernando Pessoa, Quadras ao Gosto Popular

A Deus por me amparar nos momentos difíceis, me dar força interior para

superar tantas dificuldades, mostrar o caminho nas horas mais incertas e me

suprir em todas as minhas necessidades.

Ao caro Prof. Fernando César Capovilla, meu orientador, pela confiança em

mim depositada, em me abrir novos horizontes, pelo acolhimento e atenção

integral em muitas horas e horas de trabalho.

À minha prima-irmã, Cátia Santilli, pelo apoio, força, carinho, suporte em

todas as horas.

À Lilly, minha fiel companheira, demonstrando o mais sincero amor, minha

cachorrinha-filha.

Ao meu amigo-irmão, Fernand Hurel, pelo estímulo e empurrão lá do passado.

À direção e professores das universidades, FEA-Usp, Prof. Dr. José Roberto

Savoya; Mackenzie e Fecap que me permitiram conduzir esta pesquisa.

Aos colégios que me abriram as portas: Jardim de Infância do Esporte Clube

Pinheiros, querida tia Lucy, fundadora da escolinha há 65 anos, a sua filha e

diretora, Profa. Regina; Colégio Santo Antonio de Lisboa, Colégio João e

Raphaella Passalacqua, ambos do Sistema Vicentino de Ensino, sob a direção

da Irmã Lucy; Colégio Maria Imaculada, diretora Irmã Maria Del Carmem; a

todas professoras e funcionários sempre tão receptivos.

Às nossas queridas crianças principalmente, que sem as suas respostas, nada

poderia ter sido feito, já com saudade, me lembro de cada rostinho e sorriso; e,

para todas as crianças brasileiras que eu espero, realmente, que esta obra

venha a atingir e ajudar no seu dia a dia.

Às professoras Fraulein e Luciana pelas sugestões e aprendizados durante o

exame de qualificação.

A todos amigos, amigas e colegas do laboratório, em especial a Walkiria

Raphael, Leila Thomazzeti, Alessandra Giacomet e Valéria Negrão.

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico CNPq, pela

bolsa que permitiu minha dedicação a esta pesquisa.

Espero não ter me esquecido de ninguém, portanto agradeço a todos que de

alguma forma contribuíram para a elaboração deste mestrado.

(7)

RESUMO 1

ABSTRACT 3

1. Introdução 4

2. Arrazoado e revisão sumária da bibliografia 5

3. Objetivos da presente dissertação 7

4. Detalhamento da presente dissertação 8

4.1. Composição e objetivos 8

4.2. Perspectiva geral do trabalho realizado 10

4.3. Visão geral da dissertação 12

4.3.1. Etapas 1 e 2 12

4.3.1.1. Etapas 1 e 2: Estudos conduzidos para coleta de dados e univocidade; Estudos preparatórios para a elaboração dos dicionários; Avaliando a univocidade dos bancos de figuras em diferentes níveis escolares

12

4.3.1.1.1. Estudo 1: Univocidade de figuras em estudantes do Ensino Superior 12 4.3.1.1.2. Estudo 2: Univocidade de figuras em estudantes de 5a. a 8a. séries do

Ensino Fundamental (11 a 14 anos de idade)

13

4.3.1.1.3. Estudo 3: Univocidade de figuras em estudantes de 1a. a 4a. séries do

Ensino Fundamental (7 a 10 anos de idade)

14

4.3.1.1.4. Estudo 4: Univocidade de figuras em estudantes de 3a. série da Educação

Infantil (6 anos de idade)

15

4.3.1.1.5. Estudo 5: Univocidade de figuras em estudantes de 2a. série da Educação

Infantil (5 anos de idade)

16

4.3.1.1.6. Estudo 6: Univocidade de figuras em estudantes de 1a. série da Educação

Infantil (4 anos de idade)

17

4.3.1.1.7. Estudo 7: Univocidade de Figuras em Estudantes de 2a. série do Maternal

(3 anos de idade)

17

(8)

(dicionários)

4.3.1.2.1. Etapas 1 e 2: Preparativos: Obtenção dos dados de frequência de ocorrência das palavras no léxico da língua portuguesa para crianças de Educação Infantil e Ensino Fundamental

20

4.3.1.3. Etapas 1 e 2: Resultados 22

4.3.1.3.1. Banco 1: banco de figuras do Ensino Superior 24

4.3.1.3.2. Banco 2: O banco de figuras da 5a. a 8a. séries do Ensino Fundamental 26

4.3.1.3.3. Banco 3: O banco de figuras da 1a. a 4a. séries do Ensino Fundamental 27

4.3.1.3.4. Banco 4: banco de figuras da 3a. série da Educação Infantil 27

4.3.1.3.5. Banco 5: O banco de figuras da 2a. série da Educação Infantil 28

4.3.1.3.6. Banco 6: banco de figuras da 1a. série da Educação Infantil 29

4.3.1.3.7. Banco 7: banco de figuras da 2a. série do Maternal 30

4.3.1.3.8. Banco 8: banco de figuras da 1a. série do Maternal 30

4.3.2. Etapa 3: Elaboração do Teste de Vocabulário Receptivo Auditivo por Figuras Usp AudFigUsp) em três formas originais: Forma A (TVR-AudFigUsp-A), Forma B (TVR-AudFigUsp-B), Forma C (TVR-AudFigUsp-C)

32

4.3.2.1. Teste de Vocabulário Receptivo Auditivo por escolha de Figuras USP (TVR-AudFigUsp): Composição da Forma A Original (TVR-AudFigUsp-A-Orig)

33

4.3.2.2. Teste de Vocabulário Receptivo Auditivo por escolha de Figuras USP (TVR-AudFigUsp): Composição da Forma B Original (TVR-AudFigUsp-B-Orig)

40

4.3.2.3. Teste de Vocabulário Receptivo Auditivo por escolha de Figuras USP (TVR-AudFigUsp): Composição da Forma C Original (TVR-AudFigUsp-C-Orig)

47

4.3.3. Etapa 4: Estudos de validação e normatização do Teste de Vocabulário Receptivo Auditivo por Figuras Usp (TVR-AudFigUsp) em suas três formas originais: Forma A (TVR-AudFigUsp-A-Orig), Forma B (TVR-AudFigUsp-B-Orig), Forma C (TVR-AudFigUsp-C-Orig) com 970 alunos de 2 a 6 anos de idade 54 4.3.3.1. Método 54 4.3.3.2. Participantes 54 4.3.3.3. Instrumentos 57 4.3.3.4. Procedimento 57

(9)

forma de teste

4.3.3.5.1. Estudo 1. Validação e Normatização da Forma A Original do Teste de Vocabulário Receptivo Auditivo por escolha de Figuras Usp (TVR-AudFigUsp): TVR-AudFigUsp-A-Orig

58

4.3.3.5.1.1. Método 58

4.3.3.5.1.2. Participantes 58

4.3.3.5.1.3. Instrumentos 58

4.3.3.5.1.4. Teste de Vocabulário Receptivo Auditivo por escolha de Figuras Usp (TVR-AudFigUsp): Composição da Forma A Original (TVR-AudFigUsp-A-Orig)

59

4.3.3.5.1.5. Procedimento 64

4.3.3.5.1.6. Resultados do TVR-AudFigUsp-A-Orig 64

4.3.3.5.1.6.1 Efeito de ano escolar sobre a pontuação no TVR-AudFigUsp-A-Orig 64 4.3.3.5.1.6.2. Normatização do TVR-AudFigUsp-A-Orig a partir dos dados dos 323

alunos de 2 a 6 anos 66

4.3.3.5.1.6.3. Análise de frequência de acertos do TVR-AudFigUsp-A-Orig 68 4.3.3.5.1.7. TVR-AudFigUsp-A-Reord, com os 95 itens ordenados por dificuldade

crescente 69

4.3.3.5.1.8. Análise de itens do TVR-AudFigUsp-A-Orig 71

4.3.3.5.2. Estudo 2. Estudo de validação e Normatização da Forma B Original do Teste de Vocabulário Receptivo Auditivo por escolha de Figuras Usp (TVR-AudFigUsp): TVR-AudFigUsp-B-Orig

75

4.3.3.5.2.1. Método 75

4.3.3.5.2.2. Participantes 75

4.3.3.5.2.3. Instrumentos 76

4.3.3.5.2.3.1. Teste de Vocabulário Receptivo Auditivo por escolha de Figuras Usp (TVR-AudFigUsp): Composição da Forma B Original (TVR-AudFigUsp-B-Orig)

76

4.3.3.5.2.4. Procedimento 81

(10)

4.3.3.5.2.5.2. Normatização do TVR-AudFigUsp-B-Orig a partir dos dados dos 327 alunos de 2 a 6 anos

83

4.3.3.5.2.5.3. Análise de frequência de acertos do TVR-AudFigUsp-B-Orig 85 4.3.3.5.2.5.4. TVR-AudFigUsp-B-Reord, com os 95 itens ordenados por dificuldade

crescente

86

4.3.3.5.2.5.5. Análise de itens do TVR-AudFigUsp-B-Orig 87

4.3.3.5.3. Estudo 3. Validação e Normatização da Forma C Original do Teste de Vocabulário Receptivo Auditivo por escolha de Figuras Usp (TVR-AudFigUsp): TVR-AudFigUsp-C-Orig

92

4.3.3.5.3.1. Método 92

4.3.3.5.3.2. Participantes 92

4.3.3.5.3.3. Instrumentos 93

4.3.3.5.3.3.1. Teste de Vocabulário Receptivo Auditivo por escolha de Figuras Usp (TVR-AudFigUsp): Composição da Forma C Original (TVR-AudFigUsp-C-Orig)

93

4.3.3.5.3.4. Procedimento 98

4.3.3.5.3.5. Resultados do TVR-AudFigUsp-C-Orig 98

4.3.3.5.3.5.1. Efeito de ano escolar sobre a pontuação no TVR-AudFigUsp-C-Orig 98 4.3.3.5.3.5.2. Normatização do TVR-AudFigUsp-C-Orig a partir dos dados dos 320

alunos de 2 a 6 anos

100 4.3.3.5.3.5.3. Análise da frequência de acertos nos itens do TVR-AudFigUsp-C-Orig 102 4.3.3.5.3.5.4. TVR-AudFigUsp-C-Reord, com os 95 itens ordenados por dificuldade

crescente

103

4.3.3.5.3.5.5. Análise de itens do TVR-AudFigUsp-C-Orig 104

5. CONCLUSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS 109

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 110

(11)

Normatização de nomeação de figuras do ensino superior à educação infantil (retrospectivo de 21 a 2 anos de idade) e de três formas do Teste de Vocabulário Receptivo Auditivo por Figuras

USP de 2 a 6 anos Candidata: Maria Regina Roberto

Orientador: Prof. Dr. Fernando César Capovilla Resumo

Figuras costumam ser empregadas em materiais de avaliação e intervenção. A validade e eficácia desses materiais dependem da escolha de figuras adequadas à faixa etária e de escolaridade. Esta dissertação descreve a elaboração de oito bancos de figuras com nomeação normatizada para Ensino Superior, Fundamental, e Infantil até Maternal 1; bem como três formas do Teste de Vocabulário Receptivo Auditivo por Figuras Usp (TVR-AudFigUsp), derivado a partir deles, e normatizado de 2 a 6 anos. Foram extraídas 2.310 figuras do Dicionário enciclopédico ilustrado trilíngue da Língua de Sinais

Brasileira (Capovilla & Raphael, 2006a, 2006b) para gerar os oito bancos: O Banco 1 contém dados de

nomeação dessas 2.310 figuras por 1.375 universitários que as nomearam por escrito. Foram selecionadas as 1.080 figuras que atingiram o critério de 70% de nomeação concordante para universitários. O Banco 2 contém os dados dessas 1.080 figuras nomeadas por escrito por 1.926 alunos de 5a. a 8a. séries do EF (11 a 14 anos de idade). Foram selecionadas as 780 figuras com 70%

de nomeação concordante para 5a. a 8a. séries do EF. O Banco 3 contém os dados de nomeação dessas

780 figuras nomeadas por escrito por 2.600 alunos de 1a. a 4a. séries do EF (7 a 10 anos). Foram

selecionadas as 660 figuras com 70% de acordo para 1a. a 4a. séries do EF. O Banco 4 contém os dados

de nomeação dessas 660 figuras nomeadas por escrito por 2.200 alunos de 3a. série da EI (6 anos).

Foram selecionadas as 405 figuras com 70% de nomeação concordante para 3a. série da EI. O Banco 5

contém dados de nomeação dessas 405 figuras nomeadas em voz alta por 900 crianças de 2a. série da

EI (5 anos). O Banco 6 contém dados de nomeação dessas mesmas 405 figuras nomeadas em voz alta por 900 crianças de 1a. série da EI (4 anos). Foram selecionadas as 240 com 70% de nomeação

concordante. O Banco 7 contém dados de nomeação dessas 240 figuras nomeadas em voz alta por 600 crianças de 2a. série do Maternal (3 anos). Foram selecionadas as 128 figuras com 70% de nomeação

concordante. O Banco 8 contém dados de nomeação dessas 128 figuras nomeadas em voz alta por 400 crianças de 1a. série do Maternal (2 anos). Os oito bancos encontram-se apresentados sob a forma de

cinco dicionários, aqui descritos, os Bancos: 1 para universitários, 2 para alunos de 5a. a 8a. séries do

EF; 3 para crianças 1a. a 4a. séries do EF; 4 para 3a. série da EI, e 5 para 2a. e 1a. séries da EI, e 2a. e 1a.

séries do Maternal. Esse material está indo a prelo. Para ilustrar o uso dos bancos para gerar testes, foram selecionadas as 285 figuras mais unívocas para alunos de 5 anos de idade (i.e., nomeadas com pelo menos 70% de concordância), as quais foram divididas em três conjuntos de 95 figuras, gerando as formas A, B, C do TVR-AudFigUsp. Cada forma tem 95 itens, sendo cada item composto de uma tirinha com cinco figuras alternativas para escolha, dentre as quais uma figura alvo e quatro figuras distraidoras. Assim, cada forma usou 95 figuras-alvo daquele banco de 285 figuras, além de 380 figuras distraidoras extraídas do banco original de 2.310 figuras. No teste, a tarefa da criança consiste em, dada uma palavra falada pelo avaliador, escolher uma dentre as cinco figuras da tirinha. As três formas foram aplicadas a 970 crianças de 2 a 6 anos, para obter parâmetros normativos do desenvolvimento do vocabulário auditivo. A normatização gerou os parâmetros de desenvolvimento, que revelam qual é a pontuação típica de crianças com vocabulário nas faixas: muito rebaixado (MR), rebaixado(R), médio (M), elevado (E) e muito elevado (ME) em cada uma das 3 formas para cada uma das 5 idades. O TVR-AudFigUsp-A foi aplicado a 323 crianças, e discriminou entre idades sucessivas de 2 (79 pts) a 3 (84 pts) a 4 (92 pts) a 5 (95 pts) anos. A pontuação típica das faixas é a seguinte: aos 2 anos: 64≤MR≤68; 69≤R≤73; 74≤M≤85; 86≤E≤90; 91≤ME≤95; aos 3anos: 69≤MR≤73; 74≤R≤78; 79≤M≤89; 90≤E≤94; ME=95; aos 4 anos: 85≤MR≤87; 88≤R≤89; 90≤M≤94; E=95; aos 5 anos: R=94; M=95. O coeficiente Alfa de Cronbach foi 0,910. O TVR-AudFigUsp-B foi aplicado a 327 crianças, e discriminou entre idades sucessivas de 2 (82 pts) a 3 (86 pts) a 4 (91 pts) a 5 (95 pts) anos. A pontuação típica das faixas é a seguinte: aos 2 anos: 66≤MR≤71; 72≤R≤76; 77≤M≤88; 89≤E≤93; 94≤ME≤95; aos 3anos: 73≤MR≤77; 78≤R≤81; 82≤M≤91; 92≤E≤95; aos 4 anos: 83≤MR≤85; 86≤R≤88; 89≤M≤94; E=95; aos 5 anos: MR=92; R=94; M=95. O coeficiente Alfa de Cronbach foi 0,888. O TVR-AudFigUsp-C foi aplicado a 320 crianças, e discriminou entre idades sucessivas de 2 (82 pts) a 3 (86 pts) a 4 (93 pts) a 5 (95 pts) anos. A pontuação típica das faixas é a seguinte: aos 2 anos: 62≤MR≤68; 69≤R≤75; 76≤M≤88; 89≤E≤95; aos 3anos: 69≤MR≤73; 74≤R≤79; 80≤M≤92; 93≤E≤95; aos 4 anos: 86≤MR≤87; 88≤R≤89; 90≤M≤95; aos 5 anos: R=94; M=95. O coeficiente Alfa de Cronbach foi 0,907. Assim, as três formas mostraram boa validade de desenvolvimento, em discriminar entre idades sucessivas dos 2 aos 5 anos, e muito boa fidedignidade. A elevada compatibilidade entre os achados obtidos com as três formas diferentes aplicadas a três amostras diferentes sugere o acerto de escolher

(12)

muito bem as figuras do teste, dando apoio à hipótese original sobre a importância de dispor de bancos de figuras com nomeação extensamente normatizada para uma ampla variação de faixas etárias. Palavras-chave: psicolinguística, univocidade, frequência de palavras, vocabulário, teste de vocabulário, educação infantil.

(13)

Pictures name agreement from college level to nursery school (from 21 to 2 years of age), and three versions standardized versions of the USP Auditory Receptive Vocabulary Test (ARVT) Abstract

Pictures are normally used in assessment and intervention materials. The validity and efficacy of such materials depend on choosing pictures that are adequate to the age and school levels of the subjects. The present study describes the process of ellaboration of eight picture sets with standardized naming obtained in assessments with college, high school, elementary school, and kindergarten students. It also describes three versions of the USP Auditory Receptive Vocabulary Test (ARVT), which was made based on the picture sets, and standardized from 2 to 6 years of age. All picture sets (PS) were derived from the original PS1, which is made of 2,300 pictures were extracted from Capovilla & Raphael’s

(2006) Libras dictionary. PS 1 contains data on written naming of those 2,310 pictures by 1,375 college

students. Out of those, 1,080 pictures reached the criterion of 70% of name agreement. PS 2 contains data on written naming of those 1,080 pictures by 1,926 5th-9th grade students (11-14 years old). Out of those, 780 pictures reached the criterion of 70% of name agreement. PS 3 contains data on written naming of those 780 pictures by 2,600 1st-4th grade students (7-10 years old). Out of those, 660 pictures reached the criterion of 70% of name agreement. PS 4 contains data on written naming of those 660 pictures by 2,200 3rd kindergarten-grade students (6 years old). Out of those, 405 pictures reached the criterion of 70% of name agreement. PS 5 contains data on spoken naming of those 405 pictures by 900 2nd kindergarten-grade students (5 years old). PS 6 contains data on spoken naming of those 405 pictures by 900 1st kindergarten-grade students (4 years old). Out of those, 240 pictures reached the criterion of 70% of name agreement. PS 7 contains data on spoken naming of those 240 pictures by 600 2nd nursery-level students (3 years old). Out of those, 128 pictures reached the criterion of 70% of name agreement. PS 8 contains data on spoken naming of those 128 pictures by 400 1st nursery-level students (2 years old). The 8 PS are present as 5 dictionaries, which are in print. In order to illustrate how to make use of those PS to generate tests, PS 5 was selected. Its 285 pictures were divided in 3 subsets of 95 pictures each so as to generate three forms of ARVT (ARVT-A, ARVT-B, ARVT-C), each made of 95 itens, each item made of a set of 5 pictures in a row (1 target, 4 distracters). The task is to pick a picture to match the word spoken by the examiner. ARVT-A, ARVT-B, ARVT-C were standardized, so as to generate developmental parameters that reveal score typical of children whose vocabulary is: VL: very low, L: Low, A: average, H: high, VH: very high. for each of the three forms for each of the 4-5 age levels. ARVT-A was given to 323 children, and discriminated among successive age levels, from 2 (79 points) to 3 (84 points) to 4 (92 points) to 5 (95 points) years of age. Typical scores for each range were: by age 2: 64≤VL≤68; 69≤L≤73; 74≤A≤85; 86≤H≤90; 91≤VH≤95; by age 3: 69≤VL≤73; 74≤L≤78; 79≤A≤89; 90≤H≤94; VH=95; by age 4: 85≤VL≤87; 88≤L≤89; 90≤A≤94; H=95; by age 5: L=94; A=95. O coeficiente Cronbach Alpha coefficient = 0,910. ARVT-B was given to 327 children, and discriminated among successive age levels, from 2 (82 points) to 3 (86 points) a to (91 points) to 5 (95 points) years of age. Typical scores for each range were: by age 2: 66≤VL≤71; 72≤L≤76; 77≤A≤88; 89≤H≤93; 94≤VH≤95; by age 3: 73≤VL≤77; 78≤L≤81; 82≤A≤91; 92≤H≤95; by age 4: 83≤VL≤85; 86≤L≤88; 89≤A≤94; H=95; by age 5: VL=92; L=94; A=95. Cronbach Alpha coefficient = 0,888. ARVT-C was given to 320 children, and discriminated among successive age levels, from 2 (82 points) to 3 (86 points) to 4 (93 points) to 5 (95 points) years of age. Typical scores for each range were: by age 2: 62≤VL≤68; 69≤L≤75; 76≤A≤88; 89≤H≤95; by age 3: 69≤VR≤73; 74≤L≤79; 80≤A≤92; 93≤H≤95; by age 4: 86≤VL≤87; 88≤L≤89; 90≤A≤95; by age 5: L=94; A=95. Cronbach Alpha coefficient = 0,907. The three versions showed good developmental validity in discriminating among successive age levels from 2 to 5 years, and very good reliability. The high compatibility among the findings produced by the three different versions with three different samples suggests that process of selection pictures described in the present study is a sound one. This provides support to the original hypothesis pertaining the importance of producing picture sets with name agreement standardized with different age levels. Keywords: psycholinguistic, univocity, words frequency, vocabulary, vocabulary test, nursery school

(14)

1. Introdução

Figuras são empregadas frequentemente em materiais de avaliação psicológica e de proficiência, e de ensino e intervenção clínica e didático-pedagógica. A validade dos materiais de avaliação e a eficácia dos materiais de ensino dependem frequentemente da escolha de figuras apropriadas à faixa etária e de escolaridade do avaliando e educando. Dispor de bancos de figuras normatizadas para diversas faixas etárias pode aperfeiçoar a validade e a eficácia dos materiais. Esta dissertação descreve o trabalho de elaboração de oito bancos de figuras com nomeação normatizada para alunos do Ensino Superior, Fundamental, e Infantil até Maternal 1 para uso em avaliação e intervenção em neuropsicolinguística cognitiva experimental, e a derivação, validação e normatização de três formas do Teste de Vocabulário Receptivo Auditivo por Figuras Usp de 2 a 6 anos.

Inicialmente, a partir do conjunto de 2.310 figuras do Dicionário enciclopédico ilustrado trilíngue

da Língua de Sinais Brasileira (Capovilla & Raphael, 2006a, 2006b), foram selecionadas 2.310 figuras

para compor um corpus para geração dos bancos. Essas 2.310 figuras foram apresentadas a 1.375 universitários do Ensino Superior (ES) para nomeação por escrito. Dessas 2.310, 1.080 figuras passaram pelo critério de pelo menos 70% de concordância entre os universitários. Essas 1.080 figuras foram apresentadas, então, a 1.926 alunos de 5a. a 8a. séries do Ensino Fundamental (EF) (de 11, 12,

13 e 14 anos de idade) para nomeação por escrito. Dessas 1.080, 780 figuras passaram pelo critério de pelo menos 70% de concordância entre os alunos de 5a. a 8a. séries e foram apresentadas a 2.600

alunos de 1a. a 4a. séries do EF (de 7, 8, 9 e 10 anos de idade) para nomeação por escrito. Dessas 780,

660 figuras passaram pelo critério de pelo menos 70% de concordância entre os alunos de 1a. a 4a.

séries do EF, e foram apresentadas a 2.200 alunos da 3a. série da Educação Infantil (EI) (de 6 anos de

idade) para nomeação por escrito. Dessas 660, 405 figuras passaram pelo critério de pelo menos 70% de concordância entre os alunos de 3a. série da EI, e foram apresentadas a 900 crianças de 2a.série da

EI (de 5 anos de idade) para nomeação oral. Essas mesmas 405 figuras foram apresentadas a 900 crianças de 1a. série da EI (de 4 anos de idade) para nomeação oral. Dessas 405, 240 figuras passaram

pelo critério de pelo menos 70% de concordância entre os alunos de 1a. série da EI (de 4 anos de idade)

e foram apresentadas a 600 crianças de 2a. série do Maternal (de 3 anos de idade) para nomeação oral.

Dessas 240, 128 figuras passaram pelo critério de pelo menos 70% de concordância entre os alunos de 2a. série do Maternal (de 3 anos de idade) e foram apresentadas a 400 crianças de 1a. série do Maternal

(2 anos de idade) para nomeação oral. Dessas 128, 117 figuras passaram pelo critério de pelo menos 70% de concordância entre os alunos de 1a. série do Maternal (2 anos de idade).

Assim, foram gerados oito bancos de figuras normatizados: O Banco 1 com os dados de nomeação por escrito de todas as 2.310 figuras por 1.375 universitários. Esses dados consistem nas diferentes palavras que foram empregadas pelos universitários para denominar cada uma das figuras, bem como a porcentagem de cada uma dessas palavras usadas para nomeação. O Banco 2 contém os dados das 1.080 figuras, que atingiram o critério de pelo menos 70% de nomeação, e que foram nomeadas por escrito por 1.926 alunos de 5a. a 8a. série do EF (11 a 14 anos de idade). O Banco 3

contém os dados de nomeação das 780 figuras selecionadas, nomeadas por escrito por 2.600 alunos de 1a. a 4a. série do EF (7 a 10 anos). O Banco 4 contém os dados de nomeação das 660 figuras

selecionadas, nomeadas por escrito por 2.200 alunos de 3a. série da EI (6 anos). O Banco 5 contém

dados de nomeação das 405 selecionadas, nomeadas em voz alta por 900 crianças de 2a. série da EI (5

anos), das quais 285 atingiram o critério dos 70% de univocidade. O Banco 6 contém dados de nomeação dessas mesmas 405 figuras, nomeadas em voz alta por 900 crianças de 1a. série da EI (4

anos). O Banco 7 contém dados de nomeação das 240 figuras selecionadas, nomeadas em voz alta por 600 crianças de 2a. série do Maternal (3 anos). O Banco 8 contém dados de nomeação das 128 figuras

selecionadas, nomeadas em voz alta por 400 crianças de 1a. série do Maternal (2 anos).

Foram analisados os dados das 900 crianças de 2a. série da EI (5 anos de idade) que nomearam

em voz alta as 405 figuras do Banco 5. Foi observado que, dessas 405 figuras, 285 atingiram o critério de 70% de nomeação concordante. Esse conjunto de 285 figuras que se mostraram consideravelmente unívocas para crianças de 5 anos de idade compuseram um corpus para a geração do Teste de Vocabulário Receptivo Auditivo por Figuras Usp AudFigUsp), em suas três formas (TVR-AudFigUsp-A-Orig, TVR-AudFigUsp-B-Orig, TVR-AudFigUsp-C-Orig). Essas 285 figuras foram divididas em três conjuntos de 95 figuras-alvo cada uma. As 1.140 figuras distraidoras foram extraídas do banco original, tendo sido selecionadas a partir da categoria semântica de cada tirinha.

Cada uma das três formas do TVR-AudFigUsp tem 95 itens, sendo cada item composto de uma tirinha com cinco figuras alternativas para escolha, dentre as quais uma figura alvo e quatro figuras distraidoras. A tarefa da criança consiste em, dada uma palavra falada pelo avaliador, escolher uma dentre as cinco figuras da tirinha. Essas três formas (A, B, C) do teste foram aplicadas a 970 crianças de 2 a 6 anos, para obter normas de desenvolvimento do vocabulário auditivo. O A-Orig foi aplicado a 323 crianças; o B-A-Orig, a 327 outras crianças; e o TVR-AudFigUsp-C-Orig, a 320 outras crianças. Essa aplicação produziu dados de validade de desenvolvimento

(15)

(sensibilidade para discriminar entre anos sucessivos da Educação Infantil), bem como tabelas de dados normativos de cada forma na faixa etária dos 2 aos 6 anos de idade.

2. Arrazoado e revisão sumária da bibliografia

Conjuntos variados de figuras e palavras escritas são frequentemente empregados em estudos sobre o desenvolvimento de funções cognitivas e linguísticas, bem como em instrumentos de avaliação do desenvolvimento da linguagem. Por exemplo, o Teste de Vocabulário por Imagens Peabody (F. Capovilla & Capovilla, 1997; 1998; F. Capovilla, Nunes, Araújo, Nogueira, Bernat, 1997; F. Capovilla, Nunes, Nogueira, Araújo, Bernat, 1997a, 1997b; Ferracini, Capovilla, Dias, & Capovilla, 2006), o Teste de Vocabulário por Figuras USP (F. Capovilla & Prudencio, 2006), o Teste de Vocabulário Receptivo Visual de Sinais da Libras (F. Capovilla, Capovilla, Viggiano, Bidá, 2004; F. Capovilla, Viggiano, Capovilla, Raphael, Bidá, & Mauricio, 2004), a Prova de Consciência Fonológica por Escolha de Figuras (F. Capovilla, Marcilio, & A. Capovilla, 2004a), o Teste de Competência de Leitura de Palavras e Pseudopalavras (F. Capovilla, Marcilio, & Capovilla, 2004b, normatizado para surdos por F. Capovilla, Viggiano, Capovilla, Raphael, Mauricio, & Bidá, 2004) e adaptado para o alemão (A. Capovilla, Capovilla, Machalous, 2005), o Teste de Compreensão de Leitura de Sentenças (Nikaedo, Macedo, Diana, Kuriyama, Orsati, Capovilla, Natalle, 2006), normatizado para surdos (F. Capovilla, Viggiano, Capovilla, Raphael, Mauricio, & Bidá, 2004), o Teste de Nomeação Boston (computadorizado por Macedo, Capovilla, Charin, & Duduchi, 1998 para diagnóstico de anomia), o Teste de Nomeação para pré-escolares (Ferracini, Capovilla, Dias, Trevisan, Capovilla, 2005), o Teste de Fala Interna na Memória de Reconhecimento (F. Capovilla & Thomazette, no prelo), dentre outros. O mesmo ocorre em procedimentos de intervenção para a aquisição de linguagem escrita, por exemplo, em livros para alfabetização fônica como A. Capovilla e Capovilla (2007) e para comunicação e alfabetização de paralisados cerebrais como F. Capovilla, Thomazette e Capovilla, em preparação) e de sinais (e.g., como o Dicionário de Libras de F. Capovilla & Raphael, 2007, e a Enciclopédia de Libras de F. Capovilla e Raphael, 2004, 2005, 2006).

Frequentemente, o apontar de figuras em tabuleiros de comunicação (i.e., a comunicação alternativa) é o único recurso eficaz passível de emprego para pacientes anártricos com severas dificuldades em articular fala e escrita, como ocorre em quadros severos de paralisia cerebral (F. Capovilla, Duduchi & Macedo, 1997), esclerose lateral amiotrófica (F. Capovilla, Macedo et al., 2000), e afasia de Broca ou global (Capovilla, 1997). Nesses casos, a eficácia comunicativa é função direta da univocidade da figura, ou seja, função inversa de sua polissemia. A univocidade de uma figura é a propriedade que essa figura tem de evocar uma e apenas uma palavra para designar o seu significado, ao passo que a polissemia de uma figura é a propriedade que essa figura tem de evocar uma multiplicidade de palavras para designar o seu significado. Uma figura é tão mais unívoca quanto menor for a sua polissemia. A univocidade de uma figura, por sua vez, deriva em parte da iconicidade ou transparência denotativa dessa figura. Para compreender o problema de pragmática produzido pela indesejável polissemia, basta considerar que, quando “uma imagem vale por mil palavras” e quando o único recurso disponível para se comunicar uma certa e determinada palavra específica é por meio do apontar dessa imagem, então se torna claro como a eficácia da comunicação é prejudicada, já que essa palavra específica que se quer despertar na mente do interlocutor terá outras 999 palavras competidoras em potencial, atrapalhando a evocação da idéia correta e confundindo o interlocutor. Na comunicação visual por meio de figuras, pode-se considerar a polissemia de uma figura como sendo inversamente proporcional à univocidade dessa figura. Ou seja, enquanto uma figura polissêmica é aquela capaz de evocar múltiplas palavras para a sua nomeação, uma figura unívoca é aquela capaz de evocar uma e apenas uma palavra para a sua nomeação.

O problema da polissemia pode acometer todo instrumento de avaliação, ensino e comunicação que faça uso de imagens. No caso de instrumentos de avaliação, esse problema pode estar presente quando se faz uso de figuras e palavras para avaliar funções cognitivas como a nomeação oral (como no Teste de Nomeação Boston para detecção de anomia), a compreensão de palavras (como no Teste de Vocabulário por Imagens Peabody), o reconhecimento visual direto da forma ortográfica de palavras escritas e a decodificação grafofonêmica dessas palavras na leitura de palavras em tarefas de decisão lexical (como no Teste de Competência de Leitura de Palavras), a compreensão de leitura de sentenças (como no Teste de Compreensão de Leitura de Sentenças), a participação da fala interna e da sinalização interna na memória de reconhecimento de figuras e pseudofiguras (como no Teste de Memória de Reconhecimento), a consciência fonológica (como na Prova de Consciência Fonológica por Escolha de Figuras), e assim por diante. Finalmente, o mesmo problema também ocorre quando se faz uso de figuras em procedimentos de alfabetização e ensino de leitura e escrita (como nos manuais Alfabetização: Método fônico, e Alfabetização fônica: construindo competência de leitura e escrita), bem como para documentação da língua de sinais (como no Dicionário de Libras) e o seu ensino (como na Enciclopédia da Libras: Capovilla & Raphael, 2004a, 2004b, 2005a, 2005b, 2005c). Por isso é de grande importância avaliar o grau de polissemia (ou de seu oposto, ou seja, univocidade) das figuras

(16)

que compõem um determinado teste. Quanto mais unívocas as figuras empregadas num determinado teste, tanto maior a confiança que o avaliador pode ter na expectativa de que uma determinada imagem venha a evocar uma determinada palavra, quer na fala ou na escrita. E quanto maior a confiança nessa expectativa, tanto maior o significado clínico da frustração dessa expectativa.

Sabe-se que a latência de nomeação de figuras e os processos de recuperação lexical na memória de evocação são fortemente afetados por características tais como a familiaridade (Lachman & Lachman, 1980), a concretude (Paivio, 1971, 1983, 1990; Paivio & Csapo, 1969; Paivio, Yuille, & Madigan, 1968) e a iconicidade (Capovilla et al. 1997; Lloyd, 1984) das figuras, a frequência de ocorrência das palavras no léxico (Oldfield & Wingfield, 1965; Pinheiro, 1994), a idade de aquisição do conceito (Carrol & White, 1973; Graf, 1990; Snodgrass & Yuditsky, 1996), e assim por diante. Com relação ao efeito da idade, há evidência de que crianças e adultos produzem resultados diferentes em relação à univocidade ou concordância de nomeação de figuras (Berman, Friedman, Hamberger, & Snodgrass, 1989, Johnson & Clark, 1988), familiaridade de figuras (Berman et al., 1989), idade de aquisição (Nelson, 1974; Waley & Metsala, 1992), e memória (Graf, 1990). Por exemplo, estudando o efeito de facilitação numa tarefa de memória implícita, Graf (1990) descobriu que o efeito em crianças só é comparável ao efeito em adultos quando o banco de estímulos empregados para as crianças é normatizado para elas. Quando as crianças são avaliadas com o mesmo banco de estímulos normatizado para os adultos, o efeito de facilitação é bem menor. Esse estudo deixa clara a necessidade de empregar bancos de estímulos normatizados para a faixa etária dos avaliandos. Sem isso, torna-se impossível decidir se os efeitos menores obtidos com as crianças se devem, de fato, à imaturidade de seus sistemas de memória ou se são artefato da ausência de itens particulares em seu léxico semântico.

Bancos de figuras acompanhados de dados normativos já foram produzidos para jovens adultos (Snodgrass & Vanderwart, 1980), para crianças de 8 a 10 anos de idade (Berman, Friedman, Hamberger, & Snodgrass, 1989), e para crianças de 5 e 6 anos de idade (Cycowicz, Friedman, Rothstein, & Snodgrass, 1997), dentre outros. Por exemplo, Cycowicz et al. (1997) avaliaram individualmente 35 crianças de 5 e 6 anos de idade, bem como 30 adultos voluntários. Durante cinco sessões de 20 a 40 minutos por criança, os investigadores mostraram uma a uma de 400 figuras e pediram às crianças para dizer o nome dessas figuras. Essas 400 figuras eram compostas de três subconjuntos. O Subconjunto 1 era composto de 260 desenhos de linha que haviam sido normatizados para adultos jovens (no estudo de Snodgrass & Vanderwart, 1980) e para crianças de 8 a 10 anos de idade (no estudo de Berman et al., 1989). O Subconjunto 2 era composto de 61 figuras que haviam sido normatizadas para adultos jovens e para crianças de 8 a 10 anos de idade (no estudo de Berman et al., 1989). O Subconjunto 3 era composto de 79 figuras novas. Nesse estudo, além de dizer os nomes das figuras, as crianças eram chamadas a dar uma nota à complexidade das figuras, bem como à sua familiaridade com o conceito representado em cada figura. Esse estudo descobriu que as crianças fracassaram em produzir nomes de 9,8% das figuras, ao passo que os adultos fracassaram em apenas 1,7% (cf. Snodgrass & Vanderwart, 1980). Além disso, em presença das mesmas figuras, as crianças produziram nomes significativamente mais variados (i.e., com menor concordância) e mais curtos e simples que os adultos. As crianças tendem a produzir palavras mais curtas e simples porque essas são as primeiras a serem aprendidas. Tal dado condiz com o princípio clássico de memória de trabalho segundo o qual, quanto maior o tamanho das palavras a serem memorizadas, tanto menor será o número de palavras que se consegue memorizar (Baddeley, Thomson, & Buchanan, 1975), princípio esse corroborado já a partir dos 4 anos de idade (Hulme, Thomson, Muir, & Lawrence, 1984).

Analisando a frequência de acordo na nomeação das figuras como função da idade de aquisição de conceitos (segundo a tabela de idade de aquisição de conceitos de Snodgrass & Yuditsky, 1996), os autores descobriram que o nível de concordância na nomeação das figuras é elevado para figuras que representam conceitos adquiridos em uma idade mais precoce. O fato de que a univocidade (i.e., concordância na nomeação) de figuras está mais correlacionada com a idade de aquisição do conceito do que com a frequência de ocorrência da palavra é consistente com o achado de que, também em adultos, a idade de aquisição dos conceitos tem grande efeito na nomeação das figuras (Carrol & White, 1973; Morrison et al., 1992). Esse estudo também ressaltou a importância da latência de nomeação, que é diretamente proporcional ao grau de dificuldade de recuperação de um item lexical a partir da memória semântica. Esse estudo demonstrou que a latência de nomeação das figuras é uma variável bastante confiável que se correlaciona significativamente com todas as demais variáveis, especialmente a concordância na nomeação. Foi descoberto que, quanto maior a concordância entre os sujeitos quanto ao nome a ser atribuído às figuras, tanto menor era o tempo que eles demoravam para conseguir nomear essas figuras. Ou seja, quanto maior a univocidade das figuras, menor o tempo de nomeação. Esse efeito é bastante intuitivo: A concordância entre as pessoas na nomeação de uma determinada figura tende a ser tão mais alta quanto mais baixo for o número de nomes competidores alternativos aplicáveis à figura. E quão menor for esse número de nomes competidores alternativos aplicáveis à figura, tão menor será o tempo de seleção de nomes no interior do conjunto de nomes

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possíveis. Em termos de erros, o estudo mostrou que a nomeação das crianças de 5 e 6 anos é menos precisa (com menor concordância na nomeação) do que a das mais velhas (8 a 10 anos) e a dos adultos, o que os autores atribuem à menor familiaridade das crianças com determinados tipos de objetos, como ferramentas e instrumentos musicais. Excetuando-se essa diferença, o estudo mostrou um padrão consistente de nomeação das figuras do conjunto 1 pelos três grupos (crianças de 5 e 6 anos, crianças de 8 a 10 anos, e adultos). Em conclusão, os autores identificam um subconjunto de figuras que são nomeadas similarmente pelos três grupos e propõem o uso desse conjunto para que dados confiáveis possam ser obtidos em estudos sobre desenvolvimento de funções cognitivas, como memória, vocabulário, e linguagem.

Portanto, como se depreende da revisão acima, a pesquisa sobre o desenvolvimento cognitivo-linguístico e o processamento cognitivo de crianças e adultos requer material padronizado separadamente para as populações infantil e adulta. Achados quanto a diferenças em funções cognitivo-linguísticas relacionadas à idade só podem ser inequivocamente interpretados em presença de dados normativos acerca do processamento de estímulos pictoriais, e do uso de estímulos pictoriais devidamente padronizados. Além disso, é preciso que o banco de figuras e de palavras a ser empregado seja normatizado não apenas como função dos grupos etários (e.g., crianças versus adultos) como, também, culturais e linguísticos (e.g., norteamericanos versus brasileiros).

3. Objetivos da presente dissertação

Levando em consideração todos esses aspectos revisados, a presente dissertação apresenta uma visão geral de um banco de 2.310 de figuras, com dados de nomeação normatizada com crianças do Maternal, da Educação Infantil e do Ensino Fundamental, e com adultos do Ensino Superior, gerando oito bancos de dados distintos:

• O Banco 1 com 2.310 figuras para alunos do Ensino Superior, das quais 1.080 atingiram pelo menos 70% de univocidade, quando nomeadas por 1.375 alunos do ES;

• O Banco 2 contendo apenas as 1.080 figuras consideradas unívocas pelos alunos do Ensino Superior e aplicadas a alunos de 5a. a 8a. série do Ensino Fundamental (com média de idade de 11

a 14 anos); sendo que, das 1.080 figuras, apenas 780 atingiram pelo menos 70% de univocidade, quando nomeadas por 1.926 alunos de 5a. a 8a. série do EF;

• O Banco 3 contendo apenas as 780 figuras consideradas unívocas pelos alunos de 5a. a 8a. série do Ensino Fundamental e aplicadas a alunos de 1a. a 4a. série do Ensino Fundamental (com média de

idade de 7 a 10 anos); sendo que, das 780 figuras, apenas 660 atingiram pelo menos 70% de univocidade, quando nomeadas por 2.600 alunos de 1a. a 4a. série do EF;

• O Banco 4 contendo apenas as 660 figuras consideradas unívocas pelos alunos de 1a. a 4a. série do Ensino Fundamental e aplicadas a alunos de 3a. série da Educação Infantil (com idade média de 6

anos); sendo que, das 660 figuras, apenas 405 atingiram pelo menos 70% de univocidade, quando nomeadas por 2.200 alunos de 3a. série do EI;

• O Banco 5 contendo apenas as 405 figuras consideradas unívocas pelos alunos de 3a. série da Educação Infantil e aplicadas a alunos de 2a. série da Educação Infantil (com idade média de 5

anos); sendo que, das 405 figuras, apenas 285 atingiram pelo menos 70% de univocidade, quando nomeadas por 900 alunos de 2a. série do EI;

• O Banco 6 contendo as mesmas 405 figuras consideradas unívocas pelos alunos de 3a. série da Educação Infantil e aplicadas a alunos de 1a. série da Educação Infantil (com idade média de 4

anos); sendo que, das 405 figuras, apenas 240 atingiram pelo menos 70% de univocidade, quando nomeadas por 900 alunos de 1a. série do EI;

• O Banco 7 contendo apenas as 240 figuras consideradas unívocas pelos alunos de 1a. série da Educação Infantil e aplicadas a alunos de 2a. série do Maternal (com idade média de 3 anos); sendo

que, das 240 figuras, apenas 128 atingiram pelo menos 70% de univocidade, quando nomeadas por 600 alunos de 2a. série do Maternal;

• O Banco 8 contendo apenas as 128 figuras consideradas unívocas pelos alunos de 2a. série do Maternal e aplicadas a alunos de 1a. série do Maternal (com idade média de 2 anos); sendo que, das

128 figuras apenas 117 alcançaram pelo menos 70% de univocidade, quando nomeadas por 400 alunos de 1a. série do Maternal.

Foram analisados os dados das 900 crianças de 2a. série da EI (5 anos de idade) que nomearam

em voz alta as 405 figuras do Banco 5. Foi observado que, dessas 405 figuras, 285 atingiram o critério de 70% de nomeação concordante. Esse conjunto de 285 figuras que se mostraram consideravelmente unívocas para crianças de 5 anos de idade compuseram um corpus para a geração do Teste de Vocabulário Receptivo Auditivo por Figuras Usp AudFigUsp), em suas três formas (TVR-AudFigUsp-A-Orig, TVR-AudFigUsp-B-Orig, TVR-AudFigUsp-C-Orig). Essas 285 figuras foram divididas

(18)

em três conjuntos de 95 figuras-alvo cada uma. As 1.140 figuras distraidoras foram extraídas do banco original de 2.310 figuras, tendo sido selecionadas a partir da categoria semântica de cada tirinha.

Cada uma das três formas do TVR-AudFigUsp tem 95 itens, sendo cada item composto de uma tirinha com cinco figuras alternativas para escolha, dentre as quais uma figura alvo e quatro figuras distraidoras. No teste, a tarefa da criança consiste em, dada uma palavra falada pelo avaliador, escolher uma dentre as cinco figuras da tirinha. Essas três formas (A, B, C) do teste foram aplicadas a 970 crianças de 2 a 6 anos, para obter normas de desenvolvimento do vocabulário auditivo. O TVR-AudFigUsp-A-Orig foi aplicado a 323 crianças; o TVR-AudFigUsp-B-Orig, a 327 outras crianças; e o TVR-AudFigUsp-C-Orig, a 320 outras crianças. Essa aplicação produziu dados de validade de desenvolvimento (sensibilidade para discriminar entre anos sucessivos da Educação Infantil), bem como tabelas de dados normativos de cada forma na faixa etária dos 2 aos 6 anos de idade.

O objetivo deste estudo é o de disponibilizar o TVR-AudFigUsp para emprego para fazer detecção precoce de crianças em risco de desenvolver atraso de linguagem e para comparar da eficácia relativa de diferentes procedimentos de intervenção para remediação desse atraso e prevenção de problemas ulteriores de aquisição de leitura e escrita. Ulteriortmente será feita análise de itens para reordenar os itens componentes de cada uma dessas três formas do teste de acordo com grau crescente de dificuldade, gerando as versões reordenadas de cada uma dessas formas originais. Tais versões reordenadas por dificuldade crescente deverão permitir aplicar critérios de início da prova baseados em faixa etária (i.e., critérios de piso), bem como de interrupção da prova baseados em número de erros consecutivos (i.e., critérios de teto), de modo a abreviar a avaliação durante testagem individualizada na clínica e escola, bem como na testagem computadorizada inclusive em teleavaliação via Internet. No fututo, esses testes poderão vir a ser computadorizados, de modo a permitir avaliação individualizada computadorizada presencial, bem como teleavaliação via Internet, capaz de permitir avaliar grandes amostras de crianças espalhadas por vastos territórios. Também no futuro, serão geradas versões revisadas e reordenadas das formas do teste de vocabulário, que serão aplicadas a crianças de 18 meses a 3 anos de idade, de modo a obter normas de desenvolvimento de vocabulário auditivo de seis em seis meses ao longo dessa faixa etária. Ou seja, serão geradas normas que permitirão saber qual é o vocabulário médio esperado de crianças de 1 ano e 6 meses a 2 anos; de 2 anos a 2 anos e 6 meses; e de 2 anos e 6 meses a 3 anos. Se possível, serão geradas normas de desenvolvimento de vocabulário auditivo de três em três meses ao longo dessa faixa etária. Tasis normas permitirão saber qual é o vocabulário médio esperado de crianças de 1 ano e 6 meses a 1 ano e 9 meses; de 1 ano e 9 meses a 2 anos; de 2 anos a 2 anos e 3 meses; de 2 anos e 3 meses a 2 anos e 6 meses; de 2 anos e 6 meses a 2 anos e 9 meses; e de 2 anos e 9 meses a 3 anos.

4. Detalhamento da presente dissertação 4.1. Composição e objetivos

A presente dissertação foi desenvolvida ao longo de quatro etapas.

Na Etapa 1 o Dicionário enciclopédico ilustrado trilíngue da Língua de Sinais Brasileira (Capovilla & Raphael, 2006a, 2006b) foi examinado e foram coletadas 2.310 figuras para a composição de um

corpus a ser usado para nomeação. Essas 2.310 figuras foram expostas para nomeação por escrito ou

em voz alta a amostra total de 10.901 avaliandos do ES à 1a. série do Maternal (que corresponde a 2

anos de idade). A nomeação das figuras se dava por escrito desde o ES até a 3ª série de EI (i.e., aos 6 anos de idade). A nomeação das figuras se dava em voz alta desde a 2ª série de EI (i.e., aos 5 anos de idade) até a 1ª série do Maternal (i.e., aos 2 anos de idade). Para cada figura foram tomados todos os nomes aplicados pelos alunos, e a contagem de cada um desses nomes foi feita, sendo obtida a distribuição da porcentagem de ocorrência de cada nome para cada nível escolar. Esses dados normativos de nomeação das figuras foram obtidos para cada um de oito níveis de escolaridade. Assim: 1) Na Fase 1, 2.310 figuras foram expostas, em cadernos, para nomeação por escrito, a 1.375 alunos do Ensino Superior, dos quais 70% acabaram aplicando o mesmo nome a 1.080 figuras. O Banco 1 traz os dados de nomeação normatizada dessas 2.310 figuras;

2) Na Fase 2, 1.080 figuras foram expostas, em cadernos, para nomeação por escrito, a 1.926 alunos de 5a. a 8a. séries do Ensino Fundamental (com idade média variando de 11 a 14 anos),

dos quais 70% acabaram aplicando o mesmo nome a 780 figuras. O Banco 2 traz os dados de nomeação normatizada dessas 1.080 figuras;

3) Na Fase 3, 780 figuras foram expostas, em cadernos, para nomeação por escrito, a 2.600 alunos de 1a. a 4a. séries do Ensino Fundamental (com idade média variando de 7 a 10 anos), dos quais

70% acabaram aplicando o mesmo nome a 660 figuras. O Banco 3 traz os dados de nomeação normatizada dessas 780 figuras;

4) Na Fase 4, 660 figuras foram expostas, em cadernos, para nomeação por escrito, a 2.200 alunos da 3a. série 2.Educação Infantil (com idade média de 6 anos), dos quais 70% acabaram aplicando

o mesmo nome a 405 figuras. O Banco 4 traz os dados de nomeação normatizada dessas 660 figuras;

(19)

5) Na Fase 5, 405 figuras foram expostas, em cadernos, para nomeação em voz alta, a 900 alunos da 2a. série Educação Infantil (com idade média de 5 anos), dos quais 70% acabaram aplicando o

mesmo nome a 285 figuras. O Banco 5 traz os dados de nomeação normatizada dessas 405 figuras;

6) Na Fase 6, 405 figuras foram expostas, em cadernos, para nomeação em voz alta, a 900 alunos da 1a. série Educação Infantil (com idade média de 4 anos), dos quais 70% acabaram aplicando o

mesmo nome a 240 figuras. O Banco 6 traz os dados de nomeação normatizada dessas 405 figuras;

7) Na Fase 7, 240 figuras foram expostas, em cadernos, para nomeação em voz alta, a 600 alunos da 2a. série Maternal (com idade média de 3 anos), dos quais 70% acabaram aplicando o mesmo

nome a 128 figuras. O Banco 7 traz os dados de nomeação normatizada dessas 240 figuras; 8) Na Fase 8, 128 figuras foram expostas, em cadernos, para nomeação em voz alta, a 400 alunos

da 1a. série Maternal (com idade média de 2 anos), dos quais 70% acabaram aplicando o mesmo

nome a 117 figuras. O Banco 8 traz os dados de nomeação normatizada dessas 128 figuras. Na Etapa 2 foram gerados os bancos de figuras, cada qual com univocidade normatizada, como explicado acima, sob a forma de 5 cinco dicionários ilustrados.

1) o Dicionário Ilustrado 1 (Banco 1) com cerca de 414 páginas trazendo os dados de nomeação escrita de todas as cerca de 2.310 figuras por 1.375 universitários;

2) o Dicionário Ilustrado 2 (Banco 2) com cerca de 238 páginas trazendo os dados de nomeação de cerca de 1.080 figuras por cerca de 1.926 alunos de 5a. a 8a. séries do Ensino

Fundamental (11 a 14 anos de idade);

3) o Dicionário Ilustrado 3 (Banco 3) com cerca de 190 páginas trazendo os dados de nomeação de cerca de 780 figuras por cerca de 2.600 alunos de 1a. a 4a. séries do Ensino Fundamental

(7 a 10 anos de idade);

4) o Dicionário Ilustrado 4 (Banco 4) com cerca de 150 páginas trazendo os dados de nomeação de cerca de 660 figuras por cerca de 2.200 alunos de 3a. série da Educação Infantil (6 anos de

idade);

5) o Dicionário Ilustrado 5 (Bancos 5, 6, 7, 8) trazendo os dados de nomeação de cerca de 405 figuras por cerca de 2800 crianças de 2a. e 1a. séries da EI, e de 2a. e 1a. séries do Maternal,

sendo que as 405 figuras do Banco 5 foram avaliadas por 900 crianças de 2ª série do EI (5 anos de idade), as 405 do Banco 6 foram avaliadas por 900 crianças de 1ª série do EI (4 anos de idade), as 240 figuras por Banco 7 foram avaliadas por 600 crianças de 2ª série do Maternal (3 anos de idade), e as 128 figuras do Banco 8 foram avaliadas por 400 crianças de 1ª série do Maternal (2 anos).

Na Etapa 3 foi tomado o Banco 5, de 405 figuras que foram nomeadas em voz alta por 900 alunos de 2a. série da EI (5 anos de idade). Analisando os dados de nomeação dessas 405 figuras, foi

observado que 285 atingiram o critério de 70% de nomeação concordante. Esse conjunto de 285 figuras que se mostraram consideravelmente unívocas para crianças de 5 anos de idade foi tomado como corpus de figuras-alvo para para a geração do Teste de Vocabulário Recetivo Auditivo por Figuras Usp (AudFigUsp), em suas três formas (AudFigUsp-A-Orig, AudFigUsp-B-Orig, TVR-AudFigUsp-C-Orig). Essas 285 figuras foram, então, divididas em três conjuntos de 95 figuras-alvo cada uma. As demais 1.140 figuras distraidoras foram extraídas do banco original com 2.310 figuras, tendo sido selecionadas a partir da categoria semântica de cada tirinha. No TVR-AudFigUsp o avaliador pronuncia uma palavra e a tarefa da criança consiste em escolher, dentre as cinco figuras alternativas da tirinha, aquela que melhor corresponde à palavra falada pelo avaliador. Assim, na Etapa 3 foram geradas três formas originais do TVR-AudFigUsp, a serem validadas e normatizadas na Etapa 4, com o propósito de permitir o uso do TVR-AudFigUsp, em suas três formas, como instrumento alternativo de avaliação do vocabulário auditivo, em lugar de testes como o Teste de Vocabulário por Imagens Peabody (Dunn & Dunn, 1981, adaptado e normatizado por Capovilla & Capovilla, 1997) e o Teste de Vocabulário por Figuras USP (Capovilla & Prudencio, 2006). O oferecimento de três formas alternativas do TVR-AudFigUsp permite controlar o efeito de carreamento em avaliações sucessivas, reduzindo a aprendizagem do teste de uma aplicação para a aplicação seguinte.

Na Etapa 4 as três formas (A, B, C) do teste foram aplicadas, cada qual a um terço de uma amostra de 970 crianças de 2 a 6 anos, para obter normas de desenvolvimento do vocabulário auditivo. O TVR-AudFigUsp-A-Orig foi aplicado a 323 crianças; o TVR-AudFigUsp-B-Orig, a 327 outras crianças; e o TVR-AudFigUsp-C-Orig, a 320 outras crianças. Essa aplicação produziu dados de validade de desenvolvimento (sensibilidade para discriminar entre anos sucessivos da Educação Infantil), bem como tabelas de dados normativos de cada forma na faixa etária dos 2 aos 6 anos de idade. Para análise da validade de desenvolvimento, o efeito do ano escolar sobre a pontuação das crianças de cada

(20)

ano foi examinado por meio de Análises de Variância (Anovas) seguidas de análises de comparação de pares Fisher LSD e Bonferroni, com o objetivo de verificar se as formas A, B e C são capazes de discriminar entre anos escolares sucessivos. As três formas do teste mostraram validade de desenvolvimento, sendo capazes de discriminar entre anos escolares sucessivos. Isso permitiu sua normatização para a faixa de anos escolares em que houve essa validade de desenvolvimento. Além da validação e da normatização de cada uma das três formas originais do teste (TVR-AudFigUsp-A-Orig, TVR-AudFigUsp-B-Orig, TVR-AudFigUsp-C-Orig), nessa Etapa 4 essas três formas originais foram submetidas a análises de itens, com vistas a obter dois coeficientes de fidedignidade, o coeficiente Alfa de Cronbach e o coeficiente Split-Half, de cada uma das três formas originais do teste. Essa análise de itens também permitiu obter a frequência de acertos em cada um dos 95 itens de cada uma das três formas originais. Com isso, para cada uma das três formas originais, os 95 itens foram reordenados por grau crescente de dificuldade (i.e., por frequência decrescente de acertos), com vistas a obter a versão reordenada por grau de dificuldade progressiva (TVR-Audfigusp-A-Reord, TVR-AudFigUsp-B-Reord, TVR-AudFigUsp-C-Reord). Essa reordenação permite aumentar a eficácia e a praticidade das três formas do teste de vocabulário auditivo, possibilitando adotar critérios de interrupção da sessão baseados em um certo número de erros sucessivos. Isso abre caminho para a implementação desses critérios para aplicação computadorizada, com a consequente tabulação automática e emissão imediata de resultados mais sistematicamente analisados. Por fim, como fruto adicional da análise de itens, poderá ser feita a eliminação daqueles itens que apresentarem menor correlação parte-todo, de modo que sua eliminação resulta no aumento do coeficiente de fidedignidade Alfa de Cronbach. No futuro serão validadas e normatizadas as versões reordenadas e abreviadas, tanto em papel quanto computadorizadas, e cada uma das três formas.

4.2. Perspectiva geral do trabalho realizado Todas as etapas foram cumpridas.

N Etapa 1, foi inicialmente gerado um corpus de 2.310 figuras que foram apresentadas a uma amostra total de 10.901 avaliandos desde o Ensino Superior até a 1a. série do Maternal (que

corresponde a 2 anos de idade). Foram coletados e analisados dados de nomeação escrita (por alunos do ES até a 3a. série da EI) e oral (por alunos da 2a. a 1a. série da EI e de 2a. a 1a. série do Maternal).

Esse trabalho se deu nas oito fases seguintes:

Na Fase 1, as 2.310 figuras foram apresentadas a 1.375 alunos do ES para serem nomeadas por escrito. Dessas 2.310 figuras, 1.080 figuras obtiveram pelo menos 70% de nomeação concordante (i.e., unívoca) entre os universitários.

Na Fase 2, essas 1.080 figuras foram apresentadas a 1.926 alunos de 5a. a 8a. séries do EF para

serem nomeadas por escrito. Dessas 1.080 figuras, 780 foram consideradas unívocas pelos alunos de 5a. a 8a. séries do EF, obtendo deles pelo menos 70% de nomeação concordante (i.e.,

unívoca).

Na Fase 3, essas 780 figuras foram apresentadas a 2.600 alunos de 1a. a 4a. séries do EF para

serem nomeadas por escrito. Dessas 780 figuras, 660 foram consideradas unívocas pelos alunos de 1a. a 4a. séries do EF, obtendo deles pelo menos 70% de nomeação concordante (i.e., unívoca).

Na Fase 4, essas 660 figuras foram apresentadas a 2.200 alunos da 3a. série da EI para serem

nomeadas por escrito. Dessas 660 figuras, 405 foram consideradas unívocas pelos alunos da 3a.

série da EI, obtendo deles pelo menos 70% de nomeação concordante (i.e., unívoca).

Na Fase 5, essas 405 figuras foram apresentadas a 900 crianças da 2a. série da EI (5 anos de idade)

para serem nomeadas oralmente. Dessas 405 figuras, cerca de 285 foram consideradas unívocas pelas crianças de 2a. série da EI (4 anos de idade), obtendo deles pelo menos 70% de nomeação

concordante (i.e., unívoca).

Na Fase 6, aquelas mesmas 405 figuras foram apresentadas a 900 crianças de 1a. série da EI (4

anos de idade) para nomeação oral. Dessas 405 figuras, 240 figuras foram foram consideradas unívocas pelas crianças de 1a. série da EI (4 anos de idade), obtendo deles pelo menos 70% de

nomeação concordante (i.e., unívoca).

Na Fase 7, essas 240 figuras foram apresentadas a cerca de 600 crianças de 2a. série do Maternal (3

anos de idade). Dessas 240 figuras, 128 foram consideradas foram consideradas unívocas pelas crianças de 2a. série do Maternal (3 anos de idade), obtendo deles pelo menos 70% de nomeação

concordante (i.e., unívoca).

Na Fase 8, essas 128 figuras foram apresentadas a 400 crianças de 1a. série do Maternal (2 anos de

idade). Dessas 128 figuras, 117 foram consideradas unívocas pelas crianças de 1a. série do

Maternal (2 anos de idade), obtendo deles pelo menos 70% de nomeação concordante (i.e., unívoca).

Esse trabalho de coleta de dados permitiu obter dados normativos da nomeação das figuras para cada um dos oito níveis de escolaridade:

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2) 5a. a 8a. séries do Ensino Fundamental (com idade média variando de 11 a 14 anos);

3) 1a. a 4a. séries do Ensino Fundamental (com idade média variando de 7 a 10 anos);

4) 3a. série da Educação Infantil (com idade média de 6 anos);

5) 2a. série da Educação Infantil (com idade média de 5 anos);

6) 1a. série da Educação Infantil (com idade média de 4 anos);

7) 2a. série do Maternal (com idade média de 3 anos);

8) 1a. série do Maternal (com idade média de 2 anos).

Os dados resultantes dessa coleta com cada faixa de escolaridade foram organizados a cada faixa de escolaridade. Daí resultaram oito bancos de figuras, cada qual com univocidade normatizada para alunos dos oito diferentes níveis:

1) Banco de Figuras para o Ensino Superior;

2) Banco de Figuras para 5a. a 8a. séries do Ensino Fundamental (11 a 14 anos de idade);

3) Banco de Figuras para 1a. a 4a. séries do Ensino Fundamental (7 a 10 anos de idade);

4) Banco de Figuras para 3a. série da Educação Infantil (6 anos de idade);

5) Banco de Figuras para 2a. série da Educação Infantil (5 anos de idade);

6) Banco de Figuras para 1a. série da Educação Infantil (4 anos de idade);

7) Banco de Figuras para 2a. série do Maternal (3 anos de idade); e

8) Banco de Figuras para 1a. série do Maternal (2 anos de idade).

Cada um desses bancos de dados oferece a figura, sua glosa correspondente com respectivo grau de univocidade, a extensão dessa glosa (número de sílabas), a frequência de ocorrência no idioma, sua categoria gramatical, e definição semântica. Isso permitirá realizar buscas baseadas em critérios, tais como o grau de univocidade da figura para diferentes faixas de escolarização, a extensão e categoria gramatical da glosa, sua frequência de ocorrência para diferentes faixas de escolarização, dentre outros. Além dessas buscas, a computadorização futura desses bancos permitirá testar uma série de hipóteses experimentais, tais como a importância relativa, em diferentes faixas etárias, da frequência de ocorrência da palavra e da idade da aquisição de conceitos (e.g., cf. tabela de idade de aquisição de conceitos de Snodgrass & Yuditsky, 1996).

Na Etapa 2, esses oito bancos foram distribuídos em cinco dicionários ilustrados, todos prontos: 1) o Livro 1 com 418 páginas trazendo os dados de nomeação de 2.310 figuras por 1.375 alunos

do Ensino Superior;

2) o Livro 2 com 237 páginas trazendo os dados de nomeação de 1.080 figuras por 1.926 alunos de 5a. a 8a. séries do Ensino Fundamental;

3) o Livro 3 com 190 páginas trazendo os dados de nomeação de 780 figuras por 2.600 alunos de 1a. a 4a. séries do Ensino Fundamental;

4) o Livro 4 com 151 páginas trazendo os dados de nomeação de 660 figuras por 2.200 alunos de 3a. série da Educação Infantil; e

5) o Livro 5 (Bancos 5, 6, 7, 8) com 105 páginas trazendo os dados de nomeação oral por 2.800 crianças, sendo: as 405 figuras do Banco 5 foram avaliadas por 900 crianças de 2ª série do EI (5 anos de idade), as 405 do Banco 6 foram avaliadas por 900 crianças de 1ª série do EI (4 anos de idade), as 240 figuras por Banco 7 foram avaliadas por 600 crianças de 2ª série do Maternal (3 anos de idade), e as 128 figuras do Banco 8 foram avaliadas por 400 crianças de 1ª série do Maternal (2 anos). Esta dissertação apresenta uma amostra dos cinco livros resultantes desse esforço todo, cada qual num anexo (Anexos 10, 11, 12, 13 e 14).

Na Etapa 3, as 285 figuras (que atingiram o critério de 70% de nomeação concordante para 900 alunos de 2a. série da EI, aos 5 anos de idade) foram tomadas como figuras-alvo e divididas em 3

conjuntos de 95 figuras cada uma. gerando, assim, o Teste de Vocabulário Recetivo Auditivo por Figuras Usp (TVR-AudFigUsp), em suas três formas originais (A-Orig, TVR-AudFigUsp-B-Orig, TVR-AudFigUsp-C-Orig). Para tanto, primeiramente foi tomado o corpus de 285 figuras do Banco 5 que, tendo sido avaliadas pelos alunos de 2a. série da EI com 5 anos de idade, obtiveram 70%

de nomeação unívoca por esses alunos. Esse corpus foi então dividido em três conjuntos de 95 figuras cada um. Cada um desses três conjuntos originou, então uma versão diferente do Teste de Vocabulário Receptivo Auditivo por Figuras Usp (TVR-AudFigUsp) com 95 itens cada um. Foi assegurado, assim, que as figuras que compõem as três formas originais do TVR-Aud-Usp são altamente unívocas para crianças de 5 anos de idade. Cada uma das três formas da TVR-Aud-Usp é composta de 95 itens, sendo cada item formado de uma sequência de cinco figuras (uma figura alvo e quatro figuras distraidoras). No teste, a cada item, o avaliador pronuncia uma palavra e a tarefa da criança consiste em escolher dentre as cinco figuras alternativas aquela que melhor corresponde à palavra falada pelo avaliador, apontando para essa figura.

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