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SISTEMAS INTENSIVOS DE PRODUÇÃO DE BOVINOS DE CORTE ÊNFASE NA RECRIA DE FÊMEAS 1

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Academic year: 2021

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SISTEMAS INTENSIVOS DE PRODUÇÃO DE BOVINOS DE CORTE – ÊNFASE NA

RECRIA DE FÊMEAS1

Marta Gomes da Rocha, Luciana Pötter, Dalton Roso, Alexandre Motta de Souza, Vagner Guasso da Costa, Carine Lisete Glienke, Ana Paula Binato

1. INTRODUÇÃO

As fêmeas de corte com idade entre 12 a 24 meses representam 12,32% do rebanho bovino do Rio Grande do Sul (ANUALPEC, 2006) e a fase de recria destas fêmeas, que vai da desmama até o acasalamento é normalmente negligenciada. No estado, como reflexo do não atendimento das exigências para crescimento e desenvolvimento das novilhas, a sua idade média ao acasalamento é de 27,8 meses (SEBRAE, SENAR e FARSUL, 2005), mesmo que exista potencial genético e alimentar para que seu primeiro serviço ocorra aos 12-14 meses de idade. A recria das novilhas acontece, quase na sua totalidade, em campo nativo e a recomendação das estratégias alimentares a utilizar e do seu grau de intensificação, dependem da idade-alvo para o primeiro acasalamento destes animais: 24, 18 ou 12-14 meses de idade. Decisões de manejo a respeito de quando expor as novilhas à reprodução são complexas, uma vez que não são determinadas só por fatores biológicos, mas também econômicos e suas interações. Para alcançar o desenvolvimento das novilhas nas idades-alvo, o incremento das condições alimentares dos animais deve incluir o uso de pastagens cultivadas e/ou o uso da suplementação.

A literatura regional disponível e a prática mostram que para acasalamento das novilhas aos 24 meses de idade, o campo nativo e a utilização de pastagens cultivadas de inverno são suficientes para atingir este objetivo. A suplementação pode atuar para diminuir o risco da dependência exclusiva das pastagens anuais, o qual é maior quando o objetivo é o acasalamento de novilhas aos 12-14 meses ou aos 18-20 meses, pois estas categorias exigem nível alimentar alto e contínuo. A suplementação energética em pastagens pode ser usada para melhoria do ganho de peso individual, aumento da taxa de lotação ou para manter uniforme o valor de ganho de peso durante determinado período. Os efeitos de maior ganho individual e aumento na taxa de lotação, freqüentemente ocorrem de forma simultânea. O uso de suplementos pode minimizar os efeitos climáticos aos quais as pastagens cultivadas estão submetidas, em relação ao seu estabelecimento, crescimento e como conseqüência, na taxa de lotação suportada.

A melhoria das condições nutricionais pode possibilitar que um número maior de novilhas chegue ao final do primeiro inverno com desenvolvimento satisfatório, aspecto relevante no manejo de reposição de fêmeas do rebanho. A vantagem em investir na suplementação em relação ao uso exclusivo da pastagem está no risco quase nulo ligado ao fornecimento do suplemento, pois a quantidade oferecida não depende de condições climáticas.

A eficiência do uso da suplementação é dependente do efeito do consumo de suplemento no consumo de pasto. Dois fatores afetam a ingestão de nutrientes quando bovinos em pastejo são suplementados com concentrado: a taxa de substituição da forragem por concentrado e a depressão da digestão da fibra. Em pastagem de alta qualidade, como a aveia (Avena sp.) e azevém (Lolium multiflorum), o efeito da suplementação na taxa de substituição é mais importante que o efeito sobre a digestão da fibra e é esperado que nestas pastagens o principal efeito do fornecimento de suplemento

1 A orientação principal destes trabalhos esteve sob a responsabilidade da prof. Marta Gomes da Rocha e como co-orientadores estiveram os professores da UFSM João Restle, Fernando Luiz Ferreira de Quadros, José Henrique Souza da Silva e Ivan Luiz Brondani e a Dra. Teresa Cristina Moraes Genro, da EMPRAPA/CCPSUL. Gráficos e Figuras que reúnem um conjunto de informações foram gerados por trabalho desenvolvido pela Eng. Agr. Ana Paula Binato e pela prof. Luciana Pötter, da UFSM/CESNORS.

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esteja no aumento da taxa de lotação suportada pela pastagem.

Grãos de cereais, milho e sorgo, são tradicionalmente os suplementos mais utilizados para bovinos em pastejo. Para reduzir custos, os resíduos resultantes do processamento de alimentos, com potencial nutricional, também podem ser utilizados como suplementos. Estes resíduos, com maior controle de qualidade, constituem os sub-produtos de lavoura. Estes subprodutos possuem viabilidade técnica e econômica na suplementação de bovinos, com grande potencial de expansão nos próximos anos, devido aos grandes volumes produzidos anualmente e ao menor preço por tonelada. A safra gaúcha de grãos, em 2005/06 foi 6,78 milhões/ton de arroz, 0,72 milhões/ton de trigo e 7,57 milhões/ton de soja (FEE, 2007). O percentual de farelo é, em média, de 8% para arroz, 8,2% para o trigo e a casquinha da soja representa 7,3% do volume produzido, então a disponibilidade estimada destes subprodutos no ano agrícola mencionado foi de 542 mil toneladas de farelo de arroz, 59 mil toneladas de farelo de trigo e 553 mil toneladas de casquinha de soja. O grande volume disponível destes materiais facilita sua aquisição por parte dos produtores que buscam intensificar os sistemas pecuários com o uso de suplementos.

O principal objetivo deste texto é apresentar mais do que discutir aspectos da recria de fêmeas bovinas de corte, sob a perspectiva de dados gerados, de 1998 a 2006, em trabalhos de pesquisa conduzidos no laboratório de Forragicultura do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Os dados foram gerados em trabalhos de dissertações de mestrado defendidas no programa de pós-graduação em zootecnia da UFSM e os resultados não estão apresentados por autor, para que as informações tenham um sentido de conjunto. Para quem busca informações mais detalhadas e discutidas, os artigos publicados estão citados no final. Os trabalhos referem-se ao uso de pastagens cultivadas e suplementos e deve referem-ser enfatizado que o manejo adequado do pastejo, ou seja, da colheita pelo animal da forragem produzida é a etapa básica e fundamental antes do iní cio da discussão sobre o uso ou não de suplementos para os animais e o sucesso de sua utilização.

2. DESEMPENHO DA NOVILHA EM PASTEJO EM RESPOSTA AO RECEBIMENTO DE SUPLEMENTO

2.1. GANHO DE PESO DIÁRIO

Para novilhas em recria atingirem um 'peso alvo' por ocasião do acasalamento é necessário assegurar um determinado ganho individual, cujo valor é dependente do peso vivo dos animais no início do primeiro inverno. O ‘peso alvo’ a atingir no inicio do acasalamento, deve ser de 65 a 67% do peso adulto das vacas do rebanho (NRC, 2006). Em pastagens cultivadas de clima temperado, o manejo do pasto determina os valores médios de ganho de peso dos animais e estes valores dependem da quantidade e qualidade da forragem disponível e da oportunidade oferecida aos animais para selecionar as espécies e partes da planta preferenciais. Para o manejo da pastagem, são usadas medidas de referência, que dizem respeito exclusivamente ao pasto, como a ‘massa de forragem’ (kg/ha de matéria seca (MS)) e altura do dossel, ou parâmetros que relacionam a planta e o animal tais como a oferta de forragem (kg de MS por 100 kg de peso vivo (PV)) e oferta de lâminas foliares (kg de MS de lâminas foliares por 100 kg de PV). O animal, quando submetido a uma oferta de forragem que otimize o consumo de matéria seca, irá mostrar o máximo de sua produção individual, medida no produto animal de maior interesse comercial.

O desempenho individual, em resposta ao uso de suplementos, em pastagens de alta qualidade, depende inicialmente da oferta de forragem, assim como também a resposta esperada em pastejo exclusivo. Com oferta de forragem limitante, a inclusão de suplemento poderá ocasionar incremento no desempenho dos animais, pois o consumo de energia está limitado pela disponibilidade do pasto. Já em situações de oferta de forragem não limitante, o desempenho individual não pode ser previsto e pode ser semelhante ao não recebimento de suplemento.

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O consumo de matéria seca por animais em pastejo está relacionado com a quantidade e qualidade da forragem. A Figura 1 ilustra a variação no ganho de peso médio diário (GMD) dos animais em pastejo ao longo do ciclo da mistura de aveia preta (Avena

strigosa) e azevém (Lolium multiflorum) e esta variação ocorre tanto quando a quantidade

de forragem disponível é ‘alta’ (1500 kg/ha de MS) ou ‘baixa’ (1200 kg/ha de MS). Os valores do GMD, observados na Figura 1, podem ser explicados pela redução no consumo voluntário de MS, tanto no início da estação de pastejo quanto no final. No inicio existe alta umidade do pasto, e também a adaptação dos animais e de seu sistema digestivo a nova dieta. No final da estação, as mudanças que ocorrem na estrutura do pasto ao longo do seu ciclo, principalmente o aumento no percentual de colmos e material morto, podem apresentar-se de tal forma que o desempenho dos animais torna-se menor. O pasto consumido no final do ciclo também poderá ser menos digestível, com maiores percentuais de parede celular e menores teores de proteína bruta.

Figura 1. Ganho de peso médio diário(GMD), kg/dia, de novilhas de corte em pastagem de aveia e azevém, em disponibilidade de forragem ‘alta’ (DFA): 1500 kg/ha de MS e ‘baixa’ (DFB): 1200 kg/ha de MS

Na Figura 1, a tendência observada no ganho de peso mostra que as chances de que o suplemento aumente o consumo total de MS, são maiores nos períodos inicial e final do pastejo e que nestas ocasiões, seu efeito sobre o desempenho das novilhas será aditivo, elevando o suprimento de nutrientes sem reduzir a utilização do pasto. Na Figura 2, o incremento no GMD proporcionado pelo uso de suplementos, durante o ciclo do pasto, confirma esta suposição.

0,000 0,200 0,400 0,600 0,800 1,000 1,200 0 28 56 84 112 140 01/07 09/11 Dias de utilização G M D ( kg /di a) DFB DFA

(4)

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 01-28/07 29/07-25/08 26/08-22/09 23/09-21/10 22/10-09/11

PERÍODO DE UTILIZAÇÃO DA PASTAGEM

G M D ( k g /d ia ) 0,00 20,00 40,00 60,00 80,00 100,00 120,00 IN C R E M E N T O ( % )

PAST PAST+SUPL INCREMENTO

Figura 2. Ganho médio diário (GMD), kg/dia, de novilhas de corte em aveia e azevém (PAST) ou aveia e azevém + suplementação com grão de sorgo (SUPL) e incremento percentual do GMD das novilhas durante o período de pastejo

Na Figura 2 é observado que a incorporação de grão de sorgo, na proporção de 0,7% do PV, mostrou-se eficaz para compensar o desempenho animal discreto nos períodos inicial e final de utilização dos cereais de inverno, com incremento de 70% e 97% no GMD, respectivamente. Em outro experimento, no entanto, com uso de farelo de trigo em níveis que variaram de 0,3 a 1,5% do PV no decorrer do ciclo do pasto, de forma crescente (0,3; 0,6; 0,9; 1,2; 1,5% do PV) e decrescente (1,5; 1,2; 0,9; 0,6; 0,3% do PV), estes ganhos não diferiram do GMD de novilhas que receberam este suplemento em nível fixo de 0,9% do PV. Estes dados sinalizam para a possibilidade de mudança de valores nos níveis de farelo de trigo, desde 0,3 a 1,5% do PV, no decorrer do ciclo da pastagem de aveia mais azevém, sem que exista interferência no desempenho individual dos animais.

O grande entrave na utilização de suplementos é a determinação de seus níveis de inclusão na dieta, pois a qualidade da dieta total consumida pelo ruminante varia de acordo com o nível de suplemento, sua composição química e a composição química do pasto consumido. A Figura 3 ilustra a variação no consumo de forragem, estimado pelo método agronômico, ao longo do ciclo das pastagens de ciclo hibernal. O valor observado aos 54 dias de utilização, é semelhante ao valor de consumo estimado pelo NRC (2006) para esta categoria, de 2,5% do PV.

Figura 3. Consumo estimado de pasto (kg de MS, em% do PV) por bezerras de corte no decorrer do ciclo vegetativo da pastagem de aveia e azevém

0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 26 54 82

dias de utilização da pastagem

C o n s u m o e s ti m a d o d e f o rr a g e m ( % P V ) CEF YCEF=-1,583+0,1427x-0,00128x2 P<0,0001 r2=52,88%

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Na Figura 3 é observado que o consumo de pasto não é uniforme no decorrer do ciclo da pastagem e representa, no final do ciclo, 0,5% de MS em relação ao PV. A mensuração do consumo voluntário em pastejo é complexa e pode ser aceito que os valores estimados não correspondam de maneira exata aos valores ‘reais’ de consumo, mas a técnica utilizada mostra a tendência de redução ou crescimento dos valores de consumo durante o ciclo do pasto. No final do ciclo, se estiver sendo fornecido 1,0% do PV de suplemento, este pode representar 66,6% da dieta consumida e especialmente nesta ocasião sua composição química será determinante no conteúdo total de nutrientes da dieta, para atender ou não as exigências da categoria para determinado ganho. A pastagem de aveia mais azevém, durante todo o seu ciclo, atende as demandas de proteína bruta (PB) para novilhas em recria. O suplemento energético quando fornecido em níveis inferiores a 1% do PV, pode contribuir para o fornecimento de proteína de forma indireta, ampliando a síntese de compostos nitrogenados microbianos a partir do N da forragem.

A Figura 4 mostra o GMD de novilhas, nos diferentes experimentos conduzidos, em resposta a níveis de suplemento, que variaram entre 0,3 a 1,5% do peso vivo. O fornecimento de suplemento foi sempre realizado de forma coletiva, em cochos de madeira.

0,400 0,500 0,600 0,700 0,800 0,900 1,000 1,100 1,200 1,300 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 níveis de suplemento (%) G M D ( k g )

Figura 4. Ganho médio diário (GMD), kg, de novilhas recebendo diferentes níveis de suplemento em relação a seu peso vivo, em pastagens de aveia e azevém

Pode ser observado na Figura 4 que o GMD de animais exclusivamente em pastagem e com oferta de forragem não limitante ao consumo, variou de 0,55 kg/dia a valores próximos de 1 kg/dia. O GMD, em animais suplementados esteve, em algumas ocasiões, dentro da faixa de valores observados em animais exclusivamente a pasto e níveis de suplemento de 1% do PV ou superiores a este não contribuíram para aumento no GMD. Devido a variação individual no consumo de suplemento, é difícil que exatamente a ‘quantidade alvo’ desejada (% de suplemento em relação ao PV) seja atingida quando o suplemento é fornecido de forma coletiva. É esperado que exista maior variação no consumo e maior dispersão nos valores de GMD quando a % do suplemento é inferior a 0,5% do PV. Riscos de distúrbios metabólicos causados pelo consumo de suplemento, por outro lado, são maiores com maior participação percentual do suplemento.

Os trabalhos conduzidos avaliaram o uso de grão de milho e sorgo, farelo de trigo, polpa cítrica, farelo de arroz + polpa cítrica, casquinha de soja, resíduos de lavoura e ração comercial como suplemento para novilhas de corte. Apenas dois entre os trabalhos conduzidos comparou diferentes suplementos simultaneamente e não foi verificada vantagem, no desempenho dos animais, do uso do grão de milho em relação aos sub-produtos testados. Para escolher suplementos pela sua composição química, é importante saber que as necessidades de PB dos animais são atendidas exclusivamente em pastagem de inverno, e o teor de PB da forragem aparentemente consumida pode chegar a ser 72% superior à exigência para esta categoria.

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Figura 5. Ganho médio diário, kg/dia, de novilhas de corte em pastagem de aveia e azevém recebendo diferentes suplementos

Na Figura 5 podem ser observados valores mais elevados de GMD quando o suplemento foi ração comercial (14% PB; 18,8% FDN; 85% DIVMO; 78,2% NDT), por sua formulação, que preservou o equilíbrio entre proteína e energia e logo após, o maior GDM foi observado com casca de soja, que caracteriza-se por seu alto teor de fibra potencialmente digestível. Segundo Tambara et al. (1995), o conteúdo de fibra efetiva na casca de soja estimula a salivação, a ruminação e mantém o ambiente ruminal adequado.

O farelo de arroz integral é um suplemento energético abundante e de fácil obtenção no Sul do país. A polpa cítrica é um subproduto que ocasionalmente pode ser adquirido a baixo custo e ser utilizado na alimentação de ruminantes, com o objetivo de tornar o sistema mais econômico. A utilização da mistura de farelo de arroz integral e polpa cítrica é uma alternativa que pode ser utilizada para adequar a relação Ca:P do suplemento. Para maximizar a utilização de gramíneas forrageiras temperadas, com o fornecimento de um único suplemento, o grão de milho parece ser um pouco mais adequado que o farelo de trigo. A bibliografia disponível, no entanto, diz que o farelo de trigo além de fonte de amido, é fonte de fibra prontamente digestível, e teria um menor efeito associativo negativo sobre o ambiente ruminal. A disponibilidade e o custo, no entanto, podem constituir as principais considerações na escolha de um entre estes dois suplementos.

A Figura 6 mostra os teores de proteína bruta na forragem aparentemente consumida pelos animais no decorrer do ciclo da pastagem. Esta forragem é coletada pela técnica de simulação do pastejo (Gibb & Treacher, 1976) e é suposto que seus valores químicos sejam os mais parecidos com os valores do pasto consumido pelos animais em pastejo.

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4

Sorgo Milho Far. Trigo Far. arroz + polpa Casca de soja Resíduos Ração comercial Suplementos GMD ( k g/ a ni m a l/ di a )

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PB y = 27,66 - 0,373x + 0,006x2 - 0,00003x3 R2 = 80% P<0,01 CV= 8,99% 0 5 10 15 20 25 30 0 28 56 84 112 140 01/07 09/11

Dias de utilização da pastagem

P

B

(%

)

Valor Estimado

Figura 6. Percentagem de proteína bruta (PB) da pastagem de aveia preta + azevém de acordo com o período de pastejo (dias)

Para entender a resposta dos animais em pastejo quando recebem suplementos que tenham sua composição nitrogenada semelhante a do grão de sorgo (6,1 – 9% de PB), os dados contidos na Figura 6 são esclarecedores. Pode ser observado que os teores de PB no pasto excedem os valores das exigências da categoria animal testada, 12% de PB, durante a maior parte do ciclo e são valores próximos a este no final da utilização da pastagem. Neste caso, o suplemento assume importância distinta conforme o ciclo do pasto e até 100 dias de pastejo, o grão de sorgo é importante apenas como fornecedor de carbono para os microorganismos, uma vez que há excesso de nitrogênio no rúmen, proveniente da forragem consumida, com teor protéico superior a 18%. Nos últimos dias de utilização do pasto, quando este apresenta teor de PB próximo das exigências da categoria animal em pastejo, o teor de PB do sorgo pode representar apenas 47,3% das exigências para máximo desempenho individual. No final do ciclo das forrageiras, a utilização de uma quantidade elevada de grão de sorgo como suplemento pode resultar em baixa relação proteína/energia na dieta total e, inclusive, reduzir o valor do ganho de peso dos animais suplementados em relação aos não suplementados.

A Figura 7 mostra a relação do GMD de animais suplementados e não suplementados em relação aos dias de utilização da pastagem.

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0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1º ao 30º dia 31º ao 60º

Dias de utilização da pastagem

61º ao 90º 91º ao 120º a partir 120º Sem suplementação Com suplementação G M D (k g /a n im a l)

Figura 7. Ganho médio diário (GMD), kg/dia, de novilhas de corte em pastejo, recebendo ou não suplemento.

Os valores distintos de GMD, ao longo do ciclo das forrageiras, traduzem a heterogeneidade da distribuição da forragem, com mudanças principalmente em sua estrutura e qualidade, pois nos experimentos conduzidos, a massa de forragem foi manejada com valores não limitantes do consumo. Para uma composição química e quantidade constante do suplemento ao longo do ciclo, com a mudança na composição quali e quantitativa do pasto, muda a composição da dieta total e vai existir resposta diferenciada no ganho individual, relacionada com o atendimento das exigências do animal em pastejo. A resposta animal ao uso de suplementos energéticos nestas pastagens também é variável em decorrência das condições ambientais que favorecem o crescimento das plantas.

2.2. ESCORE DE CONDIÇÂO CORPORAL

A avaliação do escore de condição corporal (LOWMAN et al., 1973) é um método rápido, barato e fácil de avaliar o estado nutricional e de saúde de um rebanho. A flutuação na condição corporal é mais confiável que as flutuações de PV para avaliar o estado nutricional de um animal. Para que as novilhas manifestem a puberdade, e possam ter condições de ser acasaladas é necessário que detenham um ECC mínimo de 3,0, quando a escala é de 1 (muito magro) a 5 (muito gordo) (Rocha, 1997).

A

taxa de prenhezdas fêmeas bovinas no período de acasalamento será maiorquanto melhor for a sua condição corporal

(

Lemenager et al., 1980)

Na Figura 8 estão resumidos os valores relativos ao escore de condição corporal de novilhas que receberam ou não suplemento em pastagem cultivada.

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Figura 8. Evolução do escore de condição corporal de novilhas em pastagem de gramíneas hibernais, recebendo ou não suplementação (média de oito experimentos)

O maior valor de ECC das novilhas suplementadas é observado na Figura 8, e estas apresentaram, em média, 0,25 pontos a mais no ECC que as não suplementadas, valor que pode ser decisivo para manifestação ou não de estro na estação de acasalamento. Para taxas similares de GMD, pode ocorrer diferença no ECC. O maior ECC dos animais suplementados, ao final do período de pastejo, é determinado pela composição do ganho de peso. Animais recebendo suplemento energético em pastagens com elevado teor de PB tendem a acumular gordura mais precocemente em relação aqueles exclusivamente em pastejo. Altas relações de proteína e energia nos nutrientes consumidos possuem a habilidade para alterar a condição corporal de animais em pastejo (Poppi & McLennan, 1995). A tendência do ECC é de aumentar linearmente durante o período de pastejo, quando não há restrição ao consumo.

Valores obtidos mostram que em pastagens de inverno, no final da estação, os animais não suplementados necessitariam 28,6kg a mais de aumento de peso para atingirem o mesmo ECC que os animais suplementados, o que corresponderia, conservando o mesmo valor numérico de ganho de peso, 32 dias a mais de pastejo. Em outro experimento, também em pastagem de inverno, novilhas recebendo suplemento aumentaram 0,9 pontos (R2= 96%) e as exclusivamente em pastagem 0,4 (R2 = 74%) pontos no ECC, realizando ganhos de 115 e 187 kg/ponto adicional no ECC, respectivamente. A massa de forragem utilizada em aveia e azevém, 1500 ou 1200 kg/ha de MS, não alterou o escore de condição corporal das novilhas aos 12 meses de idade.

Em diferentes níveis de suplemento (grão de sorgo), o ganho de ECC acumulado durante o período de pastejo, em aveia e azevém, foi de 0,5; 0,8; 0,7 e 0,8 pontos para novilhas não suplementadas e recebendo suplemento na proporção de 0,5; 1,0 e 1,5% do PV, respectivamente. Quando as novilhas experimentais passaram por restrição alimentar anterior ao período experimental, não foi observada mudança no ECC de novilhas que receberam suplemento em relação as não suplementadas. Este resultado é explicado pela realização de um ganho compensatório, que pode durar até 90 dias, caracterizado por maior crescimento muscular. 2,4 2,6 2,8 3,0 3,2 3,4 3,6 1 100 Dias de utilização da pastagem

Sem suplemento Com suplemento E sc ore de con di ção corp oral

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2.3. TAXA DE LOTAÇÂO, CARGA ANIMAL

A taxa de lotação ou a carga animal (kg/ha de PV) não pode ser fixa em pastagens, na medida em que o ambiente que suporta o crescimento das forrageiras é variável na oferta de recursos como água, temperatura, luz e nutrientes, entre outros. Planejamentos forrageiros envolvendo análises biológicas e econômicas são descartáveis sem o uso adequado do ajuste de carga animal dentro do período de pastejo. A taxa de lotação a ser aplicada é dependente da velocidade de crescimento desejada para as novilhas e da área disponível para a recria destes animais. Com o fornecimento de suplemento, pode ocorrer efeito substitutivo, decorrente da substituição do consumo de forragem pelo consumo de suplemento, permitido o uso de maior carga animal por área e de maior número de novilhas com o ‘peso alvo’ atingido no final do primeiro inverno. Os trabalhos realizados, utilizando níveis variáveis de suplemento, têm mostrado coeficientes de substituição que variaram de 0,3 a 1,0 kg de pasto por kg de suplemento. Taxas de substituição próximas a 1 kg pasto/kg suplemento, são relatadas por Van Soest (1994), em pastagens de alta qualidade, como é o caso das pastagens temperadas de inverno. Valores de kg de MS do pasto necessários para produção de 1 kg de PV, com fornecimento aos animais de ração comercial em níveis variando entre 0 a 0,9% do PV, são apresentado na Figura 9.

Figura 9. Eficiência de transformação de MS do pasto em kg de PV, com novilhas recebendo níveis de suplemento entre 0 a 0,9% do PV, em pastagem de aveia mais azevém

O menor aporte de pasto por kg produzido, nos animais suplementados, observado na Figura 9, é devido ao efeito substitutivo do consumo de MS do suplemento sobre o consumo de MS do pasto. A maior eficiência de utilização da MS do pasto é melhor explicada pelo modelo da equação linear (Ŷ= 11,95 – 5,06x), com o consumo diminuindo em 5,06 kg de MS do pasto a cada um por cento a mais no nível de suplemento fornecido. Quando o suplemento passa a ser parte do ecossistema forrageiro, a melhor forma de utilização da pastagem, no que se refere a taxa de lotação, poderá ser definida pelo melhor entendimento da eficiência de utilização do pasto. Em outro experimento, a melhor eficiência de transformação da forragem consumida, 8,26 kg MS do pasto/kg de PV, foi obtida no nível de suplementação de 1,4% do PV/dia enquanto novilhas exclusivamente a pasto precisaram de 11,80 kg de MS para produção de 1 kg de PV. 6,0 8,0 10,0 12,0 14,0 0,0 0,3 0,6 0,9 Níveis Suplemento

kg

M

S/

kg

P

V

médias observadas ?= 11,95 – 5,06x R2 = 59,10 % CV = 16,87 % P = 0,0258

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Na Figura 10 estão os valores de carga animal, kg/ha de PV, em resposta aos níveis 0; 0,5; 1,0 e 1,5% de grão de sorgo em relação ao PV.

400

600

800

1000

1200

1400

1600

0

30

60

90

120

dias de utilização da pastagem

CA

(

kg/ha)

SS = valor estimado S 0,5= valor estimado

S 1,0=valor estimado S 1,5= valor estimado

Figura 10. Carga animal (CA), kg/ha de PV, em aveia preta + azevém sob pastejo de novilhas de corte recebendo diferentes níveis de suplemento

Pela observação dos valores de carga animal, na Figura 10, o conceito de que a suplementação atua para diminuir o risco da dependência exclusiva das pastagens anuais, sem variar a taxa de lotação, só se mostrou verdadeiro, dentre os níveis testados, para uso de 1,5% de suplemento do PV. Nesse nível a carga animal mostrou ajuste ao modelo de regressão linear crescente durante o ciclo do pasto, sendo independente da taxa de acúmulo de forragem. No nível de 0,5% de suplemento, os valores de carga animal oscilaram ao redor dos valores observados com o uso exclusivo da pastagem e portanto com dependência semelhante dos fatores climáticos que determinam o crescimento do pasto.

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Na Figura 11 estão os valores de carga animal, kg/ha de PV, em resposta ao níveis de suplemento testados. 0,4 200,4 400,4 600,4 800,4 1000,4 1200,4 1400,4 1600,4 1800,4 2000,4 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 níveis de suplemento (%) C A R G A A N IM A L ( k g )

Figura 11. Carga animal (kg/ha de PV) em pastagem de gramíneas hibernais, com animais recebendo diferentes níveis de suplemento

Os valores de carga animal sem suplemento (Figura 11) mostram pequena dispersão, com intervalo de 400 kg de PV entre o maior e o menor valor observado. Por outro lado, o uso de suplemento pode representar acréscimo de até 225% na carga animal. O aumento na carga, que pode ser observado em alguns dos níveis estudados, é resultado do decréscimo na ingestão de pasto. Além deste efeito, a suplementação normalmente aumenta o consumo total de MS e assim também o consumo de energia é aumentado (Rearte & Pieroni, 2001).

Na Figura 12 estão os valores de carga animal e ganho diário médio, em resposta aos níveis de suplemento testados.

0,0 0,3 0,5 0,6 0,7 0,9 1,0 1,4 1,5 GMD (gramas) CARGA ANIMAL (kg) CARGA ANIMAL (kg) 0 500 1000 1500 2000 níveis de suplemento (%)

Figura 12. Ganho médio diário (gramas) e carga animal (kg/ha de PV) em pastagem de gramíneas hibernais, com novilhas recebendo diferentes níveis de suplemento em relação ao peso vivo

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Na Figura 12 pode ser visualizado que os níveis de suplemento recomendados diferem quando os objetivos de seu uso são, o de aumentar os valores de GMD ou de aumentar os valores de carga animal em relação ao uso exclusivo da pastagem. A carga animal aumenta, em relação ao nível zero de suplemento, a partir de 0,7% de suplemento em relação ao PV enquanto o GMD é elevado em maior proporção quando os níveis de suplemento são inferiores a 0,7% do PV. Caton & Dhuyvetter (1997) afirmam que efeitos negativos do suplemento sobre consumo e digestibilidade ruminal seriam notados com fornecimento de suplemento em nível igual ou superior a 0,8% do PV ou 30 g de suplemento por kg de peso metabólico. Dados coletados, no entanto, mostraram que não houve redução no desempenho individual quando o consumo foi de até 53 g de suplemento por kg de peso metabólico.

3. GANHO DE PESO VIVO

O ganho de peso vivo por hectare (GPV) é o elemento que define a renda obtida no sistema pecuário e é obtido pela multiplicação dos ganhos individuais pela taxa de lotação da pastagem e número de dias de utilização da mesma.

A Figura 13 mostra a relação do GPV obtido com e sem o fornecimento de suplementos para os animais em pastejo em aveia e azevém.

Figura 13 . Ganho de peso vivo, (kg/ha), com novilhas de corte suplementadas e não suplementadas.

A Figura 13 mostra a tendência, em diferentes experimentos, de existir incremento no GPV com o uso de suplementos e o maior impacto desta técnica é observado após 90 dias de utilização do pasto. O impacto do uso de suplementos sobre o GPV depende da intensidade da mudança provocada no GMD e na taxa de lotação, para um mesmo período de utilização da pastagem. Produções de 1.039,3 kg/ha de PV foram registradas em aveia e azevém quando foi fornecido aos animais farelo de trigo em quantidade crescente no decorrer do ciclo da pastagem (0,3; 0,6; 0,9; 1,2; 1,5% do PV). Com o uso exclusivo de

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 1- ao 31- 60 61- 90 91- 120 Sem suplementação Com suplementação GPV (kg) Dias de utilização

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pasto, entre os maiores valores registrados, está o de produção de 761 kg/ha de PV, associado a um período maior de utilização da pastagem (Roso & Restle, 2000).

O GPV em resposta a diferentes níveis de suplemento estudados mostrou acréscimo de 26,2; 31,2 e 54,8% para níveis de 0,3; 0,6 e 0,9% de suplemento (ração comercial) em relação ao PV, respectivamente. Em outro estudo, foram observados incrementos de 32,7 e 58,2% no GPV para níveis de 0,7 e 1,4% do PV/dia de farelo de arroz mais polpa cítrica (1:1) em relação ao uso exclusivo de aveia e azevém, que produziu 424,2 kg/ha de PV. O uso de 0,9% de farelo de soja em relação ao nível zero de suplemento provocou acréscimo de 29% no GPV. Também em estudo com diferentes níveis de suplemento, o modelo de regressão mostrou GPA adicional de 24,9 kg/ha para cada 0,1% de acréscimo no nível de suplemento.

Na Tabela 1 estão o conjunto de valores percentuais adicionais no ganho médio diário, ganho de peso vivo e carga animal resultantes do uso de suplementos.

Tabela 1. Diferença adicional, em percentagem, no ganho médio diário (GMD), ganho de peso vivo (GPV) e carga animal (CA) do uso da suplemento em relação ao uso exclusivo de pastagem de aveia e azevém, dados médios de seis experimentos

Parâmetros Dias de utilização

1-30 31-60 61-90 91-120 > 120

GMD 14,0 7,2 27,0 24,2 40,0

GPV 23,6 25,0 35,0 65,0 -

CA 22,4 11,2 21,9 32,6 35,9

Os dados da Tabela 1 mostram que, na média, os efeitos do suplemento foram de provocar de 22,5% de acréscimo no GMD e 25% de acréscimo na carga animal e estes efeitos manifestaram-se simultaneamente, embora varie a proporção de manifestação de cada um durante o ciclo da pastagem. Valores elevados no GMD e na taxa de lotação resultaram em incremento médio de 37% no ganho de peso vivo/ha.

A rentabilidade de um programa de suplementação depende do seu custo adicional, relacionado com a aquisição de suplemento, distribuição, mão de obra, etc. Para o cálculo de economicidade, são muito variáveis os valores referentes aos kg de suplemento necessários por kg de ganho de peso vivo adicional por hectare. Em níveis de 0,3, 0,6 e 0,9% de ração comercial em relação ao PV, foram consumidos respectivamente 2,1; 3,7 e 3,8 kg de suplemento por kg adicional produzido. Estas relações são mais eficientes que as observadas com novilhas em pastagem de aveia mais azevém recebendo grão de sorgo em todo o período da pastagem ou até o final do mês de setembro, de 7,3 e 7,6 kg, respectivamente. Com farelo de arroz e polpa cítrica, em 0,7 e 1,4% do PV/dia foram utilizados 9,26 e 11,60 kg de suplemento para um kg de ganho/ha adicional em relação ao tratamento sem suplemento.

A redução da idade de acasalamento de fêmeas leva a uma alteração na estrutura do rebanho de cria de bovinos de corte, reduzindo o intervalo entre gerações e diminuindo a participação de animais improdutivos na composição do rebanho. A análise econômica é falha se ficar restrita a uma só parte do ciclo reprodutivo, pois existe implicação do ganho ou da condição de prenhez em um ponto determinado em eventos posteriores.

4. COMPORTAMENTO INGESTIVO

O crescimento da agricultura em áreas tradicionalmente dedicadas a pecuária extensiva, no Rio Grande do Sul, aumentou o valor da terra e mudou o modelo criatório da pecuária de corte na direção de um sistema mais intensivo, caracterizado pela utilização de alta carga animal e uso da suplementação (Rearte & Pieroni, 2001). Essa intensificação altera o comportamento ingestivo dos animais em pastejo e o seu conhecimento pode ser útil no estabelecimento de novas práticas de manejo, visando uma maior eficiência do sistema produtivo. As atividades diárias do animal na pastagem compreendem períodos alternados de pastejo, descanso e ruminação. A duração e distribuição destas atividades

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podem ser influenciadas pelas características da pastagem, manejo, condições climáticas e atividade dos animais do grupo.

Quando os animais recebem suplemento, novas variáveis interferem no consumo de nutrientes, associadas às relações de substituição do pasto por suplemento e/ou adição no consumo total de matéria seca, as quais mudam conforme as características da base forrageira e do suplemento (Hodgson, 1990). Com o fornecimento de concentrado aos animais em pastagens cultivadas, geralmente são observadas alterações no comportamento ingestivo dos animais, no que se refere a tempos de pastejo, ruminação e ócio, taxa e tamanho de bocado. O conhecimento dos mecanismos do processo de pastejo é importante para entender o controle do consumo pelos animais.

Na Figura 14 pode ser visualizada a distribuição percentual das bezerras em pastejo, recebendo diferentes níveis de grão de sorgo (0; 0,5; 1,0 e 1,5% do peso vivo), em pastagem de aveia e azevém, com comportamento ingestivo avaliado durante 24 horas.

Figura 14. Distribuição das bezerras na atividade de pastejo sem e com suplementação (SS- sem suplemento; S0,5- suplemento a 0,5% do PV; S1,0- suplemento a 1,0% do PV; S1,5- suplemento a 1,5% do PV).

Na Figura 14, é observada maior concentração de animais em pastejo nos horários correspondentes ao amanhecer e entardecer, 7 e 18:00 horas. Em estações do ano nas quais pode ser observada esta concentração, não é recomendado o fornecimento de suplemento nestes horários, pois estimularia a substituição do consumo de pasto pelo consumo de suplemento. Nos animais não suplementados, existe concentração de animais em pastejo desde as 12 até as 18:00 horas e, nos animais que recebem suplemento, em menor proporção, há concentração de animais em pastejo no horário anterior ao fornecimento do suplemento, realizado diariamente às 14:00 horas.

Em estudos que compararam o tempo de pastejo (TP) de animais suplementados ou não, o TP dos animais exclusivamente em pastagem foi superior 22,3, 22,8 e 40,2% ao TP de animais que receberam grão de sorgo em níveis de 0,5, 1,0 e 1,5% do PV, respectivamente, correspondendo a 115,84, 118,54 e 209,04 minutos a mais no TP diário. Por outro lado, o fornecimento de suplemento proporcionou reduções no TP dos animais de 17,31%, 22,83% e 33,57%, respectivamente quando os animais receberam ração comercial em níveis de 0,3; 0,6 e 0,9% do PV. È esperado, então, que o gasto de energia associado ao pastejo seja reduzido com o recebimento de suplemento.

Distribuição do tempo de pastejo

0 20 40 60 80 100 6:00 10:00 14:00 18:00 22:00 2:00 % de bezerras SS S1,5 0 20 40 60 80 100 6:00 10:00 14:00 18:00 22:00 2:00 Horário S0,5 S1,0

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Os valores médios do número de refeições diárias (ou visitas ao cocho) e tempo médio por refeição, em minutos, com novilhas recebendo farelo de trigo como suplemento, são apresentados na Tabela 2.

Tabela 2. Freqüência de retorno ao cocho (vezes/dia) e média de tempo de permanência no cocho de bezerras recebendo níveis crescentes de suplementação

Tratamentos Freqüência de retorno ao cocho Tempo de permanência no cocho

S0,5 3 10 min 42 s

S1,0 6 8 min 32 s

S1,5 9 7 min 50 s

O número de refeições diárias foi influenciado pelos níveis de concentrado, como também o tempo despendido por refeição. Pode ser observado na Tabela 2 que o retorno ao cocho foi mais freqüente com o aumento dos níveis de farelo de trigo, enquanto o tempo de permanência no cocho diminuiu. Conforme Caton & Dhuyvetter (1997), a ingestão muito rápida de uma grande quantidade de suplemento, de uma só vez, poderia provocar distúrbios digestivos nos animais, pois o declínio no pH ruminal associado com o aumento do amido na dieta afetam as bactérias ruminais, resultando na redução da digestão da fibra e do consumo de forragem no pastejo. Desta forma, a suposição de que seria necessário o aumento na freqüência do fornecimento de suplemento, proporcionando um acréscimo de mão de obra, não é verdadeira, quando o farelo de trigo é fornecido como fonte energética, até 1,5% do PV, pois o aumento da freqüência é realizado pelos próprios animais que não consomem o alimento fornecido de uma só vez. Por outro lado, quando o suplemento foi ração comercial, o número de visitas diárias, média de cinco, e o tempo médio de cada visita, 6 minutos, não foram influenciados pelos níveis de concentrado (0,3 a 0,9% do PV).

5. REPRODUÇÃO

Muitos estudos sobre a puberdade mostram que a variabilidade na ocorrência do primeiro cio é devida a genética, idade, sexo, condição corporal, local e ambiente. O nível nutricional e a estação são as duas variáveis mais bem definidas influenciando o início da puberdade em novilhas de raças de corte. Na Tabela 3 encontram-se os valores médios de idade, dias, peso (kg) na puberdade, escore de condição corporal (1-5) e percentagem de estro de bezerras de corte, cruzas Charolês-Nelore, em pastagem de aveia e azevém sob diferentes níveis de suplementação energética. O suplemento, com 7,10% de PB e 76,25% de DIVMO, era formado pela mistura de farelo de arroz integral e polpa cítrica(1:1).

Tabela 3. Valores médios de idade e peso na puberdade (PV), escore de condição corporal (ECC) e percentagem de estro de bezerras de corte em pastagem de aveia e azevém sob diferentes níveis de suplementação energética (0%=Pastagem; 0,7 e 1,4% do peso vivo (PV)) Tratamento Idade (dias) PV (kg) ECC (1-5) Estro (%) Pastagem 280 270 3,6 b 9,1 b 0,7% PV 257 261 3,9 a 68,7 a 1,4% PV 254 251 3,9 a 70,6 a Média 264 261 3,8 a 49,5 a

Médias seguidas de letras diferentes na coluna diferem entre si (P<0,05)

Os níveis de suplemento, 0,7 e 1,4% do PV, não interferiram em peso à puberdade e idade à puberdade. A puberdade foi considerada como a manifestação do primeiro estro seguido por estros regulares a cada 21 dias. As observações diárias do estro iniciaram em 17/08/1999 e prolongaram-se até 07/02/2000. Animais suplementados apresentaram os

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maiores ECC e % de estro, sem diferir entre si. O efeito de maior impacto no uso de suplementos foi observado no percentual de estros: animais suplementados com 0,7 e 1,4% do PV/dia apresentaram 54,9% e 75,8% mais estros que os animais não suplementados.

As fêmeas de corte, para estarem aptas a conceber, devem apresentar atividade ovariana cíclica antes da estação de monta. O escore do trato reprodutivo (ETR) foi desenvolvido por Anderson et al. (1991) para descrever o grau de amadurecimento do aparelho genital das fêmeas de reposição e usa escala de 1 a 5 para avaliar, por palpação retal, os ovários e cornos uterinos. Na Figura 15 estão os valores do ETR de novilhas de corte, aos 18 meses de idade, no final do pastejo em campo nativo, milheto (Pennisetum

americannum) e milheto mais 1% de suplemento em relação ao peso vivo. O suplemento

foi ração comercial, com 14% de PB, 18,8% de FDN e 78,2% de NDT. O período de pastejo foi compreendido entre 26/01 e 20/04/2006.

3,4 2,8 1,8 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4

CAMPO NATIVO MILHETO MILHETO + 1%

SUPLEMENTO E S C O R E T R A T O R E P R O D U T IV O ( E T R )

Figura 15. Escore de trato reprodutivo (ETR) de novilhas aos 18 meses em pastagem natural, milheto e milheto + suplementação

De acordo com a Figura 15, nos sistemas avaliados, somente as novilhas que receberam suplemento em pastagem de milheto, com ETR superior a 3, apresentavam condições de conceberem durante a estação de monta. A novilha é considerada púbere quando o ETR apresentado é maior que 3. Os nutrientes ingeridos só atendem a função reprodutiva depois de atendidas todas as outras prioridades, com exceção do acúmulo de gordura. Desta forma, o suplemento mostrou ser de fundamental importância para garantir índices reprodutivos satisfatórios para o acasalamento de novilhas aos 18-20 meses de idade.

A percentagem de ovários funcionais, classificados apenas como ‘com’ e ‘sem atividade’, de acordo com diferentes sistemas alimentares para acasalamento de novilhas de corte aos 18-20 meses de idade está apresentada na Tabela 4. Os animais permaneceram, no período de inverno (01/julho a 09/novembro), em aveia e azevém, com ou sem uso de suplemento. O suplemento, em ‘aveia + azevém + suplementação’ foi grão de sorgo moído, 0,7% do peso vivo (PV)/dia. No verão (26/12 a 14/04/2002), animais suplementados e não suplementados foram para pastagem de milheto ou permaneceram no campo nativo ocupado por capim Annoni. Os tratamentos foram constituídos, então, por: aveia +azevém + milheto; aveia + azevém + campo nativo; aveia + azevém + suplementação + milheto; aveia + azevém + suplementação + campo nativo.

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Tabela 4. Percentual de novilhas de corte com ovário funcional em 09/11/2001 e 01/06/2002, submetidas a diferentes sistemas de alimentação

Data e tratamento Sem atividade Com atividade

09/11/2001

Aveia + azevém 62,5 a 37,5 b

Aveia + azevém + suplementação 87,5 a 12,5 b

01/06/2002

Aveia + azevém + milheto 16,67 83,33

Aveia + azevém + campo 40,00 60,00

Aveia + azevém + suplementação + milheto 25,00 75,00

Aveia + azevém + suplementação + campo 33,33 66,67

a, b - valores seguidos de letras distintas na mesma linha são diferem pelo teste Qui-quadrado (P<0,05)

Pode ser observado na Tabela 4, que o valor médio de funcionalidade dos ovários, 25% em novembro, aos 13 meses e 71,2% em junho, aos 20 meses de idade das novilhas mostrou uma relação maior com a idade do que com os sistemas alimentares. O maior valor numérico de ovários funcionais foi observado em animais exclusivamente a pasto (aveia + azevém + milheto). Quando as novilhas não forem acasaladas aos 12-14 meses de idade, a vantagem proveniente da suplementação poderá ser perdida se os animais reduzirem o seu consumo de nutrientes após o final da utilização das pastagens cultivadas de inverno.

A percentagem de aparecimento de estro, de acordo com diferentes sistemas alimentares para acasalamento de novilhas de corte aos 18-20 meses de idade está apresentada na Tabela 5.

Tabela 5. Efeito do sistema de alimentação sobre o percentual de novilhas de corte com ou sem manifestação de estro aos 20 meses de idade

Tratamento Com estro Sem estro

Aveia +azevém + milheto 33,33 66,67

Aveia + azevém + campo 16,67 83,33

Aveia + azevém + suplementação + milheto 63,64 36,36

Aveia + azevém + suplementação + campo 28,57 71,43

Média 38,89 61,11

A importância do número de fêmeas em estro no início da estação de acasalamento reside na sua correlação com o número de fêmeas que se tornam prenhas durante a mesma estação. Na Tabela 5 é observado que animais que estiveram no verão em pastagem de milheto ou no campo nativo, apresentaram média de 48,48 e 22,62% de estros, respectivamente. Por outro lado, novilhas que apresentaram estro realizaram maior GDM (P<0,05), 0,770 kg, no período correspondente à utilização da pastagem de aveia e azevém (01/07-08/11/2001). Se a interferência do ganho realizado nesta ocasião, no aparecimento de estros, está ligada apenas ao valor numérico ou a composição do ganho decorrente do uso da suplementação, é algo a ser esclarecido em experimentos posteriores.

(19)

Na Figura 16 estão os valores de área pélvica, em cm2, de novilhas de corte aos 18 meses de idade, em resposta a três sistemas de alimentação (campo nativo, milheto e em milheto recebendo suplemento), antes do seu acasalamento aos 18 meses de idade.

190,50 208,94 173,54 0 50 100 150 200 250

CAMPO NATIVO MILHETO MILHETO + 1%

SUPLEMENTO Á R E A P É L V IC A ( C M 2 )

Figura 16. Área pélvica (cm2) de novilhas aos 18 meses em pastagem natural, milheto e milheto + suplementação

O aumento na taxa de distocia é uma das objeções primarias para redução na idade de acasalamento de fêmeas bovinas de corte e a mensuração da área pélvica antes do primeiro serviço pode constituir uma ferramenta de manejo para descarte de novilhas. A área pélvica mostra elevada correlação com a facilidade ao parto de novilhas de corte e para novilhas com um ano de idade, Brinks (1990) considera valores ideais de área pélvica entre 140 a 170 cm2. Na Figura 16 é observado 9,6% de aumento na área pélvica pelo consumo de suplemento, em relação ao uso exclusivo de milheto e 20,3% de aumento em relação ao uso de campo nativo infestado com capim Annoni.

Fica evidente que o adequado aporte nutricional, com uma adequada relação proteína:energia, é fundamental na recria de novilhas de corte, proporcionando um adequado desenvolvimento do trato reprodutivo (Figura 15) e das estruturas ósseas relacionadas com o aparelho reprodutivo, que vão determinar a redução da idade ao primeiro acasalamento e posterior longevidade destas fêmeas no rebanho de cria.

BIBLIOGRAFIA CITADA:

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2. ARTIGOS PUBLICADOS COM OS DADOS ORIGINAIS QUE DERAM ORIGEM AO PRESENTE ARTIGO

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Freitas, Fabiana Kellermann de et al. Suplementação energética na recria de fêmeas de corte em pastagem cultivada de inverno: dinâmica da pastagem. Revista Brasileira de

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Frizzo, Adriana et al. Produção de forragem e retorno econômico da pastagem de aveia e azevém sob pastejo com bezerras de corte submetidas a níveis de suplementação energética. Revista Brasileira de Zootecnia, v.32, n.3, p.632-642, 2003.

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Para machos de corte, ver:

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DISSERTAÇÕES (ARTIGOS POR PUBLICAR)

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Referências

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