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Negócio de alto risco

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Academic year: 2021

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Questão 1

Negócio de alto risco

A visita do presidente do Irã pode render divisas, mas o Brasil terá que assumir papel crucial de mediador na questão nuclear

Claudio Dantas Sequeira / Revista IstoÉ / novembro de 2009.

O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, se reúne com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Brasília na segunda-feira. A visita, de caráter inédito, ocorre num momento de grande tensão política internacional, após o Irã recusar a oferta da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e dos EUA para enriquecer seu urânio na Rússia ou na França.

Afora a questão política, a visita do iraniano terá forte caráter comercial. Ahmadinejad virá acompanhado de uma comitiva com 300 empresários. Há expectativa de que sejam assinados acordos em desenvolvimento científico de biocombustíveis, inclusive etanol, de intercâmbio de garantias bancárias, para financiar projetos de investimento e até isenção de vistos para empresários e diplomatas.

Um leitor não muito familiarizado com o assunto da reportagem da Revista IstoÉ ficou confuso com a atual polêmica sobre a visita do presidente do Irã ao Brasil. Com o objetivo de esclarecer o

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leitor, apresente um perfil político do Estado iraniano, destacando sua importância geopolítica para o Oriente Médio, e explique a posição do Brasil em relação ao seu programa nuclear.

Perfil político do Estado iraniano: No sistema político iraniano, o Estado é tutelado por um líder

religioso – o aiatolá Ali Khamenei – não eleito pela população, que tem a última palavra sobre as questões mais importantes para o país. Nesse Estado Teocrático, as decisões do presidente Mahmoud Ahmadinejad devem ser submetidas à aprovação do Conselho dos Guardiães, comandado por Khamenei.

Importância geopolítica do Irã para o Oriente Médio: O Irã passou a ser um país-chave do Oriente

Médio a partir da Revolução Islâmica, em 1979, quando Teerã afastou-se da área de influência dos Estados Unidos (EUA) e tornou-se fonte de preocupação para todas as potências ocidentais, que têm grandes interesses econômicos e políticos na região. Países árabes vizinhos, como o Egito e a Arábia Saudita, também sentiram-se incomodados com o crescimento da influência iraniana e principalmente com o desenvolvimento do seu programa nuclear, que traria para região grande instabilidade.

O regime iraniano posiciona-se frontalmente contra Israel, o que atrai a simpatia de setores palestinos e árabes. Mantém relações estreitas com a Síria – outro país considerado hostil pelos EUA –, e exerce forte influência sobre partidos xiitas que estão no governo do Iraque. Além disso, é acusado de dar apoio a grupos fundamentalistas islâmicos, como o libanês Hezbollah e o palestino Hamas. O ex-presidente norte-americano George W. Bush havia colocado o Irã como um dos integrantes do “eixo do mal” – nações que favoreceriam o terrorismo internacional.

Signatário do TNP: Com a ascensão de Ahmadinejad, em 2005, o Irã retomou seu programa nuclear.

O presidente afirma que o Irã tem o “direito inalienável” de produzir energia nuclear e, por isso, busca desenvolver o enriquecimento do urânio. Em níveis baixos, o enriquecimento pode fazer funcionar, por exemplo, usinas de geração de energia elétrica, o que é permitido pelo Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP), do qual o Irã faz parte. Apenas o enriquecimento em nível alto poderia ser usado para produzir armas nucleares.

A posição do Brasil: Interessado na ampliação do comércio com Teerã, o Brasil passou a defender nos

fóruns internacionais o diálogo com as autoridades iranianas. O Ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, tem se posicionado contra as sanções econômicas propostas pelos Estados Unidos, sustentando que essa prática poderia levar o Irã ao isolamento, o que não contribuiria em nada para o “engajamento” de Teerã, que, em vez de assumir responsabilidades perante a comunidade internacional, poderia, aí sim, ter liberdade para avançar no seu programa atômico.

Questão 2

Pensem nas feridas Como rosas cálidas Mas oh não se esqueçam

Da rosa da rosa Da rosa de Hiroshima (...) A antirrosa atômica. Vinicius de Moraes

ROSA

DE

HIROSHIMA

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Considerando a questão do desenvolvimento nuclear, do perigo de um conflito planetário entre potências atômicas e seus desdobramentos, situe o contexto histórico em que foi proferida a frase abaixo do pensador Raymond Aron e explique o que o autor quis dizer com “improvável” e “impossível”. (Contextualize historicamente e esclareça a frase do pensador Raymond Aron.)

“A Guerra Fria foi um período em que a guerra era improvável, e a

paz, impossível.”

Com o advento da era atômica em 1945, no contexto da Segunda Guerra Mundial, sobretudo após as experiências de Hiroshima e Nagasaky, passou-se a acreditar que uma guerra entre potências atômicas não apenas mataria milhões de pessoas, mas destruiria o planeta e levaria ao colapso a civilização. Pensamentos dessa natureza passaram a fazer parte do imaginário popular, e muitos filmes acabaram retratando essa preocupação como The Day After, por exemplo.

Falava-se que os arsenais das superpotências poderiam destruir a terra centenas de vezes e, na época, essa tese de um conflito nuclear planetário levaria necessariamente à “Destruição Mútua Assegurada” (MAD), ou seja, todos seríamos aniquilados pela bomba atômica.

Naquele período, a preocupação com o tema da MAD era grande no mundo acadêmico, nas universidades, de modo que os intelectuais da época discutiam incansavelmente o risco de uma destruição planetária, entre eles o pensador francês Raymond Aron, que destacou que “a guerra era improvável, mas a paz, impossível”.

Improvável, pois, caso uma nação nuclear ataque outro país que tenha bombas atômicas (não podemos

esquecer que estávamos vivendo os anos da Guerra Fria, em que EUA e URSS disputavam a hegemonia nuclear), teríamos uma “Destruição Mútua Assegurada”. Portanto, acreditava-se na época que a guerra seria improvável.

No entanto, uma paz plena e segura seria impossível, visto que as nações buscavam meios para dominar a tecnologia nuclear e construir o seu próprio arsenal atômico. Esse desenvolvimento tecnológico crescente na área bélica gerou uma “corrida armamentista” entre as nações que resultou no aumento da tensão no planeta. De modo que podemos dizer que, nos anos da Guerra Fria, embora o conflito nuclear fosse pouco provável, a paz duradoura e definitiva seria impossível.

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4 Questão 3

Contextualize e esclareça a ironia da charge abaixo:

Seguir o seguinte roteiro: Tema (qual o assunto central da charge?) / Contextualização (que tipo de

relação a charge estabelece com a realidade atual?) / Ironia (qual a piada ou a brincadeira presente na charge?)

Nani / 30 de março de 2010.

Tema: A charge faz referencia aos recentes atentados (dia 29/03) contra as estações de metrô de

Moscou reivindicados pelo líder separatista checheno Doku Umarov.

Contexto Histórico: Localizada no Cáucaso (região montanhosa entre os mares Negro e Cáspio que

apresenta grande complexidade étnica, religiosa e linguística), a Chechênia é uma República autônoma da Federação Russa.

Em 1991, logo após a dissolução da União Soviética, o então presidente eleito Djokhar Dudaiev declara a independência da Chechênia. As hostilidades aumentaram e, em 1994, o governo russo (liderado pelo então presidente Boris Ieltsin), temeroso pela perda do território de grande importância econômica e estratégica (devido à passagem de oleodutos e gasodutos, bem como sua posição entre Europa e Oriente Médio), enviou 40 mil soldados para recuperar a região. Após dois anos de conflitos que deixaram mais de 100 mil civis mortos, a Rússia declara o cessar-fogo unilateral e deixou a região.

Com a assinatura de um acordo de paz em 1996, o conflito foi controlado, mas a solução ainda não havia sido alcançada. Nesse período, organizações radicais estabeleceram-se na região como uma nova força de oposição à dominação russa. Em 1999, após militantes radicais tentarem implantar um governo islâmico na província do Daguestão (vizinha à Chechênia), tropas russas ocupam novamente a Chechênia e posteriormente tomam Grozny, a capital.

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O massacre de Beslan: Em setembro de 2004, rebeldes chechenos tomam uma escola na cidade de

Beslan, na Ossétia do Norte, causando a morte de mais de 330 reféns. A ação foi reivindicada pelo grupo fundamentalista islâmico que defende uma guerra santa contra o poder central russo.

Os recentes atentados realizados por mulheres-bomba (as chamadas viúvas-negras – mulheres de militantes mortos pelo exército russo) ao metrô de Moscou reacenderam o conflito que o atual primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, prometeu rechaçar com violência. Mostrando, assim, a postura também violenta de Moscou pela garantia de seus interesses.

Ironia: A ironia da charge está presente no diálogo, onde se expressa certo preconceito em razão do

nome (um pouco exótico para nós brasileiros) e da aparência de Doku Umarov, o líder separatista checheno. Pode-se somar a essa lógica do cartunista o nome da região de origem desse líder, a Chechênia, para nós brasileiros uma região muito pouco conhecida.

Bom trabalho! Beto Candelori

Referências

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