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1. DA LEI DE INTRODUÇÃO AO CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO

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1. DA LEI DE INTRODUÇÃO AO CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO 1.1. ASPECTOS GERAIS

A Lei de Introdução ao Código Civil (LICC - DECRETO-LEI Nº 4.657, DE 4 DE

SETEMBRO DE 1942), sem integrar o organismo do Código Civil, tem como

objetivo a introdução de todo o sistema legislativo brasileiro.

A LICC classifica-se como uma lei ordinária, não tendo sido substituída com o Código Civil de 2002 (Lei n. 10.406/2002).

1.2. DA VIGÊNCIA DA NORMA

O início da vigência da lei, salvo disposição em contrário, é de 45 (quarenta e

cinco) dias após a publicação, nos termos do Artigo 1º da LICC:

“Art. 1o Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta

e cinco dias depois de oficialmente publicada.”

Importa dizer, portanto, que, quando a lei nada dispuser quanto ao início de sua

vigência (não referir, por exemplo: “na data de sua publicação” ou outro número de dias), a regra será que entra em vigor 45 dias após a publicação.

Este intervalo entre a publicação e o início de vigência denomina-se vacatio legis, servindo para que o cidadão tenha prazo razoável para tomar conhecimento da lei. Quando a lei expressamente refere que entra em vigor na data de sua publicação, portanto, não há vacatio legis.

Durante o período de vacância, a nova lei, ainda que promulgada e publicada, não

pode ser aplicada, pois não tem eficácia, aplicando-se a lei antiga. 1.2.1. Obrigatoriedade da lei brasileira nos Estados Estrangeiros

Nos Estados estrangeiros, a vacatio legis da lei brasileira é de três meses, a saber:

§ 1o Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida,

se inicia três meses depois de oficialmente publicada. 1.2.2. Da Correção do texto de lei

§ 3o Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada

a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da

nova publicação.

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1.3. DA MODIFICAÇÃO E REVOGAÇÃO DA LEI

Artigo 2o Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a

modifique ou revogue.

§ 1o A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando

seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.

Modificação da lei é derrogar.

Revogação é extinguir a lei. A revogação pode ser: a) expressa; b) tácita (incompatibilidade e regulada inteiramente de matéria que tratava a lei anterior).

§ 2o A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já

existentes, não revoga nem modifica a lei anterior.

Ex.: Na hipótese da lei A instituir a cobrança de imposto de renda de todos e a lei B

atribuir tratamento especial de isenção aos que tenham determinadas doenças,

não configura hipótese de revogação da lei A, continua esta plenamente vigente.

§ 3o Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei

revogadora perdido a vigência.

Não há repristinação no direito brasileiro, ou seja, revogada uma lei A, pela lei B, se outra lei C revogar a lei B, a lei A revogada não voltará à vigência.

1.4. DO DESCONHECIMENTO DA LEI

Art. 3o Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece.

Pode ser alegado erro de direito, nos termos do artigo 138 do Código Civil

Brasileiro. Ex.: Alguém adquire um automóvel movido a nitrogênio e não tem conhecimento de que é vedado no Brasil tal prática.

1.5. DO PREENCHIMENTO DE LACUNAS JURÍDICAS

Art. 4o Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os

costumes e os princípios gerais de direito.

Analogia trata-se em aplicar a um caso não previsto em lei outro dispositivo de lei

previsto para hipótese distinta.

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Princípios Gerais de Direito são os que compreendem valores básicos, tais como: a

igualdade, a vedação ao enriquecimento sem causa, a boa-fé. É caso de preenchimento de lacunas.

Art. 5o Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às

exigências do bem comum.

São os vetores da interpretação da lei.

1.6. DO ATO JURÍDICO PERFEITO, DIREITO ADQUIRIDO E COISA JULGADA

Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico

perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. (Redação dada pela Lei nº 3.238, de 1º.8.1957)

§ 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo

em que se efetuou. (Parágrafo incluído pela Lei nº 3.238, de 1º.8.1957)

§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou

condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem. (Parágrafo incluído pela

Lei nº 3.238, de 1º.8.1957)

§ 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba

recurso. (Parágrafo incluído pela Lei nº 3.238, de 1º.8.1957)

Ato jurídico perfeito é aquele que se consumou durante o império de norma vigente

ao tempo em que se efetuou.

Direito Adquirido é aquele que a lei nova não pode retroagir para atingir esse ato

incorporado ao patrimônio legal do seu titular.

Coisa Julgada é decisão judicial sobre o qual não cabia mais recurso. 1.7. CONFLITO DE NORMAS NO ESPAÇO

Art. 7o A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o

começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família.

§ 1o Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei brasileira quanto aos

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§ 2o O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades diplomáticas

ou consulares do país de ambos os nubentes. (Redação dada pela Lei nº 3.238, de

1º.8.1957)

§ 3o Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do

matrimônio a lei do primeiro domicílio conjugal.

§ 4o O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que

tiverem os nubentes domicílio, e, se este for diverso, a do primeiro domicílio conjugal.

Art. 8o Para qualificar os bens e regular as relações a eles concernentes,

aplicar-se-á a lei do país em que estiverem situados.

§ 1o Aplicar-se-á a lei do país em que for domiciliado o proprietário, quanto aos

bens moveis que ele trouxer ou se destinarem a transporte para outros lugares.

§ 2o O penhor regula-se pela lei do domicílio que tiver a pessoa, em cuja posse se

encontre a coisa apenhada.

Art. 9o Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se

constituírem.

§ 1o Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e dependendo de forma

essencial, será esta observada, admitidas as peculiaridades da lei estrangeira quanto aos requisitos extrínsecos do ato.

§ 2o A obrigação resultante do contrato reputa-se constituída no lugar em que residir

o proponente.

Art. 10. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens.

§ 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus. (Redação dada pela Lei nº 9.047, de 18.5.1995)

§ 2o A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade para suceder.

Art. 11. As organizações destinadas a fins de interesse coletivo, como as sociedades e as fundações, obedecem à lei do Estado em que se constituírem.

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§ 1o Não poderão, entretanto.ter no Brasil filiais, agências ou estabelecimentos antes

de serem os atos constitutivos aprovados pelo Governo brasileiro, ficando sujeitas à lei brasileira.

§ 2o Os Governos estrangeiros, bem como as organizações de qualquer natureza, que

eles tenham constituído, dirijam ou hajam investido de funções públicas, não poderão adquirir no Brasil bens imóveis ou susceptiveis de desapropriação.

§ 3o Os Governos estrangeiros podem adquirir a propriedade dos prédios necessários

à sede dos representantes diplomáticos ou dos agentes consulares.

Art. 12. É competente a autoridade judiciária brasileira, quando for o réu domiciliado no Brasil ou aqui tiver de ser cumprida a obrigação.

§ 1o Só à .autoridade judiciária brasileira compete conhecer das ações, relativas a

imóveis situados no Brasil.

§ 2o A autoridade judiciária brasileira cumprirá, concedido o exequatur e segundo a forma estabelecida pele lei brasileira, as diligências deprecadas por autoridade estrangeira competente, observando a lei desta, quanto ao objeto das diligências.

Art. 13. A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei que nele vigorar, quanto ao ônus e aos meios de produzir-se, não admitindo os tribunais brasileiros provas que a lei brasileira desconheça.

Art. 14. Não conhecendo a lei estrangeira, poderá o juiz exigir de quem a invoca prova do texto e da vigência.

Art. 15. Será executada no Brasil a sentença proferida no estrangeiro, que reuna os seguintes requisitos:

a) haver sido proferida por juiz competente;

b) terem sido os partes citadas ou haver-se legalmente verificado à revelia;

c) ter passado em julgado e estar revestida das formalidades necessárias para a execução no lugar em que ,foi proferida;

d) estar traduzida por intérprete autorizado; e) ter sido homologada

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Art. 16. Quando, nos termos dos artigos precedentes, se houver de aplicar a lei estrangeira, ter-se-á em vista a disposição desta, sem considerar-se qualquer remissão por ela feita a outra lei.

Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de vontade, não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes.

2. DA PESSOA NATURAL 2.1. CONCEITO

Pessoa é o ser ao qual se atribuem direitos e obrigações.

“Art. 1o Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil.”

Toda a pessoa é dotada de personalidade. Todo o ser humano é pessoa: pessoa

natural.

O Direito também atribui personalidade a entes formados de conjuntos de pessoas

ou de patrimônio, que são as pessoas jurídicas.

Animais e seres inanimados não podem ser sujeitos de direito.

Como refere o artigo 1º do Código Civil: Toda a pessoa é capaz de direitos e

deveres, ou seja, capacidade de direito. (personalidade)

No entanto, nem todas as pessoas podem exercem pessoalmente (no mundo dos fatos), pois lhes falta a capacidade de fato.

É o que ocorre com uma criança de cinco anos, que tem capacidade de direito, uma vez que pode ser proprietária de um imóvel, no entanto, em face de sua idade, não tem capacidade de fato. Não pode administrar o bem imóvel, nem vendê-lo.

2.2 CAPACIDADE E INCAPACIDADE (Artigos 3º a 5º do Código Civil - Lei 10.406/2002)

Logo, os artigos 3º a 5º do Código Civil tratam de capacidade de fato ou de

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Incapacidade Absoluta (Artigo 3º do Código Civil - Lei 10.406/2002)

A incapacidade absoluta tolhe completamente a pessoa de exercer atos da vida civil.

“Art. 3o São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil: I - os menores de dezesseis anos;

II - os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário

discernimento para a prática desses atos;

III - os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade.” I – Menores de Dezesseis Anos

O Código estabeleceu que os menores de 16 anos são absolutamente incapazes. Critério do desenvolvimento intelectual para reger a sua vida. Serão, portanto,

representados (representação). Que significa a colocação de alguém para decidir

por elas. Ato praticado por menor é nulo. (menor impúbere)

II - Deficiência Mental e Enfermidade – necessário discernimento

Incapacidade em razão do estado mental. Distúrbio mental que possa afetar a vida civil. Anomalia mental. Aqueles que sofrem de problemas mentais que os tornam incapazes de uma determinada situação. Não tem o necessário discernimento.

Para o seu reconhecimento, necessária a interdição, nos termos do artigo 1.767 e seguintes do Código Civil.

III – Incapacidade Transitória

Matéria própria da Psicologia e Psiquiatria forense: atos praticados em estado hipnótico, situação de baixo controle emocional, em razão de acidentes ou traumas graves, choque cardíaco ou infarte. Subitamente, há alteração violenta e inesperada na conduta, em níves que não se enquadram na mudança comum do ânimo.

Incapacidade Relativa (Artigo 4º do Código Civil - Lei 10.406/2002)

A incapacidade relativa ou mitigada permite que as pessoas possam praticar atos da vida civil, desde que assistidas por outrem legalmente autorizado.

Art. 4o São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer: I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;

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II - os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido;

III - os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo; IV - os pródigos.

Parágrafo único. A capacidade dos índios será regulada por legislação especial. I – Maiores de Dezesseis e Menores de Dezoito Anos;

Não havendo disposição legal em contrário, os menores de 18 e maiores de 16 anos,

que são relativamente incapazes, devem figurar nos atos jurídicos com assistência do pai ou da mãe, ou tutor se forem tutelados. Para a propositura de ações judiciais

também necessitam de assistência, bem como para receberem citação.

Art. 1.517. O homem e a mulher com dezesseis anos podem casar, exigindo-se autorização de ambos os pais, ou de seus representantes legais, enquanto não atingida a maioridade civil.

Exceções: O menor de 18 e maior de 16 anos pode firmar recibos de pagamentos de cunho previdenciário, bem como não se exime das obrigações que contrai, quando dolosamente oculta a idade. 180 CCB.

(menor púbere)

II - Ébrios habituais, os Viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido;

Ébrios habituais são aqueles que pelo vício da bebida alcoólica passam a viver constantemente sob o seu efeito. A embriaguez habitual deteriora as faculdades mentais. Daí a não dispensa de assistência, ainda que o ato tenha se praticado em estado de lucidez.

Viciados são os que utilizam droga habitualmente. Dependência química ou física de substância entorpecente. Não dispensa a assistência.

III - Excepcionais, sem desenvolvimento mental completo;

São os que congenitamente possuem limitação mental. Alienação mental em grau médio. Pessoa que tem alguma noção de si, sendo receptivas a impulsos externos. Embora baixo quociente de inteligência, revela algum entendimento. Necessita de assistência e acompanhamento.

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IV - Pródigos.

A dissipação, o impulso, o desperdício advém do estado patológico, que afeta a saúde mental do indivíduo. A definição deve ser fornecida pela Psiquiatria.

Art. 1.782. A interdição do pródigo só o privará de, sem curador, emprestar, transigir, dar quitação, alienar, hipotecar, demandar ou ser demandado, e praticar, em geral, os atos que não sejam de mera administração.

O pródigo, enquanto não declarado como tal, é plenamente capaz.

Parágrafo único. A capacidade dos índios será regulada por legislação especial.

Estatuto do Índio, Lei n. 6001/73:

Art. 8º São nulos os atos praticados entre o índio não integrado e qualquer pessoa estranha à comunidade indígena quando não tenha havido assistência do órgão tutelar competente.

Parágrafo único. Não se aplica a regra deste artigo no caso em que o índio revele consciência e conhecimento do ato praticado, desde que não lhe seja prejudicial, e da extensão dos seus efeitos.

Art. 9º Qualquer índio poderá requerer ao Juiz competente a sua liberação do regime tutelar previsto nesta Lei, investindo-se na plenitude da capacidade civil, desde que preencha os requisitos seguintes:

I - idade mínima de 21 anos;

II - conhecimento da língua portuguesa;

III - habilitação para o exercício de atividade útil, na comunhão nacional; IV - razoável compreensão dos usos e costumes da comunhão nacional.

Da Maioridade e causas de Emancipação (Artigo 5º do Código Civil - Lei 10.406/2002)

Art. 5o A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica

habilitada à prática de todos os atos da vida civil.

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I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento

público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz,

ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos; II - pelo casamento;

III - pelo exercício de emprego público efetivo;

IV - pela colação de grau em curso de ensino superior;

V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de

emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.

A menoridade cessa aos 18 anos completos.

A Emancipação é a aquisição da capacidade civil, antes da idade legal, que se dá:

I - Pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos;

Por escritura pública (uma vez concedida não pode ser revogada) ou por sentença.

II - Pelo casamento;

A lei entende que quem constituirá família com a autorização dos pais, deve ter

maturidade para reger os atos da vida civil. (averbação) Uma vez alcançada a

maioridade pelo casamento, não retornará, caso haja separação judicial e/ou divórcio.

III - Pelo exercício de emprego público efetivo;

Em qualquer das esferas. Somente aquele nomeado em caráter efetivo. (averbação)

IV - Pela colação de grau em curso de ensino superior;

Presunção de desenvolvimento humano, cultural e profissional. Mediante averbação.

V - Pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.

Entendido aquele que tem recursos próprios para a sua manutenção e sobrevivência. Neste caso, deve ser buscado judicialmente, sentença declaratória.

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2.3 DO FIM DA PERSONALIDADE NATURAL

A existência da personalidade natural acaba com a morte, a saber:

Art. 6o A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta,

quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva.

Art. 7o Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência: I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida; II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra.

Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser

requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento.

Art. 8o Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo

averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos.

O que é ausência? Quando se abre a sucessão definitiva?

Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver notícia, se não houver deixado representante ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens, o juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do Ministério Público, declarará a ausência, e nomear-lhe-á curador.

Art. 26. Decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, se ele deixou representante ou procurador, em se passando três anos, poderão os interessados requerer que se declare a ausência e se abra provisoriamente a sucessão.

Art. 37. Dez anos depois de passada em julgado a sentença que concede a abertura da sucessão provisória, poderão os interessados requerer a sucessão definitiva e o levantamento das cauções prestadas.

DIREITOS DE PERSONALIDADE

Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são

intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária.

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Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade,

e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.

Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto grau.

Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo,

quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes.

Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de

transplante, na forma estabelecida em lei especial.

Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do

próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte.

Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo. Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a

tratamento médico ou a intervenção cirúrgica.

Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o

sobrenome.

Art. 17. O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações

ou representações que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória.

Art. 18. Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda

comercial.

Art. 19. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá

ao nome.

Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais.

Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para requerer essa proteção o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes.

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Art. 21. A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado, adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma.

3. DAS PESSOAS JURÍDICAS (Artigos 40 a 45 do Código Civil - Lei 10.406/2002)

Pessoa Jurídica é o conjunto de pessoas, ora como destinação patrimonial, com

aptidão para adquirir e contrair obrigações.

3.1. Classificação

Classificam-se em dois grupos: pessoas jurídicas de direito público e pessoas

jurídicas de direito privado e, a teor do artigo 40 do CC, a saber:

Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de direito privado.

a) Pessoas Jurídicas de Direito Público

São aquelas destinadas a atender finalidades do Estado, criadas pela Constituição Federal ou por lei, gozando do jus imperii, e tratando de interesses públicos ou preponderantemente de todos.

As pessoas jurídicas de direito público interno são formadas de entes instituídos para a organização do Estado, consideradas da administração direta e indireta, são:

Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno: I - a União;

II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; III - os Municípios;

IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; (Redação dada pela Lei nº 11.107, de 2005)

V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.

Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de direito público, a que se tenha dado estrutura de direito privado, regem-se, no que couber, quanto ao seu funcionamento, pelas normas deste Código.

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Os incisos IV e V tratam da administração indireta, enquanto os incisos I a III, da administração direta.

As pessoas jurídicas de direito público externo são as nações estrangeiras e os organismos internacionais (ONU, UNESCO).

É o que dispõe o artigo 42 do Código Civil:

Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público.

Responsabilidade Objetiva:

Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo.

b) Pessoas Jurídicas de Direito Privado

Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: I - as associações;

II - as sociedades; III - as fundações.

IV - as organizações religiosas; (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003)

V - os partidos políticos. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003)

§ 1o São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das

organizações religiosas, sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento

ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento. (Incluído pela

Lei nº 10.825, de 22.12.2003)

§ 2o As disposições concernentes às associações aplicam-se subsidiariamente às

sociedades que são objeto do Livro II da Parte Especial deste Código. (Incluído pela

Lei nº 10.825, de 22.12.2003)

§ 3o Os partidos políticos serão organizados e funcionarão conforme o disposto em lei

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I – Associações

São as entidades sem fins econômicos.

Art. 53 CC. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não econômicos.

II – Sociedades

São as organizações com fins lucrativos. Sociedade Empresária x Sociedade Simples:

Art. 982 CC. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais.

III - As Fundações.

Art. 62 CC. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la.

IV - As Organizações Religiosas

As organizações religiosas são livres, desde que lícitas e com seus estatutos devidamente inscritos no Registro Civil das Pessoas Jurídicas.

V - Os Partidos Políticos

Lei n. 9.096/95:

Art. 7º O partido político, após adquirir personalidade jurídica na forma da lei civil, registra seu estatuto no Tribunal Superior Eleitoral.

§ 1º Só é admitido o registro do estatuto de partido político que tenha caráter nacional, considerando-se como tal aquele que comprove o apoiamento de eleitores correspondente a, pelo menos, meio por cento dos votos dados na última eleição geral para a Câmara dos Deputados, não computados os votos em branco e os nulos, distribuídos por um terço, ou mais, dos Estados, com um mínimo de um décimo por cento do eleitorado que haja votado em cada um deles.

§ 2º Só o partido que tenha registrado seu estatuto no Tribunal Superior Eleitoral pode participar do processo eleitoral, receber recursos do Fundo Partidário e ter acesso gratuito ao rádio e à televisão, nos termos fixados nesta Lei.

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§ 3º Somente o registro do estatuto do partido no Tribunal Superior Eleitoral assegura a exclusividade da sua denominação, sigla e símbolos, vedada a utilização, por outros partidos, de variações que venham a induzir a erro ou confusão.

Da Existência Legal e da Decadência da anulação da constituição dos atos constitutivos de Pessoas Jurídicas de Direito Privado

Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a

inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário,

de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo.Parágrafo único. Decai em três anos o

direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por

defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no

registro.

Desconsideração da Personalidade

Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de

finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da

parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.

QUESTÕES

01 - Consideram-se incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer:

a) os menores impúberes e os emancipados; b) os maiores de 70 (setenta) anos;

c) os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo; d) as mulheres casadas e os pródigos;

e) os estrangeiros.

02 - São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil

a) os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo. b) os pródigos.

c) os que, por deficiência mental, não tiveram o necessário discernimento. d) os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido. e) os maiores de 16 (dezesseis) e menores de 18 (dezoito) anos de idade.

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03 - A personalidade civil do homem, em nosso direito, tem início:

a) desde a concepção, visto que são resguardados os direitos do nascituro; b) a partir de 18 anos.

c) do nascimento com vida.

d) desde a aquisição da capacidade de fato.

04 - A respeito dos institutos básicos de Direito Civil, assinale a afirmação correta.

a) A capacidade de fato das pessoas jurídicas é caracterizada pela sua aptidão para serem titulares de direitos e obrigações.

b) "Capacidade de fato" e "capacidade de direito" passaram a ser expressões de conteúdo idêntico, à luz da nova sistemática introduzida pelo Código Civil de 2002. Parte superior do formulário

c) Pela aplicação da teoria do órgão, as pessoas jurídicas são presentadas por seus órgãos, exteriorizadores de sua vontade.

d) Tendo-se em vista o princípio da consensualidade contratual, a personalidade das pessoas jurídicas surge com o simples

05 - São pessoas jurídicas de direito público interno, de acordo com o Código Civil:

a) a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios, as autarquias, as sociedades de economia mista e as empresas públicas;

b) a União, os Estados, o Distrito Federal, os Territórios, os Municípios, as autarquias, inclusive as associações públicas e as demais entidades de caráter público criadas por lei;

c) a União, os Estados, o Distrito Federal, os Territórios, os Municípios, as autarquias, as fundações, e as demais entidades de caráter público criadas por lei; d) a União, os Estados, o Distrito Federal, os Territórios, os Municípios, as autarquias, as fundações e os partidos políticos.

(18)

06 – Assinale a opção falsa.

a) A Lei de Introdução ao Código Civil é parte componente do Código Civil, sendo suas normas aplicáveis apenas ao Direito Civil.

b) A Lei de Introdução ao Código Civil é uma lex legum, ou seja, um conjunto de normas sobre normas.

c) A Lei de Introdução ao Código Civil é também o Estatuto do Direito Internacional Privado.

d) A Lei de Introdução ao Código Civil disciplina o direito intertemporal, para assegurar a certeza, segurança e estabilidade do ordenamento jurídico-positivo, preservando as situações consolidadas em que o interesse individual prevalece.

e) A Lei de Introdução ao Código Civil contém critérios de hermenêutica jurídica.

07 - No que tange às pessoas, no Código Civil, assinale a alternativa correta.

a) Somente as pessoas naturais são capazes de titularizar relações jurídicas na esfera do Direito.

b) Toda pessoa natural é dotada de personalidade.

c) O nascituro possui personalidade civil, restando protegidos seus direitos desde a concepção.

d) Personalidade e capacidades jurídicas são conceitos idênticos para o Direito Civil.

08- Considere: I. Autarquias.

II. Organizações religiosas. III. Distrito Federal.

IV. Partidos políticos.

De acordo com o Código Civil brasileiro, são pessoas jurídicas de direito público interno, as indicadas APENAS em:

a) I,II e III. b) I,II e IV. c) I,III e IV. d) I e III.

(19)

09 - O pródigo:

a) é absolutamente incapaz para praticar atos na vida civil. b) não tem capacidade de direito.

c) com a interdição perde a capacidade de gozo.

d) é considerado, após o processo de interdição, relativamente incapaz para a prática de certos atos da vida civil.

10 - São hipóteses de cessação da menoridade, exceto:

a) O casamento.

b) O exercício do direito de voto.

c) O exercício de qualquer cargo ou emprego público efetivo.

d) O estabelecimento civil ou comercial ou pela existência de relação de emprego desde que, em função dele, o menor de dezesseis anos completos tenha economia própria.

11 - Assinale a alternativa incorreta:

a) no âmbito da eficácia interespacial das leis, segundo o nosso direito positivo, o casamento, em relação aos impedimentos dirimentes e as formalidades de sua celebração, é regido pelo princípio "locus regit actum"; quanto ao regime de bens, é regido pela lei do domicílio dos nubentes e, em caso de diversidade de domicílios, a lei do primeiro domicílio conjugal;

b) nos termos da Lei de Introdução ao Código Civil, os princípios gerais de Direito, a exemplo da doutrina, devem atuar para auxiliar o juiz apenas na interpretação da lei, não se prestando para suprirem eventuais lacunas do Direito Positivo;

c) diante de uma lacuna da lei, a Lei de Introdução ao Código Civil autoriza o juiz a recorrer à analogia, momento em que decidirá hipótese não prevista por meio de soluções dadas a casos afins;

d) as normas de Direito Civil, que constituem o direito privado geral, não se dirigem apenas à realização de interesses dos particulares, destinando-se, não raras vezes, a tutela de interesses públicos, como ocorre, por exemplo, com as regras que sujeitam as vendas de imóveis à escritura pública e a respectiva aquisição ao registro imobiliário.

(20)

12 - O Delegado de Polícia, durante as investigações de um crime de defraudações concluiu que um dos proprietários de uma empresa estava desviando capital e bens em proveito próprio e com isso deixando de arcar com seus compromissos para com os credores. Sobre esse assunto e de acordo o artigo 50 da lei 10.406/02 (Código Civil), a desconsideração da personalidade jurídica introduzida no direito positivo pelo Código do Consumidor implica:

a) Na extinção de uma pessoa jurídica.

b) Na negação do princípio de que as pessoas jurídicas têm existência distinta da dos seus membros.

c) Na fusão de duas pessoas jurídicas.

d) Implica o fato de não ser considerada regularmente instituída pelas normas vigentes.

13 - Assinale a alternativa correta.

a) A menoridade civil cessará para os menores apenas ao completar 18 anos e ainda no caso da concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público.

b) São pessoas jurídicas de direito privado, as fundações, as sociedades, as autarquias e as associações.

c) No caso de homicídio doloso, cujo réu confessou a prática delitiva, a declaração civil da morte presumida da vítima face à não localização do corpo, materializa o delito suscitado.

d) Entende-se por comoriência, quando duas ou mais pessoas vêm a óbito na mesma ocasião, não se podendo definir quem faleceu primeiro, presumindo-se então a morte simultânea para os efeitos civis. Artigo 8º do C.C.

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