A ação social da Igreja e as encíclicas papais
Serviço Social só pode ser entendido no interior do desenvolvimento das relações de produção capitalista.
Serviço Social – expressões da questão social são vistas como disfuncionalidades que através de técnicas serão resolvidas.
O trabalhador será controlado em todos os seus aspectos. Trabalhador Assistente Social
trabalho de adequação técnica e ideológica
Serviço Social – Não é a tarefa em si que define o seu conteúdo – atendimentos individuais, visitas domiciliares. Condições objetivas interferem na construção de uma direção político, econômico, ideológica.
Serviço Social – uma ação que se conecta aos objetivos políticos-sociais da Igreja e das frações de classe vinculadas mais diretamente à elas.
Nascimento do Serviço Social – origem na Ação Católica (intelectualidade laica ligada a hierarquia da Igreja Católica – que tinha por objetivo a recristianização da sociedade através de um projeto de reforma social.
A ação social da Igreja e as encíclicas papais
• Ação Católica: ação política de cunho humanista e anti-liberal.• Ação Católica: recuperar a hegemonia ideológica da Igreja tendo como suporte as encíclicas papais.
• Igreja organização de um aparelho político, mas também profissionalização de suas hierarquias (de modo a garantir a difusão dos seus dogmas). Sempre se preocupou em formas os “seus” intelectuais.
• Historicamente são os intelectuais orgânicos da Igreja que monopolizaram os serviços mais importantes;
• Igreja como qualquer outra instituição se adequa aos mudanças econômicas, políticas e sociais;
• Igreja: um discurso doutrinário centralizada que dita as diretrizes e normas genéricas para o exercício da fé. Um dos seus instrumentos mais importantes são as encíclicas papais – representam mudanças substantivas na orientação doutrinária e na ação política da Igreja Católica.
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• Profissionalização do Serviço Social: duas encíclicas tem caráter decisivo.– Rerum Novarum– Papa Leão XIII - 15 de maio de 1891
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Rerum Novarum (Das coisas novas)• Trata de questões levantadas na revolução industrial, apóia a organização dos trabalhadores em sindicatos, nega o socialismo e defende a propriedade privada;
• É o pilar para a constituição da Doutrina Social da Igreja Católica.; • Foi considerada a Carta Magna do Magistério Social da Igreja;
• Analisa o período em questão como um momento de guerra, enfatizando a necessidade de algo ser feito para que o movimento seja contido – chama para a Igreja essa responsabilidade;
• Fala das formas de exploração e como isso fundamenta a acumulação capitalista, mas nega veementemente o socialismo e defende a propriedade privada.
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“...os socialistas, depois de estimular entre os pobres o ódio aos ricos, pretendem liquidar com propriedade privada, substituindo pela coletiva (...)por isto se vê que o princípio socialista deve ser absolutamente rechaçado, porque prejudica aqueles que pretendem socorrer, conflita com os direitos naturais dos indivíduos e perturba os deveres do Estado e a tranquilidade comum. Fica claro, pois, que, quando se procura a maneira de aliviar os povos, o que é principal, fundamental de tudo, é isto: deve-se preservar intacta a propriedade privada.” Pg-53
• A defesa da propriedade privada é feita com base na vontade divida;
“Quando Deus concedeu a terra em comum a todo gênero humano, não quis dizer que todos os homens, indistintamente, sejam senhores dela; apenas, Deus não assinalou a nenhum em particular a parcela que deveria possuir, deixando ao esforço dos indivíduos e às leis dos povos a determinação do que cada um particularmente possuiria.” pg-53
• A própria religião justifica a injustiça social,;
• Propriedade privada um desejo divino, Estado e sociedade estão sujeitos a vontade de Deus, por isso os socialistas lutando contra o Estado indiretamente estão lutando
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• Encíclica Rerum Novarum reconhece a desigualdade social ;• Forma de resolver: Nega-se o socialista e propõe a humanização dos capitalistas.
“Seja, portanto, primeiro princípio e base de tudo: não há outra alternativa senão a de acomodar-se à condição humana: na sociedade civil não pode haver igualdade – há baixos e altos. Nem todos são iguais em talento, inteligência, saúde e forças; e à necessária desigualdade destes dons segue-se espontaneamente a desigualdade na fortuna, que é claramente conveniente à utilidade, quer dos particulares, quer da comunidade.” Pg-55
• Questão Seguinte: como se darão as relações entre desafortunados e afortunados,? • Diferença entre classes: efetivada no plano divino (Justifica o Papa pensar sobre essa
questão)
• Igreja não reconhece a luta de classes Igreja: discurso da harmonização das classes
“assim como no corpo se unem membros tão diversos entre si, e de sua união resulta esta disposição de todo o ser a que bem chamaríamos simetria, também assim, na sociedade civil, a natureza ordenou que aquelas duas classes se unam, concordem e se adaptem uma à outra, de modo que se equilibrem, pois sem trabalho não pode haver capital e vice-versa” Pg-56
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• Igreja : capaz de trazer o acordo e a união entre pobres e ricos;• Proletários e ricos tem funções determinadas
“cumprir íntegra e fielmente o trabalho que livre e equitativamente se lhe contratou; jamais prejudicar o capital, nem exercer violência pessoal contra seus patrões; quando defender seus próprios direitos, abster-se do uso da força; nunca preparar sedições, nem participar daquelas dos homens malvados, que, enganosamente, prometem muito e despertam esperanças exageradas, e a que quase sempre se seguem um arrependimento inútil e a desgraça.” Pg-57
• Ideias falsas: trabalhador vende livremente sua força de trabalho • Trabalhador deveria resignar-se com a sua condição de operário.
• Aos patrões se sugere um código de condutas para favorecer a concórdia e a conciliação “não considerar os operários como escravos, respeitar neles a dignidade da pessoa e a nobreza que
esta agrega ao chamado caráter de cristão....defraudar a uma pessoa do salário que lhe corresponde é um enorme crime, que clama vingança do céu.” Pg-58
• Aos ricos deveria se inculcar os deveres de justiça e caridade; já aos pobres caberia a resignação por sua condição.
• Rerum Novarum: um documento político – proposta de conciliação de classes • Encíclicas: Programas Gerais de ação para a Igreja; diretrizes de ação
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Quadragesimo Anno: (comemoração pelos 40 anos da Rerum Novarum)
• Luta contra o paganismo;
• 1925: criação da UCISS (União Católica Internacional de Serviço Social) com o papel de enfatizar a importância do Serviço Social no mundo – estímulo a criação de escolas de Serviço Social
• Retomar a Rerum Novarum devido à sua importância no que se refere a pensar os problemas da sociedade, compreendido estes como “questão social”;
• Marcos do Período: Revolução Russa (1917); Primeira Guerra Mundial (14-19); Quebra Bolsa de Valores (1929);
• Destaque para a importância do trabalho dos intelectuais e profissionais católicos na elaboração, divulgação e reprodução da doutrina social da Igreja ( aqui indiretamente estão incluídos os Assistentes Sociais – mundo)
• Destaque para as atividades da Ação Católica, que deverá forma os assistentes sociais com os mesmos valores de outros “valiosos cooperantes”.
A ação social da Igreja e as encíclicas papais
“... São os nossos amados filhos inscritos na Ação Católica que compartem conosco, de maneira especial, o cuidado com a questão social, que compete e corresponde à Igreja enquanto instituição divina. A todos exortamos, uma e outra vez com o Senhor, pra que não eludam trabalho e nem se deixem vencer por dificuldades, mas que a cada dia sejam mais fortes e robustos. Certamente que é muito árduo o trabalho que lhes propomos; conhecemos muito bem os numerosos obstáculos e impedimentos que se lhes opõem nas classes superiores e inferiores da sociedade, obstáculos que há que vencer. Mas não desanimeis: é próprio de cristãos enfrentar duras batalhas, como bons soldados de Cristo que suportam os mais pesados trabalhos.” Pg-64
• Assistentes Sociais – profissionais leigos que assumam o cuidado da questão social. Marcado:messianismo, caridade, espírito de sacrifício, disciplina e renúncia. A própria religião justifica a injustiça social,
• Necessidade de uma formação específica para esses profissionais;
• Ideologia de conciliação de classes inculcada na classe trabalhadora através de ações evangelizadoras e/ou programas específicos da Ação Social (Serviço Social) –