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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ALTAMIRA FACULDADE DE ENGENHARIA AGRONÔMICA CURSO DE AGRONOMIA

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ALTAMIRA FACULDADE DE ENGENHARIA AGRONÔMICA

CURSO DE AGRONOMIA

AVALIAÇÃO DE GENÓTIPOS DE MANDIOCA NA COMUNIDADE PRINCESA DO XINGU, ALTAMIRA – PA.

Leandro Ribeiro Morbach

Altamira – Pará – Brasil 2011

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ALTAMIRA FACULDADE DE ENGENHARIA AGRONÔMICA

CURSO DE AGRONOMIA

Leandro Ribeiro Morbach

AVALIAÇÃO DE GENÓTIPOS DE MANDIOCA NA COMUNIDADE PRINCESA DO XINGU, ALTAMIRA – PA.

Prof. Dr. Sebastião Geraldo Augusto Orientador

Altamira – Pará Setembro – 2011

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Engenharia Agronômica da Universidade Federal do Pará, Campus Universitário de Altamira, como requisito obrigatório para a conclusão do curso de Agronomia.

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Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) UFPA – Campus de Altamira - Biblioteca

Morbach, Leandro Ribeiro

Avaliação de genótipos de mandioca na comunidade Princesa do Xingu, Altamira-PA/ Leandro Ribeiro Morbach; orientador, Profº Drº Sebastião Geraldo Augusto. — 2011.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) - Universidade Federal do Pará, Campus Universitário de Altamira, 2011

1.Mandioca – Avaliação.I.Título.

CDD: 633.682

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DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho, em especial aos meus pais Arno Morbach e Ana Maria Ribeiro Morbach, por não medirem esforços, a minha irmã Fernanda e meu irmão Luciano pela confiança, pelo apoio que me deram em todos os momentos e muita paciência e compreensão comigo em toda minha vida.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por tudo que tem feito em minha vida, e que sem ele não estava realizando mais esse trabalho.

Aos meus pais Arno Morbach e Ana Maria Ribeiro Morbach, por sempre estarem presentes em minha vida e que foram imprescindíveis para a concretização desse sonho.

Ao meu Orientador Prof. Dr. Sebastião Geraldo Augusto, pela orientação, dedicação ao presente trabalho.

Ao Sr. Miguel Calvi e Srª Julita F. Calvi e seus filhos Miquéias, Bruno e Lucas por permitirem a implantação do experimento em sua propriedade e pela ajuda e dedicação na condução das atividades.

Aos professores da Faculdade de Engenharia Agronômica e aos demais professores e funcionários do Campus Universitário de Altamira que de forma direta ou indiretamente contribuíram para realização deste trabalho.

A Universidade Federal do Pará pelo o esforço em trazer o curso de engenharia agronômica para o município de Altamira.

Aos pesquisadores Pedro Celestino Filho, João Tomé Farias Neto, Adelar Hoffman e a todos os técnicos, operários rurais e funcionários que integram o Núcleo de Apoio à Pesquisa e Transferência de Tecnologia da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – NAPT Transamazônica/EMBRAPA - Amazônia Oriental, na Cidade de Altamira, PA.

A minha irmã Fernanda e meu irmão Luciano que contribuíram diretamente para a realização desse trabalho.

Ao meu cunhado Rodrigo por me ajudar e apoiar durante todo o curso de agronomia.

Agradeço a Edna, pessoa muito importante e que contribuiu significativamente para realização deste trabalho.

Ao Edilson e Cecy Merêncio, pessoas que me deram muita força para conclusão desse curso.

Aos amigos da turma de agronomia 2006 e colegas de curso, em especial ao Hugo Borges França (Babaçu) e Geraldo Moreira Miranda, Hélia, Carol, Edna, Andreia, Paulo André e ainda Cassio.

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SUMÁRIO

Pág.

1- INTRODUÇÃO... 1

2- REVISÃO DE LITERATURA... 3

2.1- CLASIFICAÇÃO BOTÂNICA E ASPECTOS ECOFISIOLÓGICOS... 3

2.2- IMPORTÂNCIA ECONOMICA... 4

2.3- IMPORTÂNCIA NUTRICIONAL... 6

2.4- IMPORTÂNCIA SOCIAL... 6

2.5- SISTEMA DE CULTIVO... 7

2.6- PRINCIPAIS PRAGAS QUE ATACAM A MANDIOCA... 9

2.6.1- Percevejo de renda... 9 2.6.2- Cochonilhas... 10 2.6.3- Broca do caule... 11 2.6.4- Mandarová da mandioca... 12 2.7- AVALIAÇÃO DE VARIEDADES... 13 3- MATERIAL E MÉTODOS... 14

3.1- LOCALIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO... 14

3.2- ORIGEM DAS VARIEDADES E PREPARO DAS MANIVAS SEMENTES.. 14

3.3- INSTALAÇÃO DO EXPERIMENTO... 15

3.4- CARACTERIZAÇÕES AGRONÔMICAS... 18

3.5- ANALISE ESTATÍSTICA... 18

4- RESULTADOS E DISCUSSÕES... 19

4.1- CARACTERIZAÇÕES AGRONÔMICAS... 19

4.2- ANALISE DA PRODUÇÃO DE RAIZES... 23

5- CONCLUSÕES... 27

6- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS... 28

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LISTA DE FIGURAS

Pág Figura 01. Produtividades médias de raízes de mandioca das variedades estudadas. 25

Figura 02.a. Seleção das manivas sementes para o plantio... 33

Figura 02.b. Correção do solo com aplicação de calcário dolomítico... 33

Figura 03.a.. Sintoma de planta atacada por cochonilha branca... 33

Figura 03.b.. Sintoma de planta atacada por cochonilha branca... 33

Figura 04.a.. Ataque da broca do caule, em fase de pupa... 33

Figura 04.b. Ataque da broca do caule, em fase de larva. ... 33

Figura 05.a. Planta infectada com podridão radicular... 34

Figura 05.b. Raiz com podridão radicular... 34

Figura 06.a. Presença de mandarová no experimento... 34

Figura 06.b. Vestígios da presença de mandarová... 34

LISTA DE QUADROS Pág. Quadro 01 - Identificação dos tratamentos e variedades utilizadas no experimento.. 17

LISTA DE TABELAS Pág. Tabela 01 – Altura média das plantas, percentagem de plantas tombadas e cor da polpa da raiz das variedades estudadas... 20

Tabela 02 – Percentagem de plantas atacadas pela broca do caule, pela cochonilha branca e pela podridão das raízes... 21

Tabela 03 – Resultado do teste de Scott – Knott para as médias de produtividade de raízes (t.ha¹) obtidas com as variedades avaliadas... 24

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AVALIAÇÃO DE GENÓTIPOS DE MANDIOCA NA COMUNIDADE PRINCESA DO XINGU, ALTAMIRA – PA.

RESUMO: A introdução de cultivares de mandioca em um determinado ecossistema e

a seleção das mais adaptadas é um procedimento simples e de baixo custo que deve ser realizado devido à alta interação entre genótipo e ambiente, pois dificilmente uma variedade se comportará de maneira semelhante em todas as regiões ecológicas. Assim, este trabalho foi conduzido com o objetivo de avaliar 30 variedades de mandioca na comunidade Princesa do Xingu, município de Altamira-PA. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, com 30 tratamentos e três repetições. O espaçamento utilizado foi 1,0 x 1,0 m, com 25 plantas por parcela. Foi utilizado 1, 0 t.ha-1 de calcário dolomítico e 30 g da fórmula 11:30:17 por planta. Foi avaliada a produtividade média de raízes pelo teste Scott - Knott, a 5% de probabilidade, além da caracterização agronômica quanto à incidência de pragas e doenças, porte das plantas e cor da polpa da raiz. Dentre as variedades com maior produtividade de raiz, destaque para a Inajá, Chico vara, Inha, Saracura, Jurará amarela, Amolada, Kiriris e Bastiana, que produziram mais de 40,0 t.ha-1 de raízes. Com relação à broca do caule, destaque para as variedades mais tolerantes Saracura, Tomázia e Kiriris, e as mais susceptíveis Olho roxo, Santinha, Duquinha, Inajá e Pau velho. Com relação à podridão das raízes, destaque para as variedades com maior percentual de ataque, a Duquinha, Taxi vovó, Paulo velho e Jurará amarela.

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1. INTRODUÇÃO

O Pará é o principal produtor de mandioca do Brasil. Em 2006, foram produzidas no Estado 5.078.426 toneladas, em uma área plantada de 314.076 hectares, o que corresponde a uma produtividade de 16,2 t/ha (IBGE, 2006).

No Estado do Pará, o cultivo da mandioca é realizado principalmente pelo segmento dos agricultores familiares, com o objetivo de garantir a sua subsistência. Por falta de acesso a informações e tecnologias, esses agricultores vêm utilizando, ao longo do tempo, práticas de preparo de áreas itinerantes, via derruba e queima, principalmente de mata primária e capoeiras. Além disso, utilizam as mesmas variedades no decorrer do tempo. O baixo nível tecnológico aplicado contribui para a baixa produtividade.

Apesar de ser um dos principais produtores nacional, apresenta produtividade muito baixa em relação ao potencial da cultura, além do que a produção no Estado é essencialmente utilizada na dieta alimentar, na forma de farinha.

Diante deste cenário, a introdução de novas variedades e o desenvolvimento de técnicas apropriadas ao cultivo de mandioca sob as condições edafoclimáticas de cada mesorregião são desafios para melhorar a produtividade e a qualidade e fazer com que seu cultivo deixe de ser apenas a manutenção de uma cultura centenária de subsistência para se transformar em um excelente negócio, capaz de atender não apenas a demanda local, mas, também, de outras regiões, além de gerar mercado de trabalho e melhoria da qualidade de vida das pessoas que estão envolvidas com esta atividade.

A introdução e avaliação de novas variedades de mandioca permitem a disponibilização de variedades adequadas a cada seguimento da cadeia produtiva, seja para a fabricação de farinha, de fécula, de ração, ou outras utilizações. Com isso, criam-se alternativas de mercado e de trabalho, além de fortalecer o decriam-senvolvimento socioeconômico da região.

SAGRILO et al. (2007) destaca que a introdução e avaliação de novos genótipos, em novas áreas, constitui o método de melhoramento genético mais comum para a seleção de novas cultivares de mandioca, além de ser o mais simples e de menores custos. A avaliação regional de novas cultivares se faz necessária uma vez que, no caso da mandioca, a interação genótipo e ambiente é muito pronunciada. Com a utilização de materiais já testados em outras regiões, reduz-se o tempo médio para obtenção de cultivares que atendam as necessidades especificas dos agricultores.

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De acordo com Fukuda & Silva (2003), devido à alta interação entre genótipo ambiente, dificilmente uma variedade se comportará de maneira semelhante em todas as regiões ecológicas. Portanto, tornam-se necessárias a avaliações continuadas de variedades introduzidas em comparação as locais, visando selecionar aquelas que melhor se adaptam as condições edafoclimáticas de cada região e possibilitem melhores rendimentos.

Esse trabalho teve como objetivo introduzir e avaliar a produtividade de raízes de 30 variedades de mandioca e definir as melhores a serem cultivadas no Território da Transamazônica e Xingu.

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2-REVISÃO DE LITERATURA

2.1 – CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA E ASPECTOS ECOFISIOLÓGICOS

A mandioca é planta dicotiledônea, pertencente à família Euphorbiaceae e gênero Manihot. O gênero compreende várias espécies, das quais se destaca do ponto de vista econômico a Manihot esculenta Crantz, que apresenta elevada rusticidade, se adapta a diversos tipos de solo e clima (ALMEIDA et al., 1993).

Trata-se de um arbusto perene, monóico, lactescente, ereto, alcançando cerca de 3m de altura, com coloração que varia do verde até tons avermelhados ou violáceos. A raiz é fasciculada, tuberosa, amilácea, revestida de súber mais ou menos espesso. O caule é quebradiço, com medula espessa e cicatrizes salientes, deixadas pela queda das folhas. As folhas alternas, caducas, longo pecioladas, membranosas, profundamente divididas em cinco a sete segmentos palmados, lanceolados, acuminados, com bordo liso e estípulas caducas. Possui flores de sexos separados, bifurcação de ramos; as flores masculinas são menores e mais numerosas e as femininas, em número de duas ou mais, encontram-se na base da inflorescência (ALMEIDA et al., 1993).

A mandioca é originária da América do Sul, principalmente da região Amazônica, tendo o Brasil como País de origem. No entanto, a África é de longe o continente de maior produção, isto demonstra que esta cultura está difundida em inúmeras regiões do planeta, pois apresenta ampla tolerância as condições adversas de clima e solo. É cultivada em regiões de clima tropical e subtropical, com precipitação anual variável de 600 a 1.200 mm (CEPLAC, 2007), bem como em regiões de clima equatorial, com precipitação anual superior a 2.500 mm, caso que ocorre na Amazônia brasileira.

A propagação através da semente é utilizada apenas em cultivos para fins experimentais e de melhoramento genético. Para cultivos comerciais é utilizado como propágulo vegetativo o caule da própria planta, obtido do terço médio da parte aérea. O caule é cortado em pequenos seguimentos de 15 a 20 cm de comprimento com cinco a sete gemas, denominados ―maniva‖ (MATOS & CARDOSO, 2003).

A mandioca pertence ao grupo de plantas cianogênicas por apresentarem compostos ciânicos e enzimas distribuídas e concentrações variáveis nas diferentes partes da planta. Pela ruptura da estrutura celular da raiz, as enzimas presentes

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(linamarase), degradam estes compostos, liberando o acido cianídrico (HCN), que é o principio toxico da mandioca e cuja ingestão ou mesmo inalação, representa sério perigo a saúde, podendo ocorrer casos extremos de envenenamento. Considera-se que a dose letal é de aproximadamente 10 mg de HCN por kg de peso vivo (CAGNON et al., 2002).

De acordo com Cagnon et al. (2002), em relação ao teor de acido cianídrico na raiz, as cultivares são classificadas em mansas, quando possuírem menos de 50 mg de HCN/kg de raiz fresca sem casca; moderadamente venenosas, quando possuírem entre 50 a 100 mg de HCN/kg de raiz fresca sem casca; e bravas ou venenosas, acima de 100 mg HCN/kg de raiz fresca sem casca, sendo as cultivares mansas também conhecidas como de mesa, aipim e macaxeira (CAGNON et al., 2002).

De acordo com Mattos & Cardoso (2003), A presença do HCN é constatada em todas as partes do vegetal. As folhas detêm as maiores porcentagens. Na raiz, o córtex ou casca grossa, encerra teores mais elevados que a polpa, podendo o córtex das raízes de variedade ―mansa‖ encerrar dose porcentual mais elevada que a polpa das raízes de variedades "bravas". As variedades de mandioca com elevados teores de HCN podem ser utilizadas para fins industriais, devido o teor de HCN nas raízes ser liberado durante o processamento, porém a cocção pode não eliminar todo o acido, razão pela qual a mandioca "brava", ainda que cozida, pode ocasionar acidentes, o que não acontece com os produtos da indústria que são submetidos a temperaturas mais elevadas e por mais tempo. A secagem (pelo calor do sol ou de secadores) elimina o ácido por volatilização.

2.2 – IMPORTÂNCIA ECONÔMICA

A produção de mandioca está localizada em áreas tropicais, razão pela qual está ausente da relação de plantas cultivadas na maioria dos países industrializados. Os cinco principais países produtores são por ordem de importância: Nigéria, Brasil, Tailândia República Democrática do Congo e Indonésia (FAOSTAT, 2008).

Segundo Treche (1995), a mandioca é considerada a quarta cultura mais importante do mundo, depois do arroz, trigo e do milho, por sua contribuição na alimentação humana, além de ter grande valor econômico agregado devido às diversas formas de aproveitamento. Da mandioca tudo pode ser aproveitado, porem o consumo

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das raízes em âmbito mundial é muito mais expressivo, sendo que dentre os principais subprodutos destacam-se a fécula e a farinha.

A mandioca em relação a outros cultivos apresenta uma série de vantagens, tais como: fácil propagação, elevada tolerância à longa estiagem, rendimento satisfatório mesmo em solos de baixa fertilidade, pouca exigência em insumos agrícolas, potencial resistência ou tolerância a pragas e doenças, elevado teor de amido nas raízes além da possível utilização desde a raiz até a folha. A mandioca é utilizada na elaboração de produtos alimentícios humanos e de rações animais, utilizando da raiz a parte aérea da planta (ramas e folhas) a fim de serem fornecidas aos animais ―in natura‖, na forma de fatias, trituradas ou de farelos desidratados, como componente de ração na criação de suínos, aves e bovinos (CEREDA, 2005).

Verifica-se recentemente melhoria da qualidade sensorial da farinha produzida por grandes indústrias e ampliação das aplicações a partir da mandioca ou seus produtos como: a fécula, as raspas, dextrinas, colas, indústrias de papel, papelão e tecidos, a produção de glicose, álcool e acetona, entre outros. Com a evolução dos hábitos alimentares, as necessidades industriais e as exigências de mercado, a abertura e a busca de mercado, novos usos vão surgindo (FOLEGATTI et al., 2005).

Apesar de o Brasil ser o maior produtor da América Latina, o rendimento da cultura não se configura como o maior do continente, de forma que a produtividade brasileira é inferior à produtividade obtida no Paraguai. Segundo Cock (1979), a mandiocultura pode apresentar um potencial produtivo de 90 t/ha, porém, a média brasileira é de apenas 14 t/ha (FAO, 2007).

Na distribuição da produção pelas diferentes regiões do Brasil, as Regiões Nordeste e Norte se sobressaem em relação às demais, com participação de 46% e 25% respectivamente. A Região Sul participa com 17%, o Sudeste com 7% e o Centro-Oeste com 4% (IBRE/FGV, 2005 citado por FURLANETO, 2006). Nas Regiões Sul e Sudeste a maior parte da produção é orientada para a indústria, principalmente nos Estados do Paraná, São Paulo e Minas Gerais.

Segundo DINIZ et al. (2004), a atividade mandioqueira proporciona receita bruta anual equivalente a 2,5 bilhões de dólares a economia mundial, e uma contribuição tributária de 150 milhões de reais ao Brasil. A produção destinada à fabricação de farinha e fécula gera, respectivamente, uma receita anual bruta equivalente a 600 milhões e 150 milhões de reais ao país, demonstrando que a cultura apresenta contribuição significativa para o Produto Interno Bruto (PIB) Brasileiro.

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2.3 – IMPORTANCIA NUTRICIONAL

De acordo com Mattos & Cardoso (2003), a planta da mandioca pode ser usada integralmente na alimentação de várias espécies de animais domésticos como bovinos, bubalinos, aves e suínos. As raízes são fontes de carboidratos e a parte aérea além de carboidratos também fornece proteínas, principalmente, nas folhas. Para a alimentação animal o teor de ácido cianídrico deve ser baixo, tanto nas folhas como nas raízes, para evitar intoxicação dos animais. Quando forem usadas variedades bravas na alimentação animal, essas devem ser ministradas em forma de raspas desidratadas ou silagem.

Segundo Sousa & Fialho (2007), as raízes representam importante fonte alimentícia, ricas em calorias e carboidratos, podendo ser destinadas ao consumo humano e animal e além de possuir diversas formas de processamento, tais como: raiz cozida, farinha, tucupi, amido, colas, papel, papelão, tecidos, produção de álcool e acetona, etc.

O tipo de processamento pode levar a alteração de alguns nutrientes, porém, a raiz da mandioca, segundo CORREA et al. (2005), pode proporcionar cerca de 1.460 Kcal/kg de peso fresco, podendo ser considerada, em termos nutricionais, como fonte de energia barata necessitando de outros alimentos como fonte de proteína, vitamina, mineral e gordura para suprir as necessidades nutricionais do homem. Na folha encontra-se significativo teor de vitamina.

CEREDA (2001) relata que, a mandioca apresenta baixo conteúdo de vitaminas, embora às variedades amarelas possam apresentar teores apreciáveis de caroteno, além de vitamina C que, em grande parte, perde-se no processamento. Entretanto o consumo de mandioca ou de seus derivados deve sempre ser acompanhado de alimentos ricos em proteínas, como carnes e peixes, devido ser alimento essencialmente energético e com baixo teor proteico.

2.4 – IMPORTANCIA SOCIAL

A mandioca é cultivada em todo Brasil, cultura que representa renda e alimento para os agricultores, independente do tipo de solo, fertilidade e variações climáticas. Segundo GIRAUD et al. (1995), a mandioca é produzida em mais de 100 países e consumida por milhares de pessoas no mundo, principalmente nos continentes Africano

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e Asiático e na América do Sul. Constitui-se num alimento básico para as populações pobres desses continentes e tem papel fundamental na luta contra os problemas de nutrição que os assolam.

As casas-de-farinha ou ―farinheiras‖ são em geral construções simples com grande importância social para os pequenos produtores que moram em seu entorno, pois nessas ―farinheiras‖ trabalham direta ou indiretamente familiares e vizinhos de onde elas estão instaladas (localizadas nas unidades de produção) se tornado um espaço de sociabilidade, no plantio, na colheita, na fabricação da farinha, do tucupi, da goma da tapioca participam homens e mulheres, adultos, jovens e crianças e frequentemente estão presentes ainda vizinhos da comunidade, reunindo muitas vezes atividades de trabalho e lazer (CARDOSO, 2005).

O sistema produtivo e a cadeia de comercialização da mandioca apresentam três situações básicas, que levam em conta as interconexões entre a origem da mão-de-obra, o nível tecnológico, a participação no mercado e o grau de intensidade do uso de capital na exploração. São elas: a unidade doméstica, a unidade familiar e a unidade empresarial. Mattos & Cardoso (2003), as define como: Unidade doméstica caracterizada por usar mão-de-obra familiar, não utilizar tecnologia moderna, participar pouco do mercado e dispor de capital de exploração de baixa intensidade; Unidade familiar, ao contrário da doméstica, adota tecnologia moderna, tem uma participação significativa no mercado e dispõe de capital de exploração em nível mais elevado; Unidade empresarial caracterizada pela contratação de mão-de-obra de terceiros, adoção de tecnologia moderna e com grande participação no mercado.

Segundo Cardoso (2005), as casas-de-farinha fazem parte do cenário regional rural, onde sua presença está fortemente associada à colonização na Amazônia, por representar a base alimentar da população, situação propiciada pela facilidade de cultivo da planta, produzindo em condições adversas, além de encontrar na região norte condições ambientais favoráveis ao seu cultivo e desenvolvimento.

2.5 – SISTEMA DE CULTIVO

O primeiro passo para implantar a mandiocultura, assim como em qualquer outro cultivo, é o preparo de área. Na agricultura familiar este é feito no tradicional corte e queima em áreas de floresta primária ou capoeira. Geralmente é um cultivo de

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sucessão onde a mandioca é a segunda cultura a ser implantada na área comumente precedida de culturas anuais (TONTINI, 2009; SANTOS, 2007).

O sistema de corte-queima na prática do cultivo de culturas alimentares apresentam inconvenientes como a poluição ambiental (através da queima), erosão, perda de nutrientes, além de tratar-se de trabalho perigoso e penoso, com grande desgaste físico do agricultor (Mattos & Cardoso, 2003).

No preparo do solo deve ser feita a análise do solo com a finalidade de orientar a correção da acidez e a adubação de acordo com recomendações para o cultivo de mandioca, a fim de permitir rápido desenvolvimento das plantas, cobrindo o solo mais rapidamente. No Estado do Pará o plantio é normalmente em dois períodos climáticos distintos: no início da estação chuvosa, no mês de dezembro ou início de janeiro, e o ―plantio de verão‖ no final da estação chuvosa, nos meses de maio e junho, quando as chuvas diminuem de intensidade e frequência. No caso de riscos de excesso de umidade no solo, o plantio pode ser realizado após o início das chuvas ou realizado o plantio da maniva na vertical deixando em torno de 5 cm sob o solo (Mattos & Cardoso, 2003).

De acordo com Câmara et al. (1994), a seleção de ramas e a obtenção de manivas de boa qualidade constituem-se em mecanismos de manejo capazes de elevar significativamente o rendimento em raízes da cultura da mandioca. Na seleção de ramas deve-se considerar, segundo Oka et al. (1987), a densidade, ou seja, a relação entre o peso e o volume das manivas, características que determinam a sua capacidade de brotação. Além desses aspectos, a idade da planta, o diâmetro da haste e a parte da planta a ser usada como material de plantio é de grande importância na escolha das ramas.

Plantas sadias e com idade entre 8 e 18 meses, com ramas maduras e bem desenvolvidas, fornecem material de plantio de boa qualidade (Corrêa & Vieira Neto, 1978). Plantas mais jovens, por apresentar grande proporção de tecidos verdes e tenros, e plantas mais velhas, pela intensa lignificação, não são ideais para fornecimento de ramas para plantio. Embora brotem, as estacas provenientes de plantas verdes e pouco lignificadas são muito susceptíveis ao ataque de patógenos e insetos, e desidratam muito rapidamente. Por outro lado, plantas com mais de 18 meses apresentam os terços inferiores muito lignificados, o que proporciona estacas com brotações tardias e brotos pouco vigorosos (Lozano et al., 1982 ).

Juntamente com a seleção e o preparo, o comprimento das manivas e o número de nós são de grande importância para o adequado estabelecimento da cultura. Manivas

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com 20 cm de comprimento, com pelo menos cinco nós, geralmente apresentam maior taxa de brotação, permitindo o desenvolvimento de plantas mais vigorosas, o que resulta num maior rendimento de raízes (Mattos, 1993; Souza, 1993), embora esse comprimento possa variar de acordo com a posição de plantio e a variedade (Chan & Mohd Isa, 1985). Quando o plantio é horizontal, manivas com 20 cm de comprimento resultam em maior produção de raízes tuberosas e, para plantio inclinado, manivas com 30 cm produzem mais (Viana et al., 2000).

Um dos fatores determinantes da qualidade do material de plantio de mandioca é o diâmetro da haste, que está ligado à idade. Uma observação prática, para avaliar o grau de maturidade, é verificar se o diâmetro da medula é igual ou menor que 50% do diâmetro da haste, em corte transversal. Em caso positivo, essa apresentasse em estádio apropriado de maturação para ser plantada (Conceição, 1983). Como regra geral, recomenda-se que o diâmetro da estaca selecionada não seja inferior à metade do diâmetro da porção mais grossa do caule da variedade que está sendo usada (Lozano et al., 1977).

2.6 – PRINCIPAIS PRAGAS QUE ATACAM A MANDIOCA

2.6.1 – Percevejo de renda

As espécies conhecidas vulgarmente como percevejos de renda são citadas como associadas à cultura da mandioca em vários países da América Latina (BELLOTTI, 2002). Pertence a família Tingidae (Hemiptera. Heteroptera), gênero Vatiga, sendo descritas cinco espécies para a região neotropical, V. illudens, V. manihotae, V. pauxilla, V. variante e V. cassiae (FROESCHNER, 1993). Bellotti et al. (1999) citam a predominância de V. illudens, no Brasil, embora segundo o autor também ocorrem as especies V. manihotae, V. variante e V. cassiae.

Os insetos adultos do percevejo de renda são de coloração cinza, enquanto que as ninfas são esbranquiçadas (LOZANO et al., 1983) com escurecimento das antenas e cercos à medida que se desenvolvem.

Esses insetos localizam-se inicialmente na face inferior das folhas basais e medianas da planta, porém em altas populações atingem as folhas apicais, sendo favorecidos por períodos de seca (BELLOTTI et al. 2002b). Alimentam-se do

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protoplasto das células do prênquima foliar e consequentemente deixam inicialmente pontos cloróticos nas folhas, que podem evoluir para tons marrom-avermelhada (BELLOTTI, et al., 1999). Devido às lesões ocasionadas pela praga ocorre redução da fotossíntese, provoca queda das folhas inferiores, e no caso de infestações severas pode ocorrer desfolha completa da planta (BELLOTTI et al., 2002c).

Na avaliação de redução de produtividade os resultados variam, sendo que alguns trabalhos apontam redução de 55% (FIALHO et al., 2009), 39 % (BELLOTTI et al., 1999), 21% (FIALHO et al.,1994) e sem redução na produtividade (MARTINAZZO et al., 2007b). Já para dano na parte aérea, os trabalhos apontam entre 48 a 50% de redução das folhas no terço superior da planta (FIALHO et al., 2009).

Estudos indicam que os danos desse inseto podem ser influenciados pelos níveis de compostos cianogênicos da planta. Trabalhos realizados com cultivares mansas e bravas apontaram redução no nível de infestação nas variedades com teores de ácido cianídrico acima de 100 ppm (OLIVEIRA et al., 2005; SANTOS et al.,2008a ; FIALHO et al.,2009).

A melhor recomendação atualmente é a adoção de boas práticas de manejo que contribuam para o bom desenvolvimento das plantas, como por exemplo, a correção e adubação do solo, a obtenção de ramas para plantio em áreas não infestadas, a seleção de manivas-sementes, o plantio em cultivos múltiplos ou consorciados e a rotação de culturas (FIALHO et al., 2001).

2.6.2 – Cochonilhas

Segundo BELLOTTI et al. (2002b) existem mais de 15 espécies de cochonilhas alimentando-se de mandioca distribuídas pela África e América Latina, contudo apenas as espécies Phenacoccus herreni e P. manihoti tem importância econômica, sendo ambas de origem tropical.

Essas espécies tem ciclo semelhantes, diferindo apenas no fato de P. herreni se reproduzir sexuadamente, com a presença de machos enquanto que P. manihoti se reproduz via partenogênese, ou seja, fêmea originando fêmeas (BELLOTTI et al., 2002b).

Os danos são causados tanto pela fase jovem quanto pela fase adulta da cochonilha, sendo caracterizados pelo dano direto pela sucção da seiva, deixando a planta debilitada, com aspecto de deficiência nutricional; dano pela toxidez da saliva,

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causado principalmente nas regiões jovens da planta ocasionando deformação das brotações que ficam encarquilhadas com aspecto de repolho e causando encrespamento das folhas e queda precoce das mesmas e, em população elevadas causa necrose dos tecidos apicais e consequente morte dos ponteiros (BELLOTTI et al., 1999, 2002; BENTO et al., 2002).

Quanto ao seu potencial de dano, observou-se uma redução média de 76% no peso de raízes de plantas oriundas de manivas infestadas com a cochonilha quando comparada às oriundas de manivas sadias, para a região do cerrado brasileiro (OLIVEIRA et al. 2005; OLIVEIRA E FILHO, 2005b).

Em relação ao controle dessas espécies é feito pelos inimigos naturais como polífagos e oligófagos, são citados predando as cochonilhas (NEUENSCHWANDER, 2001), dentre esses as joaninhas são as mais importantes reguladoras quando altas populações de cochonilhas ocorrem, contudo apresentam baixa eficiência quando a população da praga é baixa (HERREN E NEUENSCHWANDER, 1991).

Considerando que uma das principais vias de disseminação da praga é através de material vegetativo contaminado, um dos principais meios de controle é a seleção de ramas com boas condições sanitárias, não oriundas de regiões com a presença da praga (BELLOTTI et al, 1999). Os autores sugerem também a destruição das plantas nos focos iniciais da cochonilha, sendo importante neste caso a vistoria detalhada das áreas com histórico de ataque. Além das práticas culturais mencionadas acima, a correção e adubação adequada do solo é importante para reduzir o impacto da praga. Solos pobres favorecem a população da cochonilha e desfavorecem o parasitóide A. Lupezi (BELLOTTI et al, 1999).

2.6.3 – Broca do caule

As brocas do caule encontram-se praticamente em todas as regiões produtoras de mandioca do mundo, mas são especialmente importantes nas Américas, principalmente no Brasil. Em geral causam dano esporádico ou localizado. As larvas variam em tamanho e forma segundo a espécie, sendo encontradas fazendo túneis na região central ou medula das hastes, que em consequência podem secar e partir-se pelo efeito do vento. Nas hastes infestadas ou sobre o solo ao lado das plantas podem ser encontrados excrementos e exsudados que caem das galerias escavadas pelas larvas. Os adultos

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alimentam-se dos ápices das hastes jovens, o que retarda o crescimento da planta (NEUENSCHWANDER, 2001).

Durante os períodos secos, as plantas atacadas podem perder suas folhas e secar. Quando a infestação é severa, as plantas podem morrer.

O Brasil, não há registros de redução no rendimento de raízes, porém ocorre diminuição da quantidade e qualidade do material de propagação. Em trabalho efetuado em Cruz das Almas, BA, na Embrapa Mandioca e Fruticultura, durante período em que ocorreu ataque severo da broca do caule, avaliando-se o Banco de Germoplasma de Mandioca, foram selecionadas 20 variedades entre as mais atacadas. As manivas-semente foram oriundas de hastes atacadas e plantadas sem adubação. Verificou-se que houve uma redução de até 41% na brotação, variando entre as cultivares. À medida que as avaliações eram feitas, o percentual de mortalidade das plantas aumentou. Assim, ocorreram reduções de 47%, 50% e 57%, aos 30, 60 e 130 dias, respectivamente, após brotação. Observou-se que as plantas que sobreviveram não apresentavam desenvolvimento normal (raquíticas), afetando a qualidade das hastes e, consequentemente, o rendimento de raízes (EMBRAPA, 1999).

Recomenda-se observar periodicamente o mandiocal, especialmente durante o verão. As hastes atacadas devem ser cortadas e queimadas, a fim de evitar o desenvolvimento das larvas, o que reduz as populações da praga. Recomenda-se ainda a utilização de manivas sadias para o plantio, o que deve ser feito através de uma seleção criteriosa. Procurar sempre usar material proveniente de plantações onde não houve ataque da broca do caule (EMBRAPA,1999).

2.6.4 – Mandarová da mandioca

As lagartas que se alimentam de Euphorbiaceae, Erinnyis ello são conhecidas no Brasil pelos nomes vulgares de ―gervão‖ e ―mandarová‖ da mandioca; chamam-nas também de ―marandová‖. Praga tão grave e que tanto prejuízos traz ao agricultor, exige sérios cuidados no sentido de ser combatida (FERREIRA, 1941).

O gervão come as folhas de mandioca e aipim, bem como as partes mais tenras dos pés. Quando ataca roças novas, com menos de um ano, provoca muitas vezes a sua morte total. Em plantações mais velhas atrasa seu crescimento e diminui, grandemente, sua produção de raízes (FERREIRA 1941).

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FERREIRA LIMA, 1941, assinalando os danos causados pelo gervão, em plantações de mandioca de Santa Catarina e tratando dos meios de o combater, relata:

―Em cálculos feitos por agricultores locais, os prejuízos decorrentes das lagartas assumem proporções assustadoras. Assim, uma roça normal que em media produziria 300 quilos de farinha, quando atacada pela lagarta passa a produzir em media 90 quilos, ou seja, se perde em media 70% da produção em uma lavoura de mandioca‖.

2.7 – AVALIAÇÃO DE VARIEDADES

Com o objetivo de avaliar a produtividade de raízes e o rendimento de farinha de 15 variedades regionais de mandioca, Guimarães et al. (2009) conduziram um trabalho na área experimental da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, em Vitória da Conquista. Para simular as condições normais de cultivo da região o solo foi arado e gradeado, porém sem calagem e adubação e utilizaram o espaçamento de 1,0 x 0,6 m. Nesta pesquisa foram verificadas produtividades de raízes variando de 5,7 a 18,7 t.ha-¹, rendimento de farinha de 18,9 a 25,0% e produtividade de farinha variando de 1,2 a 3,9 t.ha-¹. Verificaram ainda que das variedades mais produtivas em t.ha -¹ de raízes apenas a Platinão permaneceu entre as de maiores rendimentos de farinha (%) . Mesmo assim, aquelas com maiores produtividades de raiz foram as que proporcionaram maiores produtividades de farinha, em t.ha-¹. Por outro lado, as variedades com menor produtividade (t.ha-¹) de raízes também foram as de menor produtividade (t.ha-¹) de farinha. Destaca-se nessa pesquisa a variedade Platinão, significativamente superior nos três quesitos avaliados.

Rodrigues et al. (2007) avaliaram a produtividade de raízes de 10 variedades de mandioca em Latossolo Amarelo Distrófico de textura arenosa, no município de Salvaterra, PA. A área foi preparada com grade aradora. Foi utilizado o espaçamento de 1,0 x 1,0 m, com a aplicação de 2,0 kg.cova¹ de composto orgânico no plantio e uma adubação de cobertura com o equivalente a 600 kg.ha¹ de NPK, formulação de 10:28:20, 30 dias após. A produtividade de raízes variou de 17,2 a 54,1 t.ha-¹ com as variedades Pai Mane e Roxinha, respectivamente.

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3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1 – LOCALIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

Para a condução do experimento foi estabelecida área experimental na propriedade rural do senhor Miguel Cavalini Calvi, localizada na comunidade Princesa do Xingu, na Vicinal 6 (seis), distante 28 km da sede do município de Altamira, PA. A área escolhida para implantação da lavoura possui como característica o relevo plano, sendo a vegetação anterior constituída de pastagem com capim Braquiarão (Brachiaria brizantha).

Silva et al. (2009), avaliaram dados meteorológicos da cidade de Altamira-PA, relativos ao período de 1990 a 2002 . Os resultados indicaram que a precipitação média anual é de 2.123 mm, caracterizado por um período chuvoso entre os meses de janeiro a maio, com 74% das chuvas, sendo março o mês com maior precipitação pluvial, com média de 379,2 mm. Apenas 14% das chuvas ocorrem de julho a novembro, sendo agosto o mês mais seco, com média de 22,5 mm. A temperatura média diária anual do período foi de 27,3°C, com média das máximas e das mínimas de 32,4°C e 22,1°C, respectivamente. A umidade relativa do ar média mensal foi de 80,4%. No mês de julho acontece o período de maior insolação, com 7,4 horas de brilho solar médio diário.

A lavoura foi implantada em um Latossolo Amarelo Distrófico, textura arenosa, que segundo o Centro Nacional de Pesquisa de Solos da EMBRAPA (1999), compreende solos minerais em avançado estádio de intemperização, possuem baixa capacidade de troca de cátions, são em geral fortemente ácidos, com baixa saturação por bases.

Este trabalho contou com a participação do Núcleo de Apoio à Pesquisa e Transferência de Tecnologia – NAPT Transamazônica, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA Amazônia Oriental, localizada na Cidade de Altamira, PA.

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Foram avaliadas 30 variedades de mandioca, sendo 25 fornecidas pela EMBRAPA Amazônia Oriental, oriundas do Banco de Germoplasma localizado na cidade de Belém, PA, e cinco (05) obtidas de agricultores visinhos ao local do experimento, conforme quadro 01. As manivas foram obtidas de plantas sadias com idade variando entre 12 e 16 meses. Foram selecionadas para o experimento apenas as manivas localizadas no terço médio das plantas (Figura 2.a em anexo), cortadas em tamanhos iguais a 20 cm e utilizadas as que possuíam diâmetro de aproximadamente 2,0 cm, com cinco a sete gemas vegetativas (CORREA e ROCHA, 1979).

3.3 – INSTALAÇÃO DO EXPERIMENTO

O experimento foi implantado no delineamento Inteiramente Casualizado com 30 tratamentos (variedades) e três repetições, totalizando 90 parcelas experimentais. Cada parcela foi estabelecida em área de 5 m x 5 m, com as covas espaçadas de 1,0 m x 1,0 m, somando 25 plantas por parcela. A parcela útil utilizada para obtenção da produtividade média de raízes foi constituída pelas nove (09) plantas centrais da parcela total. As demais plantas da periferia de cada parcela experimental foram utilizadas, nesse quesito, com a finalidade de atuar como bordadura e atenuar os efeitos externos.

As parcelas experimentais (25 m2) foram separadas entre si por uma faixa de 2,0 m longitudinalmente e 3,0 m transversalmente. A área total utilizada para a pesquisa foi de 107 m x 49 m. Os tratamentos aplicados com a identificação das respectivas variedades de mandioca estão relacionados no Quadro 01.

O preparo da área experimental foi iniciado no dia 19/04/2009 utilizando-se o Rhoundup WG, na dose de 5,0 mL por litro de água, para a dessecação do Brachiarão. Após a dessecação, foi realizada a gradagem no dia 20/05/2009, para incorporação dos restos vegetais e nivelamento do solo. Nesse mesmo dia foi realizado o balizamento das parcelas experimentais e feita a aplicação 1, 43 t.ha-1 de calcário dolomítico com PRNT 70%, o equivalente a 1,0 t.ha-1 com PRNT 100%, (figura 2.b em anexo). O plantio foi realizado no dia 21 de maio de 2009. Trinta dias após o plantio foi realizada uma adubação com 30 g por planta do formulado 11:30:17.

A limpeza da área foi realizada com duas capinas manuais e dois roços manuais no terceiro e sexto e no nono e décimo segundo mês após a germinação, respectivamente. O controle de pragas foi realizado sistematicamente, reportando-se o

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ataque de formigas cortadeiras, com o uso de isca formicida, e mandarová com o uso de Lorsbam, na dose de 2,5 mL por litro de água. Não foi verificado ataque significativo de doenças da parte aérea que justificasse o controle. A colheita das variedades foi realizada 12 meses após a germinação. Em seguida identificadas e pesadas.

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Quadro 01 - Identificação dos tratamentos e variedades utilizadas no experimento.

TRATAMENTOS VARIEDADES ORIGEM TRATAMENTOS VARIEDADES ORIGEM

TRAT-01 Cearense EMBRAPA TRAT-16 Amolada EMBRAPA

TRAT-02 Saracura EMBRAPA TRAT-17 BRS Mari EMBRAPA

TRAT-03 Pacajás EMBRAPA TRAT-18 Kiriris EMBRAPA

TRAT-04 Olho Verde EMBRAPA TRAT-19 BRS Poti EMBRAPA

TRAT-05 Jurará EMBRAPA TRAT-20 Paulo Velho EMBRAPA

TRAT-06 Inha EMBRAPA TRAT-21 Ouro Preto EMBRAPA

TRAT-07 Chico Vara EMBRAPA TRAT-22 Maraquaim EMBRAPA

TRAT-08 Maranhense EMBRAPA TRAT-23 Jurará amarela EMBRAPA

TRAT-09 Pau Velho EMBRAPA TRAT-24 Milagrosa EMBRAPA

TRAT-10 Surubim I EMBRAPA TRAT-25 Duquinha EMBRAPA

TRAT-11 Surubim II EMBRAPA TRAT-26 Taxi vovó EMBRAPA

TRAT-12 Inajá UFPA TRAT-27 Bastiana EMBRAPA

TRAT-13 Capembas UFPA TRAT-28 Tomazia EMBRAPA

TRAT-14 Ararão UFPA TRAT-29 Olho Roxo UFPA

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3.4 – CARACTERIZAÇÕES AGRONÔMICAS

As variedades foram avaliadas quanto aos seguintes aspectos de interesse agronômico: produtividade média, cor da polpa, altura média, índice de tombamento e índices de ataque pela broca do caule, cochonilha branca e podridão das raízes.

A produtividade média de raízes foi obtida aos 12 meses, pela pesagem individualizada por parcela, após a limpeza e retirada da parte não aproveitável pela indústria. Simultaneamente, nas mesmas plantas, foi avaliado o índice de ataque por podridão das raízes, em percentagem, e a cor da polpa.

A altura média das plantas e o percentual de plantas tombadas foram avaliados nas 15 plantas das três filas centrais de cada parcela experimental, aos 10 meses de idade.

Após constatação em campo do alto índice de infestação pela broca do caule e da cochonilha branca, em 04/12/2009 foi realizada uma avaliação, por parcela, do percentual de plantas atacadas por essas pragas.

3.5 – ANÁLISE ESTATÍSTICA

Foi realizada a análise de variância para verificar a existência de diferenças significativas entre as médias de produtividade de raízes dos tratamentos (variedades) avaliados. As médias de produtividades foram submetidas ao teste de Scott-Knott a 5% de significância.

Para a realização das análises estatísticas foi utilizado o Software ―SAEG – Sistema para Análises Estatísticas‖, Versão 9.1 (2007), desenvolvido pela Universidade Federal de Viçosa.

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4 – RESULTADO E DISCUSSÕES

4.1 – CARACTERIZAÇÕES AGRONÔMICAS

A Tabela 01 contém os resultados de altura média, índice percentual de tombamento e cor da polpa das variedades estudadas. Com relação à cor da polpa, a importância maior está na diversidade de usos que se pode ter. No caso da fabricação de farinha, a classificação também é feita pela cor, o que pode está diretamente relacionada à cor da polpa da raiz. Ainda, existe a possibilidade de outros usos, como é o caso da produção de tucupi como aproveitamento da manipueira, obtida pela prensagem da mandioca ralada, que pode agregar renda ao produtor. Nesse caso, o uso é exclusivo de variedades com polpa amarela.

Existem regiões que preferem farinhas de cor amarelo e, na ausência de variedades com essa coloração natural, os produtores de farinha fazem uso de corantes artificiais. Assim, a disponibilização de variedades de alta produtividade e com coloração de polpa amarelo, como é o caso das variedades Jurará amarela, Tomázia e Ouro preto, que proporcionaram produtividades de 42,28, 38,38 e 37,29 t.ha-1, respectivamente, tornam-se uma solução, principalmente para o seguimento da produção orgânica. Além disso, essas variedades também poderão ser usadas para a produção do tucupi, que é altamente consumido na região Norte, principalmente nos Estados do Pará, Amazona e Amapá.

Com relação à altura média das plantas, o porte variou de 151 cm, com a variedade Olho roxo, a 250 cm, com a variedade Surubim I.

Com relação ao tombamento de plantas na área de plantio, devido ao vento ou outros fatores, que certamente redundam em perda de produtividade e qualidade das raízes, pode não estar diretamente relacionado à altura das plantas. Observa-se pela Tabela 01 que as variedades com maior percentual de tombamento foram a Inha, Pacajás, Maranhense, Ararão e Tomázia, com 33,3, 31,1, 28,9, 26,7 e 24,4% de plantas tombadas, respectivamente, e as suas alturas médias foram 194, 203, 204, 222 e 215 centímetros. No entanto, as variedades mais altas foram a Surubim I, Kiriris, Saracura, Surubim II e Bastiana, com alturas de 250, 246, 241, 239 e 236 centímetros, respectivamente, com índices de tombamento que variou de zero (0,0) a 11,1%.

A Tabela 02 contém os resultados do índice percentual de plantas atacadas pela broca do caule, pela cochonilha branca e por podridão das raízes, entre as variedades estudadas. Com relação à podridão das raízes, uma das doenças que mais causam prejuízos na

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mandiocultura, às variedades com maior percentual de ataque foram a Duquinha, Taxi vovó Paulo Velho e Jurará amarela, com 55,6, 38,9, 33,3 e 27,8% de plantas atacadas, respectivamente.

Tabela 01 – Altura média das plantas, percentagem de plantas tombadas e cor da polpa da raiz das variedades estudadas.

VARIEDADES ALTURA (cm) TOMBAMENTO (%) COR DA POLPA DA RAIZ Cearense 204 0,0 Branco Saracura 241 11,1 Branco Pacajás 203 31,1 Creme

Olho verde 230 13,3 Branco

Jurará 228 2,2 Branco

Inha 194 33,3 Creme

Chico Vara 194 17,8 Branco

Maranhense 204 28,9 Creme

Pau velho 192 20,0 Branco

Surubim I 250 4,4 Amarelo Surubim II 239 4,4 Amarelo Inajá 195 15,6 Branco Capembas 190 6,7 Amarelo Ararão 222 26,7 Amarelo Amolada 227 4,4 Branco BRS Mari 223 0,0 Creme Kiriris 246 0,0 Branco BRS Poti 220 2,2 Creme

Paulo Velho 213 20,0 Branco

Ouro preto 208 4,4 Amarelo

Jurará amarela 213 6,7 Amarelo

Milagrosa 190 6,7 Branco

Duquinha 174 11,1 Creme

Taxi vovó 224 6,7 Branco

Bastiana 236 8,9 Branco

Tomázia 215 24,4 Amarelo

Olho roxo 151 0,0 Creme

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Tabela 02 – Percentagem de plantas atacadas pela broca do caule, pela cochonilha branca e pela podridão das raízes.

VARIEDADES PLANTAS COM BROCA DO CAULE (%) PLANTAS COM COCHONILHA BRANCA (%) PLANTAS COM PODRIDÃO DAS RAÍZES (%) Cearense 1,3 6,7 5,6 Saracura 1,3 9,3 0,0 Pacajás 4,0 9,3 5,6 Olho verde 2,7 0,0 22,2 Jurará 12,0 1,3 11,1 Inha 8,0 0,0 0,0 Chico Vara 12,0 4,0 11,1 Maranhense 8,0 0,0 22,2 Pau velho 13,3 0,0 0,0 Surubim I 8,0 0,0 22,2 Surubim II 5,3 0,0 0,0 Inajá 13,3 2,7 0,0 Capembas 8,0 0,0 0,0 Ararão 4,0 0,0 0,0 Amolada 5,3 0,0 22,2 BRS Mari 1,3 1,3 5,6 Kiriris 4,0 0,0 5,6 BRS Poti 4,0 0,0 0,0 Paulo Velho 6,7 0,0 33,3 Ouro preto 9,3 0,0 16,7 Jurará amarela 5,3 0,0 27,8 Milagrosa 8,0 0,0 0,0 Duquinha 13,3 0,0 55,6 Taxi vovó 6,7 0,0 38,9 Bastiana 8,0 0,0 16,7 Tomázia 1,3 0,0 5,6 Olho roxo 46,7 5,3 5,6 Santinha 17,3 0,0 0,0

Cuidados redobrados devem ser tomados com a introdução dessas variedades na região estudada, que até então não tem apresentado registro significativo dessa doença. Contudo, dentre essas variedades, somente a Jurará amarela se destacou com relação à produtividade de raízes, com 42,28 t.ha-1, conforme pode ser constatado na Tabela 03. Assim,

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como a pesquisa tem por objetivo, também indicar variedades promissoras para a região, automaticamente essas variedades deverão ser eliminadas do campo de matrizes. Maior atenção também deve ser dada às variedades Olho verde, Maranhense Surubim I e Amolada, que apresentaram 22,2% de ataque por podridão das raízes (Figura 5a e 5b em anexo).

Os índices percentuais de plantas atacadas pela cochonilha (Figura 3a e 3b em anexo) branca não ultrapassaram a taxa de 10% em nenhuma variedade, como pode ser constatado na Tabela 03. Esse pequeno surto parece ter sido conseqüência da forte estiagem sobre a região no período estudado, conforme dados da Estação Climatológica do INMET, em Altamira, PA, que indicaram índices pluviométricos da ordem de 30 mm, 30 mm, 50 mm, 30 mm e 300 mm nos meses de agosto a dezembro de 2009, respectivamente (INMET, 2009). Conforme relato de FERREIRA (1941), é comum o aparecimento desse inseto sob essas condições. Vale ressaltar que, com o controle do mandarová (Figura 6a e 6b em anexo), realizado em 04/12/2009, também foi observado uma redução drástica desse inseto, não causando maiores danos.

Com relação ao ataque de broca do caule (Figura 4a e 4b em anexo), os dados da Tabela 03 indicaram que todas as variedades tiveram algum nível de ataque. Porém, é importante ressaltar que as variedades Cearense, Saracura, Pacajás, Olho verde, Ararão, BRS Mari, Kiriris, BRS Poti e Tomázia apresentaram incidência em menos de 5% das plantas, destacando-se dentre elas a Saracura, com 1,3%, a Kiriris com 4,0% e a Tomázia com 1,3% de ataque por broca que, além de apresentarem bom nível de tolerância essa praga, também foram agrupadas entre as melhores variedades no quesito produtividade de raízes pelo teste de Scott Nott (P < 0,05), com 43,18; 41,48 e 38,38 t.ha-1, conforme consta na Tabela 01.

Por outro lado, as variedades Jurará, Chico vara, Pau Velho, Inajá, Duquinha, Olho Roxo e Santinha foram as que apresentaram maior incidência de plantas atacadas pela broca do caule, com índices variando de 12 a 46,7% de plantas atacadas. Nesse grupo, destacam-se negativamente as variedades Olho roxo e Santinha, com 46,7 e 17,3%, respectivamente, que apresentaram as menores produtividades de raízes (Tabela 01). A baixa produtividade observada nessas duas variedades certamente foi influenciada pelo alto índice de ataque desse inseto praga.

Dentre as variedades do grupo que apresentaram maior produtividade de raízes, as variedades Inajá, com 13,3%, e a Chico Vara, com 12,0% de ataque por broca, devem ser melhor avaliadas, pois foram as duas que apresentaram maior rendimento de raízes, com mais de 45 t.ha-1.

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Por se tratar de uma praga de difícil controle, a atenção deve ser redobrada na seleção das manivas sementes, pois é nessa fase que ocorre maior disseminação desse inseto.

Houve ataque mandarová no experimento e foi feita um controle sistemático, com a aplicação de Lorban, na dose de 2,5 ml por litro de água.

4.2 – ANÁLISE DA PRODUÇÃO DE RAÍZES

O experimento foi implantado com 30 variedades, conforme consta no Quadro 01. Desse total foram excluídas as variedades Manivão e Maraquaim devido ao baixo índice de germinação, com 4,4% e 28,9%, respectivamente.

Os resultados das produtividades médias de raízes, em t.ha-1, das 28 variedades de mandioca colhidas aos 12 meses de idade foram submetidos à análise de variância, cujos resultados indicaram a existência de diferenças altamente significativa (P < 0,01). O Coeficiente de Variação do experimento foi de 22,9%.

Os valores das produtividades médias de raízes das variedades foram agrupados pelo teste de Scott-Knott a 5% de significância e os resultados encontram-se na Tabela 03. As produtividades médias variaram de 45,83 a 13,29 t.ha-1, com as variedades Inajá e Santinha, respectivamente. A média geral foi de 34,91 t.ha-1.

Observando a Tabela 03, verifica-se que as variedades Inajá, Chico vara, Inha, Saracura, Jurará amarela, Amolada, Kiriris, Bastiana, Milagrosa, Jurará, Pau Velho, Tomázia, Ouro preto e Taxi vovó foram iguais entre si e significativamente superiores às demais, com produtividades variando de 45,83 (Inajá) a 35,74 t.ha-1 (Taxi vovó). As variedades Olho roxo e Santinha se destacaram pelo pior desempenho, com 18,33 e 13,29 t.ha-1 de raízes, respectivamente.

Considerando que o teste de Scott-Knott trabalha com agrupamentos de médias, é importante observar na Tabela 03 que as variedades Inajá e Chico Vara, apesar de apresentarem produtividades iguais estatisticamente às variedades Ouro preto e Taxi vovó, elas produziram mais de 8,0 t.ha-1 que as outras duas variedades. Tomando por base os resultados de Polla (2010), que trabalhou com as duas primeiras variedades na mesma região, isso pode significar mais de 2,0 t.ha-1 de farinha, o que economicamente pode ser bastante significante. Vale ressaltar ainda que, das 14 melhores variedades desse experimento, as variedades Inajá, Chico Vara, Inha e Pau Velho também foram as mais produtivas no trabalho realizado por Polla (2010).

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Tabela 03 – Resultado do teste de Scott – Knott para as médias* de produtividade de raízes (t.ha¹) obtidas com as variedades avaliadas.

VARIEDADES PRODUTIVIDADES MÉDIAS (t/ha-1)

Inajá 45,83 A Chico vara 45,53 A Inha 44,43 A Saracura 43,18 A Jurará amarela 42,28 A Amolada 41,78 A Kiriris 41,48 A Bastiana 41,27 A Milagrosa 39,25 A Jurará 38,99 A Pau velho 38,69 A Tumázia 38,38 A Ouro preto 37,29 A Taxi vovó 35,74 A Paulo velho 34,16 B Cearense 33,25 B Pacajás 32,81 B Olho verde 32,70 B Capembas 31,89 B BRS Mari 31,55 B Maranhense 31,17 B Surubim II 30,37 B Surubim 29,26 B Duquinha 28,94 B BRS Poti 28,40 B Ararão 27,29 B Olho roxo 18,33 C Santinha 13,29 C

* Médias seguidas pelas mesmas letras não diferem entre si pelo teste de Scott - Knott a 5% de significância.

Comparando os resultados da Tabela 03 com os da produtividade média do Estado do Pará, que é da ordem e 16,2 t.ha¹ (IBGE, 2006), verifica-se que das 28 variedades estudadas apenas as variedades Olho roxo e Santinha não superaram esse valor, destacando-se que as cinco primeiras variedades, Inajá, Chico Vara, Inha, Saracura e Jurará Amarela foram 183, 181, 174, 167 e 161% mais produtivas que a média estadual. Ressalta-se que esses resultados foram obtidos com calagem e adubação do solo. A variação das produtividades médias entre as variedades estudadas está ilustrada na figura 01.

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Figura01. Produtividades médias de raízes de mandioca das variedades estudadas.

Guimarães et al. (2009), avaliando 15 variedades de mandioca em Vitória da Conquista, no Sudoeste da Bahia, obtiveram produtividades de raízes variando de 5,7 a 18,7 t.ha-1, bem abaixo dos resultados encontrados nesse trabalho. Embora se trate de variedades e condições edafoclimáticas bem distintas, os resultados ressaltam o potencial do município de Altamira em relação a outras regiões tradicionais nesse cultivo, bem como a importância de se avaliar regionalmente as variedades disponíveis e o intercâmbio de material genético interinstitucional, pois devido à relação genótipo x ambiente, o material genético que não responde bem em um agrossistema, pode ser interessante para outro.

Rodrigues et al. (2007) avaliaram 10 variedades de mandioca no município de Salvaterra, agrossistema da Ilha de Marajó, no Estado do Pará. Esses pesquisadores obtiveram resultados variando entre 17,2 a 54,1 t.ha-1, ou seja, algumas variedades tiveram produtividade de raízes superiores e outras inferiores aos desse trabalho. Contudo os autores além de trabalharem com outras variedades e em local ecologicamente diferente, utilizaram adubação orgânica e química. Isto demonstra que os resultados de produtividades alcançados com as variedades utilizadas nesse trabalho também poderão ser incrementados com a correção do solo e adubação equilibrada, pois nos dois casos trata-se de Latossolo Amarelo Distrófico de

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textura arenosa. As variedades Inajá, Chico Vara, Inha, Saracura e Jurará Amarela, comparativamente, apresentam excelente potencial de produção de raízes.

Como a calagem e a adubação foram realizadas sem os resultados da análise do solo, ou seja, foram estabelecidas como correção mínima por se tratar de um solo com mais de 30 anos com o uso de pastagem, os resultados indicam a necessidade de novos estudos para calibração dos níveis ideais de calagem e adubação para as condições edafoclimáticas locais.

Segundo ENGETECNO (2009), o rendimento médio de farinha é de aproximadamente 25 a 30%, o que depende, segundo o autor, da variedade e da eficiência dos equipamentos utilizados. Polla (2010) trabalhando também com as quatro variedades de maior rendimento físico, em ordem decrescente, Inajá, Chico vara, Inha, Saracura, obteve rendimento de farinha do tipo puba da ordem de 28,1, 26,1, 29,3 e 20,8%, respectivamente. Tomando por base esses resultados e assumindo o rendimento médio de 25% de farinha, com as produtividades obtidas para essas quatro variedades (Tabela 03) pode-se projetar um rendimento médio da ordem de 11,0 t.ha-1 de farinha. Esses resultados estão de acordo com os obtidos por Polla (2010) e demonstram o alto potencial das quatro variedades para a produção de farinha, o que permite fazer a indicação das mesmas para a região do estudo.

(35)

5 – CONCLUSÕES

Entre as variedades agrupadas com maior produtividade, a Inajá, Chico Vara, Inha, Saracura e Jurara Amarela, em ordem decrescente, foram as que obtiveram os maiores índices de produtividades de raízes.

As variedades olho roxo e santinhas destacaram negativamente com os menores índices de produtividade de raízes.

Em relação a ataque de podridão das raízes, as variedades mais resistentes foram Pau velho, Surubim II, Inajá, Capembas, Ararão, BRS Poti, Milagrosa, Santinha e as mais susceptíveis foram Duquinha, Taxi vovó, Paulo Velho, Jurará amarela, Amolada, Surubim I, Maranhense e Olho verde, todas com índices maiores que 20% de incidência de podridão das raízes.

Com relação à broca do caule, destaque para as variedades mais tolerantes, com índices menores que 5% de incidência de ataque da broca do caule Saracura, Tomázia e Kiriris, e as mais susceptíveis foram Olho roxo, Santinha, Duquinha, Inajá e Pau velho, com índices maiores de 10% de ataque.

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6 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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