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RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DAS TECNOLOGIAS GERADAS PELA EMBRAPA

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RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS

IMPACTOS DAS TECNOLOGIAS GERADAS

PELA EMBRAPA

Data limite para o envio da Síntese do Relatório de Impactos: Data limite para o relatório completo: 05/03/2012, via Side

Nome da tecnologia: Poda do cafeeiro em Rondônia: definição de

densidade de hastes adequada

Ano de avaliação da tecnologia: 2012

Unidade: Embrapa Rondônia

Equipe de Avaliação: Samuel José de Magalhães Oliveira

Victor Ferreira de Souza

Zenildo Ferreira Holanda Filho

Leonardo Ventura de Araújo

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RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DAS

TECNOLOGIAS GERADAS PELA EMBRAPA

1.- IDENTIFICAÇÃO DA TECNOLOGIA 1.1. Nome/Título

Poda do cafeeiro em Rondônia: definição de densidade de hastes adequada. 1.2. Objetivo Estratégico PDE/PDU

Objetivo Estratégico PDE/PDU

Competitividade e Sustentabilidade do Agronegócio X Inclusão da Agricultura Familiar

Segurança Alimentar – Nutrição e Saúde Sustentabilidade dos Biomas

Avanço do Conhecimento Não se aplica

1.3. Descrição Sucinta

No estado de Rondônia a cultura do café ocupa uma área de aproximadamente 160 mil hectares, área em formação e em produção. A produção estimada para o ano de 2011 foi de 1,5 milhão de sacas, cultivada por cerca de 40.000 pequenas propriedades e em áreas de 3 e 5 ha, em média. A atividade se caracteriza pela baixa utilização de insumos, e baixo nível tecnológico. Não é comum o uso de corretivos e adubos, os tratos culturais são insuficientes para o bom desempenho do sistema de produção. Como reflexo disto há comprometimento da renda gerada pela atividade e impactos ambientais indesejáveis como a degradação do solo e perda de sua fertilidade natural.

A desbrota e a poda do cafeeiro não são adotadas por muitos dos cafeicultores de Rondônia. A poda e desbrota bem conduzidas otimizam a arquitetura da planta levando a lavoura a exibir substancial aumento de produtividade entre 5 a 25 sc beneficiadas/ ha, dependendo das condições edafoclimáticas e de condução da lavoura, em comparação com a ausência destas práticas. Isto traz como conseqüência o aumento da renda do produtor rural.

Um dos aspectos cruciais na desbrota e poda do cafeeiro é a determinação do número de hastes adequadas por cova e a densidade adequada de hastes em uma lavoura de café. A Embrapa Rondônia determinou experimentalmente os melhores espaçamentos e a população de hastes adequada para a cafeicultura rondoniense e esta tecnologia tem tido difusão crescente entre os cafeicultores. 1.4. Ano de Lançamento: 2002____________

1.5. Ano de Início de adoção: 2003______________ 1.6. Abrangência

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Selecione os Estados onde a tecnologia selecionada está sendo adotada:

Nordeste Norte Centro Oeste Sudeste Sul

AL AC DF ES PR BA AM GO MG RS CE AP MS RJ SC MA PA MT SP PB RO X PE RR PI TO RN SE 1.7. Beneficiários

Pequenos produtores rurais do estado de Rondônia. Extensionistas

Agricultura familiar no estado de Rondônia

2.- IDENTIFICAÇÃO DOS IMPACTOS NA CADEIA PRODUTIVA

A cadeia produtiva do café no estado de Rondônia conta com cerca de 40.000 pequenos produtores, que empregam basicamente a mão-de-obra familiar. A produção cafeeira do estado se localiza no centro do estado com tendência atual de se deslocar para áreas de colonização mais recente como os municípios de Buritis, no centro-norte do estado e São Miguel do Guaporé, no centro-oeste do estado. A produção estadual alcançou 1,5 milhões de sacas de café beneficiado em uma área cultivada de aproximadamente 160.000 ha com uma produtividade média, no ano de 2011, de 9,3 sc beneficiadas/ha. O rendimento da lavoura neste último ano foi cerca de 25% a menos do que a registrada no ano anterior. Essa quebra de produção se deu a ocorrência irregular da chuva na época de julho a setembro de 2010, fazendo com que a floração fosse induzida e posteriormente abortada pelo estresse hídrico. Apesar da baixa produtividade no estado, há um polo emergente de intensificação de tecnologia, onde a produtivade média suplanta 20 sc/ ha. Esta região são os municípios de Alta Floresta, Alto Alegre e Santa Luzia (CONAB, 2012), basicamente conilon.

São baixos os níveis tecnológicos e de uso de insumos na atividade, reflexos da baixa capitalização do produtor rural. Não é freqüente a adubação, o uso de corretivos. A poda, a desbrota e as capinas, muitas vezes não são realizadas como manda a recomendação técnica.

Há muitas firmas fornecedoras de insumos e compradoras do produto no interior do estado, com destaque para a microrregião de Cacoal. O produto é em geral seco em terreiro de chão batido e entregue na forma de coco para a beneficiadora que paga apenas pela renda auferida, sem levar em conta a classificação do grão. O café produzido no estado compõe misturas destinadas à indústria de torrefação ou de café solúvel, destinados ao mercado interno Alguns produtores se organizam na forma de associações e cooperativas e conseguem comercializar seu produto de maneira mais vantajosa. Há iniciativas para

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produção de café orgânico, agroecológico e direcionado para o comércio justo, todas incipientes.

A prática da poda e da desbrota favorecem a correta arquitetura das plantas e café e, juntamente com a implantação da lavoura em espaçamento adequado, é fator de aumento de produtividade e aumento da renda proporcionada pela atividade. Este aumento de produção tem impactos positivos em toda a cadeia produtiva, a montante e a jusante. A maior demanda por insumos, por canais de beneficiamento e comercialização são exemplos destes impactos.

3.- AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS ECONÔMICOS 3.1- Avaliação dos Impactos Econômicos

Se aplica: sim ( x ) não ( )

Tipo de Impacto: Incremento de Produtividade Tabela Aa - Ganhos Líquidos Unitários

Ano Medida - UMUnidade de

Rendimento Anterior/UM (A) Rendimento Atual/UM (B) Preço Unitário R$/UM (C) Custo Adicional R$/UM (D) Ganho Unitário R$/UM E=[(B-A)xC]-D 2003 10 17 140,00 856,00 124,00 2004 10 17 140,00 856,00 124,00 2005 10 17 140,00 856,00 124,00 2006 10 17 140,00 856,00 124,00 2007 10 17 140,00 856,00 124,00 2008 10 18 180,00 933,00 507,00 2009 10 18 130,00 909,00 131,00 2010 15 23 100,00 894,25 -94,25 2011 9,5 17,5 185,00 1.022,69 457,31 sc/ ha beneficiada

Tabela Ba - Benefícios Econômicos na Região

Ano Participação da Embrapa % (F) Ganho Líquido Embrapa R$/UM G=(ExF) Área de Adoção: Unidade de Medida-UM Área de Adoção: QuantxUM (H) Benefício Econômico I=(GxH) 2003 10% 12,40 24.000 297.600,00 2004 20% 24,80 24.000 595.200,00 2005 30% 37,20 24.000 892.800,00 2006 30% 37,20 24.000 892.800,00 2007 30% 37,20 24.000 892.800,00 2008 30% 152,10 21.000 3.194.100,00 2009 30% 39,30 21.000 825.300,00 2010 30% -28,28 21.000 -593.775,84 2011 30% 137,19 21.000 2.881.053,00 ha

3.2.- Análise dos impactos econômicos

A tecnologia, introduzida no estado com o auxílio da Embrapa Rondônia, proporciona um incremento estimado em 7 sc de café beneficiado/ha até o ano

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de 2007. E este valor foi ajustado para 8 sc/ha a partir de 2008, em função da maior adoção da tecnologia em áreas de maior fertilidade natural do estado, como os municípios de Alta Floresta, Alto Alegre e Santa Luzia (RO). Este valor equivale a 80% do aumento de produtividade observado em três unidades demonstrativas da Emater Rondônia em Ouro Preto d’Oeste - RO, o que demonstra a razoabilidade do aumento preconizado pela tecnologia.

O custo adicional da tecnologia alcançou R$ 1.022,69/ ha em 2011. O benefício incremental alcançou o valor de R$ 457,31, valor significativamente superior ao observado nos anos anteriores, apesar do custo de adicional ter sido o maior verificado, devido principalmente aos custos da colheita que foram mais elevados devido a pouca produtividade das lavouras. A contribuição da Embrapa é compartilhada com a Emater, associações e outras entidades ligadas à transferência de tecnologia. Reconhecendo a importância destes órgãos na sua adoção, considera-se a participação da Embrapa em 30%. Estima-se a área de adoção em 21.000 ha também em 2011. O benefício econômico proporcionado pela Embrapa ao gerar tal tecnologia atingiu R$ 2.881.053,00 em 2011, reflexo principalmente da alta cotação da commodity neste ano.

3.3. – Fonte de dados

Os dados de produção, área plantada e produtividade foram obtidos no IBGE e na Conab, em seus sítios na internet.

O custo da adoção da tecnologia foi obtido na área de economia da Embrapa Rondônia, que possui planilhas de custo de produção de diferentes sistemas no estado, incluindo aqueles que utilizam o controle da broca.

Produtores rurais foram entrevistados, conforme consta na Tabela 3.3.1. Tabela 3.3.1 – Número de consultas realizadas por município

Municípios Estado

Produtor

Familiar Produtor Patronal Total Pequeno Médio Grande Comercial

Alta Floresta RO 3 3 2 8

Machadinho RO 2 2

Total 5 3 2 10

Obs: Todos os produtores são orientados para mercado, pois produzem café. Considerou-se pequeno o produtor com até 15 ha de lavoura, médio com até 40 ha e grande aquele acima desta quantidade.

4.- AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS SOCIAIS 4.1.- Avaliação dos Impactos

A Unidade utilizou a metodologia AMBITEC-Social ( x ) sim ( ) não. 4.1.1.Tabela - Impactos sociais – aspecto emprego

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Indicadores Se aplica (Sim/Não) Média Tipo 1 (*) Média Tipo 2 (**) Média Geral Capacitação Sim 2,7 3,5 3,1 Oportunidade de emprego local qualificado Sim 1,0 1,3 1,2 Oferta de emprego e condição do

trabalhador

Sim 1,4 1,7 1,5

Qualidade do emprego Sim 0,1 0,5 0,3

* Tipo 1 - Produtor familiar ( pequeno ). **Tipo 2 - Produtor patronal ( médio e grande, comercial ).

É expressiva a percepção do produtor quanto a necessidade de capacitação para o trabalho. Isto é esperado para esta tecnologia, que requer capacitação para melhor conduzir a arquitetura da planta do café. Há uma percepção um pouco mais nítida entre os grandes que entre os pequenos produtores. A média geral atingiu 3,1. Houve algum impacto na oportunidade de emprego local e na condição do trabalhador. No entanto, mais que gerar oportunidade de emprego, a tecnologia demandou a qualificação do produtor, já que a maior parte das tarefas adicionais demandas pela poda são efetuadas pela própria família (pequenos) ou pelos meeiros (grandes).

4.1.2. Tabela - Impactos sociais – aspecto renda

Indicadores Se aplica (Sim/Não) Média Tipo 1 (*) Média Tipo 2 (**) Média Geral

Geração de Renda do estabelecimento Sim 8,8 12,0 10,4 Diversidade de fonte de renda Sim -0,3 -1,2 -0,7 Valor da propriedade Sim 2,3 3,8 3,0

* Tipo 1 - Produtor familiar (pequeno). **Tipo 2 - Produtor patronal (médio e grande, comercial)

Um dos maiores impactos observados na poda é em relação à geração de renda no estabelecimento. Este valor atinge 8,8 entre os pequenos e 12,0 entre os grandes, com média de 10,4. A menor nota percebida pelos pequenos é influenciada pelos produtores de Machadinho, onde a menor fertilidade natural do solo limita a resposta desta tecnologia em termos de aumento de produtividade e renda. Foram identificados substanciais aumentos no montante da renda bem como na segurança e na estabilidade.

O impacto no valor da propriedade é significativo, atingindo nota 3,0. Novamente a percepção dos grandes é mais aguçada que a dos pequenos. Ambos os grupos destacam que uma lavoura bem podada valoriza a própria unidade de produção por ter maior potencial produtivo.

4.1.3. Tabela - Impactos sociais – aspecto saúde

Indicadores Se aplica (Sim/Não) Média Tipo 1 (*) Média Tipo 2 (**) Média Geral

Saúde ambiental e pessoal Sim 0,0 0,6 0,3 Segurança e saúde ocupacional Sim -0,2 -0,3 -0,3 Segurança alimentar Sim 2,0 1,8 1,9

* Tipo 1 - Produtor familiar (pequeno). **Tipo 2 - Produtor patronal (médio e grande, comercial)

Alguns entrevistados, dentre os grandes produtores, identificaram um efeito positivo da poda na saúde ambiental e pessoal. “A poda é um serviço mais leve

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que outros triviais da lavoura, como a colheita – acabam de trabalhar e ainda vão jogar futebol” – afirmou um produtor. Há um pequeno efeito negativo na segurança e saúde ocupacional já que nesta prática o trabalhador se expõe ao sol e ao calor e a poda é realizada logo após a colheita, na época mais ensolarada do ano. Quanto à segurança alimentar foi identificado que a poda favorece a regularidade e o aumento da produção, impactando positivamente este indicador.

4.1.4. Tabela - Impactos sociais – aspecto gestão e administração

Indicadores Se aplica (Sim/Não) Média Tipo 1 (*) Média Tipo 2 (**) Média Geral

Dedicação e perfil do responsável Sim 5,3 6,4 5,8 Condição de comercialização Sim 0,0 0,0 0,0 Reciclagem de resíduos Sim 0,0 0,0 0,0 Relacionamento institucional Sim 4,9 3,3 4,1

*Tipo 1 - Produtor familiar (pequeno). **Tipo 2 - Produtor patronal (médio e grande, comercial)

Todos os grupos de produtores concordam que a poda exige qualificação e maior dedicação do responsável, cujo indicador recebeu nota média 5,8. O relacionamento institucional também é favorecido, com destaque para a necessidade de assistência técnica para a poda. Esta necessidade é mais perceptível entre os pequenos, como era de se esperar, pela sua maior dependência de agentes externos para a introdução da tecnologia.

4.2.- Análise dos Resultados

Média Tipo 1 Média Tipo 2 Média Geral

1,8 2,2 2,0

A tecnologia possui impacto positivo, mas não muito acentuado. É interessante observar que a percepção de impactos é um pouco mais pronunciada entre os grandes produtores (média 2,2). Isto pode não indicar necessariamente a presença maior do impacto mas uma maior capacidade de reflexão sobre a tecnologia favorecida por maior nível de escolaridade e maior familiaridade com inovações tecnológicas.

Os indicadores com maiores notas positivas são os relacionados ao aumento da renda (nota 10,4) e dedicação do responsável (nota 5,8). Os impactos negativos foram muito menores, presentes em itens como diversidade da fonte de renda e segurança e saúde ocupacional. Isto é compatível com uma tecnologia que aumenta a produtividade e demanda do trabalho.

4.3.- Impactos sobre o Emprego

É moderado. A adoção da tecnologia implica em necessidade adicional de 16 dias/ ha/ ano. Este dado provém do banco de dados da área de economia da Embrapa Rondônia, que possui coeficientes técnicos de sistemas alternativos de produção de café e da Emater Rondônia, que possui unidades demonstrativas de poda do cafeeiro. Considerando a área de adoção 21.000 ha, tem-se necessidade adicional de 336.000 dias de serviço ao ano. Esta quantidade

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equivale ao trabalho de aproximadamente 1.270 pessoas por 22 dias ao mês por 12 meses. Esta demanda é atendida em parte pela própria mão-de-obra familiar existente nas unidades de produção.

Número de empregos gerados ao longo da cadeia: 1270 4.4. – Fonte de dados

Foram entrevistados dez produtores rurais, em dois importantes municípios cafeicultores do estado, que responderam às questões apontadas pelo Ambitec-Social. Todos os produtores são orientados para mercado, pois produzem café. Considerou-se pequeno o produtor com até 15 ha de lavoura, médio com até 40 ha e grande, acima desta quantidade.

O município de Alta Floresta é polo da cafeicultura dinâmica do estado, onde práticas como adubação e poda já são encontradas com maior frequência. A fertilidade do solo é, via de regra, elevada.

Já Machadinho é um município onde predomina o baixo uso de tecnologia, onde a poda do café não é usual e a fertilidade natural do solo é baixa.

Em ambos os municípios predomina a produção em pequenas áreas, com média de 5 ha, em propriedades com área entre 50 e 100 ha.

Os dados de emprego foram levantados através de planilhas de custo de produção disponíveis na área de economia da Embrapa Rondônia. Estas planilhas, que retratam os principais sistemas de produção de café no estado, foram levantadas através de painéis realizados com técnicos e produtores das principais regiões produtoras de Rondônia.

Tabela 4.4.1 – Número de consultas realizadas por município Municípios Estado

Produtor

Familiar Produtor Patronal Total Pequeno Médio Grande Comercial

Alta Floresta RO 3 3 2 8

Machadinho RO 2 2

Total 5 3 2 10

5.- AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS 5.1.- Avaliação dos impactos ambientais

A Unidade utilizou a metodologia AMBITEC ( x ) sim ( ) não. 5.1.1.- Alcance da Tecnologia

A tecnologia tem sido adotada nas regiões cafeicultoras do estado de Rondônia, com destaque para os municípios de Alta Floresta, Alto Alegre e Santa Luzia. A área de lavoura de café soma 160.000 ha no estado. Estima-se que 21.000 ha sejam podados e desbrotados no padrão tecnológico preconizado pela Embrapa.

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Considerando que a área média de cada lavoura é de 5 ha, estima-se que 4.200 produtores têm se beneficiado com a tecnologia. Potencialmente toda a área cultivada do estado poderia adotar a tecnologia, que é indispensável para o aumento da produtividade da cafeicultura rondoniense.

5.1.2.- Eficiência Tecnológica

Os produtores constataram que a poda favorece maior arejamento da lavoura de café e colabora para menor ataque de pragas e doenças. Deste modo há pequena redução na demanda por agroquímicos, que se reflete na nota 0,7 alcançada pelo indicador a ele relacionado. Há algum impacto negativo no uso de energia por conta da necessidade eventual de poda motorizada.

Tabela 5.1.2.1 - Eficiência Tecnológica

Indicadores Se aplica (Sim/Não) Média Tipo 1 (*) Média Tipo 2 (**) Média Geral

Uso de agroquímicos/insumos químicos e ou materiais

Sim 0,7 0,6 0,7

Uso de energia Sim -0,1 -0,2 -0,2 Uso de recursos naturais Sim 0,0 0,0 0,0

Tipo 1 - Produtor familiar (pequeno). **Tipo 2 - Produtor patronal (médio e grande, comercial)

5.1.3.- Conservação Ambiental

O mais expressivo impacto ambiental da poda se refere à capacidade produtiva do solo, que recebeu nota 8,5. A poda favorece a deposição de galhos nas entrelinhas do café, que forma cobertura morta que combate à erosão e a compactação do solo. Tantos os grandes quanto os pequenos deixam os galhos podados nas entrelinhas da lavoura. Novamente, a maior escolaridade e prática com adoção de tecnologia podem estar influenciando na maior percepção de um impacto entre os grandes produtores. Mas o impacto de fato pode não ser diferente entre grandes e pequenos.

Tabela 5.1.3.1 – Conservação Ambiental para AMBITEC Agro

Indicadores Se aplica (Sim/Não) Média Tipo 1 (*) Média Tipo 2 (**) Média Geral Atmosfera Sim -0,1 -0,7 -0,4 Capacidade produtiva do solo Sim 6,0 11,0 8,5

Água Sim 0,3 0,1 0,2

Biodiversidade Sim 0,0 0,0 0,0

*Tipo 1 - Produtor familiar ( pequeno ). **Tipo 2 - Produtor patronal ( médio e grande, comercial)

5.1.4.- Recuperação Ambiental

Em decorrência da proteção de solo proporcionada pela cobertura morta é identificado algum potencial da tecnologia na recuperação ambiental (nota 0,4). O maior impacto é observado na recuperação de solos degradados. A poda

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fornece cobertura morta que ajuda a proteção ao solo contra a erosão, além de nutrientes e matéria orgânica que melhoram os aspectos químicos e físicos do solo.

Tabela 5.1.4.1. - Recuperação Ambiental

Indicadores Se aplica (Sim/Não) Média Tipo 1 (*) Média Tipo 2 (**) Média Geral

Recuperação Ambiental Sim 0,4 0,4 0,4

*’Tipo 1 - Produtor familiar (pequeno). **Tipo 2 - Produtor patronal (médio e grande, comercial)

5.2.- Índice de Impacto Ambiental

Novamente a percepção entre os grandes é mais aguçada que entre os pequenos. Na média geral a tecnologia possui impacto ambiental moderado. O principal fator de impacto é a deposição dos galhos podados nas entrelinhas da lavoura que auxilia na melhoria das condições do solo, com forte impacto na capacidade produtiva do solo (nota 8,5).

Média Tipo 1 Média Tipo 2 Média Geral

0,9 1,4 1,2

5.3. – Fonte de dados

Foram entrevistados dez produtores rurais, em dois importantes municípios cafeicultores do estado, que responderam às questões apontadas pelo Ambitec-Agro. Todos os produtores são orientados para mercado pois produzem café. Considerou-se pequeno o produtor com até 15 ha de lavoura, médio com até 40 ha e grande, acima desta quantidade.

O município de Alta Floresta é polo da cafeicultura dinâmica do estado, onde práticas como adubação e poda já são encontradas com maior frequência. A fertilidade do solo é, via de regra, elevada.

Já Machadinho é um município onde predomina o baixo uso de tecnologia, onde a poda do café não é usual e a fertilidade natural do solo é baixa.

Em ambos os municípios predomina a produção em pequenas áreas, com média de 5 ha, em propriedades com área entre 50 e 100 ha.

Os dados de emprego foram levantados através de planilhas de custo de produção disponíveis na área de economia da Embrapa Rondônia. Estas planilhas, que retratam os principais sistemas de produção de café no estado, foram levantadas através de painéis realizados com técnicos e produtores das principais regiões produtoras de Rondônia.

Tabela 5.3.1 – Número de consultas realizadas por município Municípios Estado

Produtor

Familiar Produtor Patronal Total Pequeno Médio Grande Comercial

Alta Floresta RO 3 3 2 8

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Total 5 3 2 10 7.- AVALIAÇÃO INTEGRADA E COMPARATIVA DOS IMPACTOS GERADOS A poda do café possui impacto social mais expressivo (nota 2,0) que o ambiental (nota 1,2). A percepção dos impactos é mais aguçada entre os grandes em relação aos pequenos produtores.

Os impactos mais expressivos são positivos e se relacionam ao aumento de produtividade e renda, e pela cobertura morta proporcionados pela prática. Deste modo o impacto em geração de renda atinge nota 10,4 e na capacidade produtiva do solo, 8,5.

O retorno econômico da tecnologia é fortemente dependente do preço do produto. A forte variação observada nos últimos anos tem impactado este resultado.

A tecnologia tem uso crescente na região tecnologicamente mais dinâmica na produção de café do estado, o pólo de Alta Floresta. Espera-se para os próximos anos o aumento de sua adoção.

8. CUSTOS DA TECNOLOGIA 8.1 - Estimativa dos Custos

Tabela 8.1.1. – Estimativa dos custos

Ano Custos de Pessoal Custeio de Pesquisa Depreciação de Capital Custos de Administração Custos de Transferência Tecnológica Total 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 125.263,56 744,13 1.482,23 17.749,43 3.674,87 148.914,21 1997 125.263,56 744,13 1.482,23 17.749,43 3.674,87 148.914,21 1998 125.263,56 744,13 1.482,23 17.749,43 3.674,87 148.914,21 1999 125.263,56 744,13 1.482,23 17.749,43 3.674,87 148.914,21 2000 125.263,56 744,13 1.482,23 17.749,43 3.674,87 148.914,21 2001 125.263,56 744,13 1.482,23 17.749,43 3.674,87 148.914,21 2002 2003 2004 2005 2006 Total 751.581,33 4.464,75 8.893,38 106.496,58 22.049,22 893.485,26

OBS: Em valores de dezembro de 2011. 8.2 - Análise dos Custos

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O principal componente é o custo de pessoal, que soma mais de R$ 125 mil por ano. É resultado da intensa dedicação de pesquisadores e assistentes (técnicos agrícolas e operários rurais) à atividade. Os custos administrativos somam mais de R$ 17.749,43 por ano e, os de transferência de tecnologia, R$ 3.674,87. O custo total nos seis anos soma R$ 893.485,26.

O benefício anual médio proporcionado pela tecnologia nos últimos anos está acima do custo total de geração da tecnologia, em seis anos. Isto evidencia o grande retorno à sociedade proporcionada pela Embrapa, ao gerar esta tecnologia.

Notas explicativas:

Os dados originais de custo não estão disponíveis para o período da geração da tecnologia. Não foi possível efetuar uma estimativa detalhada para cada um dos anos. Os valores das tabelas são as médias estimadas anuais para todo o período em análise. Os estimados estão expressos em reais de dezembro de 2011.

Custos de pessoal – foram considerados apenas pessoas diretamente envolvido na pesquisa como pesquisador, operário rural e técnico agrícola (assistentes). Como os dados reais de custo para a época em estudo não estão disponíveis, considerou-se que o subprojeto demandou 1 assistente – operário rural por tempo integral, 15% do tempo de um assistente – técnico agrícola e 20% do tempo do pesquisador responsável pela pesquisa. Para operário rural e técnico agrícola foram considerados valores médios da remuneração por classe de trabalhador. Os salários foram tomados em agosto de 2006, atualizados pelo IPCA/IBGE para dezembro de 2011. A remuneração inclui salário base, adicional de títularidade, adicional por localização, insalubridade, anuênio e salário família. São ainda considerados o depósito do FGTS, INSS patronal, férias, décimo terceiro e Cofins.

Custeio – Foram consideradas as despesas de implantação e manutenção da área experimental.

Os demais itens de custo foram estimados em função de informação de custos da Embrapa Rondônia (Sistema de custos – contribuição dos recursos para planos de ação). Como não há registro para os anos estudados, utilizou-se como aproximação a estrutura do custo do PA 19200409901 – que trata de melhoramento do café robusta- no ano de 2007.

Complemento ao custeio – Inclui as despesas do PA em material de expediente, de processamento de dados do Laboratório de Fitopatologia e dos Pesquisadores e a despesa com material de pesquisa do Campo Experimental de Ouro Preto do Oeste.

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Depreciação – Informação que não consta no sistema de custos. Estimada como sendo igual à manutenção de bens, máquinas e veículos mais o valor de combustíveis e lubrificante para veículos.

Administração – Custo com vigilância ostensiva, metade do custo da unidade CMUMACHADINHO, e metade do custo de SUPCEOP exceto material de pesquisa e pessoal ativo. Custo de GI, GOF, GP, GRM, GSG. Custo de limpeza e conservação de LABFITO e PESQ.

Transferência de tecnologia – Metade do custo da unidade CMUMACHADINHO e metade do custo de SUPCEOP exceto material de pesquisa e pessoal ativo.

9 – AÇÕES SOCIAIS Não há.

10 - BIBLIOGRAFIA

VENEZIANO, W.; PEQUENO, P. L. de L. Sistema de condução de cafeeiros Conilon (Coffea canephora) em Rondônia Porto Velho: Embrapa-CPAF Rondônia, 2002. 19 p. (Embrapa CPAF Rondônia. Documentos, 62)

11.- EQUIPE RESPONSÁVEL

Responsáveis: Samuel José de Magalhães Oliveira. Zenildo Ferreira Holanda Filho

Leonardo Ventura de Araújo Colaboradores:

André Rostand – custo da tecnologia da poda.

Saly Fernandes Júnior – contatos para entrevista em Machadinho – RO.

Josimar Moreira Barros - gerente do escritório local da Emater em Machadinho - RO

Marcos – extensionista da Emater em Machadinho - RO

Benevides Machado – gerente do escritório local da Emater de Alta Floresta - RO Alcides Oliveira Lima – extensionista da Emater em Alta Floresta – RO.

Joao Maria Diocleciano – supervisor do Campo Experimental de Ouro Preto d’Oeste

Foram consultados

Produtores Rurais em Alta Floresta e Machadinho - RO.

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