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INTEGRANTE DO GRUPO VIVER

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Plano de Recuperação Judicial do Grupo Viver

Projeto Imobiliário Altos Do Umarizal SPE 64 Ltda. – Em Recuperação Judicial SOCIEDADE INTEGRANTE DO GRUPO VIVER

São Paulo, 06 de fevereiro de 2017.

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2 PLANO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL

DO PROJETO IMOBILIÁRIO ALTOS DO UMARIZAL SPE 64 LTDA. – EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL

SOCIEDADE INTEGRANTE DO GRUPO VIVER

Projeto Imobiliário Altos Do Umarizal SPE 64 Ltda. - em Recuperação Judicial, sociedade limitada inscrita no CNPJ/MF sob o nº 08.814.905/0001-07, com sede na Rua Fidêncio Ramos, n.º 213, 5º andar, Vila Olímpia, São Paulo/SP, CEP 04551-010, denominado como “SPE Altos do Umarizal” ou “Recuperanda”, apresenta, nos autos do seu processo de recuperação judicial, autuado sob nº 1103236-83.2016.8.26.0100, em curso perante o d. Juízo da 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Foro Central Cível da Comarca da Capital de São Paulo, o seguinte Plano de Recuperação Judicial, em cumprimento ao disposto no artigo 53 da LRJ.

1. DEFINIÇÕES E REGRAS DE INTERPRETAÇÃO

1.1. Definições. Os termos e expressões utilizados em letras maiúsculas, sempre que mencionados no Plano, terão os significados que lhes são atribuídos nesta cláusula 1.1. Tais termos definidos serão utilizados, conforme apropriado, na sua forma singular ou plural, no gênero masculino ou feminino, sem que, com isso, percam o significado que lhes é atribuído.

“ABRAINC”: é a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias.

“Administrador Judicial”: é a KPMG Auditores Independentes, representada pela Dra. Osana Mendonça, nomeada pelo Juízo da Recuperação Judicial, ou quem venha a substituí-la.

“Adquirentes”: são as pessoas, físicas ou jurídicas, que tenham adquirido unidades imobiliárias do empreendimento imobiliário “Altos do Umarizal”.

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3 “Adquirentes Anuentes”: são as pessoas, físicas ou jurídicas, que tenham adquirido unidades imobiliárias do empreendimento imobiliário “Altos do Umarizal” e que não sejam Credores da Recuperanda.

“Aprovação do Plano”: é a aprovação do Plano na Assembleia de Credores. Para os efeitos deste Plano, considera-se que a Aprovação do Plano ocorre na data da Assembleia de Credores em que ocorrer a votação do Plano, ainda que o Plano não seja aprovado por todas as classes de Credores nesta ocasião, sendo posteriormente homologado judicialmente nos termos do artigo 58, § 1º, da LRJ.

“Assembleia de Credores”: é qualquer Assembleia Geral de Credores, realizada nos termos do Capítulo II, Seção IV, da LRJ.

“Ata de Assembleia de Credores”: é a ata que será lavrada em cada Assembleia de Credores.

“Código Civil”: é a Lei Federal nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002.

“Código Tributário Nacional”: é a Lei Federal nº 5.172, de 25 de outubro de 1966.

“Créditos”: são os créditos e obrigações detidos pelos Credores contra a SPE Altos do Umarizal, sejam vencidos ou vincendos, materializados ou contingentes, líquidos ou ilíquidos, objeto ou não de disputa judicial ou procedimento arbitral.

“Créditos com Garantia Real”: são os Créditos assegurados por direitos reais de garantia (tal como um penhor ou uma hipoteca), até o limite do valor do respectivo bem, nos termos do artigo 41, inciso II e 83, inciso II da LRJ.

“Créditos Concursais”: são os Créditos e obrigações detidos pelos Credores contra a Recuperanda, ou que a mesma possa vir a responder por qualquer tipo de coobrigação, sejam vencidos ou vincendos, materializados ou contingentes,

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4 líquidos ou ilíquidos, objeto ou não de disputa judicial ou procedimento arbitral, existentes na Data do Pedido ou cujo fato gerador seja anterior ou coincidente com a Data do Pedido, ou que decorram de contratos, instrumentos ou obrigações existentes na Data do Pedido, sujeitos à Recuperação Judicial e que, em razão disso, podem ser restruturados por este Plano, nos termos da LRJ.

“Créditos de Microempresas e Empresas de Pequeno Porte”: são os Créditos detidos por Credores Concursais constituídos sob a forma de microempresas e empresas de pequeno porte, conforme definidas pela Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, conforme previsto nos artigos 41, inciso IV e 83, inciso IV, d, da LRJ.

“Créditos Extraconcursais”: são os Créditos que não se sujeitam à Recuperação Judicial, nos termos dos artigos 49, §§ 3º e 4º, e 67 da LRJ, bem como os Créditos que apenas venham a existir após a Data do Pedido ou cujo fato gerador seja posterior à Data do Pedido, ou que decorram de contratos, instrumentos ou obrigações posteriores à Data do Pedido.

“Créditos Quirografários”: são os Créditos Quirografários, com privilégio especial, com privilégio geral ou subordinado, conforme previsto nos artigos 41, inciso III e 83, inciso VI da LRJ.

“Créditos Retardatários”: são os Créditos que forem incluídos na Lista de Credores em razão da apresentação de habilitações de crédito, impugnações de crédito ou mediante qualquer outro incidente, ofício, determinação judicial ou requerimento de qualquer natureza formulado com a mesma finalidade, desde que apresentado após o decurso do prazo de 15 (quinze) Dias Úteis contados da publicação na imprensa oficial do edital a que se refere o artigo 7º, § 1º, da LRJ, na forma do disposto no artigo 10 da LRJ.

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5 “Créditos Trabalhistas”: são os Créditos e direitos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidente de trabalho, nos termos dos artigos 41, inciso I, e 83, inciso I, da LRJ.

“Credores”: são as pessoas, físicas ou jurídicas, detentoras de Créditos materializados ou contingentes, líquidos ou ilíquidos, estejam ou não sujeitos aos efeitos do Plano, estejam ou não relacionadas na Lista de Credores.

“Credores Adquirentes”: são os Credores Concursais adquirentes de unidades do empreendimento imobiliário “Altos do Umarizal”, cujos Créditos líquidos estão incluídos na Lista de Credores e que tenham ajuizado ação(ões) contra a Recuperanda pretendendo o ressarcimento ou indenização de valores.

“Credores Adquirentes 1”: são os Credores Adquirentes que optarem pela Opção 1 para recebimento dos seus Créditos, nos termos da cláusula 4.3.2.1.

“Credores Adquirentes 2”: são os Credores Adquirentes que optarem pela Opção 2 para recebimento dos seus Créditos, nos termos da cláusula 4.3.2.2.

“Credores Adquirentes Anuentes”: são os Credores adquirentes de unidades do empreendimento imobiliário “Altos do Umarizal”, cujos Créditos, em razão da sua iliquidez, não tenham sido incluídos na Lista de Credores até 16/09/2016 e que tenham ajuizado ação(ões) contra a Recuperanda pretendendo o ressarcimento ou indenização de valores.

“Credores Adquirentes Não Optantes”: são os Credores Adquirentes que não optaram pelo recebimento do Crédito via Opção 1 ou Opção 2, nos termos da cláusula 4.3.2.3.

“Credores com Garantia Real”: são os Credores Concursais titulares de Créditos com Garantia Real.

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6 “Credores Concursais”: são os credores titulares de Créditos Concursais.

“Credores Extraconcursais”: são os Credores titulares de Créditos Extraconcursais.

“Credores Extraconcursais Aderentes”: são os Credores Extraconcursais que optarem por aderir aos termos deste Plano, reestruturando os seus Créditos Extraconcursais nas formas e prazos aqui dispostos.

“Credores Microempresas ou Empresas de Pequeno Porte”: são os Credores Concursais titulares de Créditos de Microempresas e Empresas de Pequeno Porte.

“Credores Quirografários”: são os Credores Concursais titulares de Créditos Quirografários.

“Credores Retardatários”: são os Credores Concursais titulares de Créditos Retardatários.

“Credores Sub-rogatários”: são os Credores que se sub-rogarem na posição de Credor Concursal ou Credor Aderente em razão de sub-rogação de qualquer natureza de um Crédito inserido na Lista de Credores.

“Credores Trabalhistas”: são os Credores Concursais titulares de Créditos Trabalhistas.

“Data de Homologação Judicial do Plano”: é a data em que ocorrer a publicação na imprensa oficial da decisão de Homologação Judicial do Plano proferida pelo Juízo da Recuperação.

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7 “Data do Pedido”: é o dia 16/09/2016, data em que foi ajuizada a Recuperação Judicial da SPE Altos do Umarizal.

“Dia Corrido”: para fins deste Plano, Dia Corrido será qualquer dia, de modo que os prazos contados em Dias Corridos não sejam suspensos ou interrompidos, à exceção do dia do vencimento.

“Dia Útil”: para fins deste Plano, Dia Útil será qualquer dia, que não seja sábado, domingo, feriado nacional, feriado no Estado de São Paulo ou feriado municipal na Cidade de São Paulo/SP ou que, por qualquer motivo, não haja expediente bancário na Cidade de São Paulo.

“Grupo Viver”: é o grupo composto pela Viver Incorporadora e Construtora S.A.,

Holding, pelo Projeto Imobiliário Altos Do Umarizal SPE 64 Ltda. e as demais 62

(sessenta e duas) empresas que ajuizaram pedido conjunto de Recuperação Judicial.

“Holding”: é a Viver Incorporadora e Construtora S.A.

“INCC”: é o Índice Nacional da Construção Civil, calculado e divulgado mensalmente pela Fundação Getúlio Vargas – FGV.

“Juízo da Recuperação”: é o Juízo da 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Foro Central Cível da Comarca da Capital do Estado de São Paulo ou, eventualmente, outro órgão jurisdicional que venha a ser declarado competente para o processamento da Recuperação Judicial.

“Laudos”: são o Laudo Econômico-Financeiro e o Laudo de Avaliação de Bens e Ativos, apresentados nos termos e para os fins do artigo 53, III, da LRJ, que integram os Anexos 1 e 2 deste Plano, respectivamente.

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8 “LRJ”: é a Lei Federal nº 11.101, de 09 de fevereiro de 2005.

“Lista de Credores”: é a relação consolidada de credores da Recuperanda elaborada pelo Administrador Judicial e aditada de tempos em tempos pelo trânsito em julgado de decisões judiciais ou arbitrais que reconhecerem novos Créditos Concursais ou alterarem a legitimidade, classificação ou o valor de Créditos Concursais já reconhecidos.

“Plano”: é este Plano de Recuperação Judicial, conforme aditado, modificado ou alterado.

“Recuperação Judicial”: é o processo de recuperação judicial ajuizado pela Recuperanda em 16/09/2016, autuado sob o nº 1103236-83.2016.0100 e distribuído para o Juízo da 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Foro Central Cível da Comarca da Capital do Estado de São Paulo.

“Recuperanda”: é o Projeto Imobiliário Altos Do Umarizal SPE 64 Ltda. - em Recuperação Judicial, sociedade limitada inscrita no CNPJ/MF sob o nº 08.814.905/0001-07, com sede na Rua Fidêncio Ramos, n.º 213, 5º andar, Vila Olímpia, São Paulo/SP, CEP 04551-010, denominado como “SPE Altos do Umarizal”.

“SAC”: é o Sistema de Amortização Constante, forma de amortização por prestações sucessivas, em que o valor de cada prestação é composto por uma parcela de juros e outra parcela de capital.

“Saldo Remanescente dos Créditos com Garantia Real”: corresponde, em relação a cada Credor com Garantia Real, ao saldo dos valores dos Créditos com Garantia Real após o desconto parcial sobre o valor de face do Crédito.

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9 “Saldo Remanescente dos Créditos dos Credores Adquirentes Não Optantes”: corresponde, em relação a cada Credor Adquirente Não Optante, ao saldo dos valores dos Créditos dos Credores Adquirentes Não Optantes após o desconto parcial sobre o valor de face do respectivo Crédito.

“Saldo Remanescente dos Créditos Quirografários”: corresponde, em relação a cada Credor Quirografário, ao saldo dos valores dos Créditos Quirografários após o desconto parcial sobre o valor de face do respectivo Crédito.

“Saldo Remanescente dos Créditos Trabalhistas”: corresponde, em relação a cada Credor Trabalhista, ao eventual saldo dos valores dos Créditos Trabalhistas após o abatimento da quantia a ser paga na forma da cláusula 4.1.3.

“Saldo Remanescente para Aquisição da Unidade”: corresponde ao valor pendente de pagamento por cada um dos Credores Adquirentes das unidades do empreendimento imobiliário “Altos do Umarizal” à Recuperanda.

“SPE Altos do Umarizal”: é a Recuperanda Projeto Imobiliário Altos Do Umarizal SPE 64 Ltda. – Em Recuperação Judicial.

“TR”: é a taxa referencial, calculada com base em amostra constituída das 20 maiores instituições financeiras do País, assim consideradas em função do volume de captação efetuado por meio de certificados e recibos de depósito bancário (CDB/RDB), com prazo de 30 a 35 Dias Corridos, inclusive, e remunerados a taxas prefixadas, entre bancos múltiplos, bancos comerciais, bancos de investimento e caixas econômicas.

1.2. Cláusulas e Anexos. Exceto se especificado de forma diversa, todas as cláusulas e Anexos mencionados neste Plano referem-se a cláusulas e Anexos deste Plano, assim como as referências a cláusulas ou itens deste Plano referem-se também às respectivas subcláusulas e subitens deste Plano.

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10 1.3. Títulos. Os títulos dos capítulos e das cláusulas deste Plano foram incluídos exclusivamente para referência e não devem afetar sua interpretação ou o conteúdo de suas previsões.

1.4. Termos. Os termos “incluem”, “incluindo” e termos similares devem ser interpretados como se estivessem acompanhados da expressão “mas não se limitando a”.

1.5. Referências. As referências a quaisquer documentos ou instrumentos incluem todos os respectivos aditivos, consolidações, anexos e complementações, exceto se de outra forma expressamente previsto.

1.6. Disposições Legais. As referências a disposições legais e leis devem ser interpretadas como referências a essas disposições tais como vigentes nesta data ou em data que seja especificamente determinada pelo contexto.

1.7. Prazos. Todos os prazos previstos neste Plano serão contados na forma determinada no artigo 132 do Código Civil, desprezando-se o dia do começo e incluindo-se o dia do vencimento. Quaisquer prazos deste Plano (sejam contados em Dias Úteis ou Dias Corridos) cujo termo final caia em um dia que não seja um Dia Útil serão automaticamente prorrogados para o primeiro Dia Útil subsequente.

2. INTRODUÇÃO

2.1. Histórico.

1. O Projeto Imobiliário Altos Do Umarizal SPE 64 Ltda. é uma das 64 Recuperandas que compõem o Grupo Viver.

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11 2. A Holding do Grupo Viver, a Viver Incorporadora e Construtora S.A., é uma incorporadora e construtora com atuação em todas as etapas da incorporação imobiliária, da aquisição do terreno, ao desenvolvimento do projeto, execução das obras e vendas das unidades.

3. Como é usual nesse ramo do mercado, são criadas sociedades de propósito específico (“SPE”), controladas pela Holding, para execução de projetos imobiliários específicos. A Recuperanda, por sua vez, é uma Sociedade de Propósito Específico, criada para a execução do empreendimento imobiliário denominado “Altos do Umarizal”.

4. O empreendimento imobiliário está localizado em Umarizal, bairro de Belém/PA, em uma posição estratégica, com comércio, serviços, academias, restaurantes, prédios corporativos, lojas e excelentes opções de entretenimento. O empreendimento possui unidades de 3 ou 4 dormitórios, com 172m².

Figura 1 – Localização e imagens atualizadas do empreendimento

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12 2.2. Estrutura societária.

5. O capital social da SPE Altos do Umarizal é detido pela Viver Participações Ltda. (0,01%) e pela Viver Desenvolvimento Imobiliário Ltda. (99,9%), que, por sua vez, é controlada pela Viver Incorporadora e Construtora S.A.:

Figura 2 – Ilustração da SPE Altos do Umarizal e Demais Empresas do Grupo

Fonte: Grupo Viver.

2.3. Razões da Crise.

2.3.1. Aspectos Macroeconômicos.

6. O mercado imobiliário brasileiro encontra-se em momento econômico extremamente fragilizado devido ao agravamento da crise econômica no País. Um dos setores mais severamente afetado é o da construção civil, em especial o segmento das incorporadoras.

7. A crise econômica brasileira agravou-se entre 2014 e 2016, com reflexo em taxas decrescentes e recessivas do PIB (Produto Interno Bruto), resultando em 0,50% em 2014, -3,77% em 2015, e -4,43% até o 3º trimestre de 2016. A Figura 2 evidencia esse agravamento e mostra como o PIB para Construção Civil responde com maior elasticidade às variações do PIB.

Viver Incorporadora e Cons trutora S.A.

Viver Empreendimentos Ltda . Viver Desenvolvimento Imobiliário Ltda. Viver Des envolvimento e

Const. Imob. Ltda.

Inpar Proje to 126 SPE Ltda .

Inpar Investimentos II S.A.

Inpar Projeto 50 SPE Ltda . Inpar Associados Ltda.

(Antiga Viver Vendas Ltda .) Viver Pa rticipações Ltda . Projeto Imobiliário Altos Do Umarizal SPE 64 Ltda . Viver Des. E Cons trução I mob.

SPE 141 Ltda . 30 SPEs

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13 8. O ICC (Índice de Confiança do Consumidor), auferido pela Fundação Getúlio Vargas, refletiu a queda do PIB atingindo o patamar de 64,4 pontos em maio de 2016, menor pontuação registrada na série, frente a 102,8 pontos registrados em maio de 2014, ano de início do período de dificuldade econômica. Em dezembro de 2016, o ICC marcou 73,3 pontos com um recuo de 5,8% em relação ao mês anterior, seguindo uma tendência de queda em 2017. O ICC mede a disposição que o consumidor possui para a realização de gastos, portanto, o consumidor brasileiro não está otimista em relação à economia e, consequentemente, está mais inclinado a poupar do que consumir. Essa situação indica a menor disposição dos consumidores em incorrer em gastos ou investir, sobretudo em imóveis, bens de alto valor agregado com forte comprometimento de renda.

Figura 3 – Evolução Comparativa do PIB Total e da Construção Civil

Fonte: IBGE O produto interno bruto (PIB) representa a soma (em valores monetários) de todos os bens e serviços finais produzidos numa determinada região (quer sejam países, estados ou cidades), durante um período determinado (mês, trimestre, ano, etc). Resultados apresentados para o acumulado dos últimos 4 trimestres.

1.39% 1.14% 3.20% -0.13% 7.53% 3.00% -4.43% -1.64% -8.94% -2.10% 7.02% 13.10% 4.50% -4.56% -15.0% -10.0% -5.0% 0.0% 5.0% 10.0% 15.0% 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 3T16

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14 9. Com o fraco desempenho da economia e uma menor disposição do consumidor a realizar compras no futuro, a grande maioria dos setores está passando por um processo de enxugamento de gastos, com fortes cortes nas folhas de pagamento. O processo de demissões que o Brasil está sofrendo fez com que a taxa de desocupação, auferida pelo IBGE, chegasse a níveis de 11,9% da população em novembro de 2016. A partir da Figura 4, percebe-se um aumento alarmante do desemprego. A Fundação Getúlio Vargas1 aponta que a trajetória dos indicadores deve continuar a seguir uma tendência negativa no primeiro semestre de 2017, o que demonstra que o mercado ainda não deu sinais de recuperação. Com as altas taxas de desemprego e o medo crescente por parte dos consumidores, a predisposição para a compra ou continuidade ao financiamento de um imóvel é baixa, o que tem dificultado a atuação das incorporadoras no País.

Figura 4 – Taxa de Desocupação

Fonte: IBGE (Percentual representa a percentagem da população economicamente ativa que está desocupada).

10. Adicionalmente às implicações mencionadas acima, os ajustes na taxa básica de juros apresentadas na Figura 5, com o objetivo de combate aos índices inflacionários, encareceram o crédito disponível tanto para os consumidores quanto para as incorporadoras, adicionados

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15 ao aumento no nível de risco geral da economia, apesar da recente tendência de redução da taxa. O crédito mais caro e escasso desencorajou ainda mais consumidores a realizarem compras de imóveis. O crédito imobiliário sofre ainda maior pressão devido ao déficit causado pelo aumento dos saques na poupança, que seguem uma tendência negativa com déficit de R$ 53,6 bilhões em 2015 e déficit de R$40,7 bilhões em 2016. Com a diminuição dos fundos de poupança, o montante disponível para ser emprestado pelos bancos reduziu, o que causou uma redução na disponibilidade de crédito imobiliário para os consumidores.

Figura 5 – SELIC Histórica

Fonte: BACEN (A taxa Selic reflete o custo do dinheiro para empréstimos bancários, com base na remuneração dos títulos públicos).

11. Com a diminuição da disponibilidade do crédito e o aumento da taxa de desemprego, a inadimplência das carteiras de crédito apresentou alta. A Figura 6 mostra como o grau de inadimplência dos consumidores tem seguido uma tendência de alta, atingindo um pico de 4,3% em maio de 2016. A inadimplência implica um aumento do número de distratos para as incorporadoras, o que novamente revela a dificuldade do cenário econômico atual.

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16 Figura 6 – Inadimplência da Carteira de Crédito – Pessoas Físicas

Fonte: BACEN (Dados considerando a totalidade das carteiras de crédito para Pessoas Físicas).

12. Como consequência do cenário econômico apresentado, o volume de distratos de unidades tem aumentado drasticamente nos últimos anos, impactando negativamente o setor imobiliário. A quantidade de distratos está relacionada também ao aumento da inadimplência do consumidor. O aumento na quantidade de consumidores que não conseguem honrar suas dívidas é fomentado pela taxa crescente de desemprego, como já foi citado. Os distratos reduzem as margens das incorporadoras, originam atrasos na monetização dos ativos, no pagamento de dívidas atreladas aos imóveis e causam a revenda dos imóveis distratados. Há ainda a criação de novas despesas não provisionadas como despesas de revenda e oneração da estrutura de pessoal das empresas. A Figura 7 apresenta uma série histórica dos casos de distratos, da qual se nota um aumento relevante em todo o setor imobiliário.

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17 Figura 7 – Evolução dos Distratos

Fonte: Abrainc/FIPE (Considerando o número de unidades distratadas sobre as vendidas nos últimos 12 meses de 20 Incorporadoras)

13. Ainda, a deterioração da condição de crédito dos adquirentes, como também o atraso de obras, tem dado ensejo à criação de uma indústria de ações consumeristas para que sejam pleiteados danos e outros pleitos de naturezas diversas, muitas vezes desproporcionais aos valores desembolsados pelo adquirente e ao valor do imóvel. Esta avalanche de ações judiciais tem afetado gravemente as incorporadoras.

14. Com o maior número de distratos e a menor velocidade de vendas, as incorporadoras tiveram um aumento inesperado nos estoques, e por consequência um aumento no ciclo de vida dos empreendimentos, acarretando em mais custos e dificultando a geração de caixa. Com objetivo de sanar dívidas e gerar receita, as incorporadoras têm recorrido a promoções e descontos nos preços das unidades, o que acrescenta certo grau de desvalorização ao preço dos imóveis que já segue uma tendência negativa de preços. O índice FIPE/ZAP, como mostra a Figura 8, tem registado uma desvalorização nos preços, sobretudo em 2015 e 2016. A ZAP, um dos maiores portais de listagem de imóveis para compra e venda do país, afirma que os

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18 preços dos imóveis devem ter mais um ano de queda real em 2017, mantendo os parâmetros dos anos de 2015 e 20162.

Figura 8 – Queda no Preço das Unidades Imobiliárias

Fonte: FIPE/ZAP

15. Esses fatores específicos do setor, como o aumento do nível de distrato, o alto nível de estoque e a redução de preços, somados aos pobres indicadores econômicos brasileiros acabaram por diminuir o apetite de investidores, incorporadoras e bancos financiadores para novos lançamentos. A Figura 9 apresenta a queda de lançamentos do mercado imobiliário brasileiro ao longo dos anos, evidenciando a crise do setor.

2 Valor Econômico, 04/01/2017.

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19 Figura 9 – Lançamentos de Unidades das Incorporadoras

Fonte: Abrainc/FIPE (Considerando as 20 empresas associadas à Abrainc)

16. A forte crise econômica, a qual o Brasil enfrenta, é uma das responsáveis pelo mau desempenho generalizado das incorporadoras, incluso o Grupo Viver. Não obstante, a Recuperanda teve que enfrentar implicações particulares ao empreendimento que serão expostas no próximo ponto, dificultando ainda mais a situação na qual o Grupo Viver está inserido.

2.3.2. Aspectos Microeconômicos.

17. Adicionalmente à piora do cenário macroeconômico, a SPE Altos do Umarizal sofreu com particularidades não usuais ao mercado imobiliário.

18. O empreendimento era fruto de uma parceria do Grupo Viver com uma construtora local. No entanto, alguns meses após o lançamento, em agosto de 2008, a obra foi paralisada devido à divergência entre os acionistas. A retomada apenas ocorreu em fevereiro de 2012, sem a participação da empresa parceira.

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20 19. Apesar de solucionada a questão societária, o impasse implicou em um aumento nos custos/despesas orçados inicialmente, como, por exemplo, o aumento das despesas fixas incorridas durante o período de atraso e a contratação de empresa terceirizada para a construção do empreendimento (o projeto inicial previa que Status Construções Ltda. seria a construtora).

20. O atraso também influenciou no aumento do volume de ações movidas por consumidores, que, insatisfeitos com os prazos para entrega das unidades imobiliárias, passaram a requerer a condenação da SPE ao pagamento de indenizações exorbitantes.

21. Mesmo neste cenário de diversos percalços, a SPE Altos do Umarizal conseguiu finalizar as obras em outubro de 2014. No entanto, não há ativos suficientes para a quitação integral dos passivos assumidos pelo empreendimento.

22. Sendo assim, com o intuito de buscar uma solução, o Grupo Viver entende ser necessário uma drástica reestruturação da SPE, apenas possível mediante um processo de recuperação judicial.

2.4. Medidas prévias adotadas.

23. As razões expostas nos tópicos acima contextualizam a crise instaurada na SPE Altos do Umarizal, que culminaram com a entrada do empreendimento em um ciclo de baixa liquidez.

24. Durante o período anterior ao pedido de Recuperação Judicial, a Recuperanda buscou incansavelmente uma forma para monetizar, com celeridade, as unidades remanescentes para venda e assim cumprir com suas obrigações perante condôminos e credores. Vale ressaltar a tentativa da Holding em renegociar o passivo de forma amigável e encontrar uma solução para que a SPE Altos do Umarizal não se visse obrigada a enfrentar um processo de recuperação judicial.

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21 25. Porém, essas medidas não surtiram os efeitos desejados. Com a expectativa de aumentar a confiança dos adquirentes em relação ao empreendimento e vislumbrando uma forma de reverter este ciclo vicioso, o Grupo Viver foi obrigado a buscar a proteção conferida pela recuperação judicial.

2.5. Objetivo do Plano.

26. O Plano visa a permitir que a Recuperanda supere sua crise econômico-financeira, adote as medidas adicionais necessárias para sua reorganização operacional e preserve a manutenção de empregos diretos e indiretos e os direitos de seus Credores.

2.6. Viabilidade econômica e ativos da Recuperanda.

27. A crise financeira atualmente experimentada pelo Grupo Viver é fruto de uma conjunção de fatores ocorridos nos últimos anos e que afetaram adversamente seu fluxo de caixa.

28. Em que pese estarem atravessando um indesejado momento de dificuldades financeiras, as empresas do Grupo Viver possuem muito valor agregado em seus ativos. Além disso, são inquestionavelmente fontes de centenas de empregos diretos e indiretos e recolhimento de tributos em valores expressivos, nas esferas federal, estadual e municipal, do que decorre inegável interesse público e social na manutenção das suas atividades.

29. Não há dúvidas de que o Grupo Viver tem imenso potencial de geração de riqueza e de empregos, bem como que sua hipotética interrupção causaria prejuízo para a população beneficiada por tais projetos.

30. O Grupo Viver colocou grande parte dos seus esforços para conseguir finalizar e entregar a totalidade dos empreendimentos lançados, representando, para que se tenha ideia da relevância do Grupo Viver no mercado nacional, apenas nos anos de 2014 e 2015,

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22 mais de 20 empreendimentos entregues, realizando o sonho da casa própria de mais de 5.329 famílias.

31. Além disso, não há dúvidas de que o know-how e a expertise do Grupo Viver colocam-no em posição de destaque na celebração de colocam-novos contratos. A esse respeito, é importante ressaltar que as obras já executadas oferecem ao Grupo Viver atestados que asseguram a ele uma posição de destaque no setor imobiliário.

2.7. Continuidade da SPE Altos do Umarizal.

32. A SPE Altos do Umarizal é uma Sociedade de Propósito Específico, a sua finalidade é tão somente a construção do empreendimento imobiliário, de forma que, esgotada a sua finalidade, a Recuperanda poderá ser incorporada a uma das empresas do Grupo Viver.

3. VISÃO GERAL DAS MEDIDAS DE RECUPERAÇÃO

3.1. Premissas dos meios de recuperação.

33. A SPE Altos do Umarizal utilizará os seguintes meios de recuperação para superar a sua momentânea crise econômico-financeira (artigo 53, I da LRJ): (i) ajustes operacionais; (ii) dação em pagamento; e (iii) ajustes nos prazos e condições de pagamento das suas Dívidas Concursais.

3.1.1. Ajustes Operacionais.

34. Desde início de 2015, após verificar a delicada situação financeira da empresa, a SPE Altos do Umarizal adotou diversas providências a fim de melhorar as margens operacionais e estabilizar o seu fluxo de caixa. As seguintes ações foram realizadas neste período:

i. Maior controle e acompanhamento das operações comerciais e precificação, adequado à realidade do mercado;

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23 ii. Criação de ferramenta de planejamento e gestão do fluxo de caixa, com detalhamento de custos e contingências versus as entradas de caixa; iii. Revisão da estrutura de custos e adequação para as necessidades

atuais;

iv. Revisão dos processos organizacionais;

v. Análise de opções estratégicas para reestruturar a SPE; vi. Tentativa de captação de recursos financeiros.

35. A SPE Altos do Umarizal continuará realizando uma gestão profissional e transparente após a aprovação do Plano, contando com o suporte e know-how da Holding.

3.1.2. Dação em pagamento.

36. O segundo meio de recuperação a ser adotado pela Recuperanda consiste na dação em pagamento de unidades e/ou recebíveis do empreendimento “Altos do Umarizal” para os Credores titulares de garantias sobre elas, de forma a quitar integralmente os seus Créditos.

37. As unidades e/ou recebíveis que não forem entregues em pagamento serão automaticamente liberados para que a Recuperanda possa atender as demais obrigações decorrentes do Plano.

3.1.3. Reestruturação de Dívidas.

38. O terceiro meio de recuperação a ser adotado pela Recuperanda é a reestruturação de suas dívidas. Este Plano prevê os novos prazos, valores e condições aplicáveis às dívidas vencidas e/ou vincendas da SPE Altos do Umarizal. O Plano prevê forma de pagamento, incidência de juros e correção monetária condizentes com a capacidade de pagamento da SPE Altos do Umarizal. Para a elaboração das propostas de pagamento previstas neste Plano foram consideradas a atual situação do setor, diversas projeções acerca do preço das

(24)

24 unidades, dos custos da operação, estando tais premissas refletidas no Laudo Econômico-Financeiro anexado a este Plano (Anexo 1).

4. REESTRUTURAÇÃO E LIQUIDAÇÃO DE DÍVIDAS

4.1. Credores Trabalhistas.

4.1.1. Pagamento Linear dos Créditos Trabalhistas de natureza estritamente salarial.

39. Os Créditos Trabalhistas de natureza estritamente salarial, até o limite de 5 (cinco) salários mínimos por Credor Trabalhista, vencidos nos 3 (três) meses anteriores à Data do Pedido, serão pagos em 30 (trinta) Dias Corridos da Data de Homologação Judicial do Plano.

4.1.2. Pagamento do Saldo Remanescente dos Créditos Trabalhistas

40. O Saldo Remanescente dos Créditos Trabalhistas será pago em parcela única, no prazo de 11 (onze) meses contados da Data de Homologação Judicial do Plano:

Figura 10 – Proposta de pagamento para Classe I – Credores Trabalhistas

Fonte: Grupo Viver. Nota: 1. Limitado ao valor do crédito.

4.2. Credores com Garantia Real.

4.2.1. Desconto de 70% (setenta por cento) do valor de face dos Créditos com Garantia Real.

41. A Homologação do Plano implica no desconto de 70% (setenta por cento) do valor de face do Crédito com Garantia Real na Data do Pedido.

Créditos Trabalhistas de Natureza

Estritamente Salarial Pagamento do Saldo Devedor

Em até 30 dias da homologação Desconto Correção Monetária Metodologia de Pagamento Carência de Principal Carência de Juros PMTs Até 5 salários mínimos¹ 0% - Parcela Única 11 meses - 1x

(25)

25 4.2.2. Pagamento do Saldo Remanescente dos Créditos com Garantia Real.

42. O Saldo Remanescente dos Créditos com Garantia Real será pago integralmente mediante dação em pagamento dos ativos da SPE Altos do Umarizal, conforme ordem de preferência indicada abaixo.

43. No período compreendido entre a Data do Pedido e a Data de Homologação Judicial do Plano, os Créditos não sofrerão reajuste monetário (incidência de correção monetária e juros). Haverá incidência de juros sobre o Saldo Remanescente do Crédito com Garantia Real a partir da data em que for registrada, no competente cartório de registro de imóveis, a carta de adjudicação indicada nas cláusulas abaixo. Será aplicada a Taxa Referencial para a correção do Saldo Remanescente dos Créditos com Garantia Real:

Figura 11 – Resumo da proposta de pagamento para Classe II – Créditos com Garantia Real

Fonte: Grupo Viver.

4.2.3. Ordem de Preferência da Dação em Pagamento.

44. Os ativos a serem utilizados para amortizar o Saldo Remanescente dos Créditos com Garantia Real deverão seguir a ordem de preferência indicada abaixo, até a sua satisfação integral.

i. Totalidade do saldo de caixa existente em contas bancárias em nome da Recuperanda, sejam essas contas de livre-movimentação ou vinculadas, superior à quantia de R$ 400 mil;

ii. Dação de estoque de unidades disponíveis;

iii. Dação de recebíveis, no valor de face dos mesmos. Pagamento do Saldo Devedor

Desconto Correção Monetária Metodologia de

Pagamento Carência de Principal Carência de Juros PMTs

70% TR

Parcela Única Caixa: 5 dias Caixa: 5 dias 1x

Dação de Ativos Unidades: 10 dias Recebíveis: 120 dias

Unidades: 10 dias

(26)

26 4.2.3.1. Reversão do saldo em caixa

45. No prazo de 5 (cinco) Dias Corridos contados da Data de Homologação Judicial do Plano, o saldo em caixa existente nas contas bancárias em nome da Recuperanda, sejam essas contas de livre-movimentação ou vinculadas, superior à quantia de R$ 400 mil, será revertido proporcionalmente aos Credores com Garantia Real.

46. A quantia de R$ 400 mil a ser retida pelas Recuperandas será destinada para o cumprimento de obrigações correntes e pagamento de despesas gerais da Recuperanda.

47. No momento da reversão do saldo em caixa existente nas contas bancárias, respeitando-se o valor mínimo indicado acima, os Credores com Garantia Real automaticamente liberarão as contas bancárias vinculadas constituídas em nome da Recuperanda, que passarão a poder ser livremente movimentadas pela Recuperanda.

4.2.3.2. Dação de Unidades Imobiliárias

48. Caso os Saldos Remanescentes dos Créditos com Garantia Real não sejam integralmente satisfeitos com o saldo de caixa existente nas contas bancárias, a Recuperanda indicará, por meio de petição nos autos da Recuperação Judicial, no prazo de até 10 (dez) Dias Corridos após a Data de Homologação Judicial do Plano, as unidades que serão dadas em pagamento dos Credores com Garantia Real.

49. Compreendem-se como unidades disponíveis aptas a participarem do mecanismo de pagamento indicado acima aquelas unidades disponíveis, ou seja, que não se encontrarem comercializadas pela SPE Altos do Umarizal no momento da dação em pagamento.

50. Para fins da dação em pagamento prevista neste Plano, considerar-se-á o valor do metro quadrado de cada unidade R$ 4.188/m².

(27)

27 51. A transferência das unidades disponíveis aos Credores com Garantia Real se dará por meio de carta de adjudicação a ser expedida pelo Juízo da Recuperação Judicial a cada um dos Credores com Garantia Real. Cada Credor com Garantia Real deverá diligenciar juntamente ao Juízo da Recuperação Judicial para fins de expedição da carta de adjudicação, bem como providenciar o seu registro junto ao cartório de registro de imóveis competente, arcando com os custos respectivos.

52. A petição da Recuperanda indicando as unidades imobiliárias que serão dadas em pagamento conterá, ainda, os seguintes requerimentos: (i) pedido para que tais unidades sejam depositadas junto ao Juízo da Recuperação Judicial como garantia dos Credores com Garantia Real; (ii) a expedição da carta de adjudicação das unidades imobiliárias dadas em pagamento em favor dos Credores com Garantia Real; e (iii) a expedição de ofício ao cartório de registro de imóveis competente para levantamento das garantias sobre as unidades imobiliárias que não forem objeto da dação em pagamento aqui prevista.

53. Para evitar qualquer dúvida, com o depósito em Juízo das unidades imobiliárias indicadas para a dação em pagamento, ficam automaticamente extintas as garantias reais que recaiam sobre as demais unidades do empreendimento imobiliário “Altos do Umarizal”, devendo proceder-se ao respectivo cancelamento.

54. A Recuperanda compromete-se a, de boa-fé, colaborar no que for necessário com os Credores com Garantia Real para agilizar a expedição da carta de adjudicação e finalizar o respectivo registro junto ao cartório do registro de imóveis competente.

4.2.3.3. Dação de Recebíveis

55. Caso (i) o saldo remanescente do Crédito após a amortização com o saldo de caixa existente nas contas bancárias em nome da Recuperanda seja inferior ao valor de uma unidade imobiliária; ou (ii) após a dação de unidade imobiliária ainda remanesça algum saldo devedor a ser pago, a Recuperanda indicará unidade imobiliária específica cujos os

(28)

28 recebíveis decorrentes da sua comercialização serão direcionados ao pagamento da quantia remanescente.

56. A indicação dos recebíveis a serem destinados para o pagamento do saldo remanescente do Crédito será feita pela Recuperanda, nos autos da Recuperação Judicial, no prazo de 10 (dez) Dias Corridos, contados da data em que se encerrar o prazo para os Credores Adquirentes 1 se manifestarem pela manutenção da unidade imobiliária, nos termos da cláusula 4.3.2.1.

57. Caso (i) após a dação dos recebíveis, ainda remanesça saldo devedor a ser pago; ou (ii) os recebíveis sejam de valor superior ao saldo remanescente do Crédito; este será quitado pela Recuperanda em até 60 (sessenta) meses contados da Data de Homologação Judicial do Plano.

4.2.4. Quitação e liberação de garantias.

58. Após a realização da dação em pagamento, com o pagamento do Saldo Remanescente dos Créditos com Garantia Real, a dívida ficará integralmente quitada, liberando-se automaticamente as garantias reais ainda existentes.

59. Em conformidade com o disposto nas cláusulas acima, a quitação do Crédito com Garantia Real e a liberação das garantias reais se dará de forma parcial, conforme observada a Ordem de Preferência prevista na cláusula 4.2.3., de forma que:

i. No momento da aplicação do desconto previsto na cláusula 4.2.1., o Crédito com Garantia Real será quitado parcialmente;

ii. No momento da reversão do saldo em caixa, respeitando-se o valor mínimo de retenção, o Saldo Remanescente do Crédito com Garantia Real será quitado parcialmente, com a liberação das contas vinculadas para livre movimentação pelas Recuperandas;

(29)

29 iii. No momento da indicação das unidades aptas a participarem do mecanismo de dação em pagamento, serão extintas as garantias reais que recaiam sobre as unidades imobiliárias (estejam elas destinadas ao mecanismo de pagamento ou não);

iv. No momento da expedição da respectiva carta de adjudicação para transferência da propriedade da unidade imobiliária, será quitado integralmente o Crédito com Garantia Real, se não houver saldo remanescente a ser pago por meio de recebíveis; e

v. Quando aplicável, no momento da indicação dos recebíveis decorrentes da comercialização da unidade imobiliária indicada pela Recuperanda, será quitado integralmente o Crédito com Garantia Real.

4.3. Credores Quirografários.

4.3.1. Credores Quirografários, exceto Credores Adquirentes.

60. Os Credores Quirografários, exceto os Credores Adquirentes, serão pagos da seguinte forma:

4.3.1.1. Desconto de 85% (oitenta e cinco por cento) do valor de face dos Créditos Quirografários.

61. A Homologação do Plano acarretará o desconto de 85% (oitenta e cinco por cento) do valor do respectivo Crédito Quirografário na Data do Pedido.

4.3.1.2. Pagamento do Saldo Remanescente dos Créditos Quirografários.

62. O Saldo Remanescente dos Créditos Quirografários será pago em parcela única, no prazo de 120 (cento e vinte) meses da Data de Homologação Judicial do Plano.

(30)

30 63. No período compreendido entre a Data do Pedido e a Data de Homologação Judicial do Plano, os Créditos não sofrerão reajuste monetário (incidência de correção monetária e juros). Nos primeiros 120 (cento e vinte) meses da Data da Homologação Judicial do Plano, os Créditos serão corrigidos por meio da Taxa Referencial:

Figura 12 – Resumo da proposta de pagamento para Classe III – Créditos Quirografários, exceto Credores Adquirentes

Fonte: Grupo Viver.

4.3.1.3. Antecipação do Pagamento.

64. A Recuperanda poderá amortizar os Créditos Quirografários de acordo com a velocidade de vendas e com o recebimento dos valores decorrentes dessas vendas. Dessa forma, todos os recursos disponíveis no caixa da Recuperanda, líquidos de quaisquer impostos a serem pagos no mês, serão utilizados para o pagamento dos Credores Quirografários, desde que respeitadas as condições abaixo, consideradas de forma cumulativa:

i. Prévia amortização integral das Classes I e II;

ii. Prévia amortização dos Créditos dos Credores Adquirentes 2, nos termos da cláusula 4.3.2.2.;

iii. O saldo mínimo de caixa na SPE não poderá se tornar inferior a R$ 350 mil à medida que os pagamentos ocorrerem, de modo que haja um fundo de reserva para os pagamentos de despesas correntes. Portanto, caso esse cenário ocorra, os pagamentos serão realizados em menor volume, a exclusivo critério da SPE, podendo até ser interrompidos até que o saldo seja recomposto e superior a R$ 350 mil em conta corrente.

Pagamento do Saldo Devedor

Desconto Correção Monetária Metodologia de Pagamento Carência de Principal Carência de Juros PMTs Possível Antecipação do Pagamento?

(31)

31 4.3.1.4. Pagamento Saldo Remanescente dos Créditos Quirografários via Dação

em Pagamento.

65. Considerando que algumas instituições financeiras de grande porte são Credores Quirografários da Recuperanda e detêm Créditos significativos, faz-se necessário adotar um mecanismo de pagamento que prestigie a efetiva superação da momentânea crise econômico-financeira que atravessam. Assim sendo, e considerando-se ainda a sofisticação e opulência econômica desses Credores, os Saldos Remanescentes dos seus Créditos Quirografários poderão ser pagos de forma alternativa.

66. Os Saldos Remanescentes dos Créditos Quirografários superiores a R$ 800 mil, poderão, a critério da Recuperanda, ser pagos nos termos da cláusula 4.3.1.2. ou mediante dação em pagamento, seguindo a ordem de preferência e as demais disposições previstas para a dação em pagamento dos Credores com Garantia Real, nos termos das cláusulas 4.2.3. e sub-itens.

4.3.2. Credores Adquirentes

67. Os Credores Adquirentes deverão optar por uma das formas de pagamento apresentadas a seguir.

4.3.2.1. Opção 1 (“Credor Adquirente 1”).

68. Os Credores Adquirentes de unidades do empreendimento concluídas poderão optar pela Opção 1, mediante o pagamento do Saldo Remanescente para Aquisição da Unidade e desistência do(s) pleito(s) judicial(ais) movido(s) contra a Recuperanda.

69. Para ser qualificado como um Credor Adquirente 1, o Credor deverá respeitar as seguintes condições:

(32)

32 i. Permanecer com a unidade, se aplicável;

ii. Requerer, nos autos da(s) ação(ões) movida(s) contra a Recuperanda referente ao empreendimento imobiliário “Altos do Umarizal”, a desistência do feito, no prazo de até 90 (noventa) Dias Corridos contados da Data de Homologação Judicial do Plano;

iii. Manifestar-se pela manutenção da unidade no prazo de até 90 (noventa) Dias Corridos contados da Data de Homologação Judicial do Plano, mediante o envio de notificação à Recuperanda e ao Administrador Judicial.

70. A permanência do Credor Adquirente 1 na unidade do empreendimento ocorrerá mediante a quitação de 100% (cem por cento) do Saldo Remanescente para Aquisição da Unidade, aplicados os descontos abaixo, no prazo de até 90 (noventa) Dias Corridos contados da data em que o Credor Adquirente enviar a notificação prevista no item iii acima, e para tanto será aplicada uma condição de pagamento diferenciada, descrita a seguir:

i. Serão deduzidos do Saldo Remanescente para Aquisição da Unidade os montantes de mora e multa;

ii. Após o abatimento descrito acima, será ofertada uma redução de preço da unidade de 10% (dez por cento);

iii. O saldo após os abatimentos acima poderá ser pago com financiamento bancário ou recursos próprios.

(33)

33 Figura 13 – Resumo da proposta de pagamento para Classe III – Opção 1 do Subgrupo de Credores Adquirentes

Fonte: Grupo Viver.

4.3.2.2. Opção 2 (“Credor Adquirente 2”).

71. Os Credores Adquirentes que não desejarem permanecer com a unidade do empreendimento poderão optar pela Opção 2, mediante o cancelamento do compromisso de compra e venda e a desistência do(s) pleito(s) judicial(ais) movido(s) contra a Recuperanda.

72. Para ser qualificado como um Credor Adquirente 2, o Credor deverá respeitar as seguintes condições:

i. Requerer, nos autos da(s) ação(ões) movida(s) contra a Recuperanda referente ao empreendimento imobiliário “Altos do Umarizal”, a desistência do feito, no prazo de até 90 (noventa) Dias Corridos contados da Data de Homologação Judicial do Plano, sob pena de perda da condição diferenciada;

ii. Assinar o instrumento de distrato do respectivo contrato de compra e venda no prazo de até 90 (noventa) Dias Corridos contados da Data de Homologação Judicial do Plano, sob pena de perda da condição diferenciada.

(34)

34 73. Respeitadas as condições acima, o Credor Adquirente 2 receberá seu Crédito conforme apresentado abaixo:

i. O valor do Crédito do Credor Adquirente 2 será de 90% (noventa por cento) do valor originalmente pago pelo Credor Adquirente 2 à Recuperanda para a aquisição da unidade do empreendimento; ii. Não serão reembolsados valores pagos a título de comissão de

corretagem.

74. O saldo remanescente após os descontos previstos nos itens “i” e “ii”, acima será pago integralmente 30 (trinta) Dias Corridos após o recebimento total do preço da revenda da unidade. Caso a unidade imobiliária não seja revendida no prazo de 60 (sessenta) meses contados da Data de Homologação Judicial do Plano, o saldo remanescente será pago integralmente pela Recuperanda no referido prazo.

(35)

35 Figura 14 – Proposta de pagamento para Classe III – Opção 2 do Subgrupo de Credores Adquirentes

Fonte: Grupo Viver.

4.3.2.3. Opção 3 (“Credor Adquirente Não Optante”).

75. Os Credores Adquirentes que não optarem pela Opção 1 ou 2 acima, dentro dos prazos estipulados, serão automaticamente incluídos na Opção 3 de pagamento e serão pagos da seguinte forma:

4.3.2.3.1. Aplicação de desconto de 75% (setenta e cinco por cento) sobre o valor de face dos Créditos dos Credores Adquirentes Não Optantes.

76. A Homologação do Plano acarretará a aplicação de um desconto de 75% (setenta e cinco por cento) do valor do Crédito dos Credores Adquirentes Não Optantes na Data do Pedido.

(36)

36 4.3.2.3.2. Pagamento do Saldo Remanescente dos Créditos dos Credores

Adquirentes Não Optantes.

77. O Saldo Remanescente dos Créditos dos Credores Adquirentes Não Optantes será pago em parcela única, no prazo de 120 (cento e vinte) meses contados da Data de Homologação Judicial do Plano.

78. No período compreendido entre a Data do Pedido e a Data de Homologação Judicial do Plano, os Créditos não sofrerão reajuste monetário (incidência de correção monetária e juros). Nos primeiros 120 (cento e vinte) meses da Data da Homologação Judicial do Plano, os Créditos serão corrigidos por meio da Taxa Referencial:

Figura 15 – Proposta de pagamento para Classe III – Opção 3 do Subgrupo de Credores Adquirentes

Fonte: Grupo Viver.

4.3.2.3.3. Antecipação do pagamento.

79. A Recuperanda poderá amortizar os Créditos dos Credores Adquirentes Não Optantes de acordo com a velocidade de vendas e com o recebimento dos valores decorrentes dessas vendas. Dessa forma, os recursos disponíveis no caixa da Recuperanda deverão ser distribuídos de forma proporcional entre os Credores Adquirentes Não Optantes, desde que respeitadas as condições estabelecidas abaixo, consideradas de forma cumulativa:

i. Prévia amortização integral das Classes I e II;

ii. Prévia amortização integral dos Créditos Quirografários, nos termos da cláusula 4.3.;

Pagamento do Saldo Devedor Desconto Correção Monetária Metodologia de

Pagamento Carência de Principal Carência de Juros PMTs Possível Antecipação do Pagamento? 75% TR Parcela Única 120 meses 120 meses 1x Sim

(37)

37 iii. Prévia amortização dos Créditos dos Credores Adquirentes 2, nos

termos da cláusula 4.3.2.2.;

iv. O saldo mínimo de caixa na Recuperanda não poderá se tornar inferior a R$ 350 mil conforme os pagamentos ocorrerem, para que haja um fundo de reserva para os pagamentos de despesas correntes da SPE. Portanto, caso ocorra, os pagamentos serão realizados em menor volume a exclusivo critério da SPE, podendo até ser interrompidos até que haja saldo superior a R$ 350 mil em conta corrente.

4.4. Adquirentes Anuentes

4.4.1. Adesão dos Credores Adquirentes Anuentes.

80. Todos os Adquirentes de unidades do empreendimento imobiliário “Altos do Umarizal” que tenham ajuizado ações judiciais de qualquer natureza contra a Recuperanda e que não estejam incluídos na Lista de Credores em razão da iliquidez do seu Crédito, poderão aderir às formas de pagamento das cláusulas 4.3.2.1. (Opção 1) ou 4.3.2.2. (Opção 2), dentro dos prazos estipulados e desde que respeitadas as condições impostas.

81. Para tanto, os Credores Adquirentes Anuentes deverão enviar à Recuperanda e ao Administrador Judicial, no prazo de 90 (noventa) Dias Corridos contados da Data da Homologação Judicial do Plano, notificação informando a sua adesão à forma de pagamento das cláusulas 4.3.2.1. (Opção 1) ou 4.3.2.2. (Opção 2), além dos demais documentos e requisitos indicados nas cláusulas 4.3.2.1. e 4.3.2.2.

82. Os Credores Adquirentes Anuentes, ao aderirem às formas de pagamento indicadas nas cláusulas 4.3.2.1.(Opção 1) ou 4.3.2.2. (Opção 2), dão quitação plena, irrevogável e irretratável à Recuperanda e eventuais empresas do Grupo Viver coobrigadas, sendo certo que o valor do seu Crédito está limitado ao valor pago pelo Adquirente Anuente para aquisição da unidade imobiliária, renunciando a todos os demais valores que eventualmente

(38)

38 estejam sendo cobrados no(s) pleito(s) judicial(ais) movido(s) contra a Recuperanda, sócios, administradores, consultores e partes relacionadas.

4.4.2. Adesão dos Adquirentes Anuentes.

83. Também poderão aderir às formas de pagamento das cláusulas 4.3.2.1. (Opção 1) ou 4.3.2.2. (Opção 2), os Adquirentes que não sejam Credores da Recuperanda, desde que:

i. Possuam débitos inadimplidos até a data de protocolo deste Plano de Recuperação Judicial;

ii. Não possuam ações judiciais contra a Recuperanda; e iii. Ainda não tenham assinado o contrato de distrato.

84. Vale ressaltar que esses Adquirentes não são Credores da Recuperanda. Porém, com o intuito de arrecadar recursos para o pagamento dos credores concursais, a Recuperanda entende ser necessária uma ação de rápida solução para sanar a inadimplência existente.

4.5. Credores Microempresa ou Empresa de Pequeno Porte.

85. Os Credores Microempresa e Empresa de Pequeno Porte serão pagos integralmente – sem desconto – em uma parcela única, no prazo de 4 (quatro) meses, contados da Data de Homologação Judicial do Plano.

86. No período compreendido entre a Data do Pedido e a Data de Homologação Judicial do Plano, os Créditos não sofrerão reajuste monetário (incidência de correção monetária e juros). Nos 4 (quatro) meses após a Data de Homologação Judicial do Plano, os créditos serão corrigidos por meio da Taxa Referencial:

(39)

39 Figura 16 – Resumo da proposta de pagamento para Classe IV - MPE

Fonte: Grupo Viver.

5. REGRAS ADICIONAIS PARA LIQUIDAÇÃO DA DÍVIDA

5.1. Forma de pagamento.

87. Os pagamentos a serem realizados em espécie, previstos nas cláusulas acima, serão feitos por meio da transferência direta de recursos à conta bancária do respectivo Credor, por meio de documento de ordem de crédito (DOC) ou de transferência eletrônica disponível (TED).

88. Todos os custos, despesas e impostos, de qualquer natureza, serão de responsabilidade do credor detentor dos Créditos a serem pagos mediante dação em pagamento de unidades do empreendimento. Também serão de responsabilidade do Credor o pagamento das despesas correntes (condomínio, IPTU etc.) da unidade imobiliária que tenham se vencido no período entre a Data do Pedido e a data da quitação.

5.2. Contas Bancárias dos Credores.

89. Os Credores deverão, com antecedência mínima de 15 (quinze) Dias Corridos da data prevista para o início dos pagamentos, informar suas respectivas contas bancárias para esse fim, mediante comunicação por escrito endereçada à Recuperanda, nos termos da cláusula 7.4 abaixo.

Pagamento do Saldo Devedor Desconto Correção Monetária Metodologia de

Pagamento Carência de Principal Carência de Juros PMTs

(40)

40 90. Os pagamentos que não forem realizados em razão de os Credores não terem informado suas contas bancárias com antecedência mínima de 15 (quinze) Dias Corridos da data prevista para o início dos pagamentos não serão considerados como um evento de descumprimento do Plano.

91. Neste caso, os valores ficarão disponíveis no departamento financeiro da SPE Altos do Umarizal pelo prazo de até 30 (trinta) Dias Corridos contados da data prevista para o pagamento. Os valores não resgatados pelos Credores no prazo de 30 (trinta) Dias Corridos serão redirecionados às operações da SPE Altos do Umarizal, devendo o Credor solicitar novo agendamento para recebimento do crédito, que será pago em até 30 Dias Corridos do efetivo reagendamento junto ao departamento financeiro, sem a incidência de juros e correção monetária neste período.

5.3. Compensação de Créditos.

92. A SPE Altos do Umarizal poderá, somente a seu critério, pagar quaisquer Créditos líquidos, certos e exigíveis por meio da compensação de Créditos até o valor de referidos Créditos, ficando eventual saldo sujeito às disposições do presente Plano. A não realização da compensação ora prevista não acarretará a renúncia ou a liberação por parte da SPE Altos do Umarizal de quaisquer Créditos que possam ter face aos Credores.

5.4. Cessão de Créditos.

93. Nos termos do artigo 290 do Código Civil, as cessões de Créditos somente terão eficácia perante a Recuperanda caso esta seja devidamente notificada e as referidas cessões sejam comunicadas ao Administrador Judicial, sob pena de ineficácia da cessão e do pagamento efetuado ao credor originário ser consideração plenamente válido, não podendo o credor cessionário reclamar quaisquer valores da Recuperanda ou alegar descumprimento do Plano. Não haverá qualquer alteração na forma ou prazo para pagamento do Crédito detido pelos Credores Cessionários.

(41)

41 5.5. Habilitação de Novos Créditos ou Alteração de Créditos.

94. Nas hipóteses de serem reconhecidos novos Créditos Concursais ou serem alterados Créditos Concursais já reconhecidos na Lista de Credores por decisão judicial, arbitral ou acordo entre as partes, tais novos Créditos ou o valor alterado de Créditos já reconhecidos serão pagos na forma prevista neste Plano, iniciando-se os prazos e forma de pagamento previstos neste Plano a partir do trânsito em julgado da decisão judicial que determinar a inclusão de tais Créditos na Lista de Credores. Neste caso, as regras de pagamento de tais Créditos, notadamente quanto à incidência de juros, passarão a ser aplicáveis apenas a partir do referido trânsito em julgado. Para fins desta cláusula, o Credor deverá notificar a SPE Altos do Umarizal, na forma da cláusula 7.4., para comunicar o trânsito em julgado da decisão judicial que houver reconhecido seu novo Crédito ou a alteração do Crédito já reconhecido.

95. Os Credores Adquirentes titulares de Créditos Retardatários que não optarem pela Opção 1, conforme cláusula 4.3.2.1., ou pela Opção 2, conforme cláusula 4.3.2.2., dentro dos prazos estipulados, serão automaticamente incluídos na Opção 3 de pagamento, conforme cláusula 4.3.2.3.

5.6. Credores Aderentes.

96. Os Credores Extraconcursais que desejarem receber os seus Créditos Extraconcursais na forma deste Plano poderão fazê-lo, desde que comuniquem a Recuperanda na forma das cláusulas 7.3. e 7.4., no prazo de 30 Dias Corridos contados da Data da Homologação Judicial do Plano. A adesão ao Plano constitui mera liberalidade dos Credores Extraconcursais, mantendo-se inalterado o caráter extraconcursal do Crédito Extraconcursal, especialmente em hipótese de liquidação da Recuperanda.

(42)

42 6. EFEITOS DO PLANO

6.1. Vinculação do Plano.

97. As disposições do Plano vinculam a Recuperanda e os Credores a partir da Homologação Judicial do Plano, nos termos do artigo 59 da LRJ, e os seus respectivos cessionários e sucessores.

6.2. Novação.

98. Este Plano implica a novação dos Créditos, que serão pagos na forma estabelecida neste Plano. Por força da referida novação, todas as obrigações, covenants, índices financeiros, hipóteses de vencimento antecipado, bem como outras obrigações e garantias, ainda que sejam incompatíveis com as condições deste Plano deixarão de ser aplicáveis, sendo substituídas pelas previsões contidas neste Plano.

99. Para fins de esclarecimento e para todos os fins e efeitos deste Plano, a novação objeto desta cláusula, em relação aos Credores titulares de Créditos representados por garantias de aval ou fiança e concedidos por quaisquer das Recuperandas do Grupo Viver, também se dará quanto à garantia de fiança e aval.

6.3. Reconstituição de Direitos.

100. Na hipótese de convolação da Recuperação Judicial em falência, no prazo de supervisão estabelecido no artigo 61 da LRJ, os Credores terão reconstituídos seus direitos e garantias nas condições originalmente contratadas, deduzidos os valores eventualmente pagos e ressalvados os atos validamente praticados no âmbito da Recuperação Judicial, observado o disposto nos artigos 61, § 2º, e 74 da LRJ.

(43)

43 6.4. Ratificação de Atos.

101. A Aprovação do Plano representará a concordância e ratificação da Recuperanda e dos Credores de todos os atos praticados e obrigações contraídas no curso da Recuperação Judicial, incluindo, mas não se limitando, todos os atos e todas as ações necessários para a integral implementação e consumação deste Plano e da Recuperação Judicial, cujos atos ficam expressamente autorizados, validados e ratificados para todos os fins de direito.

6.5. Extinção de Ações.

102. Os Credores Concursais, apenas no que concerne aos Créditos Concursais, não mais poderão, a partir da Homologação Judicial do Plano, (i) ajuizar ou prosseguir toda e qualquer ação judicial ou processo de qualquer tipo relacionado a qualquer Crédito Concursal contra a Recuperanda; (ii) executar qualquer sentença, decisão judicial ou sentença arbitral relacionada a qualquer Crédito Concursal contra a Recuperanda; (iii) penhorar quaisquer bens da Recuperanda para satisfazer seus Créditos Concursais ou praticar qualquer outro ato constritivo contra tais bens; (iv) criar, aperfeiçoar ou executar qualquer garantia real sobre bens e direitos da Recuperanda para assegurar o pagamento de seus Créditos Concursais; (v) reclamar qualquer direito de compensação contra qualquer crédito devido à Recuperanda; e (vi) buscar a satisfação de seus Créditos Concursais por quaisquer outros meios. Todas as eventuais execuções judiciais em curso contra a Recuperanda relativas aos Créditos Concursais serão extintas, e as penhoras e constrições existentes serão liberadas, sendo certo que as partes litigantes envidarão os melhores esforços para mitigar os impactos gerados pelas verbas sucumbenciais e custos finais de execução.

6.6. Quitação.

103. Os pagamentos realizados na forma estabelecida neste Plano acarretarão, de forma automática e independentemente de qualquer formalidade adicional, a quitação plena, irrevogável e irretratável, de todos os Créditos de qualquer tipo e natureza contra a Recuperanda e garantidores/coobrigados, inclusive juros, correção monetária, penalidades,

(44)

44 multas, indenizações, compensações e qualquer outra espécie de acréscimo contratual ou legal porventura incidente sobre o valor devido.

104. Com a ocorrência da quitação, os Credores serão considerados como tendo quitado, liberado e/ou renunciado integralmente todos e quaisquer Créditos, e não mais poderão reclamá-los, contra a Recuperanda, controladoras e coligadas e outras sociedades pertencentes ao mesmo grupo societário e econômico, seus diretores, conselheiros, acionistas, sócios, agentes, funcionários, representantes, e Credores Cessionários a qualquer título.

105. Para fins de esclarecimento e para todos os fins e efeitos deste Plano, a quitação objeto desta cláusula, em relação aos Credores titulares de Créditos representados por garantias de aval ou fiança e concedidos por quaisquer das Recuperandas do Grupo Viver, também se dará quanto à garantia de fiança e aval.

6.7. Baixa das Inscrições em Órgãos de Proteção de Crédito.

106. A aprovação do Plano implicará na baixa das inscrições em órgãos de proteção ao crédito, assim como das anotações em cartórios de protesto de títulos fundamentadas em Créditos Concursais, cabendo à SPE Altos do Umarizal informar a quais órgãos de proteção ao crédito e a quais cartórios de protesto de títulos deverão ser enviados ofícios pelo Juízo da Recuperação determinando a baixa de tais anotações.

6.8. Continuidade da operação.

107. Durante todo o período em que estiver em Recuperação Judicial, a SPE Altos do Umarizal poderá desenvolver suas atividades normalmente e exercer todos os atos adequados ao cumprimento de seu objeto social, sem que haja necessidade de prévia autorização da Assembleia Geral de Credores ou do Juízo da Recuperação.

(45)

45 6.9. Despesas da Holding.

108. Considerando que a Holding opera como centralizadora de todas as decisões, analisando e desenvolvendo cada um dos empreendimentos até a sua implementação, suportando as suas próprias operações e de cada uma das sociedades de propósito específico constituídas para o desenvolvimento de cada um dos empreendimentos, sendo responsável pela administração financeira e de todas as questões relacionadas ao Grupo Viver, sem receitas próprias, sendo que todos os ativos por ela detidos são destinados ao desenvolvimento de cada um dos empreendimentos, os Credores concordam que a SPE Altos do Umarizal poderá ser requisitada a contribuir para o pagamento de despesas correntes da

Holding, assim como as outras SPEs do Grupo Viver. Esse valor será limitado mensalmente a

R$ 40 mil.

109. O valor a ser repassado pela Recuperanda para a Holding a título de contribuição terá preferência sobre todos os demais valores previstos neste Plano a serem retidos em caixa ou distribuídos entre os Credores, de forma que a ordem de preferência deverá sempre ser a seguinte: i. valores para pagamento das despesas correntes da Recuperanda, a ser retido em caixa; ii. valores a serem repassados para a Holding; e iii. valores a serem destinados para os pagamentos previstos neste Plano.

6.10. Alienação de ativos.

110. A SPE Altos do Umarizal poderá promover a alienação e oneração de bens e/ou direitos que integram seu ativo permanente, desde que autorizado expressamente pelo Juízo da Recuperação, na forma do Artigo 66 da LRJ ou por este Plano, observados os limites estabelecidos na LRJ e neste Plano, a fim de honrar suas dívidas e obrigações frente aos seus Credores.

111. A SPE Altos do Umarizal poderá promover a alienação e oneração de bens e/ou direitos que integram o seu ativo circulante, incluindo, mas não se limitando, a unidades imobiliárias, sem necessidade de autorização pelo Juízo da Recuperação Judicial.

Referências

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