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CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO CIVIL E PROCESSO CIVIL. Ação de reconhecimento de paternidade.

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Academic year: 2021

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CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO CIVIL E

PROCESSO CIVIL.

Aula Ministrada pelo Prof. Nelson Sussumu Shikicima.

Família e Sucessões.

(Aula 01/03/2018)

 Ação de reconhecimento de paternidade.

A ação de investigação de paternidade segue o rito ordinário e é possível cumular com ação de alimentos se for menor; com ação de retificação ou anulação no assento de nascimento para constar o nome do réu como pai; se o suposto pai for falecido é possível cumular com petição de herança para habilitar no inventário; e anulação de partilha e sobrepartilha.

Importante cumular a ação de investigação de paternidade com a ação de alimentos, pois, dificilmente o juiz concede os alimentos antes ter certeza da paternidade e pode demorar para ter uma sentença, sendo procedente a ação, o prazo para pagar os alimentos começa a fluir da citação, conforme preceitua a súmula 277 do STJ:

SÚMULA N. 277 Julgada procedente a investigação de paternidade, os alimentos são devidos a partir da citação.

 Partes na ação de paternidade:

Autor filho, se for menor representado por sua genitora. Réu suposto pai, se for morto “post mortem” os herdeiros.

 Prazo: É imprescritível.

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 Cabimento:

Basta ter indícios que houve uma relação amorosa entre o réu a mãe do autor.  Provas

A Lei 8.560/92 observa os meios de prova para a comprovação da paternidade, sendo admitido todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos.  A primeira prova da presunção da paternidade é a documental (escrito), a

mais importante é o testamento sendo uma prova absoluta uma vez reconhecida a paternidade é irrevogável, podemos ter também escrito particular.

 Prova testemunhal comprova apenas indícios da paternidade.

 Exame odontológico, comparativo da arcada dentaria, que é uma prova relativa.

 Outro meio de prova é o exame prosopográfico, que consiste em fotos ampliadas de determinadas regiões do corpo onde são comparadas entre pai e filho.

 Exame de sangue (HLA, fator RH), antigamente era o meio mais eficaz, não comprova a paternidade, apenas exclui a paternidade.

 Exame de DNA “fingerprint”, é o meio de prova mais eficaz.

Precisa tomar cuidado com fraude no exame de DNA, precisa verificar se quem vai fazer o exame é realmente a pessoa que deve fazê-lo (cara - crachá), outra fraude possível é a técnica, fazer transfusão de sangue antes de realizar o exame de DNA (prova contaminada).

Presunção de paternidade.

Até a entrada em vigor do Código Civil de 2002 se o pai (réu) negava-se a fazer o exame de DNA o ônus da prova era de quem alegava a paternidade, ou seja, do autor, contudo, a com a recusa aplica-se o artigo 232 do código civil, in

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Art. 232. A recusa à perícia médica ordenada pelo juiz poderá suprir a prova que se pretendia obter com o exame.

A súmula 301 do STJ confirma que o não comparecimento para a realização de DNA presume-se relativamente que é o pai. A lei 12.004/09 confirma a súmula 301 do STJ, sendo a recusa em realizar o exame de DNA a confirmação da presunção da paternidade.

Em caso de uma pessoa que estiver em LINS é possível oficializar o Google para que este localize a pessoa através do número de celular.

 Alimentos.

Os alimentos são prestações para satisfação das necessidades vitais de quem não pode provê-las por si. Não é solidário o débito alimentar, são proporcionais aos rendimentos. Trinômio: necessidade X possibilidade X proporcionalidade.

Art. 1.698. Se o parente, que deve alimentos em primeiro lugar, não estiver em condições de suportar totalmente o encargo, serão chamados a concorrer os de grau imediato; sendo várias as pessoas obrigadas a prestar alimentos, todas devem concorrer na proporção dos respectivos recursos, e, intentada ação contra uma delas, poderão as demais ser chamadas a integrar a lide.

A lei 10.741/2003 no seu artigo 12, estatuto do idoso, trata os alimentos como solidários, não precisa entrar contra todos, quando se trata de alimentos para idoso.

A proporcionalidade de quem ganha, se o pai ganha dez vezes mais que a mãe, irá pagar proporcional ao seu rendimento, não é meio a meio exemplo, o gasto mensal da criança é de R$ 10.000,00 o pai paga R$ 9.000,00 e a mãe R$ 1.000,00.

Lembrando que toda vez que pedir alimentos aos avós se não provar que a parte que pleiteia está arcando com a metade, o juiz vai chamar tanto os avós paternos quanto os maternos para cumprir a obrigação.

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 Alimentos Naturais.

Alimentos naturais ou necessários que serve para a sobrevivência do ser humano. Alimentos básicos, imperado pelo binômio necessidade “versus” possibilidade de quem vai pagar.

É possível a prestação de contas dos alimentos pagos pelo pai conforme preleciona o artigo 1.583 § 5º do CC, desde que tenha indícios que os alimentos não estejam sendo gastos com a criança.

 Alimentos sociais.

Alimentos sociais Também chamados de civis ou côngruos, são aqueles que serve para manter o nível social que possuía na constância do casamento.

O que impera é a possibilidade e a demonstração de que houve um nível social. Via de regra, são alimentos de valores elevados. Para provar o padrão social pode ser utilizado fatura do cartão de crédito, o modelo do automóvel utilizado na época do matrimônio, o lugar onde mora, fotos de viagem.

Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação.

§ 1º Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa obrigada.

§ 2º Os alimentos serão apenas os indispensáveis à subsistência, quando a situação de necessidade resultar de culpa de quem os pleiteia.

Cabe alimentos entre ex-cônjuges, ex-conviventes e ex-companheiros de relação homoafetiva, se não trabalhava em razão do casamento, normalmente quando a pessoa é nova o juiz determina o pagamento por 2 anos (temporário).

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 Alimentos legais.

Alimentos legais também chamados de legítimos, são os alimentos que decorrem da relação familiar (parentesco ou união afetiva), pelo princípio da solidariedade familiar.

Art. 1.697. Na falta dos ascendentes cabe a obrigação aos descendentes, guardada a ordem de sucessão e, faltando estes, aos irmãos, assim germanos como unilaterais.

A reciprocidade para pedir alimentos só se aplica de pai para filho e vice e versa. Alimento é subsidiário contra os avós. Só cabem alimentos até 2º grau colateral, irmão.

Art. 1.696. O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo a todos os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de outros. (Grifo nosso).

Em caráter de exceção, existe julgados que o juiz determina que o neto pague alimentos aos avós quando provado que o filho de cujus sustentava os pais. Não está na lei, é tese a ser defendida, exemplo, Chorão do Charlie Brown Jr.

 Alimentos voluntários.

Voluntários são aqueles que são ofertados de forma espontânea. A parte que tem que pagar entra com a ação para cumprir a obrigação, assim não fica à mercê da outra parte no tocante ao valor que esta pretende pleitear.

 Alimentos indenizatórios.

Indenizatórios decorre de ato ilícito (responsabilidade civil). Exemplo, atropelar uma pessoa que tem filho menor de idade, por culpa, e esta vir a óbito, tem que sustentar a criança, até o menor atingir 22 anos (alimentos indenizatórios), condenação na totalidade do valor. Não da prisão apenas penhora.

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 Alimentos Gravídicos.

Alimentos gravídicos norteado pela lei 11.804/2008. Os alimentos gravídicos englobam consultas médicas, exames, parto, medicamentos, alimentação especial além de enxoval, móveis para o quarto da criança, e ou outras coisas que o médico ou juiz entender necessário. Os efeitos da sentença retroagem a data da concepção, comprovada por laudo médico e ultra som com a data da concepção.

Art. 2º. Os alimentos de que trata esta Lei compreenderão os valores suficientes para cobrir as despesas adicionais do período de gravidez e que sejam dela decorrentes, da concepção ao parto, inclusive as referentes a alimentação especial, assistência médica e psicológica, exames complementares, internações, parto, medicamentos e demais prescrições preventivas e terapêuticas indispensáveis, a juízo do médico, além de outras que o juiz considere pertinentes.

Parágrafo único. Os alimentos de que trata este artigo referem-se à parte das despesas que deverá ser custeada pelo futuro pai, considerando-se a contribuição que também deverá ser dada pela mulher grávida, na proporção dos recursos de ambos.

Liminar precisa pedir liminar se não a criança nasce, e perde o objeto da

ação. Precisa de forte indícios e convicção que o réu é o pai para o juiz conceder a liminar. É necessário provar a relação com o futuro pai, pode ser por mensagem, Skype, whatsapp. Alimentos gravídicos se converte em alimentos automaticamente após o nascimento da criança.

Art. 6º Convencido da existência de indícios da paternidade, o juiz fixará alimentos gravídicos que perdurarão até o nascimento da criança, sopesando as necessidades da parte autora e as possibilidades da parte ré.

Parágrafo único. Após o nascimento com vida, os alimentos gravídicos ficam convertidos em pensão alimentícia em favor do menor até que uma das partes solicite a sua revisão.

Prazo para contestar é de 5 dias corridos. Se o réu só contestar os alimentos e não contestar a paternidade, entende-se que é o pai.

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Quando contestar, se tiver indícios que não é o pai, contesta os alimentos gravídicos e a paternidade, e que a conversão em alimentos não seja automática até ser feito o exame de DNA, pois, os alimentos são irrestituíveis e irrepetíveis, uma vez pagos não volta mais, para evitar dano irreparável ou de difícil reparação.

Referências

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