• Nenhum resultado encontrado

CURSO ESCOLA DE DEFENSORIA PÚBLICA Nº 11

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "CURSO ESCOLA DE DEFENSORIA PÚBLICA Nº 11"

Copied!
10
0
0

Texto

(1)

CURSO – ESCOLA DE DEFENSORIA PÚBLICA

Nº 11

DATA – 17/08/15

DISCIPLINA – DIREITO PENAL (NOITE)

PROFESSOR – CHRISTIANO GONZAGA

MONITORA – JAMILA SALOMÃO

AULA 02/08

Ementa:

Na aula de hoje serão abordados os seguintes pontos:

 Teoria geral da norma.

Princípios;

Concurso aparente de normas.

Teoria de Binding

Lei penal no tempo.

Teoria geral da norma

1. Princípios:

1.7. Princípio da Culpabilidade:

Três vertentes do Princípio da Culpabilidade:

a) Elemento do crime:

Dentro de uma classificação tripartida ou analítica, culpabilidade está no terceiro elemento do

crime.

(2)

Antijurídico (Ilícito);

Culpabilidade.

Dentro da culpabilidade existem três subelementos:

Imputabilidade;

Potencial conhecimento da ilicitude;

Exigibilidade de conduta diversa.

b) Como medida de pena:

Como mensuração de pena. Qual a quantidade de pena a ser aplicado. Art. 59, CP.

Fixação da pena

Art. 59 – O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

I – as penas aplicáveis dentre as cominadas; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

II – a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) III – o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) IV – a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se cabível. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

c) Vedação de responsabilidade objetiva:

Responsabilidade objetiva é punir alguém sem dolo ou culpa, apenas com o nexo causal. Não

é possível no ordenamento jurídico brasileiro.

Obs.: Escola Clássica do Direito Penal – conceito de crime.

Para algo ser crime tinha que ter fato típico, antijurídico e culpável.

Quando trabalhava o fato típico o fazia como uma conduta despojada de dolo ou culpa. Era

puramente causal.

A antijuridicidade se mantinha na não existência do art. 23, CP.

A escola clássica trabalhava dolo e culpa na culpabilidade. Para a culpabilidade era o local em

que se aferia o dolo e a culpa. Tendo uma culpabilidade maior ou menor.

Sem dolo e culpa não teria culpabilidade. Teria apenas o nexo causal. Não admitindo a punição

apenas pelo nexo causal. Diferenciando apenas pelo local em que se analisa o dolo e a culpa.

Obs.: Escola Finalista do Direito Penal – conceito de crime.

Adotada no Brasil.

O dolo e a culpa que eram analisados na culpabilidade passam a ser analisados na conduta.

Hoje a conduta dolosa é uma e culposa é outra.

Os elementos da culpabilidade foram substituídos pelo potencial conhecimento da ilicitude e

exigibilidade de conduta diversa.

(3)

Falar que a terceira vertente, que é uma espécie de vedação de responsabilidade objetiva, sem

dolo e sem culpa, aliando essas duas expressões à culpabilidade está se referindo à Escola

Clássica (Causalista).

Atualmente a ideia de dolo e culpa está situada na conduta. Toda conduta está voltada para

um fim, doloso ou culposo.

2. Conflito / Concurso Aparente de Normas:

Importante para estudar os tipos da parte especial.

São necessários dois elementos:

Pluralidade de normas (várias normas regendo o mesmo fato).

Identidade fática (aparentemente regem o mesmo fato).

Princípios vão solucionar essa questão.

2.1. Princípio da Especialidade.

Uma das normas terá elementos especializantes.

Ex.: matar o próprio filho em estado puerperal. Art. 121 e 123, CP. Elemento especializante no

art. 123, CP, que é o puerpério. Aplicação do art. 123, CP.

Homicídio simples Art. 121. Matar alguém:

Pena - reclusão, de seis a vinte anos. Infanticídio

Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após: Pena - detenção, de dois a seis anos.

Ex.: matar alguém na condução de veículo automotor. Art. 121, §3º, CP e art. 302, CTB.

Elemento especializante no art. 302, CTB, veículo automotor. Aplicação do art. 302, CTB.

Homicídio simples Art. 121. Matar alguém:

Pena – reclusão, de seis a vinte anos. Homicídio culposo

§3º Se o homicídio é culposo: (Vide Lei nº 4.611, de 1965) Pena - detenção, de um a três anos.

Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor:

Penas - detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.

2.2. Princípio da Consunção ou da Absorção.

O crime fim absorve o crime meio, independente da pena do crime meio. Porque o que o

agente quer praticar é o crime fim, porém, tem que passar pelo crime meio.

(4)

Responde apenas pelo art. 171, CP. Porque o crime fim absorve o crime meio. Súmula 17,

STJ.

Falsificação de documento público

Art. 297 – Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público verdadeiro: Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.

Estelionato

Art. 171 – Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento:

Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa, de quinhentos mil réis a dez contos de réis.

Súmula 17, STJ: Quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, e por este absorvido

Crimes progressivos:

O agente tem, desde o início, a vontade de fazer o crime fim.

Ex.: Matar alguém com arma de fogo. Passa pela compra, porte e disparo da arma de fogo.

Progressão criminosa:

A pessoa não tem desde o início a vontade de realizar o crime fim.

Ex.: Começa uma briga em que a vontade inicial era de lesionar, mas durante a briga a

vontade torna-se de matar.

Em ambos o agente responde pelo crime fim e o crime meio é absorvido.

2.3. Princípio da Subsidiariedade.

O crime mais grave absorve o crime menos grave, desde que o bem jurídico seja o mesmo.

Tem que ser o mesmo bem jurídico.

Ex.: agente rouba o carro (art. 157, CP) e depois vende (art. 180, §1º, CP). Ambos os crimes

tutelam o patrimônio. O mais grave e pelo qual o agente responde é o art. 157, CP. Afasta o art.

180, §1º, CP.

Roubo

Art. 157 – Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência:

Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.

Receptação qualificada (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)

Art. 180 – §1º – Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, remontar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, coisa que deve saber ser produto de crime: (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)

Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)

HC 157.862/SP, STJ  Permite a soma das penas.

Art. 157, §2º, I e II, CP e art. 288, parágrafo único, CP. Tutela de patrimônio e paz pública,

respectivamente. Possibilidade de soma das penas. Art. 69, CP.

Roubo

Art. 157 - §2º - A pena aumenta-se de um terço até metade: I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma;

(5)

II - se há o concurso de duas ou mais pessoas; Associação Criminosa

Art. 288. Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a associação é armada ou se houver a participação de criança ou adolescente. (Redação dada pela Lei nº 12.850, de 2013)

Concurso material

Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§1º - Na hipótese deste artigo, quando ao agente tiver sido aplicada pena privativa de liberdade, não suspensa, por um dos crimes, para os demais será incabível a substituição de que trata o art. 44 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§2º - Quando forem aplicadas penas restritivas de direitos, o condenado cumprirá simultaneamente as que forem compatíveis entre si e sucessivamente as demais. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

2.4. Princípio da Alternatividade.

Aplicado quando o crime pode ser violado de várias formas, e se o agente violar de uma ou de

todas as formas nele prevista responde apenas uma vez.

Ex.: Art. 33, Lei 11.343/06. Responde apenas uma única vez.

Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa.

**

Ex.: Art. 213, CP. Responde apenas uma única vez. Conjunção carnal e ato libidinoso no

mesmo tipo.

**

Estupro

Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)

Pena – reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)

STJ também entende pela aplicação desse Princípio, conforme Informativo nº 543.

Também chamado de Tipo Misto Alternativo. Porque são as formas da prática do crime, de

violações alternativas.

Não se confunde com o Tipo misto cumulativo, em que cada verbo resulta na prática de um

crime diferente, e as penas são somadas.

3. Teoria de Binding.

Binding disse, ao se trabalhar com a norma penal, que ao cumprir recebe a recebe a pena.

Único direito que ao cumprir a norma se recebe a pena.

No direito penal quando cumpre e descumpre não se refere à norma, mas ao mandamento

implícito. O mandamento proibidito, que está implícito dentro da norma.

Ex.: art. 121, CP. Mandamento: “Não matarás”.

Homicídio simples Art. 121. Matar alguém:

(6)

Pena – reclusão, de seis a vinte anos.

Quando se está no direito penal deve obedecer ao mandamento proibitivo, e não a norma

penal.

Também existe outra espécie de mandamento proibitivo, que são os tipos omissivos. O

mandamento implícito é impositivo. Ex.: art. 135, CP. Mandamento: “socorrerás”.

Omissão de socorro

Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública:

Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.

4. Lei penal no tempo

4.1. Irretroatividade:

A lei penal não retroage.

Exceção  Quando essa norma for benéfica.

Deve buscar qual a norma mais benéfica para aplicação ao caso.

Exemplos:

a) Retroatividade benéfica.

Art. 16, lei 6368/76 – Posse de drogas para fins

de consumo.

Art. 28, lei 11.343/06

Pena de prisão.

Medidas

Cometimento do crime

Condenação.

Art. 16. Adquirir, guardar ou trazer consigo, para o uso próprio, substância entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Pena - Detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e pagamento de (vinte) a 50 (cinquenta) dias-multa.

Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas:

I - advertência sobre os efeitos das drogas; II - prestação de serviços à comunidade;

III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.

Ao sentenciar o juiz deve aplicar a pena mais benéfica, ou seja, aplica a norma do art. 28, lei

11.343/06, para o momento do fato.  Retroatividade benéfica.

b) Ultratividade benéfica.

Art. 12, lei 6368/76 – Posse de drogas para fins

de consumo.

Art. 33, lei 11.343/06

Pena de 3 a 10 anos.

Pena de 5 a 10 anos.

Cometimento do crime

Condenação.

(7)

Art. 12. Importar ou exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda ou oferecer, fornecer ainda que gratuitamente, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar ou entregar, de qualquer forma, a consumo substância entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar;

Pena - Reclusão, de 3 (três) a 15 (quinze) anos, e pagamento de 50 (cinquenta) a 360 (trezentos e sessenta) dias-multa. Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa.

Aplicação da lei anterior, por ser mais benéfica.  Ultratividade benéfica.

c) Lei temporária ou excepcional:

Art. 155, CP.

Art. 155, CP.

Pena de 2 a 8 anos.

Pena de 1 a 5 anos.

Cometimento do crime

Condenação.

Lei excepcional ou temporária (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)

Furto

Art. 155 – Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Aplicação da pena de 2 a 8. Lei excepcional e temporária não segue a regra da retroatividade

benéfica. Aplica a lei do momento da realização do crime.

d) Crime continuado e permanente:

Art. 317, CP.

Art. 317, CP.

Pena de 1 a 8 anos

Pena de 2 a 12 anos.

Ano de 2002

Ano de 2003 e seguindo até a condenação.

Corrupção passiva

Art. 317 – Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003)

Acórdão do STF julgando em 2012  Aplica-se apenas a pena de 2 a 12.

Súmula 711, STF  aplica a lei posterior, ainda que mais grave.

Súmula 711, STF: A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência.

4.2. Normas penais em branco:

(8)

a) Homogênea

Quando feita por outra de idêntica estatura é chamada de norma penal em branco homogênea.

Ex.: art. 298, CP. Documento  complementação feita pelo código civil.

Falsificação de documento particular (Redação dada pela Lei nº 12.737, de 2012)

Art. 298 - Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento particular verdadeiro: Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.

b) Heterogênea

Heterogênea é quando a complementação é feita por uma norma de estatura diferente da

complementada.

Ex.: quando uma lei é complementada por portaria.

Art. 33, lei 11.343/06. Drogas  Portaria da ANVISA.

Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Pena – reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa.

c) Norma penal em branco no tempo

Exemplo:

Art. 16, lei 6368/76.

Portaria.

Uso de lança perfume. Ano de 2000.

Retirada do cloreto de etila  Lança perfume

retirado.

Retroatividade.

Art. 16. Adquirir, guardar ou trazer consigo, para o uso próprio, substância entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Pena – Detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e pagamento de (vinte) a 50 (cinquenta) dias-multa.

Com a edição da Portaria retirando o lança perfume da lista de drogas ocorre abolitio criminis,

ocorrendo a extinção da punibilidade, art. 107, III, CP, deixando de considerar como crime o lança

perfume.

Extinção da punibilidade

Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso;

Depois é reinserido o lança perfume na lista de drogas.

4.3. Tempo do crime:

Art. 4º, CP. No momento da ação ou omissão.

(9)

Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)

Adotada a Teoria da Atividade. Momento da ação ou omissão.

Ex.: agente com 17 anos dispara arma de fogo para matar e o disparo acerta, mas a vítima não

morre. A morte da vítima ocorre quando o agente completa 18 anos.  Aplicação do ECA (lei

8.069/90) porque vale o momento da atividade, ação ou omissão. Considera o crime praticado

quando o agente tinha 17 anos.

5. Lei penal no espaço:

Qual lei se aplica quando o crime ocorre em mais de um local  Entre dois países.

Se ocorrerá ou não a aplicação da lei penal dentro do Brasil.

Art. 6º, CP  Teoria mista ou da ubiquidade.

Tanto faz aplicar a do momento da atividade quanto a do resultado.

Lugar do crime (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)

Art. 6º – Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)

Ex.: Vítima alvejada por disparos no Brasil.

Atividade  Tiros  Brasil.

Argentina  Vítima socorrida.

Possibilidade de aplicação da lei do Brasil ou da Argentina.

Isso ocorre para impedir a impunidade.

Não confundir com o art. 70, CPP  Competência interna do Brasil.

Ex.: início do crime no Rio de Janeiro e conclusão em Minas Gerais.  Competência do estado

de Minas Gerais.

Aplicação da Teoria do Resultado.

Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução.

§1o Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar fora dele, a competência será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, no Brasil, o último ato de execução.

§2o Quando o último ato de execução for praticado fora do território nacional, será competente o juiz do lugar em que o crime, embora parcialmente, tenha produzido ou devia produzir seu resultado.

§3o Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou quando incerta a jurisdição por ter sido a infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção.

5.1. Extraterritorialidade:

Entre dois países, sendo um deles o Brasil. É a aplicação da lei brasileira no estrangeiro.

Art. 5º e 7º, CP.

(10)

Art. 5º, CP  Aplicação da lei brasileira para fatos ocorridos fora do Brasil, em embarcações e

aviões.

Navio ou avião públicos são considerados extensões do território brasileiro. Lei da bandeira ou

da fuselagem.  Aplicação da lei brasileira.

Navio ou avião privado  Depende. Só vai julgar pela lei brasileira se não for julgado no

estrangeiro.

Territorialidade

Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)

§1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)

§2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em voo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)

Art. 7º, CP  Extraterritorialidade incondicionada e condicionada.

Incondicionada nos casos do art. 7º, I, CP. Casos que envolvem a proteção brasileira.

Condicionada nos casos do art. 7º, II, CP.

Extraterritorialidade (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)

Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) I - os crimes: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)

b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)

c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) II - os crimes: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) b) praticados por brasileiro; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)

c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)

§1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)

§2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições: (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)

a) entrar o agente no território nacional; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)

b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)

c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)

d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)

§3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior: (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)

a) não foi pedida ou foi negada a extradição; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) b) houve requisição do Ministro da Justiça. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)

Referências

Documentos relacionados

Aplicando-se análise fatorial nas variáveis que foram distribuídas entre as três dimensões identificadas no estudo, foi possível encontrar cinco fatores: aspectos

Assegurar, em regime de colaboração com o Estado de São Paulo, a oferta de educação de jovens e adultos à população com deficiência, transtornos globais do

Portanto, resgatando-se os conceitos estudados nesse capítulo, acredita-se que o software multimídia proposto por este estudo constitui importante contribuição para o processo

As possibilidades de inserção profissional identificadas nas análises dos casos exitosos foram viáveis por se tratarem de vagas para funções diferentes de

Estes elementos estruturais necessários sobrecarregam em muito as acções permanentes sobre a ponte, pelo que é habitualmente necessário o estudo estrutural para a sua aplicação,

5 “A Teoria Pura do Direito é uma teoria do Direito positivo – do Direito positivo em geral, não de uma ordem jurídica especial” (KELSEN, Teoria pura do direito, p..

a) empresas públicas. d) sociedades de economia mista. e) concessionárias de serviço público. Assinale abaixo o crédito com maior prioridade na falência. a) Créditos com garantia

Na busca de uma resposta ao problema, que teve como questão norteadora desta pesquisa, levantamento dos gastos e despesas nos atendimentos realizados e identificar qual o custo que