Prof. Arlindo F. Gonçalves Jr. http://www.mural-2.com
Sensível
O Belo (junto ao Bem e ao Verdadeiro) é um dado
metafísico relacionado ao Ser
Eidético
Sensível
BELO ARTE
Téchne = habilidade que, segundo regras, pode produzir algo (geralmente a
transformação de uma realidade natural em um objeto artificial) – englobando desde a arte manual à arte intelectual
Sensível
BELO ARTE
Imita a Natureza, o cosmo sensível, a
matéria, e não as essências - não passaria de uma cópia de outra cópia - por isso é inferior
Eidético
Sensível
BELO ARTE
É perigosa em termos morais: pode levar o homem tanto para o certo, o bem,
como para o mal/errado, já que produz emoções de modo desequilibrado
Por isso expulsa os poetas , os artistas de seu Estado Ideal
Sensível
BELO ARTE
A criação poética seria um delírio que o poeta recebe dos deuses
Eidético
Sensível
BELO ARTE
Apesar de todas as críticas à Arte, atribui um caráter positivo, à medida que a
considera uma via indireta (ao contrário da “científica”, direta e lógica) para o Saber.
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considerada perigosa ou nociva pelo seu caráter emocional, o Belo, ao contrário, é identificado como uma existência em si, a qual é o princípio ideal, essencial e metafísico, de toda beleza sensível encontrada na
Natureza, no mundo material, na realidade física.
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Hípias Maior: Procura definir, além da beleza sensível, a Ideia do Belo em si. Esta Ideia, eterna e universal, seria a fonte de toda e qualquer
beleza sensível e particular – seria o princípio ideal e metafísico que torna uma coisa material, um objeto do mundo físico, bela.
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Górgias, Filebo, o Político: com influências pitagóricas relaciona o Belo com a regularidade, a harmonia
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Timeu: relaciona o Belo com a ordem musical
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Banquete: o Amor intermediário entre os deuses e os homens, é um demônio (daimon) que se apodera do amante.
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Carentes do Belo, o Amor e o amante partem à sua procura Através da afeição pela beleza de um corpo, da beleza sensível e individual, o Amor faz com
que o amante chegue à
contemplação da beleza dos corpos em geral.
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Experimentado o amor físico, insatisfeito, partirá o amante para amar a alma do amado. Não podendo achar o Belo ideal no particular, procurará enfim, o Belo em si, verdadeiro, absoluto e eterno
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Fedro: entrelaçada com outras temáticas (Alma, Belo, dialética, teoria das Ideias, etc.) encontramos a do Amor, o qual se manifesta
como mania ou “loucura divina” – o desejo e a busca do Belo absoluto.
Qual é o critério, Sócrates, para
reconheceres o que é belo e o que é feio? Vejamos, poderás dizer-me o que seja o belo? – Com a ignorância que me é própria, fiquei atrapalhado e não pude
encontrar resposta satisfatória. discussão em que eu rejeitava
determinadas coisas como feias e elogiava outras por serem belas, havendo me
perguntado em tom sarcástico o interlocutor:
Introdução da problemática
Sócrates - Explica-me com precisão o que é o belo e esforça-te por dar-me resposta tão exata quanto possível, para que eu não me cubra de ridículo com outra derrota.
Ironiza Hípias como conhecedor sobre o tema da beleza, ao propor-lhe uma
definição exata
Hípias confirma que domina o assunto e o acredita um tema insignificante
refutar-me. Fica, então, sabendo,
Sócrates, para dizer-te toda a verdade, que o belo é uma bela jovem.
ter elogiado no oráculo? – Que lhe responderíamos, Hípias? Poderemos deixar de dizer que uma bela égua não é bela? Como nos atreveríamos a negar que o que é belo não é belo?
Hípias – Tens razão, Sócrates; está muito certa a divindade em falar dessa maneira. Entre nós também há éguas admiráveis.
homem, como é verdadeiro aquele dito de Heráclito, que o mais belo símio é feio em comparação com o gênero humano?
Assim, também, a mais bonita panela é feia em confronto com uma bela virgem, no dizer de Hípias, o sábio – Não é isso mesmo, Hípias?
Hípias – Perfeitamente, Sócrates; respondeste com muita propriedade.
Hípias, que a mais bela virgem é feia, comparada com a raça dos deuses?
Refutação à 1ª definição: a resposta sobre a virgem é relativa , e não contempla o que é o belo em si
confuso e não persistiria em contestar-te.
que Fídias seja mau escultor? – Ao que lhe responderia: De forma alguma.
Refutação à 2ª definição: as esculturas de Fídias são belas e não são de ouro
que há pouco nos referimos, a bonita, cheia de bons legumes: uma colher de ouro ou uma de pau de figueira?
[...] A meu ver, devemos concluir que a colher de pau é mais indicada do que a de ouro, a menos que penses de outra forma.
jeito, possa parecer feio a ninguém.
[...] Direi, então, que sempre e em toda a parte, para qualquer pessoa, o que há de mais belo é ser rico, gozar saúde, ser honrado pelos
Helenos, chegar à velhice e, assim como
sepultou condignamente os pais, ser sepultado pelos filhos, por maneira bela e suntuosa.
disse o forasteiro de Élide que seria belo ser sepultado depois de seus antepassados, o que será válido, outrossim, para seu avô Êaco, e todos quantos descenderam dos deuses, e para os
próprios deuses?
Sócrates define o argumento de Hípias como blasfêmia
afirmamos – que parecem incapazes de ver,
porém os aptos e empregados para esse fim; não é isso mesmo?
fazer, como será inútil para o que for incapaz. Hípias – Perfeitamente.
Sócrates – A capacidade, por conseguinte, é bela, e a incapacidade, feia.
mais belo do que a capacidade de mandar em sua própria cidade, como é feio não ter nenhuma
autoridade.
Sócrates – Dizes bem. Talvez seja essa a razão, Hípias, pelos deuses, a razão de ser a sabedoria o que há de mais belo, e a ignorância o que há de mais feio?
Sabedoria é o que há de mais belo, pois é mais útil
Hípias – Certo.
Sócrates – Porém, desde pequenos, os homens fazem muito mais o mal do que o bem, e cometem faltas involuntariamente.
vantajosos.
Hípias – É evidente.
Sócrates – O vantajoso, portanto, se nos revelou como sendo o belo, Hípias.
e das demais coisas belas, porque o produto a que dão origem, a saber, o bem, é merecedor desse esforço. Daí, ser possível acabarmos por descobrir que o belo é, de algum modo, o pai do bem.
Hípias – Certíssimo.
Sócrates – E que nem a causa é efeito, nem o efeito, causa?
Hípias – Só dizes a verdade.
Sócrates – Por Zeus, caro amigo! Nesse caso, nem o belo é bom, nem o bom é belo[...]
ou o que produz o bem, não esteja absolutamente certa, vindo a ser, até mais ridícula do que as
anteriores, quando imaginamos que o belo era uma donzela e todas as outras coisas que antes enumeramos.
conclusão, até aqui não há tese definitiva
sobre o belo não é o vantajoso; útil; não produz o Bem
parece que poríamos fim ao seu atrevimento?
Hípias – Eu, pelo menos, Sócrates, sou de opinião que desta vez o belo foi muito bem definido.
Sócrates – E então? E as belas ocupações e instituições,
Hípias, diremos que são belas por nos agradarem através da vista ou do ouvido, ou serão de
natureza diferente?
o do ouvido; o fato de virem por meio da vista e do ouvido é o que faz ambos serem belos, não cada um em particular, o que é impossível, como já admitimos, Hípias.
Hípias – Admitimos, realmente.
Sócrates – Não será belo, por conseguinte, o prazer alcançado por meio da vista ou do ouvido, pois se o fosse, seguir-se-ia algo impossível.
imaginar que compreendo o significado do provérbio: O belo é difícil.