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O CÓDIGO QR E A RASTREABILIDADE COMO FERRAMENTAS DE MARKETING

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Academic year: 2021

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O CÓDIGO QR E A RASTREABILIDADE COMO FERRAMENTAS DE MARKETING Alex Bento Barbosa1, Edson Aparecido Martins2

1Discente na Faculdade de Tecnologia de Botucatu, abentob@globomail.com

2Docente Faculdade Tecnologia de Botucatu, emartins@fatecbt.edu.br

1 INTRODUÇÃO

Os consumidores cada vez mais se conscientizam e passam a exigir alimentos de qualidade, de origem conhecida e que não ofereçam riscos a sua saúde. Por esse motivo surge a necessidade de desenvolver meios que possibilitem aos produtores rurais e agroindústrias levarem a esses consumidores principalmente através de rastreabilidade, a garantia de que seus produtos possuem a qualidade e segurança exigida.

A rastreabilidade é um mecanismo que permite identificar a origem do produto desde o campo até o consumidor, podendo ter sido, ou não, transformado ou processado. É também um conjunto de medidas que possibilitam controlar e monitorar todas as movimentações nas unidades, de entrada e de saída, objetivando a produção de qualidade e com origem garantida (SPERS, 2003, citado por FURLANETO; MANZANO, 2010).

Usado da forma correta, e sendo bem estruturado, um sistema de rastreabilidade além de mostrar todos os processos pelos quais um produto pode ter passado, pode se tornar também uma importante ferramenta de auxilio na divulgação de marcas, que é um fator essencial nos dias atuais para a manutenção e crescimento no mercado.

Para Andrade et al. (2013), os meios de comunicação influenciam a opinião dos consumidores a respeito de segurança alimentar e rastreabilidade, tendo isto em mente, a indústria e os distribuidores de alimentos devem investir e dar maior atenção ao tema, levando ao consumidor informações claras, que desmitifiquem certos pré-conceitos adquiridos pelos consumidores.

O objetivo desse trabalho foi desenvolver uma ferramenta que permita ao produtor rural e as agroindústrias mostrar aos consumidores que seus produtos são confiáveis, mostrar que os produtos cultivados ou processados passam por todos os cuidados necessários para entregar um produto seguro e que não ofereça risco à saúde de quem vai consumi-lo, e também dar a possibilidade dos consumidores enviar uma resposta aos produtores sobre sua satisfação com a qualidade dos produtos e a forma como eles são comercializados.

2 MATERIAL E MÉTODOS

Utilizando-se de ferramentas eletrônicas de registro, processamento e armazenamento de dados, como computador PC, notebook, celular cabos de comunicação, operacionalizou-se uma coleta de dados nas propriedades rurais, nas quais os proprietários forneceram todas as

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informações necessárias alimentando um banco de dados suficiente para mostrar, como é sua produção e quais processos são utilizados. Essas informações foram registradas através de documentos de texto, fotos da propriedade e/ou do processo de fabricação, que foram armazenadas via “cloud”, e através de códigos QR, ficaram disponíveis para a visualização de qualquer pessoa.

Como exemplo a figura abaixo:

Formatação do Produto no QR

Fonte: o Autor

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES 3.1 Marketing

O Marketing não tem apenas como o objetivo vender algo. O conceito de marketing se aprofunda em tudo que envolve um processo, bem como a produção, a logística, e a comercialização e pós venda do produto ou serviço.

Segundo Kotler (2000, p. 25), o marketing busca a identificação de necessidades e desejos, e trabalha buscando maneiras de satisfazê-los.

Marketing é a ciência e a arte de explorar, criar e entregar valor para satisfazer as necessidades de um mercado-alvo com lucro. Marketing identifica necessidades e desejos não realizados. Ele define, mede e quantifica o tamanho do mercado identificado e o potencial de lucro. Ele aponta quais os segmentos que a empresa é capaz de servir melhor e que projeta e promove os produtos e serviços adequados (KOTLER, 2000, p. 25).

Normalmente, o marketing é visto como a tarefa de criar, promover e fornecer bens e serviços a clientes, sejam estes pessoas físicas ou jurídicas. Na verdade, os profissionais de marketing envolvem-se no marketing de bens, serviços, experiências, eventos, pessoas, lugares, propriedades, organizações, informações e ideias (KOTLER, 2000, p. 25).

O Marketing é uma série de estratégias, técnicas e práticas que tem o principal objetivo de agregar valor às determinadas marcas ou produtos a fim de atribuir uma maior importância das mesmas para um determinado público-alvo, os consumidores.

3.2 Rastreabilidade

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acompanhamento e registro individual de todos os eventos, ocorrências, manejos, transferências e movimentações ocorridas durante um processo de produção. Procedimentos adotados para caracterizar a origem, o estado sanitário, a produção e a produtividade da agropecuária como exploração econômica. Todo o processo de rastreabilidade ganha maior credibilidade se o mesmo estiver certificado, mas a certificação não é um requisito para o uso da rastreabilidade.

Segundo Reissmann (2005, p.47).

A rastreabilidade é a capacidade da empresa em recuperar informações relevantes ao longo da cadeia logística, permitindo, assim, realizar-se uma varredura a partir das matérias-primas utilizadas em um produto indo até o ponto de consumo final, passando pelas condições de fabricação e de distribuição (REISSMANN, 2005, p. 47).

Com a conscientização dos consumidores, a busca por alimentos seguros é cada vez maior, para Costa, Vaz e Vaz (2015) a rastreabilidade se torna fundamental para o processo produtivo, pois um sistema de rastreabilidade armazena informações específicas de produtos e troca essas informações com todos os elos da cadeia de produção, desde o produtor até o consumidor final. Aumentando a qualidade e confiabilidade do produto, além de reduzir a possibilidade da ocorrência de problemas, como a contaminação alimentar.

3.2.1 Vantagens da rastreabilidade

Um sistema eficaz de rastreabilidade pode oferecer informações quanto à natureza, origem e qualidade do produto, fornecendo informações suficientes para que o consumidor possa escolher o produto que melhor atender suas necessidades. Permite, ainda, ao produtor melhorar seu processo produtivo, pois a rastreabilidade facilita a identificação de procedimentos a serem corrigidos e da busca de soluções para inconformidades.

Para Ballestrin (2011) a rastreabilidade traz vantagens para todos os envolvidos na cadeia produtiva.

Todos os segmentos da cadeia produtiva melhoram com a rastreabilidade implantada. O produtor, por oferecer produtos de qualidade superior, adaptando-se às boas práticas agrícolas, exigidas pelo processo de rastreabilidade, a empresa, que ganha status com todas as redes de compradores, através da utilização de boas práticas de manipulação e outras ferramentas de qualidade, o varejo, que oferta aos compradores produtos de boa procedência, e, os consumidores, que, atraídos pela saúde e segurança, compram e consomem produtos rastreados. (BALLESTRIN, 2011, p. 28).

É importante que aconteça uma mudança no pensamento do produtor em relação aos benefícios que a rastreabilidade pode proporcionar, hoje o produtor se preocupa apenas em garantir volume e preço de seus produtos. A criação de diretrizes para a rastreabilidade por

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parte do governo pode incentivar a mudança de comportamento dos produtores, e a existência de procedimentos mais claros pode estimular inclusive os pequenos produtores a se qualificar e utilizar a rastreabilidade.

3.2.1.1 Melhora no processo produtivo

Diante de um cenário competitivo, em que a concorrência é cada vez mais acirrada, alguns fatores podem ser decisivos para o sucesso de um negócio, a rastreabilidade surge como fator importante de diferenciação no mercado.

Possuir a capacidade de rastrear as mercadorias e suas informações, e com isso poder responder com agilidade as necessidades do mercado, é o diferencial para ter uma gestão bem sucedida da cadeia de suprimentos (SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS, 2014).

É importante ter em mente que a rastreabilidade não pode ser alcançada sem a integração vertical do conhecimento e requer a participação de todas as partes envolvidas no setor agropecuário, passando pelos produtores, processadores, atacadistas, transportadores e os varejistas.

3.2.2 Acesso a novos mercados

A rastreabilidade cada vez mais se torna uma exigência para entrar em alguns mercados, não só no exterior onde a rastreabilidade é obrigatória em alguns países, mas também no mercado interno que cada vez mais percebe os benefícios do uso da rastreabilidade, que além de auxiliar a descobrir possíveis falhas na produção, distribuição e comercialização dos produtos, vê o consumidor cada vez mais interessado em saber de onde o produto e se ele é seguro para o consumo (SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS, 2014).

Entretanto para Conchon e Lopes (2012) a rastreabilidade não pode mais ser encarada como um mero processo regulatório, ou como apenas um diferencial de mercado, é preciso ter em mente que o processo de rastreabilidade é um passo inevitável e irreversível e trará consigo grandes ganhos à agropecuária quando surgirem melhorias de gestão e segurança do alimento.

O mercado de alimentos está cada dia mais competitivo, além disso, a mudança de pensamento dos consumidores quanto aos fatores ambientais, sociais e nutricionais, promovem mudanças nos hábitos de consumo. Isso incentiva a geração de tecnologias limpas e sustentáveis na produção, além da necessidade de implantação de meios que comprovem a

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qualidade e procedência dos produtos. Nesse sentido, o controle da produção desde a sua origem, em conformidade com os conceitos de produção integrada e rastreabilidade, se torna um fator muito importante para a competitividade no mercado (TIBOLA et al., 2007 citado por BALLESTRIN, 2011, p. 10).

3.3 Tecnologias utilizadas na rastreabilidade

3.3.1 Código QR

Código QR ou, QR code, é a sigla de "Quick Response" que significa resposta rápida. QR code é um código de barras, que foi criado em 1994, e possui esse nome, pois dá a capacidade de ser interpretado rapidamente pelas pessoas.

Segundo Karasinski (2011), “eles são uma espécie de evolução dos códigos de barras tradicionais, ordenando as informações em uma matriz de duas dimensões. Com isso, eles são capazes de armazenar até 100 vezes mais dados e caracteres do que os tradicionais códigos de barras de apenas um 1D.”

No Brasil, algumas empresas passaram a adotar o código QR no ano de 2007. Há exemplos do uso em ingressos de cinema, passagens aéreas, em revistas e algumas embalagens de alimentos, como nas embalagens de bebidas e hortifrútis de uma rede de abastecimento nacional.

O uso do código QR como um código de barras inteligente é bastante eficaz, pois possui alta velocidade de leitura com precisão e funcionalidade, permitindo, por exemplo, arquivar informações de lote, validade, características do produto e do processo de produção.

4 CONCLUSÕES

A ferramenta desenvolvida, além de funcionar como um sistema de rastreabilidade, também oferece a possibilidade de obter uma resposta do consumidor quanto a sua satisfação com o produto, assim sendo, o produtor tem meios para manter seu produto de acordo com a exigência dos consumidores, e também encontrar formas de responder rapidamente a possíveis problemas de aceitação de seu produto no mercado.

5 REFERÊNCIAS

ANDRADE, J. C. et al. Percepção do consumidor frente aos riscos associados aos alimentos, sua segurança e rastreabilidade. Brazilian Journal of Food technology, Campinas, v. 16, n. 3, p. 184-191, jul./set. 2013. BALLESTRIN, B. Implantação da rastreabilidade em empresa frutícola de Bento Gonçalves, RS. 2011. 32f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Tecnologia em Alimentos) Instituto Federal de Educação,

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<http://www.bento.ifrs.edu.br/site/midias/arquivos/2012428111416437implantacao_da_rastreabilidade_em_em presa_fruticola_de_bento_goncalves,_rs.pdf >. Acesso em: 24 ago. 2016.

CONCHON, F. L.; LOPES, M. A. Rastreabilidade e segurança alimentar. Boletim Técnico da Universidade

Federal de Lavras UFLA, Lavras, n. 91, p. 1-25, 2012. Disponível em:

<http://www.cidasc.sc.gov.br/defesasanitariaanimal/files/2012/08/RASTREABILIDADE_fabricio.pdf> Acesso em: 18 ago. 2016.

COSTA, J. da; VAZ, M. S. M. G.; VAZ, M. C. S. Geração de QR-Code para rastreabilidade da produção de

grãos em dispositivos móveis sem acesso à internet. IN: CONGRESSO BRASILEIRO DE

AGROINFORMÁTICA, 10, 2015. Anais... SBIAGRO, 2015. P. 7-8. Disponível em:

<http://eventos.uepg.br/sbiagro/2015/anais/SBIAgro2015/pdf_resumos/17/17_monica_cristine_scherer_vaz_18 6.pdf> Acesso em 10 set. 2016.

FURLANETO, F. P. B.; MANZANO, L. M. Agricultura de precisão e a rastreabilidade de produtos

agrícolas. 2010. Artigo em Hypertexto. Disponível em:

<http://www.infobibos.com/Artigos/2010_2/AgriculturaPrecisao/index.htm>. Acesso em: 7 set. 2016.

KARASINSKI, Lucas. O que significa cada quadrado de um QR Code? Em:

<http://www.tecmundo.com.br/qr-code/37372-o-que-significa-cada-quadrado-de-um-qr-code-.htm>. Acesso

em: 11 set. 2016.

KOTLER, P. Administração de Marketing. 10ª Edição, 7ª reimpressão – Tradução Bazán Tecnologia e Lingüística; revisão técnica Arão Sapiro. São Paulo: Prentice Hall, 2000.

REISSMANN, C.R. Estratégias de diferenciação no mercado internacional de alimentos: Estudo de caso da

rastreabilidade do “NUTRY” pela Nutrimental S.A. 2005. 109 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de

Administração, Setor de Ciências Sociais Aplicadas Centro de Pesquisa e Pós-graduação em Administração,

Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2005. Disponível em:

<http://dspace.c3sl.ufpr.br/dspace/bitstream/handle/1884/2607/renamed_Dissertao completa para Impresso - PDF.pdf?sequence=1>. Acesso em: 27 ago. 2014.

SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS (SEBRAE). Rastreabilidade

Alimentar: resposta técnica. 2014. Disponível em:

<http://sustentabilidade.sebrae.com.br/Sebrae/Sebrae%202014/Estudos%20e%20Pesquisas/2014_04_25_RT_F ev_Agro_Rastreabilidade.pdf>. Acesso em: 04 set. 2015.

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