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2.3 MESORREGIÃO OESTE PARANAENSE: hierarquia e rede urbana. A Mesorregião Oeste do Paraná tem, atualmente, sua estrutura produtiva

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2.3 MESORREGIÃO OESTE PARANAENSE: hierarquia e rede urbana

A Mesorregião Oeste do Paraná tem, atualmente, sua estrutura produtiva

regional dinamizada principalmente pela produção de grãos e pela agroindústria.

Segundo Westphalen (1987), essa matriz produtiva foi constituída a partir dos

movimentos migratórios, que se deram no início do século XX.

Essa região foi formada, praticamente, a partir de 1940, fato ocorrido por um

forte fluxo migratório notadamente de famílias do Rio Grande do Sul e Santa

Catarina, que nesse período estavam atrás de novas fronteiras agrícolas. Tal

acontecimento contribuiu para que os espaços vazios, dessa região, fossem

preenchidos e a agricultura, de certo modo, desenvolvida, trazendo, no começo,

certa estabilidade social e cultural à localidade.

O desenvolvimento dos municípios da região deu-se de forma acelerada,

inicialmente convergente em torno da economia das comunidades agrícolas. E,

posteriormente, a partir de 1970, quando ocorreu uma forte modernização agrícola,

num contexto nacional, através de créditos subsidiados, sementes tratadas, insumos

mais modernos, a introdução pesada de maquinários agrícolas, etc., resultando num

processo crescente do êxodo rural e, conseqüentemente, numa urbanização

acentuada e no desenvolvimento de várias outras atividades ligadas ao setor

agroindustrial e de serviços nas cidades (STAMM, 2001).

Outra característica da Região Oeste é o relativo grau de concentração de

atividades na agroindústria e, dentro dessa, na produção de alimentos. Este tipo de

atividade colocou o Oeste em terceiro do ranking no gênero de alimentos no Estado

do Paraná. A região tem ainda a quarta maior concentração de emprego formal do

(2)

acarretou a dinamização do multiplicador de emprego e aumento do setor terciário

da economia (IPEA et al., 1999).

Segundo Ipea et al. (2000, p. 109), entre 1970 e 1996,

[...] essa mesorregião passa por processo intenso de urbanização, saltando do grau de 19,87% para 77,2%. Esse processo provoca grande transformação na distribuição geográfica de sua população: com a área rural da mesorregião alcançando 357.023 habitantes e incrementando suas áreas urbanas com um contingente de 683.175 habitantes, caracterizando-a como uma região receptora de fluxos interiores e exteriores aos seus limites. Vale observar que essa região foi a última fronteira de ocupação do estado, integrando-se à dinâmica estadual apenas a partir dos anos 70, quando coincidem fatores como a expansão da agricultura moderna e o início da construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu.

Atualmente, através dos dados do Censo Demográfico de 2000, observou-se

que o grau de urbanização na região chega a 81,44%. No agregado populacional

dos municípios de Foz do Iguaçu, Cascavel e Toledo obtêm-se 52,82% da

população total da Região Oeste do Estado e, entre 1991 e 2000, esses municípios

apresentaram, respectivamente, taxas de crescimento de 2,22%, 2,24% e 1,67%

a.a., superiores à média da Região Oeste e do Paraná, que foram de 1,05% e 1,28%

a.a. respectivamente. No período de 1991 a 2000, a taxa geométrica de crescimento

anual da Região Oeste e do Estado do Paraná foi, respectivamente, de 1,45% e

1,52%, dessa forma, a Região Oeste apresentava um crescimento menor que a

(3)

Tabela 10 – Taxa geométrica de crescimento anual dos municípios da Região Oeste

e do Estado do Paraná – 1991/2000

População Total Taxa média geométrica de

crescimento anual

Cidades

1991 2000 2004** 1991/00 2000/04

Anahy 3.125 3.011 2.775 - -2,06

Assis Chateaubriand* 35.658 33.317 30.023 -1,96 -2,62 Boa Vista Aparecida* 10.213 8.423 7.424 -2,31 -3,17

Braganey* 6.631 6.191 5.227 -2,93 -4,23

Cafelândia* 10.334 11.143 12.708 3,65 3,41 Campo Bonito* 4.933 5.128 5.163 0,15 0,17 Capitão Leonidas Marques 15.753 14.377 15.151 -2,39 1,35

Cascavel 219.652 245.369 272.243 2,73 2,69 Catanduvas* 10.201 10.421 10.729 0,67 0,75 Céu Azul 10.440 10.445 10.373 -0,15 -0,18 Corbélia* 15.968 15.803 15.555 -4,03 -0,40 Diamante do Sul 3.568 3.659 3.220 - -3,21 Diamante D'Oeste 4.840 4.878 2.633 -6,93 -14,57 Entre Rios do Oeste 3.068 3.328 3.535 - 1,55 Formosa do Oeste 9.741 8.755 7.241 -6,00 -4,73 Foz do Iguaçu 231.627 258.543 293.646 3,51 3,30 Guairá 29.282 28.659 27.971 -0,51 -0,62 Guaraniaçu 19.609 17.201 14.996 -4,53 -3,44 Ibema 6.756 5.872 5.752 -0,44 -0,53 Iguatu 2.416 2.255 1.865 - -4,73 Iracema do Oeste 2.970 2.951 2.674 - -2,49 Itaipulândia 4.673 6.836 8.199 - 4,75 Jesuítas 10.426 9.832 8.288 -2,95 -4,27 Lindoeste* 6.996 6.224 5.889 -1,11 -1,40

Marechal Candido Rondon* 37.608 41.007 44.035 -2,07 1,84

Maripá* 6.188 5.889 5.615 - -1,21 Matelândia 13.828 14.344 14.719 -2,10 0,66 Medianeira 40.147 37.827 39.639 -0,25 1,20 Mercedes 4.478 4.608 4.814 - 1,12 Missal 9.998 10.433 10.464 0,07 0,08 Nova Aurora 14.420 13.641 12.690 -1,42 -1,83 Nova Santa Rosa* 7.069 7.125 7.168 0,13 0,15 Ouro Verde do Oeste* 5.950 5.472 5.032 -1,62 -2,12

Palotina 24.783 25.771 26.535 -1,95 0,75 Pato Bragado 3.611 4.049 4.312 - 1,62 Quatro Pontes* 3.599 3.646 3.640 - -0,04 Ramilândia 3.032 3.868 3.946 - 0,51 Santa Helena 19.486 20.491 21.327 0,93 1,03 Santa Lúcia 4.433 4.126 3.690 - -2,81 Santa Tereza do Oeste* 10.406 10.754 13.133 6,53 5,23 Santa Terezinha de Itaipu 16.690 18.368 20.533 2,97 2,89 São José das Palmeiras 4.452 4.102 3.335 -3,42 -5,15 São Miguel do Iguaçu 23.169 24.432 26.428 -0,13 2,03 São Pedro do Iguaçu* 7.322 7.277 6.583 - -2,53 Serranópolis Iguaçu - 4.740 4.930 - 1,01 Terra Roxa 16.885 16.300 14.494 -2,17 -2,95

Toledo 90.417 98.200 104.332 0,39 1,56

Três Barras do Paraná 13.057 11.822 10.201 -2,62 -3,70

Tupãssi* 8.363 8.018 7.602 -1,07 -1,35

Vera Cruz do Oeste 10.313 9.651 8.769 -1,82 -2,42 Total da Região Oeste 1.048.847 1.111.091 1.201.246 1,00 2,01 Total do Paraná 9.003.804 9.563.458 10.135.378 1,40 1,49

Fonte: Elaborado pelo autor a partir do IBGE (1991, 2000, 2003a e 2005). Nota: (*) Municípios limítrofes de Cascavel e Toledo.

(4)

O interessante, nesta Tabela 10, é que 67% dos municípios existentes no

período de 1991/2000 da região Oeste apresentaram taxas geométricas de

crescimento negativas, ou seja, esses municípios perderam população. E apenas 5

municípios, o que representa 13,5% do total, tiveram uma taxa de crescimento acima

da média da Região Oeste (1,00% a.a.), essa por sua vez teve uma média abaixo da

média estadual (1,40%), para o mesmo período de 1991/2000. Para o mesmo

período analisado, destaca-se o município de Santa Teresa do Oeste, que

apresentou uma taxa de crescimento muito acima da média da região (6,53% a.a.)

39

.

No período de 1991 e 2000, observou-se um incremento populacional de 62.244

habitantes na região Oeste do Estado, não obstante a essa situação favorável de

crescimento populacional, no mesmo período, de acordo com Ipardes (2003), essa

região apresentou um saldo migratório negativo de 1.448 pessoas (tanto intra como

inter-estadual), seguindo a tendência do período anterior de 1986 a 1991, verificado

por Kleinke, Deschamps e Moura (1999), ou seja, o incremento populacional na

Região Oeste foi proporcionado mais pelo nascimento de pessoas nessa região do

que pelos emigrantes.

Outro dado importante dessa região é que 80% dos municípios eram

compostos por uma população inferior a 20 mil habitantes. Do total dos 50

municípios existentes, em 2000, 40 municípios enquadravam-se no perfil inferior a

20 mil habitantes.

Os municípios limítrofes de Cascavel e Toledo (expostos no Mapa 15), com

algumas exceções, apresentaram taxas negativas de crescimento no período de

1996 a 2000. Evidenciando-se dessa forma um fenômeno generalizado de forte

esvaziamento populacional desses e outros municípios do Oeste paranaense.

39

O crescimento desse município pode estar associado aos investimentos realizados em infra-estrutura atraindo população, em grande parte por causa da proximidade geográfica com o município de Cascavel, revelando-se um pequeno aglomerado de indústrias.

(5)

Mapa 15 – Mesorregião Oeste e suas principais rodovias e os municípios limítrofes a

Cascavel e Toledo

Fonte: Adaptado pelo autor.

O Mapa 15 apresenta, além dos municípios limítrofes de Cascavel e Toledo,

as principais rodovias que ligam essa região à capital (Curitiba) e também as que

dão acesso, por um lado, para Santa Catarina e Rio Grande do Sul, e, por outro

lado, para o Sudeste e Centro-Oeste do país.

Essa hinterland, apresentada no Mapa 15, junto com as cidades de Cascavel

e Toledo, soma 38% dos municípios da região Oeste do Estado, e esses

representam quase que 45% em termos de Produto Interno Bruto (PIB) da região

(6)

Tabela 11 – Participação percentual no PIB municipal dos setores na economia dos

municípios limítrofes de Cascavel e Toledo – 2000

Municípios Agropecuária Indústria Serviços PIB (em US$)

População Total

PIB per capita Boa Vista da Aparecida 42,10 1,93 55,96 11.386.862 8.423 1.351,87

Braganey 48,32 1,33 50,35 11.439.399 6.191 1.847,74 Cafelândia 20,17 18,67 61,16 88.190.372 11.143 7.914,42 Campo Bonito 55,34 3,60 41,06 12.413.190 5.128 2.420,66 Catanduvas 31,54 1,42 67,03 21.791.638 10.421 2.091,13 Cascavel 5,95 16,63 77,42 705.879.496 245.369 2.876,81 Corbélia 32,97 3,32 63,71 32.712.134 15.803 2.069,99 Lindoeste 49,55 0,96 49,50 8.623.179 6.224 1.385,47

Santa Tereza do Oeste 49,09 2,55 48,35 11.474.748 10.754 1.067,02

Toledo 17,94 23,29 58,78 315.596.783 98.200 3.213,82

Três Barras do Paraná 40,94 2,34 56,72 17.648.267 11.822 1.492,83

Tupãssi 49,99 0,67 49,34 17.606.635 8.018 2.195,89

Assis Chateaubriand 19,01 9,60 71,39 110.621.840 33.317 3.320,28

Maripá 29,10 1,50 69,40 37.021.546 5.889 6.286,56

Nova Santa Rosa 44,69 8,67 46,64 23.690.867 7.125 3.325,03 Marechal Candido Rondon 14,42 13,21 72,37 171.568.881 41.007 4.183,89 Ouro Verde do Oeste 51,72 2,96 45,32 15.942.747 5.472 2.913,51 São Pedro do Iguaçu 47,70 0,70 51,59 15.279.091 7.277 2.099,64 Quatro Pontes 40,86 18,04 41,11 11.004.961 3.646 3.018,37

Total 1.639.892.636 541.229 3.029,94

Fonte: Paraná Cidade (2005) e IBGE – Censo Demográfico (2000).

Dentre os municípios expostos na Tabela 11, Cascavel, além de ter

apresentado um maior número da população total, detinha o maior PIB e

apresentava, ainda, em comparação com os outros municípios em questão, a menor

participação percentual na agropecuária, haja vista sua grande participação no setor

terciário. Já município de Toledo apresentava um setor industrial bastante forte,

representando 23,29% de sua economia.

Atualmente, segundo o Ipea et al. (1999), os municípios que abrangem a

aglomeração no entorno do núcleo de Cascavel são caracterizados como uma

aglomeração urbana não metropolitana de 2ª ordem

40

, ou seja, apresentavam um

centro urbano consistente (Cascavel) e alguns aglomerados de menor peso

econômico em sua hinterland, pela não-existência de contigüidade de mancha de

ocupação e por apresentar fortes relações econômicas com o município de Toledo.

Segundo Veroneze (2001), as vantagens locacionais proporcionadas pela

posição estratégica do município de Cascavel, por estar no corredor de exportações

40

(7)

por meio da BR-277 e da Ferroeste, fizeram deste município um grande centro

regional, por onde passa grande parte da produção agroindustrial dos municípios

circunvizinhos.

Dessa maneira, segundo Moura (2004, p. 42), passou a existir, no Oeste

paranaense, um “(...) complexo urbano, articulando as aglomerações polarizadas por

Cascavel, que reúne mais cinco municípios e Foz do Iguaçu, que se manifesta como

uma espacialidade complexa internacional, desenvolvendo estreitas relações com as

cidades vizinhas de Puerto Iguaçu, na Argentina e Ciudad del Leste, no Paraguai”.

Desse modo, Moura e Kleinke (1999) relatam que a Mesorregião Oeste paranaense

é constituída pela agregação das aglomerações urbanas de Cascavel e Foz do

Iguaçu. As autoras reforçam que a aglomeração de Cascavel possuia 353.533

habitantes e configurava uma mancha de ocupação contígua com o município de

Toledo.

Segundo a classificação do Ipea et al. (2002a), o nível de centralidade das

cidades brasileiras foi definido como: máximo; muito forte; forte; forte para médio;

médio; médio para fraco; fraco e muito fraco. A Tabela 12 relaciona os municípios da

Região Oeste do Paraná por meio do nível de centralidade seguindo essa

classificação, a qual é reflexo direto da intensidade de produção e distribuição de

(8)

Tabela 12 – Centralidade dos municípios do Oeste paranaense – 2000

Cidades Centralidade Cidades Centralidade

Anahy Muito fraco Maripá* Muito fraco Assis Chateaubriand* Médio para fraco Matelândia Muito fraco Boa Vista Aparecida* Muito fraco Medianeira Médio Braganey* Muito fraco Mercedes Muito fraco Cafelândia* Muito fraco Missal Muito fraco Campo Bonito* Muito fraco Nova Aurora Muito fraco Capitão Leonidas Marques Muito fraco Nova Santa Rosa* Muito fraco Cascavel Forte Ouro Verde do Oeste* Muito fraco Catanduvas* Muito fraco Palotina Médio para fraco Céu Azul Muito fraco Pato Bragado Muito fraco Corbélia* Fraco Quatro Pontes* Muito fraco Diamante do Sul Muito fraco Ramilândia Muito fraco Diamante D'Oeste Muito fraco Santa Helena Muito fraco Entre Rios do Oeste Muito fraco Santa Lúcia Muito fraco Formosa do Oeste Muito fraco Santa Teresa do Oeste* Muito fraco Foz do Iguaçu Forte para médio Santa Terezinha de Itaipu Muito fraco Guairá Médio para fraco São José das Palmeiras Muito fraco Guaraniaçu Muito fraco São Miguel do Iguaçu Muito fraco Ibema Muito fraco São Pedro do Iguaçu* Muito fraco Iguatu Muito fraco Serranópolis Iguaçu Muito fraco Iracema do Oeste Muito fraco Terra Roxa Muito fraco

Itaipulândia Muito fraco Toledo Médio

Jesuítas Muito fraco Três Barras do Paraná Muito fraco Lindoeste* Muito fraco Tupãssi* Muito fraco Marechal C. Rondon* Médio para fraco Vera Cruz do Oeste Muito fraco

Fonte: Ipea et al. (2000b).

A cidade de Cascavel (maior centralidade na região) é um pólo regional que

se coloca entre as principais cidades paranaenses, reforçando-se na diversidade

das atividades e funções que desempenha. Sua especificidade está na localização

estratégica de acesso às fronteiras internacionais e no acúmulo de funções de alta e

média complexidade para o atendimento às demandas regionais. Verifica-se a

formação de anel de intenso crescimento de população nos municípios em seu

entorno. Essa aglomeração comanda uma região agroindustrial, tendo a participação

de 4,14%, no valor adicionado do Estado, fortemente condicionada por Cascavel e

Toledo.

Por meio do nível de centralidade foi georeferenciada a hierarquia dos

municípios da Região Oeste do Paraná, conforme o Mapa 16. As setas expostas no

(9)

paranaense. Portanto, fica evidenciada a polarização que o município de Cascavel

exerce sobre os demais municípios.

Mapa 16 – Nível de hierarquia dos municípios da Mesorregião Oeste paranaense –

2000

Fonte: Alves (2005) a partir dos dados do IPEA et al. (1999).

Cascavel apresentou o maior nível de hierarquia na mesorregião em estudo,

ou seja, o nível forte. O segundo município em nível de hierarquização foi Foz do

Iguaçu, que obteve o nível forte para médio – esse município, segundo Moura e

Kleinke (1999, p. 19), “é um importante centro na rede urbana paranaense,

posicionando-se entre os principais centros nacionais. O município de Foz do Iguaçu

configura mancha de ocupação contígua a Santa Terezinha do Itaipu” e contínua

(10)

Cumprindo, dessa forma, o complexo papel de polarizar uma ocupação contínua de

fronteira internacional, desempenhando funções que ora se complementam ora

concorrem, num movimento de oportunidades regido pela política econômica e

institucional de cada um dos países (MOURA e KLEINKE, 1999). Na seqüência

hierárquica vem Medianeira e Toledo, com nível médio. Logo após vem Assis

Chateaubriand, Guaíra, Marechal Cândido Rondon e Palotina, com nível médio para

fraco. Os municípios de Ubiratã e Corbélia obtiveram o nível fraco no ano de 2000.

Os demais municípios da Mesorregião Oeste paranaense obtiveram o menor nível

de hierarquização, ou seja, o muito fraco.

Conforme Ipea et al. (1999),

Cascavel, com nível de centralidade forte, é o pólo da aglomeração, e coloca-se entre as principais cidades paranaenses. Este centro tem como forte característica a diversidade das atividades e funções que desempenha. Sua especificidade está tento em sua localização estratégica, como no fato de ser entroncamento de acesso às fronteiras internacionais, e, ainda, no acúmulo de funções de alta e média complexidade para o atendimento das demandas regionais. Toledo é o centro secundário, com nível de centralidade médio.

Assim, Cascavel e Toledo tornam-se importantes na configuração da rede

urbana e no contexto econômico tanto da região como do Estado, devido a sua

proximidade geográfica. Conforme Ipea et al. (1999, 2000 e 2002b), a Região Oeste

do Estado do Paraná apresentou uma aglomeração urbana não contínua entre os

municípios de Cascavel e Toledo. A duplicação da rodovia entre essas cidades deve

intensificar a circulação de bens e serviços e de mão-de-obra entre essas cidades.

Portanto, há certo fluxo e refluxo de bens e serviços entre esses municípios,

apresentando dessa forma uma centralidade de atividades econômicas. Essa forte

associação com a complexidade da rede urbana da região ampliou-se com a

(11)

dinamismo interurbano de ambas as cidades, fortalecendo o conceito de

aglomeração não contínua.

Tendo em vista a tendência do dinamismo de algumas redes urbanas

não-metropolitanas, especificamente, como é o caso das cidades de Cascavel

41

e de

Toledo, torna-se fundamental analisar os movimentos pendulares, uma vez que os

movimentos intra-regionais e pendulares deixaram de ser trajetórias especificamente

dos grandes centros urbanos.

Dessa forma, pretende-se abordar as questões socioeconômicas e o perfil

dos trabalhadores que perfazem os movimentos pendulares, fato esse que está

diretamente relacionado ao transporte intermunicipal, entre os municípios de

Cascavel e o município de Toledo. Para tal, a seguir, está exposto o procedimento

metodológico da pesquisa de campo para a obtenção dos dados referentes aos

movimentos pendulares.

41

A cidade de Cascavel assumiu proporções de cidade média entre os anos de 1970 e 1975 quando ultrapassou o limite dos 100 mil habitantes. Já para a cidade Toledo, segundo estimativas do IBGE (2005), essa proporção foi num período mais recente, entre os anos de 2002 e 2004.

(12)

PROCEDIMENTO METODOLÓGICO DA PESQUISA EMPÍRICA

A problemática do presente trabalho foi de examinar o fenômeno do

movimento pendular nas cidades interioranas de porte médio, bem como de

investigar os motivos pelos quais o trabalhador não migra para a cidade na qual está

trabalhando. Dessa forma, tentou-se suprir esse problema por meio de pesquisa de

campo, a qual empregou uma metodologia de coleta dos dados e na sua posterior

análise, sendo dividida em 4 etapas, conforme segue:

1. Planejamento da estratégia de ação.

2. Determinação do espaço amostral.

3. Elaboração dos questionários

4. Aplicação do questionário.

A seguir, está elaborado o detalhamento de cada uma dessas etapas.

3.1 Planejamento da estratégia de ação

Como primeiro passo para a viabilização da pesquisa, realizou-se um contato

(13)

na Região Oeste do Estado do Paraná. A empresa se mostrou interessada em

contribuir com possíveis dados necessários para a pesquisa. Para tanto, foi enviado

um ofício ao gerente regional responsável pela área, explicando a situação e

pedindo a colaboração da empresa para ceder alguns dados, sabendo-se que a

empresa que detém a concessão desse trajeto é a mesma desde a criação do

chamado “ônibus metropolitano”, ou seja, a Expresso Princesa dos Campos.

O fato que motivou a escolha desse tipo de transporte se respalda na alta

concentração de trabalhadores nas rodoviárias nos horários de pico (rush), tanto na

ida para o local de trabalho quanto na volta para casa. Segundo informações do

gerente da central de passagens de Cascavel, a linha metropolitana Cascavel x

Toledo e vice-versa teve início em fevereiro de 2000, com uma média de 10 mil

passageiros por mês e com aproximadamente 10 horários diferentes de translado

por dia. Atualmente são transportados aproximadamente 21 mil passageiros por mês

e com 30 horários de translado diários entre essas duas cidades. Esses dados

justificam assim as entrevistas feitas apenas para esse tipo de transporte

intermunicipal. O Quadro 1 apresenta a origem e o destino de cada linha

metropolitana concedida pela Expresso Princesa dos Campos.

Quadro 1 – Linhas dos ônibus metropolitanos entre os municípios do Oeste do

Paraná – 2005

1 - Toledo – Cascavel 8 - Palotina – Marechal Candido Rondon 2 - Palotina – Toledo 9 - Missal – São Miguel do Iguaçu 3 - Marechal Candido Rondon – Toledo 10 - Medianeira – Santa Helena

4 – Céu Azul – Toledo 11 - Santa Helena – Marechal Candido Rondon 5 - Santa Helena – Vera Cruz do Oeste 12 - Serranópolis – Medianeira

6 - Guaíra – Marechal Candido Rondon 13 - Foz do Iguaçu – São Miguel do Iguaçu 7 - Palotina – Guaíra

(14)

Observa-se no Quadro 1 que a empresa Expresso Princesa dos Campos

conta atualmente com 13 linhas de ônibus metropolitano que chega a atingir 24 dos

50 municípios da Região Oeste do Estado.

Já o Mapa 17 mostra o itinerário das empresas que fazem os transportes de

passageiros via linha de ônibus metropolitano abrangendo grande parte do Oeste

paranaense, com destaque para os municípios lindeiros ao lago de Itaipu.

Mapa 17 – Itinerário dos ônibus metropolitanos na região Oeste do Paraná

Fonte: Elaborado pelo autor.

Dentre as três empresas que detêm a concessão desse tipo de transporte na

região, a Expresso Princesa dos Campos abrange a maior parte, cerca de 86% dos

municípios beneficiados. Vale destacar ainda que os 24 municípios envolvidos no

(15)

englobam cerca de 900 mil pessoas residentes nessas cidades, o que corresponde

a 81% do total da população da Região Oeste no ano de 2000, que tinha um total de

1.111.091 habitantes.

3.2 Determinação do espaço amostral

A determinação do espaço amostral se deu de forma bastante simples. Após

terem sido retornadas algumas respostas feitas à empresa, maiores informações

foram obtidas quanto aos horários de pico e aos números absolutos de passageiros

mensais das cidades de Cascavel e Toledo (Tabela 13). Assim, calculou-se o total

da amostra através da média diária de passageiros, conforme Tabela 14.

Vale ressaltar que a média mensal de passageiros transportados pela

empresa entre as cidades de Cascavel e Toledo correspondia a 8,53% da população

total ou 9,16% da população urbana de Cascavel. Já a média mensal do movimento

inverso, Toledo/Cascavel, representava 22,96% da população total e 25,19% da

população urbana da cidade de Toledo. Esses percentuais são referentes aos dados

da população total e urbana do Censo Demográfico de 2000 e dos dados obtidos

pela Expresso Princesa dos Campos do total de passageiros transportados entre

(16)

Tabela 13 – Total de passageiros diários entre as cidades de Cascavel e Toledo

Número de passageiros absoluto mensal Meses

Cascavel – Toledo Toledo – Cascavel

Maio/2004 18.819 19.549 Junho/2004 18.348 18.783 Julho/2004 20.982 22.002 Agosto/2004 20.166 20.534 Setembro/2004 19.672 20.238 Outubro/2004 21.480 22.278 Novembro/2004 20.149 20.625 Dezembro/2004 24.951 26.639 Janeiro/2005 22.727 23.304 Fevereiro/2005 19.533 20.299 Março/2005 22.592 23.206 Abril/2005 21.838 22.207 Total no período (1 ano)* 251.257 259.664

Fonte: Expresso Princesa dos Campos (2005).

Nota: (*) O total de passageiros refere-se ao período de maio de 2004 a abril de 2005. Esse período anual representou um total de 53 semanas.

Tabela 14 – Somatório dos passageiros entre as cidades e o percentual da

população ocupada e total das cidades de Cascavel e Toledo,

segundo o Censo Demográfico de 2000

Cascavel Toledo Total e Médias ™ total de

passageiros % da pop. ocupada % da pop. total ™ total de passageiros % da pop. ocupada % da pop. total Total absoluto 251.257 105.508 245.369 259.664 43.783 98.200 Média mensal 20.938 19,84% 8,53% 21.639 49,42% 22,03% Média semanal 4.741 4,49% 1,93% 4.899 11,19% 4,99% Média diária 688 0,65% 0,28% 711 1,62% 0,72% Fonte: IBGE (2000).

A Tabela 14 traz uma breve comparação do total de passageiros que utilizam

o ônibus metropolitano (dados da Expresso Princesa dos Campos) com a população

total e a população ocupada de Cascavel e Toledo (dados do Censo Demográfico de

2000). A média diária de passageiros com origem em Cascavel e destino na cidade

de Toledo é de 688 pessoas, o que representa 0,28% da população total da cidade

de Cascavel e 0,65% da população ocupada dessa cidade. Esses valores

aumentam consideravelmente quando comparamos com a média diária de

passageiros com origem em Toledo e destino Cascavel, ou seja, 0,72% e 1,62%,

(17)

A partir desses dados, foi calculado o tamanho da amostra, considerando a

média diária de passageiros entre as cidades, que, segundo Barbetta (1998), pode

ser feito pela equação (1):

2 0 0 1 E n =

(1)

No entanto, quando se conhece o tamanho da população, a formulação passa

a ser expressa pela equação (2):

0 0 n N n N n = = =

(2)

N = tamanho da população

n = tamanho da amostra

n

0

= uma primeira aproximação para o tamanho da amostra

2

0

E = erro amostral tolerável

42

.

Considerando que o erro amostral não ultrapasse os 5% e que existe uma

média de 688 passageiros diários entre Cascavel-Toledo, obteve-se o seguinte

resultado:

400 ) 05 , 0 ( 1 2 0 = = n 253 400 688 400 688 = = = = n

Para que a amostra fosse representativa e que se tivesse um erro amostral de

5%, foi necessário pesquisar, no mínimo, 253 passageiros entre as cidades de

Cascavel e Toledo. Já para a amostra da população com sentido inverso, ou seja,

entre as cidades de Toledo e Cascavel, utilizou-se o mesmo procedimento

42

Segundo Barbetta (1998, p. 58), “a especificação do erro amostral tolerável deve ser feita sob um enfoque probabilístico, pois, por maior que seja a amostra, existe sempre o risco de o sorteio gerar uma amostra com características bem diferentes da população de onde ela está sendo extraída”.

(18)

metodológico, porém o tamanho da população foi um pouco maior, ou seja, de 711

passageiros, sendo, então, calculada uma amostra de 256 passageiros nesse

sentido. Dessa forma, foram pesquisados 509 passageiros.

3.3 Elaboração do questionário

Primeiramente, um questionário preliminar foi elaborado com intuito de aplicar

um teste piloto, sendo essa parte necessária para a identificação de possíveis falhas

e sugestões no questionário final e sua aplicação. Esse teste piloto do questionário

foi aplicado entre os dias 8 a 13 de fevereiro de 2005, num total de 50 questionários.

Nessa aplicação do teste piloto, não houve uma rigidez nas questões e respostas

dos entrevistados, haja vista que nessa etapa procuraram-se falhas no questionário.

Após a análise do teste piloto, algumas questões foram alteradas.

A partir daí, elaborou-se um questionário com respostas fechadas,

relacionando questões socioeconômicas, questões de acessibilidade do transporte

e, também, quanto à decisão de o indivíduo migrar.

43

3.4 Aplicação dos questionários

Para a aplicação dos questionários foram abordados todos os usuários que

utilizavam o chamado “ônibus metropolitano” como meio de locomoção

intermunicipal – processo esse que evitou que carros e demais veículos fossem

43

(19)

parados na rodovia –, pois esse tipo de transporte tem como lugar de origem o

terminal rodoviário das cidades em estudo. Essa etapa da pesquisa foi desenvolvida

com a colaboração da empresa Expresso Princesa dos Campos, com a devida

permissão da pesquisa ao lado do guichê da venda de passagens, facilitando a

abordagem das pessoas que compravam as passagens para esse tipo de transporte

intermunicipal.

Porém, na pesquisa de campo foram abordados apenas os passageiros que

estavam partindo de seus pontos de origem e, preferencialmente, nos horários da

manhã das 6 horas às 12h e 30 min, possibilitando, por meio do questionário, captar

o perfil dos usuários do ônibus metropolitano, e aumentando a probabilidade de

entrevistar a parcela de pessoas que fazem o movimento pendular. Além disso, o

horário matutino é mais favorável para realizar a pesquisa, pois se acredita que o

entrevistado estaria mais disposto e sendo mais fidedigno às respostas.

44

Destarte, a aplicação real dos questionários deu-se no prazo de 2 semanas,

especificamente, na primeira semana, entre os dias 22 a 27 de agosto de 2005, foi

feita a pesquisa na cidade de Cascavel. Já a pesquisa realizada na cidade de

Toledo deu-se posteriormente, entre os dias 5 e 10 de setembro de 2005, esses dias

da semana corresponderam de segunda-feira a sábado.

44

Levando em consideração esse critério, evitou-se que fossem pesquisados passageiros que, por motivos diversos (dentre eles: cansaço, estressado, demitido do emprego, desmotivados entre outros) não responderiam coerentemente à pesquisa.

(20)

PERFIL DE QUEM REALIZA O MOVIMENTO INTERMUNICIPAL E O PENDULAR

Esse capítulo tem por objetivo apresentar os resultados da pesquisa sobre o

movimento pendular de trabalhadores entre as cidades de Cascavel e de Toledo.

Num primeiro momento foi traçado um perfil socioeconômico da população que

utiliza o ônibus metropolitano como meio de transporte para o deslocamento

intermunicipal. Em seguida foram analisadas as informações relacionadas aos

trabalhadores pendulares. Essas informações, sobre os trabalhadores pendulares

entre as cidades de Cascavel/Toledo e de Toledo/Cascavel, foram analisadas

separadamente, porém algumas comparações foram realizadas entre os dois

sentidos. Dessa forma, tais dados possibilitaram traçar o perfil dos trabalhadores e

demais usuários desse tipo de transporte intermunicipal evidenciando algumas

(21)

4.1 PERFIL DOS USUÁRIOS DO ÔNIBUS METROPOLITANO

Nesse tipo de deslocamento intermunicipal, a amostra da população

pesquisada caracterizou-se por ser predominantemente masculina com um total de

267 pessoas, o que correspondia a 52,46%, contra 242 pessoas do sexo feminino, o

que equivalia a 47,54%. A grande maioria, 45,78%, se apresentou como solteiros,

conforme se pode observar na Tabela 15.

Tabela 15 – Estado civil por sexo dos entrevistados

Masculino Feminino Total

Estado civil

Freqüência % Freqüência % Freqüência %

Casado(a) 130 48,69 98 40,50 228 44,79 Separado(a) 7 2,62 12 4,96 19 3,73 Divorciado(a) 5 1,87 7 2,89 12 2,36 Viúvo(a) 5 1,87 5 2,07 10 1,96 Solteiro(a) 116 43,45 117 48,35 233 45,78 União Estável 4 1,50 3 1,24 7 1,38 Total 267 100 242 100 509 100

Fonte: Resultado da pesquisa.

Os entrevistados do sexo masculino na maioria eram casados seguido dos

solteiros, representando um percentual, respectivamente, de 48,69% e 43,45%. Já

as mulheres apresentavam uma tendência inversa, ou seja, a maioria eram solteiras

seguidas das casadas, representando, respectivamente, no total do sexo feminino

de 48,35% e 40,50%.

Aproximadamente 56,19% dos entrevistados tinham entre 20 e 39 anos e,

dessa forma, foi registrada uma idade média de 32,41 anos, conforme as Tabelas 16

(22)

Tabela 16 – Idade média dos entrevistados entre Cascavel-Toledo

Sexo Média Etária

Homens 33,28 Mulheres 31,54 Total 32,41 Fonte: Resultados da pesquisa.

Tabela 17 – Faixa etária por sexo dos entrevistados

Masculino Feminino Total

Faixa etária

Freqüência % Freqüência % Freqüência %

Até 14 anos 1 0,37 1 0,41 2 0,39 15 - 19 anos 36 13,48 35 14,46 71 13,95 20 - 24 anos 52 19,48 60 24,79 112 22,00 25 - 29 anos 46 17,23 42 17,36 88 17,29 30 - 34 anos 18 6,74 19 7,85 37 7,27 35 - 39 anos 28 10,49 21 8,68 49 9,63 40 - 44 anos 18 6,74 28 11,57 46 9,04 45 - 49 anos 25 9,36 10 4,13 35 6,88 50 - 54 anos 16 5,99 11 4,55 27 5,30 55 - 59 anos 11 4,12 7 2,89 18 3,54 60 - 64 anos 9 3,37 5 2,07 14 2,75 65 - 69 anos 5 1,87 0 0,00 5 0,98 Mais de 69 anos 2 0,75 3 1,24 5 0,98 Total 267 100 242 100 509 100

Fonte: Resultados da pesquisa.

A faixa etária predominante foi da população que se encontrava com idade

entre 20 a 24 anos (22%), seguidos daqueles com 25 a 29 anos (17,29%). No total,

ambas representam 39,29%. Para melhor visualizar, o Gráfico 6 apresenta os

valores em percentuais da Tabela 17. Tanto o sexo masculino como o feminino

apresentou uma maior concentração de pessoas entre a faixa etária de 20 a 24

(23)

Gráfico 6 – Faixa etária por sexo dos entrevistados

0% 20% 40% 60% 80% 100% Até 14 anos 15 - 19 anos 20 - 24 anos 25 - 29 anos 30 - 34 anos 35 - 39 anos 40 - 44 anos 45 - 49 anos 50 - 54 anos 55 - 59 anos 60 - 64 anos 65 - 69 anos Mais de 69 anos Total Masculino Relativo (%) Feminino Relativo (%)

Fonte: Resultados da pesquisa (dados da Tabela 17).

Quando foram questionados sobre o grau de instrução, observou-se que as

mulheres apresentaram um maior nível de escolaridade em relação aos homens,

pois apresentaram uma porcentagem acumulada, entre aquelas sem instrução até o

ensino fundamental completo, de apenas 28,52, contra 38,21% de homens nessa

mesma relação (Tabela 18 e Gráfico 7)

45

.

De modo geral, pode-se inferir que 41,25% dos entrevistados tinham como

nível de escolaridade até o ensino médio incompleto e que 58,75 apresentaram ter o

ensino médio completo, sendo superior a média do Estado do Paraná

46

. Havia em

torno de 6,48% de população sem instrução, entre 11,20% e 15,91% com o ensino

fundamental incompleto e completo, e de 7,66% a 28,09% com o ensino médio

incompleto e completo. Do total dos entrevistados, 30,65% haviam cursado ou

estavam cursando os níveis superiores (de superior incompleto a doutorado).

45

Para maiores detalhes sobre o nível educacional da população no Estado do Paraná ver Maldaner, Wadi e Staduto (2005).

46

(24)

Tabela 18 – Grau de instrução por sexo (em %)*

Masculino Feminino Total

Grau de instrução

Freq. % Freq. % Freq. %

Sem instrução** 21 7,87 12 4,96 33 6,48

Ens. fundamental incompleto 30 11,24 27 11,16 57 11,20 Ens. fundamental completo 51 19,10 30 12,40 81 15,91 Ensino médio incompleto 25 9,36 14 5,79 39 7,66 Ensino médio completo 72 26,97 71 29,34 143 28,09 Superior incompleto 39 14,61 44 18,18 83 16,31

Superior completo 23 8,61 39 16,12 62 12,18

Mestrado ou doutorado 6 2,25 5 2,07 11 2,16

Total 267 100 242 100 509 100

Fonte: Resultados da pesquisa.

Nota: (*) Os dados da Tabela 18 seguem em forma de gráfico no Anexo J.

(**) Segundo o IBGE (2000, p. 231), essa classificação “Sem instrução e menos de um ano de estudo [é] para a pessoa que nunca freqüentou escola ou, embora tenha freqüentado, não concluiu pelo menos a 1ª série do ensino fundamental”.

Gráfico 7 – Distribuição da população segundo o grau de instrução

0 20 40 60 80 100 120 140 160 Sem instrução Ensino fundamental incompleto Ensino fundamental completo Ensino médio incompleto Ensino médio completo Superior incompleto Superior completo Mestrado ou doutorado População Total

Fonte: Resultados da pesquisa.

Com relação às residências dos entrevistados, 38,31% residiam na cidade de

Cascavel, 47,54% na cidade de Toledo e 14,15% residiam em outras cidades,

conforme dados da Tabela 19. Dessa forma, observou-se que existe um contingente

populacional que não reside nas cidades estudadas, porém utilizam-se do ônibus

metropolitano para transitarem entre esses e outros municípios. Vale lembrar que a

linha de ônibus metropolitana liga várias outras cidades, reforçando a interação e o

(25)

Tabela 19 – Condição de moradia dos entrevistados

Localidade das residências

Cascavel Toledo Outra Total

Residência

Freq. % Freq. % Freq. % Freq. % Própria 128 25,15 167 32,81 59 11,59 354 69,55 Alugada 61 11,98 68 13,36 13 2,55 142 27,90 Cedida por empregador 5 0,98 4 0,79 0 0 9 1,77

Outra condição 1 0,20 3 0,59 0 0 4 0,79

Total 195 38,31 242 47,54 72 14,15 509 100 Fonte: Resultados da pesquisa.

Em relação às condições de moradias dos entrevistados, 69,55% tinham

residência própria, seguido de 27,90% que moravam em residência alugada, apenas

1,77% moravam em residência cedida pelo empregador e outras condições

somavam 0,79% do total.

Na seqüência, verificou-se a situação atual de ocupação dos entrevistados,

sendo importante destacar que 70,33% encontravam-se empregados, porém, desse

total, 65,92% tinham carteira de trabalho assinada (o que representava,

praticamente, 2/3 do total de empregados) e os restantes 34,08% encontravam-se

na situação da informalidade (Tabela 22 e Gráfico 8).

Tabela 20 – Situação atual de ocupação por sexo dos entrevistados (em %)

Classificação Masculino (%) Feminino (%) Total (%)

Ocupados 76,03 64,05 70,33 Não ocupados 4,12 11,57 7,66 Procurando emprego* 7,49 10,33 8,84 Aposentado 5,99 4,55 5,30 Estudante 6,37 9,50 7,86 Total 100 100 100

Fonte: Resultados da pesquisa.

(26)

Gráfico 8 – Total de empregados com e sem registro em carteira

65,92%

34,08%

Com registro Sem registro

Fonte: Resultados da pesquisa.

As mulheres representavam 43,3% do total de ocupados e os homens 56,7%.

Segundo os dados, cerca de 9% do total dos entrevistados se enquadravam na

classificação de que estavam procurando emprego, isto é, não ocupados.

Observou-se que o total dos não ocupados (ou Observou-seja, o somatório daqueles que estavam

procurando emprego e daqueles que não estavam procurando emprego) ficou em

torno de 16,5% do total de entrevistados. O número de estudantes foi relativamente

baixo (7,86%), levando em consideração que esse grupo também pode perfazer

movimentos pendulares. Pelo fato de as cidades de Cascavel e Toledo

apresentarem uma ampla estrutura no setor educacional, principalmente no que

tange as universidades públicas e privadas, os estudantes podem estar utilizando

outros meios de transporte na realização desse movimento, como por exemplo,

ônibus e vans fretados.

A Tabela 21 trata dos setores de atividades econômicas que mais

apresentavam trabalhadores registrados. Observou-se que o setor de prestações de

serviços e do comércio de mercadorias foram os que mais apresentaram um maior

número de trabalhadores registrados, respectivamente, 23,18% e 21,51%, seguidos

dos setores de indústria da transformação (13,13%) e da construção civil (8,38%).

(27)

terem sido os que mais empregaram, num contexto geral, também foram os setores

que mais apresentaram trabalhadores na informalidade, 8,38% e 8,38%

respectivamente.

Tabela 21 – Total de trabalhadores com e sem registro por setores de atividades

Condição na carteira de trabalho

Com registro Sem registro Total Setor de atividade

Freq. % Freq. % Freq. %

Agricultura/Pecuária/Silvicultura 2 0,85 12 9,84 14 3,91 Ind.da transformação 44 18,64 3 2,46 47 13,13

Construção civil 20 8,47 10 8,20 30 8,38

Outras atividades industriais - - -

-Comércio de mercadorias 47 19,92 30 24,59 77 21,51 Prestações de serviços 53 22,46 30 24,59 83 23,18 Transporte e comunicação 17 7,20 7 5,74 24 6,70 Atividades sociais 12 5,08 6 4,92 18 5,03 Administração pública 21 8,90 6 4,92 27 7,54 Serviços auxiliares 11 4,66 7 5,74 18 5,03 Outras atividades 9 3,81 11 9,02 20 5,59 Total 236 100 122 100 358 100

Fonte: Resultados da pesquisa.

Dentre as três grandes classificações econômicas do IBGE (agropecuária,

indústria e serviços), o setor de serviços configurava-se como a principal área de

atividade econômica da população residente nessa região, registrando 74,58% do

total de trabalhadores entrevistados.

Levando em consideração a faixa salarial somente dos ocupados e

aposentados cerca de 70% dos homens recebiam entre 2 e 4 salários mínimos. Já

para as mulheres esse percentual ficou em torno de 60%. Na faixa de até 1 salário

mínimo as mulheres foram majoritárias em termos absolutos e relativos. Outros

valores interessantes foram as faixas salariais daqueles que recebiam acima de 8

salários mínimos, pois se observou uma maior quantidade de homens que recebiam

(28)

Tabela 22 – Faixa salarial por sexo dos entrevistados (em salário mínimo)

Masculino Feminino Total

Faixas salariais

Freq. % Freq. % Freq. %

Até 1 salário 20 9,13 42 25,30 62 16,10

2 a 4 salários 154 70,32 100 60,24 254 65,97

5 a 7 salários 24 10,96 18 10,84 42 10,91

8 a 10 salários 13 5,94 3 1,81 16 4,16

Mais que 10 salários 8 3,65 3 1,81 11 2,86

Total 219 100 166 100 385 100

Fonte: Resultados da pesquisa.

De maneira mais detalhada, havia em torno de 16% de população com uma

faixa salarial de até 1 salário mínimo; praticamente, 66% ganhavam cerca de 2 a 4

salários; 10,91% recebiam entre 5 e 7 salários; e em torno de 7% recebiam mais do

que 8 salários mínimos, o que, atualmente, equivaleria basicamente a salários acima

de R$ 2.400,00.

Dos motivos selecionados pelo qual o entrevistado estava utilizando com

aquele tipo de transporte (ônibus metropolitano), 67,19% disseram que era por

apresentar baixo custo para o deslocamento, 24,36% devido à disponibilidade de

horários dos ônibus, pois, se não tivessem essa opção de escolha, praticamente de

hora em hora, esses usuários utilizariam ônibus convencionais, conforme Tabela 23.

Tabela 23 – Faixa de renda familiar por motivo da escolha do ônibus metropolitano

(em %)

Motivos da escolha pelo ônibus metropolitano (%) Faixas de renda familiar

Custo Segurança Horário Outros Total (%)

Até 1 salário 5,89 0,20 1,18 0,20 7,47

2 a 4 salários 33,20 1,38 10,41 2,16 47,15

5 a 7 salários 16,31 0,20 6,68 1,96 25,15

8 a 10 salários 7,86 0,59 3,73 1,18 13,36

Mais que 10 salários 3,93 0,00 2,36 0,59 6,88

Total 67,19 2,36 24,36 6,09 100

(29)

Os usuários do ônibus metropolitano foram questionados sobre o principal

motivo de seus deslocamentos e foi verificado que 42,44% apresentaram, como

principal motivo, a negócio/trabalho, conforme Tabela 24.

Tabela 24 – Motivo principal do deslocamento por sexo

Masculino Feminino Total

Motivos

Freq. % Freq. % Freq. %

Negócio/trabalho 131 49,06 85 35,12 216 42,44 Turismo/passeio 19 7,12 32 13,22 51 10,02 Visita familiar 44 16,48 43 17,77 87 17,09 Estudo 31 11,61 38 15,70 69 13,56 Saúde 15 5,62 28 11,57 43 8,45 Compras 1 0,37 4 1,65 5 0,98 Outros 26 9,74 12 4,96 38 7,47 Total 267 100 242 100 509 100

Fonte: Resultados da pesquisa.

Dos usuários que vão a negócio/trabalho, houve certa predominância do sexo

masculino, ou seja, 49,06% eram homens contra 35,12% de mulheres. Observou-se

também um percentual considerável no total dos deslocamentos de

turismos/passeio, visita familiar e para estudo, respectivamente, (10,02%) (17,09%)

(13,56%). Apareceram ainda os deslocamentos por motivos de saúde que

representavam 8,45% do total dos deslocamentos. E, na seqüência, um valor

relativamente pequeno de pessoas se deslocava por motivos de compras na cidade

vizinha (0,98%).

Foi realizado, também, o cruzamento das informações sobre o motivo

principal de deslocamento dos entrevistados e sua situação atual de ocupação.

Dessa forma, constituiu-se uma configuração detalhada dos motivos dos

deslocamentos, conforme Tabela 25. Do total dos ocupados (70,33%), conforme já

mencionado, apenas 42,44% deslocava-se realmente a negócio/trabalho. O restante

(30)

estudo, passeio/turismo, saúde e outros. Quanto aos não ocupados, esses também

se deslocam por vários motivos. Os indivíduos não ocupados, porém, que estavam

procurando emprego, deslocavam-se por turismo/passeio, visita familiar, estudo e

outros motivos (dentre esses, os mais citados eram motivos de entrevista para

emprego). Do total de estudantes (7,86%), os que se deslocavam realmente por

motivos de estudo somavam 6,09% e o restante, do total de estudantes, era por

motivos de visita familiar e saúde. Pode-se inferir que a somatória dos que realmente

se deslocavam a trabalho e a estudo, ou seja, 48,53% dos entrevistados faziam os

movimentos pendulares com certa regularidade diária.

Tabela 25 – Motivos do deslocamento por situação atual de ocupação (em %)

Situação atual de ocupação (%)

Motivos de

deslocamento Ocupados Não Ocupados Procurando

emprego Aposentado Estudante

Total (%) Negócio/trabalho 42,44 - - - - 42,44 Turismo/passeio 5,70 1,18 1,77 1,38 - 10,02 Visita familiar 9,04 2,95 1,96 1,57 1,57 17,09 Estudo 5,50 1,18 0,79 - 6,09 13,56 Saúde 3,73 1,57 0,98 1,96 0,20 8,45 Compras 0,79 0,20 - - - 0,98 Outros 3,14 0,59 3,34 0,39 - 7,47 Total 70,33 7,66 8,84 5,30 7,86 100

Fonte: Resultados da pesquisa.

Após esse perfil dos usuários do ônibus metropolitano entre as cidades de

Cascavel e de Toledo foram analisados, especificamente, aqueles usuários que se

deslocavam a negócios/trabalho. Ou seja, nas seções posteriores foram analisados

(31)

4.2 PERFIL DOS TRABALHADORES QUE FAZEM O MOVIMENTO PENDULAR

4.2.1 Trabalhadores pendulares no sentido Cascavel-Toledo

Inicialmente, foi verificada a origem e o destino dos entrevistados com o

intuito de captar para onde está indo o fluxo de passageiros que embarcam na

cidade de Cascavel, conforme Tabela 26.

Tabela 26 – Origem e destino dos entrevistados entre Cascavel-Toledo

Toledo Outra cidade Total

Destino

Origem Freq. % Freq. % Freq. %

Cascavel 209 82,61 17 6,72 226 89,33

Outra 24 9,49 3 1,19 27 10,67

Total 233 92,09 20 7,91 253 100

Fonte: Resultados da pesquisa.

A Tabela 28 revela que 82,61% dos passageiros entrevistados, que utilizaram

o ônibus metropolitano com origem na cidade de Cascavel, tinham como destino a

cidade de Toledo, e apenas 6,72% com destino a outras cidades, dessa forma,

quase 90% dos entrevistados tinham origem de Cascavel. O restante, 10,67%,

apresentou origem de outras cidades com destino, principalmente, para a cidade de

Toledo (9,49%), para essas pessoas a cidade de Cascavel era um ponto de

passagem para Toledo.

O percentual de 7,91% de pessoas que se deslocam para outras cidades, que

não a de Toledo, é explicado pela continuação da linha metropolitana para outros

municípios posteriores à cidade de Toledo, dando uma movimentação dinâmica,

porém ainda incipiente, na rede de cidades da região. Dessa forma, conforme

(32)

ônibus metropolitano abrange na Região Oeste do Estado, mostra evidências da

importância dos eixos de ligações entre os municípios, caracterizando a rede urbana

nessa região. Vale lembrar, também, que essa dinâmica ocasionada pelo ônibus

metropolitano não existia quando foram realizados os estudos e pesquisas do Ipea

et al. (1999). Nesse contexto, o ônibus metropolitano, nesse eixo de ligação entre as

cidades de Cascavel e Toledo, reforça os resultados do Ipea et al. (1999), quando

afirmam que essas cidades formam, na região, uma aglomeração urbana

não-continua.

Já a população ocupada que realizava o movimento pendular

(Cascavel-Toledo) era composta, em sua maioria, pelo sexo masculino (65,35%), seguido de

34,65% do sexo feminino. No entanto, observando apenas os trabalhadores que se

deslocavam por motivos de negócios/trabalho 50,2% do total dos entrevistados,

esses apresentaram motivos diversos os quais levaram a trabalhar em Toledo

(Tabela 27).

Tabela 27 – Motivos que levaram os indivíduos a fazer o movimento pendular para a

cidade de Toledo

Trabalhadores pendulares Motivos

Freqüência %

Salário melhor 45 35,43

Pouca oferta de trabalho onde reside 48 37,80

Passou em concurso 8 6,30

Trabalho temporário 19 14,96

Transferido 3 2,36

Outros 4 3,15

Total 127 100

Fonte: Resultados da pesquisa.

Dentre os motivos selecionados, os mais citados foram os de que havia pouca

oferta de trabalho na cidade de Cascavel e, por isso, resolveram trabalhar em

(33)

último motivo está em consonância com a literatura proposta por Renkow, Hoover e

Yoder (1996), que estudam o movimento pendular em função do gradiente salarial.

Nessa distribuição de motivos, 14,96% eram trabalhadores temporários, ou seja,

trabalhadores que não apresentam trabalho fixo num determinado local, podendo

ser viajantes, promotores de venda e, principalmente, aqueles que trabalham na

construção civil, entre outros. Ressalta-se que a proporção de trabalhadores que

passaram em concursos foi de 6,3%, e que 2,36% foram transferidos pela empresa

para alguma filial ou mesmo para a matriz da empresa.

Na Tabela 28, está exposta à distribuição dos trabalhadores pendulares por

suas ocupações nos setores de atividades econômicas. Esses setores, conforme já

mencionado, estão classificados de acordo com IBGE.

Tabela 28 – Total de trabalhadores pendulares por setores de atividades

econômicas (Cascavel-Toledo)

Trabalhadores pendulares Setores de atividades Freqüência % Agricultura/Pecuária/Silvicultura 4 3,15 Indústria de transformação 18 14,17 Construção civil 16 12,60

Outras atividades Industriais -

-Comércio de mercadorias 26 20,47 Prestações de serviços 26 20,47 Transporte e comunicação 11 8,66 Atividades sociais 5 3,94 Administração pública 6 4,72 Serviços auxiliares 5 3,94 Outras atividades 10 7,87 Total 127 100

Fonte: Resultados da pesquisa.

Considerou-se, nessa Tabela 28, que praticamente 68% dos trabalhadores

pendulares estão distribuídos em apenas quatro dos onze setores de atividades, os

quais são: comércio de mercadorias (20,47%), prestações de serviços (20,47%),

(34)

inferir que grande parte dos trabalhadores encontrava-se empregada ou no comércio

de mercadorias ou na atividade de prestações de serviços. Porém, se adicionarmos

mais dois setores o de transporte e comunicação e outras atividades

47

, esse

percentual chega a 84,24% do total de trabalhadores nesses seis setores. Por outro

lado, o setor outras atividades industriais não apresentou nenhum trabalhador, haja

vista a composição desse setor, que, na classificação do IBGE, engloba extração

mineral e serviços industriais de utilidade pública.

Observou-se que mais da metade dos entrevistados recebiam até 4 salários

mínimos tanto como faixa salarial (75,59%) como a renda familiar (58,27%),

conforme Tabela 29. Desta forma, quando comparado com sua a renda familiar,

observou-se que houve uma diminuição do total de pessoas com renda até 4

salários mínimos, com aumento significativo daqueles que se encontravam na faixa

de remuneração entre 8 a 10 salários.

Tabela 29 – Faixa salarial e renda familiar dos trabalhadores pendulares entre

Cascavel e Toledo (em salário mínimo)

Trabalhadores pendulares (%) Faixas de remuneração

Salarial Renda familiar

Até 1 salário 11,81 6,30

2 a 4 salários 63,78 51,97

5 a 7 salários 14,17 21,26

8 a 10 salários 5,51 13,39

Mais que 10 salários 4,72 7,09

Total 100 100

Fonte: Resultados da pesquisa.

A Tabela 30 mostra que a população ocupada que realizava o movimento

pendular apresentava vários motivos para não migrar para a cidade onde

trabalhavam (Toledo) e, dentre os mais expressivos, encontram-se os motivos

47

Esse setor engloba as seguintes atividades: instituição de crédito, de seguro e de capitalização, comércio e administração de imóveis e valores mobiliários, organizações internacionais e representações estrangeiras, e atividades não compreendidas ns demais ramos, atividades mal definidas ou não declaradas.

(35)

familiares (44,88%), os motivos pessoais por gostarem da cidade de Cascavel

(20,47%) e quase 8% dessa população eram viajantes e percorriam toda a região,

sendo ou vendedores ambulantes ou promotores de venda entre outros tipos de

ocupação. Praticamente 5% dos ocupados não migram por apresentarem trabalhos

temporários.

Tabela 30 – Motivos dos trabalhadores pendulares para não migrar para a cidade

onde trabalham (Toledo)

Trabalhadores pendulares Motivos para não migrar

Freqüência %

Outros motivos familiares 57 44,88

Gosta da cidade onde mora (Cascavel) 26 20,47 Marido/esposa trabalha na cidade onde residem 8 6,30

Estuda na cidade onde reside 3 2,36

Viajante 10 7,87

Violência 1 0,79

Trabalho temporário 6 4,72

Custo de vida mais elevado 7 5,51

Ainda não achou residência 2 1,57

Outros motivos 7 5,51

Total 127 100

Fonte: Resultados da pesquisa.

Observou-se que a acessibilidade de bens e serviços não se estampou como

uma resposta nos motivos para o individuo não migrar, em virtude, provavelmente de

as duas cidades apresentarem uma série de bens e serviços razoavelmente

substitutos. Por outro lado, à acessibilidade dos sistemas de transporte, também,

proporciona certa facilidade de locomoção entre as cidades, sem muitos transtornos

e com baixos custos.

Comparando os dados da Tabela 27 com a 30, observou-se que eram quase

15% os trabalhadores que apresentaram os motivos de deslocamento para Toledo

como trabalho temporário, no entanto, na Tabela 30, esse percentual foi de apenas

4,72%. Esse fato pode ser explicado pelo desmembramento dos motivos, pois

(36)

trabalho temporário), notou-se que o valor aumentou para 12,59% e o restante do

percentual que faltou, os entrevistados podem ter respondido que não migrariam por

outros motivos. Por exemplo, um trabalhador que se desloca para Toledo por motivo

de trabalho temporário, não se muda para essa mesma cidade por motivos

familiares.

Portanto, os motivos relacionados à decisão de mudar ou não da localidade

de residência confirmam as observações de Baeninger (1998), quando afirmou que

a mudança de emprego não corresponde necessariamente a uma mudança de

residência.

Já que esses trabalhadores apresentavam motivos para não migrar para a

cidade de Toledo, calculou-se que o tempo médio desses deslocamentos era de

praticamente 72 minutos, tempo gasto entre a casa do trabalhador pendular até o

seu local de trabalho. Já o tempo médio calculado para os estudantes pendulares

era de, praticamente, 86 minutos (Tabela 31).

Tabela 31 – Tempo médio gasto no movimento pendular de trabalhadores e

estudantes entre Cascavel e Toledo

Deslocamentos pendulares Trabalhadores Estudantes Tempo médio Freqüência % Freqüência % Menos de 1/2 hora 11 8,66 2 7,69 1/2 hora 7 5,51 - -1 hora 31 24,41 4 15,38 1-15 minutos 29 22,83 6 23,08 1-30 minutos 21 16,54 6 23,08

Mais que 1-30 minutos 28 22,05 8 30,77

Total 127 100 26 100

Fonte: Resultados da pesquisa.

Pode-se considerar uma média de tempo elevada entre as cidades de

Cascavel e Toledo, haja vista o tamanho das cidades se comparado com a Região

(37)

médio de deslocamento, para os que praticavam os movimentos pendulares, em

transportes coletivos era de 77,7 minutos. Porém, a autora considerou como

transporte coletivo os trens, metrôs e ônibus fretados, provavelmente a média de

tempo para os deslocamentos com ônibus coletivo deve ser bem superior. No

entanto, levando em consideração a média de tempo dos transportes coletivos da

pesquisa de Ântico (2003), não se confirmam às constatações de Gordon, Kumar e

Richardson (1989), quando afirmaram que os movimentos pendulares tendem a ser

mais demorados em cidades de grande porte populacional do que nas cidades

menores.

A predominância do tempo gasto para o deslocamento pendular – a somatória

do tempo de ida para o trabalho e de volta para casa no sentido Cascavel/Toledo –,

tanto de trabalhadores como para estudantes, foi entre 2h e 30min e mais que 3

horas, respectivamente, evidenciando um grande tempo perdido no dia-a-dia dessas

pessoas.

Outra informação importante é a freqüência diária de deslocamentos da

população que utiliza esse transporte como meio de locomoção (Tabela 32). Do total

dos entrevistados, aqueles que utilizam o ônibus metropolitano poucas vezes, ou

seja, menos de uma vez por mês, somaram um percentual de 19,76%. No entanto,

observou-se que os trabalhadores que se deslocavam por motivos de

(38)

Tabela 32 – Freqüência da utilização do ônibus metropolitano por motivos

selecionados (em %, entre Cascavel e Toledo)

Principal motivo do deslocamento (%) Freqüências Negócio/

trabalho

Turismo/ passeio

Visita

familiar Estudo Saúde Compras Outros

Total por freq. (%) 1 vez por semana 18,90 12,90 12,50 30,7 - - 13,33 17,00 2 vezes por semana 11,02 - 7,50 11,54 - - - 7,91 3 vezes por semana 7,09 - 5,00 3,85 - - 13,33 5,53 4 vezes por semana 2,36 - 2,50 - - - - 1,58 5 vezes por semana 26,77 - - 30,77 8,33 - - 17,00 6 vezes por semana 7,09 - - - 3,56 7 vezes por semana 0,79 - 2,50 - - - - 0,79 1 vez a cada 15 dias 11,02 32,26 10,00 7,69 16,67 - 13,33 13,44 1 vez por mês 4,72 12,90 25,00 15,38 33,33 100,00 26,67 13,44 Outras 10,24 41,94 35,00 - 41,67 - 33,33 19,76 Total por motivos 100 100 100 100 100 100 100 100

Fonte: Resultados da pesquisa.

No entanto, analisando somente aqueles que se deslocavam por motivos de

negócio/trabalho, 26,77% apresentavam uma freqüência de deslocamento de 5

vezes por semana, seguido daqueles que se deslocavam uma vez por semana

(18,9%) – esses normalmente eram os trabalhadores temporários, que passavam a

semana fora de sua residência. Portanto, são variadas as freqüências de

deslocamento, uma vez que os setores econômicos que convergem esses

trabalhadores também são diversos, apresentando professores e diaristas que não,

necessariamente, trabalham todos os dias da semana, entre outras profissões.

O movimento pendular dos estudantes apresentou um percentual de quase

31% de movimentos diários (5 vezes por semana) e também esse mesmo

percentual para os que se deslocavam apenas uma vez por semana (esse fato pode

ser explicado pelos estudantes universitários que apresentam moradias temporárias

(39)

4.2.2 Trabalhadores pendulares no sentido Toledo-Cascavel

Da mesma foram que na seção 3.2.1, inicialmente foi verificada a origem e o

destino dos entrevistados com o intuito de captar o destino final do fluxo de

passageiros que embarcaram na cidade de Toledo com sentido para Cascavel,

conforme Tabela 33

Tabela 33 – Origem e destino dos entrevistados entre Toledo e Cascavel

Cascavel Outra cidade Total

Destino

Origem Freq. % Freq. % Freq. %

Toledo 236 92,19 8 3,13 244 95,31

Outra 12 4,69 - - 12 4,69

Total 248 96,88 8 3,13 256 100

Fonte: Resultados da pesquisa.

Observou-se um percentual de quase 10% a mais de passageiros entre essas

cidades no movimento Toledo-Cascavel, ou seja, 92,19% dos passageiros

entrevistados, que utilizaram o ônibus metropolitano, com origem na cidade de

Toledo, tinham como destino a cidade de Cascavel. No sentido contrário

(Cascavel-Toledo) esse movimento apresentou um percentual de 82,61% (conforme

evidenciado na Tabela 26). Apenas 3,13% com origem em Toledo tinham como

destino outras cidades, ou seja, quase 96,88% dos entrevistados tinham como

destino à cidade de Cascavel.

Com relação ao perfil dos trabalhadores pendulares entre Toledo-Cascavel,

deparou-se com um maior movimento de mulheres do que homens fazendo esse

tipo de movimento, o que representava quase 54% do sexo feminino e 46%

masculino. Na pesquisa realizada entre Cascavel-Toledo, observou-se que os

homens representavam a grande maioria nos deslocamentos pendulares (65,35%).

(40)

Cascavel tem no setor de serviços

48

, pois, conforme Maldaner, Wadi e Staduto

(2005), no Brasil, tal como, no Estado do Paraná, as mulheres tendem a desenvolver

atividades relacionadas nesse setor.

No total, esses trabalhadores apresentaram vários motivos que os levaram a

trabalhar em Toledo, motivos que estão relacionados na Tabela 34.

Tabela 34 – Motivos que levaram os indivíduos a fazer o movimento pendular para a

cidade de Cascavel

Trabalhadores pendulares Motivos

Freqüência %

Salário melhor 20 22,47

Pouca oferta de trabalho onde reside 20 22,47

Passou em concurso 15 16,85

Trabalho temporário 16 17,98

Transferido 12 13,48

Outros 6 6,75

Total 89 100

Fonte: Resultados da pesquisa.

Segundo os motivos que levaram esses trabalhadores a perfazerem o

deslocamento pendular, os principais eram, segundo eles, que ganhavam uma

melhor remuneração salarial e que havia pouca oferta de emprego em Toledo,

ambos apresentando um percentual de 22,47%, e, por esses motivos, que essas

pessoas se deslocavam para a cidade de Cascavel.

Nessa distribuição geral dos motivos de deslocamento, apareceram

aproximadamente 18% de trabalhadores temporários, isto é, trabalhadores que não

apresentam trabalho fixo em Cascavel, podendo ser viajantes, promotores de venda

e, principalmente, aqueles que trabalham na construção civil, entre outros.

Ressalta-se que a proporção de trabalhadores que passaram em concursos foi de 16,85%,

quase 10% a mais que na pesquisa realizada em Cascavel e 13,48% foram

48

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