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COLÉGIO MARISTA - PATOS DE MINAS 2º ANO DO ENSINO MÉDIO Professor (a): Carlos Roberto

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COLÉGIO MARISTA - PATOS DE MINAS 2º ANO DO ENSINO MÉDIO - 2013

Professor (a): Carlos Roberto 2ª RECUPERAÇÃO AUTÔNOMA Roteiro de Estudos de Literatura

Estudante: _______________________________________________ Turma: ___ _______________________________________________________________________ Questão 1. (EFOA MG) Sobre o Romantismo brasileiro, é CORRETO dizer que:

a) teve como iniciador o consagrado romancista José de Alencar que, com suas obras de cunho indianista, revelou o verdadeiro caráter do nativo brasileiro.

b) em sua segunda fase, apresentou poetas cuja inclinação para o mistério e a morte os colocava sob a égide do “mal do século”.

c) no tocante à prosa, tem como epígonos as figuras de José de Alencar, Bernardo Guimarães, Manuel Antônio de Almeida e Castro Alves.

d) explorando o lado mais sentimental das figuras femininas, é um perfeito retrato da mulher do século XVIII, totalmente submissa e sem qualquer expressão social.

e) tematizando as grandes tensões que marcavam a época, detém-se principalmente na oposição sagrado x

profano.

Questão 2. (EFOA MG) Observe com atenção o fragmento abaixo: I-Juca-Pirama

No meio das tabas de amenos verdores, Cercadas de troncos – cobertos de flores, Alteiam-se os tetos d’altiva nação;

São muitos seus filhos, nos ânimos fortes, Temíveis na guerra que em densas coortes Assombram das matas a imensa extensão. São rudos, severos, sedentos de glória, Já prélios incitam, já cantam vitória, Já meigos atendem à voz do cantor: São todos Timbiras, guerreiros valentes! Seu nome lá voa na boca das gentes, Condão de prodígios, de glória e terror! [...]

(DIAS, Gonçalves. I-Juca-Pirama. In: RIEDEL, Dirce. Literatura brasileira em curso. Rio de Janeiro: Bloch, 1969. p. 311)

Reflita sobre as tendências da poesia romântica indianista e assinale a alternativa que NÃO confirma a visão idealizada do poeta em relação ao indígena brasileiro:

a) O índio de Gonçalves Dias ganhou o tom dos valorosos cavaleiros medievais e reafirmou o sentimento nacionalista de nosso Romantismo.

b) O poeta romântico transformou o silvícola em um dos símbolos da autonomia cultural e da superioridade da nação brasileira.

c) O poema gonçalvino enalteceu e preservou as tradições indígenas brasileiras, incorporando-as ao orgulho nacional.

d) “I-Juca-Pirama” expressa o nacionalismo de seu autor, que, ao idealizar a coragem e o heroísmo do índio brasileiro, atribuiu-lhe também alguns distúrbios de personalidade.

e) A poesia romântica indianista resgatou o passado histórico do Brasil e valorizou a bravura de seus habitantes naturais.

Questão 3. (EFOA MG) Leia atentamente os trechos de três poemas, selecionados abaixo: I

“Descansem o meu leito solitário Na floresta dos homens esquecida, À sombra de uma cruz e escrevam nela; – Foi poeta, sonhou e amou na vida.”

II

“Tarde, a vida me ensina esta lição discreta: a ode cristalina

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III

“Poetas! Amanhã ao meu cadáver Minha tripa cortai mais sonorosa!... Façam dela uma corda e cantem nela Os amores da vida esperançosa!”

Desses fragmentos, pertence(m) à estética Romântica: a) somente o I.

b) apenas o I e o II. c) apenas o I e o III. d) nenhum deles. e) todos eles.

Questão 4. (FEPAR PR) Assinale a alternativa que não mantém relação com a principal temática do poeta Gonçalves Dias.

a) "Não chores, meu filho; Não chores, que a vida É luta renhida:

Viver é lutar."

b) "Enfim te vejo! enfim, posso, Curvado a teus pés, dizer-te, Que não cessei de querer-te, Pesar de quanto sofri."

c) "Ó guerreiros da taba sagrada, Ó guerreiros da tribo tupi,

Falam deuses nos cantos do Piaga, Ó guerreiros, meus cantos ouvi."

d) "Meus olhos outros olhos nunca viram, Não sentiram meus lábios outros lábios, Nem outras mãos, Jatir, que não as tuas, A arazoia na cinta me apertaram." e) "Andei longas terras,

Lidei cruas guerras, Vaguei pelas serras Dos vis Aimorés."

Questão 5. (FEPAR PR) Em relação à obra Senhora, de José de Alencar, assinale a opção correta. (As citações são de M. Cavalcanti Proença na introdução à edição de 1997, RJ: Ediouro; SP: Publifolha)

a) A obra em questão pertence ao romantismo, pois se insere na corrente do romance histórico, pois o enredo mostra "a evolução da sociedade imperial, marcada por uma alienação que a europeizava, na época, tal como, hoje em dia, americaniza a nossa". (p. 16)

b) O referido romance se filia à vertente regionalista do romance romântico, porque nela "os termos da linguagem oral são mais freqüentes que em outros livros, ao lado dos regionalismos. Aí estão "talho", como ferimento ("cautério aplicado ao talho"); "traste", em lugar de móvel ("e de que serve a mim esse traste, a sua honra?")". (p. 16)

c) A obra em questão pertence ao realismo, embora seu escritor seja reconhecido como da escola romântica, já que "Aurélia, a heroína, é um tipo de mulher cerebral, lutando contra o cordial que, afinal, vence", ou ainda "no estudo dos personagens, grande parte dos cacoetes românticos desaparece, e a Seixas não falta mesmo certa dose de racionalização psicanalítica, justificando o seu pendor para caça-dotes". (p. 13 e 15)

d) O referido romance é baseado na teoria determinista de Taine em que o meio influencia o homem, uma vez que o protagonista, Seixas, "não tem a firmeza inflexível do caráter de Aurélia, e, por isso, o ambiente influencia o seu modo de viver, leva-o a perder-se por leviandade (...) O romancista o redime, fazendo-o reencontrar a natureza, mergulhar o espírito no universo das coisas e dos seres simples". (p. 14)

e) A obra em questão pertence à tendência do romance urbano romântico (também chamado social, de costumes ou de perfil feminino), pois "apresenta a condenação ao casamento de conveniência, e aponta os males e perigos da educação artificial da época, desenvolvida em função das atividades da vida social, do ambiente falso dos salões; e – não seria Alencar – afirma a superioridade da vida rural e do homem do campo sobre o ambiente e o habitante das cidades". (p. 13)

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Questão 6. Leia o Texto.

01Eu mísera mulher nas amarguras 02Descorei e perdi a formosura.

03No amor impuro profanei minh’alma... 04E nesta vida não amei contudo! 05Não sou a virgem melindrosa e casta 06Que nos sonhos da infância os anjos beijam 07E entre as rosas da noite adormecera 08Tão pura como a noite e como as flores; 09Mas na minh’alma dorme amor ainda. 10Levanta-me, poeta, dos abismos 11Até ao puro sol do amor dos anjos! Álvares de Azevedo

Assinale a alternativa correta sobre o texto II.

a) Exemplifica o sarcasmo com que o poeta trata a concepção idealizada da mulher, característica dos autores da segunda geração romântica.

b) A descrição de aspectos físicos da figura feminina, recriada eroticamente, é típica do estilo realista a que se filiou o autor.

c) Pelo contraste com o amor impuro, profano, valoriza um ideal de amor espiritualizado.

d) Exemplifica a preferência que os poetas do século XIX tiveram pelos aspectos mais degradantes do relacionamento amoroso.

e) A presença do eu lírico masculino e a adoção de versos livres e brancos indicam a influência que o autor absorveu das cantigas de amor medievais.

Questão 7. Leia o texto abaixo, de autoria de Álvares de Azevedo, e, em seguida, responda ao que sobre ele se indaga:

Pálida à luz da lâmpada sombria, Sobre o leito de flores reclinada, Como a lua por noite embalsamada, Entre as nuvens do amor ela dormia! Era a virgem do mar, na escuma fria, Pela maré das águas embalada! Era um anjo entre nuvens d’alvorada Que em sonhos se banhava e se esquecia! Era mais bela! o seio palpitando...

Negros olhos as pálpebras abrindo... Formas nuas no leito resvalando... Não te rias de mim, meu anjo lindo! Por ti – as noites eu velei chorando, Por ti – nos sonhos morrerei sorrindo!

Uma única característica, dentre as assinaladas abaixo, não pertence à poesia de Álvares de Azevedo nem se faz presente no texto. Assinale-a:

a) Nota-se a presença de um lirismo bucólico, graças a um desmedido amor pelo campo. b) Sua efusão sentimental pela amada mistura-se a sonhos, brumas e visões.

c) A amada transparece como a donzela inatingível, vaporosa, quase impalpável.

d) A construção lírica revela uma mistura entre o nebulosamente aéreo e o terrenamente libertino. e) O texto se presta antes à sugestão de atmosferas que ao recorte nítido de ambientes.

Questão 8. (UFAM) Assinale o item do qual consta uma característica do gênero lírico que NÃO se faz presente no poema “Pálida à luz da lâmpada sombria”, acima transcrito.

a) Renúncia à coerência gramatical e formal.

b) Obediência a determinado modelo composicional e métrico.

c) Abolição da distância temporal e espacial para recordar um fato em sua essência. d) Pequena extensão do texto, para que a emoção não se disperse num longo discurso. e) Exigência de que a emoção, antes da razão, ocupe o primeiro plano.

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Questão 9. (UNIPAR PR) A poesia engajada que denunciava a escravidão e a degradação humana das pessoas que se encontravam nessa condição, contribuindo para a campanha abolicionista, foi a principal marca de sua obra. Estamos nos referindo a:

a) Casimiro de Abreu b) Castro Alves c) José de Alencar

d) Gonçalves de Magalhães e) Álvares de Azevedo

Questão 10. (UNIPAR PR) Dentre as alternativas abaixo, assinale a que NÃO se refere ao Romantismo no Brasil:

a) saudosismo e melancolia são temas frequentes dos poetas que fizeram parte da chamada geração perdida. b) o indianismo foi uma forte presença na segunda geração dos românticos que idealizavam o passado nacional. c) o caráter reacionário do Romantismo serviu como resistência ao movimento de Independência do Brasil colônia.

d) o romance urbano retratava uma visão idílica e harmoniosa de uma sociedade dividida entre homens livres e escravos.

e) a figura o índio era exaltada por meio de figuras lendárias de guerreiros e heróis que teriam sido absorvidos pela cultura nacional.

Questão 11. TEXTO: 31 - Comum às questões:

Leia abaixo um trecho de Memórias de um sargento de milícias, de Manuel Antônio de Almeida, e responda às questões.

Vidinha era uma rapariga que tinha tanto de bonita como de movediça e leve; um soprozinho, por brando que fosse, a fazia voar, outro de igual natureza a fazia revoar, e voava e revoava na direção de quantos sopros por ela passassem; isto quer dizer, em linguagem chã e despida dos trejeitos da retórica, que ela era uma formidável namoradeira, como hoje se diz, para não dizer lambeta, como se dizia naquele tempo. Portanto não foram de modo algum mal recebidas as primeiras finezas do Leonardo, que desta vez se tornou muito mais desembaraçado, quer porque já o negócio com Luisinha o tivesse desasnado, quer porque agora fosse a paixão mais forte, embora esta última hipótese vá de encontro à opinião dos ultrarromânticos, que põem todos os bofes pela boca pelo tal primeiro amor: no exemplo que nos dá o Leonardo, aprendam o quanto ele tem de duradouro. A leitura do excerto permite concluir que:

a) desasnado, no texto, significa que Leonardo se tornara menos esperto depois de conhecer Luisinha. b) a paixão de Leonardo por Vidinha tornava-se mais forte do que a lembrança de Luisinha.

c) Leonardo não manifestava nenhum interesse por Vidinha.

d) Vidinha não se interessava por Leonardo pelo fato de ele ser tímido. e) Vidinha apaixonou-se perdidamente por Leonardo.

Questão 12. TEXTO

O NAVIO NEGREIRO - Castro Alves (fragmento) Negras mulheres, suspendendo às tetas

Magras crianças, cujas bocas pretas Rega o sangue das mães:

Outras moças, mas nuas e espantadas, No turbilhão de espectros arrastadas, Em ânsia e mágoa vãs!

E ri-se a orquestra irônica, estridente... E da ronda fantástica a serpente Faz doudas espirais ...

Se o velho arqueja, se no chão resvala, Ouvem-se gritos... o chicote estala. E voam mais e mais...

Presa nos elos de uma só cadeia, A multidão faminta cambaleia, E chora e dança ali!

Um de raiva delira, outro enlouquece, Outro, que martírios embrutece, Cantando, geme e ri!

No entanto o capitão manda a manobra, E após fitando o céu que se desdobra,

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Tão puro sobre o mar,

Diz do fumo entre os densos nevoeiros: "Vibrai rijo o chicote, marinheiros! Fazei-os mais dançar!..."

No poema “O Navio Negreiro”, Castro Alves expõe a sua indignação diante da situação do negro-escravo e essa obra é uma das muitas manifestações poéticas que, ao longo da nossa Literatura – e desde o Barroco até nossos dias – tiveram um apelo centrado no(a):

a) engajamento nas lutas classistas operárias b) revolta contra o colonizador português c) comprometimento com a problemática social d) indignação com o desgoverno e a impunidade e) irreverência diante do descomprometimento social

Questão 13. (IBMEC) Uma característica marcante dos poetas da última fase do Romantismo, á qual pertence Castro Alves, especialmente presente nesse poema é:

a) o uso de versos brancos e livres b) o escapismo como temática e proposta c) a citação dos poetas barrocos e árcades d) o tom declamatório e engajado

e) a exaltação da pátria somente enaltecendo as qualidades

Questão 14. (IBMEC) Repleto de imagens descritivas de cunho Realista-Naturalista, o poema ‘O Navio Negreiro” guarda, porém, elementos típicos do Romantismo, época à qual pertence. Qual das alternativas abaixo contém os versos que exemplificam a essa afirmação?

a) “Vibrai rijo o chicote, marinheiros!/ Fazei-os mais dançar!...” b) “A multidão faminta cambaleia”

c) “Magras crianças, cujas bocas pretas” d) “Rega o sangue das mães”

e) “Presa nos elos de uma só cadeia”

Questão 15. (IBMEC) Qual dos versos abaixo retirados do poema melhor ilustra a questão da relação de poder hierárquico tratada pelo autor?

a) “E ri-se a orquestra irônica, estridente...” b) “No entanto, o capitão manda a manobra” c) “Um de raiva delira, outro enlouquece” d) “Cantando, geme e ri!”

e) “Negras mulheres suspendendo as tetas” Leia os Textos.

I - A primeira vez que vim ao Rio de Janeiro foi em 1855.

Poucos dias depois da minha chegada, um amigo e companheiro de infância, o Dr. Sá, levou-me à festa da Glória; uma das poucas festas populares da corte. Conforme o costume, a grande romaria desfilando pela Rua da Lapa e ao longo do cais serpejava nas faldas do outeiro e apinhava-se em torno da poética ermida, cujo âmbito regurgitava com a 5multidão do povo.

Era ave-maria quando chegamos ao adro; perdida a esperança de romper a mole de gente que murava cada uma das portas da igreja, nos resignamos a gozar da fresca viração que vinha do mar, contemplando o delicioso panorama da baía e admirando ou criticando as devotas que também tinham chegado tarde e pareciam satisfeitas com a exibição de seus adornos.

10Enquanto Sá era disputado pelos numerosos amigos e conhecidos, gozava eu da minha tranquila e independente obscuridade, sentado comodamente sobre a pequena muralha e resolvido a estabelecer ali o meu observatório. Para um provinciano recém-chegado à corte, que melhor festa do que ver passar-lhe pelos olhos, à doce luz da tarde, uma parte da população desta grande cidade, com os seus vários matizes e infinitas gradações?

Todas as raças, desde o caucasiano sem mescla até o africano puro; todas as posições, desde as ilustrações da 15política, da fortuna ou do talento, até o proletário humilde e desconhecido; todas as profissões, desde o banqueiro até o mendigo; finalmente, todos os tipos grotescos da sociedade brasileira, desde a arrogante nulidade até a vil lisonja, desfilaram em face de mim, roçando a seda e a casimira pela baeta ou pelo algodão, misturando os perfumes delicados às impuras exalações, o fumo aromático do havana às acres baforadas do cigarro de palha.

ALENCAR, José de. Lucíola. São Paulo: Editora Ática, 1988, p. 12. II - Quando a manhã chuvosa nasceu, as pessoas que passavam para o trabalho se aproximavam dos corpos para ver se eram conhecidos, seguiam em frente. Lá pelas nove horas, Cabeça de Nós Todo, que entrara de serviço às sete e trinta, foi ver o corpo do ladrão. Ao retirar o lençol de cima do cadáver, concluiu: “É bandido”. O defunto tinha duas tatuagens, a do braço esquerdo era uma mulher de pernas abertas e olhos fechados, a do direito, são Jorge guerreiro.

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5E, ainda, calçava chinelo Charlote, vestia calça boquinha, camiseta de linha colorida confeccionada por presidiários.

Porém, quando apontou na extremidade direita da praça da Quadra Quinze, em seu coração de policial, nos passos que lhe apresentavam a imagem do corpo de Francisco, um nervosismo brando foi num crescente ininterrupto até virar desespero absoluto. O presunto era de um trabalhador.

LINS, Paulo. Cidade de Deus. São Paulo: Companhia das Letras, 2002, p. 55-56. Questão 16. No último parágrafo do Texto 2, Alencar contrasta a seda e o algodão, o havana e o cigarro de palha. Explique a natureza desse contraste explicitando conotações associáveis a tais expressões substantivas. Questão 17. Reproduzimos abaixo um outro fragmento do livro Lucíola, de José de Alencar (um diálogo entre os personagens Paulo e Sá).

– Quem é esta senhora? perguntei a Sá. [...]

– Não é uma senhora, Paulo! É uma mulher bonita. Queres conhecê-la ?

Transforme em discurso indireto a frase sublinhada nesse diálogo, dando continuidade à seguinte estrutura: Paulo perguntou a Sá quem era aquela senhora. Este respondeu-lhe que ...

Questão 18. Observe o texto Na minha Terra

Amo o vento da noite sussurrante A tremer nos pinheiros

E a cantiga do pobre caminhante No rancho dos tropeiros;

5E os monótonos sons de uma viola No tardio verão,

E a estrada que além se desenrola No véu da escuridão;

A restinga d’areia onde rebenta 10O oceano a bramir1,

Onde a lua na praia macilenta2 Vem pálida luzir;

E a névoa e flores e o doce ar cheiroso Do amanhecer na serra,

15E o céu azul e o manto nebuloso Do céu de minha terra;

E o longo vale de florinhas cheio E a névoa que desceu,

Como véu de donzela em branco seio,

As estrelas do céu. Álvares de Azevedo - Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2000. Vocabulário:

1bramir – produzir estrondo 2macilenta – sem brilho ou viço

O texto IV, de Álvares de Azevedo, evidencia o tratamento concedido à natureza pelos poetas do Romantismo. Identifique dois traços que caracterizam esse tratamento e cite um exemplo do texto para cada um deles. Questão 19. Leia.

FOI MUDANDO, MUDANDO Tempos e tempos passaram por sobre teu ser.

Da era cristã de 1500

até estes tempos severos de hoje,

5quem foi que formou de novo teu ventre, teus olhos, tua alma?

Te vendo, medito: foi negro, foi índio ou foi cristão? Os modos de rir, o jeito de andar,

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10gozo, coração...

Negro, índio ou cristão?

Quem foi que te deu esta sabedoria, mais dengo e alvura,

15cabelo escorrido, tristeza do mundo,

desgosto da vida, orgulho de branco, algemas, resgates, alforrias? Foi negro, foi índio ou foi cristão?

Quem foi que mudou teu leite, teu sangue, teus pés,

20teu modo de amar, teus santos, teus ódios, teu fogo,

teu suor, tua espuma,

25tua saliva, teus abraços, teus suspiros, tuas comidas, tua língua?

Te vendo, medito: foi negro, foi índio ou foi cristão? Jorge de Lima.

No século anterior ao poema de Jorge de Lima, nossos escritores já se posicionavam a respeito de nossa identidade etno cultural. Que diferenças podem ser apontadas na relação entre os dois períodos referidos pelo texto?

Questão 20. Leia o fragmento.

Quanto mais seu passo o aproxima da cabana, mais lento se torna e pesado. Tem medo de chegar; e sente que sua alma vai sofrer, quando os olhos tristes e magoados da esposa entrarem nela.

Há muito que a palavra desertou seu lábio seco; o amigo respeita este silêncio, que ele bem entende. É o silêncio do rio quando passa nos lugares profundos e sombrios.

Tanto que os dois guerreiros tocaram as margens do rio, ouviram o latir do cão a chamá-los e o grito da ará, que se lamentava.

Estavam mui próximos à cabana, apenas oculta por uma língua de mato. O cristão parou calcando a mão no peito para sofrear o coração, que saltava como o poraquê.

– O latido de Japi é de alegria, disse o chefe.

– Porque chegou; mas a voz da jandaia é de tristeza. Achará o guerreiro ausente a paz no seio da esposa solitária, ou terá a saudade matado em suas entranhas o fruto do amor?

O cristão moveu o passo vacilante. De repente, entre os ramos das árvores, seus olhos viram sentada, à porta da cabana, Iracema com o filho no regaço, e o cão a brincar. Seu coração o arrojou de um ímpeto, e a alma lhe estalou nos lábios:

– Iracema!...

ALENCAR, José de. Iracema. São Paulo: FTD, 1991, p. 86. Quanto ao narrador, identifique e descreva-o.

Questão 21. A respeito do romance Iracema, que lugar ele ocupa no Romantismo brasileiro e qual sua importância para nossa literatura?

TEXTO I Lucíola

Era um domingo.

O novo ano tinha começado. A bonança que sucedera às grandes chuvas trouxera um dos sorrisos de primavera, como costumam desabrochar no Rio de Janeiro dentre as fortes trovoadas do estio.

As árvores cobriam-se da nova folhagem de um verde tenro; o campo aveludava a macia pelúcia da 5relva, e as frutas dos cajueiros se douravam aos raios do sol.

Uma brisa ligeira, ainda impregnada das evaporações das águas, refrescava a atmosfera. Os lábios aspiravam com delícias o sabor desses puros bafejos, que lavavam os pulmões fatigados de uma respiração árida e miasmática. Os olhos se recreavam na festa campestre e matutina da natureza fluminense, da qual as belezas de todos os climas são convivas.

10 Subia a passo curto e repousado a ladeira de Santa Teresa, calculando a hora de minha chegada pelo despertar de Lúcia; o meu pensamento porém abria as asas, e precedendo-me, ia saudar a minha doce e terna amiga.

Havia oito dias que Lúcia não andava boa. A fresca e vivace expansão de saúde desaparecera sob uma langue morbidez que a desfalecia; o seu sorriso, sempre angélico, tinha uns laivos melancólicos, 15que me penavam. Às vezes a surpreendia fitando em mim um olhar ardente e longo; então ela voltava o rosto de confusa, enrubescendo. Tudo isto me inquietava; atribuindo a sua mudança a algum pesar oculto, a tinha interrogado, suplicando-lhe que me confiasse as mágoas que a afligiam.

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– Não digas isto, Paulo! Respondia com um tom de queixa. Posso ter pesares junto de ti? É uma ligeira indisposição; há de passar.

20 De bem longe avistei Lúcia que me esperava e me fez um aceno de impaciência; apressei o passo para alcançar o portão do jardim. Ela estendeu-me as mãos ambas risonhas e atraindo-me, reclinou-se sobre o meu peito com um gracioso abandono. Sentamo-nos nos degraus da pequena escada de pedra, e informei-me de sua saúde.

– Já estou boa. Não vês?

25– Realmente as rosas de suas faces viçavam; era cintilante o brilho que desferia a sua pupila negra. Pelos lábios úmidos lentejava a onda perene de um sorriso, que orvalhava-lhe o semblante de luz e graça. – Ainda bem! Já me habituaste a só achar bonito aquilo que vejo através do teu mimoso sorriso.

Agora é que eu começo a gozar desta linda manhã. Trocamos ainda algumas palavras.

30 De repente Lúcia atirou-se a mim. Com uma arrebatada veemência esmagou na minha boca os lábios túrgidos, como se os prurisse fome de beijos que a devorava. Mas desprendeu-se logo dos meus braços, e fugiu veloz, ardendo em rubor, sorvendo num soluço o seu último beijo.

Fugiu, e ao passar fechou a porta que comunicava com o interior.

Contrariado por este obstáculo, consolei a minha impaciência com o sabor da esperança que se 35insinuara no meu coração. A fúria amorosa dos primeiros tempos, recalcada por uma força misteriosa, despertava. Outra vez a febre voluptuosa nos arrebataria para abrir-nos a mansão do prazer e dos mágicos deleites.

(ALENCAR, José. Romances ilustrados de José de Alencar. Rio de Janeiro: J. Olympio, Brasília: INL, 1977.) No texto de José de Alencar, os elementos literários que estruturam a narrativa ajustam-se com perfeição à estética do Romantismo.

Observe o fragmento abaixo:

Uma brisa ligeira, ainda impregnada das evaporações das águas, refrescava a atmosfera. Os lábios aspiravam com delícias o sabor desses puros bafejos, que lavavam os pulmões fatigados de uma respiração árida e miasmática. Os olhos se recreavam na festa campestre e matutina da natureza fluminense, da qual as belezas de todos os climas são convivas.

Subia a passo curto e repousado a ladeira de Santa Teresa, calculando a hora de minha chegada pelo despertar de Lúcia; o meu pensamento porém abria as asas, e precedendo-me, ia saudar a minha doce e terna amiga. (l. 6 - 12)

Questão 22. Identifique dois desses elementos literários e explique como cada um deles se relaciona aos princípios estéticos do Romantismo.

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