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Academic year: 2021

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Caracterização morfológica de cinco acessos de inhame (Dioscorea sp.)

Davy Courinos Silva1; Luana Cristina Rodrigues da Silva1; Thâmara Figueiredo Menezes Cavalcanti1; Cândido Alves da Costa1

1 UFMG - Instituto de Ciências Agrárias, Avenida Universitária, 1.000, Bairro Universitário, 39404–006,

Montes Claros – MG, davydcourinos@hotmail.com, luana.r.s@bol.com.br , thamara_fmc@yahoo.com.br

RESUMO

As culturas tuberosas incluem um grande número de plantas com bulbos, raízes e tubérculos que são disseminadas nas regiões tropicais. Entre as culturas mais comuns cita-se o taro, o mangarito e o inhame. Por serem eminentemente calóricas e rústicas, representam importante papel na segurança alimentar, com potencial econômico para os pequenos produtores caso haja expansão do mercado. Inhame ou cará é o nome genérico que agrupa grande número de espécies do gênero Dioscorea. É uma planta rústica, que produz tubérculos comestíveis. A variabilidade genética inter e intraespecífica é descrita por alguns autores, constituindo-se fonte de germoplasma pouco estudada. Portanto, no presente trabalho, objetivou-se caracterizar morfologicamente acessos de D. alata e de

D. bulbifera visando conhecer a variabilidade intraespecífica. O experimento foi

conduzido na horta experimental do Instituto de Ciências Agrárias da UFMG, Montes Claros – MG, no período de 08/2011 a 04/2012. Os materiais avaliados consistiram em três acessos (A1, A2, A3) de Dioscorea alata e dois acessos (B1 e B2) de Dioscorea

bulbifera, cultivados no Norte de Minas Gerais. Constatou-se variabilidade

intraespecífica entre eles.

PALAVRAS-CHAVE: Dioscorea alata, Dioscorea bulbifera, cará, hortaliças não

convencionais, recursos genéticos, segurança alimentar.

ABSTRACT

Morphologic characterization of five access of yam (Dioscorea sp.)

The tuberous crops include a large number of plants with bulbs, roots and tubers that are widespread in tropical regions. Among the most common crops mentions the taro, the yam and tannia. Because they are highly caloric and rustic, represent an important role in food security, with economic potential for small farmers if there is market expansion. Yam is the generic name which groups many species of the genus Dioscorea. It is a rustic plant, which produces edible tubers. The inter-and intraspecific genetic variability is described by some authors. Constituting therefore a source of germplasm little studied. Therefore, the present study aimed to characterize morphologically accessions of D. alata and accessions of D. bulbifera aiming at the intraspecific variability. The experiment was conducted at the experimental garden of the UFMG, Montes Claros - MG, from 08/2011 to 04/2012. The evaluated material consisted of three accessions (A1, A2, A3) of Dioscorea alata and two accessions (B1 and B2) of Dioscorea

bulbifera, grown in northern Minas Gerais. Intraspecific variability was found between

them.

Keywords: Dioscorea alata, Dioscorea bulbifera, underutilized vegetables, genetic

resources, food safety.

As culturas tuberosas incluem um grande número de plantas com bulbos, raízes e tubérculos que estão presentes nas regiões tropicais. Entre as culturas mais comuns

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cita-se o taro, o mangarito e o inhame. Por cita-serem eminentemente calóricas e rústicas, representam importante papel na segurança alimentar, com potencial econômico para os pequenos produtores caso haja expansão do mercado (Cereda, 2002).

Com a modernização da agricultura, mudanças de hábitos alimentares, êxodo rural e estreitamento da base alimentar, essas espécies e suas práticas de cultivo estão desaparecendo. Dessa forma coloca-se em risco a contribuição dessas culturas como alimento de subsistência, alternativa de cultivo agroecológico, potencial para a produção de farinhas destinadas à panificação e para serem cultivadas como alternativa de segurança alimentar (Santos, 2005).

Inhame ou cará é o nome genérico que agrupa grande número de espécies do gênero

Dioscorea. As espécies cultivadas no Brasil tem por centro de origem o continente

africano e asiático. São plantas rústicas, herbáceas, trepadeiras, com caule volúvel, que produzem tubérculos comestíveis (Brasil, 2011).

Dioscorea alata e a Dioscorea bulbifera estão entre as principais espécies de Dioscorea

cultivadas no Brasil. Esta espécie se diferencia facilmente daquela, principalmente por apresentar numerosos tubérculos aéreos, os quais brotam das axilas das folhas (Correa, 1978).

A variabilidade genética inter e intraespecífica é descrita por alguns autores (León, 2000; Santos, 2005), constituindo-se fonte de germoplasma pouco estudada. Dessa forma, trabalhos científicos sobre a caracterização de acessos de inhame, podem contribuir para a preservação e uso dos genótipos existentes. A partir desse conhecimento, o estabelecimento de técnicas de plantio, cultivo e aproveitamento dessa hortaliça, possivelmente acarretarão aumento da produtividade e qualidade comercial, tornando o inhame fonte opcional de renda para os agricultores e ampliando a diversidade de produtos para os consumidores.

Portanto, no presente trabalho, objetivou-se caracterizar morfologicamente três acessos de D. alata e dois acessos de D. bulbifera visando conhecer a variabilidade intraespecífica entre eles.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido na horta experimental do Instituto de Ciências Agrárias da UFMG, Montes Claros – MG, no período de 08/2011 a 04/2012.

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Os materiais avaliados consistiram em três acessos (A1, A2, A3) de Dioscorea alata e dois acessos (B1 e B2) de Dioscorea bulbifera presentes no Banco de Germoplasma de Hortaliças Não Convencionais do ICA/UFMG. Os acessos foram adquiridos através de coletas realizadas durante expedição que percorreu dezesseis municípios do Norte de Minas em feiras livres e propriedades rurais entre os anos de 2008 e 2009.

A área destinada à multiplicação dos acessos situa-se no setor de olericultura. O solo foi classificado como Argissolo Vermelho Amarelo, cuja análise apresentou os seguintes resultados na camada de 0-20 cm: pH (H20)=6,7; Ca2+=4,90 cmol dm-3; Mg2+=1,90 cmol dm-3; K+=0,29 cmol dm-3; Al3+=0,00 cmol dm-3 e P/Mehlich=23,88 mg L-1. O município de Montes Claros se localiza no Norte de Minas Gerais, a 16º 41’ de latitude sul e 43º 50’ de longitude oeste, na altitude de 646,29 m. O clima, segundo a classificação de Köppen é do tipo AW, considerado tropical de savana, com inverno seco e verão chuvoso.

No plantio, as plantas espaçadas de 2 m foram conduzidas em sistema de cerca vertical com três fios. A colheita foi realizada aos 240 dias, quando as folhas apresentavam-se amareladas.

A avaliação morfológica foi realizada em cinco plantas de cada acesso com base na lista de descritores para Dioscorea spp. (IPGRI, 1997). Os principais caracteres considerados foram: forma, cor, tamanho e pubescência das folhas; forma cor e pubescência do caule. Com relação aos tubérculos caracterizaram-se os tubérculos subterrâneos em Dioscorea alata e os tubérculos aéreos em Dioscorea bulbifera, considerando a coloração, forma, massa fresca, largura e comprimento.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Conforme descrito por Correa (1978), os cinco acessos apresentaram hábito de crescimento prostado.

Quanto às folhas, todos os acessos apresentaram pecíolo glabro de coloração verde média. Contudo o acesso A2 apresentou coloração arroxeada na base e em menor grau no ápice e os acessos B1 e B2 apresentaram estrias arroxeadas ao longo do pecíolo. Os acessos A1, A2 e A3 apresentaram pecíolos com 4 lados e comprimento médio de 7,14; 9,74; 8,5cm, respectivamente e os acessos B1 e B2 apresentaram pecíolos com 2 lados e comprimento médio de 9,16 e 9,1cm, respectivamente.

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todos os acessos, com 3 pares de nervura em D. alata e 4 pares de nervuras em D.

bulbifera. Veias imprimidas na face superior da folha (Figura 1 e 2). As folhas dos

acessos A1, A2 e A3 apresentaram comprimento e largura médios de 14,16 e 8,89 cm; 15,56 e 8,97 cm; 15,12 e 9,07 cm, respectivamente. Os acessos B1 e B2 apresentaram 12,56 e 10,11cm; 13,42 e 11,00 cm, respectivamente.

Conforme observado por Correa (1978) em D.alata o caule apresentou 4 lados alados. Contudo os acessos estudados de D. bulbifera apresentaram caule com 2 lados, diferente do relatado pelo mesmo autor que observou caule do tipo cilíndrico.

Quanto aos tubérculos subterrâneos, os acessos de D. alata apresentaram coloração e forma variada. A1, A2 e A3 apresentaram tubérculos cobertos por uma fina casca marrom clara e polpa de coloração branca, arroxeada e amarelada respectivamente. Os acessos B1 e B2 apresentaram tubérculos aéreos de formas variadas (Figura 1 e 2). A massa fresca média foi de 74,8 g e 183,0 g para o acesso B1 e B2, respectivamente. O comprimento e a largura média foram de 9,4 e 5,48cm e 12,0 e 7,17 cm, respectivamente.

Constatou-se variabilidade intra específica entre os acessos de Dioscorea sp., cultivados no Norte de Minas Gerais, sendo que tal variabilidade relacionou-se à coloração da polpa dos tubérculos em D. alata e pelas dimensões dos tubérculos aéreos em D.

bulbifera. Santos (2005) pesquisando Aráceas e Dioscoreáceas no litoral norte de Santa

Catarina também encontrou essas duas espécies sendo cultivadas e mantidas por agricultores familiares, contudo não observou variabilidade intraespecífica entre os acessos localizados.

Tal variabilidade sugere que novos estudos sejam realizados para que se conheçam melhor tais acessos quanto às características nutricionais e agronômicas, contribuindo para a preservação e uso desses materiais.

AGRADECIMENTO

À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas gerais - FAPEMIG pelo apoio à participação no 52º Congresso Brasileiro de Olericultura.

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REFERÊNCIAS

BRASIL. 2010. Manual de Hortaliças não convencionais. Brasília: Ministério da agricultura pecuária e abastecimento. 92p.

CEREDA MP. 2002. Agricultura: tuberosas amiláceas latino americanas. São Paulo: Fundação Cargill. 25p.

CORREA MP. 1978. Dicionário das plantas uteis do Brasil e das exóticas

cultivadas. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional. 352p.

IPGRI. 1997. Descriptores for Yam (Dioscorea spp). Roma: International Plant Genetic Institute. 53p.

LEÓN J. 2000. Botânica de los cultivos tropicales. San Jose: IICA. 522p.

SANTOS AH. 2005. O Vale do Rio Taia-HY- Levantamento de Aráceas e Discoráceas

comestíveis no Litoral Norte Catarinense. Santa Catarina: UFSC. 135p (Dissertação

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Figura 1: Tubérculos e folhas de Dioscorea alata: A) acesso A1; B) acesso A2; C)

acesso A3 (Tubers and leaves of Dioscorea alata: A) access A1, B) access A2, C) access A3). Montes Claros, UFMG, 2012.

Figura 2: Tubérculos e folhas de Dioscorea bulbifera: A) acesso B1; B) acesso B2

(Tubers and leaves of Dioscorea bulbifera: A) access B1, B) access B2). Montes Claros, UFMG, 2012.

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