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Centro de Estudos Sociais. Dicionário das Crises e das Alternativas

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Academic year: 2021

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Dicionário das Crises

e das Alternativas

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DICIONÁRIO DAS CRISES E DAS ALTERNATIVAS

autor

Centro de Estudos Sociais – Laboratório Associado Universidade de Coimbra

editor

EDIÇÕES ALMEDINA, S.A. Rua Fernandes Tomás, nos 76, 78 e 79

3000-167 Coimbra Tel.: 239 851 904 · Fax: 239 851 901 www.almedina.net · editora@almedina.net design de capa FBA revisão Victor Ferreira pré-impressão

EDIÇÕES ALMEDINA, S.A. impressão e acabamento

G.C. – GRÁFICA DE COIMBRA, LDA. Palheira Assafarge, 3001-453 Coimbra producao@grafi cadecoimbra.pt Abril, 2012

depósito legal ....

Os dados e as opiniões inseridos na presente publicação são da exclusiva res-ponsabilidade do(s) seu(s) autor(es).

Toda a reprodução desta obra, por fotocópia ou outro qualquer processo, sem prévia autorização escrita do Editor, é ilícita e passível de procedimento judicial contra o infractor.

______________________________________________________ biblioteca nacional de portugal – catalogação na publicação Centro de Estudos Sociais – Laboratório Associado

Universidade de Coimbra

DICIONÁRIO DAS CRISES E DAS ALTERNATIVAS ISBN 978-972-40-4820-8

CDU 316 338

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84 Dicionário das Crises e das Alternativas

Muitas dessas formas têm raízes fortes no passado, como é, a título de exemplo, o caso do trabalho comunitário ou da entreajuda camponesa, das iniciativas populares solidárias, do mutualismo rural ou operário, das coo-perativas nas suas diferentes modalidades ou da produção autogestionária. Outras são mais recentes e surgem, mais ou menos espontaneamente, de situações críticas para a existência das camadas mais vulneráveis da popu-lação em que é necessário encontrar as respostas que o mercado não dá, juntando esforços e trabalhando em conjunto, como no caso dos clubes de troca, das moedas sociais ou do comércio justo, entre uma infi nidade de empreendimentos possíveis. Outras, enfi m, são soluções alternativas à economia capitalista , pensadas e inventadas no seio de organizações e movimentos sociais contra-hegemónicos, inspiradas num pensamento crí-tico do modelo económico dominante e na avaliação positiva das inúmeras iniciativas que visam democratizar a economia e desenvolver alternativas socioeconómicas mais justas, mais democráticas e mais sustentáveis através do trabalho cooperativo e solidário.

A solidariedade que dá corpo a estas iniciativas é uma solidariedade entre iguais, entre pessoas e grupos que partilham os mesmos problemas e aspira-ções e não se confunde, portanto, com a solidariedade, de base religiosa ou laica, fundada nos valores da caridade, do altruísmo ou da fi lantropia.

Pedro Hespanha e Luciane Lucas dos Santos

Economia verde

O Programa Ambiental das Nações Unidas (UNEP 2010) defi ne a “econo-mia verde” como aquela capaz de produzir melhores condições humanas e equidade social, reduzindo signifi cativamente os riscos ambientais e as “escassezes ecológicas”. A economia verde permitiria supostamente alcan-çar ao mesmo tempo uma baixa emissão de carbono, a efi ciência energética e a inclusão social. Trata-se de uma formulação muito vasta de objetivos que, no atual regime técnico e económico-político, são de facto incompatíveis. Embora a reconversão do sistema económico para tecnologias “verdes” seja uma necessidade, essa reconversão não garante por si só nem uma maior equidade social nem a preservação de recursos naturais. Em muitos casos, a implantação de estruturas que incorporam tecnologias “verdes”, como a coincineração de resíduos, a energia eólica ou fotovoltaica, ou o transporte ferroviário, é objeto de disputas e contestação social por causa do

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Emigração

impacto ambiental que elas geram nos contextos onde vão ser localizadas. Um caso emblemático é a energia atómica, considerada por alguns a forma mais “limpa” de geração de energia, por outros a mais perigosa e poluente. Além disso, tais estruturas pressupõem o emprego de trabalho humano em condições pouco sustentáveis ou saudáveis, como no caso da reciclagem de resíduos sólidos urbanos. Por último, grandes investimentos na economia “verde” podem comportar a expropriação de espaços e gasto de recursos de uso comum, como no caso da plantação de eucaliptos feita no âmbito do “mercado do carbono” global para compensar emissões de CO2.

Visões alternativas da “economia verde”, baseadas na crítica dos meca-nismos económico-políticos vigentes (como as teorias do “decrescimento”, do “bem viver” ou da “transição”), enfatizam três condições imprescindí-veis para uma verdadeira reconversão da economia: a pequena dimensão e relocalização das atividades económicas, a recusa dos modelos de consumo dominantes, e a valorização não monetária da natureza e dos ecossistemas. Stefania Barca

Emigração

Nos últimos vinte anos, a dimensão e o signifi cado social que os movimen-tos migratórios de saída registaram contrastaram com a produção social e política da ausência da emigração portuguesa e, em especial, dos fl uxos emigratórios. Considerada uma característica do passado e associada a uma realidade marcada por baixos níveis de desenvolvimento, a emigração difi -cilmente se enquadrava na narrativa do desenvolvimento económico e social corrente durante este período. Imaginando-se um país do centro, Portugal excluiu-se do grupo de países de emigração. Os dados estatísticos disponi-bilizados pelos países de acolhimento mostram, contudo, que, desde mea-dos da década de 1980 e, sobretudo, nos primeiros anos do novo milénio, se intensifi caram os fl uxos de saída dos portugueses (que atualmente ron-darão entre 70 000 e 100 000 por ano), surgiram novos destinos (Angola, Brasil, Reino Unido), desenvolveram-se destinos tradicionais da emigração (França e Suíça) e diversifi caram-se os perfi s migratórios.

Esta diversifi cação constitui uma marca diferenciadora dos movimentos emigratórios atuais, percetível através do desenvolvimento e combinação de formas de mobilidade e da modifi cação das características sociodemográfi -cas dos emigrantes, em especial da crescente participação de mulheres e da

Referências

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