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ALGORITMOS PARA PLANEJAMENTO INTEGRADO DE PRODUÇÃO E TRANSPORTE DE MINÉRIOS

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Academic year: 2021

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ALGORITMOS PARA PLANEJAMENTO INTEGRADO DE PRODUÇÃO

E TRANSPORTE DE MINÉRIOS

Franklin Assunção Almeida Bruno Santos Pimentel {franklin, brunosp}@dcc.ufmg.br

Departamento de Ciência da Computação – Universidade Federal de Minas Gerais Avenida Antônio Carlos, 6627 – 31.270-010 – Belo Horizonte – Minas Gerais

RESUMO

Aplicações recentes de pesquisa operacional para a indústria da mineração são tradicionalmente concentradas no planejamento e desenvolvimento de mina, alocação e despacho de caminhões e escavadeiras, programação de operações ferroviárias e programação de fila de navios em portos. Tais problemas são tratados de forma independente, desconsiderando a influência das operações à jusante e à montante na cadeia. Este artigo tem como objetivo explorar a integração funcional entre esses diversos problemas, de acordo com uma abordagem de cadeia de suprimentos na indústria de mineração. Um modelo matemático de programação inteira-mista é proposto com o objetivo de representar adequadamente as características de um problema de planejamento e transporte de minérios. Para lidar com a alta complexidade computacional do problema, propõem-se algoritmos baseados na heurística relax-and-fix. Resultados preliminares da abordagem são apresentados.

PALAVRAS CHAVE. Mineração. Cadeia de suprimentos. Logística. Aplicações a Logística e Transportes.

ABSTRACT

Recent operations research approaches for the mining industry are highly concentrated on mine development, hauling equipment dispatch, railway scheduling and ship queue scheduling problems. Those are often addressed individually, in disregard of upstream and downstream operations. The main objective of this paper is to explore functional integration between mining problems, according to a global mining supply chain approach. We propose an integer programming mathematical model that addresses the integrated ore production and transportation problem. In order to deal with the high computational complexities involved, we have developed specific solution algorithms based on the relax-and-fix heuristic. Preliminary results are provided. KEYWORDS. Mining. Supply chain. Logistics. Applications to Logistics and Transportation.

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1. Introduc¸˜ao

Grandes operac¸˜oes de min´erio de ferro disp˜oem de diversas minas com diferentes capaci-dades, al´em de usinas de beneficiamento e pelotizac¸˜ao, ´areas de estocagem, ferrovias, terminais portu´arios e entrepostos. Dependendo das caracter´ısticas do min´erio ofertado em cada mina e da demanda estabelecida por clientes do mercado interno ou externo, as decis˜oes de extrac¸˜ao, beneficiamento, blendagem e manuseio podem utilizar diferentes instalac¸˜oes em diferentes est´agios da cadeia produtiva. Por exemplo, pode haver usinas de pelotizac¸˜ao localizadas tanto nos complexos mineradores quanto nos terminais portu´arios (mas n˜ao necessariamente em cada mina ou cada terminal portu´ario); a blendagem pode ocorrer nas diversas ´areas de estocagem ao longo de toda cadeia; e o min´erio em proces-samento pode seguir para diferentes destinos dependendo da integrac¸˜ao entre as minas e a malha ferrovi´aria. Cada uma dessas decis˜oes deve considerar os custos e as capacidades de produc¸˜ao, transporte e estocagem de todo o sistema.

A literatura sobre o assunto mostra-se altamente concentrada na soluc¸˜ao de problemas de planejamento de lavra e alocac¸˜ao e despacho de caminh˜oes de mina; e com menor ˆenfase em operac¸˜oes ferrovi´arias e portu´arias. Ademais, poucos trabalhos analisam cen´arios em que decis˜oes de produc¸˜ao e transporte, desde a lavra at´e o cliente final, s˜ao trata-dos de forma integrada. Abordagens baseadas no conceito de cadeia de suprimentos [Pimentel et al. 2009], onde o fluxo de mat´erias-primas e produtos acabados, bem como as operac¸˜oes de transformac¸˜ao, armazenagem e distribuic¸˜ao s˜ao tratados sistematicamente s˜ao mais indicadas para a an´alise do problema aqui colocado. Todos esses problemas apre-sentam alta complexidade computacional e a soluc¸˜ao por pacotes comerciais de otimizac¸˜ao ´e fact´ıvel apenas para instˆancias de tamanho reduzido, n˜ao necessariamente representativas de casos reais.

O objetivo deste trabalho ´e reportar o desenvolvimento de um modelo matem´atico e m´etodo de soluc¸˜ao para o problema do planejamento integrado de produc¸˜ao e transporte de min´erios. No nosso contexto, o termo integrac¸˜ao refere-se `a integrac¸˜ao na dimens˜ao fun-cional [Pochet and Wolsey 2006], onde a tomada de decis˜ao em processos aparentemente independentes em mina, ferrovia e porto s˜ao avaliados simultaneamente no mesmo n´ıvel de decis˜ao, neste caso, o n´ıvel t´atico. O modelo matem´atico ´e baseado no problema de fluxo de custo m´ınimo, por´em com restric¸˜oes de integralidade nas vari´aveis de produc¸˜ao e em algumas vari´aveis de transporte. A alta complexidade computacional observada impede sua resoluc¸˜ao por pacotes comerciais de otimizac¸˜ao. Uma heur´ıstica baseada na estrat´egia

relax-and-fix[Dillenberger et al. 1994] ´e proposta e alguns experimentos ilustram sua apli-cabilidade na soluc¸˜ao de problemas de tamanho pr´atico.

2. Operac¸˜oes na ind ´ustria da minerac¸˜ao

A extrac¸˜ao de min´erio ´e realizada por uma frota de caminh˜oes fora-de-estrada e escava-deiras, que removem o min´erio bruto (Run Of Mine - ROM) das frentes de lavra e o trans-ferem para instalac¸˜oes de britagem e peneiramento, onde ocorre a primeira reduc¸˜ao de tamanho de acordo com as especificac¸˜oes de alimentac¸˜ao das usinas de beneficiamento. Problemas t´ıpicos incluem o planejamento de lavra [Sattarvand and Niemann-Delius 2008] e alocac¸˜ao e despacho de caminh˜oes de mina [Ta et al. 2005]. Depois de britado e penei-rado, o ROM ´e estocado em pilhas pulm˜ao e em seguida transferido para p´atios onde ocorre a homogeneizac¸˜ao de suas caracter´ısticas f´ısicas e qu´ımicas para alimentar as usinas de beneficiamento.

Nas usinas, processos de classificac¸˜ao e concentrac¸˜ao provˆem ganho adicional de quali-dade ao min´erio, gerando produtos granulados, finos e superfinos. Os produtos granulados

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s˜ao utilizados para alimentac¸˜ao direta de altos-fornos, enquanto que os finos e superfi-nos tˆem ainda que passar por processos de sinterizac¸˜ao e pelotizac¸˜ao, respectivamente, para serem alimentados em altos-fornos. Os produtos gerados nas usinas de benefici-amento e pelotizac¸˜ao s˜ao transferidos para p´atios onde s˜ao empilhados e retomados de acordo com a programac¸˜ao comercial e a disponibilidade dos canais log´ısticos (rodovias, ferrovias, hidrovias, etc.) para transporte at´e os portos ou at´e os clientes do mercado interno. Nesses p´atios podem ocorrer os primeiros ajustes de qualidade por blendagem [Moraes et al. 2006] na composic¸˜ao de lotes de produtos de min´erio.

O transporte at´e os portos, ou at´e grandes clientes do mercado interno, ´e comumente realizado pelo modal ferrovi´ario. Para o mercado interno, a entrega de produtos de min´erio de ferro pode ser feita diretamente, quando o cliente possui um ramal ferrovi´ario dedicado, ou indiretamente, quando a ferrovia transfere os produtos para entrepostos a partir de onde os min´erios seguem pela via rodovi´aria para o cliente. O planejamento adequado do trans-porte ferrovi´ario, principalmente em vias com recursos limitados, ´e de extrema importˆancia [Ahuja et al. 2002].

Os portos podem receber min´erios de diversos complexos mineradores. De acordo com a programac¸˜ao de navios [Lee and Chen 2009], a disponibilidade de produtos em es-toque e suas caracter´ısticas, os min´erios recebidos podem ser encaminhados para p´atios de estocagem, para usinas de pelotizac¸˜ao, ou mesmo para embarque direto nos navios. ´E co-mum a blendagem de produtos compat´ıveis para possibilitar a obtenc¸˜ao de caracter´ısticas desej´aveis no portf´olio de vendas da empresa mineradora. Apesar de algumas empresas possu´ırem navios para o transporte dos produtos de min´erio de ferro, a maioria realiza a venda para os clientes do mercado externo por meio de armadores independentes. Grandes operac¸˜oes podem incluir ainda entrepostos internacionais que funcionariam como centros de distribuic¸˜ao para atender demandas espec´ıficas.

3. O Problema de Planejamento Integrado de Produc¸˜ao e Transporte

A cadeia de suprimentos da minerac¸˜ao pode ser definida como uma rede integrada de instalac¸˜oes destinadas ao processamento, por meio de diversas t´ecnicas de produc¸˜ao, e `a distribuic¸˜ao, utilizando uma variedade de modais de transporte, de produtos de min´erio (de ferro) desde as minas at´e os clientes sider´urgicos, os quais podem estar a grandes distˆancias geogr´aficas [Pimentel et al. 2009].

Figura 1. A cadeia global de suprimentos da minerac¸ ˜ao.

Nesse contexto, estamos interessados no problema de planejamento integrado de pro-duc¸˜ao e transporte de min´erios, com foco na tomada de decis˜oes no n´ıvel t´atico. Proble-mas semelhantes, por´em com escopo mais restrito, foram abordados anteriormente na literatura. Por exemplo, [Mateus et al. 1994] apresentam um modelo de programac¸˜ao li-near para o planejamento multi-per´ıodo de transporte de min´erio de ferro de uma

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min-eradora brasileira, considerando a oferta de produtos finais nos p´atios de estocagem, a movimentac¸˜ao entre p´atios, a transferˆencia pelas ferrovias e a blendagem que ocorre nos portos. [Pendharkar and Rodger 2000] ampliam o escopo propondo um modelo n˜ao-linear multi-per´ıodo para determinac¸˜ao do programa de produc¸˜ao, transporte e blendagem de carv˜ao, considerando minas, silos de blendagem e mercados consumidores. A soluc¸˜ao ´e aproximada por um algoritmo de busca gen´etica. [Everett 2001] aborda um cen´ario australiano composto de trˆes minas que produzem min´erio de ferro com diferentes quali-dades e os transferem at´e um porto atrav´es de uma ferrovia de via ´unica. O autor prop˜oe um modelo simples de programac¸˜ao quadr´atica para minimizar desvios de qualidade na blendagem de produtos finais que ocorre no porto. [Lu et al. 2005] concentram a an´alise na cadeia de suprimentos dos importadores chineses, envolvendo portos, ferrovias e ind´ustrias sider´urgicas. Os autores prop˜oem um modelo de programac¸˜ao inteira mista para mini-mizar o custo total de circulac¸˜ao de min´erio na cadeia. A soluc¸˜ao de instˆancias de pequeno tamanho (quatro per´ıodos de tempo, trˆes tipos de min´erio, trˆes fornecedores e trˆes consu-midores) ´e poss´ıvel com pacotes comerciais de otimizac¸˜ao, mas n˜ao se discutem m´etodos de soluc¸˜ao para instˆancias maiores.

O problema de planejamento integrado de produc¸˜ao e transporte de min´erios ´e mode-lado como um problema de fluxo multi-produto, multi-per´ıodo, de custo m´ınimo, onde os n´os de oferta representam as frentes de lavra em cada mina do sistema e os n´os de demanda representam os clientes sider´urgicos. As decis˜oes, localizadas no n´ıvel t´atico, incluem os n´ıveis de produc¸˜ao de minas e usinas de beneficiamento ou pelotizac¸˜ao, bem como os vo-lumes de ROM, produtos intermedi´arios e finais armazenados ou transportados para outras instalac¸˜oes. Alguns aspectos do modelo s˜ao derivados de caracter´ısticas observadas em operac¸˜oes reais. Por exemplo, os fluxos de transporte e movimentac¸˜ao de produtos s˜ao, com excec¸˜ao de correias transportadoras e dutos, baseados quantidades pr´e-definidas. Isso significa que, quando ocorre o transporte por caminh˜oes, trens ou navios, as quantidades transportadas devem obedecer a carga m´axima de cada modal. Algo semelhante se observa com os contratos de fornecimento de min´erio por empresas terceiras, quando lotes b´asicos de compra devem ser utilizados. J´a no caso da produc¸˜ao, a pr´atica orienta as usinas a ope-rarem sempre nas proximidades de suas capacidades nominais, onde se observa a melhor relac¸˜ao entre custo e produtividade. Dessa forma, considera-se que a produc¸˜ao de usinas de beneficiamento e pelotizac¸˜ao ´e operadaCL

ij em n´ıveis discretos, associados `as suas

capaci-dades nominais. Esse n´umero pode ser, por exemplo, igual a 30, com a vari´avel de decis˜ao associada representando o n´umero de dias de um dado mˆes em que a produc¸˜ao ocorre. De maneira an´aloga, para CL

ij = 3, as instalac¸˜oes produtivas trabalhariam sempre a 0%, 50%

ou 100% da capacidade nominal. As sec¸˜oes seguintes descrevem a notac¸˜ao utilizada e a formulac¸˜ao matem´atica do modelo.

3.1. Notac¸˜ao Conjuntos :

B : Pontos de blendagem (B ⊂ X); D : Centros de demanda (clientes);

Ex : Arcos de canais (cont´ınuos) de movimentac¸˜ao e transporte de produtos;

Ey : Arcos de processos produtivos e de transformac¸˜ao;

Ew : Arcos de compra de min´erios de terceiros;

Ek

z : Arcos de transporte pelo modal discretok ∈ Q, Ez =

S

k∈QEzk;

O : Centros de oferta (frentes de lavra);

P : Produtos de min´erio, sendo P = (PF ∪ PO∪ PI) incluindo produtos Finais,

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Q : Modais de transporte discreto utilizados em canais de distribuic¸˜ao (caminh˜oes fora-de-estrada, caminh˜oes rodovi´arios, trem, navio, etc.);

R : Centros de compra de min´erio de terceiros;

S : P´atios de estocagem de produtos originais, intermedi´arios ou finais; T : Per´ıodos de tempo no horizonte de planejamento;

V : Todas as instalac¸˜oes do sistema, sendo V = {B ∪ O ∪ R ∪ S ∪ X ∪ Y } ; X : Pontos de transbordo (simples transferˆencia ou carregamento e embarque);

Y : Instalac¸˜oes produtivas onde ocorrem processos de transformac¸˜ao; Parˆametros :

βbp: Parcela do produtop ∈ PF na composic¸˜ao do produto blendadob ∈ PF, tal que

βbp∈ (0, 1),

P

p∈PF βbp= 1, ∀b ∈ PF;

cpt

∗ : Custos unit´arios de transporte, estocagem, produc¸˜ao e compra de terceiros do

produtop ∈ P em t ∈ T ;

dpti : Demanda pelo produtop ∈ PF no centro de consumoi ∈ D em t ∈ T ;

δpti : Penalidade aplicada sobre a demanda n˜ao atendida do produtop ∈ PF para o

clientei ∈ D em t ∈ T ;

ǫpti : Perda inerente `a movimentac¸˜ao, estocagem e transbordo do produto p ∈ P na

instalac¸˜aoi ∈ (S ∪ X) em t ∈ T , sendo ǫpti ∈ (0, 1];

ηptij : Eficiˆencia do processo de transformac¸˜ao(i, j) ∈ Ey para o produtop ∈ P em

t ∈ T , sendo ηptij ∈ (0, 1]; l∗

∗ : Limite inferior dos fluxos de transporte, compras e n´ıveis de estoque;

u∗

∗ : Limite superior dos fluxos de transporte, compras e n´ıveis de estoque;

λptij : Limite inferior do processo(i, j) ∈ Ey que gera o produtop ∈ P em t ∈ T ;

υptij : Limite superior do processo(i, j) ∈ Ey que gera o produtop ∈ P em t ∈ T ;

opti : Limite de oferta do produtop ∈ POna frente de lavrai ∈ O em t ∈ T ;

rpti : Limite de oferta do produtop ∈ (PI ∪ PF) pelo fornecedor i ∈ R em t ∈ T ;

CP

ij : Capacidade do processo produtivo(i, j) ∈ Ey tal queCijP = υ pt ij/CijL;

CL

ij : Quantidade de n´ıveis vi´aveis discretos de produc¸˜ao (incluindo o n´ıvel nulo) para

o processo produtivo(i, j) ∈ Ey, sendoCijL ∈ N ∗

;

CQq : Capacidade m´edia de um lote de produtos transferidos pelo modalq ∈ Q; CRip: Lote b´asico de compra do produtop ∈ (PI∪ PF) com o fornecedor i ∈ R;

Vari´aveis de decis˜ao :

bpti : Demanda do produtop ∈ (PI∪ PF) n˜ao atendida em i ∈ D no per´ıodo t ∈ T ;

spti : N´ıvel de estoque do produtop ∈ (PI∪ PF) no p´atio i ∈ S em t ∈ T ;

xptij : Fluxo do produtop ∈ P atrav´es do canal (i, j) ∈ Exemt ∈ T ;

yptij : N´ıvel de produc¸˜ao determinado para o processo(i, j) ∈ Ey na gerac¸˜ao do

pro-dutop ∈ P at t ∈ T ;

wptij : N´umero de lotes do produtop ∈ (PI∪ PF) comprados do fornecedor i ∈ R,

atrav´es do canal(i, j) ∈ Ew emt ∈ T ;

zijqpt : N´umero de unidades de transporte empregadas no fluxo do produtop ∈ P atrav´es do canal(i, j) ∈ Ez, usando o modalq ∈ Q at t ∈ T .

E, para simplificar a representac¸˜ao do modelo, sejam: Eχ : Eχ= {Ex∪ Ez}; γijpt : γijpt = Cijpyijpt; ζijqpt : ζ pt ijq = C q Qz pt ijq; χptijq : χ pt ijq = x pt ij + P q∈Qζ pt ijq; ωptij : ωptij = CRipwijpt.

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3.2. Formulac¸˜ao matem´atica

A func¸˜ao objetivo busca minimizar os custos de produc¸˜ao, transporte, estocagem e compras de terceiros ao longo de todo o horizonte de planejamento, bem como evitar penalidades por n˜ao atendimento `a demanda do per´ıodo:

Minimizar X t∈T X p∈P   X (i,j)∈Eχ cptijqχptij + X (i,j)∈Ey cptijγijpt+ X (i,j)∈Ew cptijωijpt+X i∈S cpti spti +X i∈D δiptbpti   (1)

Os limites de oferta de ROM nas frentes de lavra, bem como de fornecimento de min´erios de terceiros devem ser respeitados:

X j ζijqpt ≤ o pt i ∀i ∈ O, p ∈ PO, q = {caminh˜ao}, t ∈ T (2) X j ωijpt ≤ ript ∀i ∈ R, p ∈ (PI∪ PF) , t ∈ T (3)

Em todos os pontos de transbordo, o material transferido pelos diferentes modais pode sofrer perdas devido ao manuseio:

X

j

χptijq− ǫpti X

k

χptkiq = 0 ∀i ∈ X, p ∈ P, t ∈ T (4)

Nos pontos de entrada e sa´ıda das instalac¸˜oes produtivas, a transformac¸˜ao ocorre de acordo com a eficiˆencia do processo utilizado:

γijpt− η pt ij X k χpkiq′t = 0 ∀(i, j) ∈ Ey, p′ ∈ P, p ∈ (PI∪ PF) , t ∈ T (5) X j χptijq− γkipt= 0 ∀(k, i) ∈ Ey, ∀p ∈ (PI∪ PF) , ∀t ∈ T (6)

Nos p´atios de estocagem, a diferenc¸a entre os fluxos de entrada e sa´ıda de produtos deter-mina o estoque armazenado ao final do per´ıodo:

X j χptijq− ǫ pt i X k χptkiq− ǫpti X k ωkipt = spt−1i − s pt i ∀i ∈ S, p ∈ P, t ∈ T (7)

Nos pontos de blendagem, os insumos para a gerac¸˜ao de produtos blendados s˜ao combina-dos na proporc¸˜ao definida a priori:

X b βbp X j χbt ijq− X k χptkiq = 0 ∀i ∈ B, p ∈ PF, t ∈ T (8)

A demanda dos clientes deve ser atendida na sua totalidade. A parcela n˜ao atendida ´e determinada para o cˆomputo de penalidades contratuais:

X

k

(7)

Limites sobre os fluxos nos diversos arcos e sobre as capacidades de estocagem devem ser impostos: lijpt≤ x pt ij ≤ u pt ij ∀(i, j) ∈ Ex, p ∈ P, t ∈ T (10) lijt ≤ X p∈P xptij ≤ u t ij ∀(i, j) ∈ Ex, t ∈ T (11)

lijqpt ≤ ζijqpt ≤ uptijq ∀(i, j) ∈ Eq

z, q ∈ Q, p ∈ P, t ∈ T (12) lptij ≤ ωptij ≤ uijpt ∀(i, j) ∈ Ew, ∀i ∈ R, ∀p ∈ (PI∪ PF) , t ∈ T (13) lt ijq ≤ X p∈P ζijqpt ≤ ut ijq ∀(i, j) ∈ Ezq, q ∈ Q, p ∈ P, t ∈ T (14) lt ij ≤ X p∈P X q∈Q ζijqpt ≤ ut ij ∀(i, j) ∈ Ez, t ∈ T (15) lpti ≤ spti ≤ upti ∀i ∈ S, p ∈ P, t ∈ T (16) lt i ≤ X p∈P spti ≤ ut i ∀i ∈ S, t ∈ T (17) λptij ≤ γijpt ≤ υijpt ∀(i, j) ∈ Ey, p ∈ P, t ∈ T (18)

Por fim, definem-se as restric¸˜oes de integralidade e n˜ao-negatividade das vari´aveis de de-cis˜ao: xptij, s pt k, b pt l ≥ 0 ∀(i, j) ∈ Ex, k ∈ S, l ∈ D, p ∈ P, t ∈ T (19) χptij ≥ 0 ∀(i, j) ∈ Eχ, p ∈ P, t ∈ T (20) zijkpt , yptlm, wpt oq ∈ Z+ ∀(i, j) ∈ Ez, k ∈ Q, (l, m) ∈ Ey, (o, q) ∈ Ew, p ∈ P, t ∈ T (21) γijpt ∈ Z+ ∀(i, j) ∈ Ey, p ∈ P, t ∈ T (22) ζijkpt ∈ Z+ ∀(i, j) ∈ Ez, p ∈ P, t ∈ T (23)

4. M´etodos de resoluc¸˜ao do problema

O modelo matem´atico mant´em a estrutura do problema de fluxo de custo m´ınimo, mas apresenta restric¸˜oes de integralidade sobre algumas vari´aveis, configurando um problema de programac¸˜ao inteira mista. Sob determinadas condic¸˜oes, no entanto, esse problema pode ser resolvido com relativa facilidade. Isso ocorre quando se utiliza um maior n´umero de n´ıveis de produc¸˜ao (CL

ij), quando demandas e limites de fluxo s˜ao inteiros, e quando os

fatores de atenuac¸˜ao (ǫpti ,η pt

ij) s˜ao iguais a 1. Nessa configurac¸˜ao, boa parte dos parˆametros

do problema s˜ao inteiros, e com isso, a relaxac¸˜ao linear do problema tende a fornecer bons limites inferiores [Wolsey 1998]. ´E importante observar, entretanto, que apesar de as duas primeiras condic¸˜oes n˜ao serem t˜ao restritivas, a terceira ignora aspectos pr´aticos bastante significativos nas operac¸˜oes do sistema. Fora dessas condic¸˜oes, a soluc¸˜ao do modelo se torna bem mais complexa.

O m´etodo branch-and-cut [Wolsey 1998] ´e base para diversos pacotes comerciais de otimizac¸˜ao de problemas de programac¸˜ao inteira e inteira-mista. No entanto, `a medida em que o problema cresce, o branch-and-cut eventualmente torna-se ineficiente devido ao aumento exponencial do n´umero de n´os a serem explorados, o que dificulta inclusive a obtenc¸˜ao de soluc¸˜oes vi´aveis para o problema. Alternativas para lidar com essa dificuldade incluem t´ecnicas baseadas em decomposic¸˜ao, heur´ısticas para promover uma explorac¸˜ao mais seletiva do espac¸o de busca, ou mesmo metaheur´ısticas.

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Neste trabalho aplicamos o m´etodo Relax-and-Fix [Dillenberger et al. 1994]. Basica-mente, temos um conjuntoQ de vari´aveis inteiras que ´e particionado em N subconjuntos disjuntosQi,i = 1, 2, ..., N . A cada iterac¸˜ao, apenas um desses subconjuntos mantem sua

integralidade, enquanto os demais tˆem suas vari´aveis inteiras relaxadas. Feito isso, o mode-lo resultante ´e resolvido e as vari´aveis inteiras do subconjunto i tˆem seus valores fixados para as pr´oximas iterac¸˜oes. A principal caracter´ıstica do Relax-and-Fix ´e assim a tentativa de resolver o problema por meio da soluc¸˜ao de subproblemas menores e, provavelmente, mais f´aceis de se resolver do que o problema original. A eficiˆencia e a qualidade das soluc¸˜oes obtidas pelo m´etodo est˜ao ligadas n˜ao somente ao grau de dificuldade do prob-lema, mas tamb´em `a maneira pela qual o conjunto de vari´aveis inteiras ´e particionado e fixado durante o processo.

Algoritmo R&F

Passo inicial: Particione o conjunto de vari´aveis inteiras em N subconjuntos disjuntos, Qi, i = 1, 2, ..., N e defina um crit´erio de

fixac¸˜ao das vari´aveis. Relaxe as vari´aveis de todos os subconjuntos. enquanto i < N fac¸a

Primeiro passo: retorne as vari´aveis do subconjunto i ao seu estado original e resolva o modelo resultante.

Segunto passo: se a soluc¸˜ao obtida no primeiro passo for invi´avel PARE. Caso contr´ario, fixe os valores obtidos para as vari´aveis do subconjunto Qi, incremente i e retorne ao primeiro passo.

fim-enquanto

´

E importante observar que a heur´ıstica n˜ao apresenta garantia de otimalidade para o pro-blema original, nem h´a tampouco garantia de viabilidade para cada subpropro-blema. Para tratarmos tal situac¸˜ao, adotamos a extens˜ao proposta por [Escudero and Salmeron 2005]. Nessa abordagem, se em uma das iterac¸˜oes uma soluc¸˜ao vi´avel n˜ao for encontrada, o algo-ritmo retira os valores fixados para a iterac¸˜ao anterior, e a executa novamente, por´em sobre a uni˜ao dos dois subconjuntos de vari´aveis inteiras envolvidos. No pior caso, retorna-se ao conjunto n˜ao particionado de vari´aveis e, por consequˆencia, resolve-se o problema original. O gap de otimalidade da soluc¸˜ao encontrada pelo relax-and-fix pode ser calculado pela ex-press˜ao1 − LB

U B, ondeLB corresponde ao limite inferior para a soluc¸˜ao, dado pela func¸˜ao

objetivo obtida na primeira iterac¸˜ao do algoritmo, e U B corresponde ao limite superior, dado pela func¸˜ao objetivo obtida com a execuc¸˜ao completa do algoritmo.

5. Testes computacionais

Nesta sec¸˜ao apresentamos e analisamos os resultados computacionais das estrat´egias de soluc¸˜ao aplicadas ao problema. A implementac¸˜ao foi feita por meio da biblioteca Concert para a linguagem Java, vers˜ao 1.6, fazendo-se uso do software de otimizac¸˜ao CPLEX 10.2. Os testes foram executados em m´aquinas Intel Core 2 Quad 2.5Ghz 64 bits, com 4.0 GB de mem´oria RAM e sistema operacional Linux, distribuic¸˜ao Ubuntu 8.10.

Avaliamos inicialmente duas estrat´egias de partic¸˜ao e fixac¸˜ao do conjunto de vari´aveis, ambas dividindo o conjunto de vari´aveis inteiras de acordo com o tamanho do horizonte de planejamento|T |. A primeira estrat´egia, denominada PC, relaxa e fixa as vari´aveis do primeiro ao ´ultimo per´ıodo de planejamento, enquanto que a segunda estrat´egia, denom-inada PD, realiza a ordenac¸˜ao inversa. Com essas estrat´egias, a cada iterac¸˜ao vi´avel os subconjuntos de vari´aveis inteiras tˆem sempre o mesmo tamanho.

Para an´alise do modelo, propusemos o sistema de produc¸˜ao e distribuic¸˜ao de min´erio ilustrado na Figura 2. Tal estrutura favorece a gerac¸˜ao de instˆancias representativas para

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Figura 2. Sistema produtivo considerado nos experimentos.

exercitar importantes aspectos tratados pelo modelo, como a gerac¸˜ao de estoques e a blendagem de produtos provenientes de diferentes origens. Em relac¸˜ao `a complexidade, a estrutura assemelha-se a sistemas produtivos de min´erio de ferro encontrados no Brasil. Com base nesse sistema de produc¸˜ao, cinco instˆancias foram elaboradas com o objetivo de avaliar o efeito de diferentes configurac¸˜oes sobre as estrat´egias de soluc¸˜ao (Tabela 1). ´E importante notar que s˜ao considerados dois sistemas produtivos no contexto considerado: o primeiro formado pelas minas M1 a M14, pela Ferrovia 1 e porto P2; e o segundo for-mado pela mina M15, pela Ferrovia 2 e porto P2. O grau de interdependˆencia entre esses sistemas ´e regulado pelos acoplamentos entre ferrovias, entrepostos e no atendimento aos centros de demanda.

Nome Caracter´ısticas

I1 Toda a malha produtiva mostrada na figura.

I2 Apenas minas M1 a M14, ferrovia 1, entreposto nacional e porto P1. I3 Apenas mina M15, Ferrovia 2, entreposto nacional e porto P2.

I4 Apenas minas M1 e M15, Ferrovias 1 e 2, entreposto nacional e portos P1 e P2. I5 Sistemas produtivos independentes, com o entreposto nacional associado apenas `a

Ferrovia 1 e centros de demanda atendidos apenas por um dos sistemas.

Tabela 1. Inst ˆancias geradas para os testes computacionais do problema.

Evidentemente, h´a uma s´erie de aspectos que podem ser variados na an´alise do mode-lo e dos m´etodos propostos para sua soluc¸˜ao. Neste trabalho, consideramos apenas trˆes: n´umero de per´ıodos de tempo T , n´umero de n´ıveis de produc¸˜ao das usinas CL

ij e a

inte-gralidade dos fatores de perda ǫpti e eficiˆencia produtiva η pt

ij, daqui em diante chamados

de fatores de atenuac¸˜ao. O n´umero de per´ıodos de tempo tem um efeito direto sobre o tamanho do problema e por isso merece bastante atenc¸˜ao. Por outro lado, tanto o n´umero de n´ıveis de produc¸˜ao quanto a integralidade dos fatores de atenuac¸˜ao afetam a dificuldade de soluc¸˜ao do modelo sem necessariamente aumentar o tamanho do problema.

5.1. Primeiro experimento: parˆametros favor´aveis

Consideramos inicialmente o n´umero de n´ıveis de produc¸˜ao de todas as instalac¸˜oes pro-dutivas definido como 30, os fatores de atenuac¸˜ao definidos como 1, em um horizonte de planejamento com 3, 6, 12 e 24 per´ıodos. Limitamos o tempo de processamento da soluc¸˜ao

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em 3 horas, alocando 2GB de mem´oria RAM para a execuc¸˜ao do CPLEX, que utilizaria o disco r´ıgido caso esse valor n˜ao fosse suficiente. As heur´ısticas Relax-and-Fix tamb´em foram limitadas em 3 horas de execuc¸˜ao no total, ou seja, cada iterac¸˜ao seria limitada a uma parcela do limite total de 3 horas. Os demais parˆametros do CPLEX foram mantidos nos seus valores default. Na Tabela 2 comparamos os gaps obtidos, os tempos de soluc¸˜ao e indicamos as melhores estrat´egias Relax-and-Fix para cada instˆancia.

Per´ıodos Gap CPLEX(%) t(s) CPLEX Gap R&F(%) t(s) R&F

Instˆancia I1 3 0,9 10.800,0 1,5 (PC) 11,5 6 - 10.800,0 11,3 (PC) 54,5 12 - 10.800,0 2,5 (PD) 10.800,0 24 - 10.800,0 0,4 (PD) 7.433,0 Instˆancia I2 3 0,5 22,5 0,5 (PC) 25,0 6 0,4 36,0 11,3 (PC) 45,9 12 2,3 10.800,0 2,5 (PC) 187,9 24 ´otimo 211,2 0,4 (PC) 351,8 Instˆancia I3 3 7,2 10.800,0 9,3 (PC) 0,5 6 11,3 10.800,0 11,3 (PC) 23,4 12 2,5 10.800,0 2,8 (PC) 342,9 24 ´otimo 216,3 0,6 (PC) 464,7 Instˆancia I4 3 1,9 10.800,0 2,3 (PC) 3.726,3 6 11,3 10.800,0 11,3 (PC) 1,2 12 - 10.800,0 2,5 (PC) 31,2 24 - 10.800,0 0,4 (PC) 32,5 Instˆancia I5 3 3,1 10.800,0 4,7 (PC) 0,2 6 ´otimo 90,9 96,3 (PC) 4,9 12 7,1 10.800,0 7,1 (PC) 41,5 24 6,8 10.800,0 24,3 (PC) 1.379,0

Tabela 2. Primeiro experimento: par ˆametros de soluc¸ ˜ao favor ´aveis.

Podemos ver que nas instˆancias I2, I3, I4 e I5 o CPLEX foi capaz de resolver a maio-ria das instˆancias com bons gaps, no entanto quase sempre precisou de todo o tempo de execuc¸˜ao dispon´ıvel. Nessas mesmas instˆancias, a estrat´egia de per´ıodos crescentes foi a que se sobressaiu, alcanc¸ando resultados compat´ıveis aos obtidos pelo CPLEX com ganhos de desempenho em diversos casos. Um resultado na instˆancia I2, chama a atenc¸˜ao. Para o horizonte de planejamento de 6 per´ıodos, um gap de cerca de 96% foi encontrado, embora o valor da func¸˜ao objetivo final seja semelhante ao encontrado pelo CPLEX. Imagina-se que a retirada da relaxac¸˜ao no ´ultimo passo gerou tal anomalia, j´a que algum fluxo repre-sentado por vari´avel inteira teve seu fluxo superado ou para atender a demanda n˜ao estaria de acordo com as capacidades estipuladas.

No caso da instˆancia I1, a mais complexa em termos de malha produtiva, percebe-se que as estrat´egias de soluc¸˜ao tiveram mais dificuldade. No caso do CPLEX, apenas para 3 per´ıodos de planejamento alcanc¸ou-se algum resultado. A heur´ıstica relax-and-fix, por outro lado, conseguiu resultados satisfat´orios. ´E interessante notar que com um aumento do n´umero de per´ıodos de tempo a estrat´egia de per´ıodos decrescentes obteve melhores resultados, indicando uma tendˆencia de melhor desempenho para instˆancias maiores e com

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maior n´umero de vari´aveis. Uma vez que esta instˆancia apresenta maiores desafios de soluc¸˜ao e ao mesmo tempo ilustra com maior fidelidade situac¸˜oes encontradas na pr´atica da ind´ustria, focamos o restante da an´alise na instˆancia I1.

5.2. Parˆametros realistas

Para avaliar o efeito da variac¸˜ao dos parˆametros do problema, mantivemos inicialmente os fatoresǫptiijpt iguais a 1, mas reduzimos o n´umero de n´ıveis de produc¸˜ao, comCL

ij = 3.

A tabela abaixo compara os resultados obtidos adotando, al´em do limite de 3h horas, uma tolerˆancia de gap de 5%. A reduc¸˜ao do parˆametroCL

ij aumenta a dificuldade do problema,

|T | = 3, CL ij= 3, ǫ pt i =η pt ij = 1

7.374 vari´aveis no total, 4.038 vari´aveis inteiras e 8.216 restric¸˜oes

Estrat´egia Func¸˜ao Objetivo Gap(%) Tempo soluc¸˜ao (s)

Relaxac¸˜ao linear 1.070.129 - 0,4

CPLEX — — 10.800,0

PC 1.306.645 12,0 10.800,0

PD — — 10.800,0

Tabela 3. Segndo experimento: an ´alise da influ ˆencia do par ˆametro CL ij= 3.

uma vez que a relaxac¸˜ao linear passa a n˜ao prover um limite inferior t˜ao bom quanto anteriormente. Com isso, o CPLEX n˜ao foi capaz de produzir uma soluc¸˜ao vi´avel dentro do limite de tempo estabelecido. A estrat´egia PC conseguiu obter uma soluc¸˜ao com gap razo´avel, por´em utilizando todo tempo de soluc¸˜ao. A estrat´egia PD n˜ao encontrou soluc¸˜ao vi´avel ao longo do processamento e voltou ao problema original.

Em seguida, retornamos o parˆametroCL

ij para 30, mas reduzimos os fatores de

atenua-c¸˜ao, considerando a eficiˆencia dos processos de transformac¸˜ao e as perdas decorrentes dos transporte. Para essa configurac¸˜ao, nenhum dos m´etodos produziu resultados satisfat´orios.

|T | = 3, CL ij= 30, ǫ pt i < 1; η pt ij < 1

7.374 vari´aveis no total, 4.038 vari´aveis inteiras e 8.216 restric¸˜oes

Estrat´egia Func¸˜ao Objetivo Gap(%) Tempo soluc¸˜ao (s)

Relaxac¸˜ao linear 1.249.196 - 0,3

CPLEX — — 10.800,0

PC 1.601.268.501 99,9 10.800,0

PD — — 10.800,0

Tabela 4. Terceiro experimento: an ´alise da influ ˆencia dos par ˆametros ǫpti e η pt ij.

A estrat´egia PC n˜ao obteve um gap razo´avel no limite de tempo estabelecido. A estrat´egia PD, teve desempenho idˆentico ao do CPLEX, uma vez que foi necess´ario retroceder ao problema original devido `as inviabilidades ocorridas nas iterac¸˜oes.

6. Conclus˜oes

A aplicac¸˜ao m´etodos exatos para soluc¸˜ao do problema de planejamento integrado de produ-c¸˜ao e transporte de min´erios s´o gera resultados satisfat´orios em condic¸˜oes muito favor´aveis e dificilmente encontradas na pr´atica. O m´etodo relax-and-fix mostrou-se uma boa alter-nativa, embora possa apresentar dificuldades em instˆancias mais complexas e gerar gaps altos em certas situac¸˜oes. Mesmo assim, mostra-se uma alternativa de soluc¸˜ao v´alida em relac¸˜ao ao Cplex. Acreditamos que outras estrat´egias de partic¸˜ao e relaxac¸˜ao devem ser exploradas para possibilitar um tratamento satisfat´orio do problema.

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Referências

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