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Palavras-chave: Ondas de Lamb, Compósitos Laminados Fibra-Metal, Detecção de Danos.

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COTEQ-165 DETECÇÃO DE DANOS EM COMPÓSITOS LAMINADOS

FIBRA-METAL UTILIZANDO ONDAS DE LAMB Cláudia Teresa T. Farias1, Ivan C. da Silva2, Rômulo Moreira3,

João Carlos Machado4, João Marcos A. Rebello5.

Copyright 2007, ABENDE, ABRACO e IBP

Trabalho apresentado durante a 9ª. COTEQ – Conferência Internacional sobre Tecnologia de Equipamentos, em Salvador/BA, no mês de junho de 2007.

As informações e opiniões contidas neste trabalho são de exclusiva responsabilidade do(s) autor(es).

Sinopse

Compósitos laminados fibra-metal (LFM) são cada vez mais utilizados por apresentarem, em geral, propriedades mecânicas superiores às de ligas do metal isoladamente e menor densidade. Estes materiais foram lançados recentemente no mercado, sendo utilizados principalmente na indústria aeronáutica. É de extrema importância que sejam implementados métodos não-destrutivos eficazes na detecção de danos comuns aos LFM, para a segurança e a confiabilidade das estruturas que os utilizam. Neste trabalho foram usadas ondas ultra-sônicas de Lamb na inspeção de corpos de prova de LFM de alumínio e epóxi reforçado por fibras de carbono com espessura total de 1,34 mm. As curvas de dispersão dos corpos de prova foram simuladas para a determinação da freqüência e do ângulo de incidência do feixe sônico, necessários à geração dos modos fundamentais de propagação das ondas de Lamb A0 e S0. Foram implantados defeitos simulando fratura de fibras e delaminação.

A técnica de inspeção ultra-sônica foi utilizada na freqüência de 0,6 a 1,0 MHz por contato usando sapata de perspex. Os resultados experimentais obtidos na determinação das velocidades de fase e de grupo estão de acordo com os simulados. Foi possível detectar a fratura de fibras em todos os corpos de prova.

Palavras-chave: Ondas de Lamb, Compósitos Laminados Fibra-Metal, Detecção de Danos.

1. Introdução

As técnicas usadas freqüentemente na avaliação não-destrutiva tradicional em materiais metálicos nem sempre são adaptáveis aos compósitos devido à sua natureza heterogênea e anisotrópica. Entre as várias técnicas disponíveis, as ondas ultra-sônicas guiadas, em especial as ondas de Lamb, oferecem um método que pode ser conveniente na avaliação de materiais compósitos. A propagação destas ondas depende da densidade e das propriedades elásticas dos materiais, sendo influenciada pela seleção da freqüência da onda, do ângulo de incidência do feixe sônico e da espessura do material.

Estas ondas oferecem um potencial maior para ser utilizado em inspeções não-destrutivas devido ao caráter de múltiplos modos de propagação, à sensibilidade a diferentes tipos de falhas, à propagação a longas distâncias e ao caráter de guia, o que as permite seguir a curvatura e alcançar partes não acessíveis da estrutura (1).

_____________________________

1 D. Sc., Química Industrial – CEFET-BA/DAPIQ 2 D. Sc., Engenheiro Eletrônico - UFRJ/COPPE/PEMM

(2)

Embora áreas específicas da aplicação das ondas de Lamb sejam encontradas em ensaios não-destrutivos, há pouca informação disponível sobre a utilização destas ondas nas pesquisas em materiais compósitos laminados fibra-metal, com a finalidade de detecção de danos. Durante a presente pesquisa, foram encontrados apenas os trabalhos de CHIU et al. (2) e DEMCENKO et al. (3).

O principal objetivo deste trabalho é a aplicação da técnica ultra-sônica por contato para inspecionar materiais compósitos laminados fibra-metal utilizando ondas guiadas de Lamb em corpos de prova em forma de placas com defeitos implantados.

2. Ensaios

2.1 – Corpos de Prova

Os corpos de prova utilizados na pesquisa foram LFMs de chapas de alumínio e pré-impregnados (prepreg) de epóxi reforçados por fibras de carbono.

Corpos de prova foram produzidos segundo duas configurações diferentes: laminado com fibras paralelas a direção de laminação do alumínio – CP1, figura 2.1; e laminado com fibras perpendiculares à direção de laminação do alumínio – CP2.

Figura 2.1 – CP1 contendo duas camadas de prepreg com fibras paralelas à direção de laminação do alumínio.

Foram utilizados na pesquisa 6 corpos de prova de LFM 2/1 com as principais características presentes na tabela 2.1. Na confecção dos corpos de prova CP1 e CP2, produzidos nos laboratórios do Departamento de Mecânica dos Materiais e Construções da Universidade Livre de Bruxelas (VUB), Bélgica, foram utilizados os seguintes materiais: chapas de alumínio com dimensões de 300 mm x 300 mm x 0,5 mm, e composição apresentada na tabela 2.2; lâminas de prepreg de fibra de carbono/epóxi unidirecional (UD) Fibredux 920CX-TS-5-42, com dimensões de 300 mm x 300 mm x 0,17 mm fabricadas pela Ciba-Geigy Corporation. Os dados das propriedades do prepreg (4) são apresentados na tabela 2.3. Alumínio Direção de laminação do alumínio Prepreg 0o Prepreg 0o Alumínio

(3)

Tabela 2.1 – Principais características dos corpos de prova de LFM.

LFM 2/1

TIPO DE

DEFEITO CONFIGURAÇÃO DO PREPREG UTILIZADO PREPREG DIMENSÕES CP1_SD Sem defeito CP1_F Fratura de fibra CP1_D Delaminação 00/00 CP2_SD Sem defeito CP2_F Fratura de fibra CP2_D Delaminação 900/900 Fibra de carbono/epóxi 300 mm x 300 mm x 1,34 mm

Tabela 2.2 – Composição química da chapa de Alumínio comercial (5).

elemento Al Cu Fe/Si Mg Mn Ti Zn Cr Outros

%peso 99,00 0,05 <1,00 <1,00 0,05 0,00 0,10 0,00 0,00-0,15

Tabela 2.3 – Propriedades do prepreg (UD) com fibra de carbono/epóxi (4).

Unidade PREPREG UD (Vf =60%)

Módulo de Young, E1 [GPa] 112

Módulo de Young, E3 [GPa] 8,06

Coeficiente de Poisson, υ13 ---- 0,03

Coeficiente de Poisson, υ23 ---- 0,39

Módulo de Cisalhamento, G13 [GPa] 3,95

Densidade, ρ [g/cm3] 1,58

As chapas de alumínio, com dimensões especificadas na figura 2.2 receberam um tratamento superficial com lixas de 100 e 150 mesh para aumentar a adesão entre o alumínio e o prepreg. Em seguida, foram limpas com acetona e ciclo-hexano.

Figura 2.2 - Dimensões e posicionamento dos defeitos nos corpos de prova de LFM de fibra de carbono: (a) fratura de fibra; (b) delaminação.

(a) (b)

Fratura de fibras

(4)

No corpo de prova CP1, a fratura de fibras foi simulada pelo corte e remoção do prepreg na área indicada pela figura 2.2 (a) antes do empilhamento. A delaminação foi simulada pela adição de spray de teflon na área indicada pela figura 2.2 (b). Após empilhamento, os corpos de prova foram curados em autoclave (marca Scholz®, Alemanha), segundo o ciclo de cura ilustrado pelo gráfico da

figura 2.3. -50 0 50 100 150 0 60 120 180 240 300 360 420 480 540 600 Tempo (min) Te m p er at ur a( °C ) -1,2 0 1,2 2,4 3,6 Pr es o ( b ar ) Temperatura (°C) pressão (bar) vácuo (bar)

Figura 2.3 – Ciclo de cura para prepreg de fibra de carbono Fibredux 920CX-TS-5-42. São mostrados os valores dos parâmetros temperatura, pressão e vácuo em função do tempo para a cura total do prepreg (6).

2.2 – DETERMINAÇÃO DO ÂNGULO DE INCIDÊNCIA

Para o traçado das curvas de dispersão foi utilizado o programa computacional Disperse (7) projetado para o cálculo das curvas de dispersão para estruturas multicamadas. Através da análise das curvas de dispersão da velocidade de fase, em função da freqüência, obtidas por simulação, foi determinada a faixa de freqüência de interesse a ser utilizada nos experimentos práticos e capaz de garantir apenas a propagação de modos fundamentais A0 e S0 das ondas de Lamb. Em seqüência,

uma análise da curva de dispersão do ângulo de incidência do feixe sônico em função da faixa de freqüência, indicou o ângulo para a geração do modo de propagação específico da onda de Lamb a ser utilizado nas inspeções para um determinado corpo de prova e configuração de ensaio.

2.2.1– ENSAIOS POR CONTATO COM SAPATA DE PERSPEX (A) Corpo de prova CP1

A curva de dispersão simulada em termos de velocidades de fase, de grupo e ângulo de incidência em função da freqüência para o LFM CP1, em ensaio de contato por sapata de perspex, é mostrada na figura 2.4. Observam-se quatro modos propagados: A0, S0 H1 e H2. Para freqüências abaixo de 1

MHz, o modo de propagação S0 , propaga em meio não-dispersivo, com velocidade aproximada de

6000 m/s, figura 2.4(a). Na figura 2.4(b), a curva de dispersão mostra as velocidades de grupo e observa-se que em torno da freqüência de 1 MHz, há uma região bem dispersiva para todos os modos de propagação no meio.

(5)

0 2000 4000 6000 8000 10000 0 0,5 1 1,5 2 Freqüência (MHz) V e l. Fa s e ( m /s ) S o H1 Ao H2 0 2000 4000 6000 8000 10000 0 0,5 1 1,5 2 Freqüência (MHz) V e l. Fa s e ( m /s ) S o H1 Ao H2 (a) 0 2 4 6 8 0 0,5 1 1,5 2 Freqüência (MHz) V e l. G rup o (K m /s ) So H1 Ao H2 0 2 4 6 8 0 0,5 1 1,5 2 Freqüência (MHz) V e l. G rup o (K m /s ) So H1 Ao H2 (b) 0 20 40 60 80 100 0 0,5 1 1,5 2 Freqüência (MHz) Â n g u lo ( G ra us ) So H2 Ao H1 0 20 40 60 80 100 0 0,5 1 1,5 2 Freqüência (MHz) Â n g u lo ( G ra us ) So H2 Ao H1 (c)

Figura 2.4 - Curvas de dispersão simuladas para o CP1, com a presença dos modos de propagação A0, S0 , H1 e H2. a) Velocidades de fase. b) Velocidade de grupo. c) Ângulo de incidência na faixa

de freqüência de 0 a 2 MHz.

(B) Corpo de prova CP2

Na figura 2.5 é ilustrada a curva de dispersão em termos de velocidades de fase, de grupo e ângulo de incidência em função da freqüência para o corpo de prova CP2, em ensaio por contato com sapata de perspex. Observam-se, na faixa de freqüência de 0 a 2 MHz, os modos de propagação A0,

(6)

0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 0 0,5 1 1,5 2 Freqüência (MHz) V e l. Fa s e ( m /s ) So H1 Ao 0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 0 0,5 1 1,5 2 Freqüência (MHz) V e l. Fa s e ( m /s ) So H1 Ao (a) 0 2 4 6 8 0 0,5 1 1,5 2 Freqüência (MHz) V e l. Gr upo ( K m /s ) So H 1 Ao 0 2 4 6 8 0 0,5 1 1,5 2 Freqüência (MHz) V e l. Gr upo ( K m /s ) So H 1 Ao (b) 0 20 40 60 80 100 0 0,5 1 1,5 2 Freqüência (MHz) Â n gu lo ( G ra us ) So Ao H1 0 20 40 60 80 100 0 0,5 1 1,5 2 Freqüência (MHz) Â n gu lo ( G ra us ) So Ao H1 (c)

Figura 2.5 - Curvas de dispersão simuladas para o CP2, com a presença dos modos de propagação A0, S0 e H1 e H2 . a) Velocidades de fase. b) Velocidade de grupo. c) Ângulo de incidência na faixa

de freqüência de 0 a 2 MHz.

A tabela 2.4 relaciona os valores dos ângulos de incidência em função da freqüência, necessários a geração do modo de propagação S0 em ensaio por contato com sapata de perspex, bem como as

velocidades de fase e de grupo, para os corpos de prova CP1 e CP2. Na tentativa de gerar o modo de propagação S0 numa faixa não-dispersiva, foram selecionados os seguintes ângulos para a

(7)

Tabela 2.4 - Ângulos de incidência do feixe ultra-sônico para geração do modo de propagação S0,

velocidades de fase e grupo na faixa de freqüência de 0 a 1 MHz, em ensaio por contato com sapata de perspex em CP1 e CP2 com 1,34 mm de espessura.

2.3 - INSPEÇÃO ULTRA-SÔNICA UTILIZANDO TRANSDUTORES DE CONTATO

Foram inspecionados os corpos de prova CP1_SD, CP1_F, CP1_D, CP2_SD, CP2_F, CP2_D. Curvas de dispersão das ondas de Lamb simuladas pelo software Disperse® (7)

, considerando

sistemas por contato, foram levadas em consideração na seleção dos transdutores. Através da análise das curvas de dispersão simuladas, foi selecionada a freqüência e o ângulo de incidência dos transdutores utilizados para a geração do modo de propagação S0 em cada corpo de prova.

Para a geração e recepção do ultra-som foi usada uma placa geradora de pulso TB1000, Matec, EUA) inserida num num micro-computador tipo PC. Esta placa permite a excitação na forma de tone-burst com ajuste da freqüência e do número de ciclos do pulso. A placa possui ainda um pré-amplificador com resposta plana até 20 MHz e ganho ajustável de 0 a 70 dB com incrementos de 0.5 dB. Os sinais foram capturados através de um osciloscópio digital (TDS420A, Tektronix, Beverton, EUA), com uma freqüência de amostragem de 5 a 10 MHz, e salvos em disquetes sendo posteriormente armazenados em um computador.

Para obter um feixe ultra-sônico incidindo obliquamente nos corpos de prova, foram confeccionadas sapatas em perspex com o ângulo de incidência de acordo com os indicados pelas curvas de dispersão simuladas para a geração do modo de propagação S0 em cada CP. Foi utilizado

transdutor de contato (C539, Panametrics, EUA) com freqüência central de 1,07 MHz e largura de banda (-6dB) de 0,17 MHz , conforme mostrado pela figura 2.6.

S0 – CP1 S0 – CP2 Freq. (MHz) Âng. (º) Vg (m/s) Vf (m/s) Âng. (º) Vg (m/s) Vf (m/s) 0,55 27,0 5927 6001 33,0 4912 5016 0,60 27,0 5853 5979 33,0 4891 5010 0,65 27,0 5817 5970 33,0 4844 4995 0,70 27,0 5960 5960 33,0 4818 4987 0,75 27,5 5616 5934 33,0 4765 4971 0,80 27,5 5461 5915 33,0 4719 4953 0,85 27,5 5173 5889 33,5 4655 4939 0,90 28,0 3543 5776 33,5 4580 4917 0,95 31,0 900 4772 34,0 4541 4906 1,00 46,0 898 3796 34,0 4445 4879

(8)

0 0.5 1 1.5 2 2.5 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 Freqüência (MHz) Amp lit ude ( d B) FFT 0.93 MHz 1.2 MHz componente de freqüência de máxima amplitude - 1,07 MHz

Figura 2.6 – Módulo do espectro de freqüência, obtido via FFT, do sinal capturado utilizando transdutores de contato de 1 MHz em sapata de perspex por incidência normal em configuração transmissão-recepção.

2.3.1 - CONFIGURAÇÃO TRANSMISSÃO-RECEPÇÃO

O esquema experimental é mostrado nas figuras 2.6 e 2.7. A varredura da chapa foi realizada da seguinte forma: em relação à direção Y ocorreu num passo de 2 mm, percorrendo 80 mm, o suficiente para varrer uma área com e sem defeito. Em cada passo, foram colhidos sinais em duas posições do transdutor-receptor em relação à direção X, num intervalo ∆x de 5 mm.

Figura 2.6 – Esquema experimental utilizado no ensaio por contato na configuração transmissão-recepção.

Figura 2.7 – Esquema de varredura pelos transdutores no corpo de prova na configuração

transmissão-recepção no corpo de prova em forma de chapa.

Y X Transmissor Receptor Varredura em linha 300 mm 280 mm 275 mm

(9)

2.4 – PROCESSAMENTO DOS SINAIS OBTIDOS NAS INSPEÇÕES ULTRA-SÔNICAS EM CONFIGURAÇÃO TRANSMISSÃO-RECEPÇÃO

Os sinais capturados pelo osciloscópio e armazenados em computador correspondentes a cada posição de varredura na direção Y e para os respectivos deslocamentos X1 e X2 (∆x=5mm) do

receptor, foram processados com rotinas desenvolvidas no Matlab, a fim de se determinar a

freqüência central do sinal recebido e as velocidades de fase e de grupo experimentais. As etapas do processamento de sinal foram as seguintes:

• Inicialmente procedeu-se ao janelamento Hanning no sinal original recebido para selecionar apenas parte do sinal correspondente ao pulso transmitido diretamente do transdutor-transmissor;

• Obtenção do espectro de freqüência do sinal recebido e determinação do componente da freqüência central via FFT;

• Obtenção da fase para cada componente espectral e cálculo da velocidade de fase, Vfase( f),

através da equação: ) ( ) ( 2 ) ( 1 2 f f x f f Vfase φ φ π − ∆ = , (2.1)

onde f é a freqüência, φ1(f) e φ2(f)são as fases do espectro do sinal recebido nas posições de

varredura x1 e x2 do transdutor-receptor, respectivamente;

• Obtenção da envoltória do sinal, através da transformada de Hilbert, para a determinação do atraso entre as duas envoltórias. Cálculo da velocidade de grupo, Vg, através da equação:

t x Vg ∆ ∆ = , onde ∆t é o atraso (2.2) • Para determinar o atraso ∆t, foi encontrado inicialmente, um limiar correspondente a uma

queda de 6 dB da envoltória do sinal com o transdutor na posição x1. A seguir, foram

determinados os instantes de cruzamento do limiar pela parte ascendente da envoltória do sinal correspondente a posição x1 e x2. O atraso entre as duas envoltórias foi calculado pela diferença

entre os instantes de cruzamento das envoltórias pelo valor do limiar.

• Também, somente na posição X1 do transdutor-receptor, foi determinado o tempo de vôo do pulso transmitido em função da varredura, considerando o tempo de máxima amplitude na envoltória do sinal.

3. Resultados e discussão

3.1 – ENSAIOS ULTRA-SÔNICOS POR CONTATO

Para análise dos resultados, os valores das velocidades de fase e de grupo do modo de propagação da onda de Lamb S0, obtidos experimentalmente por ensaios de contato na configuração

(10)

Na tabela 3.1 é mostrada a diferença entre a mediana dos valores experimentais e simulados para as velocidades de fase e de grupo. A freqüência considerada para os corpos de prova CP1 por simulação para ensaio de contato foi de 0,75 MHz (valor de freqüência fora da banda de -6dB dos transdutores utilizados conforme mostra a figura 2.10). A diferença entre a mediana dos valores experimentais e simulados para a velocidade de fase do corpo de prova CP1_F, ∆VFMS é de ~ 197

m/s e para a velocidade de grupo, ∆VGMS, é de ~565 m/s, considerando a freqüência medida

experimentalmente de ~ 0,77 MHz. À exceção do corpo de prova CP1_D, as medianas dos valores experimentais das velocidades de fase e de grupo são similares, indicando que na freqüência experimental, o meio é não dispersivo para o modo de propagação da onda de Lamb S0. Isto é

confirmado pelas curvas de dispersão, figuras 2.4(a) e 2.4(b), obtidas por simulação.

Tabela 3.1 - Diferença entre a mediana dos valores experimentais e o valor simulado para as velocidades de fase e de grupo e freqüência.

Corpo de Prova Ângulo Freq Simulada (MHz) Freq Exp. (MHz) ∆ Freq

(MHz) Vel. Fase Mediana

Sim. (m/s) Mediana Vel. Fase Exp.(m/s) ∆ VFms (m/s) Mediana Vel. Grupo Sim. (m/s) Mediana Vel. Grupo Exp. (m/s) ∆ VGms (m/s) CP1 CF 27,5º 0,750 0,770 0,020 5934,00 6131,50 197,50 5616,00 6181,10 565,10 CP1 D 27,5º 0,750 0,806 0,056 5934,00 6341,55 407,55 5616,00 5000,00 616,00 CP2 CF 34º 0,950 0,706 0,244 4906,00 5072,25 166,25 4541,00 4807,00 266,00 CP2 D 34º 0,950 0,712 0,238 4906,00 5066,80 160,80 4541,00 5082,10 541,10

Para o corpo de prova CP1_D, como a freqüência considerada para os corpos de prova CP1 por simulação para ensaio de contato foi de 0,75 MHz, a diferença entre a mediana dos valores experimentais e o valor simulado para a velocidade de fase, ∆VFMS é de ~ 407 m/s e para a

velocidade de grupo, ∆VGMS é de ~ 616 m/s, considerando a freqüência medida

experimentalmente como sendo de ~ 0,80 MHz.

Para o corpo de prova CP2_F a diferença entre a mediana dos valores experimentais e simulados da velocidade de fase,∆VFMS, é aproximadamente 166 m/s e ∆VGMS ~266 m/s. O valor considerado

para a freqüência simulada foi de 0,95 MHz. Contudo, a freqüência verificada experimentalmente foi de ~ 0,70 MHz, fora da banda de -6 dB do transdutor-transmissor. Neste valor de freqüência, as velocidades de fase e de grupo simuladas se aproximam da mediana dos valores obtidos experimentalmente, como mostra a tabela 3.1.

No caso do corpo de prova CP2_D em ensaio por contato por sapata de perspex. a diferença entre a mediana dos valores experimentais e simulados da velocidade de fase é ∆VFMS ~ 160 m/s

considerando a freqüência selecionada por simulação de 0,95 MHz. Levando-se em conta a freqüência medida experimentalmente, ~ 0,71 MHz, essa diferença cai para ~ 15 m/s. Em relação à velocidade de grupo, ∆VGMS é aproximadamente 541 m/s para a freqüência considerada na

simulação e ~ 264 m/s na freqüência experimental.

A figura 3.1(a) mostra o atraso do modo de propagação S0 em função da varredura do corpo de

prova CP1_F em ensaio por contato com sapata de perspex. É possível visualizar uma mudança no atraso na região das bordas do defeito. Na região interna do defeito não foi observada qualquer alteração no sinal porque a velocidade de grupo do modo de propagação S0 do corpo de prova

CP1_F possui valor próximo ao da velocidade de grupo do alumínio (material da região do defeito). Supõe-se, então, que a onda propaga na região do defeito através da chapa de alumínio. A figura 3.1(b) mostra a amplitude do sinal do modo de propagação S0 em função da varredura do corpo de

prova CP1_F. Ocorre queda da amplitude do sinal nas bordas do defeito e não há mudança na amplitude do sinal na região do defeito.

(11)

0 10 20 30 40 50 60 70 80 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5T ( µ s) Deslocamento (mm) CP3 - CF (a) (b) 0 20 40 60 80 0 20 40 60 0 2 4 6 8 15 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4 Deslocamento (mm) Am plitude (V) Tempo (µs) 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2

Figura 3.1 – a) Atraso ∆t do pulso transmitido em relação ao pulso de referência para o corpo de prova CP1_F. As linhas tracejadas verticais delimitam a região onde se encontra a fratura de fibras. b) Amplitude do sinal do modo de propagação da onda de Lamb S0, obtida pela varredura do corpo

de prova CP1_F.

Na figura 3.2 é visualizado o atraso do modo de propagação S0 em função da varredura do corpo de

prova CP1_D. Novamente, foi possível visualizar mudança no atraso na região das bordas do defeito. Na região interna do defeito não foi observada qualquer alteração no sinal possivelmente porque a velocidade de grupo do modo de propagação S0 do corpo de prova CP1 é similar à

velocidade de grupo do alumínio (material da região do defeito). Supõe-se, então, que a onda propaga através da chapa de alumínio na região do defeito.

(a) 0 10 20 30 40 50 60 70 80 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5T (µ s) Deslocamento (mm) CP3 - D (b) 0 10 20 30 40 50 60 70 80 0 2 4 6 8 15 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4 Deslocamento (mm) Am pl it ud e ( V ) Tempo (µs) 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2

FIGURA 3.2 – a) Atraso ∆t do pulso transmitido em relação ao pulso de referência para o corpo de prova CP1_D. As linhas tracejadas verticais delimitam a região onde se encontra a fratura de fibras. b) Amplitude do sinal do modo de propagação da onda de Lamb S0, obtida pela varredura do corpo

de prova CP1_D.

A amplitude do sinal do modo de propagação S0 em função da varredura do corpo de prova CP1_D

(12)

Na figura 3.3(a) pode-se visualizar o atraso em função da varredura no corpo de prova CP2_F. Apesar do atraso variar ao longo da varredura do corpo de prova, percebe-se que o mesmo é negativo quando a onda propaga pela região central do defeito. Neste caso, também pode-se supor que a onda propaga, através da chapa de alumínio na região do defeito. O atraso é negativo, pois a velocidade do modo de propagação S0 no corpo de prova CP2 é menor do que a sua velocidade no

alumínio. 0 10 20 30 40 50 60 70 80 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5T ( µ s) Deslocamento (mm) CP4 - CF (a) 0 10 20 30 40 50 60 70 80 0 2 4 6 8 15 0 0.5 1 1.5 Deslocamento (mm) Tempo (µs) A m pl it ude ( V ) 0.2 0.4 0.6 0.8 1 (b)

FIGURA 3.3 – a) Atraso ∆t do pulso transmitido em relação ao pulso de referência para o corpo de prova CP2_F. As linhas tracejadas verticais delimitam a região onde se encontra a fratura de fibras. b) Amplitude do sinal do modo de propagação da onda de Lamb S0, obtida pela varredura do corpo

de prova CP2_F.

A figura 3.3(b) mostra a amplitude do sinal do modo de propagação S0 em função da varredura do

corpo de prova CP2_F. Observa-se uma queda na amplitude do sinal nas bordas da fratura de fibras. Para o corpo de prova CP2_D, a figura 3.4(a) mostra que não houve variação no atraso no sinal na região do defeito. Na figura 3.4(b) se observa que a amplitude do sinal também não varia na faixa de varredura do corpo de prova. Portanto, é possível que no processo de fabricação a delaminação simulada tenha sido descaracterizada.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5T ( µ s) Deslocamento (mm) CP4 - D (a) 0 20 40 60 80 0 2 4 6 8 15 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 Deslocamento (mm) Tempo (µs) A m p litu d e (V ) 0.2 0.4 0.6 0.8 (b)

FIGURA 3.4 – a)Atraso ∆t do pulso transmitido em relação ao pulso de referência para o corpo de prova CP2_D. As linhas tracejadas verticais delimitam a região onde se encontra a fratura de fibras. b) Amplitude do sinal do modo de propagação da onda de Lamb S0, obtida pela varredura do corpo

(13)

4. Conclusões

Em relação aos ensaios ultra-sônicos por contato com sapata de perspex, pode-se concluir que: • Os valores experimentais das velocidades de fase e de grupo para o modo de propagação S0 são

compatíveis com os resultados teóricos simulados;

• Houve reprodutibilidade dos valores medidos das velocidades de fase e de grupo entre os corpos de prova de mesma configuração, à exceção dos valores para a velocidade de grupo dos corpos de prova em contato por sapata de perspex e com a propagação das ondas de Lamb ocorrendo paralela às fibras;

• A freqüência experimental medida não correspondeu, no geral com a freqüência teórica considerada por simulação. Usando valores da freqüência medida, nas simulações, os valores teóricos das velocidades de fase e de grupo se aproximaram dos valores experimentais;

• O atraso medido para o modo de propagação S0 nos ensaios de transmissão pelos LFM, detectou

a presença da fratura de fibras. Para os corpos de prova com delaminação, o atraso medido para o modo de propagação S0 não detectou o defeito, provavelmente devido ao processo utilizado

para a inserção deste tipo de defeito.

• Foi possível detectar a presença dos defeitos através da análise da amplitude da onda do modo de propagação S0 transmitida através do LFM, à exceção do corpo de prova com fibras

perpendiculares a propagação da onda, com delaminação; Agradecimentos

À Capes e ao CNPq pelo apoio financeiro;

Ao Departamento de Mecânica dos Materiais e Construções da Universidade Livre de Bruxelas (VUB), Bélgica, pelo apoio na confecção dos corpos de prova;

Ao Laboratório de Ultra-Som do Programa de Engenharia Biomédica da COPPE/UFRJ pelo apoio na realização dos ensaios ultra-sônicos;

Ao Laboratórios de Ensaios Não-Destrutivos e de Compósitos do Programa de Engenharia Metalúrgica e de Materiais da COPPE/UFRJ pelo apoio tecnológico;

Ao Cefet-BA pela liberação para a realização do projeto.

Referências Bibliográficas (1) ZHONGQING SU, LIN YE, YE LU; Guided Lamb waves for identification of damage in

composite structures: A review. Journal of Sound and Vibration, (Article in Press - accepted 24 January 2006).

(2) ROSALIE, S. C.; VAUGHAN, M.; BREMNER, A; CHIU, W. K.; Variation in the group velocity of Lamb waves as a tool for the detection of delamination in GLARE aluminium plate-like structures. Composite Structures, Volume 66, Issues 1-4, Pages 77-86, 2004.

(3) DEMČENKO, A., ŽUKAUSKAS, MAŽEIKA, E., L., KAŽYS, R.; Measurement of the A0

mode phase velocity in GLARE3-3/2 composite with air-coupled ultrasonic techniques. Insight,Vol.47,No.3,March-2005.

(4) BOUQUET, PASCAL. Critical analysis of the long-term behaviour of polymer matrix

composites under a complex mechanical loading history, Tese de Ph. D., Vrije Universiteit Brussel-2003. .

(5)Manual Alcoa S/A.

(6) Manual Fibredux - Ciba-Geigy.

(7) PAVLAKOVIC B., LOWE M.; Disperse™ – A System for Generating Dispersion Curves. Version 2.0. Imperial College. NDT Lab. London, July, 2001.

Referências

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