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Secretaria de Estado da Saúde Coordenadoria de Controle de Doenças. Instituto Adolfo Lutz

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Coordenadoria de Controle de Doenças Instituto Adolfo Lutz

Curso de Especialização

Vigilância Laboratorial em Saúde Pública

Mariana Ferreira Sapateiro

VINTE ANOS DE LEISHMANIOSE VISCERAL NA REGIÃO DE

ARAÇATUBA: HISTÓRICO E DESAFIOS ATUAIS PARA O CONTROLE DA

DOENÇA

Araçatuba/SP 2020

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Trabalho de conclusão de curso de especialização apresentado ao Instituto Adolfo Lutz- Unidade do Centro de Formação de Recursos Humanos para o SUS/SP-Doutor Antônio Guilherme de Souza como requisito parcial para obtenção do titulo de Especialista em Vigilância Laboratorial em Saúde Pública

Orientadora: Profa. Dra. Tatiane Ferreira Petroni

VINTE ANOS DE LEISHMANIOSE VISCERAL NA REGIÃO DE ARAÇATUBA: HISTÓRICO E DESAFIOS ATUAIS PARA O

CONTROLE DA DOENÇA

Araçatuba/SP 2020

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FICHA CATALOGRÁFICA

Preparada pelo Centro de Documentação – Coordenadoria de Controle de Doenças/SES-SP

reprodução autorizada pelo autor, desde que citada a fonte

Sapateiro, Mariana

Vinte anos de Leishmaniose Visceral na Região de Araçatuba: Histórico e desafios atuais para o controle da doença/ Mariana Sapateiro – Araçatuba, 2020.

32 f. il

Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização-Vigilância Laboratorial em Saúde Pública)-Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, CEFOR/SUS-SP, Instituto Adolfo Lutz, São Paulo, 2020.

Área de concentração: Microbiologia e Imunossorologia em Vigilância Laboratorial em Saúde Pública

Orientação: Profa. Doutora. Tatiane Petroni

1 Leishmaniose Visceral, 2 Doenças Negligenciadas, 3 Saúde Pública

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AGRADECIMENTOS

A Deus por ter me concedido a oportunidade de estar realizando mais uma etapa importante na minha vida profissional.

Aos meus pais pela confiança e apoio incondicional em todos os momentos.

Às minhas amigas da especialização, Alessandra e Amábile, por todos os conselhos e experiências que compartilhamos durante todo esse tempo e que tornaram a nossa rotina mais leve e divertida.

À minha orientadora Tatiane Ferreira Petroni, pela dedicação e ensinamentos que me auxiliaram na elaboração deste trabalho.

E por fim, a todos os funcionários do Instituto Adolfo Lutz de Araçatuba, que foram muito prestativos e que colaboraram direta e indiretamente para a minha formação pessoal e profissional.

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Figura 1 – Forma amastigota da Leishmania sp. em lâmina corada por

Giemsa ...12

Figura 2 – Representação do ciclo biológico da Leishmania spp...13

Figura 3 – Avanço espacial-temporal da LV na região de

Araçatuba...16 Figura 4 – Primeiros anos de ocorrência de LV nos municípios das

regiões de Araçatuba, Bauru, Marília, Presidente Prudente e São José

do Rio Preto...17 Figura 5 – Municípios com casos humanos autóctones de LV no

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RESUMO

A leishmaniose visceral é uma das principais doenças negligenciadas do mundo, sendo um problema de saúde pública no Brasil, em especial na região da cidade de Araçatuba, onde a doença persiste de forma endêmica desde o primeiro relato da doença no ano de 1999. Considerando que no ano de 2019, completam-se 20 anos do primeiro relato e a doença na região é altamente endêmica tanto para casos caninos quanto humanos, o objetivo deste trabalho foi analisar a evolução da doença na região de Araçatuba ao longo destes anos, compreender o cenário atual bem como os desafios e dificuldades frentes às ações de vigilância e controle da doença. A revisão bibliográfica foi feita através dos bancos de dados PubMed, BVS – Biblioteca Virtual em Saúde, Scielo – Scientific Eletronic Library Online e Google Acadêmico. Atualmente o município é considerado região endêmica de transmissão intensa, com média de 4,4 casos durante três anos consecutivos. Durante o período de 2014 a 2019 foram registrados na região 23% dos casos notificados em todo o estado, sendo que só no munícipio de Araçatuba foram registrados 7% destes. Diversos estudos destacam a correlação entre a soroprevalência canina e a ocorrência da doença humana, destacando o papel do cão na epidemiologia da LV. Em relação ao diagnóstico laboratorial, apesar da diversidade de ensaios, ainda são notáveis problemas quanto à sensibilidade, especificidade, disponibilidade e custo desses métodos na rotina de muitos laboratórios de saúde pública. Quanto às medidas de controle cabe discutir a eficiência dessas ações voltadas principalmente ao controle vetorial e do reservatório canino, além de outros desafios enfrentados. Portanto, torna-se necessário o empenho de todos os agentes envolvidos e o aprimoramento dos serviços já existentes, além da adoção de novas medidas para controle da leishmaniose visceral canina e humana.

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Visceral leishmaniasis is one of the main neglected diseases in the world, being a public health problem in Brazil, especially in the region of the city of Araçatuba, where the disease persists endemic since the first report of the disease in 1999. Whereas in the year 2019, has completed 20 years since the first report of disease and the disease in the region is highly endemic for both canine and human cases, the objective of this study was to analyze the evolution of the disease in the region of Araçatuba for the last years, to understand the current scenario, as well as the advances and difficulties about surveillance and control actions of disease. The bibliographic review was done through the PubMed, BVS, Scielo and Google Scholar databases. Currently the city is considered an endemic region of intense transmission, with an average of 4.4 cases for three consecutive years. In the period from 2014 to 2019, 23% of the cases reported in the state of Sao Paulo were registered in the region and 7% were registered in the city of Araçatuba. Several studies have shown the correlation between canine seroprevalence and the occurrence of human disease and the role of dogs in VL epidemiology. In relation about laboratory diagnosis, even though the diversity of tests, still there are problems in relation to the sensitivity, specificity, availability and cost of these methods in the routine of many public health laboratories. In relation to about the control measures have been discussed the efficiency of these actions mainly on vector and canine reservoir control, besides other challenges. In this sense, it is essential the commitment of all agents involved and the improvement of existing services, besides the adoption of new measures to control canine and human visceral leishmaniasis.

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO...9 2 JUSTIFICATIVA...10 3 OBJETIVO...10 4 METODOLOGIA...11 5 REFERENCIAL TEÓRICO...11

5.1. Agente causal e vetor...11

5.2. Evolução da leishmaniose visceral no Estado de São Paulo e na região de Araçatuba (1999-2019)...15

5.3. Importância do cão na epidemiologia da LV...20

5.4. Diagnóstico laboratorial...20

5.5. Controle, prevenção e os desafios atuais...23

6 CONCLUSÃO...26

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1. INTRODUÇÃO

A Leishmaniose Visceral (LV) é uma das doenças tropicais negligenciadas mais perigosas e com ampla distribuição no cenário nacional e mundial, acometendo principalmente as populações mais carentes dos países menos desenvolvidos. Na região das Américas, a LV foi relatada em 12 países, estando o Brasil seguido por Argentina, Colômbia, Paraguai e Venezuela entre aqueles com maiores registros de casos. Conforme a Organização Pan-Americana da Saúde entre o período de 2001 a 2017 foram confirmados um total de 59.769 novos casos, sendo que somente em 2017 foram registrados no Brasil 4.114 casos, um aumento de 22,2% quando comparado com o ano anterior (OPAS/OMS, 2019).

Considerada como a forma mais grave do complexo de doenças denominada Leishmanioses, essa zoonose é causada pelo protozoário do gênero Leishmania quando inoculado na pele do hospedeiro pela picada das fêmeas de Lutzomyia longipalpis, principal espécie vetora, embora se discuta a consideração de novas espécies transmissoras associadas ao ciclo de vida do parasita (COELHO et al., 2017; GALVIS-OVALLOS et al., 2017; SILVA, 2017).

Os agentes etiológicos da LV pertencem ao gênero Leishmania, que se divide em duas linhagens filogenéticas: Euleishmania e Paraleishmania. A primeira compreende quatro subgêneros: Leishmania que inclui cepas do tipo L. donovani (syn. archibaldi), L. infantum (syn. chagasi); Viannia (L. braziliensis); Sauroleishmania (L. tarentolae); e complexo L. enrietti. Estão presentes em regiões subtropicais e tropicais, como os países na bacia do Mediterrâneo (Norte da África, Sul da Europa e região Central da Ásia), e nas Américas do Norte, Central e Sul, principalmente no Brasil, Venezuela, Bolívia e México. A seção Paraleishmania engloba as subespécies L. hertigi, L. deanei, L. herreri, L. equatorensis e L. colombiensis, bem como o antigo gênero Endotrypanum. Deste grupo, apenas L. colombiensis possui potencial patogênico para os seres humanos (AKHOUNDI, 2016).

Anteriormente conhecida como uma doença de características rurais possuindo como reservatórios naturais os animais silvestres, a LV a partir da década de 80 se expandiu também para as áreas urbanas, tornando-se endêmica e

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epidêmica em grandes cidades brasileiras. Isso ocorreu em grande parte pela adaptação das espécies ao “novo ambiente”, estimulado por fatores externos, como a ruralização dos novos centros, processo de urbanização desordenado, migração, formação de loteamentos urbanos não planejados, acesso precário a saneamento básico, destruição do habitat natural desses animais, entre outros possíveis motivos (TAUIL, 2006; BRAZIL, 2013).

Na área urbana o Cão é considerado o reservatório mais importante na transmissão da doença, acarretando a infecção pelo parasita na leishmaniose visceral canina (LVC). É considerada mais importante que a doença humana, devido a sua maior prevalência, por ser endêmica em mais de 70 países, e acometer mais de 2 milhões de cães (KASZAK ET AL., 2015). Diversos estudos destacam a relação estreita entre a doença humana e a infecção canina, destacando o papel do cão na epidemiologia da LV (TEIXEIRA-NETO et al., 2014; TELES et al., 2015; CAMPOS et al., 2017).

No Estado de São Paulo, o município de Araçatuba foi o primeiro a confirmar casos autóctones da leishmaniose visceral humana (LVH) em 1999, um ano após a ocorrência de casos caninos (CAMARGO-NEVES; KATZ, 1999) e teve determinada influência na disseminação da doença no Estado. De tal forma que, não só a cidade, mas a região tornaram-se áreas endêmicas para a doença, acometendo diversas pessoas e resultando em um problema de saúde pública durante todos esses anos.

2. JUSTIFICATIVA

Considerando que a leishmaniose visceral é um dos principais agravos da atualidade no município e na região de Araçatuba, este estudo torna-se importante para compreendermos o cenário atual e os avanços e desafios encontrados durante esse período de 20 anos desde o relato do primeiro caso no Estado de São Paulo.

3. OBJETIVO

O objetivo do presente estudo foi analisar a evolução da leishmaniose visceral na região de Araçatuba ao longo dos últimos 20 anos e apresentar as dificuldades frente às ações públicas de vigilância e controle.

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4. METODOLOGIA

Foi realizado um estudo de revisão bibliográfica utilizando como fontes artigos publicados nas bases de dados PubMed, BVs- Biblioteca Virtual em Saúde e SciElo – Scientific Eletronic Library Online. Os artigos publicados foram selecionados por meio dos descritores “leishmaniose visceral humana”, “leishmaniose na região de Araçatuba” e “saúde pública”, entre o período de 1995 a 2019. Os dados epidemiológicos foram coletados da Organização Pan-Americana da Saúde/ Pan American Health Organization/OMS (https://www.paho.org), de sites do Ministério da Saúde, Instituto Brasileiro de Geografia (https://www.ibge.gov.br/) e Centro de Vigilância Epidemiológica “Prof. Alexandre Vranjac”.

5. REFERENCIAL TEÓRICO

5.1. Agente causal e vetor

As leishmanioses são causadas pelos protozoários da família Trypanosomatidae, do gênero Leishmania. As espécies do gênero são parasitas intracelulares de macrófagos, célula componente do sistema fagocítico mononuclear, nos seres humanos, cão e em uma ampla variedade de animais silvestres. Apesar de existir diferentes subgêneros de Leishmania, nas Américas a L. infantum (syn. chagasi) é a mais envolvida na transmissão de LV (BRASIL, 2016).

O parasita se apresenta em duas formas evolutivas, a forma amastigota (Figura 1) possui o comprimento de 2,5 a 5,0µm e largura de 1,5 a 2,0 µm, é oval e permanece no interior dos macrófagos, por onde se disseminam e multiplicam em número variável. A forma promastigota é encontrada no intestino do vetor e caracteriza-se pela morfologia alongada, com único núcleo, um flagelo anterior e cinetoplasto

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Figura 1 – Forma amastigota da Leishmania sp. em lâmina corada por Giemsa

Fonte: CDC, 2019. Disponível em: https://www.cdc.gov/dpdx/leishmaniasis/index.html. Acesso em 13 dez 2019.

A infecção ocorre quando o parasito Leishmania spp. ao entrar na corrente sanguínea, na forma promastigota, infectante, é fagocitado pelo macrófago, onde se transforma em amastigota e sofre divisão binária, com lise celular e consequente liberação na corrente sanguínea e infecção de outros tecidos ricos em células do sistema mononuclear fagocitário, como linfonodo, fígado, baço e medula óssea. A fêmea do flebotomíneo (vetor) ao picar o mamífero infectado durante o repasto sanguíneo ingere o parasito na forma amastigota, que no seu estômago retorna a forma promastigota. Esta forma se multiplica e migra para a região da probóscide deste inseto, que ao picar um novo hospedeiro transmite a forma promastigota metacíclica, iniciando um novo ciclo de infecção, conforme mostrado na Figura 2 (Centers for Disease Control and Prevention [CDC], 2017).

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Figura 2 – Representação do ciclo biológico da Leishmania sp.

Fonte: BLANCO; NASCIMENTO-JÚNIOR, 2017.

Os vetores da LV são dípteros da família Psychodidae, subfamília Phlebotominae e do gênero Phlebotomus no Velho Mundo (Europa, África e Ásia), e do gênero Lutzomyia, as espécies do Novo Mundo (Américas).Sua distribuição está mais relacionada às regiões com temperaturas mais altas, como os trópicos e de climas temperados. Apresenta grande importância para a transmissão das leishmanioses em várias regiões do mundo, especialmente nas Américas Central e Sul, incluindo o Brasil e os países vizinhos (ALVAR et al., 2012; GOULD et al., 2013).

Estes insetos são conhecidos por suas principais características, como tamanho diminuto (1 a 3 mm), corpo revestido por pelos e escamas, coloração acastanhada, pousam com as asas entreabertas e voam em pequenos saltos. Na fase adulta estão adaptados a diversos ambientes, porém na fase larvária desenvolvem-se preferencialmente em ambientes terrestres úmidos, escuros e ricos em matéria orgânica, diferentemente de alguns dípteros que necessitam de água (BRASIL, 2014).

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Atualmente existem pouco mais de 1000 espécies descritas de flebotomíneos no mundo e cerca de 530 espécies são encontradas na região Neotropical (BRAZIL; RODRIGUES; ANDRADE, 2015). Entres essas, cerca de 60 espécies são consideradas vetores comprovados dos diferentes patógenos das leishmanioses nas regiões sul e central da América. A capacidade vetorial da espécie não está relacionada apenas ao comportamento antropofílico, mas também à atração por reservatórios, infecção natural por parasitas, ecologia da espécie (abundância e sobrevivência), hábito alimentar (hematofagia exercida pelas fêmeas), além da influência dos fatores climáticos como a temperatura, pluviosidade e umidade (PURSE et al., 2017).

No Brasil até o momento, duas espécies de vetores estão mais relacionadas com a transmissão da LV, a primeira Lutzomyia longipalpis é considerada a principal espécie transmissora, enquanto a segunda Lutzomyia cruzi é restrita a alguns estados, como o Estado do Mato Grosso do Sul (DE OLIVEIRA et al., 2017). Outro possível vetor que está sendo considerado é a Pintomyia fischeri com atenção especial no Estado de São Paulo (GALVIS-OVALLOS et al., 2017).

Em relação a Lu. longipalpis, a sua distribuição geográfica é ampla e em caráter expansivo, sendo encontrada em todas as cincos regiões brasileiras: nordeste, norte, sudeste, centro-oeste e por último no sul com constatação de casos autóctones de LV canina e humana (BIANCHI et al., 2016). É conhecido popularmente também pelos nomes de mosquito-birigui ou palha, tatuquira, entre outros, de acordo com cada região.

Outro detalhe importante da espécie é que apresenta caráter oportunista e um alto grau de adaptação em ambientes modificados, diferentemente de outros vetores, sendo encontrada em áreas urbanas tanto no intradomicílio quanto no peridomícilio, especialmente em áreas desmatadas e comumente associadas aos abrigos de animais domésticos (LAINSON; RANGEL, 2005; RANGEL et al., 2018).

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5.2. Evolução da leishmaniose visceral no estado de São Paulo e na região de Araçatuba (1999-2019)

Acredita-se que a presença do principal vetor da LV, Lu. longipalpis, no Estado de São Paulo foi registrada pela primeira vez em 1970 em Salto de Pirapora, em região restritamente rural, formada pela extensão da Serra da Mantiqueira, localizado na região leste do Estado (GOMES et al., 1995). Sua primeira detecção em área urbana ocorreu especialmente no município de Araçatuba em 1997, situado na região Oeste do Estado, onde foram encontrados 23 espécimes em duas residências distintas da cidade (COSTA, 1997). Anteriormente a esse período os casos de Leishmaniose Visceral Canina (LVC) e Humana (LVH) registrados no Estado eram considerados “importados” de outros estados brasileiros, como os da região Norte, Nordeste e Centro Oeste, que influenciavam de maneira significativa as estatísticas da LV no Brasil (BRASIL, 2016).

Em sequência seguiram-se as primeiras notificações de casos autóctones de Leishmaniose Visceral Canina até então desconhecidos na região. A presença do parasita Leishmania sp. em exames parasitológicos de cães com suspeita clínica foi detectada em 1998, sendo posteriormente por meio de investigações epidemiológicas identificado como Leishmania infantum (syn. chagasi). Aliado a esse fato, em 1999, Araçatuba e Birigui foram os primeiros municípios do Estado de São Paulo a relatar os primeiros casos autóctones de LV em humanos. (VIEIRA et al., 2014).

Posteriormente, a LV se espalhou para outros municípios adjacentes à Araçatuba, conforme apontado cronologicamente na Figura 3. E simultaneamente, para aqueles que possuíam um fluxo migratório com os municípios da região, principalmente aqueles localizados a oeste do estado. Pontualmente outras regiões administrativas passaram a relatar as ocorrências dos primeiros casos, tais como Bauru, com a detecção de casos em Promissão, em 2002; Marília, com casos em Guarantã, em 2003; região de Presidente Prudente, com casos em Dracena e Ouro Verde, em 2005 e por fim, a região de São José do Rio Preto, sendo a última afetada, com a detecção de casos em Jales em 2007 (CARDIM et al., 2013).

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Figura 3 – Avanço espacial-temporal da LV na região de Araçatuba

Fonte: HIRAMOTO et al., 2019

A expansão da LV no Estado de São Paulo apresentou um eixo principal de disseminação da doença, na direção noroeste para sudeste e no sentido da região de Bauru. Cardim et al (2016), por exemplo, sugere que esse avanço foi influenciado pelo curso da rodovia Marechal Rondon e de outras rodovias radiais paralelas a ela, conforme ilustrado na Figura 4. Observou-se também um eixo secundário a partir do eixo principal, no sentido sul, para as regiões de Presidente Prudente e Marília, e no sentido norte, para a região de São José do Rio Preto.

A destruição das matas nativas e a alteração dos habitats naturais dos vetores, bem como a imigração de populações humanas e caninas de áreas endêmicas favoreceram a introdução do parasita e a resistência destes insetos às condições adversas em novos ambientes. Obras de construção civil também devem ser consideradas no quadro epidemiológico, Antonialli et al (2007) em seus estudos sugerem que três grandes feitos interferiram no alastramento da LV no Mato Grosso do Sul (MS) para as cidades paulistas próximas: a ferrovia Novoeste, a rodovia Vitória-Corumbá e a construção do Gasoduto Bolívia-Brasil iniciada em 1997, a qual mobilizou diversos trabalhadores oriundos de várias regiões brasileiras, aumentando

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o fluxo migratório (de pessoas, serviços e mercadorias) entre as regiões endêmicas e não endêmicas.

Figura 4 – Primeiros anos de ocorrência de LV nos municípios das regiões de Araçatuba, Bauru, Marília, Presidente Prudente e São José do Rio Preto

Fonte: CARDIM et al., 2016

Nos períodos seguintes no Estado de São Paulo observou-se uma redução no número de casos da doença, diferentemente dos anos anteriores (1999 a 2013). No triênio referente aos anos 2011 a 2013, em uma análise realizada por GVEs (Grupo de Vigilância Epidemiológica) evidenciou-se três regionais de maior risco para óbitos por LV. Os grupos de Araçatuba (14,07), Jales (22,59) e São José do Rio Preto (22,96) apresentaram os maiores valores (RANGEL et al., 2015).

Ainda de acordo com Bermudi et al (2018) na cidade de Araçatuba foram registrados 315 casos autóctones confirmados de LVH e 30 casos que evoluíram a óbito entre 1999 e 2015. Neste mesmo estudo foi verificado que as taxas de incidência indicaram um padrão de ocorrência variável: o primeiro período correspondente a 1999-2009 mostrou um padrão cíclico, ou seja, observou-se que o primeiro pico de incidência ocorreu em 2002 com 30,1 casos por 100.000 habitantes/ano, a maior taxa registrada em todas as séries temporais. Esse aumento foi seguido por uma redução até 2005 e 2006, com registro de 32 novos casos. Nos

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dois anos seguintes (2007-2008) a incidência da doença tornou-se mais intensa com 67 novos casos, e em 2009 houve novamente um intervalo de queda, com apenas 10 casos relatados. Durante todos esses anos a doença se espalhou pela área urbana da cidade, especialmente em áreas mais periféricas das regiões sudeste e sudoeste.

O segundo período referente a 2010-2015, contraditoriamente, apresentou menores taxas desde 1999, com incidência estável (2 casos por 100.000 habitantes/ano), além de um padrão de distribuição aleatório dos casos confirmados. Essa mudança poderia ser uma consequência da adoção de algumas medidas de controle (BERMUDI et al., 2018).

Em relação ao Estado de São Paulo, embora nos últimos anos esteja ocorrendo uma redução no número de casos de LV, observa-se uma maior expansão territorial, com municípios afetados fora da região centro-oeste (Figura 5). Desde 1999 até o ano de 2017 foram notificados 7.328 casos, sendo que 38,9% foram confirmados como autóctones e 246 foram a óbito, resultando em uma letalidade de 8,6%. Neste mesmo período 98 municípios foram marcados pela transmissão autóctone, sendo que na região de Araçatuba, dos 40 municípios que formam o Grupo de Vigilância Epidemiológica, 30 (75%) apresentaram pelo menos um caso de LV humana (HIRAMOTO et al., 2019).

Figura 5 – Municípios com casos humanos autóctones de LV no Estado de São Paulo, 1999 a 2017

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A região de Araçatuba integra um dos 28 Grupos de Vigilância Epidemiológica distribuídos pelo Estado com a finalidade de organizarem as ações de vigilância epidemiológica a nível regional. O XI-GVE de Araçatuba é composto por 40 municípios, localizados na região noroeste do estado, com divisa a Mato do Grosso do Sul (MS) e com cerca de 670.000 habitantes (SÃO PAULO, 2019).

O município sede, Araçatuba, possui uma população estimada em 197.016 habitantes, com uma área de 1.167,126 km2, que apresenta 98% de domicílios com saneamento básico, 98,6% dos domicílios em área urbana arborizada e apenas 15% desses estão situados em áreas com urbanização adequada, com presença de bueiro, meio fio, calçada e pavimentação. (IBGE, 2019).

Segundo a classificação epidemiológica recomendada pelo Ministério da Saúde e estabelecida pelo Programa de Vigilância e Controle de Leishmaniose Visceral (PVCLV), atualmente o município é considerado região endêmica de transmissão intensa, pois apresenta transmissão contínua de LV humana pelo menos há três anos e com média a partir de 4,4 casos. Municípios endêmicos com transmissão moderada, com média maior ou igual a 2,4 e menor que 4,4 casos, e intensa são tratados como “prioritários” pelo PVCLC e demonstram certa urgência nas ações de Vigilância Epidemiológica. Na Região de Araçatuba, além da cidade-sede, mais dois municípios também merecem uma atenção especial, são eles: Andradina e Penápolis, ambos de transmissão moderada (HIRAMOTO et al., 2019).

A respeito de um panorama mais atualizado em 2018, a região de Araçatuba possuía: 7 municípios com transmissão apenas canina; 30 com transmissão canina e humana e 1 como silencioso receptível vulnerável, com presença do vetor, porém sem a notificação de casos humanos/caninos autóctones (Nova Luzitânia) (De OLIVEIRA, 2019).

Quanto aos números, de 2014 até novembro de 2019, em São Paulo, foram notificados 692 casos em humanos e 63 óbitos, sendo que na região de Araçatuba (GVE) foram registrados 161 casos (23%) e 20 óbitos (32%) e no próprio município 46 casos (7%) e cinco óbitos (8%) da doença, sendo que três ocorreram somente no ano de 2019 (SÃO PAULO, 2019c).

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5.3. Importância do cão na epidemiologia da LV

Na área urbana o cão é o principal reservatório e fonte de infecção. A LVC por ser uma doença sistêmica grave, de forma silenciosa e com evolução lenta, manifesta-se de diferentes formas dependendo da resposta imune de cada animal. Assim os cães infectados podem apresentar um espectro dentro do quadro clínico que varia do aparente estado sadio (cães assintomáticos) a um severo estágio final, apresentando sinais mais comuns como apatia, emagrecimento, alopecia, febre irregular, descamação fina e úlceras nas orelhas e extremidades, entre outras manifestações clínicas cutâneas ou viscerais (BRASIL, 2016).

Frequentemente mais da metade dos cães com a infecção por Leishmania spp. são portadores assintomáticos, porém podem transmitir a doença e, portanto, ajudar a manter a infecção e o parasita em uma área endêmica ou até mesmo resultar em novos focos em áreas não endêmicas, visto que o período de incubação no animal varia de 3 meses a vários anos, enquanto que no homem esse intervalo dura de 10 dias a alguns meses (GATTI; MATSUMOTO; SIMOM, 2018). Esta importância está relacionada ao fato dos casos humanos serem normalmente precedidos por casos caninos, assim como, por esses animais apresentarem uma maior quantidade de parasitas na pele do que o homem ampliando a possibilidade de novas infecções por novos vetores (SCHIMMING; SILVA, 2012).

Alguns estudos epidemiológicos mostram essa correlação entre soroprevalência canina e ocorrência de LV humana (CAMARGO-NEVES, 2003; FIGUEIREDO, 2019). Costa et al (2018) constatou que ao longo do período analisado na cidade de Araçatuba, as taxas de incidência da doença em humanos mostraram um comportamento semelhante ao das taxas referentes a soroprevalência em cães, período de declínio entre 2007 e 2009 e de estabilidade de 2010 a 2015 em torno de 6,8%, demonstrando também uma dependência espacial entre os casos abordados.

5.4. Diagnóstico laboratorial

Vários métodos podem ser aplicados ao diagnóstico das leishmanioses, sendo fundamental associar as informações clínicas e epidemiológicas aos resultados laboratoriais. No homem, os sintomas mais comumente relatados são

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fraqueza, emagrecimento, palidez, hepatomegalia, edema, icterícia, aparecimento de fenômenos hemorrágicos e quadro infeccioso, entre outros (ALVES; FONSECA, 2018). A inespecificidade dos sintomas, iniciais, semelhantes a outras doenças, pode dificultar o diagnóstico, e agravar alguns casos, tornando necessário a precisão e a eficiência na avaliação laboratorial.

Até a década de 30, o diagnóstico era realizado somente por meio dos exames parasitológicos, que se baseia na observação de formas amastigotas do parasita em material biológico obtido através de aspirado de medula óssea, punção ou biópsia de órgão do sistema fagocítico mononuclear (baço, fígado e linfonodo) e raspado de pele. O material obtido é utilizado para a confecção de esfregaço ou impressão de lâminas, histologia, isolamento em meios de cultura (in vitro) ou inoculação em animais de laboratórios (in vivo) (SOUZA et al., 2013).

Apesar de ainda ser considerado o diagnóstico definitivo e de 100% de especificidade, este método apresenta algumas limitações, tanto pela sensibilidade variar de acordo com o tipo de amostra e a intensidade do parasitismo, o fator da sensibilidade maior ser alcançada quando se utiliza aspirado de baço (76 a 98%), como por dificuldades técnicas e operacionais que possam interferir na obtenção do material a ser analisado.

Testes sorológicos também foram desenvolvidos para fins diagnósticos, tais como: Reação de Fixação de Complemento, Imunofluorescência Indireta (RIFI), Teste de Aglutinação Direta (DAT), Fast Agglutination Screening Test (FAST), Elisa, bem como técnicas de biologia molecular (Reação em Cadeia Polimerase- PCR). Apesar da diversidade de ensaios, problemas quanto à sensibilidade, especificidade, disponibilidade e custo desses métodos na prática clínica e na rotina dos Laboratórios Centrais de Saúde Pública persistem.

A busca por anticorpos específicos tem um grande valor no diagnóstico da LV em imunocompetentes, já que é caracterizada pela intensa indução de resposta imune humoral, diferentemente do que ocorre em outras doenças, como exemplo, na leishmaniose tegumentar, em que há predomínio da resposta celular e escassa resposta humoral. De tal forma que facilita o diagnóstico através de testes sorológicos e imunológicos, evitando a aplicação de métodos invasivos (BRASIL, 2015).

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Atualmente, no Estado de São Paulo as técnicas disponibilizadas nos laboratórios públicos e no Sistema Único de Saúdepara pesquisa de anticorpos anti-leishmania em humanos são: o teste imunocromatográfico (teste rápido) e a Reação de Imunofluorescência Indireta.

Para tal, o Ministério da Saúde preconiza o uso do Teste Rápido On SiteTM Leishmania, produzido pela empresa Bio Advance Diagnóstico – que entrou em vigor a partir de 2018, em substituição ao Teste IT LEISH (laboratório BioRAD). Este teste, o qual dispõe de proteínas recombinantes rk39, é capaz de diferenciar simultaneamente imunoglobinas IgG e IgM em amostras de soro, plasma ou sangue total (FREIRE, 2018).

Diferentes ensaios foram realizados pela Fundação Ezequiel Dias (FUNED) com a finalidade de avaliar a eficiência do produto. Os resultados obtidos revelaram sensibilidade de 90,9% e especificidade de 100%, valores acima dos exigidos pelas normas técnicas. Análises realizadas pelo Instituto René Rachou da Fundação Oswaldo Cruz em Minas Gerais (Fiocruz-MG), entretanto, apresentaram valores menores, apontando uma sensibilidade e especificidade de 91,2% e 94,5% respectivamente (FREIRE, 2018).

A Reação de Imunofluorescência Indireta (RIFI), por sua vez, utiliza como antígenos patógenos íntegros fixados em lâmina. Apresenta sensibilidade alta na detecção de casos suspeitos. Apesar disso, uma das principais limitações da técnica é a ocorrência de reações cruzadas com forma aguda da doença de Chagas, malária, esquistossomose hepatoesplênica, entre outras, afetando assim principalmente a especificidade das reações. Além da subjetividade de leitura e necessidade de microscópio de imunofluorescência (BRASIL, 2016).

Apesar de não ser disponibilizado na rede pública, o teste de ELISA adotado em algumas redes particulares, é considerado como um teste rápido, de fácil execução e leitura. Possui uma sensibilidade maior, porém é menos específico que a RIFI. Permite uma detecção de baixos títulos de anticorpos, embora seja pouco preciso na detecção de casos subclínicos ou assintomáticos (BRASIL, 2017).

Além disso, é importante ressaltar que os testes sorológicos atuais apresentam grandes limitações, pois a maioria dos casos de pacientes tratados

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mantém-se reativos a estas técnicas por um longo período de tempo, o que reforça a importância da associação de dados laboratoriais e clínicos sugestivos da doença. Além de apresentar baixa sensibilidade na vigilância de pacientes soropositivos em casos de coinfecção de Leishmania-HIV (BRASIL, 2015; BRASIL, 2017).

Nos cães, o diagnóstico segue a mesma lógica do que é feito para os humanos. A diferença é que nesses animais os exames também são realizados em cães assintomáticos, o que implica em certa dificuldade visto que os testes sorológicos possuem um desempenho reduzido nesse grupo. O diagnóstico laboratorial utilizado na Saúde Pública é de caráter sorológico e implica no uso de dois testes em série. O primeiro é o teste rápido imunocromatográfico Dual Path Platform (DDP) como método de triagem, o qual emprega a proteína k39 (rk39) como antígeno específico de L. chagasi. Este teste não exige grande infraestrutura laboratorial, de forma que são distribuídos aos próprios municípios pertencentes às regionais de Saúde do Estado de São Paulo. Para as amostras reagentes que são encaminhadas aos Laboratórios de Saúde Pública Estadual, como teste confirmatório, é recomendado o Ensaio Imunoenzimático (Enzyme-Linked Immunosorbent Assay – ELISA) com antígenos solúveis e purificados Leishmania major-like, ambos produzidos pelo laboratório público Bio-Manguinhos/Fiocruz (Rio de Janeiro) (GATTI; MATSUMOTO; SIMOM, 2018).

5.5. Controle, prevenção e os desafios atuais

As medidas de controle e prevenção preconizadas pelo Ministério da Saúde são estruturadas no Programa Nacional de Vigilância e Controle da Leishmaniose Visceral (PNVCLV) que possui como objetivo a redução das taxas de letalidade e do grau de morbidade. Por esse motivo, suas ações são centradas no diagnóstico e tratamento precoce dos casos humanos, redução da população de flebotomíneos, controle do reservatório canino e atividades de educação em saúde (BRASIL, 2016).

Em Araçatuba, foi implantado em 1999 como consequência dos primeiros casos humanos confirmados e como sendo considerado um município de transmissão intensa, assim como alguns municípios de sua região com transmissão moderada, ocorre a realização do monitoramento entomológico e o controle químico vetorial por pelo menos duas vezes ao ano através da aplicação de inseticidas de

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ação residual, além da realização do inquérito censitário canino anual no local de transmissão e eutanásia dos cães soropositivos (BRASIL, 2016).

A eutanásia é uma estratégia adotada em áreas endêmicas que ainda é discutível, pois envolvem questões éticas, de direitos dos animais, operacionais e de grande custo. Sua prática é legalizada pela Resolução nº 1000, de 11 de maio de 2012, do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), porém há muita resistência pela comunidade e principalmente por parte dos proprietários do animal. Existem dúvidas também quanto à acurácia dos diagnósticos sorológicos realizados que dão o aval a prática da eutanásia, visto que podem gerar resultados falsos positivos assim como falsos negativos. Coura-vital (2018) explica que nos estágios iniciais da doença, há um período denominado de janela imunológica em que o título de anticorpo secretado pelos linfócitos B é muito baixo, o que acarreta em uma menor sensibilidade e maiores taxas de falso-negativos nesses testes, considerando que essa soroconversão pode ocorrer entre 4 a 22 meses após infecção natural (COURA-VITAL, 2018). Outras desvantagens do processo são em relação à demora entre a realização do exame e execução do mesmo e o aumento da rotatividade da população canina. De acordo com Nunes et al (2008), em um estudo realizado entre o período de 2002 a 2004 em Araçatuba, 60,9% da população canina foi eutanasiada (578 cães) sendo que destes 26,7% (154 cães) foram diagnosticados com LV. Após um período de quatro meses esses animais foram “substituídos” pelos seus donos e notou-se que dos 116 casos que foram acompanhados após a substituição, 32 domicílios tiveram seus novos cães diagnosticados novamente. Pode ser observado com isto que, a eutanásia favorece a reposição em ambientes propícios de infecção e a substituição por animais mais jovens e consequentemente mais suscetíveis a LV e outras doenças infecciosas. Silva et al (2012) alega que residências com histórico de recolhimento pelo programa de controle de LV apresentam chance 5 vezes maiores de terem cães infectados em comparação a residências sem histórico. O fracasso da eutanásia canina no controle a LVH também pode estar relacionado à baixa cobertura de triagem, onde muitos cães potencialmente infectados são subestimados pelos profissionais de saúde pública (SOUSA-PAULA, 2019).

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Nos últimos 20 anos evidências científicas confirmam a ineficiência dessa estratégia, no 13º Simpósio do Fórum Mundial sobre Doenças Transmitidas por Vetores em Windsor (Reino Unido), de acordo com Dantas-Torres et al (2019), discutiu-se sobre a futilidade de selecionar cães infectados, saudáveis ou doentes, como medida para controlar o reservatório doméstico de L. infantum, as limitações quanto aos diagnósticos sorológicos usados, o papel de hospedeiros alternativos na manutenção do ciclo de vida do parasita, além das dificuldades do ponto de vista socioeconômico.

Apesar das controvérsias, existem estudos que sugerem a eutanásia associada a outras estratégias como uma medida eficaz no controle da doença. Como exemplo, a pesquisa de Nunes et al (2010) que ao considerar um intervalo de dois anos para o aparecimento de casos humanos, constatou no município de Araçatuba, uma correlação entre a diminuição da incidência de casos humanos e as atividades de controle do reservatório canino, implicando na redução de fontes de infecção de vetores. Costa et al (2018) sugere também que na cidade durante o período 2007 a 2015 apesar da baixa cobertura das medidas de controle, a eutanásia auxiliou no controle de transmissão da doença.

Outra medida tomada é o controle vetorial por meio do controle químico. O uso de inseticidas piretróides é uma estratégia adotada contra infecções transmitidas por vetores, entretanto as dificuldades estão relacionadas ao baixo impacto na redução da incidência de LV, a presença do vetor após a realização da medida e problemas operacionais envolvendo a aplicação e a falta de recursos materiais e humanos (ZUBEN; DONALÍSIO, 2016). Em um estudo recente desenvolvido em duas regiões endêmicas de Minas Gerais, avaliou-se que a medida de manejo ambiental é mais eficaz que a prática da pulverização química, sendo possível inferir que a modificação do ambiente, através da remoção de matéria orgânica, poda árvores nos quintais, limpeza dos abrigos dos animais domésticos, dentre outras ações que eliminem as condições propícias para o desenvolvimento à fase larval, permitem um controle maior do vetor (LARA-SILVA, 2017).

Como alternativa as medidas já empregadas, estudos recentes discutem sobre a eficiência do uso de coleiras impregnadas com deltametrina (DMC) a 4% em cães, disponibilizadas em algumas cidades do estado de São Paulo, pelos gestores

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públicos, com a finalidade de reduzir tanto a incidência de LV canina quanto a taxa de flebotomíneos infectados, em efeito a curto e longo prazo (KAZIMOTO ETA al, 2018; SILVA et al., 2018). Nos países ao Sul da Ásia, outra opção utilizada pelo governo local foi o uso de mosqueteiros impregnados com inseticidas, podendo ser observado que aldeias que eram protegidas com o aparato apresentaram menor taxa de ocorrência de LV (RIJAL et al., 2019).

O tratamento de cães sororreagentes e vacinações contra LV são atualmente aceitas pelo Ministério da Saúde, embora ainda não sejam medidas executadas em nível de saúde pública. Em alguns países do Norte da África, do Oriente Médio, vacinas, quimioterapia e terapia imunológica são disponíveis para reduzir o risco de aparecimento de sinais clínicos, a progressão da doença e a infecciosidade dos cães tratados (DANTAS-TORRES, 2019). Estudos realizados por Nogueira et al (2019) abordam a efetividade dessas ações em um estudo aplicado demonstrou o potencial da miltefosina (Milteforan® Virbac) como um tratamento alternativo para animais infectados em regiões onde este medicamento não é utilizado em humanos, e pode ser observado que a administração resultou em melhora clínica e na redução significativa da carga parasitária.

Além das questões “técnicas”, o PNVCLV encontra diversos desafios relacionados à recusa da população frente às ações tomadas, pouco envolvimento dos gestores municipais em priorizar ações de combate a LV, descontinuidade das atividades de controle, por falta de recursos, mão de obra, infraestrutura local para o desenvolvimento de tais ações, especialmente durante epidemias de dengue, visto que os recursos muitas vezes são os mesmos utilizados no controle de outros agravos persistentes no mesmo município (ZUBEN; DONALÍSIO, 2016). Outro problema também perceptível são as falhas nas atividades de educação em saúde, a inexperiência dos profissionais de saúde no diálogo com a população, e a ausência de engajamento da comunidade. Conforme reflexão de Luz (2016) “é muito difícil que haja participação da população na resolução de problemas coletivos se de fato esta não foi incluída nos processos como protagonista”.

6. CONCLUSÃO

Diante do exposto, a leishmaniose visceral ainda continua sendo um problema de saúde pública local e regional, necessitando de iniciativas dos gestores públicos em

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monitorar e aplicar as medidas estabelecidas pelo PVCLV, assim como uma reflexão profunda, em estudos e pesquisas, para aprimorar os serviços já existentes e permitir a adoção de ferramentas novas que contribuam no controle da LV de acordo com a realidade da região e do município.

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