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APROXIMANDO O SABER-FAZER DO ACADÊMICO DE ENFERMAGEM E O CUIDADO AO IDOSO INSTITUCIONALIZADO:

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APROXIMANDO O SABER-FAZER DO ACADÊMICO DE ENFERMAGEM E O CUIDADO AO IDOSO INSTITUCIONALIZADO: uma ação de extensão* RODRIGUES, Suzanny Inácio1; PAULA, Núbia Inocêncio de2; VERA, Ivania3;

LUCCHESE, Roselma4.

Palavras-chave: Enfermagem, Instituição de longa permanência para idosos, Saúde do idoso.

Introdução O envelhecimento populacional não ocorre equitativamente entre indivíduos sendo influenciado por gênero, etnia, racismo, condições sociais e econômicas, região geográfica e localização da moradia (BRASIL, 2007). Nesse sentido, espera-se que em 2025, o país ocupe o sexto lugar entre os países com maior quantitativo de idosos (BRUM; TOCANTINS; SILVA, 2005), confirmando os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010) que revela que 10,79% da população geral do Brasil são idosos. Destes, o município de Catalão, Goiás, possuía no ano da coleta 9,56%, um aumento de 21,6% em dez anos, caracterizando que, tanto o país, quanto o município em questão estão envelhecendo (IBGE, 2010). À medida que a pessoa envelhece, progressivamente tende a se sentir fragilizada e desamparada. Desta maneira, muitas vezes os idosos são vistos como improdutivos e nem sempre são acolhidos pela família, sendo obrigados a morar em asilos ou albergues (REIS; TORRES, 2008). No que se refere aos cuidadores familiares à tendência haja uma limitação diante de mudanças como redução do seu tamanho e a participação maior das mulheres no mercado de trabalho (CAMARANO, 2010). Entre as condições sociais de atendimento e cuidado à comunidade, destacam-se as Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs). Estas oferecem cuidado integral ao idoso e, sua, busca ou inserção ocorre por fatos associados a dependência e cuidados com a saúde, conflitos e exclusão familiar, além da segurança, praticidade e criação de novos vínculos interpessoais que as instituições podem oferecer, caracterizando como aspectos positivos (BESSA; SILVA, 2008). A insuficiência financeira e a falta de moradia justificam 65,2% das instituições serem filantrópicas. Sabe-se que cerca de 71% dos municípios brasileiros não contam com nenhuma ILPI, seja pública ou privada, revelando uma enorme carência diante da elevada demanda que o nosso país vem 1Resumo revisado por: Ivania Vera. Capacitação a cuidadores de idosos. SIEC- 53205.

Acadêmica de Enfermagem pela Universidade Federal de Goiás. suzannyinacio_bal@hotmail.com

2 Acadêmica do curso de Enfermagem/ Campus Catalão da Universidade Federal de Goiás. nubiadpaula@gmail.com

3 Professora Assistente da UFG/ CAC. Mestre em Ciências Nefrológicas. Doutoranda do Programa de Pós- Graduação da FEN/UFG. ivaniavera@hotmail.com 4 Professora Adjunta da UFG. Doutora em Enfermagem pela EEUSP. roselmalucchese@hotmail.com

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apresentando (CAMARANO, 2010). No que se referem aos aspectos legais de funcionamento, as ILPIs são fiscalizadas pela Resolução da Diretoria Colegiada (RDC 283/2005) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) que tem como objetivo assegurar os direitos da pessoa idosa, prevenir e reduzir os riscos à saúde de seus moradores, qualificar os serviços oferecidos e definir critérios mínimos para o funcionamento das mesmas (BRASIL, 2005). Nas instituições, o cuidado em geral é realizado por profissionais não qualificados, com pouca ou nenhuma formação em gerontologia. Cuidado caracterizado principalmente pela manutenção de comportamentos subordinados pela dependência, competência e cuidado (PAVARINI; NERI, 2007). A assistência contínua e diária prestadas aos indivíduos institucionalizados exige demanda e cuidados, muitos deles relacionados à dependência funcional (KAWASAKI; DIOGO, 2001). Nesse contexto encontra-se a enfermagem gerontológica, uma especialidade que enfatiza o cuidado da pessoa idosa, envolvendo promoção de saúde, desempenhando papel relevante e ajudando indivíduos a permanecerem bem, a enfrentar e curar doenças (ELIOPOULOS, 2010). A gerontologia se baseia na compreensão integral do ser de forma individualizada, analisando parâmetros físicos, emocionais e sociais e identificando suas limitações (CAMACHO, 2002). Faz-se necessário que sejam desenvolvidas ações que orientem os idosos e as pessoas em processo de envelhecimento quanto à necessidade de melhorar habilidades funcionais adotando precocemente hábitos saudáveis de vida e eliminando comportamentos nocivos à saúde (GORDILHO et al., 2001). Assim, é necessário que se invista em alternativas de assistência e desenvolvimento de conhecimento acerca dessa população (RODRIGUES; RAUTH, 2006). Neste contexto, temos como objetivo relatar a experiência vivenciada por discentes e docentes na execução de uma ação de extensão em uma ILPIs. Metodologia Trata-se de um relato de experiência vivenciado durante a execução do Projeto de Extensão e Cultura intitulado como “Introdução à Capacitação a cuidadores de idosos em Instituição de Longa Permanência para Idosos”, no período de agosto a dezembro de 2010, após aprovação das instâncias Colegiadas. O cenário foi uma ILPIs do Município de Catalão/GO conveniada com a UFG/CAC. Foi elaborado o cronograma de atividades, com vista às diretrizes do Manual do Cuidador do Ministério da Saúde (BRASIL, 2003), Caderno de Atenção à Saúde do Idoso (BRASIL, 2007) e o Estatuto do Idoso (BRASIL, 2006). Dentre os objetivos propostos para execução do Projeto de Extensão, ressaltaram: instruir os cuidadores

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e moradores quanto às transformações e modificações acerca do envelhecimento bem sucedido; incentivar o autocuidado e autonomia em relação às atividades básicas de vida diária e cuidados com o corpo/imagem, além de inserir o acadêmico no contato com a comunidade locorregional no cuidado ao idoso institucionalizado. Em cada contato com o acadêmico, o morador recebia orientações quanto à prevenção de quedas, esclarecimento de dúvidas Em relação aos cuidadores, a atenção esteve voltada para a Educação Permanente, orientados pelo Manual do Cuidador e atendimento à demanda. Resultados e discussão A execução do presente projeto contemplou ações de educação permanente aos cuidadores de idosos da ILPIs e implantação do Prontuário do Paciente, realização da Sistematização da Assistência em Enfermagem (SAE), além do preenchimento da Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa e atendimento às demandas do morador e cuidadores. As atividades desenvolvidas foram de encontro com a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (BRASIL, 2006), e as necessidades de saúde e educação locorregionais, foco do Projeto Pedagógico do Curso de Enfermagem UFG/CAC. Na ocasião, foi implementado e alimentado o Prontuário de Morador com formulário de identificação com dados biográficos, formulário de quedas, escala facial de dor, fragilidade, avaliação das atividades básicas de vida e instrumental de vida diária e opinião de saúde e imagem comparativa do curativo realizado como proposta de evolução da ferida em relação ao cuidado efetuado. Os temas trabalhados com os cuidadores foram de acordo com a possibilidade de tempo disponibilizado e atenderam as dúvidas presentes. Buscou-se promover a independência e envelhecimento ativo dos idosos, de forma a construir a atenção integral que respondesse às suas necessidades de saúde, uma responsabilidade dos profissionais de saúde (COSTA; CIOSAK, 2010). Desta forma as intervenções, muitas vezes não irão influenciar no tempo de vida, mais sim na qualidade de vida da pessoa (CAMARANO, et al, 2010), na dinâmica de aproximação, contato e convívio com o morador para o levantamento das necessidades individuais. Em meio a esta experiência alguns pontos foram dificultosos, como a limitação da expressão verbal e objetiva, memória prejudicada, déficit cognitivo e resistência no contato. Outras dificuldades ocorreram na conferência dos documentos originais, que foram posteriormente anexados ao Prontuário pela Direção da ILPIs; em adquirir informações referentes à data da entrada do morador na ILPIs, quem o levou, o real motivo da institucionalização e a obtenção do Diagnóstico Médico. A falta de

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recursos humanos, a carência em estrutura física e a insuficiência de recursos financeiros, estão caracterizados como um dos principais problemas enfrentados pelas ILPIs, todos relacionados com a questão financeira. Segundo Camarano e Ganso (2010), o custo médio de cada instituição mensalmente é cerca de R$ 717,91 por residente, sendo 52,5% destinadas ao pagamento de funcionários, 42,3% com alimentação, água, luz, gás, pequenos reparos e manutenção estruturais, aquisição de equipamentos e materiais para escritório e, 5, 2% designada aos medicamentos, os quais muitas vezes são adquiridos por doação ou por parte dos familiares. Conclusão A execução deste projeto possibilitou a implantação e implementação do Prontuário do Paciente, aspecto inovador na ILPIs ao nível Municipal. O cuidado oferecido aos moradores da ILPIs configurou-se como um desafio, em que foi fundamental a capacidade de criatividade e improviso diante da ausência de alguns recursos fornecidos pela ILPI’s ou mesmo pela limitação do idoso. Reconhecer as necessidades bio-psico-sociais dos idosos institucionalizados, a escuta terapêutica e exercer a cidadania foi preponderante na execução do projeto. Atuar enquanto aluno em um campo de atenção ao idoso pôde proporcionar conhecimento das necessidades reais e quando são pensadas no sentido de promover a educação em saúde é uma oportunidade singular para construção do saber ao longo da vida universitária. A maior aspiração a partir desta experiência vivenciada é de que Universidades e Instituições conveniadas possam firmar objetivos que contemplem um cuidado integral, humanizado e qualificado. Tais objetivos podem ser alcançados de maneira simples e fácil por meio de ações básicas como a educação em saúde, fazendo uso de recursos presentes. O cuidado oferecido aos moradores da ILPIs configurou-se como um desafio, em que foi fundamental a capacidade de criatividade e improviso diante da ausência de alguns recursos fornecidos pela ILPI’s ou mesmo pela limitação do idoso.

Referências Bibliográficas

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