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A ESCOLA SUPERIOR DE GUERRA

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A ESCOLA SUPERIOR DE GUERRA

Gen Ex Euclides de Oliveira Figueiredo Filho Comandante e Diretor de Estudos da ESG

1 - INTOODUÇAO

Para a Escola Superior de Guerra, hoje é um dia de júbilo, pois vivemos a oportunidade do primeiro contato com o Corpo de Estagiários de 1984, no início da jornada anual que tanto nos gratifica.

Para o Comandante, este mo-mento se reveste de significado especial, pois, além dos votos de boas-vindas; ele marca o início de criação de um vínculo profí-cuo e permanente.

Se, de um lado, representa uma reunião de brasileiros volta-dos para patrióticas preocupa-ções de caráter nacional, na ou-tra. fase integra um precioso ce-nário de culturas e inteligências, e.m basadas em formações profis-sionais diversas e atividades va-riadas1 ·provindas de um sem-nú-. µléro de regiões do Brasilsem-nú-. Nesta

oportunidade; r_eúne-se, neste au-ditório, toda a:complexidade que faz do Brasil um fascinante re-positório de nossos inais caros

anseios. . . .

13 mar. 1984

Cabe-me, nesta palestra, por -tanto, também corno Diretor de Estudos, oferecer aos senhores uma visão .abrangente sobre a ESG, sua vida e o que propõe, para o indispensável e correto entendimento do caminho que trilharemos, em contato frater -no e cordial que juntos inicia-remos.

2 - HISTÓRICO

Para o mais correto entendi -mento do que é a nossa Escola, parece-nos que não seria. fora de propósíto iniciar

com

breve his-tórico para situá-la no contexto nacionaL

A análise dos fenômenos po-líticos e sociais qu~ se anuncia-ram no início do ·século, proje-tando-se na década de 30 e cul-minando com a S.egunda Guer:-ra Mundial, foi o ponto de parti-da para a criação da Escola su~

perior de Guerra do Brasil, ca-racterizada por decreto-lei que regulava o e n s i n o militar no Exército.

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A Segunda Guerra, concreti-zando definitivamente o concei-to de guerra concei-total, colocou polí-ticos e administradores em face de uma nova realidade. Caracte-rizou-se e formou-se, então, a necessidade do preparo e aper-feiçoamento do Poder Nacional, abrangendo recursos materiais e espirituais, através de ações pla-nejadas, coordenadas e dirigidas, desde o tempo de paz.

O Brasil tomou logo cons-ciência da grave e angustiante problemática sócio-político-eco-nômica com que se defrontava.

Naquela época, o mundo ha-via acabado de sofrer os efeitos ·de um conflito catastrófico,

on-de o engenho humano consegui-ra criar terríveis formas de des-truição. Esta capacidade fizera com que a Segunda Guerra Mun-dial se caracterizasse pelo envol-vimento de todos os recursos dis-poníveis das nações beligerantes.

Além disso, o surgimento da arma nuclear e o acirramento da competição entre os Estados Unj-dos da América do Norte e a União Soviética geraram o cli-ma do que se convencionou cha-mar "guerra fria" e criaram a trágica expectativa de um tercei-ro conflito mundial ainda mais devastador.

O Brasil, com a experiência da participação direta na se·gun-da Guerra Mundial, sentiu a ne-cessidade de se organizar melhor, para atuar ativamente no cená-rio mundial, acelerando o seu processo de desenvolvimento e removendo os óbices internos e externos à realização de seus ob-jetivos nacionais.

Observou-se também que o impedimento até então existen-te para o surgimep.to de solu-ções nacionais para os problemas brasileiros se originava no inefi-ciente processo utilizado na apli-cação de sua energia motriz e à falta de um método racional pa-ra sua aplicação.

Gs exemplos então existentes, alguns bastante antigos, suge-riam a possibilidade de criação de um instituto nacional de al-tos estudos, funcionando como centro permanente de pesquisas e debates dos problemas brasilei-ros, a exemplo do Industrial College - 1924, e do National War College - 1946, ambos dos EUA, que seguiram a trilha ini-ciada pela Grã-Bretanha, com a fundação do Colégio Imperial de Defesa, em 1927, e pela França, com a criação do Centro de Altos Estudos de Defesa Nacional, em 1936, que evoluiu para o atual Instituto de Defesa Nacional, com a mesma finalidade.

Assim surgiu a Escola Supe-rior de Guerra do Brasil, sob a égide de princípios e dados fun-damentais que passaram a orien-tar os seus trabalhos na busca de uma Doutrina de Ação Polí-tica racional e adequada à rea~

lidade e aos interesses e aspira-ções nacionais, visando a ampliar a capacidade de defesa do· País e, conseqüentemente, a sua se-gurança.

A idéia de reunir uma elite e prepará-la para auscultar e in-terpretar as autênticas aspira-ções e os legítimos interesses na- · cionais foi a conseqüência ime-diata.

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Vemos assim que três etapas assinalam a origem da ESG:

Prhneira etapa - que chama-ríamos de embrionária, é assina-lada pelo Decreto-lei n9 4 .130, de 26 de fevereiro de 1942, que regulava o Ensino Militar no Exército, e que em seu artigo 25 cita o Curso de Alto Coman-do, nos seguintes termos:

Art. 25 - Os cursos de Es-tado-Maior e de Alto Comando, que abarcam os mais elevados estudos militares, têm por supe-rior objetivo desenvolver e har-monizar os conhecimentos gerais e profissionais, exigidos para o exercício das funções de Estado-Maior e Alto Comando.

Tais conhecimentos abran-gem:

a) quanto à cultura geral -as ciênci-as econômic-as, sociais e políticas, inclusive a psicologia e psicotécnica, no que diz respei-to à doutrina de guerra;

b) quanto à cultura profis-sional:

- a tática geral - emprego das grandes unidades;

- a estratégia - direção das operações.

Segunda etapa -

o

regresso da Fjorça Expedicionária Brasi-leira iria precipitar avanços sig-nificativos na concepção dos ór-gãos que acabariam por formar a ESG.

Criado o Estado-Maior das Forças Armadas, tendo como fi-nalidade precípua a coordena-ção das Forças .Singulares, cedo se verificou que, como primeiro passo, era necessário aglutinar técnicas distintas, formação e

linguagem diferentes, existentes nas três Forças, por forma a en-frentar necessidades prementes de organização e emprego. Sur-gia, então, o Curso de Alto Co-mando para oficiais superiores, consubstanciado em decreto de 22 de outubro de 1948.

"Art. 19 - O Curso de Alto Comando, a que se referem os artigos 25, 30 e 31 do Dec.-lei n9 4 .130, de 26 de fevereiro de 1942, é tornado extensivo aos ofi-ciais da Marinha e da Aeronáu-tica e será ministrado sob a di-reção do Estado-Maior Geral."

Mas a Segunda Guerra Mun~ dial trouxera exigências muito além da expectativa de integra-ção das Forças Armadas. A qual-quer análise séria resultava a conseqüência lógica de que a to-talidade dos recursos nacionais estaria envolvida em qualquer futuro conflito. Não se faria o emprego violento das forças sem

a contrapartida indispensável de um desenvolvimento nacional que propiciasse a obtenção e pre-paro dos meios indispensáveis à condução da guerra. Era mister organizar um instituto que trou-xesse resposta à visão global an-tevista como necessária para o desenvolvimento da Nação.

Foram definidos, então, em documento elaborado pela

Co-missão nomeada pelo Executivo, e datado de 20 de julho de 1949, os chamados "Princípios Funda~

mentais", que justificavam a criação do referido instituto.

São eles:

1 - A segurança nacional é função mais do potencial geral da Nação do que de seu poten-cial militar.

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2 - O Brasil. possui os requi-sjtos basicos (área, população, recursos) indispensáveis para se tornar uma grande potência.

3 --'--

o

desenvolvimento do Brasil tem sido retardado por motivos suscetíveis de remoção. 4 - Como todo trabalho, a orientação dessa aceleração exi-ge a utilização de uma energia motriz e de um proceJ;Jso de apli-cação dessa energia.

5 --

o

impedimento até ago -ra. existente contra o surgimen-to de solu,ções nacionais para os problemas brasileiros é devido ao

processo de aplicação de energia adotado e à falta de habito de trabalho em conjunto.

6 - Urge substituir o método

dos pareceres por outro método que permita se chegar a solu-ções harmônicas e equilibradas.

7 - O instrumento

a

utilizar para a elaboração do novo mé-todo a adotar e para a sua di-fusão consiste

na

criação de um Instituto Nacional de Altos

Es-tudos funcionando como centro permanente de pesquisas.

Tais principias geravam con -clusões imediatas, sintetizadas em apreciação de eminente mem-bro de nossa Jµnta Consultiva, Desembargador Antônio de Ar-ruda, que, em seu livJ:o ESG:

m.s-tóda de . sua Doutrina, assim se· expressa:

"A idéia central contida nesses princípios era a de que o desenvolvimento não de-pende SÓ de fatores naturais, mas, principalmente, de fato-res culturais. Reside, sobre-tudo, na capacidade dQs

ho-mens chamados para as fun-ções de direção, mudados, po -rém, os hábitos de trabalho então vigentes.

o

que se pro-punha para a nova ~scola era algo contrário a um dos tra-ços peculiares ao caráter na -cional brasileiro, e um dos mais arraigados - o indivi -dualismo. Era um desafio que se . deparava aos idealizadores da Escola, que eles aceita-ram e que seus continuadores têm procurado vencer.' · A

2o

de agosto de 1949, o Pre -sidente Eurico Gaspar Dutra sancionou

a

Lei .n9 785·, aprovada pelo Congresso Nacional, crian-do, assim, a atual Escola supe-rior de Guerra, configurando a

terceira etapa do processo de criação.

"Art. 19 - É criada a Esco- · la Superior de Guerra, instituto de altos estudos, subordinado di~

retamente ao Chefe do Estado-·. Maior das Forças Armadas e des-tinado a desenvolver e consoli-dar os conhecimentos necessários para o exercício das funções de direção e para planejamento da segurança nacional." ··

"Art. 51? - Terão ingresso na Escola oficiais de comprovada experiência e aptidão, p~rtence:t:i­

tes às Forças Armadas, e civis de notável competência. e atua".' ção relevante na orientação e

e~ecução da política nacional."

É· interessante nota·r que, en-tre as .duas últimas etapas refe-ridas, pode-se constatar pontos da maior importância como se-jam,: de outubro .de 48 a agosto de 49, a Comissão trabalhou in-tensamente e, dos estudos

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dos, meticulosos e profundos, cristalizou-se o entendimento de tornar a idéia inicial - da

cria-ção de um instituto - ainda mais abrangente. Os rumos a se-rem empreendidos já tinham

si-do consubstanciasi-dos nos "Prin

-cípios Fundamentais".

Realmente o oue se verificou

foi que, em luga'i· de uma aca-demia de altos estudos militares, criou-se um instituto com o ob-jetivo de preparar e aperfeiçoar recursos humanos de alto nível, destinados às . fuuções de dire-ção, assessoramento e planeja-mento.

Esse mesmo instituto funcio-naria, também, como centro per-manente de pesquisas e seria fre-qüentado por oficiais das Forças Armadas, de comprovada expe-riência e aptidão, e por civis de notável competência e atuação relevante na orientação e exe-cução da política:. nacional.

Assiln, estimulada pelo exem

-plo de escolas congêneres, a nos-sa Escola surge com caracterís-ticas novas, voltada para a bus-ca de soluções nacionais dos pro-blemas brasileiros, através da aplicação de modernos métodos dQ processo decisório e da racio-nalização da pesquisa política e da estratégia.

O primeiro dos Princípios Fundamentais, que deram ori-gem à ESG, merece relevo espe-cial. Ainda · que decorridas três. décadas, permanece sendo a

pe-dra basilar da Dou trina da ESG e traduz a idéia de que "o ca-minho para se conquistar a Se- . gurança consiste em se promo-ver o Desenvolvimento geral da

Nação".

E possível tnrerlr cta leitura

dos "Princípios l?undamentais" a preocupação de associar a Se-gurança com o Desenvolvimen-to do País, desde as origens da

ESG. É verdade que o conceito

não foi explicitado nesses

ter-mos, na enumeração dos tópicos citados. Entretanto, n.o texto complementar que os acompa-nha, está dito literalmente que "o cariünho para se conquistar a Segurança ·Nacional consiste em se promover o Desenvolvi

-mento geral da Nação".

Verificamos que o escopo ini-cial da ESG adquiriu maior abrangência, destacando a neces-sidade maior dl;l s.e obter "uma convergência do esforço no es-tudo e solução dos problemas de S.egurança Nacional''.

Para tanto, a Comissão sinte-tizou seus pontos-de-vista preco

-nizando o estabelecimento de um "método" de análise e interpre-tação dos fatores que condicio-nam a vida n::tcional, a criação de um "centro" adequado de tra-balho e a formulação de um con-cejto amplo de segurança.

E-stavam assim lançadas as bases da Doutrina da Escola Su-perior de Guerra, a qual vem evo..: luindo ao longo de três décadas, em consonância com as mudan-ças ocorridas nos cenarios na-cional e internana-cional. No entan-to, . as idéias originais desse do-cumento permanecem, em essên-cia, como pedras fundamentais de um grande arcabouço doutri-nário que muito tem contribuí-do para a realização contribuí-dos propó-sitos desta instituição.

Cumpre-nos enfatizar a esta altura os princípios filosóficos

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que fundamentaram e ainda fun-damentam as atividades e as as-pirações da Escola.

São eles:

- fidelidade à democracia; - preponderância do inte-resse nacional sobre qualquer outro interesse;

- valorização do HOMEM, origem e fim do desenvolvimen-to, síntese das aspirações e inte-resses nacionais.

3 - MISSÃO

A missão da ESG é dada pe-las finalidades de seus cursos e pelas atividades que são desen-volvidas e que fun,damentam suas aspirações.

Desta manei.ra, para bem cumprir sua destinação1- a ESG deve;

- Através do Curso Superior de Guerra

1 f,1. - Habilitar civis e

milita-res para o exercício de funções de direção e assessoria, especial-mente órgãos responsáveis pela formulação e planejamento da Política Nacional de Segurança

e Desenvolvimento.

2f;I - Cooperar nó

aprimora-mento de uma metodologia pa-ra a Formulação e Planejamen-to da Política Nacional de Segu-rança e Desenvolvimento. - Através do Curso de

Estado-Maior e Comando das Forças

Armadas ·

1 i;i - Habilitar oficiais das Forças Armadas para o exercí-cio de funções de Comando,

Che-fia e Estado-Maior de Organiza-ções e Forças Combinadas.

2=it - Aprimorar o

desenvol-vimento e promover a divulgação da Doutrina Militar Brasileira, em particular quanto ao exercí-cio de Comando e Estado-Maior Combinado.

- Por meio do Curso de Atuali-zação da Escola Superior de Guerra

Realizado por correspondên-cia, destina-se a manter atuali-zados os conhecimentos dos di-plomados da ESG sobre a Meto-dologia para a Formulação e Pla-nejamento da Política ~acional.

4 - ORGANIZAÇÃO

A lei de criação da ESG ate-ve-se a definir sua estrutura a nível departamental, criando dois Departamentos, de Estudos e de Administração, subordina-dos ao Comando da Escola.

O Comando compreende: - Um Comandante e Diretor de Estudos;

- Um Subcomandante e

Sub-diretor de Estudos, que não de-verá pertencer à mesma Força do Comandante;

- Quatro Assistentes de Co-mando e Diretores de Curso, sen-do um Oficial~General da ativa de cada F'orça Singular (Mari-nha, Exército e Aeronáutica) e um Ministro de 2=it Classe do Mi-nistério das Relações Exteriores; quando necessário, poderão os Assistentes do Comando serem acrescidos de representantes de

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outros ministérios, de categoria equivalente.

O Departamento de Estudos, responsável pela atividade-fim da Escola - estudo e pesquisa - , compreende: - Chefia; - Divisões de Estudos; e - Cursos. A Chefia do Departamento de Estudos compreende:

- . Chefe do DE, que é o Sub-comandante e Subdiretor de Es-tudos;

- Divisão de Planejamento, Coordenação e Controle;

- Divisão de Pesquisa e Dou-trina;

- Divisão Executiva do DE; e - Divisão de Documentação

e Divulgação. _

As Divisões de Estudos, atual-mente em .número de oito, assim se denominam:

- Divisão de Assuntos Polí-ticos;

- Divisão de Assuntos Eco-nômicos;

Divisão de Assuntos Mili-tares;

Divisão de Assuntos Psi-cossociais;

- Divisão de Assuntos de In-formações;

- Divisão de Assuntos de Mo-bilização;

_;_ Divisão de Curso de Atua-lização; e

- Divisão de Assuntos de Ciência e Tecnologia.

Há ainda, funcionando junto ao Comando, uma .runta Consul-tiva formada por eminentes per-sonalidades, especialmente

convi-dadas pelo Comandante. A Jun-ta Consultiva reúne-se para co-laborar na solução de problemas específicos.

5 - DIRETRIZES DE OOMANDO Dos estudos realizados por sem-número de civis e militares dotados de invejável cultura, e cujas inteligências e conhecimen-tos entenderam, absorveram e expandiram o exato conceito que presidiu a criação da ESG, sur-giu e se consolidou uma Doutri-na . de Ação Política, embasada em sólidos fundamentos filosó-ficos e científilosó-ficos e dotada de agudo sentido e percepção da realidade nacional. Tal doutrina, adogmática e aberta, em cons-tante evolução, fundamenta-se, como é natural, nos preceitos constitucionais e visa, em últi-ma análise, à racionalização da ação governamental.

Da aplicação engenhosa do método cartesiano resultou o Método para o Planejamento da Ação Política. Os próprios currí-culos dos cursos obedecem ao Método em suas fases sucessivas. Desde a criação da ESG e, mais particularmente, a partir de 1964, a Doutrina e o Método da ESG vêm sendo cada vez mais aplicados em diferentes níveis de governo e até mesmo pelas mais diversas instituições, autarquias e empresas privadas. O interesse por seus cursos, ciclos e · conf e-rências é cada vez mais acen-tuado. Conforme palavras do Presidente Médici, "a ESG está

suficientemente amadurecida pa

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ra que possa prestar uma

contri-buicão ainda mais efetiva no sen

-tid.; do aperfeiçoamento dos nos-sos ho.mens públicos".

Julgo que, na fase atual de sua vida, é possível exigir da

Es-cola cada vez mais objetividade e uma ação marcadamente po-sitiva.

Neste sentido estou orientan-do meu Coma.norientan-do, na certeza da possibilidade concreta da obten-ção deste desiderato. Por este motivo, faço presente neste au-ditório, nesta oportunidade, a diretriz norteadora do Coman-dante da ESG, sob cuja

inspi-ração já trabalham o Corpo Per-manente e Corpo Administrativo e que servirão, também, de indi-cadores prec~sos aos trabalhos do Corpo de Estagiários:

DIRETRIZES DE COMANDO

1. Intensificar o intercâmbio com as instituições culturais do Pais, com a finalidade de divul-gar e aprimorar a Doutrina e o

Método; '

2 . em cada ano, utilizar os estudos conjunturais da ADESG e suas delegacias, tendo em vista um melhor conhecimento da rea-lidade nacional;

3. fixar nossas atenções nas áreas estratégicas geográficas e de atividades humanas conside-radas prioritárias;

4. implementar, cada vez mais, as ações em prol da demo-cracia brasileira e· contra seus mais atuantes inimigos: o socia-lismo, a demagogia e a corrup-ção.. .

6 -· DIR,E'l'RI~ES ESPECíFICAS PARA 1984

A cada ano, desde sua cria-ção, vem a ESG cumprindo sua destinação legal. Subordinada ao Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas recebe, ao final de cada ano, as diretrizes atra-vés das quais são fixados os te

-. mas e enfatizados os aspectos de avaliação da conjuntura a se-rem considerados em determina-do ano, já que seria impossível, . em um só período escolar, a

abor-dagem cuidadosa dos problemas brasileiros, em sua plenitude.

Ao Comandante da Escola cabe a ordenação dos assuntos a serem tratados, bem como a fixação daquelas · orientações; planejamento e temas julgados necessários para que a Escola atinga aos objetivos de sua des-tinação.

Das Diretrizes do EMFA e da orientação peculiar. do próprio Comandante surgem, portanto, as linhas mestras do planeja-mento específico do Departa-mento de Estudos que vão, em última análise, propiciar o atin-gimento das metas didáticas.

Para o corrente ano, decidi fixar os aspectos básicos que a seguir anuncio, que serão vividos por toda a Escola em 1984:

._,.... deverão merecer atenção especial os estudos estratégicos referentes aos interesses do Bra-sil no exterior;

- ênfase especial deverá ser dada aos assuntos ligados à Ciên-cia e Tecnologia, ao estudo das áreas ·estratégicas interna e ex-terna, destacando-se o Nordeste e a Amazônia;

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- o assunto Mobilização Na-cional deverá ter tratamento des-tacado;

- deverão ser conduzidas · análises .prospectivas conjuntu~

rais, orientadas no sentido de

es-treita vinculação entre Seguran-ça e Desenvolvimento;·

- serão realizados trabalhos coletivos e individuais que res-pondam às necessidades do País nos diferentes campos do Poder Nacional;

- os estudos destinados à

atualização da Políticá Militar Brasileira serão aprofundados;

- idêntic.a recomendação de-verá ser observada no que se re.,. fere à Doutrina Militar Brasilei:. ra, Doutrina de Guerra e Doutri-na de Segurança Nacional;

- aprofündamentos dos estu-dos referentes à Mobilização Na-cional deverão ser procedidos, bem como deverão ser realizados trabalhos específicos de Avaliação . da Conjuntura, Concepção

Polí-tica Nac!onal e Conceito Estra-tégico Nacional; ·

- deverão ser estabelecidos e/ou ampliados intercâmbios com centros culturais, em nível adequado, por forma

a

possibili-. tar aos· mesmos o conhecimento da Doutrina da ESG e do

Méto-do para a Ação Política;

· .,._ a Associação dos Diploma-dos da ESG continuará a ser orientada e apoiada. Para tanto, na fàse doutrinária, os membros do Corpo Permanente da Esco-la . ministrarão conferências nas cidades de São Luís, Fortaleza, João Pessoa, Campina· Grande, Recife, Salvador, Resende, São Paulo, Campinas, Belo

Horizon-te, Brasrna, campo uranae, J:t10

de Janeiro, Juiz de Fora, Porto Alegre, curitiba, Londrina e San-tos;

- será elaborado pelo Corpo .

Permanente um memento para

levantamento estratégico a ser

oferecido à ADESG para uso em suas Delegacias. Tal documento visará à obtenção metó.dica de dados que possam ser consolida-dos em estudos complementares,

facilitando à Escola e aos traba-lhos do Corpo de Estagiários, na análise e smtese da conjuntura nacional;

- serão realizados três Ciclos de Extensão abordando os se-guintes temas:

- Estratégias para o aper-feiçoamento do federalis-mo no Brasil.

.:_ A conjuntura econômica

brasileira - políticas e es-tratégias para a reativa-ção da economia .

- Ciência e Tecnologia: Uni-versidade e Empresa.

São estas, meus senhores, as determinações que servirão de cenário para o nosso trabalho no . corrente ano. Do empenho de cada um, da inteligência e cul-tura de todos nós dependerá, co-mo é evidente, o grau de sucesso neste empreendimento comum. 7 - CONCLUSÃO

Pelo que foi exposto, af~rma­

mos que:

- A ESG está em contínua evolução. Sem saltos bruscos ou

indefinidos, evolui cuidadosa, · racional e logicamente, segura e

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certa de que este é o melhor pro-cesso para acompanhar as mu-danças do mundo de hoje.

- A doutrina da ESG se fun-damenta no Homem, centro de todas as preocupações da Esco-la. Centrados na valorização do Homem, os estudos estão volta-dos para o seu bem-estar e, mais do que isso, para o Bem Comum, que consubstancia as aspirações máximas da comunidade. ·

'-- Os conceitos e o método estudados não são proposições permanentes e absolutas. Concei~ tos e método, de natureza expe-rimental e transitória, represen-tam o pensamento doutrinário

da Escola, numa determinada fase de seus estudos.

- As formulações permane-cem válidas à medida que sir-vam para motivar os estudos e as pesquisas numa determinada fase da vida nacional. · Qualquer nova realidade emergente ali-mentará a contínua elaboração doutrinária. Repensar conceitos e inovar soluções, à luz das no-vas realidades, tem sido a tarefa das sucessivas gerações que por aqui passaram.

- Hoje o Brasil é bem dife-rente do Brasil que viu ser cria-da a ESG.

Aprendemos a prever, a pla-nejar e a projetar o nosso fu-turo. Em pouco mais de um quarto de século, o panorama mudou, substancialmente, em to-das a.s Expressões do Poder Na-cional.

Como partícipe desse proces-so, situa-se a ESG, cujas maio-res contribuições ao País são:

- estudo dos Objetivos Na-cionais, síntese dos interesses e aspirações;

- ensaio de um Método de Formulação para a Política Na-cional;

- desenvolvimento de méto-dos racionais de trabalho em equipe para solução de proble-mas brasileiros;

- desenvolvi.menta do espíri-to de cooperação entre as elites civis e militares e entre diferen-tes setores responsáveis pela Po-lítica Nacional;

-'-·fortalecimento d.a integra-, Ção entre as Forças Armadas e

estudos relativos à Doutrina Mi-litar Brasileira.

o

que desejamos, em síntese,

é satisfazer o que já foi vislum-brado sobre nossa "vocação na-cional - de nos transformarmos em um país grande e forte, capaz de eliminar a miséria do seu po-vo, ser um elemento de paz num

mundo conturbado, respeitar os seus vizinhos, exercer o poder sem violência, conquistar a ri-queza sem injustiça".

Inspirados

na

filosofia, que norteia os trabalhos desta Esco-la, inteligência e coração volta-dos para sua dignificante mis-são, podemos concluir, repetindo frase lapidar de um de nossos mais preclaros estadistas, ex-componente do Corpo Perínanen~

te desta Escola, Ex-Presidente da República· Federativa do Brasil, o ilustre e inesquecível Marechal Humberto de Alencar Castello Branco:

"Na ESG, estuda-se o destino do Brasil."

Referências

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