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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO

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Academic year: 2021

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DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL - PRODUÇÃO EDITORIAL

Giulia Ocaña da Silveira

DESIGN EDITORIAL: ESTUDO E ELABORAÇÃO DE UM PROJETO GRÁFICO PARA A REVISTA TRINQUE

Santa Maria, RS 2018

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DESIGN EDITORIAL: ESTUDO E ELABORAÇÃO DE UM PROJETO GRÁFICO PARA A REVISTA TRINQUE

Projeto Experimental apresentado ao Curso de Comunicação Social – Produção Editorial, do Departamento de Ciências da Comunicação – Centro de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como requisito parcial para a obtenção do grau de: Bacharel em Comunicação Social – Produção Editorial.

Orientadora: Profª. Drª. Sandra Depexe

Santa Maria, RS 2018

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DESIGN EDITORIAL: ESTUDO E ELABORAÇÃO DE UM PROJETO GRÁFICO PARA A REVISTA TRINQUE

Projeto Experimental apresentado ao Curso de Comunicação Social – Produção Editorial, do Departamento de Ciências da Comunicação – Centro de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como requisito parcial para a obtenção do grau de: Bacharel em Comunicação Social – Produção Editorial.

Aprovado em 03 de Dezembro de 2018

___________________________________ Profª. Drª. Sandra Depexe (UFSM)

(Presidente/Orientador)

___________________________________ Profª. Drª. Liliane Dutra Brignol (UFSM)

___________________________________ Prof. Dr. Leandro Stevens (UFSM)

Santa Maria, RS 2018

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Preciso começar esses agradecimentos pelos meus pais, Julici e Robinson, os melhores pais do mundo, que sempre fizeram tudo que podiam e mais um pouco por mim, que me ensinaram grande parte do que sei sobre o mundo, me mostraram que o universo nos dá aquilo que precisamos quando precisamos. E que me ensinaram a correr atrás dos meus sonhos e me apoiaram nas escolhas que fiz para minha vida. Obrigada mãe e pai por todos os sacrifícios que vocês fizeram por mim, pelos conselhos e abraços que aqueceram meu coração.

Gostaria de agradecer aos meus irmãos, Isabella e João Pedro, que sempre estiveram ao meu lado e me incentivaram a ser a melhor versão de mim mesma. Espero que eu tenha ensinado a eles tanto quanto eles me ensinaram.

Obrigada aos melhores amigos que eu poderia pedirque me acompanharam nessa jornada que é a graduação. Vocês deixaram tudo mais suportável. Obrigada por estarem comigo. Vocês me ensinaram sobre amizade, sobre a vida e sobre ser forte. E mesmo que essa nova etapa de nossas vidas nos leve para longe, eu sempre vou estar aqui para ajudar vocês e espero que nossa amizade apenas se fortaleça.

Obrigada querida orientadora Sandra por todos os puxões de orelha e conselhos; por ser a maior fã da Trinque desde o início; por me mostrar que tudo se constrói aos poucos, que tudo bem, estar perdida às vezes e que a gente pode ser adulto e ser jovem ao mesmo tempo. Obrigada por acreditar no meu potencial e me incentivar a ser a melhor produtora editorial que eu pudesse ser, eu sou uma profissional mais competente graças a ti.

Agradeço às professoras e professores; minhas amigas e amigos; todas as pessoas inesperadas que talvez nunca saibam o quanto me ajudaram; todos os abraços sinceros e conversas que aqueceram meu coração e me incentivaram a nunca desistir.

Agradeço a esta equipe de mulheres maravilhosas que aceitaram participar da criação da revista e me ajudaram a tornar o projeto da Trinque uma realidade. A Trinque não é só uma revista de moda, ela também é política, é luta e resistência!

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Agradeço a tudo que vivi durante esses quatro anos de faculdade, experiências ruins e boas que me fizeram crescer pessoal e profissionalmente, tudo isso me levou a estar aqui e agora, finalmente Produtora Editorial.

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DESIGN EDITORIAL: ESTUDO E ELABORAÇÃO DE UM PROJETO GRÁFICO PARA A REVISTA TRINQUE

AUTORA: Giulia Ocaña da Silveira ORIENTADORA: Prof ª. Drª. Sandra Depexe

O design editorial é uma área de atuação do design gráfico que estuda a capacidade de diagramar e elaborar um projeto editorial belo e funcional. A Revista Trinque é uma revista de moda e comportamento que tem como missão representar as minorias dentro do cenário alternativo e trazer conteúdos cotidianos para instigar o leitor a debater e ter uma mente aberta para as mudanças acontecendo na sociedade. Desse modo, geral é criar a edição piloto com uma equipe inteiramente composta por mulheres e um projeto gráfico que vá se encaixar na proposta de representar de forma inovadora o estilo dos adeptos da cultura alternativa de maneira a incluir públicos de todos os gêneros, idades, cores e tamanhos. Os processos metodológicos proporcionaram, além da estruturação do projeto editorial da revista, tornando-o ainda mais autêntico e próximo de seu público, a valorização do design editorial, deixando claro o poder que ele exerce sobre a informação e as proporções que ela ganha devido a forma como foi diagramada e representada. Ao fim deste trabalho, foi possível perceber que qualquer projeto editorial vai além de distribuir os elementos de forma harmônica ou agradável. É preciso pensar como a informação será interpretada, se o design funcionará, conseguindo passar também a personalidade do público-alvo, deixando o material o mais parecido possível com seus valores e conceito. Viver isso só enriqueceu o conhecimento da autora do projeto realizado, que pôde praticar e entender o papel que exerce na produção editorial.

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EDITORIAL DESIGN: STUDY AND PREPARATION OF A GRAPHIC DESIGN FOR THE TRINQUE MAGAZINE

AUTHOR: Giulia Ocaña da Silveira ADVISOR: Prof ª. Drª. Sandra Depexe

The editorial design is an area of graphic design that studies the ability to diagram and elaborate a beautiful and functional editorial project. Trinque Magazine is a fashion and behavior magazine whose mission is to represent minorities within the alternative scenario and bring everyday content to instigate the reader to debate and have an open mind for the changes taking place in society. Thus, it is a general idea to create the pilot edition with a team composed entirely of women and a graphic project that will fit the idea of representing in an innovative way the style of the fans of the alternative culture in order to include audiences of all genres, colors and sizes. In addition to the structuring of the journal's editorial design, the methodological processes have made it even more authentic and close to its public, enhancing the editorial design, making clear the power it exerts on the information and the proportions that it gains due to how it was diagrammed and represented. At the end of this work, it was possible to perceive that any editorial project goes beyond distributing the elements in a harmonic or pleasant way. It is necessary to think how the information will be interpreted, if the design will work, managing to pass also the personality of the target audience, leaving the material as close as possible to its values and concept. Living this only enriched the knowledge of the author of the project, who was able to practice and understand the role she plays in publishing. Key words: Digital magazine; Fashion andBehavior; Alternative Magazine.

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1.1 O PROTÓTIPO DA REVISTA TRINQUE...10

1.2 PROJETO EXPERIMENTAL DE CONCLUSÃO DE CURSO...12

2. ANÁLISE DE SIMILARES...15

2.1 ANÁLISE DO MERCADO SANTA-MARIENSE...17

2.2 REVISTAS NO CENÁRIO BRASILEIRO...18

2.3 REVISTAS NO CENÁRIO INTERNACIONAL...21

3. PROJETO EDITORIAL...24 3.1 CONCEITO...27 3.2 EDITORIAS...30 4. PROJETO GRÁFICO...29 4.1 GRID...32 4.2 COR...35 4.3 TIPOGRAFIA...40 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS...44 REFERÊNCIAS...47 APÊNDICE A...49 APÊNDICE B...51

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1. INTRODUÇÃO

O protótipo da Revista Trinque começou a ser construído em outubro de 2016 como projeto e produto a serem avaliados para as disciplinas de Produção Editorial para Revistas e Planejamento e Produção Gráfica. O produto tem como temáticas principais a moda e a cultura alternativa, estando a primeira muito entrelaçada com a última, pois a moda revela ao mundo a individualidade do ser, enquanto a cultura alternativa ou contracultura é vivida pelas minorias, muitas vezes vista como estranha, seja por ignorância ou por preconceito.

Hegemonia cultural é um conceito criado por Antonio Gramsci (2001) para relatar o tipo de soberania ideológica de uma classe social sobre outra, através do controle de vários sistemas, dentre eles os meios de comunicação. Carlos Alberto Pereira (1983) em seu livro “O que é contracultura” explica que esse movimento alternativo, criado e vivido pelas minorias sociais, pode ser descrito como uma crítica anárquica.

Sendo assim, a ideia de demonstrar e problematizar a hegemonia cultural e a contracultura em um produto editorial serve como um ato em favor do público alternativo para que ele se sinta incluído na mídia e possa reconhecer as várias vertentes pelas quais a sua cultura perpassa.

A problemática a ser resolvida com esse projeto experimental de conclusão de curso é: Quais elementos do design editorial poderiam caracterizar um projeto gráfico inovador que desconstruísse aos padrões de design estabelecidos e contemplasse um público alternativo?

O objetivo geral é criar a edição piloto da Revista Trinque com uma equipe inteiramente composta por mulheres e um projeto gráfico que vá se encaixar na proposta de representar e incluir públicos de todos os gêneros, idades, cores e tamanhos.

Os objetivos específicos buscados são:

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b) Analisar outras revistas para demonstrar suas diferenças e semelhanças com a Trinque;

c) Criar a identidade visual própria para a revista;

d) Criar uma equipe inteiramente composta por mulheres.

1.1 O PROTÓTIPO DA REVISTA TRINQUE

O protótipo da revista Trinque foi um produto editorial criado e desenvolvido pelos acadêmicos, José Antônio Buere, Giulia Ocaña, Kátia Alves e Jean Rossi, do 4º semestre do curso de Comunicação Social – Produção Editorial da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Tem por objetivos a difusão da cultura e moda alternativa para representar públicos de todos os gêneros, idades, cores e tamanhos. Desse modo, a Trinque surge com a missão de dar visibilidade às minorias do cenário alternativo, assim como informar seus leitores de maneira desconstruída e didática sobre esse universo “à margem”. O produto foi produzido na versão impressa.

Para avaliação na disciplina de Produção Editorial para Revistas o necessário foi conceber a ideia de uma revista desde o conceito por trás do título, apresentação, público-alvo, missão editorial, periodicidade, objetivos, linguagem, seções e número de páginas até o planejamento de mercado caso o produto fosse comercializado: cenário editorial em que a revista seria introduzida, seus pontos fortes e fracos, além de seu orçamento, tiragem e distribuição.

Já em Planejamento e Produção Gráfica, o grupo teve a oportunidade de aplicar os conceitos anteriores no projeto gráfico da Trinque, o que corresponde ao seu formato, tamanho, mancha gráfica, grid, diagramação, paleta de cores e de tipos, estrutura dos recursos visuais, cuidados para impressão, bem como o planejamento das diretrizes técnicas da revista.

Desde o princípio do projeto, a equipe foi orientada a produzir uma revista no formato impresso a fim de que aplicasse seus conhecimentos teóricos em um produto editorial tangível e que, como futuros editores, os acadêmicos pudessem experimentar a prática da produção editorial de revistas.

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É importante salientar que o conteúdo da revista foi todo fictício, visto que o foco das avaliações era aplicar os conhecimentos na prática. Ainda assim, o grupo decidiu pela mescla de assuntos e fotos retiradas da Internet com seu estilo próprio de escrita, passando por adaptação e criação do texto ao propósito da Trinque. Após isso, as matérias e demais conteúdos exclusivos passaram pela etapa da revisão, a fim de que não categorizasse plágio, antes de sua diagramação.

O protótipo da revista dividiu-se em seis seções fixas em 24 páginas, de acordo com o planejamento efetuado pelos editores a fim de que o leitor tenha uma boa experiência com o estilo da linguagem e com os padrões visuais diferenciados, neste primeiro contato.

Devido ao tema diversificado, foram associadas todas as cores à revista, tanto os tons vivos quanto os mais pastéis, justamente por se tratar de moda alternativa e fuga dos padrões visuais. No caso da primeira edição, optou-se principalmente pelo azul, esmeralda, verde, rosa e roxo, sempre cuidando o padrão de cor CMYK para impressão. As capas de mais duas edições foram simuladas para mostrar que a revista poderia ter continuidade no mercado editorial (FIGURA 01).

FIGURA 1 – Capa do protótipo e das próximas edições.

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1.2 PROJETO EXPERIMENTAL DE CONCLUSÃO DE CURSO

Após a avaliação positiva do projeto nas disciplinas de Produção Editorial para Revistas e Planejamento e Produção Gráfica, percebi que esse tipo de publicação não só teria espaço no mercado como também é um tipo de publicação necessária. Dessa forma, a partir do protótipo criado em 2016 decidi criar uma versão piloto oficial feita com e para o público alternativo da cidade de Santa Maria.

De acordo com Scalzo (2004, p. 11-12), revista “é um veículo de comunicação, um produto, um negócio, uma marca, um objeto, um conjunto de serviços, uma mistura de jornalismo e entretenimento”. Nesse contexto, a Trinque explora as diversas características de seu meio, moldando-se em um produto comunicacional e identitário no nicho em que está inserida. Para tanto, após análise foi diagnosticada a pouca ou até mesmo falta de representação de um público “alternativo” no mercado editorial brasileiro. Nesse sentido, a proposta da revista Trinque surgiu da necessidade em representar os públicos consumidores da cultura e da moda alternativa.

Atualmente não há uma publicação que dê visibilidade aos diversos estilos alternativos, e esse público cada vez mais requer o devido respeito e tratamento por parte dos veículos midiáticos. Em complemento, o fenômeno que a Trinque pretende atingir foi trazido por Ali (2009), ao explorar a relação mútua entre editor e leitor, afirmando que ambos são unidos por um fio invisível de ideias através das quais é possível construir identificações e transmitir sensações de pertencimento, ou seja, o leitor necessita da revista tanto quanto a revista precisa do leitor. Esse foi um dos principais motivos que me levou a produzir algo inovador. Essa construção de identidade com e do leitor se encontra no projeto editorial, através do uso de uma linguagem contemporânea e didática, abordando os conteúdos de maneira jovem, desconstruída e com foco na aprendizagem desse leitor.

Além disso, o mercado está adequado para este tipo de publicação, pois existem públicos insatisfeitos com as abordagens de revistas tradicionais, na qual geralmente só são representadas maiorias que se encaixam nos padrões exigidos pela sociedade. Portanto, acredito que a revista seria bem recebida pelo público. A

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relação do projeto gráfico com o público-alvo é reforçada por Frederico de Mello B. Tavares em “Revista e identidade editorial: mutações e construções de si e de um mesmo” (2013):

O projeto gráfico é constituído pelo formato da revista, especialmente relacionado ao seu suporte, além de seu espaço gráfico, que se estrutura e serve de base para a diagramação e articulação dos diferentes elementos informativos ali presentes. A composição é condicionada pelos interesses e necessidades do público-alvo a que se dirige; pelos critérios de edição e por valores específicos do campo jornalístico (apelo estético e compromisso informativo, muitas vezes atravessados e subordinados à proposta comercial); pelo conteúdo publicado, cujo tratamento gráfico é revisto a cada edição; por princípios de legibilidade, ritmo, harmonia e coerência visual (TAVARES, 2013, p. 209).

Assim, uma revista desconstruída sobre moda e comportamento, principalmente em uma época onde se defende e reforça o empoderamento e a ideia de que as pessoas devem abraçar sua individualidade, independentemente dos preconceitos reproduzidos pelo senso comum, ganha força e sentido.

Portanto, almejo a criação de um produto editorial feito na medida para que esses potenciais leitores tenham uma revista focada na diversidade de estilos alternativos existentes. Afinal, a Trinque objetiva críticas sociais aos estereótipos e à glamourização da moda, ambos reproduzidos pela cultura hegemônica atual.

É importante ressaltar aqui o que é considerado moda alternativa, “Moda Alternativa” é um termo genérico que representa multiplicidade de estilos em que, ao menos uma vez, estes estilos se destacaram da moda comercial mainstream1. Não é

funcional, não é prática, não segue tendências, não é modismo. Costuma vir de pequenos empresários independentes, artesãos ou feitas em pequena escala. O fator artístico/criativo é muito importante, assim como a roupa ser usada como uma forma de auto expressão.

O termo "moda alternativa" é comumente associado a subculturas (punk, gótica, metal etc), porém há um outro tipo de moda alternativa, que segue a mesma definição dada acima e não precisa ser associada com subculturas. A moda e cultura alternativa não são limitadoras, não é possível enquadrá-las em termos comuns, se uma moda é limitadora ou impõe padrões, ela não é alternativa. É mainstream. Simples assim.

1Mainstream: é um conceito que expressa uma tendência ou moda principal e dominante. Um produto

ou conteúdo mainstream agrada a maioria da população e apresenta um conteúdo que é usual, familiar e disponível à maioria e que é comercializado com algum ou muito sucesso.

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Quem seria esse público alternativo? É difícil de explicar sem generalizar, mas assim como acontece com a moda, pessoas alternativas não vivem o padrão de pensamento/hábitos da cultura dominante em alguma das áreas de suas vidas.

Geralmente são considerados alternativos membros de uma subcultura como já citado acima (pode durar uma fase ou a vida toda); Pessoas que são parte de uma minoria com hábitos diferenciados (pessoas que praticam nudismo, medicina natural, veganos, poligâmicos, pessoas que moram em eco-villages etc); Pessoas que tem uma filosofia de vida diferenciada do padrão cultural vigente (religiões como amish, indus, hare-krishna, paganismo, etc); Pessoas do movimento LGBTQ+; Pessoas que não se encaixam no padrão de beleza vigente (negros, gordos, etc); Militantes dentro de movimentos sociais.

No geral é possível dizer que pessoas que vivem seus pensamentos e questionamentos fora do padrão: pessoas que não vivem o paradigma tradicional entrariam dentro do contexto Alternativo de ser. Sendo assim, moda e cultura alternativa tem em comum serem uma minoria dentro de um todo.

Para a elaboração deste projeto experimental adotei uma metodologia projectual que se assemelha ao processo criativo. Assim, os passos que segui são similares àqueles comentados por Villas-Boas (2007), como os aspectos formais, funcionais, metodológicos e simbólicos do design gráfico; a proposta de Samara (2011) sobre as funções do conceito; e, também o que pensamos ser essencial ao trabalho de criação: necessidade de informações, abstração e adequação de uma solução para o problema.

Embora existam diferentes classificações para as etapas do processo criativo, Souza (2001) traça uma arquitetura da criatividade como solução de problemas. Esta arquitetura integra aspectos de: Domínio, que trata da relevância do problema; campos de problema, relativo às associações mentais tanto do problema quanto das experiências passadas do indivíduo; Universo cognitivo, todas as experiências vividas e os conhecimentos adquiridos e memorizados pelo indivíduo ao longo dos anos; Emoções, que estão presentes em todas as etapas, representam o fator

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emocional do indivíduo; Trânsito entre domínios por meio da troca de espaços de pesquisa.

Para tanto, o relatório apresentará os seguintes capítulos: no primeiro irei comparar revistas conhecidas que tratam de moda e estilo de vida; No segundo abordarei os conceitos e inspirações para a criação da edição piloto da revista; E por fim irei mostrar e justificar as escolhas estéticas feitas para a Trinque.

2. ANÁLISE DE SIMILARES

Este capítulo visa analisar publicações concorrentes da Revista Trinque, que trabalham com público-alvo e assuntos semelhantes. O foco dessa análise é demonstrar a necessidade de uma publicação alternativa não só no conteúdo como também em seu design.

No cenário brasileiro analisei a revista de moda Vogue Brasil e a Select, de arte e cultura. Já no cenário internacional, as revistas Missy Magazine, uma revista feminista e política alemã; e WAD Magazine, uma revista de cultura urbana francesa.

2.1 ANÁLISE DO MERCADO SANTA-MARIENSE

Antes de optar por fazer uma revista de moda e cultura alternativa, decidi realizar uma pesquisa no mercado de Santa Maria para ver se existiria público interessado em uma revista como a Trinque. Embora o resultado da pesquisa não represente uma grande parcela da população, ela ainda serviu para demonstrar que muitas pessoas não se sentem representadas pelas revistas de moda e comportamento atuais. Com as mudanças ocorridas na sociedade, hoje em dia as pessoas procuram fontes alternativas de informação, pois muitas das revistas ainda estão presas em diversos estereótipos e publicam matérias que não abrangem os interesses desse público alternativo.

A pesquisa foi feita com o auxílio da ferramenta Google Forms (APÊNDICA A) e difundida na rede social Facebook, onde a compartilhei no meu perfil pessoal, e também em grupos de Comunicação Social e grupos Feministas da cidade de Santa Maria. Disponível por um mês, totalizou 261 respostas. Mesmo com os resultados

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localizados na cidade, pude compreender melhor que tipo de conteúdo o público santa-mariense estava à procura e isso me auxiliou na hora de escolher as editorias e quais matérias seriam publicadas na edição piloto. As perguntas “02 - Quando você pensa em "revista de moda" você se sente representada(o) pelas(os) modelos/estilos que nelas aparecem?”, “06 - Ao pesquisar Revistas Femininas, quais os principais temas que você nota nessas publicações?” e “10 - Você acha que se existisse uma revista semelhante a Trinque na sua pré-adolescência e adolescência ela teria sido importante para seu crescimento e aceitação pessoal?” foram cruciais para o desenvolvimento deste projeto.

Não é novidade que a maioria das mulheres estão insatisfeitas com seus corpos, e a mídia colabora com esses problemas de autoestima quando coloca, em seus comerciais e produtos, apenas mulheres que se encaixam dentro do padrão estético aceito pela maioria. A falta de representatividade afeta a aceitação individual. Na pesquisa, 56,7% das respondentes além de não se sentirem representadas nas revistas de hoje, não gostam das principais temáticas consideradas “femininas” (FIGURA 02).

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FIGURA 2 – Pergunta número 06 da pesquisa de opinião.

Fonte: Pesquisa de opinião realizada pela acadêmica.

Nossos problemas de autoestima geralmente começam a se manifestar na adolescência, momento em que passamos por mudanças na personalidade e corpo e somos bombardeadas com revistas e programas que nos dizem como devemos parecer e nos comportar. Quando você olha algum programa, lê alguma revista ou passa por um outdoor sem nunca ver alguém parecido com você, automaticamente você chega à conclusão que tem algo errado com você. Afinal só pessoas bonitas e com a personalidade correta são mostradas e nenhuma delas tem a ver com você. Em minha pesquisa, 67% das entrevistadas afirmaram que se uma revista como a Trinque tivesse sido parte da sua adolescência ela teria sido crucial no seu crescimento e aceitação pessoal. Afinal a Trinque é tudo sobre quebra de padrões e paradigmas. 15% 9% 21% 4% 25% 18% 3%4% 1%

06 - Ao pesquisar Revistas Femininas, quais os principais

temas que você nota nessas publicações?

Receitas Mulheres independentes e bem sucedidas

Corpo perfeito Ensinar os sinais de um relacionamento abusivo Maquiagem e cuidados pessoais Como conquistar o homem dos seus sonhos Aceitar sua sexualidade Aceitar seu próprio corpo

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2.2 REVISTAS NO CENÁRIO BRASILEIRO

A revista mais conhecida no cenário da moda do país é a Vogue Brasil, ela é dinâmica e atrativa. Com o público alvo sendo mulheres de 25 a 64 anos com um poder aquisitivo relativamente algo, sabemos quem ela representa. Possui versão digital, mobile e impressa, de periodicidade mensal. Trabalha bem com os espaços e usa a variedade das tipografias a favor da estética, além de transmitir o conteúdo. Possui editoriais ricos em imagens e usa ilustrações como complemento. Seu grid de colunas segue um padrão facilmente identificável, na verdade a maioria das revistas acaba seguindo um grid de colunas simples e reto. Além de seu design padrão, os conteúdos publicados na revista não contemplam pessoas fora dos padrões (FIGURA 03).

FIGURA 03 – Vogue Brasil, edição de Junho de 2017.

Fonte: Fotografia realizada pela acadêmica.

Seu público alvo geralmente são mulheres dentro do padrão que se interessam pelo mundo da moda, como pode-se notar na capa da edição de Junho de 2017 (FIGURA 04) especificamente na chamada “Falsa Magra – Saiba se este é seu caso e como reduzir a gordura corporal”. Embora a Vogue tenha melhorado em alguns aspectos quanto à representatividade, colocando modelos negras em suas produções, ela ainda reforça o discurso que nos incentiva a fazermos o que for necessário para nos encaixarmos dentro do padrão estético.

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FIGURA 04 – Vogue Brasil, capa da edição de Junho de 2017.

Fonte: Fotografia realizada pela acadêmica.

Já a seLecT é uma revista especializada em artes visuais e cultura contemporânea, com versão digital, mobile e impressa, de periodicidade trimestral. Seu objetivo é contribuir de forma consistente para a informação e a formação do público de arte do país, divulgando trabalhos artísticos e curatoriais e oferecendo reportagens, informações jornalísticas, textos analíticos e reflexões.

Mesmo com sua temática direcionada para a área da arte, seus assuntos mais alternativos a tornam semelhante à proposta da Trinque, já que a mesma trata da cultura urbana e das minorias alternativas. Apesar de seu conteúdo ser alternativo (FIGURA 05), seu design ainda segue o padrão de grid de colunas que a maioria das revistas usa. Ao contrário da Vogue, não usa tipografias diferentes no miolo da revista mantendo assim um padrão que parece não combinar com a proposta artística e diferencial da revista (FIGURA 06).

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FIGURA 05 – Select, capa da edição de Junho de 2017.

Fonte: Fotografia realizada pela acadêmica.

FIGURA 06 – Select, miolo da edição de Junho de 2017.

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2.3 REVISTAS NO CENÁRIO INTERNACIONAL

A Missy Magazine é uma revista feminista e política alemã com periodicidade mensal, embora seja uma revista para um público bem mais específico, suas temáticas de conteúdo se assemelham com os da Trinque (FIGURA 07). É vendida impressa somente na Alemanha e digital através de um aplicativo para o mundo todo, embora não haja tradução. Como é possível notar, a questão “conteúdo alternativo, grid padrão” permanece nessa revista também (FIGURA 08). Usa a fotografia como apoio no miolo da revista, mas sem ensaios muito extensos. Um diferencial da Missy é usar páginas coloridas para destacar determinadas partes das matérias, sendo usado tanto nas aberturas quanto no meio.

FIGURA 07 – Missy Magazine, capa da edição de Junho de 2017.

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FIGURA 08 – Missy Magazine, miolo da edição de Junho de 2017.

Fonte: Site Mssy Magazine - https://missy-magazine.de/

E por fim chegamos na revista que mais se assemelha a Trinque no quesito conteúdo e design editorial fora do padrão. A WAD Magazine (We Are Different) é uma revista francesa com periodicidade mensal, sobre moda e culturas urbanas. A revista que era publicada somente no formato impresso, foi descontinuada em 2016.

Suas capas são sempre limpas de chamadas dando destaque para um objeto central (FIGURA 08), no miolo o grid parece variar de acordo com as matérias ou edições. O conteúdo não trata assuntos polêmicos se mantendo mais no mundo da moda urbana.

Por se tratar de uma revista de moda, usa bastante as fotos como apoio aos textos, principalmente ensaios mais extensos de pessoas modelando. O grid como é possível ver pelas imagens de exemplo varia bastante e é bem diferenciado das revistas que estamos acostumados, chamando, assim, a atenção dos leitores (FIGURA 09).

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FIGURA 08 – WAD, capa de uma edição não especificada.

Fonte: Acervo do Google

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Fonte: Acervo do Google.

Após essa análise é possível notar que o mercado para revistas alternativas existe e é promissor, e no âmbito nacional mais ainda, pois não existe uma publicação alternativa que ouse no design e ao mesmo tempo incentive debates sobre assuntos que as demais revistas consideram muito polêmicos.

3. PROJETO EDITORIAL

Por mais “novidades” que as revistas tradicionais de moda busquem trazer, ainda existe uma grande falha em representar a moda e a cultura alternativa. Pensando nisso, a ideia fundamental da Trinque foi dar voz a essa cultura geralmente vista como uma tendência a ser esquecida em prol da cultura hegemônica atual.

Nesse processo, para fazer uma representação correta – também considerando o fator identitário da equipe vs. o público-alvo – houve, em cada etapa, a vigilância em planejar, executar e demonstrar de forma clara tal universo. A Trinque tem a intenção de ser uma revista para todos os públicos, mas analisando a pesquisa no mercado santa-mariense e o contexto em que ela seria inserida, podemos definir seu público como mulheres, na faixa etária de 16 a 30 anos autodeclaradas feministas ou não, mas que buscam publicações com conteúdos considerados alternativos.

O principal fator que trouxe essa identidade à revista, ao mesmo tempo legitimando a Trinque como revista no mercado editorial, foi a união entre os conceitos simbólicos e o projeto gráfico, pois neste último cada detalhe foi criado e revisado para captar visualmente a proposta da missão editorial. Assim, a publicação combina estrategicamente elementos visuais aos editoriais em vista de seu design editorial. Cabe lembrar que “‘design editorial’ passou a significar: narrativas com curadoria para aqueles com uma paixão por compartilhar um ponto de vista, interesses ou mesmo uma marca” (ZAPPATERRA, 2014, p.7). A paixão ou diferencial da Trinque é, justamente, ser uma alternativa de representação e de identificação.

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Duas estratégias são apontadas para materializar esse diferencial. A primeira através da diagramação, fator de distinção perante outras publicações; e a segunda abrange o cuidado com a linha editorial e conteúdo que foi pensado para que a temática do alternativo não acabasse sendo reproduzida superficialmente como na maioria dos veículos de comunicação. Outro diferencial da Trinque é a equipe inteiramente feminina, em sua maioria de acadêmicas ou recém-formadas dos cursos de Relações Internacionais, Produção Editorial, Jornalismo e Ciências Sociais.

Optei por montar uma equipe somente de mulheres justamente pelo perfil machista da nossa sociedade, que muitas vezes nos subestima e desvaloriza nosso trabalho. Dessa forma, como eu queria reunir um grupo de mulheres de personalidades e estilos diferentes para que o conteúdo da revista fosse escrito por pessoas que não se veem representadas nas revistas atuais e apoiam a ideia de uma publicação como a Trinque, eu postei em um grupo do Facebook de Feministas de Santa Maria sobre meu projeto, detalhando cada seção e convidando mulheres que gostavam de escrever para participar da equipe de conteúdo. Obtive resposta de quinze mulheres, entretanto por conta dos prazos e seus próprios compromissos várias desistiram. Apenas nove conseguiram encaixar os prazos de produção da Trinque em suas agendas pessoais.

Uma das maiores dificuldades, com certeza, foram as voluntárias que desistiram e não me avisaram simplesmente sumindo durante a produção das matérias. Quando se trabalha dependendo de outras pessoas corre-se esse risco, isso acabou atrasando um pouco a produção e por conta dessas desistências e dos prazos eu optei por reduzir o número de matérias.

Felizmente as nove colaboradoras que permaneceram produziram matérias muito boas e fizeram todos esses percalços valerem à pena. Isso tudo me mostrou o porquê de revistas consagradas terem equipes grandes com cargos bem divididos. Ainda que eu tenha tido uma equipe de produção de conteúdo, todos os “cargos” restantes ficaram sob minha responsabilidade me ensinando a complexidade por trás de cada etapa.

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Por conta dos prazos e outros compromissos eu pude produzir apenas um ensaio para a matéria “Resistência, arte e expressão o movimento Drag Queen” com o auxílio da colega Kátia Alves e da fotógrafa Carine Martins. As demais imagens usadas nas matérias são do acervo do Google e a coleta das mesmas ficou sob minha responsabilidade. Nas matérias “Criolando” e “Projeto – Eu, Gorda” as fotos foram cedidas respectivamente pelas entrevistadas Flávia Nascimento e Milena Paulina.

Optei por fazer a publicidade inteira somente da marca WearEver por conta do seu trabalho incrível no quesito representatividade. A WearEver é uma marca paulista que trabalha com tamanhos desde o PP até o 4G, ela se enquadra no movimento de Slow Fashion e consumo consciente ao confeccionar suas roupas e calçados sob encomenda evitando assim o desperdício, além disso nenhum de seus produtos leva matéria-prima animal e todos os seus fornecedores são brasileiros.

Sua missão é criar roupas alternativas que tenham tanta atitude e personalidade quanto a marca, por isso, buscam uma produção consciente e ecológica. Pensando nisso, escolhem realizar todo o processo, evitando a terceirização de serviço.

Todas as fotos foram cedidas pela fotógrafa Camila Lopes, responsável por quase todos os ensaios da marca, entrei em contato com a empresa e expliquei sobre meu projeto pedindo permissão para divulgar a marca. Após o aceite elas me passaram o contato da fotógrafa que também gostou bastante da proposta e me enviou diversas fotos de ensaios que ela fez, usando essas fotos eu montei o anúncio principal e intercalei as fotos entre as trocas de matérias sem usar uma porcentagem específica de conteúdo x publicidade.

A periodicidade pretendida para a revista é trimestral, tempo imaginado para reunir conteúdo, entrevistas, ensaios fotográficos e demais produções que tragam diversidade e a identidade da Trinque para cada edição.

O principal motivo que me levou a optar pelo formato digital ao invés do impresso foi o custo de produção. Como o objetivo da revista é representar as minorias, eu tinha que pensar no poder monetário do público que quero atingir. O

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formato digital não só possibilita que a revista tenha um valor mais acessível, como também ajuda na acessibilidade já que ficará disponível em smartphones ou tablets.

Como optei pelo formato digital, para ter a possibilidade de inovar e atrair mais leitores existiriam edições especiais bienais, possivelmente temáticas, que seriam impressas. Para atingirmos o público que ainda prefere a revista no formato impresso e atrair os leitores que visitam bancas a procura de novas publicações.

3.1 CONCEITO

“Trinque” surgiu depois de muita pesquisa por termos semelhantes à “moda” e “cultura”. Finalmente, ao visualizar a palavra numa frase conhecida popularmente, a equipe formulou a identidade e significado por trás do nome. “Trinque” é uma alusão às duas vertentes da revista: moda e cultura, remetendo à expressão “ficar nos trinques”, ou seja, estar elegante, na moda e relaciona-se com um trinco de fechadura, visto que os editores pretendem destravar padrões culturais e abrir portas para dar visibilidade às minorias alternativas.

O projeto gráfico da Revista Trinque é geométrico. Com uma característica

bem definida – suas constantes formas tentam remeter aos movimentos e os

diferentes caminhos e estilos de vida de seus leitores. Ele é maleável, o que o torna vantajoso já que se trata de uma revista que apresenta conteúdos diversos e alternativos e deve sempre poder se adaptar à matéria que será publicada. A sua proposta é ser divertida, esteticamente agradável e marcante, mas ainda simples de forma que a leitura seja fluida.

Essa maleabilidade confere a possibilidade de manter o projeto gráfico, com as diferentes propostas de conteúdo que a revista traga. Assim, no interior da publicação o leitor encontrará em todas as edições certa familiaridade devido a preservação de elementos, como os tipos que classificam as seções e a numeração. A cor da logo na capa mudará conforme a proposta da edição, essa mudança será consoante com o destaque da capa. No projeto gráfico interno as seções manterão sempre as mesmas cores, com isto reforço a característica de organicidade da revista ainda que ouse no estilo de diagramação.

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3.2 EDITORIAS

A revista divide-se em oito seções fixas, de acordo com o planejamento efetuado pelos editores a fim de que o leitor tenha uma boa experiência com o estilo da linguagem e com os padrões visuais diferenciados, neste primeiro contato.

A primeira seção é a mais tradicional da edição, porém de extrema importância: o editorial. Sobre esse termo, Felipe Boff em “A revista e seu jornalismo” (2013), explica:

O editorial só é possível em decorrência de uma linha editorial, ainda que mal traçada ou instável. É (ou deveria ser) o espaço da manifestação explícita das opiniões que guiam o jornal – o que também pode valer para a revista de informação. É uma espécie de terra natal do jornalismo opinativo, seu porto seguro, em que o gênero pode até ser contestado, mas nunca renegado.(BOFF, 2013, p. 191).

Sendo assim, o editorial da Trinque construiu-se apoiado nos pilares conceituais e políticos da revista, sem deixar de introduzir o leitor à cultura e moda alternativa através de um layout mais leve, agradável e convidativo ao público.

Na seção seguinte, chamada “Vestuário”, são exploradas tendências em roupas e acessórios da moda alternativa. Na edição piloto apresentaremos o movimento Drag Queen e faremos uma reflexão sobre Moda x Identidade. Na seção “Cultura”, o leitor é provocado a refletir e conscientizar-se acerca de estereótipos enraizados na sociedade no que tange à produção cultural, ideológica e social desses grupos desfavorecidos. Nesta primeira edição traremos uma reflexão sobre gordofobia e invisibilidade bissexual.

Na seção “Carreira”, abordaremos questões do mercado de trabalho, trajetória escolar e acadêmica, pessoas e empresas inovadoras. Na edição piloto abordaremos a desvalorização dos cursos de humanas e mulheres no audiovisual, também apresentaremos a marca santa-mariense Criolando. A próxima seção, “Capa”, aborda com maior profundidade a matéria presente na capa, sendo essa a temática principal da edição. Na edição piloto, a seção “capa” apresentará o projeto “Eu, Gorda”, que incentiva pessoas gordas a aceitarem e verem beleza em seus corpos.

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Na seção “Comportamento”, traremos assuntos diversos que estão presentes na vida cotidiana dos nossos leitores. Nesta edição falaremos sobre empoderamento infantil, identificações de gênero e orientações sexuais. Já o espaço “Na mídia” é uma seção onde o leitor fica atualizado sobre assuntos midiáticos. Nesta primeira edição falaremos sobre Ciberfeminismo e mulheres no Hip Hop.

Por fim, o leitor chegará na seção “Você na Trinque”, o local de contato direto entre revista e consumidor. Nele, são divulgadas as opiniões dos leitores sobre edições anteriores, desde elogios até críticas construtivas, assim como sugestões para as próximas edições. Na edição piloto serão expostas opiniões de pessoas que gostaram da proposta e aceitaram participar da avaliação da mesma, elas receberam a revista previamente à sua apresentação (APÊNDICE B).

4. PROJETO GRÁFICO

Neste capítulo pretendo apresentar o projeto gráfico, trazendo informações detalhadas sobre o processo e o conceito. O primeiro passo foi buscar o conceito e referências estéticas. Levando em consideração a estética geométrica já adotada no protótipo, optei por seguir nessa linha e apenas repensar algumas das diagramações feitas no mesmo.

Mesmo sendo um projeto todo pensado geometricamente, o mesmo não é preso. Ele continua com uma fluidez que facilita a leitura e fica esteticamente agradável. Para isso realizei uma pesquisa no site Pinterest sobre revistas com designs alternativos e fora do padrão (FIGURAS 10, 11, 12 e13).

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FIGURA 10 – Miolo de uma revista não especificada.

Fonte: Acervo do Pinterest.

FIGURA 11 – Sumário de uma revista não especificada.

Fonte: Acervo do Pinterest.

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Fonte: Acervo do Pinterest.

FIGURA 13 – Abertura de matéria de uma revista não especificada.

Fonte: Acervo do Pinterest.

Para elaborar a revista que é o objetivo deste trabalho foram utilizados os softwares da Adobe (Photoshop, Illustrator e InDesign), responsáveis,

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respectivamente, pela edição e tratamento de imagem, criação de vetores e diagramação do conteúdo textual e visual do trabalho.

4.1 GRID

Como já dito anteriormente, a Trinque não tem por objetivo prender-se aos padrões estéticos/editoriais tradicionais, por isso a mancha gráfica tem várias imagens “sangradas” ou ultrapassando a marca de dobra em páginas duplas, não seguindo um padrão, exceto pelos textos que foram diagramados dentro de um grid modular de oito colunas e onze linhas (FIGURA 14), mas de modo dinâmico e fora do comum. Assim, a diagramação seguiu o princípio de que “a grande maioria dos conteúdos editoriais tem em seu cerne a ideia de comunicar uma ideia ou contar uma história por meio da organização e apresentação de palavras (disposição dos títulos e corpo do texto) e elementos visuais.” (ZAPPATERRA, 2014, p.8). A história a ser contada pela Trinque também pretende “trincar” o usual grid colunar em uma página ao tratar de temas com pouco espaço nas demais revistas de moda no mercado nacional.

FIGURA 14 – Grid da Revista

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Optei por utilizar formas geométricas para dar movimento à leitura, sempre cuidando o “respiro literário”, principalmente quando havia fotos ou ilustrações muito próximas ao texto. O visual harmônico também contribuiu para a melhor otimização e valorização dos elementos gráficos padrão, como paginação no centro inferior, nome das seções (acompanhado de pequenos triângulos) nos cantos superiores esquerdo das páginas pares e inferior direito das ímpares (sem triângulos) (FIGURA 15).

FIGURA 15 – Página da matéria “O empoderamento infantil na construção do ser”

Fonte: Revista Trinque.

Nos espaços, como editorial(FIGURA 16) e a seção “Você na Trinque” (FIGURA 17), a diagramação foi adaptada para cada contexto, variando do mais comum ao mais ousado, e os textos sempre apoiados por fundos diferentes do chapado das demais seções da Trinque.

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FIGURA 16 – Página Editorial da Revista Trinque.

Fonte: Revista Trinque.

FIGURA 17 – Página Editorial da Revista Trinque.

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4.2 COR

As cores são interpretadas de formas diferentes, pois as vivências de cada um podem interferir na percepção, dando significações diferentes para cada matiz. Como citado anteriormente, cada capítulo possuí a sua singularidade, e as cores tem grande influência na compreensão e significação.

Uma cor, ou uma composição colorida, pode significar algo diferente para cada pessoa que olha para ela. Poderíamos dizer que a cor não se forma apenas no olho, mas também no ‘eu’. [...] na qual o ver é um duplo fenômeno: um encontro com o mundo e um encontro consigo mesmo. (FRASER, BANKS, 2011, p. 10)

Devido ao tema diversificado, associo todas as cores à revista, tanto os tons vivos quanto os mais pastéis, justamente por se tratar de moda alternativa e fuga dos padrões visuais. No caso da primeira edição, optei pelas seguintes cores: Vermelho, Rosa, Roxo, Azul, Turquesa, Verde, Amarelo. Cada seção terá uma cor, e cada uma das matérias dentro de cada seção irá variar o tom dessa cor principal (FIGURA 18). Levei muito em conta as paletas e significados explorados pelos serviços de consultoria de cor, como o ColourAffects fundado em 1980, que trabalham com como as cores afetam o humor e as escolhas dos consumidores. FIGURA 18 – Paleta da Revista Trinque.

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Fonte: Revista Trinque.

De acordo com Tom Fraser e Adam Banks (2007), escritores do livro Guia completo da cor, vermelho é uma cor que passa coragem, força, energia e estimulação. Essa significância foi o que me levou a optou pela escolha dessa cor na seção Vestuário, onde são exploradas matérias sobre tendências em roupas e acessórios da moda alternativa.

Banks e Fraser (2007) ainda definem azul como uma cor que acalma, comunica, aumenta a criatividade e contemplação. Por esses motivos foi usada na seção da matéria de capa, onde o leitor será introduzido ao universo da cultura e moda alternativa, deixando de lado todos os estereótipos que ele poderia trazer consigo. Também significa início de ações individuais, no nosso caso, o leitor começaria a pensar o espaço alternativo como algo normal, se ainda não o fizesse.

Entender como usar cores de forma eficaz depende primeiramente de entender seus atributos visuais – como as cores são identificadas, como elas podem ser variadas e os efeitos ópticos que elas têm umas sobre as outras quando justapostas. (SAMARA, 2010, p. 22)

Em seu livro Ensopado de Design Gráfico, Timothy Samara (2010) define Laranja, como a cor que representa o entusiasmo, fascínio, alegria e qualidade. Então, nada mais justo em utilizá-la na seção “Na mídia”, onde divulgamos inúmeras possibilidades de redes sociais, séries e mídias alternativas para os leitores se manterem atualizados.

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Rosa, porque para Banks e Fraser (2007) rosa significa consciência espiritual e autenticidade, por isso a escolhi para a seção “Cultura”, onde o leitor será convidado a refletir sobre assuntos geralmente considerados polêmicos.

De acordo com a psicóloga e professora universitária Oleni de Oliveira Lobo em seu artigo O Mundo Maravilhoso das Cores (2002) o lilás e o roxo equivalem à sabedoria, ao espiritual. Um leve toque do roxo demarca o poder e autoridade. Não no sentido de poder arbitrário, mas autoridade através da sabedoria e do conhecimento. Na revista, está presente na seção “Carreira”. Onde será abordado o mercado de trabalho e o cenário universitário.

Para Samara (2011) verde simboliza o crescimento, a harmonia, expansividade ao mesmo tempo em que envolve e tranquiliza o leitor. Por isso optei por usar esta cor na seção “Comportamento”.

Há dois espaços da revista que apresentam mais variedades de tons: o editorial e a seção “Você na Trinque”. No Editorial/Expediente, optei por usar backgrounds de mosaico para fugir do fundo branco padrão das demais páginas. No Expediente optei por usar um background com traços mais grossos com as linhas saindo das extremidades para se encontrarem no meio, dando ênfase para a informação central da página. A disposição dos elementos dessa página contrasta fortemente com a Carta de Editora que vem a seguir (FIGURA 19).

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FIGURA 19 – Expediente e Carta da Editora da Revista Trinque.

Fonte: Revista Trinque.

As cores vibrantes do “Você na Trinque” sendo o título em amarelo representam a agitação do leitor por ter um espaço só para ele, poder entrar em contato com os editores, por isso foram escolhidas cores vivas. O preto do fundo da seção foi para sinalizar ao leitor que as matérias acabaram e que este novo espaço é o local exclusivo para ele ver suas críticas, elogios e sugestões sobre a Trinque. Para Wright (1998) a junção do preto com o amarelo passa ao leitor otimismo, sofisticação, segurança, extroversão e criatividade. E como um dos objetivos da revista é criar o engajamento entre o público para melhor representa-lo nas próximas edições, optei por juntar essas duas cores e estimular a participação dos leitores (FIGURA 20).

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FIGURA 20 – Seção Você na Trinque.

Fonte: Revista Trinque.

Optei por construir uma paleta bem diversificada com cores frias e quentes, mas que no conjunto se tornam harmônicas para demonstrar que a diversidade que é o conteúdo da revista ao mesmo tempo em que cada cor tem um significado que se associa a temática da sua respectiva seção, essa diversidade começa a ser percebida desde o sumário da revista (FIGURA 21).

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FIGURA 21 – Sumário da Revista Trinque.

Fonte: Revista Trinque.

4.3 TIPOGRAFIA

A tipografia transmite sensações ao leitor, assim como a cor ou qualquer outro elemento gráfico, “[...] a maneira como são compostos [os tipos] afeta o modo como sua mensagem é lida [...]” (AMBROSE, HARRIS, 2009, p. 12), por isso deve-se utilizar tipos que auxiliem a enfatizar a mensagem que é transmitida na publicação, para que haja uma unidade no material, e que, ao mesmo tempo, apresentem o conteúdo de forma clara e adequada ao público com o qual está se trabalhando.

Sobre a tipografia utilizada na revista, o destaque maior é primeiramente da fonte Unfoldingtrag-textured (logotipo da revista presente não só na capa, como também no editorial/expediente e no ícone para um aplicativo fictício). Essa tipografia manuscrita foi adotada pelo seu visual chamativo e design diferenciado (FIGURAS 22 e 23).

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FIGURA 22 – Logo Revista Trinque

Fonte: Revista Trinque.

FIGURA 23 – Logo abreviado da Revista Trinque.

Fonte: Revista Trinque.

Já o corpo do texto em Impara-Light, uma fonte sem serifa, serve para contrastar com as demais tipografias serifadas e manuscritas, transmitindo um design jovem, equilibrado e clean para os pequenos blocos textuais ao longo das matérias (FIGURA 24). Os tipos sem serifa são melhor lidos no meio digital, como Christ coloca, para serem lidos “[...] facilmente sobre a tela, são necessários recursos que minimizem diagonais e suavizem o desenho, tornando a tipografia compatível com a grade de pixel que compõe uma tela.” (CHRIST, 2012, p. 45).

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FIGURA 24 – Abertura da matéria “Moda é Identidade, mas identidade de quem?”

Fonte: Revista Trinque.

Na chamada para a matéria de capa foi usada a fonte Audimat 3000 Mi-graslique que é uma fonte serifada com um design mais grosso, criando assim um contraste com a Unfoldingtrag-textured (FIGURA 25).

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FIGURA 25 – Capa da edição piloto da Revista Trinque

Fonte: Revista Trinque.

O conceito de diversidade e contraste permaneceu enquanto eu decidia quais fontes comporiam a Revista Trinque. Optei em sua maioria por fontes manuscritas pelo motivo de reproduzir a escrita humana, passam a sensação de pessoalidade para os leitores, além de serem bastante usadas em projetos gráficos alternativos, pois chamam atenção. Como cada seção representa um determinado assunto não considerei adequado usar uma fonte padrão. Na figura 26, podemos observar a relação de fontes utilizadas nas seções da revista.

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FIGURA 26 – Tipografia da Revista Trinque

Fonte: Revista Trinque.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O mundo está em constante modernização e atualização dos seus meios de comunicação, dessa forma é preciso inovar o jeito de produzir revistas. Não é à toa que diversas revistas influentes migraram para o meio digital, o desafio agora é fazer publicações interessantes tanto no conteúdo quanto no layout específico para o digital.

Sendo assim, este projeto experimental de conclusão de curso desenvolveu-se em torno da proposta de produzir uma edição piloto da Revista Trinque, com o intuito de criar um produto editorial inovador em seu design e conteúdo. O produto final tem 232 páginas, sendo 28 páginas de publicidade da marca WearEver.

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A Trinque chegaria ao mercado com um aplicativo próprio, isso a diferenciaria ainda mais das revistas que já circulam hoje em dia. O aplicativo seria disponibilizado para os sistemas operacionais Android e iOS, possuindo um layout fluido, pois a proposta demanda flexibilidade, interatividade, uso de cores, ícones e demais ferramentas e recursos imagéticos.

Para que o processo produtivo e criativo acontecesse de maneira sólida e fundamentada, foram pesquisadas e analisadas edições de algumas revistas de moda e comportamento. Aprofundando ainda mais o trabalho e podendo realmente entender que uma publicação como essa está em falta no mercado editorial.

O produto, em seu todo, contribuiu bastante para meu aprendizado, não somente pelos desafios encontrados e superados, mas pela experiência na prática da edição. Como foi dito anteriormente, nós não entendemos a complexidade e os desafios dos processos editoriais até passarmos por todos eles. Mesmo com todos os percalços de desistência de autoras até atrasos na entrega das matérias o meu aprendizado e satisfação com o resultado alcançado foi maior.

Dentro do processo de criação a maior dificuldade foi sem dúvida conseguir fazer a diagramação alternativa de uma maneira que ficasse confortável de ler e mantendo a criatividade. Houve momentos onde foi necessário me afastar do projeto para que a inspiração viesse, pois eu não queria acabar padronizando a minha diagramação.

Portanto, este trabalho buscou evidenciar todos os processos editoriais pelos quais a revista Trinque passou, desde sua concepção na mente dos editores, passando pelas etapas de edição e, por fim, chegando até aquele que é seu objetivo primordial e sua razão de existir: o leitor.

Espera-se que, com trabalhos desse tipo, o design editorial possa se desenvolver cada vez mais e conversar de maneira mais íntima com seu leitor, fazendo jus ao que é chamado de design à favor da informação. O projeto elaborado para este trabalho é uma tentativa de realização desse desejo. Executado da melhor maneira possível e prezando por tudo o que foi estudado e aprendido, espera-se

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que o mesmo sirva de inspiração para outras pessoas que sentem o mesmo desejo de transformar uma simples informação em algo interessante.

Por fim, podemos dizer que o tempo não para e que não cair na obsolescência é o maior desafio das produções atuais. O design editorial assim como a sociedade vive em constante evolução e para acompanha-lo é preciso poder cumprir com a principal função de um designer que se preze: informar com qualidade estética e de conteúdo. Reinventar a roda é o desafio que deveria acontecer todos os dias, a cada novo trabalho.

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REFERÊNCIAS

ALI, Fátima. A arte de editar revistas. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2009.

AMBROSE, Gavin; HARRIS, Paul. Tipografia. 1 ed. Porto Alegre: Bookman, 2011. BOFF, Felipe. Muito além do editorial: a revista e suas opiniões. In: TAVARES, Frederico; SCHWAAB, Reges (orgs.). A revista e o seu jornalismo. Porto Alegre: Penso, 2013. p. 191.

CHRIST, Daiana L. Tipografar, um guia para escolher e usar tipografia. 2012.

Disponível em: https://goo.gl/c3g2rb. Acesso em 08 de Agosto de 2017.

FRASER, Tom. BANKS, Adam. O Guia Completo da Cor. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2007.

FRASER, T; BANKS, A. O essencial da cor no design. São Paulo: Editora Senac, 2011.

GRAMSCI, Antonio. Cadernos do Cárcere – Volume 1. Rio de Janeiro: Civilização

Brasileira, 2001.

LOBO, Oleni de Oliveira. O Mundo Maravilhoso das Cores. 2002. Disponível em:

http://professores.unisanta.br/oleni/cores.htm. Acesso em 17 de Novembro de 2018.

LUPTON, Ellen. Pensar com tipos. Editorial Gustavo Gili, 2018.

PEREIRA, Carlos Alberto Messeder. O que é contracultura. São Paulo: Brasiliense, 1983.

SAMARA, Timothy. Ensopado de Design Gráfico: Ingredientes visuais, técnicas e receitas de layout para designers gráficos. São Paulo: Blucher, 2010

SAMARA, Timothy. Guia de Design editorial: Manual prático para o design de publicações. Porto Alegre: Bookman, 2011.

(48)

SOUZA, Bruno Carvalho Castro. Criatividade: uma arquitetura cognitiva. 2001. Dissertação (Mestrado em Engenharia da Produção) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia da Produção, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2001.

TAVARES, Frederico de Mello. Revista e identidade editorial: mutações e construções de si e de um mesmo. In: TAVARES, Frederico; SCHWAAB, Reges. (orgs.) A revista e seu jornalismo. Porto Alegre: Penso, 2013. p. 76-91.

VILLAS-BOAS, André. O que é [o que nunca foi] design gráfico. 6 ed. Rio de Janeiro: 2AB, 2007.

WHITE, Jan. Edição e Design para designers, diretores de arte e editores: o guia clássico para ganhar leitores. 3 ed. São Paulo: JNS editora, 2006.

WRIGHT, Angela. The Beginner's Guide to Colour Psychology. Colour Affects Limited, 1998.

(49)

APÊNDICE A – FORMULÁRIO DA PESQUISA DE OPINIÃO

Link para acessar o formulário completo: https://goo.gl/forms/YMTEXqivA4Xd82xQ2

01 - Qual a sua idade? • 12 a 15 anos • 16 a 19 anos • 20 a 25 anos • 25 a 30 anos • Acima de 30 anos

02 - Quando você pensa em "revista de moda" você se sente representada(o) pelas(os) modelos/estilos que nelas aparecem?

• Sim • Não • Às vezes

03 - Você vê ou já viu publicações impressas que abordam questões como:

gordofobia, indentidade de gênero, legalização do aborto, empoderamento infantil, etc? *

• Sim • Não • Às vezes

04 - Caso tenha respondido sim para a questão acima, a revista aborda temas assim regularmente ou foi uma única vez?

• Regularmente • Uma única vez

05 - Você acha que esse tipo de tema deve ser discutido e publicado por revistas? Escala de 0 (Não deve ser discutido) a 10 (É necessários discutir).

06 - Ao pesquisar Revistas Femininas, quais os principais temas que você nota nessas publicações?

• Receitas

• Mulheres independentes e bem sucedidas • Corpo perfeito

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• Maquiagem e cuidados pessoais

• Como conquistar o homem dos seus sonhos • Aceitar sua sexualidade

• Aceitação do seu próprio corpo • Outro:

07 - Você consegue imaginar pessoas fora do padrão na capa de revistas famosas de beleza/moda atuais?

• Sim • Não • Talvez

08 - Até o presente momento, você já encontrou uma revista de moda e comportamento onde se sentiu representada(o)?

• Sim • Não • Talvez

09 - Caso tenha respondido sim ou talvez para a questão acima, qual o nome da revista?

10 - Você acha que se existisse uma revista semelhante a Trinque na sua pré-adolescência e pré-adolescência ela teria sido importante para seu crescimento e aceitação pessoal?

• Sim • Não • Talvez

11 - Você acha que se ela fosse publicada hoje ela seria importante para seu crescimento e aceitação pessoal?

• Sim • Não • Talvez

12 - Você compraria ou assinaria uma revista que abordasse os temas citados anteriormente?

• Sim • Não • Talvez

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APÊNDICE B – FEEDBACKS LEITORES

Aline Stangherlin – Relações Públicas e Gerente da ARHAT

ADOREI a revista, o projeto gráfico e editorial; os assuntos abordados e a forma como foram abordados. Amei que os textos interagiram com as fotos. No entanto, senti que todas as matérias seguiram um "padrão" na diagramação do texto com as imagens mas, isso é algo muito meu, adoraria que cada um tivesse uma forma entende? Um bem diferente do outro, até porquê a proposta da revista é retratar as minorias, então não deve seguir um "padrão".

Todas as matérias estão super completas, informativas e super abrangentes. Na minha opinião, talvez a matéria que ilustra a capa deveria ser a "maior" em tamanho e destaque. As outras matérias poderiam ser um pouco menores o que não afetaria em nada a qualidade.

Outro ponto importante é que, como a revista é o teu TCC, sugiro que ela passe por uma revisão. Percebi alguns mínimos erros de português que podem, inclusive, serem causados até pelo próprio computador ou corretor. Também notei alguns errinhos de digitação, o que é bem normal quando a gente foca no trabalho, acaba passando.

Achei a capa super legal, mas aí creio que meu lado mais "padronizado" sentiu falta da chamada das outras matérias da revista. Ok, o projeto eu gorda é o destaque e tá na capa, mas se eu for comprar a revista o que mais eu vou levar? Está bem retratado o grupo que vai ser focado, mas e os outros grupos, como vão saber que realmente estão contemplados na revista?!

Acho que era isso Giulia! Adorei teu trabalho, muito sucesso pra ti e super parabéns.

João Vitor Bitencourt – Estudante de Produção Editorial

Eu vejo a Trinque como uma revista que aborda temas de extrema importância para todos nós, especialmente com o atual cenário do país. Nunca se falou tanto sobre diversidade, mas também nunca foi tão importante reafirmar essas questões e naturalizar a luta de minorias e pessoas inferiorizadas pela sociedade. Durante a leitura da revista diversos dos conteúdos me atingiram de forma bem pessoal, principalmente as matérias voltadas ao público LGBT+ e também pude conhecer outras realidades e dificuldades que outros grupos passam que muitas vezes nem pensamos. É triste pensar que mesmo com tanto avanço ainda temos tantas questões problemáticas na nossa sociedade que parecem algo essencial, mas que na realidade ainda é muito excludente. Mas fiquei muito feliz de ver tantos projetos incríveis expostos na revista que tentam mudar isso, saber que tem pessoas tendo essas iniciativas e conseguindo ter sucesso em expandir seus trabalhos é também muito inspirador.

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Acho que como um todo a revista conseguiu contemplar muito bem a proposta de abordar moda, cultura alternativa e estereótipos, essas diretrizes estão presentes em todos elementos durante toda a publicação. Os textos todos foram incríveis, trouxeram um ar mais pessoal e humanizado para a revista que me agradou muito. Acho que talvez colocar a autoria dos textos no começo de cada matéria poderia ajudar a situar melhor o leitor, pode ser algo pessoal já que eu conheço muitas das autoras, mas eu me senti um pouco perdido em relação a isso. O projeto gráfico e a diagramação da revista também são um dos pontos altos pra mim, acho que eles refletem muito bem a temática da Trinque e por si só já passam uma mensagem e diferencia ela de outras revistas. O uso das cores, formas geométricas e o alinhamento do texto interagindo com as fotos e elementos gráficos, para mim é incrível, um uso muito inteligente e criativo de algo que é presente em toda revista e facilmente poderia acabar com uma estética padrão. Quanto a isso, devido a esse alinhamento diferenciado em alguns momentos a legibilidade do texto acaba ficando um pouco complicada, o espaçamento tende a ficar bem comprimido e causa um leve estranhamento na leitura, mas nada muito drástico também.

Finalizando, talvez eu tenha me estendido um pouco demais. Eu gostei muito mesmo da Trinque, achei que foi muito bem pensada e desenvolvida em todos os seus elementos. É uma temática muito atual e importante demais, lendo eu consegui reafirmar questões e começar a ter outros questionamentos sobre os assuntos abordados e para mim isso é o resultado de uma boa publicação. A revista ficou muito linda e gostosa de ler, queria parabenizar demais a Giulia e todo mundo que trabalhou nela por esse trabalho incrível!

Letícia Ribeiro – Estudante de Relações Públicas

Antes de tudo, gostaria de parabenizar a ti, minha amiga querida de longa data, por esse trabalho lindo e importantíssimo. É incrível ver o teu amadurecimento como pessoa e, principalmente, como mulher. Como te conheço há anos, posso dizer que tenho muito orgulho do teu crescimento pessoal e profissional. Tenho muito orgulho em poder te chamar de amiga.

Sobre a revista: eu, como leitora assídua de revistas de moda, realmente uma fã da Vogue, dessas que ainda compra a revista impressa quando dá, devo dizer que gostaria muito de ver a Trinque circulando por aí. É incrível ver, apesar de eu não ser uma especialista, uma diagramação tão impecável e "fora dos padrões", sem que isso afete a leitura. Muito pelo contrário, achei bem gostosinho de ler da forma em que os textos estão inseridos, a leitura flui de maneira fácil e rápida.

A capa, para alguém que gosta de coisas minimalistas como eu, é incrível. Uma fotografia belíssima e que ao mesmo tempo choca até os mais alternativos, chama a atenção pela quebra de padrão logo ali. É muito bom ver pessoas "gente como a

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