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Órgão de Tubos da Primeira Igreja Batista Do Rio

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Academic year: 2021

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www.pibrj.org.br/musica Pg. 1

Órgão de Tubos da

Primeira Igreja Batista Do Rio

Apresentamos aqui, de forma bem reduzida, a história do nosso órgão de tubos. Essa rica história teve como fonte relatos e documentos que foram organizados cronologicamente. Muito dessa história quem nos conta é o próprio órgão.

Ao pensarmos que esse instrumento fez parte de diferentes momentos históricos, podemos compreender que as mudanças e manutenções sempre tiveram como objetivo o melhor funcionamento do instrumento considerando os recursos disponíveis. Durante todos esses anos (desde 1891), a principal motivação sempre foi a excelência de seu funcionamento para os serviços religiosos. Contamos agora parte desta encantadora trajetória:

1891

Inicialmente, o órgão foi doado para a Christ Church (atual Igreja Anglicana do Rio de Janeiro) pelo Conde de Leopoldina - Henry Lowndes (1861-1931). Na época, a Christ Church tinha como endereço a Rua dos Barbonos, hoje conhecida como Rua Evaristo da Veiga, 10.

1892

Foi publicado no Musical Opinion Vol XV p. 420, Junho de 1892, um texto com detalhes e com a disposição fônica do fabricante de órgãos por August Gern (1837-1907) para a Christ Church no Rio de Janeiro.

16 de Outubro

Inauguração do novo órgão construído por A. Gern. “... órgão que, na ocasião, foi reputado o melhor da cidade, tendo sido franqueado à

visitação pública no dia 28 do mesmo mês.”

Henriqueta R. F. Braga

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www.pibrj.org.br/musica Pg. 2

1899

7 de Maio

Com o a proclamação da República foi abolida a restrição concernente a forma exterior das igrejas protestantes. Assim, após reformas, no templo da Christ Church, foi realizado um culto de reinauguração. A imprensa noticiou:

“Ao lado esquerdo da nave e em sentido paralelo ao corpo onde se oficia está o órgão, um belo instrumento que ouvimos durante a

cerimônia, executado a mãos de mestre pelo organista da igreja, Sr.Harcourt Savile.”

“ A Igreja Protestante”

(Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, 8 de maio de 1899, p. 2)

Foto 1 do órgão no interior da Christ Church, ainda na Evaristo da Veiga, 10 In Livreto sobre a História da Christ Church

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www.pibrj.org.br/musica

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www.pibrj.org.br/musica Pg. 4 Foto 2 do órgão vista por outro ângulo, Evaristo da Veiga, 10 - In Henriqueta R. F. Braga – Música Sacra Evangélica no Brasil

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www.pibrj.org.br/musica Pg. 5 Durante anos o instrumento foi utilizado nos serviços religiosos satisfatoriamente, desta forma, não foram encontrados documentos relativos a algum tipo de reforma decorrente do seu mau funcionamento. Podemos deduzir que afinações foram feitas ao lermos a avaliação feita em 1936, G. Berner. Após quatro décadas, o órgão apresentou o desgaste e danos de algumas peças que prejudicavam o seu bom funcionamento. Uma avaliação por um profissional (organeiro) tornou-se necessária. Significativas mudanças foram propostas e aceitas, o que nos leva para uma nova etapa na história desse instrumento.

1936

11 de Maio

Guilherme Berner (1907-1954, organeiro alemão que instalou sua fábrica de órgãos e harmônios no Rio de Janeiro) apresentou dois projetos para reconstrução do órgão Gern. O projeto aceito apresenta: Características do órgão – nome do construtor, sistema de funcionamento mecânico – pneumático, 24 registros sonoros divididos em dois teclados, pedal com 30 notas, 6 pedaletes, melhor material na fabricação dos tubos de madeira e metal.

Situação do estado atual do instrumento - são descritos problemas nos condutos de zinco, consola de funcionamento mecânico (considerou primitiva para a época e que não fornecia possibilidades de facilitar registrações), notas que não tocavam, problemas nos armazenamentos de ar para regular a entrada do ar de acordo com o gasto, gerador de ar antigo e barulhento e tubos danificados por afinação e conservação mal feitas. (A técnica da afinação exige do profissional um trabalho meticuloso que, entre outros aspectos, considera o estado de conservação do tubo.)

Após avaliação, G. Berner propõe a reconstrução do órgão considerando modificações:

- transformação do atual sistema de funcionamento mecânico-pneumático para o “moderníssimo” sistema electro-mecânico-pneumático, - nova consola “puramente elétrica” com placas modernas para uma fácil registração,

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www.pibrj.org.br/musica Pg. 6 - troca da pedaleira com 30 teclas no feitio inglês em forma côncava e em leque,

- aparelho eletro-pneumático para acionar as venezianas da Caixa Expressiva,

- novo Grupo Gerador de Vento,

- fornecimento do cabo elétrico para ligar a consola ao órgão (tubos),

- harmonização,

- reconstituição do timbre característico, - remoção dos defeitos existentes,

- limpeza e fornecimento dos Relais elétrico-pneumáticos da transformação do sistema.

1937

A reconstrução do instrumento estava pronta. Correspondências e documentos, referentes a serviços realizados por G. Berner, confirmam o uso e funcionamento do instrumento.

1938

A Christ Church tem um histórico precioso de programações musicais que fazem parte da agenda cultural da nossa cidade. Como podemos confirmar com a documentação do recital de órgão, Dr. Greenhouse – organista da St. Giles Cathedral e University of Edinburgh.

Ocorre um triste fato, o teto que cobria os tubos e someiros (parte fônica) não resistiu as fortes chuvas. A água penetrou através do teto danificando e prejudicando partes essenciais ao funcionamento do órgão. Houve necessidade de se construir um novo teto que protegesse o órgão e consertar as partes danificadas. Um contrato de manutenção foi firmado por G. Berner e pela Christ Church para manter o objetivo principal do bom funcionamento do órgão.

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www.pibrj.org.br/musica Pg. 7 A mudança para o novo templo para a Rua Real Grandeza, 99 marca uma nova etapa na trajetória desse instrumento. Começa com a desmontagem e a montagem do órgão Gern, confirmadas segundo documentos e recibos firmados por G. Berner. No novo templo, a parte fônica foi colocada na galeria que fica acima da entrada principal da igreja e a consola foi colocada próxima ao púlpito, uma distância significativa no resultado acústico.

Foto 3 (autor Lelis Moura) do órgão na Rua Real Grandeza, 99. Os tubos e someiros foram colocados na galeria.

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www.pibrj.org.br/musica Pg. 8 Foto 4 com a consola próximo ao altar e os tubos na galeria. In Henriqueta R. F. Braga – Música Sacra Evangélica no Brasil .

No período que seguiu a montagem do órgão, no novo endereço, poucos documentos foram encontrados, apenas recibos semestrais de manutenção até o ano de 1949. Relatos sobre o uso constante nos serviços religiosos e em concertos confirmam sua funcionalidade durante anos. Após G. Berner, pouco sabemos sobre a manutenção do instrumento. Organistas, que tocaram nesse período, falam de pequenos defeitos que com o tempo

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www.pibrj.org.br/musica Pg. 9 cresceram até que o instrumento ficou totalmente em silêncio nos serviços religiosos durante anos. De outra forma a igreja manteve a tradição organística em seus cultos com a aquisição de um novo órgão eletrônico.

1990

Uma nova etapa teve início e foi marcada pela motivação em fazer com que esse instrumento voltasse a soar como antes.

“... Nos contatos com o irmão Hugh S. Murdoch e o irmão Sérgio Presgrave, na época, Presidente da Comissão de Música e

Arte sacra da PIB (COM-ARTE) ficou constatado existir recptividade para um projeto que resulte na renovada utilização do

belo órgão de tubos da Christ Church. Rio de Janeiro, 18 de junho de 1990.

A possibilidade de termos o órgão funcionando em nossos cultos entusiasmou a Comissão e vários membros da Igreja. Conversas e trocas de correspondências firmaram o compromisso entre a Christ Church e a Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro visando a compra do instrumento. Compromisso que envolveu aquisição, remoção, restauração e instalação do instrumento no santuário da Igreja. Três anos se passaram até a montagem final do nosso órgão de tubos na PIBRJ.

1993

Edson Elias, membro da PIBRJ, pianista e organista com reconhecimento internacional (1947-2008), foi escolhido para tocar esse instrumento que voltou a funcionar no culto do dia 24 de agosto. Fato noticiado pela imprensa: Jornal do Brasil, 25 de agosto de 1993. Em 28 de agosto ocorre o Concerto de Reinauguração do Órgão de Tubos da PIBRJ, organista Dra Dorotéa Kerr e Maestro Elias Moreira da Silva. Não foi possível realizar todos os reparos e consertos como era necessário para o pleno funcionamento do órgão. Fato que não impediu seu uso nos cultos, casamentos e concertos. Durante anos, nossos Diretores de Música levaram adiante esse difícil e desejado projeto. Neste período foram realizados reparos, trocas de peças e afinação.

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www.pibrj.org.br/musica Pg. 10

2000

Foi constituído o Conselho Curador do Órgão de Tubos, vinculado ao gabinete Pastoral, o qual se ocupava da administração, manutenção, utilização do órgão, de forma a preservar o funcionamento do instrumento.

2008 - 2011

Surge com mais intensidade a necessidade de realizarmos um trabalho de restauração e reconstrução do nosso órgão. Essa tarefa fica sob a responsabilidade do recém criado Ministério de Música da igreja na pessoa de seu líder que passou a ocupar também a relatoria da Comissão do Órgão de Tubos criada com o objetivo de viabilizar tal projeto. Após análise das propostas recebidas para restauração técnica do órgão, a empresa Família Artesã Rigatto e Filhos foi escolhida pela Assembléia da igreja para executar o projeto de restauração do instrumento.

2012

Em 12 de janeiro foi firmado contrato entre a Família Artesã Rigatto e Filhos e a primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro para restauração e entrega do órgão em julho de 2014. Inicia a etapa tão esperada da recuperação do nosso instrumento. Um cronograma foi estabelecido visando o acompanhamento do processo nas suas diferentes fases.

2013

Em fevereiro retorna para o Rio de Janeiro completamente restauradas, conforme cronograma das etapas, todas as partes do órgão que estavam na fábrica em São Paulo.

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www.pibrj.org.br/musica Pg. 11 Foto 5 – fole aberto antes

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www.pibrj.org.br/musica Pg. 12 Foto 7 – outro ângulo do fole na PIBRJ

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www.pibrj.org.br/musica Pg. 13 Foto 8 – Someiro aberto antes da restauração

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www.pibrj.org.br/musica Pg. 14 Fontes de pesquisa:

1-Berner, Walter – filho de Guilherme Berner que cedeu documentação referente aos trabalhos realizados por seu pai.

2-Braga, Henriqueta – A música sacra no Brasil

3-Joslin, Paul – pesquisador britânico que se dedica a biografia e obras de August Gern

4-Santana, Gisele – Tese sobre a vida, obra e importância do organeiro Guilherme Berner, 2009

Comissão do Órgão de Tubos

Rio de Janeiro, maio 2013 Relator – Ministro de Música Eduardo Transcoveski Antonio Henrique de Souza Elsie Cardoso Isabel C. R. de Oliveira Monteiro Regina Lacerda

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