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Teologia Sistemática II: Hamartiologia. Antropologia e. Prof. Josadak Lima da Silva

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Academic year: 2021

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(1)

2009

T

eologia

S

iSTemáTica

ii:

c

riSTologia

a

nTropologia

e

H

amarTiologia

(2)

Copyright © UNIASSELVI 2009

Elaboração: Prof. Josadak Lima da Silva

Revisão, Diagramação e Produção:

Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI

Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial.

240

S5861t Silva, Josadak Lima da.

Caderno de Estudos: Teologia Sistemática II:

Cristologia, Antropologia e Hamartiologia/ Josadak

Lima da Silva.Centro Universitário Leonardo da

Vinci–Indaial: Grupo UNIASSELVI, 2009. x ; 110 p. : il.

Inclui bibliografia.

ISBN 978-85-7830- 210-8

1. Teologia 2. Moral e Pratica Religiosa

I.Centro Universitário Leonardo da Vinci Núcleo de

Ensino a Distância. II. Título.

(3)

a

preSenTação

Caro(a) acadêmico(a)!

Ao iniciar os estudos de “Teologia Sistemática II”, cada acadêmico(a) precisa ter em mente que, hoje, somos constantemente tentados a corromper a fé cristã genuína, na qual Cristo é o seu Autor e consumador. No Brasil contemporâneo, há inúmeras manifestações de religiosidades falsas, em suas variedades de religiões, que, ao passar pelo crivo da teologia ortodoxa, são reprovadas, visto que a Pessoa de Jesus Cristo não é o elemento central da fé nessas religiões.

Na Unidade 1 (Cristologia), ressaltamos que o homem chamado Jesus é singular.

Na Unidade 2 (Antropologia), você aprenderá que o Deus que criou o homem e lhe deu a capacidade de crer e pensar, pode nos ensinar, pela Sua Palavra, como usar a razão para o nosso bem, para o progresso da humanidade e para a glória de Deus. Portanto, não existe conflito entre fé e razão. Ambas andam de mãos dadas. A rigor, não existe contradição entre o cristianismo e o pensamento, o que existe é contradição entre alguns cristãos e alguns pensadores.

Na Unidade 3 (Hamartiologia), procuramos mostrar que o pecado herdado de Adão é pecado ontem, hoje e sempre.

No campo do relativismo ético, o grande mal de nossos dias, imposto aos homens em nossa cultura pós-moderna, é preciso entender que não se pode impor um elemento de nossa cultura, como um princípio de definição teológica. Neste caso, é tarefa do acadêmico(a) aprender fazer distinção entre a cultura e a teologia cristã autêntica, discernir o que é pecado e o que não é.

Para assimilar bem os conteúdos aqui apresentados é indispensável que você faça uma séria imersão nas Escrituras Sagradas, pois, tudo que for afirmado como objeto de fé e prática deve ser feito, tomando como ponto de partida a Bíblia. A rigor, uma teologia escriturística é espiritualmente relevante. Como você já percebeu, neste Caderno, estaremos tratando de três doutrinas da área da Teologia Sistemática (Cristologia, Antropologia e Hamartiologia). Nosso objetivo é conduzir você, caro(a) acadêmico(a) a conhecer mais a Jesus Cristo, para que seu estilo de vida e o modo de pensar passe por uma mudança significativa.

Bom estudo!

(4)

Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades em nosso material.

Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura.

O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.

 

Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto em questão.

Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade.

Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE.

 

Bons estudos!

NOTA

Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você e dinamizar ainda mais os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza materiais que possuem o código QR Code, que é um código que permite que você acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar mais essa facilidade para aprimorar seus estudos!

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(6)
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S

umário

UNIDADE 1 – DOUTRINA BÍBLICA DE CRISTO (CRISTOLOGIA) ... 1

TÓPICO 1 – TEORIAS SOBRE A PESSOA DE JESUS CRISTO NA HISTÓRIA ... 3

1 INTRODUÇÃO ... 3

2 O ESTUDO DA CRISTOLOGIA ... 3

3 TEORIAS ACERCA DA DUPLA NATUREZA DE JESUS CRISTO ... 4

3.1 CONTROVÉRSIAS ACERCA DA PERSONALIDADE DE JESUS CRISTO ... 4

4 O CONSENSO CRISTÃO SOBRE A PESSOA DE JESUS CRISTO ... 6

4.1 O DOCUMENTO DE CALCEDÔNIA... 7

4.2 IMPLICAÇÕES DA DECLARAÇÃO DE CALCEDÔNIA ... 7

LEITURA COMPLEMENTAR ... 9

RESUMO DO TÓPICO 1... 11

AUTOATIVIDADE ... 12

TÓPICO 2 – A DOUTRINA DA ENCARNAÇÃO DE CRISTO ... 13

1 INTRODUÇÃO ... 13

2 O CRISTO PREEXISTENTE ... 14

2.1 AS PROFECIAS SOBRE JESUS CRISTO ... 14

2.2 JESUS JÁ EXISTIA ANTES DE TODAS AS COISAS ... 14

3 ENTENDENDO A ENCARNAÇÃO DE JESUS CRISTO ... 15

3.1 O AUTOESVAZIAMENTO DO FILHO DE DEUS ... 15

3.2 A CONCEPÇÃO VIRGINAL DO FILHO DE DEUS ... 16

LEITURA COMPLEMENTAR ... 17

RESUMO DO TÓPICO 2... 19

AUTOATIVIDADE ... 20

TÓPICO 3 – A VERDADEIRA IDENTIDADE DA PERSONALIDADE DE JESUS CRISTO ... 21

1 INTRODUÇÃO ... 21

2 A HUMANIDADE DE JESUS CRISTO E SUA IMPECABILIDADE ... 22

2.1 SUAS LIMITAÇÕES ... 22

2.2 AS TENTAÇÕES ... 23

3 A SUBLIMIDADE DA PERSONALIDADE DE JESUS ... 23

LEITURA COMPLEMENTAR ... 26

RESUMO DO TÓPICO 3... 28

AUTOATIVIDADE ... 29

TÓPICO 4 – JESUS CRISTO COMO MODELO DE VIDA ... 31

1 INTRODUÇÃO ... 31

2 A SINGULARIDADE DE JESUS CRISTO ... 31

3 O SENHORIO DE CRISTO E SUAS IMPLICAÇÕES PRÁTICAS ... 33

4 CHAMADO AO DISCIPULADO DE JESUS CRISTO ... 34

LEITURA COMPLEMENTAR ... 37

RESUMO DO TÓPICO 4... 39

(8)

UNIDADE 2 – DOUTRINA BÍBLICA DO HOMEM (ANTROPOLOGIA) ... 41

TÓPICO 1 – A ORIGEM DO HOMEM ... 43

1 INTRODUÇÃO ... 43

2 CRIAÇÃO OU EVOLUÇÃO: COMO TUDO COMEÇOU? ... 45

2.1 A TEORIA EVOLUCIONISTA ... 45

2.2 O CRIACIONISMO ... 46

3 A UNIDADE DA RAÇA HUMANA ... 47

3.1 TEORIAS QUE NEGAM A UNIDADE DA RAÇA ... 48

3.2 ARGUMENTOS A FAVOR DA UNIDADE DA RAÇA HUMANA ... 48

LEITURA COMPLEMENTAR ... 50

RESUMO DO TÓPICO 1... 52

AUTOATIVIDADE ... 53

TÓPICO 2 – A NATUREZA DO HOMEM ... 55

1 INTRODUÇÃO ... 55

2 TEORIAS SOBRE A CONSTITUIÇÃO DO HOMEM ... 55

2.1 A TEORIA UNITARISTA OU MONISMO ... 55

2.2 A TEORIA DICOTOMISTA ... 55

2.3 A TEORIA TRICOTOMISTA ... 56

3 ANÁLISE DO ENSINO BÍBLICO SOBRE A CONSTITUIÇÃO DO HOMEM ... 57

3.1 PRIMEIRA TESSALONICENSES, 5:23 ... 57

3.2 HEBREUS, 4:12 ... 57

LEITURA COMPLEMENTAR ... 58

RESUMO DO TÓPICO 2... 60

AUTOATIVIDADE ... 61

TÓPICO 3 – A IMAGEM E SEMELHANÇA DE DEUS NO HOMEM ... 63

1 INTRODUÇÃO ... 63

2 O QUE É IMAGEM E SEMELHANÇA DE DEUS NO HOMEM? ... 63

2.1 A IMAGO DEI ... 64

2.2 QUAL É A NATUREZA DESTA IMAGEM? ... 65

3 ASPECTOS DA IMAGEM E SEMELHANÇA DE DEUS NO HOMEM ... 66

3.1 AFINIDADE DO HOMEM COM O CRIADOR (ATOS, 7:24-28) ... 66

3.2 DOMÍNIO DO HOMEM SOBRE A TERRA (GÊNESIS, 1:26) ... 67

3.3 CARÁTER MORAL E RAZÃO DO HOMEM ... 67

3.4 CAPACIDADE PARA A IMORTALIDADE DO HOMEM ... 67

LEITURA COMPLEMENTAR ... 68

RESUMO DO TÓPICO 3... 70

AUTOATIVIDADE ... 71

UNIDADE 3 – DOUTRINA BÍBLICA DO PECADO (HAMARTIOLOGIA) ... 73

TÓPICO 1 – A ORIGEM DO PECADO ... 75

1 INTRODUÇÃO ... 75

2 COMO O PECADO ENTROU NO MUNDO? ... 76

2.1 O PECADO TEVE ORIGEM NO MUNDO ANGÉLICO ... 76

2.2 TEORIAS SOBRE O PECADO ... 77

(9)

3.4 A PROMESSA DE REDENÇÃO ... 82

LEITURA COMPLEMENTAR ... 83

RESUMO DO TÓPICO 1... 85

AUTOATIVIDADE ... 86

TÓPICO 2 – A NATUREZA DO PECADO E SUAS CONSEQUÊNCIAS ... 87

1 INTRODUÇÃO ... 87

2 A NATUREZA DO PECADO ... 87

2.1 A NATUREZA DO PECADO SEGUNDO A BÍBLIA ... 87

2.2 PERSPECTIVA TEOLÓGICA ... 88

3 A TRANSMISSÃO DO PECADO ... 89

3.1 O ENSINO BÍBLICO SOBRE A UNIVERSALIDADE DO PECADO ... 89

3.2 TEMOS UMA NATUREZA PECAMINOSA POR CAUSA DA TRANSGRESSÃO DE ADÃO ... 90

LEITURA COMPLEMENTAR ... 91

RESUMO DO TÓPICO 2... 93

AUTOATIVIDADE ... 94

TÓPICO 3 – OS PECADOS REAIS (PESSOAIS) ... 95

1 INTRODUÇÃO ... 95

2 A NATUREZA HUMANA APÓS A QUEDA ... 95

2.1 INTERPRETAÇÕES QUE NEGAM A RELAÇÃO DO PECADO DE ADÃO COM A RAÇA HUMANA ... 96

2.2 INTERPRETAÇÕES QUE AFIRMAM A RELAÇÃO DO PECADO DE ADÃO COM A RAÇA ... 96

3 O PECADO NOSSO DE CADA DIA ... 97

3.1 A VIDA HUMANA SOB O DOMÍNIO DO PECADO ... 97

3.2 UM ESTILO DE VIDA QUE SE OPÕE AO PECADO ... 99

3.3 A TENSÃO PERMANENTE ENTRE O QUERER E O FAZER ... 100

3.4 CLASSES DE PECADO ... 102

LEITURA COMPLEMENTAR ... 104

RESUMO DO TÓPICO 3... 106

AUTOATIVIDADE ... 107

(10)
(11)

UNIDADE 1

DOUTRINA BÍBLICA DE CRISTO

(CRISTOLOGIA)

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

PLANO DE ESTUDOS

A partir desta unidade, você será capaz de:

• pontuar algumas teorias a respeito da pessoa de Cristo na História; • explicar a encarnação do Verbo de Deus para tornar a salvação divina uma

realidade;

• compreender a verdadeira identidade da personalidade de Jesus Cristo, como perfeitamente Deus e perfeitamente homem;

• indicar como a Pessoa de Jesus Cristo é modelo para os cristãos.

Esta unidade está dividida em quatro tópicos, sendo que, no final de cada um deles, você encontrará atividades que o(a) ajudarão a fixar os conhecimentos adquiridos.

TÓPICO 1 – TEORIAS SOBRE A PESSOA DE JESUS CRISTO NA HISTÓRIA

TÓPICO 2 – A DOUTRINA DA ENCARNAÇÃO DE CRISTO

TÓPICO 3 – A VERDADEIRA IDENTIDADE DA PERSONALIDADE DE JESUS CRISTO

(12)
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TÓPICO 1

UNIDADE 1

TEORIAS SOBRE A PESSOA DE JESUS

CRISTO NA HISTÓRIA

1 INTRODUÇÃO

O termo “Cristologia” (o estudo da Pessoa, natureza, obra e ofício de Cristo) vem de duas palavras gregas, Christo, que significa “Ungido”, “Messias”; e logia traduzido por “estudo”.

2 O ESTUDO DA CRISTOLOGIA

Concordo com Ryrie (2004), quando diz que a Cristologia pode incluir tanto um estudo da Pessoa de Jesus quanto de sua obra. No entanto, uma vez que sua principal obra foi seu sacrifício na cruz, o estudo da doutrina da salvação (Soteriologia), normalmente, é separado da Cristologia. Em nosso caso, a Soteriologia foi tratada na “Teologia Sistemática I”.

Segundo Ryrie (2004), o estudo da Cristologia pode ser organizado de maneira mais ou menos cronológica. Um estudo do Cristo pré-encarnado deve vir primeiro. Ele é seguido pela análise de Cristo em sua humilhação, ou seja, de sua vida aqui na Terra. Então, viria o estudo de seu ministério presente e futuro.

A Cristologia é uma das doutrinas fundamentais da Bíblia e da Teologia cristã. Ao tratar do lugar de Jesus Cristo na teologia cristã, o teólogo Alister McGrath (2005, p. 405-407), professor de teologia histórica na Universidade de Oxford, diz que a Pessoa de Jesus Cristo é de central importância para a teologia cristã. Embora a “Teologia” pudesse ser definida como “falar acerca de Deus” em geral, a “teologia cristã” confere um papel central a Jesus Cristo. A natureza desse papel é complexa e mais bem compreendida ao se considerar seus vários elementos. O primeiro desses elementos é histórico, ao passo que os outros são mais de caráter teológico.

● Jesus Cristo é o ponto de partida histórico para o Cristianismo. ● Deus revela-se em Jesus Cristo.

● Jesus Cristo é o fundamento da salvação. ● Jesus Cristo modela a vida redimida.

A rigor, o que os homens pensaram acerca da Pessoa de Jesus Cristo no decorrer da história? Ora, na história surgiram inúmeras especulações acerca da personalidade de Jesus, tanto no campo religioso como no filosófico.

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UNIDADE 1 | DOUTRINA BÍBLICA DE CRISTO (CRISTOLOGIA)

3 TEORIAS ACERCA DA DUPLA NATUREZA DE JESUS

CRISTO

Logo nos primeiros séculos da Era Cristã surgiram fortes discussões e controvérsias em torno da doutrina correta (ortodoxia), sendo que o assunto principal em debate era a Pessoa de Jesus Cristo. “Discutia-se se Jesus era só divino ou só humano, ou se ambos, quanto de divindade ou de humanidade tinha ele. E como que as duas naturezas se relacionavam na pessoa de Cristo” (AGUIAR, 1999, p. 222).

De fato, o Cristianismo é Jesus. Jesus Cristo é a realidade mais importante para o Cristianismo, motivo pelo qual crer corretamente n’Ele é crucial para preservar o Cristianismo autêntico (OLSON, 2000).

3.1 CONTROVÉRSIAS ACERCA DA PERSONALIDADE DE

JESUS CRISTO

A despeito das opiniões divergentes dos homens, Jesus continua o mesmo ontem, hoje e para todo sempre.

Vejamos as principais especulações teóricas acerca de Cristo nos primeiros séculos:

a) Ebionismo (107 d.C.). Os ebionistas diziam que Jesus era apenas humano, desprovido da natureza divina. Eles aceitavam Jesus como Messias, todavia, recusavam admitir suas credenciais divinas.

b) Docetismo. Os docetas (70-170 d.C.) adotavam a opinião filosófica, corrente entre os GNÓSTICOS, de que a matéria é má. Portanto, diziam que Jesus era só divino, negavam sua humanidade. Ensinavam que Jesus se apresentava aos homens como se tivesse um corpo, e como se sujeitasse às condições humanas, porém, na verdade, Ele não tinha natureza humana.

NOTA

GNOSTICISMO – do grego gnostikós, conhecimento. Escola teológica que floresceu nos primórdios do Cristianismo, contrariando as pregações dos apóstolos. Seus adeptos diziam ser os únicos a possuírem um conhecimento perfeito de Deus. Seu arcabouço doutrinário considerava a matéria irremediavelmente má. Por isto, diziam que a humanidade de Cristo era apenas aparente. (ANDRADE, 1998, p. 167).

(15)

TÓPICO 1 | TEORIAS SOBRE A PESSOA DE JESUS CRISTO NA HISTÓRIA c) Arianismo. Esta heresia foi defendida por Ário, um presbítero da cidade de

Alexandria, no Egito. Os arianos também negavam os atributos da divindade de Jesus Cristo. “Eles diziam que Jesus era Deus, mas não igual ao Pai, que é absoluto [...]. Para eles, Cristo foi a primeira criação de Deus, através de quem o universo foi criado. A posição de Ário foi condenada no Concílio de Niceia, em 325 d.C.” (AGUIAR, 1999, p. 223).

d) Apolinarianismo. Apolinário, bispo de Laodiceia, afirmava que Jesus possuía somente um corpo humano e uma vida animal. Para o apolinarianismo, Jesus não tinha alma humana. Esta teoria foi condenada no Concílio de Constantinopla, em 381 d.C.

e) Nestorianismo. Nestório, Bispo em Constantinopla, negava a união entre as duas naturezas de Cristo. O nestorianismo ensinava que as duas naturezas de Cristo (humana e divina) estavam separadas em duas personalidades. Diziam que as duas naturezas estavam associadas, mas não unidas. Esta linha de pensamento foi condenada e Nestório expulso do bispado de Constantinopla, em 431 d.C.

f) Eutiquianismo. Eutiques, monge em Constantinopla, afirmava que a natureza divina de Cristo absorveu a natureza humana. Portanto, Cristo teria apenas uma natureza. Esta teoria foi condenada no Concílio de Calcedônia, em 451 d.C.

NOTA

CONCÍLIO DE CALCEDÔNIA – Concílio (do lat. Concilium, reunião, assembleia), reunião convocada pelos representantes de uma igreja, para deliberar acerca de uma linha comum e pugna pela ortodoxia doutrinária. O Concílio de Calcedônia foi convocado por Marcion, imperador oriental, em 451, e teve como principal finalidade: estabelecer a unidade eclesiástica do Oriente. Na ocasião, foi sancionada a redação final do Credo de Calcedônia, que viria a se tornar padrão da ortodoxia cristológica. (ANDRADE, 1998, p. 88).

Agora, vejamos um excelente resumo da Cristologia na história, feito por Horrell ( apud Ferreira, 2007, p. 492-495):

● até 500 d.C., a Cristologia foi estabelecida com posições extremas entre a humanidade e a divindade de Jesus Cristo;

● de 500 a 1800, a Cristologia foi preservada; ● de 1800 até hoje, ela foi desmontada.

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UNIDADE 1 | DOUTRINA BÍBLICA DE CRISTO (CRISTOLOGIA)

Dentro destes grandes períodos houve algumas variações. Por exemplo: no Período Medieval (600 a 1500), embora preservada, a Cristologia sofreu um desequilíbrio, enfatizando mais a divindade de Jesus em detrimento da Sua humanidade.

Já no Período da Reforma (1500-1800), todos seguiram a Cristologia Ortodoxa. Lutero destacou a humanidade de Jesus e defendeu um inter-relacionamento das duas naturezas em Cristo, em que o homem foi divinizado e o divino humanizado. Calvino, por outro lado, ressaltou a divindade de Jesus, destacando a obra divina do Logos.

De 1800 para cá, uma variedade de opiniões tem surgido em torno de Cristo. Contribuíram para isto: a cultura do Iluminismo, novas filosofias (Kant, Hegel, Kierkegaad etc.) e o criticismo bíblico. Temos, então, o antigo liberalismo buscando o Jesus da história (e não o da Escritura). Depois do liberalismo, surgiu a neo-ortodoxia, enfatizando o Cristo da fé, um Cristo descoberto no encontro existencial com Deus. Assim, a objetividade histórica da Cristologia foi cedendo espaço para uma Cristologia subjetiva. Hoje, a maioria dos teólogos diz que devemos manter juntos o Jesus histórico e o Cristo da fé, porque se apoia em fatos históricos. (AGUIAR, 1999).

NOTA

ILUMINISMO – (do lat. Iluminare, de lúmen, luz). Foi um movimento intelectual do século XVIII, que defendia a autonomia da razão humana e questionava o papel tradicional das autoridades. Sistema filosófico que só admitia a luz natural da razão na resolução dos problemas humanos.

Convém ressaltar que muitas destas especulações sofreram grande influência do pensamento filosófico grego. Seus autores, assim como seus seguidores, foram considerados heréticos.

4 O CONSENSO CRISTÃO SOBRE A PESSOA DE JESUS

CRISTO

Foram feitos muitos esforços, no decorrer da história, para explicar as relações das duas naturezas da personalidade de Jesus, mas a que prevaleceu e que até os nossos dias é sustentada, por estar mais de acordo com a Verdade das Escrituras Sagradas, é a chamada Doutrina Ortodoxa de Calcedônia, de 451. O

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TÓPICO 1 | TEORIAS SOBRE A PESSOA DE JESUS CRISTO NA HISTÓRIA

4.1 O DOCUMENTO DE CALCEDÔNIA

O Concílio de Calcedônia firmou e aprovou o seguinte documento de doutrina ortodoxa:

Fiéis aos santos padres, todos nós, perfeitamente unânimes, ensinamos que se deve confessar um só e mesmo Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, perfeito quanto divindade, e perfeito quanto humanidade, verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem, constando de alma racional e de corpo; consubstancial (homoousios), segundo a divindade, e consubstancial a nós, segundo a humanidade; “em todas as coisas semelhantes a nós, excetuando o pecado”, gerado segundo a divindade, antes dos séculos pelo Pai e, segundo a humanidade, por nós e para nossa salvação, gerado da Virgem Maria, por parte de Deus (“theotókos”).

Um só e mesmo Cristo, Filho, Senhor, Unigênito, que se deve confessar, em duas naturezas, inconfundíveis e imutáveis; inseparáveis e indivisíveis; a distinção de natureza de modo alguma é anulada pela união, mas, pelo contrário, as propriedades de cada natureza permanecem intactas, concorrendo para formar uma só pessoa e substância (hipóstasis); não dividido ou separado em duas pessoas. Mas um só e mesmo Filho Unigênito, Deus Verbo, Jesus Cristo Senhor; conforme os profetas outrora a seu respeito testemunharam, e o mesmo Cristo nos ensinou e o credo dos pais nos transmitiu”. (GRUDEN, 2006, p. 263-266).

A definição da Doutrina Ortodoxa, formulada no Concílio de Calcedônia, é considerada oficial pelas igrejas:

Ortodoxa Católica Romana Luterana Presbiteriana Anglicana Batista Pentecostal

4.2 IMPLICAÇÕES DA DECLARAÇÃO DE CALCEDÔNIA

Como vimos, este Concílio debateu as duas naturezas distintas de Jesus, mas nunca separadas, porém, integradas a uma só pessoa, o Filho eterno de Deus, a segunda Pessoa da Trindade.

(18)

UNIDADE 1 | DOUTRINA BÍBLICA DE CRISTO (CRISTOLOGIA)

Na época (451 d.C.), a aceitação desta definição foi quase imediata. As expressões como “inconfundíveis” e “imutáveis”, “inseparáveis” e “indivisíveis” mostram a convicção deles na salvação, na Pessoa de Jesus Cristo.

A forma brilhante como o teólogo Louis Berkhok resumiu em quatro pontos as implicações desta declaração, merece nossa atenção. (FERREIRA, 2007. p. 491):

a) As propriedades de ambas as naturezas podem ser atribuídas a uma só Pessoa, como por exemplo, onisciência e conhecimento limitado.

b) Os sofrimentos do Deus-homem podem ser reputados como reais e verdadeiramente infinitos, ao mesmo tempo em que a natureza divina não é passível de sofrimento.

c) É a divindade, e não a humanidade, que constitui a raiz e a base da personalidade de Cristo.

d) O Logos não se uniu a um indivíduo humano distinto, e sim à natureza humana. Não houve primeiro um homem já existente com quem o eterno Filho de Deus teria associado. A união foi efetuada com a substância da humanidade no ventre da Virgem.

Como vimos, umas teorias negam a divindade de Cristo, outras negam Sua humanidade, outras O tem como um fantasma. O pior é que, de uma forma ou de outra, algumas dessas heresias e formas de pensamento estão sendo disseminadas hoje, via espiritismo, testemunhas de Jeová e outros grupos conhecidos como teosóficos. Portanto, estejamos alerta para sustentar a verdadeira identidade de Cristo, conforme expressa na definição ortodoxa de Calcedônia.

(19)

TÓPICO 1 | TEORIAS SOBRE A PESSOA DE JESUS CRISTO NA HISTÓRIA

LEITURA COMPLEMENTAR

O HOMEM-DEUS E OS SEUS ATRIBUTOS

Severino Pedro A questão maior entre os pensadores se liga aos atributos naturais da divindade e às limitações de Jesus:

Onipotência. Nas Escrituras, é apresentado o supremo poder pessoal do Filho de Deus, evidenciando-se os seus atributos naturais e morais, próprios de Deus Pai. Em várias passagens, menciona-se a onipotência do Senhor Jesus. Em Isaías, são citados cinco nomes de Cristo em uma mesma passagem; um deles (Deus forte) refere-se à onipotência de Cristo: “Por que um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o principado está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso, Conselheiro, Deus forte, Pai da eternidade, Príncipe da paz” (Isaías, 9:6).

Onipresença. “Como Jesus continuou onipresente se, ainda na terra, estava limitado pelo tempo e o espaço, ocupando apenas um só lugar ao mesmo tempo?” Como Filho do homem (sua humanidade), Ele estava limitado às dimensões geográficas: quando estava na Galileia, não se encontrava, é claro, na Judeia. No entanto, como Filho de Deus (sua divindade), sempre esteve presente em todo o lugar (Mateus, 28:20).

Como homem, o Senhor estava na Terra; como Deus, podia estar no Céu, ao mesmo tempo: “Ora, ninguém subiu ao céu, senão o que desceu do céu, o Filho do homem, que está no céu” (João, 3:13). Depois de sua ressurreição, Ele declarou: “[...] estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos” (Mateus, 28:20).

Onisciência. “Se Jesus é onisciente, porque fracassou, em certa ocasião, não saber o dia nem a hora de sua Segunda Vinda?” Como coexistiam Deus e Homem numa mesma Pessoa, sabemos que “toda a plenitude” da divindade se encontrava em Jesus Cristo. Daí o profeta Isaías ter afirmado profeticamente que Ele seria possuidor da septiforme sabedoria divina: “E repousará sobre Ele o mesmo espírito do Senhor, o espírito de sabedoria e de inteligência, o espírito de conselho e de fortaleza, o espírito de conhecimento e de temor do Senhor” (Isaías, 11:2).

Cristo é uma das Pessoas da santíssima Trindade. Sendo igual a Deus em seus atributos, pôde administrar, sem nenhum empecilho, as naturezas divina e humana. As expressões ditas por Ele, que mostram certas limitações, estão ligadas à sua humanidade. Mas, quando preciso, Ele fez valer os seus atributos divinos.

(20)

UNIDADE 1 | DOUTRINA BÍBLICA DE CRISTO (CRISTOLOGIA)

Quando Jesus disse: “Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos que estão no céu, nem o Filho, senão o Pai” (Marcos, 13:32), fê-lo como Homem, não se valendo de seu atributo divino da onisciência. Ao dizer “nem o Filho”, expressou a sua humilhação e o seu esvaziamento decorrente de sua encarnação (Filipenses, 2:6-8).

A despeito disso, a Ele foi dado todo o poder no Céu e na Terra; neste “todo” está incluído o atributo da onisciência (Mateus, 28:18; João, 16:30; 21:17), que Ele nunca perdeu, em potencial (cf. João, 6:61), mas dele abriu mão parcialmente e em alguns momentos em que agiu como Homem.

(21)

Neste tópico você estudou que:

 É de suma importância entender a verdadeira identidade de Jesus Cristo, segundo as Escrituras, para não cairmos em erros doutrinários, como foi o caso de Ário, Apolinário e outros.

 Havia n’Ele, sem dúvida, duas naturezas: a divina e a humana. Porém, estas duas naturezas se uniam em uma só Pessoa. Não havia dois Cristos. Jesus não era uma pessoa dividida, sofrendo de esquizofrenia.

 A maneira da união das duas naturezas é um mistério. Porém, não é mais misteriosa do que a união de alma e corpo da vida humana.

(22)

1 Qual é a diferença básica entre as teorias do ebionismo e do docetismo? 2 Complete:

Até 500 d.C., a Cristologia foi ________________. 3 O Concílio de Calcedônia firmou e aprovou o quê?

(23)

TÓPICO 2

A DOUTRINA DA ENCARNAÇÃO DE

CRISTO

UNIDADE 1

1 INTRODUÇÃO

A doutrina da encarnação do Verbo divino está claramente exposta na abertura do quarto evangelho. O apóstolo João apresenta Jesus como um homem real exatamente como os outros, mas que possui os atributos da divindade.

O termo “Verbo”, aplicado a Jesus, procede do original grego Logos e, apesar do seu significado secular amplo (razão, palavra), em João, 1:1 aparece com o sentido de “Palavra Divina”.

NOTA

LOGOS – título cristológico que designa o Senhor Jesus como o Eterno, o

Criador e verdadeiro Deus.

Vejamos os diversos significados empregados para a palavra Logos, fora o sentido bíblico (João, 1:1), como a denotação à preexistência e à divindade de Cristo (LADD, 2003, p. 360-361):

● Em primeiro lugar, em Heráclito, o logos é o princípio cósmico eterno, que traz ordem ao universo.

● Em segundo lugar, para os filósofos estoicos, este mesmo princípio cósmico permeia todas as coisas e provê o padrão de conduta para o homem racional. ● Em terceiro lugar, para Filo, é a emanação divina que intermediou a criação do

universo.

● Em quarto lugar, à luz do Antigo Testamento, seria a Palavra de Deus como poder criador e mantenedor de todas as coisas (Gênesis, 1:3, assim como a Sabedoria como personificação do poder de Deus (Provérbios, 8:22-31), conceito paralelo de logos e Palavra de Deus.

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UNIDADE 1 | DOUTRINA BÍBLICA DE CRISTO (CRISTOLOGIA)

2 O CRISTO PREEXISTENTE

2.1 AS PROFECIAS SOBRE JESUS CRISTO

2.2 JESUS JÁ EXISTIA ANTES DE TODAS AS COISAS

As profecias referentes a Jesus, o Messias vindouro, ocorrem em grande número no Antigo Testamento. Muitas vezes, elas são detalhadas e precisas. (KENDALL, 2008).

Logo em Gênesis (3:15) temos a profecia de que ele seria do sexo masculino. Já em Isaías, (7:14), temos a profecia de que ele seria um ser humano, não um anjo. Ele viria de Israel, da tribo de Judá e nasceria em Belém (Gênesis, 49:10; Miqueias, 5:2). Este Filho haveria de ser Deus (Salmo 110.1).

Kendall (2008) afirma que muitas das profecias do Antigo Testamento, acerca da vinda do Messias, é de natureza cifrada (que oculta a mensagem de natureza enigmática). Por exemplo, poucas dessas profecias foram com clareza literal: não nos foi dito os nomes de Maria ou José com antecedência. Somente pôde ser entendida em retrospectiva, após seu cumprimento. Belém é definido como o lugar de nascimento; mas ninguém era capaz de ver antecipadamente como isso aconteceria.

Por que as profecias do Antigo Testamento foram dadas de forma cifrada? Kendall (2008) responde que é porque Deus-Vida preserva algumas surpresas para seu povo, para o desfecho derradeiro. Isto mantém humildes todos os intérpretes das profecias, ou seja, Deus não deixaria para nenhum “especialista” a última palavra sobre como, quando, quem, onde e por que as coisas aconteceriam.

Antes de todas as coisas, inclusive antes de o tempo ter início, Jesus já existia. Vejamos: “Ele é antes de todas as coisas, e nele tudo subsiste” (Colossenses, 1:17). “O Filho é o resplendor da glória de Deus e a expressão exata do seu ser, sustentando todas as coisas por sua palavra poderosa. Depois de ter realizado a purificação dos pecados, ele se assentou à direita da Majestade nas alturas” (Hebreus, 1:3).

O texto bíblico de João (1:1-5) descreve o “Verbo” divino na perspectiva da Eternidade, ou seja:

a) “No princípio era aquele que é a Palavra” (v.1) – fala do estado preexistente de Jesus Cristo e expressa sua relação dinâmica com o Pai, pois “Ele estava com Deus, e era Deus”. Observe que a Bíblia não está enfatizando apenas a preexistência do Verbo, mas a natureza e igualdade d’Ele com o Pai, mesmo

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TÓPICO 2 | A DOUTRINA DA ENCARNAÇÃO DE CRISTO Este versículo também ensina claramente sobre a doutrina da Santíssima Trindade. O Filho sempre existiu, juntamente com o Pai e Deus Espírito Santo.

Entre os seres humanos, a noção de gerado e de gerador implica em noção cronológica, pois temporalmente um pai precede o Filho. Todavia, não é assim com o mistério da paternidade eterna. A distinção é apenas lógica. O Pai não pode, em sentido algum, preceder o Filho, pois a noção de eternidade elimina qualquer noção temporal; a eternidade é aquilo que faz contraste com o que é temporal. A relação do Pai com o Filho é simultânea. É uma tolice e, ao mesmo tempo, uma impossibilidade falar das coisas eternas de modo compreensível a nós. Os termos Pai e Filho, usados na Escritura e na teologia cristã, devem sugerir coigualdade em natureza e, além disso, com conotação de eternidade (CAMPOS, 2008, p. 295).

Observe que o versículo 2 é o resumo do versículo 1: “Ele estava com Deus no princípio”.

b) “Todas as coisas foram feitas por intermédio dele” (v.3) – apresenta a atividade divina de Jesus à parte da relação com a divindade. Jesus não é uma mera criatura, Ele é Criador. Jesus não é parte da criação, transcende-a. Jesus é o Criador de todas as coisas (Hebreus 1.1-2).

c) “Nele estava a vida...” (v.4-5) – estes versículos falam de várias coisas:

● A Palavra divina, como Deus Pai, tem vida em si mesmo, vida incriada (ou seja, é a fonte da vida eterna).

● Esta vida revelou a pessoa e a natureza de Deus para todas as pessoas. ‘Luz’, neste ponto, pertence à revelação autorizada e autêntica de Deus.

3 ENTENDENDO A ENCARNAÇÃO DE JESUS CRISTO

O Verbo divino tornou-se em tudo semelhante a nós, exceto quanto à natureza pecaminosa. A palavra “encarnação” não aparece nas Escrituras, mas seus componentes, sim (“em” e “carne”, João, 1:14; 1 João, 4:2).

3.1 O AUTOESVAZIAMENTO DO FILHO DE DEUS

No que consistiu o autoesvaziamento do Verbo divino? O termo “esvaziamento” (do grego ekenosen) trata da autorrenúncia de Jesus ao assumir a natureza humana, sendo Deus, sem deixar de ser Deus. (Filipenses, 2:5-8).

Convém ressaltar que este “esvaziamento”, não é de sua divindade, mas de sua glória, visto que Jesus deixou o Céu, despojando-se de sua própria majestade. Seu autodespojamento aconteceu por vontade própria. Foi uma limitação de si mesmo para um propósito. Portanto, a teoria de que Jesus renunciou a sua

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UNIDADE 1 | DOUTRINA BÍBLICA DE CRISTO (CRISTOLOGIA)

divindade quando se encarnou, isto é, deixou de ser Deus, é contrária ao ensino das Escrituras Sagradas, pois, ao se autoesvaziar, Jesus estaria renunciando sua natureza divina, tendo Nele unicamente uma pessoa humana. Não é isto que a Bíblia ensina.

A encarnação de Cristo é um grande mistério oculto aos humanos (1 Timóteo, 3:16; Romanos, 9:20), que sua mente frágil e limitada é incapaz de encontrar a linha divisória entre divindade e humanidade do Filho de Deus. O teólogo Kierkegaard (1813-1875) defendeu a irracionalidade da encarnação, mas disse que devemos acreditar nela, apesar disso.

NOTA

SOREN KIERKEGAARD – filósofo e teólogo existencialista, que exerceu poderosa influência sobre o existencialista e a teologia neo-ortodoxa do século 20. É um dos autores mais discutidos e citados.

As implicações da encarnação de Jesus Cristo foram:

a) Jesus Cristo submeteu-se às leis naturais, quanto à sua concepção e nascimento. b) O autoesvaziamento de Cristo acomodou-se às leis de crescimento, não apenas

corporal, mas também mental (Lucas, 2:52).

c) Na encarnação, Jesus Cristo tornou-se obediente e sujeito ao Espírito Santo quanto a seus conhecimentos, ensinamentos etc. Esta é a razão porque vivia numa estreita comunhão com o Pai.

d) O autoesvaziamento maior consistiu em ter que arcar com os pecados de toda a raça humana, vindo a sofrer e morrer na cruz.

3.2 A CONCEPÇÃO VIRGINAL DO FILHO DE DEUS

A concepção virginal de Jesus foi um evento sobrenatural. Convém ressaltar que não houve nascimento virginal, como pensam alguns, mas concepção virginal. Conforme foi profetizado por Isaías (7:14) e ratificado em Lucas (1:35), o que se deu foi o mistério da concepção virginal do Filho de Deus, operada pelo Espírito Santo. Porém, Jesus nasceu naturalmente. Maria sentiu dores como as demais mulheres ao dar à luz um filho.

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TÓPICO 2 | A DOUTRINA DA ENCARNAÇÃO DE CRISTO

3.2 A CONCEPÇÃO VIRGINAL DO FILHO DE DEUS

À luz de Lucas (1:35), a operação sobrenatural do Espírito Santo, na concepção de Jesus, foi tão poderosa e santificadora em seu efeito, que não houve transmissão de pecado ou culpa de Maria para Jesus.

A vinda do Espírito Santo sobre Maria também lembra o relato da criação. Assim como Adão foi criado sem pecado, o segundo Adão, Jesus Cristo, também foi gerado pelo Espírito Santo, sem pecado, marcando assim o surgimento da nova criação. Podemos acrescentar que o nascimento virginal é uma prova da singularidade de Jesus, sendo uma evidência do poder e da soberania de Deus sobre a natureza” (ERICKSON, 1997, p. 294-295).

Vejamos um esboço simples (RYRIE, 2004, p. 280-281) sobre os propósitos da encarnação de Jesus Cristo:

● revelar Deus a nós (João, 1:18);

● dar um exemplo de vida (1 Pedro, 2:21);

● prover um sacrifício efetivo pelo pecado (Hebreus, 10:1-10); ● cumprir a aliança davídica (Lucas, 1:31-33);

● destruir as obras do diabo (1 João, 3:8);

● ser um sumo sacerdote misericordioso (Hebreus, 4:14-16); ● ser um juiz qualificado (João, 5:22-27).

LEITURA COMPLEMENTAR

O PRIMOGÊNITO DE TODA A CRIAÇÃO

Esequias Soares O Senhor Jesus é chamado, ainda, de primogênito: “o qual é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação” (Colossenses, 1:16). Esse, porém, é um dos versículos prediletos das testemunhas de Jeová, pois elas acreditam que essa passagem bíblica apoia a sua teologia, pois afirmam que Jesus não pode ser Deus porque é chamado na Bíblia de “primogênito da criação”, sendo assim, seria criatura, e não eterno. Esse pensamento está baseado numa interpretação errada. O texto diz que Jesus é o primogênito de Deus.

O termo “primogênito” aparece com o sentido de destaque, por exemplo: Davi é o filho mais novo de Jessé (1 Sm 16:11), entretanto, é chamado de “primogênito”, como afirma o salmo 89:27: ‘’Também por isso lhe darei o lugar de primogênito: fá-lo-ei mais elevado do que os reis da Terra”. Esse primogênito não quer dizer o mais velho ou o primeiro numa série, mas uma posição de destaque, uma preeminência, uma posição de certa primazia. Significa domínio. Sabemos que o povo de Israel não foi o primeiro povo da Terra. Antes mesmo de Abraão, já existiam os sumérios, os acádios, os amorreus . Nos dias de Abraão, havia os egípcios, os cananeus, os heteus e muitos outros povos. O povo de Israel, no entanto, é chamado de primogênito em Êxodo, 4:22: ‘’Assim diz o Senhor: Israel é meu filho, meu primogênito“. Da mesma forma acontece com Efraim,

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UNIDADE 1 | DOUTRINA BÍBLICA DE CRISTO (CRISTOLOGIA)

DICAS

Leia o livro: PIPER, John; TAYLOR, Justin. A Supremacia de Cristo em um Mundo Pós-Moderno. Rio de Janeiro: CPAD, 2007. Em nosso mundo pós-moderno, no qual a Pessoa de Jesus vem sendo duramente atacada no tocante à sua deidade, realidade e ofício, os autores nos auxiliam, pois discutem os temas relacionados à supremacia de Cristo.

embora fosse filho mais novo de José, nascido no Egito (Gn 48:18,19), é chamado de primogênito . A Bíblia declara: ‘’[...] porque sou um pai para Israel, e Efraim é o meu primogênito “ (Jr 31:9).

Esse conceito está presente, também, no Novo Testamento e pode ainda ser visto com relação à Igreja, cujos membros são chamados de primogênitos, em Hebreus 12:23, que diz: ‘‘à universal assembleia e Igreja dos primogênitos, que estão inscritos nos céus’’. Agora, procure o leitor, aqui, dar o sentido de “o mais velho” ou “o primeiro de uma série” ao vocábulo “primogênito”, e veja o absurdo. Substitua a expressão “primogênito” por “mais velho” em Hebreus 12:23 e veja o absurdo. A Igreja de Jesus Cristo é formada de primogênitos, afirma essa passagem. Qual, pois, é o sentido dessa palavra? Esaú jogou fora seu direito de primogenitura (Hb 12:16,17), nós, como membros do corpo de Cristo, desfrutamos os privilégios de primogênito, isso fala de posição, excelência, e não de idade. Devemos, portanto, guardar essas prerrogativas para não as jogarmos fora (Ap 3:11).

FONTE: SOARES, Esequias. Cristologia: a doutrina de Jesus Cristo. São Paulo: Hagnos, 2008. p. 38-39.

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RESUMO DO TÓPICO 2

Neste tópico você viu que:

 Quando Cristo se encarnou e habitou entre nós (João, 1:14), Ele se tornou carne, sentimento, desejo e afeto. Vejamos, no quadro a seguir, as duas naturezas de Jesus, facilitando o resumo deste tópico.

De acordo com a sua natureza

Divina, o Redentor era: De acordo com a sua natureza Humana, o Redentor era:

Infinito Finito

Independente Dependente

Imutável Mutável

Não sujeito ao espaço Sujeito ao espaço Não sujeito ao tempo Sujeito ao tempo Não passível de tentação Passivo de tentação

Todo-poderoso Todo-fraqueza

De conhecimento ilimitado De conhecimento limitado

FONTE: Heber Campos (2004, p.120-121)

 O professor Vedoato (2002, p. 34) afirma: “[...] no personagem histórico Jesus de Nazaré, como homem-Deus na Palestina do primeiro século, viveu plenamente um caminho de humanização, de maturação e crescimento rumo à sabedoria”. “Jesus ia crescendo em sabedoria, estatura e graça diante de Deus e dos homens” (Lucas, 2:52).

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1 Complete as lacunas da seguinte frase:

O termo logos, como título cristológico, designa que Jesus Cristo é _______________ e _________________________ .

2 Qual a diferença entre “concepção virginal” de Jesus Cristo e nascimento virginal?

3 Cite três propósitos da encarnação de Jesus Cristo.

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TÓPICO 3

A VERDADEIRA IDENTIDADE DA

PERSONALIDADE DE JESUS CRISTO

UNIDADE 1

1 INTRODUÇÃO

Qualquer tratado sobre a Pessoa do Cristo encarnado precisa levar em conta o tríplice ministério de Jesus, como o único mediador entre Deus e os homens:

● Profeta ● Sacerdote ● Rei

Como não pretendemos detalhar a vida terrena de Jesus (nascimento, batismo, ensinos, milagres etc.) neste Caderno, vamos apenas expor seu tríplice ofício.

a) Jesus Cristo como Profeta: No Antigo Testamento, os profetas eram homens que falavam com autoridade. O termo “profeta” origina-se de uma palavra grega que significa “o que fala por outro”. Não necessariamente alguém que faz predições. Uma palavra que define bem o ministério profético é “porta-voz”.

Jesus, como profeta, foi o maior de todos. A grande obra de Jesus, como profeta, era manifestar Deus aos homens. Os contemporâneos de Jesus reconheciam suas credenciais de profeta (João, 7:46). Contudo, Jesus não se limitou à pregação, ele também revelou o futuro.

b) Jesus Cristo como Sacerdote: No Antigo Testamento, o sacerdote era alguém nomeado por Deus para funcionar como mediador. Diante de Deus, o sacerdote era como um advogado dos homens ou representante oficial. Ele intercedia pelo povo diante de Deus.

Porém, pela cruz, Jesus tornou-se nosso único Mediador (2 Timóteo 2:5). Ele aboliu para sempre a necessidade do sacerdote e do sacrifício (oficiante e vítima) para efetuar a aproximação do homem a Deus (Hebreus, 9:21-22).

c) Jesus Cristo como Rei: O ofício real de Jesus aparece na Bíblia de várias maneiras. Por exemplo, no Novo Testamento, como Rei, Jesus inaugura o Reino de Deus (Lucas, 17:21), e após a ressurreição Ele ressaltou Sua realeza ao afirmar: “Foi-me dada toda autoridade nos céus e na Terra” (Mateus, 28:18).

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UNIDADE 1 | DOUTRINA BÍBLICA DE CRISTO (CRISTOLOGIA)

Como herdeiro do trono de Davi, Jesus assumirá o governo do mundo durante o Milênio, levando as nações remanescentes à obediência (Isaías, 11:1-10; Apocalipse, 19:16).

2 A HUMANIDADE DE JESUS CRISTO E SUA IMPECABILIDADE

É de suma importância destacar que o pecado não entrou no relacionamento entre a natureza divina e humana de Jesus. Tratando sobre a humanidade de Jesus Cristo, Ferreira (2007), desenvolveu três fortes argumentos sobre a humanidade do Filho de Deus:

a) Em primeiro lugar, se Jesus não tivesse assumido uma real humanidade, não poderia haver salvação. A validade e a aplicação da obra realizada na cruz dependem da realidade de sua humanidade, assim como a sua eficácia depende da genuinidade da sua divindade.

b) Em segundo lugar, se Jesus não fosse um ser humano real, não poderia realizar o tipo de intercessão que o sacerdote deve fazer em favor daqueles que ele representa (Hebreus, 2:17).

c) Em terceiro lugar, se Jesus era humano, tendo sido tentado como os homens, então Ele pode compreender e ajudar os homens em suas lutas (Hebreus, 2:18; 4:15-16).

A Bíblia, especialmente os quatro evangelhos, descreve de forma clara e inequívoca a humanidade de Jesus. Ele está inserido numa lista genealógica humana (Mateus, 1:1-16). Ele nasceu e se desenvolveu dentro dos padrões normais da vida humana (Lucas, 2:7 e 40-52).

2.1 SUAS LIMITAÇÕES

Como qualquer humano, Jesus estava sujeito às limitações físicas, como cansaço, fome, sede etc. (João, 4:6; Mateus, 11:19; 21:18). Bem como, também, enfrentou todas as questões de ordem emocional dos humanos: alegria, tristeza, amor, compaixão etc. (Lucas, 10:21; Mateus, 26:37; João, 11:5; Mateus, 9:36).

O professor Aguiar (1999) assegura que, embora Cristo fosse incomparavelmente superior aos homens no seu conhecimento (João, 1:47; 4:29; Lucas, 6:8; 9:47) e compreendesse a Escritura do Antigo Testamento de maneira singular (Mateus, 22:29; 26:54 e 56), contudo, Ele mostra um conhecimento de alguma forma limitado (Marcos, 5:30ss; 6:38; 9:21; Lucas, 2:46). Esta circunstância, de ter seu conhecimento limitado, evidencia sua natureza humana.

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TÓPICO 3 | A VERDADEIRA IDENTIDADE DA PERSONALIDADE DE JESUS CRISTO

2.1 SUAS LIMITAÇÕES

2.2 AS TENTAÇÕES

3 A SUBLIMIDADE DA PERSONALIDADE DE JESUS

Em Hebreus (4:15), Jesus Cristo foi tentado em todas as coisas como qualquer mortal, mas nunca pecou. Isto indica que Jesus tinha a mesma natureza que nós. Todavia, estava livre da depravação moral (natureza corrompida) provocada pela queda.

Há uma pergunta que não quer calar: qual era a natureza das tentações de Jesus? Certamente que as tentações de Jesus foram um apelo às suas necessidades físicas, como a fome e o desejo legítimo de assumir seu Reino. Nesta perspectiva, concordo com Bonhoeffer (apud FERREIRA, 2007), quando diz que as tentações de Cristo foram intensamente reais. Elas apelaram à preservação de sua humanidade, à busca de um sinal de poder de Deus e à preservação de seu senhorio – fora do plano de Deus e sem confiar em Deus. A intenção do diabo era dirigir a lealdade e a adoração de Jesus para si, em lugar do Pai (Mateus, 4:1-11).

Quando a Bíblia diz que “[...] a Palavra tornou-se carne e viveu entre nós. Vimos a sua glória [...]” (João, 1:14), mostra que a natureza humana de Jesus foi plena e completa. Jesus tinha um corpo, podia ser visto, ouvido e tocado.

Isto significa que a compreensão do desenvolvimento intrínseco da Cristologia, enquanto explicitação e aprofundamento da realidade de Jesus como caminho que leva ao Pai, implica entender que Cristo era verdadeiramente homem e verdadeiramente Deus.

Um homem que fosse somente um homem e dissesse as coisas que Jesus disse não seria um grande mestre da moral. Seria um lunático – do mesmo grau de alguém que pretendesse ser um ovo cozido – ou então o diabo em pessoa. Faça a sua escolha. Ou esse homem era, e é, o Filho de Deus, ou não passa de um louco ou coisa pior. Você pode querer calá-lo por ser um louco, pode cuspir nele e matá-lo como a um demônio; ou pode prosternar-se a seus pés e chamá-lo de Senhor e Deus. Mas ninguém venha com paternal condescendência, dizer que ele não passava de um grande mestre humano. Ele não nos deixa essa opção, e não quis deixá-la. [...] Ora, parece-me óbvio que ele não era nem um lunático nem um demônio; consequentemente, por mais estranho, assustador ou insólito que pareça, tenho de deixar a ideia de que ele era e é Deus. Deus chegou sob a forma humana no território ocupado pelo inimigo (LEWIS, 2005, p. 69-71).

Deus revelou-se de forma gradativa e progressiva aos homens ao longo da história. E, nesse processo, em especial no período do Antigo Testamento, Ele falou e se manifestou de variadas maneiras, dentre as quais preferiu, na maioria das vezes, comunicar-se através da palavra profética ou do ministério de anjos (Hebreus, 1:1). Porém, o escritor aos Hebreus deixa bem claro, ao se referir a Jesus, que Ele não se tratava de mais um profeta ou anjo vindo de Deus, mas do Filho unigênito de Deus, Criador, Redentor e Senhor do Universo.

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UNIDADE 1 | DOUTRINA BÍBLICA DE CRISTO (CRISTOLOGIA)

O texto de Hebreus (1:1-12) fala da verdadeira identidade da personalidade de Jesus Cristo. Ao estudarmos essa passagem, em especial os versículos 2 e 3, temos a revelação, primeiramente, que a missão terrena de Jesus Cristo foi a de revelar a Pessoa de Deus. Porém, o autor vai um pouco mais longe, ao designar a Jesus Cristo atributos somente destinados à divindade:

● Criador (v.2)

● Sustentador e Redentor dos homens (v.3) ● Deus (v.8)

● Imutável (v.12)

Portanto, tudo o que Deus é pode ser encontrado na Pessoa maravilhosa de Jesus Cristo, pois Ele é a perfeita, plena e exata imagem da divindade. A Bíblia apresenta essa verdade, afirmando que o “Verbo era Deus” (João, 1:1), Jesus Cristo “é” sempre Deus. Entretanto, atenção: essa imagem não se refere à aparência física, pois nem ao menos sabemos qual foi a aparência de Jesus em sua encarnação. Porém, ela trata, basicamente, da natureza e do caráter de Deus, sua bondade (Atos, 10:38); seu amor (João, 3:16;Rm 5:8) e seu cuidado (Mt 6:25-34).

Ao lermos os quatro Evangelhos, podemos ver que a razão principal da hostilidade dos judeus com Jesus se deveu ao fato d’Ele se declarar Deus ou se igualar à divindade (João, 5:18;10:33). Embora a verdade da divindade de Jesus esteja explícita nos Evangelhos, é verdade também que os Evangelhos O descrevem como um homem normal, que desfrutou de relações familiares, esteve frequentemente em círculos de amigos e parentes, sentiu cansaço, sede e fome e, na cruz, demonstrou a mais profunda preocupação filial com sua mãe; experimentou a emoção humana da tristeza, chorou ante a sepultura de um amigo que morrera (João, 11:35); foi tanto homem como Deus, numa nova experiência em relação aos homens.

Por que razão o Filho precisou se manifestar em forma humana? (Colossenses, 1:19-22; Hebreus, 2:5-18). A resposta é tão simples quanto profunda: porque somente assim Ele podia ser o portador da vida aos homens, através de seu sacrifício vicário. Embora não se possa absolver os que O julgaram como malfeitor, a ponto de condená-lo à morte, é preciso lembrar que Jesus estava cônscio que precisava morrer para que assim pudéssemos ter vida por meio d’Ele (João, 1:39;10:10;17:18).

Deus fez-se homem em Cristo, a fim de poder resolver o problema maior do homem: o pecado. Daí a razão da encarnação. (Hebreus, 2:9-10 e Colossenses, 1:19-22). Jesus tornou--se parte da obra criada, a fim de pagar a pena do pecado resultante da desobediência do primeiro casal. Somente pelo Seu sacrifício

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TÓPICO 3 | A VERDADEIRA IDENTIDADE DA PERSONALIDADE DE JESUS CRISTO No texto de Hebreus (2:14-17), encontramos três palavras-chave que expressam o maravilhoso plano de salvação de Deus em Cristo Jesus. São elas: a) “derrotasse” (v.14). Esse verbo declara que, pela morte de Jesus, os grilhões do

pecado e da morte foram definitivamente quebrados.

b) “libertasse” (v.5). Aqui está em evidência a consequência imediata do sacrifício de Cristo: Agora, porém, já não existe nenhuma condenação para aqueles que estão em Jesus Cristo (Rm 8:1).

c) ‘‘propiciação” (v.17). Este termo teológico trata do perdão consumado em favor de quem precisava, embora não tivesse meios em si para alcançá-lo. Através de Cristo, Deus tornou- -se “propício” a nós. E, em consequência da experiência da tentação (ou a “provação”) severa pela qual passou, Ele agora pode nos socorrer em nossas próprias lutas cotidianas pela fé.

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UNIDADE 1 | DOUTRINA BÍBLICA DE CRISTO (CRISTOLOGIA)

LEITURA COMPLEMENTAR

O EXEMPLO DE UMA VIDA SANTA

Alister MacGrath O Iluminismo levantou uma série de desafios para a Cristologia [...]. Um desses desafios era a noção de Jesus Cristo como um ser humano diferente dos demais. Se Jesus Cristo era diferente dos demais seres humanos, esta era uma questão apenas relacionada à proporção com que ele possuía certas qualidades – qualidades que eram, em princípio, capazes de ser imitadas ou possuídas por qualquer pessoa. O particular significado de Cristo reside em Ele ser um exemplo de uma vida santa, isto é, que reflete a vontade divina para a humanidade.

Esta perspectiva pode ser vista como um aspecto da Cristologia da Escola de Antioquia, que se interessava especialmente em apresentar os aspectos morais do caráter de Cristo. Para uma série de escritores de Antioquia, a divindade de Cristo serve para dar autoridades e peso a seu exemplo moral como pessoa humana. É também um importante aspecto da Cristologia do escritor medieval Pedro Abelardo, que estava preocupado em enfatizar o impacto subjetivo de Cristo sobre os cristãos. Entretanto, todos os escritores mantiveram a concepção clássica das “duas naturezas” de Cristo. Com o Iluminismo, a afirmação da divindade de Cristo se tornou cada vez mais problemática. Duas principais abordagens vieram a ser desenvolvidas.

O Iluminismo testemunhou o desenvolvimento de Cristologia escalonada que situava o significado de Jesus Cristo em seu exemplo moral como pessoa humana. Em sua vida, Cristo foi um admirável mestre, cujos ensinamentos eram determinantes, não em função de sua identidade, mas devido ao fato de refletir os valores morais do Iluminismo. Em sua morte, ele forneceu um exemplo de amor sacrificial que o Iluminismo considerava como fundamental, de acordo com a ética e a moralidade. Se podemos falar de Jesus Cristo como “divino”, é no sentido de que Ele incorpora ou exemplifica o tipo de vida que deveria caracterizar a pessoa que mantém um correto relacionamento moral com Deus, com os outros seres humanos e com o mundo de maneira geral.

O protestantismo liberal situou seu foco na vida espiritual de Jesus Cristo, ou em sua “personalidade religiosa”, como de importância decisiva. Em Jesus Cristo, o apropriado relacionamento interior ou espiritual do cristão com Deus pode ser facilmente discernido. É a “vida espiritual de Jesus”, que é tida como de importância decisiva para a fé cristã. A “personalidade religiosa de Jesus” é vista como alguma coisa atrativa, capaz de ser assimilada pelos cristãos, a qual, até agora, não tem paralelo na história religiosa e cultural da humanidade [...].

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TÓPICO 3 | A VERDADEIRA IDENTIDADE DA PERSONALIDADE DE JESUS CRISTO É a “impressão de Jesus”, a qual o cristão recebe dos evangelhos, que é de fundamental importância. Ela dá origem a uma certeza pessoal da fé, que é fundamentada em uma experiência interior. “Assim, nessa experiência, surge em nosso coração a certeza de que o próprio Deus se volta para nós”.

FONTE: MACGRATH, Alister. Teologia Sistemática, Histórica e Filosófica. São Paulo: Shedd, 2005. p.424-425.

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RESUMO DO TÓPICO 3

Neste tópico você viu que:

 A Pessoa de Jesus Cristo, como nosso Salvador e Senhor, tornou-se nosso intercessor e advogado (Hebreus, 7:25; 1 João, 2:1). Por mais santo que tenha sido o cristão na Terra, ou qualquer dos anjos, ninguém pode fazer esse trabalho, a não ser Jesus, por sua divindade.

 Ele voltará para os Seus (João, 14:18). As limitações da encarnação aceitas por Jesus foram desfeitas após a ressurreição e ascensão aos céus, quando então Ele reassumiu a posição anterior de glória. E a Sua volta se fará com a mesma glória que sempre teve desde a eternidade (João, 17:5).

 Jesus Cristo recompensará o cristão fiel (Apocalipse, 2:10; 22:12). A Bíblia denomina esse acontecimento como o “tribunal de Cristo”, em que todos os salvos receberão a recompensa pela vitória da caminhada de fé (2 Corintios, 5:10).

 O sentimento que deveria existir no mais profundo de nosso ser é o de amor intenso por Aquele que nos amou e a Si mesmo se entregou por nós, Jesus Cristo (Galátas, 2:20).

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1 Qual é o ministério tríplice de Jesus? 2 Como explicar a impecabilidade de Jesus? 3 Cite dois dos atributos da divindade de Cristo.

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TÓPICO 4

JESUS CRISTO COMO MODELO DE

VIDA

UNIDADE 1

1 INTRODUÇÃO

Já se passaram mais de 2.000 anos e a figura intrigante de Jesus Cristo continua em evidência. Hoje, há bilhões de seguidores de Jesus, das mais diferentes correntes do Cristianismo, todos influenciados pela Sua personalidade única e surpreendente.

Pesquisadores e escritores das mais diversas áreas (religião, ciências sociais, liderança etc.) têm buscado, na trajetória humana de Jesus de Nazaré, discernir sua personalidade e entender por que a Sua vida e seus ensinamentos são tão determinantes.

2 A SINGULARIDADE DE JESUS CRISTO

O teólogo MacGrath (2005) afirma que o Cristianismo é singular entre todas as religiões do mundo, porque a figura histórica de Jesus se constitui no seu centro. Segundo MacGrath (2005), para o Evangelicalismo, Jesus Cristo é de importância constitutiva e definitiva para o Cristianismo; retém autoridade intrínseca, fundamentada e enfocada nele mesmo e em sua obra. Sua autoridade não está baseada em considerações externas; fosse esse o caso, essas considerações seriam elas mesmas fundamentais, em que a autoridade de Cristo seria dependente da sua autoridade. No caso do Novo Testamento, a autoridade máxima legitimadora para Jesus Cristo é o próprio Deus, vindicando e exaltando Jesus pela ressurreição e, com isso, retrospectivamente, validando seu ministério.

NOTA

EVANGELICALISMO – trata-se de um movimento surgido nas últimas décadas do século XX, cuja tônica é o retorno ao Evangelho como Jesus entregou aos seus apóstolos. Este movimento prisma pela ortodoxia doutrinária.

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UNIDADE 1 | DOUTRINA BÍBLICA DE CRISTO (CRISTOLOGIA)

A singularidade de Cristo foi explanada por MacGrath (2005, pp.32-44) em cinco aspectos, resumidos a seguir:

a) A importância revelacional de Jesus Cristo. O retrato neotestamentário de Cristo inclui elementos fortemente relacionais [...]. No Novo Testamento, este “descerramento”, esse “mostrar” e “tornar conhecido”, está enfocado na pessoa e na obra de Cristo. Para notar duas das declarações mais fortes do Novo Testamento a esse respeito, a que é preciso dar seu peso total em qualquer análise cristológica, Jesus Cristo é “o resplendor da glória de Deus e a expressão exata de seu ser (Hebreus, 1:3) e “a imagem do Deus invisível” (Colossenses, 1:15).

Para os cristãos, Jesus Cristo é a personificação e a autorrevelação de Deus. No cerne da fé cristã, está uma pessoa viva, não um livro.

b) A importância soteriológica de Jesus Cristo. O Novo Testamento afirma que a salvação só se torna possível por meio da morte e ressurreição de Jesus Cristo [...], uma gama ampla de imagens soteriológicas é apresentada dentro do Novo Testamento, para explicar o sentido da morte e ressurreição de Cristo.

De longa data, a centralidade da cruz de Cristo é tema principal da teologia e espiritualidade evangélica:

● A cruz é vista como a base exclusiva da salvação.

● A cruz é tratada como o ponto inicial da teologia autenticamente cristã. ● A cruz é vista como o centro de todo o pensamento cristão.

c) A importância mimética (exemplificadora) de Jesus Cristo. Jesus Cristo não é somente a base da salvação; Ele encarna os contornos da vida redimida. Cristo é o supremo exemplo de homem, que evidencia um estilo de vida autenticamente humano, a quem supostamente somos capazes de imitar.

Pela fé, o cristão é conforme Cristo – ou, mais acertadamente, o processo de conformação a Cristo tem seu início. As afirmações claras desse – estabelecer a conformidade da estrutura da existência do crente a Jesus – já estão claramente evidentes no Novo Testamento. Particularmente, nos escritos paulinos, a participação em Cristo aponta para uma conformidade da existência da pessoa dele. Pela fé, o cristão é apanhado em uma nova visão da vida, uma nova estrutura de existência [...].

d) A importância doxológica (culto, adoração) de Jesus Cristo. Os hinos cristológicos no Novo Testamento são uma indicação clara do grau de exaltação

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TÓPICO 4 | JESUS CRISTO COMO MODELO DE VIDA tanto no culto como no pensamento das comunidades neotestamentárias [...]. A coerência do entendimento evangélico da importância de Cristo amplia a maneira com que Ele é cultuado e adorado, assim como o modo por Ele é entendido teologicamente.

e) A importância querigmática (proclamação) de Jesus Cristo. Há uma natureza fortemente querigmática no Novo Testamento, no qual Cristo é visto como alguém para ser proclamado e para quem uma resposta é esperada. O conteúdo da proclamação cristã é Jesus Cristo (Gálatas, 1:16).

Em geral, o teor da pregação cristã primitiva pode ser assim resumido: uma proclamação da morte, ressurreição e exaltação de Jesus, que levou a uma avaliação de sua pessoa, tanto como Senhor quanto como Cristo, confrontando o homem com a necessidade de perdão, e prometendo perdão dos pecados. Assim, a dimensão querigmática do Novo Testamento enfoca Jesus como Senhor, Cristo e Salvador.

3 O SENHORIO DE CRISTO E SUAS IMPLICAÇÕES PRÁTICAS

O tratado sobre Jesus, como modelo de vida, começa com o entendimento sobre o senhorio de Cristo. “Senhor” é o nome mais elevado de Jesus Cristo. O termo quer dizer “dono, proprietário, chefe” ou “amo”. Dentre os 119 títulos dados a Jesus na Bíblia, os dois que mais se destacam são:

● Salvador – 17 vezes. ● Senhor – 470 vezes.

Portanto, pelo número de vezes que o nome “Senhor” aparece em relação ao nome Salvador, o assunto do senhorio de Cristo deve ser de suma importância para o cristão. Jesus tanto é Salvador porque é Senhor como é Senhor porque é Salvador.

Para os cristãos primitivos, o senhorio de Cristo era uma questão de vida ou morte. Afinal, César era quem dizia ser o Senhor, e eliminava a quantos dele discordassem. Hoje, fala-se mais do “Salvador” do que no “Senhor” Jesus. Será isso um reflexo de nossa intransigência em não aceitar o Seu senhorio em nossas vidas? E você, acadêmico(a), como tem se posicionado quanto ao senhorio de Cristo?

A verdade é que a afirmação bíblica continua tão válida hoje como o foi nos tempos antigos: ”ninguém pode dizer Senhor Jesus senão pelo Espírito” (1 Coríntios, 12:3b), ou seja, ninguém pode confessar Jesus como tal se não tiver um compromisso real com Ele. Façamos como os pregadores primitivos que primeiro confessavam a Jesus como Senhor e depois como Salvador (Atos, 2:36; Romanos, 10:8-9; Tiago, 1:1; Judas, 1).

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UNIDADE 1 | DOUTRINA BÍBLICA DE CRISTO (CRISTOLOGIA)

Só o senhorio de Cristo em nossas vidas pode glorificar realmente a Deus. Jesus quer ser o nosso Senhor e não somente Salvador. Isso significa que Ele deve ser o Senhor de nossos bens, nosso dinheiro, nosso emprego, família, ministério e destino. Mas como isso é possível?

4 CHAMADO AO DISCIPULADO DE JESUS CRISTO

Seguir os passos de Jesus é o mais fascinante projeto de vida. Nesta perspectiva, a nossa compreensão da profissão de fé cristã deve ser feita a partir do exemplo de vida deixado por Jesus de Nazaré, que implica em nosso compromisso de segui-lo e imitá-lo.

O conceito do seguimento de Jesus (discipulado) começa com o texto de João (17:4), em que Jesus orou dizendo: “Eu te glorifiquei na Terra, consumando a obra que me deste a fazer’’. Observe que isto foi antes da cruz, que ainda estava por vir. Então, a que obra Ele se referia? Lendo o versículo 4 com o versículo 6, descobrimos que esta obra era a do discipulado dos doze.

Isto explica que Jesus Cristo, em sua vida terrena, tinha duas obras para realizar:

a) uma, por meio da sua morte = a cruz; b) outra, por meio de sua vida = discipulado.

Portanto, quando Jesus bradou na cruz “está consumado” e rendeu o Espírito (João, 19:30), Ele se referia ao sacrifício de sua morte. Porém, para consumar a obra de Sua vida, Ele teve que andar por três anos com os doze discípulos, discipulando-os. E este foi o principal trabalho da Sua vida, assim como entregá-la pelos pecadores, foi a Sua morte.

Por que seguir a Jesus? Porque Ele é o modelo moral e ético. A Cristologia como compreensão histórica culturalmente situada da comunidade crente em Jesus, no decorrer da história, sempre teve esta compreensão.

A compreensão da figura de Jesus, descrita pelos evangelhos, deve ser discernida a partir de sua historicidade (relacionalidade sociopolítica-econômica-cultural e religiosa), que sempre aponta para o “Jesus histórico”, como opção para se concretizar nosso caminhar com Deus. Tudo no Cristianismo histórico tem a sua iluminação a partir da pessoa de Jesus Cristo, logo, o caminhar com Deus significa, em primeira ordem, entrar no caminho de Jesus, para conhecê-lo histórico e espiritualmente.

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TÓPICO 4 | JESUS CRISTO COMO MODELO DE VIDA

4 CHAMADO AO DISCIPULADO DE JESUS CRISTO

Foi o próprio Jesus quem declarou: “[...] Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me” (Marcos, 8:34).

Este é um chamado que só entra quem tem coragem de correr riscos, de sair de seu casulo, de pensar a história pelo reverso da lógica imperante. Neste caminho, só atinge a sabedoria quem “vê” o visível e o invisível, o real e o sonhado, a injustiça e a justiça, o óbvio e o desejável, a certeza contra toda a desesperança que um novo dia ainda vai renascer e as nossas exigências ganharão mais encanto a partir desse mundo. (VEDOATO, 2002).

A convocação que Jesus faz aos que desejam seguir seus passos na trilha do discipulado (Marcos, 8:34) implica em três requisitos básicos:

a) “Negue-se a si mesmo” – negar-se é tirar o EU do centro, esquecendo-se de si mesmo, pelo grande privilégio de desfrutar da maravilhosa graça de Deus. É por isso que o aperfeiçoamento cristão está relacionado à obediência e à submissão a Jesus Cristo, como Senhor.

“Negar-se a si mesmo” é ver somente a Jesus. Não mais o EU, não mais a minha vontade, não mais isto e aquilo, mas somente a Jesus.

b) “Tome a sua cruz” – O carregar a cruz significa que o “negar-se a si mesmo” não acontece uma única vez. A vida do verdadeiro discípulo de Jesus é um constante “negar-se”, pois a “cruz” serve justamente para manter nosso EGO crucificado. Se o nosso “EU” não ficar na “cruz”, não há verdadeiro significado na vida cristã. Tudo é ativismo e religiosidade.

Jesus é o nosso modelo. Ele não disse – “pegue sua cruz e vá adiante” – o que Jesus disse foi: “pegue a sua cruz e siga-me”. Quando vemos Jesus “carregando” sua própria cruz à nossa frente, nossas forças aumentam.

c) “Siga-me” – Este “siga-me” traz duas implicações: a primeira é a imitação e a segunda é a obediência.

- Imitação. O alvo do “siga-me” é sermos semelhantes a Jesus, em Seu caráter. O plano de Deus, para a redenção da humanidade, não se limita a salvar o homem do pecado e da morte; vai mais além. O propósito divino é restabelecer sua imagem em cada um de nós. É recriar em nós aquilo que está faltando para contemplar a formação de nosso ser, conforme o propósito do Criador – que conheçamos a Deus e revelemos sua Pessoa e presença em nosso viver, pela sua plenitude em nós.

- Obediência. O verdadeiro discípulo faz exatamente o que o mestre ordena. Qual é o lugar da fé em Jesus nisso tudo? A fé surge na obediência, pois ninguém aceita a convocação do “siga-me” de Jesus, se não crê naquele que o convoca.

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UNIDADE 1 | DOUTRINA BÍBLICA DE CRISTO (CRISTOLOGIA)

Jesus foi categórico: “se alguém quiser acompanhar-me”. Foi um convite. O Senhor Jesus continua convidando o discipulado.

Jesus Cristo é o maior de todos. Vale a pena segui-lo.Vejamos:

a) Todos os registros bíblicos da revelação de Deus, tanto do Antigo como do Novo Testamento, devem ser interpretados a partir da Pessoa de Jesus Cristo.

b) Na Pessoa de Jesus, temos a Palavra encarnada na vida, pois “o Verbo se fez carne e habitou entre nós”.

c) Jesus nos deixou o padrão de vida moral e ético para que sigamos suas pisadas em nossa vida diária.

DICAS

Assista ao filme “O CORPO”, no qual se discute a influência do homem Jesus, em todo mundo.

Referências

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