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Palavras chave: Empreendedorismo. Desafios. Cenários. Metodologia.

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Academic year: 2021

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fe_lipecba@hotmail.com Ciências Contábeis – Prof. João Soares

Resumo

O brasileiro em qualquer pesquisa internacional, se desponta como um dos povos mais otimistas com o seu futuro. Seja esta, a característica que coloque entre seus maiores sonhos, ser um empreendedor, ou seja, dono do seu próprio negócio. No entanto, este fato despertou-me o interesse em identificar quais desafios o brasileiro deve superar, e quais alternativas servem como resolução para alcançar este sonho, e vive-lo. Esses desafios foram distribuídos em quatro etapas que são denominadas, I) Empreendedor, II) Governo, III) Mercado e IV) Equilíbrio de capital. Nessas etapas foram desenvolvidos o perfil do empreendedor brasileiro atual, políticas governamentais relevantes que mudaram o ambiente de negócios no país, movimento do mercado mediante alterações no cenário econômico em cada período, e principais pontos que determinaram o sucesso ou fracasso na busca e manutenção do capital ideal. “A metodologia de pesquisa é definida com base no problema formulado”, conforme Beuren (2006, p. 67). A pesquisa será descritiva, se fará uso de demonstrações públicas fornecidos por institutos de pesquisas a partir de 2015. Os procedimentos ocorrerão mediante a pesquisa bibliográfica por meio de livros e artigos. Quanto ao tipo de abordagem do problema predominará a pesquisa qualitativa, que na visão de Lakatos e Marconi (2004, p. 267):[...] preocupa-se em analisar e interpretar aspectos mais profundos, descrevendo a complexidade do comportamento humano. Fornece análise mais detalhada sobre as investigações, hábitos, atitudes, tendências de comportamento, etc.

Palavras chave: Empreendedorismo. Desafios. Cenários. Metodologia.

Introdução

O povo brasileiro é considerado um dos povos mais empreendedores em todo mundo, sendo líder neste quesito no bloco de nações em emergente desenvolvimento, denominado BRICS, acrônimo dos cinco membros fundadores, Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Essa realidade tem como ponto fundamental o quarto maior sonho dos brasileiros ser, a obtenção do seu próprio negócio (Sebrae, 2015), divulgada pelo painel de empreendedorismo do M&E Play 2016, onde foi destacada a importância de se investir em um sonho.

No mesmo ano da pesquisa realizada pelo Sebrae, o país atingiu recorde na taxa histórica de empreendedorismo, sendo que quatro em cada dez brasileiros, com idade entre 18 e 64 anos, desenvolveram ações visando criar um negócio. No período também foram atingidos mais dois novos recordes na taxa histórica do país, maior taxa de empreendedores iniciais e maior taxa de empreendedores estabelecidos (GEM, 2015).

Porém na contramão dessas informações, 2015 resultou no encerramento das atividades de 1,8 milhões de empresas de todos os portes no país. Fato que representou o pior cenário desde 2010, apresentando alta do indicador em 300% sobre 2014 (Neoway, 2015).

O fato é que após este revés, a retomada do aumento da abertura de novas empresas foi tão rápida quanto surpreendente na comparação do estoque do final de 2015, e a última aferição em abril de 2016.

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De acordo com a opinião de Jaime de Paula, presidente da Neoway, o saldo positivo de mais de 600 mil empresas abertas em apenas 4 meses, ocorre porque muitas pessoas demitidas decidiram abrir seu próprio negócio. Ele também adverte que, apesar dos números, o ambiente recessivo em que essas novas empresas foram abertas, ameaça seriamente as chances de sobrevivência delas.

Dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em 2016, respaldam a opinião acima sustentada por Jaime de Paula. De acordo com o instituto, o número de desempregados saltou 38% em 2015 se comparado a 2014, atingindo 9,1 milhões de brasileiros, sendo até então a maior taxa de desemprego desde 2012.

A mesma análise tornou a ser realizada no início deste ano (IBGE-Pnad, 2017), apontando um agravo substancial no número de desempregados, que em janeiro alcançou a marca de 12,9 milhões no país.

Seguindo a premissa de Jaime de Paula, objetivamos apresentar qual cenário os empreendedores no Brasil enfrentam desde 2015, tanto aqueles que mantiveram ativas suas empresas no mercado, quanto aqueles que realizaram a abertura das suas a partir deste período. E apontar os desafios relevantes enfrentados para continuidade de suas atividades.

Atribuímos a quatro fatores como os desafios constatados, e o agravo destes mediante a formação dos cenários macroeconômicos em 2015, 2016 e 2017 no Brasil.

I) Empreendedor II) Governo III) Mercado

IV) Equilíbrio de capital

Cenário macroeconômico em 2015

Depois de uma campanha extraordinariamente acirrada, uma vitória por margem estreita em 2014. Assim a presidente Dilma Rousseff chegou a seu segundo mandato. A diferença de apenas três pontos porcentuais foi a menor desde que o PT chegou ao poder, em 2002.

A vitória apertada prenunciou um segundo mandato muito mais difícil. Onde teve que enfrentar uma oposição revigorada e um cenário desolador de recessão técnica com inflação em alta. Além de quase metade do eleitorado ter se posicionado contrário ao modelo econômico intervencionista implantado, denominado “Nova Matriz Econômica”.

O país enfrentava inflação acima da meta e estagnação econômica. Havia um caminho para um segundo mandato à altura do Brasil. Para isso, ela deveria ter interpretado o resultado da eleição como prova de que duas agendas precisavam ser revistas urgentemente e tocadas em paralelo: a das políticas de assistência social e a da modernização da economia. No entanto, não houve ambiente político sustentável para qualquer revisão, uma vez que até mesmo dentro do PT existiu resistências em relação a agenda econômica proposta.

A inércia do Governo Federal, agravou todos os indicadores econômicos, o que consolidou ao final do ano uma retração de 3,8% do PIB em relação a 2014, que foi a maior da série histórica atual mensurada pelo IBGE, iniciada em 1996. Considerando a série anterior, o desempenho é o pior desde 1990, quando o recuo chegou a 4,3%.

O IBGE afirmou que esse resultado teve origem da "deterioração dos indicadores de inflação, juros, crédito, emprego e renda ao longo de todo o ano de 2015". O que foi denominado por alguns especialistas como uma “tempestade perfeita”, que comprometeu toda estrutura econômica de forma sistêmica.

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Cenário macroeconômico em 2016

A contínua piora dos indicadores econômicos, somada a insustentabilidade política devido aos desdobramentos da mundialmente conhecida “Operação Lava-Jato”, conduzida pelo Ministério Público e Polícia Federal, resultaram no início do processo de Impeachment Presidencial ainda em 2015. Uma vez que desvelava o maior esquema de corrupção da história humana.

Isso refletiu diretamente na perda de credibilidade externa na economia do país, resultando na vazão de bilhões em recursos de investidores, desistência ou congelamento de planos de investimento por diversas multinacionais e grandes companhias brasileiras, perda do grau de investimento atribuído por agências de risco, aumento do risco país e aumento da taxa de juros futuros dos títulos da dívida brasileira.

Em meio à turbulência de protestos históricos, houve a efetiva troca de Governo, ao ser conduzido a função máxima do Poder Executivo, o então Vice-Presidente Michel Temer. Mudança que devido ao ceticismo, manteve a incerteza no curto prazo, mas despertou uma gradual recuperação do otimismo no médio e longo prazo. Principalmente depois do anúncio da composição da nova equipe econômica, considerada altamente qualificada; diante dos resultados obtidos rapidamente em reformas econômicas consideradas essenciais; e do anúncio de medidas consideradas mais assertivas por especialistas.

O prejuízo gerado por essa crise, que se tornou endêmica poderá ser medido pelo resultado do PIB brasileiro anual, que embora ainda não tenha sido divulgado, tem previsão de queda 3,2%. No entanto possui expectativa de alta de 0,6% em 2017 (ONU,2017).

A política anticíclica adotada pela equipe econômica, com o objetivo principal de controlar a inflação, exigiu a tomada de medidas restritivas ao crédito através da alta da Taxa Selic (índice referência do custo do dinheiro no mercado interno), ampliação do percentual de depósito compulsório, e redução de recursos subsidiados.

Cenário macroeconômico em 2017

O Conselho Monetário Nacional tem agido com otimismo quanto ao controle e estabilidade da inflação, o que permitiu duas reduções consecutivas da Taxa Selic nas últimas reuniões do Copom (Comitê de Política Monetária).

A expectativa é que esses cortes gere um impacto gradual na redução dos juros praticados pelo mercado financeiro, que atualmente através dos bancos e financeiras chegam a cobrar 450,29% a.a. de juros rotativo do cartão de crédito, 311,87%a.a. de juros cheque especial, 97,16%a.a. de juros do comércio, 69,98%a.a. de juros em empréstimos pessoais, mantendo uma taxa média anual de 154,72%a.a. (Portal Brasil, 2017).

Desafios enfrentados I) Empreendedor

No aspecto do empreendedor, desponta como composição do desafio, a) nível de escolaridade; b) nível de educação financeira; c) planejamento do negócio; d) capital inicial.

Nível de escolaridade

Os últimos dados apresentados que fazem relação entre o nível de escolaridade e o desemprego foram apresentados pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) em janeiro de 2015. Sendo que o ponto chave a ser destacado do estudo é que a baixa escolaridade triplica as chances de desemprego (Veja, 2015).

O levantamento analisou 44 países, entre eles o Brasil, considerando uma amostragem de público com idade de 25 a 64 anos, afirma que, aqueles que possuem nível superior completo

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possuem média de desemprego de 5,3%, enquanto aqueles que não concluíram o ensino médio tem esse percentual elevado a 13,7%.

No Brasil, apenas 15% dos adultos da faixa etária estudada possuem nível superior, enquanto 45% possuem nível médio, e 39% não haviam concluído o ensino médio até 2013.

Nível de educação financeira

No último ranking global, que mede o nível de educação financeira de 144 países, o Brasil foi apresentado na 74ª colocação, atrás de países como Zimbábue, Togo e Madagascar. A fonte para a formação do ranking, vem da pesquisa S&P Ratings Services Global Financial Literacy Survey (Pesquisa Global de Educação Financeira da divisão de ratings e pesquisas da Standard & Poor’s). E foi baseada em entrevistas realizadas em 2014 com mais de 150 mil adultos (Exame, 2015).

Planejamento do negócio

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) revela que as empresas que estão no mercado a mais de 5 (cinco) anos, tiveram seus proprietários estudando e pesquisando por até 9 (nove) meses, antes de abrir o próprio negócio.

Se considerarmos como responsáveis pela retomada da abertura de novas empresas a partir de 2016, aqueles que passaram estar na condição de desemprego. E que legalmente possuem até cinco parcelas no máximo de seguro desemprego. Quais as reais chances de o empreendedor constituir um planejamento sólido e minucioso antes de abrir o próprio negócio? Como não há estudo a respeito, seguimos a razoabilidade de que essas chances são mínimas.

Capital inicial

Conforme vamos analisando os valores retirados através de toda modalidade de saque do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) ao longo da série histórica (anexo I), identificamos em 2015 a mais acentuada variação, com um aumento do valor de saque em R$ 12,8 bilhões, se comparado ao resultado de 2014.

Anexo I

Ano QUANTIDADE VALOR R$

2004 18.549.589 22.088.961.597,52 2005 20.274.557 25.951.044.644,81 2006 23.968.919 29.691.933.620,70 2007 26.587.946 38.379.254.418,87 2008 29.048.907 42.679.425.001,21 2009 29.914.632 47.824.762.276,46 2010 31.132.815 49.890.310.136,85 2011 34.377.296 57.646.929.757,99 2012 35.166.861 65.049.000.360,25 2013 37.444.229 75.663.002.033,88 2014 39.041.411 86.320.173.011,54 2015 37.842.898 99.124.208.039,14 2016 37.126.284 108.892.614.296,48

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Ano QUANTIDADE VALOR R$

TOTAL 515.699.754 873.684.817.018,26

FGTS: 26/02/2017 19:02 Anexo II

Concomitantemente, no gráfico de evolução do saldo médio da poupança no Brasil (anexo II), é possível identificarmos uma queda brusca nos últimos 03 anos, que apresentam indicadores negativos. Atingindo o pior resultado da série histórica em 2015, com uma variação negativa de 77,6% em apenas 12 meses.

Se observarmos que apesar da injeção de R$ 99,12 bilhões na economia em 2015, através de saques do FGTS (anexo I), e que a captação liquida em Poupança¹ teve seu pior resultado da série histórica no mesmo ano (anexo II), podemos concluir que um volume muito alto de recursos teve outras destinações, entre elas, investimento na abertura de novos negócios. ¹utilizamos a aplicação em Poupança como referência do saldo médio de investimento, por ser a modalidade mais popular conhecida do brasileiro.

Empreendedor atual

Após este quarto item, podemos ter uma ideia das características do empreendedor brasileiro, e que permite ser elaborado um perfil, que seria: Possui nível médio de ensino, baixíssima educação financeira, portanto dificilmente entende como um investimento a realização do planejamento completo de viabilidade para iniciar seu próprio negócio, e embora possua determinada quantia de capital inicial, tem percentual de assertividade mínimo na aplicação do dinheiro, gerando sempre insuficiência de capital em curto tempo, e a uma imediata necessidade de capital de giro logo após o início das atividades.

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II) Governo

No aspecto do Governo, há muito tempo personaliza para a classe empreendedora, o grande motivo para o fracasso de todos os negócios no país. No entanto devemos ressaltar pontos positivos e outros realmente desastrosos na forma da condução da política econômica e fiscal. Analisando os últimos 10 anos, tivemos a instituição de uma minirreforma tributária, com a efetivação do tratamento fiscal diferenciado às micro e pequenas empresas, através da criação do modelo tributário Simples Nacional (Resolução CGSN nº 04, 2007/Lei Complementar 123/06). Esse modelo foi especialmente desenvolvido para desburocratizar e simplificar o recolhimento de tributos federais, estaduais e municipais, unificando-os em uma única guia de recolhimento (anexo III). E principalmente, adequando alíquotas que compõe a carga tributária mediante as faixas de faturamento anual das empresas, que no Estado de Mato Grosso atualmente está enquadrada de forma diferente da União (anexo IV).

Atualmente, o Simples Nacional é o modelo tributário mais adotado pelas empresas brasileiras (anexo V), embora não tenha atingido o papel de unificação no recolhimento de impostos e contribuições, devido a divergências em nível estadual e municipal.

Na mesma toada, visando formalizar atividades desenvolvidas irregularmente no país, foi instituído o MEI, Microempreendedor Individual (Lei Complementar 128/08), que atualmente comporta empresas com faturamento bruto anual de até R$ 60 mil, e abrange 42% do total de empresas ativas em 2017 (anexo VI).

Apesar dessas medidas reduzirem a complexidade tributária no Brasil, a situação atual encontrasse muito distante do idealizado pelos empreendedores. Como exemplo, ainda possuímos bi-tributação, cobranças indevidas, além da famosa “guerra fiscal” entre os Estados da Federação, além da necessidade de uma ampla reforma trabalhista.

Na vanguarda dos inúmeros revezes enfrentados pelos empreendedores, estão os efeitos das primeiras políticas econômicas adotadas em 2012 para combater o início de uma recessão, que podem ser caracterizadas apenas como desastrosas, considerando que continham viés político, populista e eleitoreiro. E por trazerem à tona uma disparada da inflação.

O agravo da situação econômica de forma sistêmica em 2014, tornou necessária a adoção de medidas anticíclicas mais acentuadas, com o principal objetivo de controle da inflação, conforme apresentamos nos cenários de 2015, 2016, e 2017. O que gerou escassez de recursos no mercado, iliquidez no curto prazo, aumento de despesas financeiras, aumento da inadimplência e mortalidade das empresas.

É fundamental que seja evidenciado que o Sebrae através de estudos e análises de pesquisas, vem emitindo relatórios sobre a “Sobrevivência das Empresas no Brasil”, último publicado em 2016, com base em estudo iniciado em 2011, e aprimorado em 2013. Tem objetivo de identificar padrões que justifiquem as taxas de mortalidade das empresas, desmembrando pela primeira vez as amostras pelo porte que as classifica como grande, médio, pequeno, microempresa e microempreendedor. Além de informar os respectivos setores/segmentos de atuação e em quais regiões do país se encontram. O que permitiu apresentar que o maior índice de mortalidade tem se concentrado nas microempresas, com percentuais que variam de 49 até 54% (empresas constituídas até 2012). Enquanto o percentual máximo atingido para microempreendedores individuais chega apenas a 13%, e nos demais portes de 1 até 5%.

Anexo III

I IRPJ Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica

II IPI Imposto sobre Produtos Industrializados, exceto o incidente na importação III CSLL Contribuição Social sobre o Lucro Líquido

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IV COFINS Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social, exceto a incidente na importação

V PIS/Pasep Contribuição para o Programa de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público, exceto a incidente na importação

VI INSS/CPP Contribuição Patronal Previdenciária (CPP) para a Seguridade Social, a cargo da pessoa jurídica (patronal), exceto as receitas do Anexo IV

VII ICMS Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação

VIII ISS Imposto sobre serviços de qualquer natureza

Anexo IV

Nacional R$ 3.600.000,00/ano Estadual (MT) R$2.520.000,00/ano

Intermediário (MT) 1.800.000,00/ano (para fins de Redução de Base de Cálculo na Estimativa Simplificada) Simples Nacional para o comércio

Receita Bruta em 12 meses Alíquota IRPJ CSLL Cofins PIS/Pasep CPP ICMS Até 180.000,00 4,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 2,75% 1,25% De 180.000,01 a 360.000,00 5,47% 0,00% 0,00% 0,86% 0,00% 2,75% 1,86% De 360.000,01 a 540.000,00 6,84% 0,27% 0,31% 0,95% 0,23% 2,75% 2,33% De 540.000,01 a 720.000,00 7,54% 0,35% 0,35% 1,04% 0,25% 2,99% 2,56% De 720.000,01 a 900.000,00 7,60% 0,35% 0,35% 1,05% 0,25% 3,02% 2,58% De 900.000,01 a 1.080.000,00 8,28% 0,38% 0,38% 1,15% 0,27% 3,28% 2,82% De 1.080.000,01 a 1.260.000,00 8,36% 0,39% 0,39% 1,16% 0,28% 3,30% 2,84% De 1.260.000,01 a 1.440.000,00 8,45% 0,39% 0,39% 1,17% 0,28% 3,35% 2,87% De 1.440.000,01 a 1.620.000,00 9,03% 0,42% 0,42% 1,25% 0,30% 3,57% 3,07% De 1.620.000,01 a 1.800.000,00 9,12% 0,43% 0,43% 1,26% 0,30% 3,60% 3,10% De 1.800.000,01 a 1.980.000,00 9,95% 0,46% 0,46% 1,38% 0,33% 3,94% 3,38% De 1.980.000,01 a 2.160.000,00 10,04% 0,46% 0,46% 1,39% 0,33% 3,99% 3,41% De 2.160.000,01 a 2.340.000,00 10,13% 0,47% 0,47% 1,40% 0,33% 4,01% 3,45% De 2.340.000,01 a 2.520.000,00 10,23% 0,47% 0,47% 1,42% 0,34% 4,05% 3,48% De 2.520.000,01 a 2.700.000,00 10,32% 0,48% 0,48% 1,43% 0,34% 4,08% 3,51% De 2.700.000,01 a 2.880.000,00 11,23% 0,52% 0,52% 1,56% 0,37% 4,44% 3,82% De 2.880.000,01 a 3.060.000,00 11,32% 0,52% 0,52% 1,57% 0,37% 4,49% 3,85% De 3.060.000,01 a 3.240.000,00 11,42% 0,53% 0,53% 1,58% 0,38% 4,52% 3,88% De 3.240.000,01 a 3.420.000,00 11,51% 0,53% 0,53% 1,60% 0,38% 4,56% 3,91% De 3.420.000,01 a 3.600.000,00 11,61% 0,54% 0,54% 1,60% 0,38% 4,60% 3,95% Anexo V

Total Geral de Empresas

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UF Total AC 25.985 AL 112.257 AM 104.621 AP 27.174 BA 668.391 CE 371.727 DF 202.819 ES 266.530 GO 387.973 MA 176.187 MG 1.241.197 MS 149.973 MT 187.828 PA 243.472 PB 135.028 PE 327.654 PI 103.522 PR 752.032 RJ 1.162.761 RN 144.220 RO 76.572 RR 20.518 RS 775.212 SC 473.317 SE 65.949 SP 3.176.632 TO 78.190 TOTAL 11.457.741 Anexo VI

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Mercado

Após a realização de uma Copa do Mundo abaixo de todas expectativas, a reação do mercado foi unânime de pessimismo e até de pânico. Não havia qualquer notícia que amenizasse, nem advinda do setor primário. A crise conjuntural, trouxe os indicadores para forma negativa em praticamente todos os setores, exceto no setor primário que em 2015 teve safra recorde, um aumento de 7,7% em relação a 2014. Segue dados que confirmam e embasam essas afirmações.

Informações setoriais consolidadas de 2015.

I) Indústria

Produção industrial recua (-0,7%) em dezembro e fecha 2015 em queda (-8,3%)

Dezembro 2015 / Novembro 2015 -0,7%

Dezembro 2015 / Dezembro 2014 -11,9%

Acumulado em 2015 -8,3%

Acumulado em 12 meses -8,3%

Média móvel trimestral -1,2%

Em dezembro de 2015, a indústria recuou (-0,7%) em relação a novembro, na série com ajuste sazonal. Frente a dezembro de 2014, a indústria também caiu (-11,9%). No acumulado do ano, o setor industrial mostrou o maior recuo (-8,3%) da série, iniciada em 2003. Já o acumulado em 12 meses teve sua maior queda (-8,3%) desde novembro de 2009 (-9,4%). Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF, 2016)

II) Varejo

Vendas no varejo caem (-2,7%) em dezembro e fecham 2015 em -4,3%

Período

Varejo Varejo Ampliado

Volume de vendas Receita nominal Volume de vendas Receita nominal Dezembro/Novembro -2,7 -1,9 -0,9 -0,2

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Período

Varejo Varejo Ampliado

Volume de vendas Receita nominal Volume de vendas Receita nominal

Média móvel trimestral -0,3 0,6 -0,2 0,5 Dezembro 2015 / Dezembro 2014 -7,1 2,8 -11,0 -2,7

Acumulado 2015 -4,3 3,2 -8,6 -1,9

Acumulado 12 meses -4,3 3,2 -8,6 -1,9

Em dezembro de 2015, as vendas no varejo recuaram 2,7% sobre o mês imediatamente anterior, na série livre de influências sazonais. Nesse mesmo confronto, a variação da receita nominal foi de -1,9%. Para o volume de vendas, a queda registrada em dezembro ocorre após dois meses seguidos com variações positivas nessa comparação, período que acumulou crescimento de 1,9%. Com o resultado de dezembro, o indicador de média móvel para o volume de vendas volta ao campo negativo (-0,3%), enquanto a taxa para receita nominal permanece positiva (0,6%). Na série sem ajuste sazonal, o total das vendas assinalou queda de 7,1% em relação a dezembro de 2014, nona variação negativa consecutiva nesse tipo de comparação. Com isso, os resultados para o volume de vendas foram negativos tanto no quarto trimestre de 2015 (-6,9%), como para o fechamento do ano (-4,3%). (IBGE,2016)

III) Construção Civil

Índice Nacional da Construção Civil varia 0,06% em dezembro e fecha 2015 em 5,50%

O Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi), calculado pelo IBGE em parceria com a CAIXA, apresentou variação de 0,06% em dezembro, apresentando desaceleração de 0,22 ponto percentual em relação à taxa de 0,28% de novembro. Com isto, o ano de 2015 fechou em 5,50%. O acumulado no ano de 2014 foi 6,20%.

IV) Inflação

Em dezembro, IPCA fica em 0,96% e fecha 2015 em 10,67%

Período TAXA

Dezembro 2015 0,96%

Novembro 2015 1,01%

Dezembro 2014 0,78%

Acumulado no ano 10,67%

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de dezembro variou 0,96% e ficou 0,05 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa de novembro (1,01%). Ainda assim, foi a taxa mensal mais alta para um mês de dezembro desde 2002 (2,10%). Em dezembro de 2014, a taxa foi de 0,78%. No ano, o IPCA acumulou alta de 10,67%, contra 6,41% em 2014 (IBGE, 2016).

Informações setoriais consolidadas de 2016.

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Produção industrial cresce 2,3% em dezembro, mas fecha o ano com queda de 6,6%

Período Produção industrial

Dezembro 2016 / Novembro 2016 2,3%

Dezembro 2016 / Dezembro 2015 -0,1%

Acumulado 2016 -6,6%

Acumulado 12 meses -6,6%

Média Móvel Trimestral 0,5%

Em dezembro de 2016, a produção industrial nacional cresceu 2,3% frente ao mês anterior, na série livre de influências sazonais. Essa foi a segunda taxa positiva consecutiva, acumulando expansão de 2,6%. No confronto com dezembro de 2015 (série sem ajuste sazonal), a variação foi de -0,1%, 34ª taxa negativa consecutiva nesse tipo de comparação, mas a menos intensa da sequência (IBGE,2017).

II) Varejo

Em dezembro de 2016, vendas no varejo recuam 2,1% e fecham o ano em (-6,2%)

Período

Varejo Varejo Ampliado

Volume de vendas Receita nominal Volume de vendas Receita nominal Dezembro/Novembro* -2,1% -2,1% -0,1% -0,3%

Média móvel trimestral* -0,5% -0,7% -0,1% -0,2%

Dezembro 2016 / Dezembro 2015 -4,9% 2,0% -6,7% -1,2%

Acumulado 2016 -6,2% 4,5% -8,7% -0,7%

Acumulado 12 meses -6,2% 4,5% -8,7% -0,7%

(IBGE, 2017)

III) Construção Civil

Índice Nacional da Construção Civil varia 0,49% em dezembro e fecha 2016 em 6,64%

O Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi), calculado pelo IBGE, apresentou variação de 0,49% em dezembro, subindo 0,39 ponto percentual em relação à taxa de novembro (0,10%). Com isto, o ano de 2016 fechou em 6,64%. Em dezembro de 2015, o índice foi 0,06%.

Áreas Geográficas Variações acumuladas(%) Diferença

(p.p.)

2015 2016

Região Norte 7,92 4,38 -3,54

Região Nordeste 4,51 6,60 2,09

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Áreas Geográficas Variações acumuladas(%) Diferença (p.p.) 2015 2016 Região Sul 7,81 6,78 -1,03 Região Centro-Oeste 5,25 6,37 1,12 Brasil 5,50 6,64 1,14 (IBGE, 2017) IV) Inflação

Em dezembro, IPCA sobe 0,30%e acumula 6,29% em 2016

Período TAXA

Dezembro de 2016 0,30%

Novembro de 2016 0,18%

Dezembro de 2015 0,96%

Acumulado em 2016 6,29%

IPCA dezembro foi o mais baixo para esse mês desde 2008 (0,28%). Em 2016, índice acumulou alta de 6,29%, ficando abaixo dos acumulados de 2015 (10,67%) e de 2014 (6,41%) (IBGE, 2017).

Diante do cenário de 2016, quando tivemos a retomada da Construção Civil, assim como, a desaceleração do IPCA para o menor percentual desde 2013, o que inclusive permite a projeção de alguns analistas mais otimistas de uma alta do PIB ainda este ano. Embora, o acumulo de tantos trimestres de retração ainda refletir em milhões de desempregados, e empresas fechadas. O cenário atual, onde uma multidão de empresas continua buscando insistentemente ajustes para a redução drástica de despesas, cobrança de inadimplentes, liquidações de estoques, demissões em massa, entre outras alternativas, não tem impedido o aumento no número de falências, aumento de pedidos de recuperação judicial e o aumento do número de empresas fechadas, com restrições ao crédito, que se tornou ainda mais elevado e oneroso.

Empreendedor destaque

Foi objeto de análise as condições atuais de uma empresa que sobreviveu a essa “tempestade perfeita”, para buscar compreender também o impacto das tomadas de decisão do empreendedor, no fato de ter proporcionado sua continuidade a partir de 2015 até o momento. Segue informações sobre a empresa e estratégias adotadas, adquiridas através de entrevista com o empreendedor.:

Empresa: Cuiabá Materiais para Construção e Acabamentos. Segmento: Varejista - Materiais para construção.

Constituição: 2013. Sócio: Manoel da Silva. Idade: 35 anos.

Formação: Superior completo em Matemática; Pós-graduado em Gestão Empresarial. Grau de educação financeira: Elevado.

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Estratégias 2015

Analisando o cenário macroeconômico, que apontava para um ano de muitas demissões, atingindo principalmente as classes C e D, que representavam 70% do seu público alvo, iniciou a liquidação de seu estoque, e uma campanha de cobrança para recebimento, chegando a aceitar receber até o valor do custo que compôs a venda.

Acelerando a captação, realizou um estudo de mercado em Mato Grosso, onde definiu uma mudança radical de público, passando a atender apenas as classes A e B.

Essa definição gerou a necessidade de uma nova marca, nova estrutura de loja, nova logística, capacitação profissional, novo padrão de atendimento e ampla divulgação para fortalecimento da marca, que o levou a ter que investir R$ 400.000,00.

Crise: Mudança de público alvo para A e B, permitiu estabilidade da inadimplência na carteira de clientes, porém tornou ciclo financeiro mais longo e mais concentrado. Com a alteração da taxa Selic, que iniciou o ano em 11,75% e concluiu o ano em 14,25%, também proporcionou o aumento das despesas no financiamento do ciclo financeiro, devido os bancos terem adotado mesma tendência de elevação dos juros e tarifas cobradas.

Resultado: A mudança de público mudou a estratégia de ganho, que passou de volume para margem maior nas vendas. E, apesar da corrosão do resultado por aumento significativo das despesas financeiras, além da amortização proporcional dos investimentos realizados, obteve lucro.

Estratégias 2016

Seguindo o planejamento de tornar-se mais próximo de seu novo público alvo, mudou a localidade da sede da empresa, o que demandou investimento em estrutura de R$ 295.000,00. Identificou a necessidade de reduzir os dias de ciclo financeiro, e começou a renegociar as condições de pagamento das compras com as fornecedoras, atentando para viabilidade ou não de continuidade das parcerias.

Devido a expertise do proprietário, através da oferta de exclusividade com as principais fornecedoras, lhe rederam melhores condições comerciais; obteve sucesso na majoração do prazo médio de pagamento do estoque, variando de 45 para 75 dias, ou obtendo maiores descontos nas compras à vista, chegando até 30%. Esses novos acordos permitiram no ter margem até para receita financeira, dependendo da forma como o produto era vendido.

Crise: Mudança da sede deu maior visibilidade ao seu público alvo, reduziu despesas com deslocamento e com o próprio aluguel, considerando que o investimento realizado na estrutura seria diluído no pagamento dos próximos 5 anos. Expertise negocial permitiu ao empresário realizar adequações das formas de pagamento dos fornecedores, reduzindo o prazo do ciclo financeiro, e até embutindo as despesas financeiras sem alteração na margem de ganho nas vendas. Ressaltando que a taxa Selic se manteve estável ao longo do ano, possuindo corte de 0,5%a.a. terminando em 13,75%a.a.

Resultado: Ampliou em 28% suas vendas, passou a controlar as despesas geradas pelo financiamento do ciclo financeiro, que teve a média de dias reduzida em 50%. Obteve lucro acima das expectativas, no entanto efetuou a amortização antecipada de investimentos que somado as retiradas maiores pelo empresário, impossibilitaram reaplicação de qualquer valor na empresa.

Estratégias 2017

Identificando uma mudança no mercado local, devido a operações contra corrupção que indiretamente atingiu parte de seu público alvo, viu o prazo do giro de estoque aumentar, com

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a desaceleração das vendas. Buscou então a readequação de seu endividamento junto as instituições financeiras, com as quais possuí responsabilidade aproximada de R$ 970.000,00, e limites totais disponíveis de R$ 1.694.000,00. Principalmente, após identificar que, taxas outrora praticadas na antecipação de seus recebíveis aumentaram de 2,6%a.m. para 5,8%a.m., entre 2015 e 2017, considerando o custo efetivo total de cada operação. Essas operações rotativas para financiamento de sua necessidade de capital de giro representam 75% de sua responsabilidade total, e se tornaram insustentáveis.

Apresentou um plano de readequação das operações rotativas aos bancos, onde visava obtenção de dilatação para pagamento através da mudança para modalidade de crédito a longo prazo, produzindo redução do valor médio pago de operações e despesas financeiras, e assim amenizar eventual impacto de inadimplência ao mesmo tempo.

Considerando que as garantias obtidas pelas instituições também dependem de uma carteira adimplente de clientes; até o momento 4 de 5 instituições financeiras aceitaram as condições apresentadas pelo empreendedor.

Essa situação, também despertou o interesse do empresário em ingressar em uma Cooperativa de Crédito, que segundo o mesmo possui benefícios como taxas de juros e tarifas muito inferiores aos bancos, isenção do recolhimento de IOF adicional, além da distribuição dos resultados líquidos entre aqueles que são cooperados. Acrescentou que a Cooperativa onde movimenta a centralização do caixa da empresa, possui disponível os mesmos produtos e serviços apresentados por bancos. Essa condição diferenciada, deve-se a Instituições Financeiras Cooperativistas não objetivarem lucro, diferente das Instituições Financeiras Bancárias.

Evidência contábil

Auxiliando a compreensão das estratégias adotadas e por qual motivo elas salvaram a empresa em tempos de recessão e financiamento do ciclo financeiro muito elevado, seguem tópicos em que fica evidenciada a assertividade das decisões tomadas em cada período.

Ciclo operacional

Todo negócio possui seu ciclo operacional, que compreende dois ciclos, o ciclo econômico e o financeiro. Ou seja, desde a aquisição do produto, até o recebimento pela sua venda. Segundo a definição de Hoji: “O Ciclo Operacional inicia-se junto com o Ciclo Econômico ou Ciclo Financeiro, o que ocorrer primeiro, e encerra-se junto com o encerramento do Ciclo Econômico ou Financeiro, o que ocorrer por último. ”

O ciclo econômico estende-se desde a aquisição do produto até a realização da venda, independentemente de seu recebimento. Este ciclo é o giro de estoques, ele nos diz quanto tempo a empresa está demorando para girar o seu estoque.

O ciclo financeiro estende-se desde o pagamento pela aquisição do produto até o recebimento pela realização de sua venda. Este é o ciclo de caixa, onde ocorre o reflexo do ciclo econômico, ou seja, quanto mais lento for o giro do estoque, maiores as chances de um desembolso antes de um recebimento, gerando o que chamamos de desencaixe.

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Fórmula para cálculo

Segundo o site do portal de contabilidade, para podermos identificar a extensão deste ciclo devemos realizar o seguinte cálculo:

Fórmula:

Ciclo Financeiro = Ciclo Operacional - Prazo Médio de Pagamento a Fornecedores (PMPF) Exemplo:

Ciclo Financeiro = 102 dias - 30 dias Ciclo Financeiro = 72 dias

Formas de evitar o desencaixe

Durante o ciclo financeiro, o prazo entre o pagamento aos fornecedores e o recebimento dos clientes, é denominado o período de desencaixe da empresa. Segundo o dicionário Aulete, desencaixe financeiro significa: “Montante de dinheiro retirado de caixa para cobrir gastos ou despesas.” Considerando que qualquer montante aplicado no ativo de uma empresa tem seu custo de acordo com a origem do recurso, seria preferível não existir desembolsos até o recebimento pelas vendas efetuadas.

Existem propostas que tendem a evitar o desencaixe, e envolvem a negociação de prazos com os agentes envolvidos no ciclo operacional da empresa, o fornecedor e o cliente.

A negociação com o fornecedor depende majoritariamente do traquejo comercial do proprietário, e de sua experiência na busca de galgar o maior prazo para pagamento com o menor preço possível. E para obter sucesso na negociação é necessário conhecer o segmento, e ter estudado o momento do mercado para propor um acordo atrativo que contemple todos os pontos desejados. Destacando que sempre a negociação envolverá necessidades mútuas, devendo ser exploradas a do fornecedor e minimizadas as do negociador.

A segunda maneira de evitar-se o desencaixe é mais complexa, porque acontece durante o momento crucial de toda atividade da empresa, a venda. A venda é cercada de diversos fatores que interferem diretamente na decisão do cliente pela aquisição do produto, como a necessidade, poder de compra, benefícios, e condições de pagamento. Esses são somados ao envolvimento de partes no processo, como funcionários, concorrentes e o próprio mercado. Então faz-se necessária boa dose de expertise do gestor, para que a redução dos prazos para recebimento não altere substancialmente as margens de lucro, e principalmente não impacte negativamente no volume das vendas.

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Uma das maneiras adotadas ultimamente é a adoção de quocientes diferentes para cada prazo de venda realizado, de maneira que haja a valorização dos vendedores que a realizem no menor prazo possível ou à vista. A medida acima busca através da melhor remuneração do comissionamento, reduzir desembolsos maiores com o ciclo financeiro, e em conjunto estimular o sentimento de satisfação dos vendedores.

Formas de financiamento do ciclo financeiro

O período do ciclo financeiro traz a necessidade inúmeros desembolsos que devem ser suplantados por um caixa descoberto de recursos operacionais. Dessa forma os recursos compatíveis com a necessidade devem ser procurados em outras fontes para atender as saídas previstas.

Dentre as fontes de recursos disponíveis apresentam-se a originária de recursos próprios, e a originária de recursos de terceiros, cada qual com seu leque de agentes financiadores. Possuindo cada agente um valor de gasto diferente a ser apropriado.

Quando tratamos de recurso próprio, delimitamos as contas do Patrimônio Líquido, portanto para abastecer o caixa da empresa seria necessário um novo aporte a conta de Capital Social, ou utilizar saldo das Reservas de Lucro que estiverem aplicadas em outra conta do ativo, destinando-o à conta caixa.

No caso de aporte o gasto envolvido seria do juro sobre o capital próprio, e no da transferência de saldo entre contas do ativo, seria apropriado gerar um benchmark da conta onde o recurso estava aplicado para confronto de resultados.

Os recursos de terceiros são naturalmente associados aos disponibilizados via instituições financeiras, que em diversas linhas podem financiar o ciclo financeiro através de limites de conta, empréstimos parcelados e antecipação da carteira de recebíveis. Sendo necessário que os juros e tarifas geradas em cada contratação, sejam apropriados na conta de despesas financeiras; e somadas ao Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), apropriado na conta de despesas com tributos; permita ao empreendedor comparar os gastos advindos de cada fonte, proporcionando ele a tomar a melhor decisão na obtenção de recursos.

Operações de crédito: Antecipação de recebíveis

A antecipação de recebíveis, ou antecipação de títulos de crédito, pode ser usualmente realizada em instituições financeiras de duas maneiras. Através do desconto comercial, e do capital de giro rotativo. Em ambas as operações de crédito, os títulos, que podem ser cheques, duplicatas,

orpags de cartão e etc., são utilizados como garantia da liquidação da operação de crédito, que

findam logo que os títulos são pagos.

No caso do desconto comercial, os juros e encargos gerado pela operação são deduzidos antecipadamente do valor do título na data da contratação, ficando à disposição da empresa o saldo líquido. Sendo que na data de vencimento do título, se for pago, o valor recebido liquida a operação. Porém, não sendo pago, tanto a empresa, quanto o emissor do título, respondem pela liquidação da operação, normalmente debitando da conta em que foi contratado.

E como capital de giro, além da garantia de cessão fiduciária do título que é atrelado à operação, a empresa emite nota promissória à instituição financeira, e seus sócios assinam como avalistas da operação. Porém, os juros e encargos da operação serão realizados no término do prazo instituído para liquidação total, ou realizados proporcionalmente ao prazo das amortizações ocorridas no contrato.

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Composição das despesas financeiras

As operações de crédito são compostas pelo valor financiado, taxa de juros, e prazo. Sendo que o valor financiado é formado pelo valor principal, tarifas, tributos e seguros, ficando a critério da instituição financeira financiá-los junto ao valor principal da operação, ou debitar diretamente da conta do cliente. Os valores envolvidos em tarifas e seguros, fica a cargo da condição comercial de cada negócio, podendo até ser isentados.

Conclusão

Neste momento todo empreendedor que sonha com o próprio negócio, possui quatro grandes barreiras a serem superadas, sendo: I) Limitação devido ao nível de escolaridade, e principalmente a baixíssima instrução financeira, que tornam menos assertivas as tomadas de decisão em relação ao negócio e aplicação do capital inicial. Neste aspecto contribuí negativamente a maneira de enxergar o planejamento do negócio de forma completa, como algo caro ou dispensável. II) Prosseguindo, apresentasse as complexas formas do Governo arrecadar seus tributos, o que reflete na constatação de que 72% das empresas brasileiras estão enquadradas como SIMEI e SINAC, devido aos benefícios fiscais e a simplicidade na forma de pagamento dos tributos, conforme anexo VI. III) Logo em sequência, fica evidente no atual cenário econômico vivenciado pelo mercado, que após o fechamento de milhões de empresas, o resultado culminou no fortalecimento da precificação dos produtos pelos grandes players de cada setor, redução ou extinção de linhas de crédito subsidiadas pelo Governo, inflação das despesas bancárias com tarifas e taxas de juros, reflexo da apreensão pelo aumento da inadimplência; o que dificulta o acesso ao crédito. IV) E como última barreira, o equilíbrio no controle e manutenção da necessidade de capital de giro, se possível sem despesas para empresa, o que envolve principalmente a expertise do empreendedor ao se relacionar com fornecedores, clientes, investidores ou instituições financeiras.

Destaco esta última barreira como a principal pela mortalidade de tantas empresas, porque a necessidade do adequado capital de giro pode ser comparada ao oxigênio ou água para nós humanos, ou seja, fator vital para sobrevivência. No entanto, além do desafio de manter essa necessidade suprida de forma menos onerosa possível, temos também fatores externos que interferem diretamente neste ponto.

O simples fato de ficar exposto ao capital financiado por terceiros, aumenta a responsabilidade do empreendedor em ter alternativas caso o cenário mude, podendo ser na criação de reservas de recursos. E exige acompanhamento minucioso do aumento da NCG, devido a eventual aumento do volume de vendas ou dilatação do ciclo financeiro, bem como a variação dos indicadores que balizam o custo do recurso captado.

No exemplo de sucesso apresentado, diante da retração econômica dos últimos 2 anos; fica evidente a necessidade de conhecimento, seja através de um elevado nível acadêmico ou de educação financeira, além de um conhecimento preciso de todos fatores a qual o negócio está exposto, e capacidade de acompanhar e simular possíveis cenários macroeconômicos, para estar adequadamente preparado para tomada de decisão, conhecendo e exercendo seus direitos e deveres.

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História do Pensamento Contábil, Editora Atlas, Paulo Schmidt e José Luiz dos Santos, 2008. Demonstrações Contábeis Sintéticas, Editora Atlas, Antonio Salvador Morante e Fauzi Timaco Jorge, 2009.

Análise Financeira, uma visão gerencial, Editora Atlas, Aderbal Nicolas Muller e Luis Roberto Antonik, 2008.

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Referências

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