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Referência: Procedimento Preparatório nº / e Procedimento Preparatório nº /

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Referência: Procedimento Preparatório nº 1.11.000.000288/2020-35 e Procedimento Preparatório nº 1.11.000.000293/2020-48

Maceió/AL, 16 de março de 2020.

A Sua Excelência o Senhor

CLÁUDIO ALEXANDRE AYRES DA COSTA Secretário de Estado da Saúde de Alagoas

Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas Av. da Paz, 978 - Jaraguá

Maceió/AL. CEP 57.022-050

A Sua Senhoria o Senhor

ANTÔNIO BARRA TORRES

Diretor-Presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA)

Setor de Indústria e Abastecimento SIA, Trecho 5, Área Especial 57 Brasília/DF. CEP 71205-050

A Sua Senhoria o Senhor

JORGE SILVIO LUENGO GALVÃO Administrador do Porto de Maceió/AL Rua Sá e Albuquerque S/N - Jaraguá CEP.: 57.022-180 – Maceió – AL gabinete@portodemaceio.com.br

A Sua Senhoria o(a) Senhor(a)

ADMINISTRADOR DO AEROPORTO ZUMBI DOS PALMARES Aena Brasil

Rodovia BR 104, Km 91 – Tabuleiro do Pinto 57100-971 Rio Largo/AL

RECOMENDAÇÃO n.º 05/2020

O Ministério Público Federal e o Ministério Público do Estado de Alagoas, presentado pela procuradora da República e pelas promotoras de Justiça, abaixo signatárias, com fulcro no artigo 129, II, da Constituição Federal, que determina ser

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função institucional do Ministério Público “zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as medidas necessárias à sua garantia”;

Considerando que o art. 127, caput, da Carta Magna de 1988 estabelece que o Ministério Público é “instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbido-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis”, entre os quais se inserem o patrimônio público e a moralidade administrativa;

Considerando que ao Parquet foi conferida, pela Constituição Federal de 1988, a tutela do patrimônio público e social, como uma das funções essenciais à realização da justiça, revelando um dos aspectos, portanto, da sua atuação fiscalizadora;

Considerando que a Constituição Federal de 1988 estabelece no artigo 6º que “são direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição”;

Considerando que a Constituição Federal de 1988 estabelece no artigo 196 que “a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”;

Considerando que segundo o art. 197, da Carta Magna, “são de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado”;

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Considerando o que prevê o art. 15 da Lei n° 8080, abaixo reproduzido: “Art. 15. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios exercerão, em seu âmbito administrativo, as seguintes atribuições:

(...)

XIII - para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e transitórias, decorrentes de situações de perigo iminente, de calamidade pública ou de irrupção de epidemias, a autoridade competente da esfera administrativa correspondente poderá requisitar bens e serviços, tanto de pessoas naturais como de jurídicas, sendo-lhes assegurada justa indenização; (...)”

Considerando o Decreto n° 7616, de 17 de novembro de 2011, que dispõe sobre a declaração de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional – ESPIN, devendo ser destacado os artigos abaixo transcritos:

“(…) Art. 2º A declaração de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional - ESPIN ocorrerá em situações que demandem o emprego urgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública.

Art. 3º A ESPIN será declarada em virtude da ocorrência das seguintes situações:

I - epidemiológicas; II - de desastres; ou

III - de desassistência à população.

§ 1º Consideram-se situações epidemiológicas, para os fins de aplicação do inciso I do caput, os surtos ou epidemias que:

I - apresentem risco de disseminação nacional;

II - sejam produzidos por agentes infecciosos inesperados; III - representem a reintrodução de doença erradicada; IV - apresentem gravidade elevada; ou

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V - extrapolem a capacidade de resposta da direção estadual do Sistema Único de Saúde - SUS. (...)”

Considerando o Procedimento Preparatório nº.: 1.11.000.000293/2020-48 e o Procedimento Preparatório n° 1.11.000.000288/2020-35, ambos em trâmite perante esta Procuradoria da República em Alagoas, que relatam, respectivamente, a chegada de cruzeiros na costa de Maceió e a suspensão dos plantões da ANVISA durante o período noturno e nos finais de semana no aeroporto Zumbi dos Palmares, relacionando tais fatos como fragilidades diante do cenário atual de necessidade de incremento de medidas de prevenção ao COVID – 19;

Considerando o Plano de Contingência elaborado pelo Ministério da Saúde, em fevereiro de 2020, que contempla três níveis de resposta: alerta (não apresenta caso suspeito); perigo iminente (confirmação de caso suspeito) e emergência de saúde pública de importância nacional (ESPIN) (confirmação de transmissão local do primeiro caso de Coronavírus (COVID – 19), no território nacional, ou reconhecimento de declaração de Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) pela Organização Mundial de Saúde);

Considerando que este último nível de resposta está organizado em duas fases: contenção (medidas para evitar a dispersão do vírus) e mitigação (que tem início a partir do registro de 100 casos positivos do vírus em questão);

Considerando que o Plano de Contingência do Ministério de Saúde prevê as ações de Vigilância Sanitária - medidas de saúde em pontos de entrada (portos, aeroportos e passagens de fronteiras) conforme abaixo reproduzido:

Elaborar material informativo para orientar os viajantes quanto a prevenção e controle a infecção humana pelo novo coronavírus (COVID-19).

Orientar as equipes de Portos, Aeroportos, Fronteiras e Recintos Alfandegados sobre a atualização dos planos de contingências acordado localmente sobre as orientações de prevenção e controle da

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infecção humana pelo novo coronavírus (COVID-19).

Divulgar procedimentos a serem adotados no caso de detecção de casos suspeitos a bordo dos meios de transporte ou nos pontos de entrada conforme protocolo da Anvisa.

Emitir alerta sonoro nos aeroportos orientando aos viajantes as medidas de prevenção e controle para a infecção humana pelo novo coronavírus (COVID-19).

Mobilizar e orientar a comunidade portuária e aeroportuária e de áreas de fronteira para preparação e adoção de medidas para o enfrentamento da infecção humana pelo novo coronavírus (COVID-19).

Considerando o Plano de Contingência elaborado pelo Estado de Alagoas, que detalha as ações sob a vocação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária para atuação no caso, diante de suas atribuições legais, consoante abaixo reproduzido:

Participar das reuniões do GT;

Intensificar as ações de controle sanitário dos viajantes em consonância com o Plano de Contigência da ANVISA;

Intensificar as ações de controle sanitário de viajantes com especial atenção às ocorrências de anormalidade clínica nos meios de transporte alvo de fiscalização;

Informar à comunidade aeroportuária e portuária sobre a ESPIN, formas de contágio, nível de alerta atual, medidas de prevenção e sobre o plano de Contingência;

Promover ações educativas junto às comunidades portuária e aeroportuária;

Dar conhecimento à comunidade portuária e aeroportuária da existência, localização e infraestrutura dos serviços de referência;Dispor de EPI preconizado;

Avaliar as anormalidades clínicas a bordo das aeronaves e embarcações através dos dados fornecidos pelo comandante da

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aeronave, devendo considerar: (i) origem e procedência da aeronave; (ii) situação epidemiológica; e (iii) sinais e sintomas da anormalidade.

Notificar de forma imediata ao CIESV/AL a detecção de caso suspeito ou situação de risco, adotando os primeiros cuidados particularmente no aeroporto Zumbi dos Palmares.

Considerando que a Organização Mundial de saúde – OMS, em 30 de janeiro de 2020, declarou Emergência em Saúde Pública de Importância Internacional – ESPII, dado o grau de avanço de contaminação pelo coronavírus, especialmente no território chinês;

Considerando a classificação pela Organização Mundial de Saúde, no dia 11 de março de 2020, como pandemia do COVID – 19, o que significa que esta fora considerada enfermidade epidêmica amplamente disseminada;

Considerando a Lei n° 13.979, de 06 de fevereiro de 2020, que dispõe sobre medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus responsável pelo surto de 2019;

Considerando que o país hoje possui mais de 300 (trezentos) casos confirmados, confirmando a progressão geométrica prevista pelos epidemiologistas que considera o alargamento de casos em pouco tempo;

Considerando que a situação demanda o emprego urgente de medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública, no intuito de evitar a disseminação de casos suspeitos e confirmados no Estado de Alagoas;

Considerando que as informações que aportaram aos autos relatam que a ANVISA suspendeu os plantões noturnos e nos finais de semana no Aeroporto Zumbi

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dos Palmares;

Considerando que tal medida se mostra contraditória neste período em que deve haver esforço e incremento de ações para evitar a disseminação do COVID -19;

Considerando que também se relata a chegada de cruzeiros no Porto de Maceió;

Considerando que além dos cruzeiros, é de conhecimento de todos que chegam e aportam no Porto de Maceió embarcações de carga, com finalidade comercial e de abastecimento;

Considerando, ademais, que não se tem notícia de que no Aeroporto de Maceió medidas de controle e de informação estejam ocorrendo, como a medição de temperatura à distância dos circulantes com detector infravermelho, a exemplo do que ocorre em outros Estados da Federação;

Considerando, no entanto, que medidas preventivas devem ser incrementadas enquanto durar o estado de emergência, não podendo ser descartada a necessidade de medidas ainda mais enérgicas diante de eventual agravamento da disseminação do COVID -19;

Considerando as características e transmissibilidade do COVID – 19, o monitoramento sanitário das pessoas que circulam nos portos e aeroportos devem ser reforçadas;

Considerando que o art. 6º, XX, da Lei Complementar nº 75/93, confere ao Ministério Público da União a atribuição de “expedir recomendações visando à melhoria dos serviços públicos e de relevância pública, bem como ao respeito, aos interesses, direitos e bens cuja defesa lhe cabe promover, fixando prazo razoável para a adoção das providências cabíveis”;

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Considerando que o art. 24 da Resolução nº 87 do CSMPF dispõe que “o órgão do Ministério Público poderá, no exercício das funções referidas no artigo anterior, sugerir à esfera de poder competente a edição de normas, a alteração da legislação em vigor ou a adoção de medidas destinadas à efetividade dos direitos assegurados legalmente, nos termos do artigo 6°, XX, da Lei Complementar n° 75/93”;

Considerando a Nota Técnica Conjunta n° 01/2020 – CES/CNMP/1° CCR, de 26 de fevereiro de 2020, que recomenda a atuação coordenada fiscalizatória e preventiva da política de saúde;

RECOMENDA à Agência Nacional de Vigilância Sanitária que: a) adote todas as providências para incrementar as medidas de monitoramento sanitário entre os circulantes e embarcantes no âmbito do Porto de Maceió e do Aeroporto Zumbi dos Palmares;

b) restabeleça o plantão noturno e nos finais de semana no Aeroporto Zumbi dos Palmares;

RECOMENDA à Secretaria de Saúde do Estado de Alagoas e às Administrações Portuárias e Aeroportuárias, na esfera de atribuição que couber: a) adote todas as providências necessárias para monitoramento e assistência dos circulantes e tripulação das embarcações de carga no Porto de Maceió;

b) adote todas as providências necessárias para monitoramento e assistência dos circulantes, aos que embarcam e desembarcam no Aeroporto Zumbi dos Palmares;

c) incrementem as medidas de comunicação quanto às medidas de prevenção ao COVID- 19, inclusive quanto às formas de contágio e quarentena.

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A presente Recomendação dá ciência dos fatos aos destinatários e os constitui em mora em caso de omissão nos deveres legais que lhe cabem, conforme explanado nos fundamentos desta Recomendação.

RESSALTA-SE, por fim, que o destinatário dispõe do prazo de 48 (quarenta e oito) horas, para informar formalmente ao Ministério Público Federal se cumprirá a Recomendação, bem como as providências que estão sendo adotadas para atendimento da mesma, juntando documentos que comprovem tais medidas, nos termos do art. 6º, XX, da Lei Complementar nº 75, de 1993. Por fim, saliente-se que a ausência de resposta será interpretada como recusa de atendimento a esta Recomendação.

Publique-se a presente Recomendação no portal eletrônico do Ministério Público Federal, nos termos do que dispõe o art. 23, da Resolução n° 87, do Conselho Superior do Ministério Público Federal, de 06 de abril de 2010.

Atenciosamente,

(Assinado Digitalmente) Roberta Lima Barbosa Bomfim

Procuradora da República

(Assinado Digitalmente) Louise Maria Teixeira da Silva

Promotora de Justiça

(Assinado Digitalmente)

Micheline Laurindo Tenório Silveira dos Anjos Promotora de Justiça

(Assinado Digitalmente) Paulo Henrique Carvalho Prado

Referências

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