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O ESPAÇO CIÊNCIA DO TRIÂNGULO MINEIRO

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Academic year: 2021

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INEIRO *Franciscarlos Gomes da Silva [franciscarlos@fis.ufu.br] Luiz Fernando Lopes Oliveira [luizfisicoufu@yahoo.com.br]

Sílvia Martins [smartins@ufu.br]

Instituto de Física, Universidade Federal de Uberlândia, Caixa Postal 593, CEP 38400-902, Uberlândia, MG, Brasil

RESUMO

O Espaço Ciência do Triângulo Mineiro é um espaço dedicado à divulgação científica, tendo sido criado a partir do financiamento do projeto “Ciência, Diversão e Arte” pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG). O projeto conta com a participação de professores dos Institutos de Física e de Biologia e das Faculdades de Educação e de Artes, Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e possui como objetivos a difusão do conhecimento científico, transformando o saber especializado em bem comum, a promoção da inclusão social, despertando a população (público leigo, estudantes e professores) para os processos e princípios da Ciência, a manutenção de exposição de experimentos, com visitação orientada de alunos e professores, a exposição itinerante, a organização de uma oficina de produção de experimentos científicos por alunos do ensino fundamental, médio ou superior e o desenvolvimento de uma metodologia ino vadora de difusão da ciência, a partir de um conceito amplo de interatividade, com significado maior do que a operação de mecanismos ou a participação em experimentos científicos, a qual considera uma dimensão subjetiva, que é o envolvimento emocional e mental das pessoas, uma dimensão social, que é a formação de cidadania, uma dimensão cultural, correspondendo ao estímulo à criatividade e uma dimensão ecológica, envolvendo a compreensão da unidade entre homem e natureza. O Espaço Ciência dispõe de diversos equipamentos e brinquedos de Física e Biologia, que são manipulados pelos visitantes sob a supervisão e orientação de monitores, constituídos por estudantes dos cursos de Licenciatura em Física ou Biologia da UFU. O Espaço já foi visitado até o momento por cerca de 1500 pessoas, desde a sua inauguração oficial em Junho de 2006. Pretendemos apresentar a proposta do Espaço Ciência do Triângulo Mineiro, assim como divulgar algumas experiências relacionadas ao seu funcionamento.

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INTRODUÇÃO

Desde 2001, a Universidade Federal de Uberlândia - UFU e as Secretarias Municipais de Educação e de Ciência e Tecnologia vêm discutindo e desenvolvendo projetos de difusão científica e popularização da ciência. O projeto de um “Espaço da Ciência”, conceito aproximado de Museu de Ciência (conforme literatura especializada), começou a ser discutido entre a Secretaria Municipal de Ciência e Tecnologia (SEMCET) e a Pró-Reitoria de Extensão da UFU no dia 31 de maio/2001.

Desde então, mais de uma dezena de reuniões foram realizadas para discutir e definir as bases conceituais e metodológicas do projeto. Com o objetivo de ampliar o debate e fortalecer a base de sustentação institucional, realizou-se um seminário em setembro de 2001, que reuniu dezenas de professores e alunos da rede pública de ensino, com destaque para aqueles participantes de outro projeto de difusão científica, o “Ciência Cidadã”, também promovido em parceria pela Universidade e a Prefeitura.

A partir de 2002, uma Comissão Multidisciplinar, com integrantes do Núcleo de Pesquisas em Tecnologias Cognitivas ( NUTEC), da Universidade Federal de Uberlândia vem trabalhando na perspectiva de encontrar viabilidade para o projeto “Espaço da Ciência”. Em Novembro de 2004, esta mesma equipe, elaborou o Projeto Ciência, Diversão e Arte, e encaminhou ao órgão financiador Fapemig ( Fundação de Amparo à Pesquisa do estado de Minas Gerais), tendo sido o mesmo aprovado, neste mesmo ano. Com a sua aprovação, foi possível adquirir diversos brinquedos e equipamentos para serem utilizados na divulgação da ciência de forma lúdica e interativa. Provisoriamente, por falta de espaço físico adequado, o Espaço Ciência do Triângulo Mineiro está instalado em uma área pertencente à Escola de Educação Básica da UFU, contando com divulgação e agendamento de visitas pela Internet. O Espaço Ciência do Triângulo mineiro possui como objetivos:

- difundir o conhecimento científico, transformando o saber especializado em bem comum;

- produzir e expor experimentos/atividades interativas na área de Física, capazes de contribuir para a formação de cidadania; o envolvimento emocional e mental das pessoas; e a compreensão da unidade entre o homem e a natureza;

- promover a inclusão social despertando a população (público leigo, estudantes e professores) para os processos e princípios da Ciência, com utilização de metodologia adequada e incentivo à aprendizagem;

- manter exposição de experimentos com visitação orientada de alunos e professores das redes pública e privada;

- organizar exposição itinerante em que vão conviver a ciência e a arte, explorando-se a criatividade, o equilíbrio e a beleza;

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- organizar oficina de produção de experimentos científicos por alunos do ensino superior, médio e fundamental, a partir de reciclagem de material descartado;

- desenvolver metodologia inovadora de difusão de ciência, a partir de um conceito amplo de interatividade.

O Espaço Ciência dispõe de diversos equipamentos e brinq uedos de Física e Biologia, que são manipulados pelos visitantes sob a supervisão e orientação de monitores, constituídos por estudantes dos cusos de Licenciatura em Física ou Biologia da UFU. O Espaço já foi visitado até o momento por cerca de 1500 pessoas, desde a sua inauguração oficial em 06 de Junho de 2006.

Museu de Ciência

A concepção atual de Museu de Ciência avançou em relação ao século XIX e primeira metade do século XX (Gaspar,1995). Até então, o papel dessa instituição restringia-se a preservar os acervos e a explicar os fenômenos científicos. O conceito de interatividade hoje predomina, com a instalação de museus baseados em experimentos interativos, nos quais o visitante ao mesmo tempo assiste à demonstração de princípios científicos e dele s participa.

A produção e exposição permanente e itinerante de experimentos científicos interativos - fundamenta-se em um conceito amplo de interatividade , que significa mais do que a operação de mecanismos ou a participação em experimentos científicos; deve também, necessariamente, incluir o envolvimento emocional e mental das pessoas (dimensão subjetiva), a formação de cidadania (dimensão social), o estímulo à criatividade (dimensão cultural) e a compreensão da unidade entre homem e natureza (dimensão ecológica) (Carvalho,2004 e Oliveira, 2004).

Os avanços científicos e tecnológicos da humanidade vêm reforçando um grande e inquietante paradoxo: a ciência e a tecnologia trazem desenvolvimento, mas isso não garante, per si, uma elevação no grau de conhecimento do homem sobre ele mesmo e o mundo em que vive – ou seja, não forma cidadãos mais completos e seres humanos mais felizes. O desafio de transformar o saber especializado em bem comum representa cada vez mais uma necessidade vital para a civilização humana.

No Brasil, diante do quadro de crescente exclusão social, torna-se necessário desenvolver atividades dialógicas favoráveis à organização autônoma das pessoas. Nesse processo é fundamental o acesso e a participação na produção e crítica sobre saberes oriundos da produção científica.

Mas a apreensão do conhecimento, num mundo complexo e fragmentado, não pode mais passar apenas pelo processo educacional formal, ou por relações verticalizadas entre os “detentores do saber” e os "outros"(Villani, 1997). Trata-se de construir o conhecimento através de uma

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interação social e cultural, em que se busca formar sujeitos emancipados e competentes, cidadãos conscientes e capazes de gerir seu próprio destino.

Essa visão pressupõe o estabelecimento de relações assimétricas entre comunidade científica e outras forças sociais, em face dos grandes problemas para o desenvolvimento das comunidades e a inclusão social de indivíduos ou grupos até então destituídos de seus direitos básicos. Mas, para além dos direitos básicos da cidadania, trata-se, ainda, de propiciar vivências que afetem o universo mental e cultural desses indivíduos, abrindo- lhes a possibilidade de fruição da natureza e da arte.

No outro território a ser explorado, onde convivem a ciência e a arte, encontramos a

criatividade e a beleza. Aqui, inspiram-nos o ícone Da Vinci, a astronomia com sua dança das

esferas, a simetria matemática, a geometria musical, a harmonia dos ciclos da vida, enfim... A beleza e a arte podem estar presentes não apenas nos aspectos materiais da exposição “Ciência, Diversão e Arte” – em sua concepção funcional e de design - mas devem orientar a própria relação que este espaço estabelece com seus visitantes.

A tarefa de aproximar o saber científico e o homem comum é tão difícil quanto essencial para um futuro de maior harmonia entre o progresso científico e o verdadeiro progresso humano. Dessa forma, o presente projeto pretende ir além da produção e exposição de experimentos científicos: na própria metodologia dos processos de produção e na relação dos visitantes com os experimentos, o projeto está estruturado de modo a favorecer a participação e a inclusão social, a produção coletiva de conhecimento, a aproximação da ciência com a vida cotidiana e o meio ambiente, e a interação da ciência com a arte e a qualidade estética.

RESULTADOS

A partir do financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG), foi possível a compra de alguns brinquedos e experimentos tais como: chispa ascendente, gerador de Van der Graaff, banqueta giratória, looping , dentre tantos outros, e foi montado o Espaço Ciência do Triângulo Mineiro.

Ocorreu uma Pré Inauguração do Espaço, durante as atividades do Simpósio de Física do Triângulo Mineiro em Setembro de 2005, organizado para comemorar o Ano Mundial da Física. A Figura 1 apresenta algumas fotos da referida ocasião.

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Figura 1: Fotos da Pré inauguração do Espaço Ciência do Triângulo Mineiro durante o Simpósio de Física do Triângulo Mineiro, em comemoração ao Ano Mundial da Física, em 2005.

Durante a semana do simpósio, recebemos aproximadamente 10 escolas, na maioria de ensino médio, da cidade, com uma visitação de cerca de 300 estudantes.

A inauguração oficial ocorreu no dia 06 de Junho deste mesmo ano, onde foi estabelecida a parceria com a Escola de Educação Básica da Universidade Federal de Uberlândia, ( ESEBA), sede atual do Espaço Ciência do Triângulo Mineiro. A figura 2 mostra algumas fotos desse evento.

Figura 2: Fotos da Inauguração do Espaço Ciência do Triângulo Mineiro na sua sede atual, na Escola de Educação Básica da UFU.

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Neste evento, estiveram presentes: alunos, professores e comunidade geral de Uberlândia e algumas cidades do triângulo mineiro.

Realiza-se anualmente na Universidade Federal de Uberlândia, a semana intitulada, “Semana Acadêmica”, um evento institucional caracterizado como espaço de integração, interlocução e interdisciplinaridade. Um dos objetivos desta semana é divulgar para docentes, discentes, técnicos administrativos e comunidade geral, da UFU os projetos desenvolvidos ou em desenvolvimento pelas diversas unidades acadêmicas desta mesma instituição.

Neste ano, de 7 à 11 de agosto , realizou-se aa Terceira Semana Acadêmica da Universidade Federal de Uberlândia, onde tivemos a oportunidade de “trazer” o Espaço Ciência do Triângulo mineiro para este evento. Recebemos cerca de 1000 pessoas nesta semana. A Figura 3 mostra algumas fotos deste evento.

Figura 3: Fotos do Espaço Ciência do Triângulo Mineiro na III Semana Acadêmica ( Agosto 2006) da Universidade Federal de Uberlândia.

Desde a inauguração, o Espaço Ciência do Triângulo Mineiro está aberto para receber semanalmente, alunos das diversas escolas do Triângulo mineiro. O agendamento de visitas e o cadastro das escolas interessadas pode ser feito pelo site www.nutec.ufu.br/cda. Além dessas atividades regulares, também são promovidos eventos com exposições abertas para comunidade em épocas pré-definidas.

CONCLUSÕES

O Espaço Ciência do Triângulo Mineiro constitui um espaço para divulgação da ciência, no qual o visitante é estimulado a brincar, interagir com os equipamentos, questionar e entender melhor a Física e Biologia. O Espaço tem despertado a atenção não só de estudantes e professores, mas de toda a comunidade local. Cerca de 1500 pessoas já visitaram o Espaço Ciência, que conta com monitores dos cursos de licenciatura em Física e Biologia, para atender à comunidade. No momento estamos elaborando projetos para a expansão das instalações físicas e a ampliação do acervo do Espaço, para possibilitar uma maior inserção das comunidades da região do Triângulo Mineiro e

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Alto Paranaíba ao saber científico, desmistificando a idéia de que a Ciência está concentrada somente nas universidades.

REFERÊNCIAS

CARVALHO, S.H.M. e ZANETIC, J. (2004). Ciência e Arte, Razão eImaginação;Complementos Necessários à Compreensão da Física Moderna. Anais do IX Encontro de Pesquisa em Ensino de Física, Jaboticatubas – MG, p. 33

GASPAR, A. (FEUSP, 1995). Museus e Centros de Ciências – Conceituação e Proposta de um Referencial Teórico, São Paulo, tese de doutorado

OLIVEIRA, N.R e ZANETIC, J. (2004). A Presença do Teatro no Ensino de Física. Anais do IX Encontro de Pesquisa em Ensino de Física, Jaboticatubas – MG, p. 34.

VILLANI, A. E PACCA, J.L.A., (1997).Construtivismo, Conhecimento Científico e Habilidade Didática no Ensino de Ciências. Ver. Fac. Educ. 23 (1-2)

MINTZES, J. and WANDERSEE, J. (1998). Research in Science Teaching and Learning: A Human Constructivist View. In. Mintzes, Wandersee and Novak (eds.) Teaching Science for

Understanding

BURGEN, A. and HÄRNQVIST, K. (1997). Growing up with Science: developing early of Science. Academia Europae, London.

AMERICAN ASSOCIATION FOR THE ADVANCEMENT OF SCIENCE-AAAS (2001)- project 2061. Atlas of Science Literacy. Washington.

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