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HORTA DOMÉSTICA COM FAMÍLIAS DO PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA VITÓRIA RÉGIA EM CÁCERES-MT

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HORTA DOMÉSTICA COM FAMÍLIAS DO PROGRAMA DE

SAÚDE DA FAMÍLIA VITÓRIA RÉGIA EM CÁCERES-MT

Kellen Cristina Bezerra1; Santino Seabra Junior2; Éder Alves de Souza3; Welton Monteiro dos Santos3

1

Graduanda; 2Professor Departamento de Agronomia/UNEMAT/Cáceres; 3Graduado. kellenbezerra@hotmail.com

RESUMO

Este artigo objetiva analisar a influência de ações de incentivo à produção e cultivo de hortaliças através hortas domésticas em 45 famílias vinculadas ao Programa de Saúde da Família Vitória Régia (PSF), em Cáceres-MT. No início do trabalho foi realizado um diagnóstico para analisar a área disponível e as espécies hortícolas existentes nos quintais. Após esta etapa foram disponibilizadas mudas no viveiro da Escola Municipal Vitória Régia, onde foram realizadas oficinas, reuniões e palestras sobre consumo e cultivo de hortaliças e visitas nas casas. O segundo diagnóstico foi realizado em maio e junho de 2007, que avaliou as implantação das hortas. Observou-se que a maioria dos quintais (59%) apresentava área disponível para horta de 10 a 15m2, e em 79,5% das casas foram observadas frutíferas e 70,4% hortaliças. Neste primeiro diagnóstico, foi observado que dos quintais avaliados, 44,4% cultivam cebolinha, 40% pimentas e 33,3% coentro entre outros, na segunda avaliação, verificou-se o implemento no cultivo de espécies cultivadas, exceto no tomate, além de ampliar o número de espécies olerícolas de 9 para 13, sendo observado também o implemento de até 1266,66% na taioba, 244,44% na couve, 180% na abóbora, 80% na cebolinha e 79,9% na rúcula. A horta contribuiu para a segurança alimentar das famílias, incrementando a alimentação dessa população.

PALAVRAS-CHAVES: olericultura, horticultura,

agricultura urbana, segurança alimentar

ABSTRACT

Vegetable domestic gardens in families to the Program of Health Vitória Régia in

Cáceres MT

This article objectives to analyze the influence of incentive actions through the production and cultivation of vegetables domestic vegetable gardens in 45 families linked to the Program of Health of the Family Régia Vitória, in Cáceres-MT. In the beginning of the work was accomplished diagnosis to analyze the available area and the existent horticultural species in the back yards. After this stage they were mute disponibilization in the nursery of the School Vitória Régia in Cáceres-MT, it was accomplished workshops, meetings and lectures on consumption and cultivation of vegetables and visits in the houses. The second diagnosis was accomplished in May and June of 2007, evaluating the implantation of the vegetable gardens. It was observed that most of the back yards (59%) it presented available area for vegetable garden from 10 to 15m2, and in 79,5% of the houses they were observed fruitful and 70,4% of vegetables. In this first diagnosis it was observed that of the appraised back yards, 44,4% cultivate green onion, 40% of peppers and 33,3% cilantro among other, in the second evaluation it verified the implements in the cultivation of cultivated species, except in the tomato, besides enlarging him/it I number of species olericultural of 9 for 13, being also observed implement of up to 1266,66% in the

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taioba plant, 244,44% with the collard greens, 180% in the pumpkin, 80% in the green onion and 79,9% in the roquette. The vegetable gardens to fumish for the safety of the families,

increasing alimentation of this population.

KEYWORDS: olericultural, horticulture, urban

agriculture, food security

INTRODUÇÃO

O cultivo de hortaliças nos quintais, principalmente em países em desenvolvimento, como o Brasil, onde grande parte da população possui uma baixa renda, constitui uma alternativa para suplementar a dieta alimentar de famílias pobres (OAKLEY, 2004).

As hortaliças geralmente são de crescimento rápido, cultivado em pequenos espaços, podendo ser utilizadas para despertar o interesse e estimular um hábito alimentar mais saudável, principalmente em crianças (SEABRA et al., 2003), podendo desta forma ser produzidas nos quintais e terrenos baldios (TURRUELLA, 2003). Em quintais domésticos, espaços pequenos podem manter alta densidade e grande diversidade de espécies oleráceas. O presente trabalho objetivou analisar a influência de ações de incentivo à produção e consumo de hortaliças no cultivo de hortaliças por uma população que aderiu ao projeto de extensão Horta Doméstica, desenvolvido junto à comunidade atendida pelo Programa de Saúde da Família (PSF) Vitória Régia, Cáceres-MT.

MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi desenvolvido de agosto de 2006 a julho de 2007, com as famílias que aderiram à proposta do Projeto de Extensão da Horta Doméstica junto ao PSF - Vitória Régia, Cáceres-MT, situado a 118 metros de altitude, apresentando clima tropical com duas estações bem definidas, sendo uma seca e a outra chuvosa, com temperatura média de 27°C.

Iniciou-se com a divulgação do projeto por intermédio de agentes comunitários de saúde do PSF – Vitória Régia junto às famílias, convidando-as para uma reunião quando se apresentou o projeto.

As famílias que aderiram foram cadastradas e aplicou-se a entrevista, utilizando-se formulários estruturados, com perguntas abertas e fechadas, contendo informações sócio-econômicas, e foi solicitada a adesão ao Termo de Livre Esclarecido. Após esta etapa foram diagnosticados os quintais, verificando-se as espécies existentes no local e a mensuração da área que a família destinava para a produção de hortaliças com o auxilio de trena, e durante as visitas semanais realizavam observações participativas visando a identificar limitações de cultivo e consumo de hortaliças.

Durante o período do trabalho foram realizadas reuniões e oficinas abordando temas como a importância das hortaliças na alimentação, alimentos funcionais, aproveitamento integral dos alimentos, higiene e saúde, compostagem, implantação de horta, visando a incentivar a produção e o consumo de hortaliças. Implantou-se um viveiro de mudas na Escola Municipal Vitória Régia, onde cultivaram-se plantas matrizes para a produção de propágulos de propagação assexuada e também produziram mudas de propagação sexuada, em copos descartáveis, que foram disponibilizadas nas reuniões.

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Os responsáveis pela horta escolheram as mudas das espécies que queriam, e aos sábados, eram realizados os tratos culturais e semeadura das espécies. Quando era estimulada a troca de mudas de espécies hortícolas entre as famílias.

O levantamento final dos resultados foi realizado de maio a junho de 2007, verificando as espécies hortícolas encontradas na horta.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Quarenta e cinco famílias aderiram ao Projeto, e estas estavam distribuídas pelos Bairros Vitória Régia, Santo Antônio, 12 de Agosto, Jardim Primavera e Jardim Popular, na região de abrangência do PSF - Vitória Régia.

Verificou-se que 86% dos responsáveis pela horta eram mulheres, que se responsabilizaram pela implantação e manutenção da horta, além de participar das reuniões e oficinas.

Verificou-se que as famílias eram constituídas por 48% de adultos e, na sua maioria com até seis pessoas no núcleo familiar e entre elas, 26,7% são crianças e 19,8% adolescentes, 5,5% são idosos. E que as unidades familiares apresentavam áreas entre 10- 120m² podendo ser aproveitadas para hortas, sendo que destas 59% eram de 10-15m², 22,73% eram de

16-30m2, 9,09% de 31-50m2 e 9,09% de 31-120m2 destas na sua maioria apresentavam áreas

pequenas. Segundo NETO (2002) áreas de 30 e 50m² são necessárias para implantação de hortas domésticas, para que se obtenha produção suficiente para suprir a necessidade de consumo de hortaliças de uma família com no mínimo 5 pessoas. Áreas menores desfavorecem o cultivo de algumas espécies como abóbora, quiabo, maxixe entre outras (FILGUEIRA, 2003), muito apreciadas pela população regional. Entretanto, nessas pequenas áreas, podem-se cultivar hortaliças de ciclo rápido como a rúcula, cebolinha e coentro, sendo importante para suplementar a dieta alimentar e reduzir o custo da alimentação (SEABRA Jr et al., 2003). Muitas vezes além do cultivo no solo estas famílias improvisavam balde, latas, bacias, vaso, caixas para o cultivo, como descrito por Cardoso et al. (2005), ao relatar que qualquer recipiente que acondicione certo volume de solo que seja capaz de cultivar hortaliças.

Inicialmente, levantou-se que 79,5% dos quintais possuíam alguma espécie frutífera, (Tabela 01), os quais cultivavam coco da Bahia (62,2%), mamão (57,8%), acerola e caju (53,3%), espécies que exigem espaçamentos maiores, e que contribuem com sombra melhorando o micro-clima da residência.

Observou-se também que as espécies olerícolas estavam presentes em 70,4% dos quintais, apesar de apresentar uma pequena diversidade de espécies. As mais encontradas foram a cebolinha (44,4%) e pimenta (40 %), seguidas do coentro (33,3%), rúcula (28,9%) e salsa (24,4%) (Tabela 2). Sendo que das 9 espécies olerícolas encontradas 4 eram espécies condimentares. De uma maneira geral, as espécies encontradas apresentam baixa exigência em tratos culturais. A presença do tomate se explica pelo descarte de sementes dos frutos nos quintais.

No diagnóstico final (Tabela 2) foi observado que 37 unidades apresentavam horta e 8 ainda não tinham montado, alegando a falta de cerca, problemas com animais domésticos próprios ou de vizinhos, baixa fertilidade do solo, falta de água, falta de tempo e de mão de obra, no entanto estas famílias relataram maior preocupação com o consumo de hortaliças.

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Como o projeto visava ao aspecto educacional e não ao assistencialismo, os extencionistas não intervinham quando deparavam com essas situações. Porém, se a família solicitava contribuição e treinamento era atendida.

Constatou-se que ocorreu um aumento significativo no número de espécies cultivadas, que passaram de 9 para 13, incrementado-se berinjela, pimentão, almeirão e alface. As espécies que já eram cultivadas continuaram presentes, porém agora em um grande número de quintais (Tabela 02). O mais notável implemento aconteceu com a taioba, (1266,6%) porque houve um interesse especial pela equipe na divulgação dessa espécie, pois além de ser rústica, necessitando poucos tratos culturais também apresenta alto valor nutricional. O segundo maior aumento aconteceu com a couve (244,4%), seguida da abóbora (180,0%).

As principais dificuldades citadas pelas famílias no início do projeto foram: o controle de pragas (16%), a falta de conhecimento técnico (7%) e falta de adubo (17%).

Neste trabalho, concluiu-se que as ações educativas foram primordiais para que as famílias implantassem as hortas ou que aumentassem o consumo de hortaliças, e que a horta influencia diretamente na relação de valorização do cultivo, pois favorece a segurança alimentar, além dos atos de “mexer com a terra” e “conversar com as plantas” estão relacionados com a manutenção da saúde (ALMEIDA, 2004). Apesar de que neste trabalho foi observado que apenas 2% das hortas visavam à comercialização, a horta doméstica cumpre necessariamente o papel de contribuir ao acesso a alimentos incrementando a alimentação desta população e corroborando com a segurança alimentar da família. Concordando com Nascimento (2005) que relata que o quintal doméstico é um das variáveis do ambiente que exerce influência sobre estado nutricional da população.

AGRADECIMENTOS

Projeto Financiado pelo MEC.

LITERATURA CITADA

ALMEIDA, D; Agricultura urbana e segurança alimentar em Belo Horizonte: cultivando uma cidade sustentável. Agriculturas. Vol. 1. nº 0. 2004. Disponível em:<http://www.agroecol ogia.org.br/modules/articles/article.php?id=83 acesso em:05 jul. 2007.

CARDOSO, J.M.M., RAMOS, S.V., NOGUEIRA, W.C.L. Horta na lata. “Promovendo Saúde e Qualidade de Vida”. Anais do 8° Encontro de Extensão da UFMG. Belo Horizonte. 2005. Disponível em:<http://www.ufmg.br/proex/arqivos/8Encontro/meio6.pdf >. Acesso em: 06 Jun.2007. FILGUEIRA, F.A.R. Novo Manual de Olericultura: agrotecnologia moderna na produção e comercialização de hortaliças. 2° edição revisada e ampliada, 412p. Viçosa: UFV, 2003. OAKLEY, E. Quintais domésticos: uma responsabilidade cultural. Agriculturas, v. 1, n. 1, p. 37-39, novembro de 2004

NASCIMENTO, A. P B; ALVES, M. C; MOLINA, S. M. G. Quintais domésticos e sua relação com estado nutricional de crianças rurais, migrantes e urbanas. MultiCiência, São Paulo, n. 5, outubro de 2005.

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NETO, J.F. Manual de Horticultura Ecológica: Guia de Auto-suficiência em Pequenos Espaços, São Paulo, Nobel, 2002.

SEABRA J. S; CARDOSO, A. I. A.; BÔAS, S. O. V.; OLIVEIRA, A. M. Cultivando Hortaliças: uma brincadeira de criança. Horticultura Brasileira, vol. 21, nº 2, Botucatu: Suplemento CD-ROM, 2003.

TURRUELLA, E.P; NODALS, A.R; CONCEPCION, N.C; RAMIREZ, M.C; La Agricultura urbana em Cuba: Su aporte a laseguridad alimentaria. Horticultura Brasileira, vol.21, nº2, Suplemento CD-ROM, 2003.

Tabela 1. Distribuição da freqüência absoluta (Fa) e freqüência relativa (Fr) das espécies frutíferas encontradas

nos quintais doméstico, no diagnóstico inicial. (Distribution of the absolute frequency (Fa) and relative frequency (Fr) of the fruitful species found in the back yards domestic, in the initial diagnosis). Cáceres-MT UNEMAT 2007.

Espécies encontradas

Coco Acerola Mamão Caju Manga Goiaba Banana Laranja Limão Jabutica Cupuaçu Carambola Abacaxi

FA 28 24 26 24 23 22 21 19 17 12 9 5 5

FR (%) 62,2 53,3 57,8 53,3 51,1 48,9 46,7 42,2 37,8 26,7 20 11,1 11,1

Tabela 2. Distribuição da freqüência absoluta (Fa) e relativa (Fr) das espécies olerícolas, encontradas nos

quintais domésticos, no primeiro diagnóticos. (Distribution of the absolute frequncy(Fa) and relative(Fr) of the species olerícolas, found in the domestic back yards, in the first second diagnosis). Cáceres-MT, UNEMAT 2007 Diagnósticos Inicial Fa Fr Diagnósticos Final (Fa) Fr Implemento

(%) (%) Cebolinha 20 44,4 Cebolinha 36 80 80 Pimenta 18 40 pimenta 28 62,2 55,5 Coentro 15 33,3 Coentro 18 40 20 Rúcula 13 28,9 Rúcula 23 51,1 76,9 Salsa 11 24,4 Salsa 15 33,3 36,4 Couve 9 20 Couve 31 68,9 244,4 Tomate 7 15,5 Tomate 7 15,5 0 Abóbora 5 11,1 Abóbora 14 31,1 180 Taioba 3 6,7 Taioba 41 91,1 1266,6 - - - Berinjela 21 46,7 46,7 - - - Pimentão 8 17,8 17,8 - - - Almeirão 7 15,5 15,5 - - - Alface 5 11,1 11,1

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