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Melhoramento da coloração da carne cozida-congelada do caranguejo-uçá, Ucides cordatus (Linnaeus, 1763)

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CENTRO DE CIPNCIAS AGRAIAS

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PESCA

MELHORAMENTO DA COLORAQX6 DA CARNE

COZIDA-CONGELADA DO CARANGUEJO-Ua,

Ucides cordatus

(LINNAEUS, 1763).

JOAO CRESCA-NCIO ARAGiO MARINHO

Dissertação apresentada ao Departamento de

Engenharia de Pesca do Centro de Ciências

Agrárias da Universidade Federal do Ceará,

como parte das exigências para obtenção do

título de Engenheiro de Pesca.

FORTALEZA - CEARA

JANEIRO - 1993

(2)

Universidade Federal do Ceará Biblioteca Universitária

Gerada automaticamente pelo módulo Catalog, mediante os dados fornecidos pelo(a) autor(a)

M29m Marinho, João Crescêncio Aragão.

Melhoramento da coloração da carne cozida-congelada do caranguejo-uçá, Ucides cordatus (Linnaeus, 1763) / João Crescêncio Aragão Marinho. – 1993.

19 f.

Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) – Universidade Federal do Ceará, Centro de Ciências Agrárias, Curso de Engenharia de Pesca, Fortaleza, 1993.

Orientação: Prof. Dr. Masayoshi Ogawa.

1. Engenharia de Pesca. 2. Caranguejos-Uçás. I. Título.

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Orientador

COMI SSAO EXAMINADORA

Prof. Adjunto Masayoshi Ogawa Presidente

Eng. de Pesca Pesq. Nilson Luiz de Aguiar Carvalho

Prof. Ass. José Wilson Callope de Freitas VISTO

Prof. Adjunto. Luis Pessoa Aragdo Chefe do Departamento de Eng. de Pesca

Prof. Adjunto. Moisés Almeida de Oliveira Coordenador do Curso de Eng. de Pesca

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AGRADECIMENTOS

Ao Professor Masayoshi Ogawa, pela orientação e amizade. Ao Laboratório de Ciências do Mar, na pessoa de seu diretor, Dr. George Satander Sá Freire.

Ao Laboratório Central de Saúde Pública e Divisdo de Bromatologia, na pessoa de suas Diretoras, Dra. Liana Perdigão Mello e Dra. Germana de Oliveira Perdigão, respectivamente, pela realização das análises microbiológicas.

Ao corpo técnico do Laboratório de Tecnologia do Pescado do Labomar, Esmerino Oliveira Magalhães Neto, Norma Barreto Perdigão Ogawa, Israel Hindenburgo Aniceto Cintra, pela amizade, compreensão e indispensável colaboração.

Ao Engenheiro de Pesca do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Nilson Luiz de Aguiar Carvalho,

pela ajuda e amizade dispensada.

Ao amigo e irmão Auricélio Araújo Rios, pelo apoio, confiança, e incentivo na minha formação.

A inesquecivel "Turma do Cajueiro", pelo companherismo, amizade e união, cujos elos vem se solidificando a cada dia.

Ao Professor Moisés Almeida de Oliveira, pela ajuda e incentivo no decorrer do curso.

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MELHORAMENTO DA COLORAQX6 DA CARNE COZIDA-CONGELADA DO

CARANGUEJO- UQA, Ucides cordatus (LINNAEUS, 1763)

Joao

Crescencio Aragdo Marinho

INTRODUQXO

A espécie Ucides cordatus (LINNAEUS, 1763), pertencente

a família Ocypodidae

constitue um dos importantes

componentes da fauna dos manguezais brasileiros, ocorrendo

com maior ou menor abundância em toda vasta extensão da

costa(COSTA, 1972).

O gênero Ucides 6 restrito a costa Atlantica da

America

(RATHBUN, 1918), com distribuição geográfica ocorrendo ao

norte (Costa Rica e Flórida) e nas Indias Ocidentais (Cuba,

Jamaica, Porto Rico e São Tomaz)(RATHBUN, 1897, 1901, e 1918;

e Holthuis, 1959). COELHO & RAMOS (1972) e COSTA (1972),

constataram que o limite sul da distribuição deste crustáceo

no Brasil alcança o Estado de Santa Catarina. Sua época de

reprodução no nordeste brasileiro vai de dezembro a maio,

compreendendo dois picos. 0 primeiro em janeiro e o segundo

em março-abril.

Segundo Costa(1979), o período da muda do integumento

de indivíduos adultos vai de julho a novembro, ocorrendo o

processo com maior intensidade em julho e agosto, para os

machos, e em setembro e outubro, para as fêmeas.

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de oxigênio é relalivamenle baixo, e sobre o manguezal, onde o teor de oxigênio geralmente é mais elevado.(Mota-Alves & Madeira-Junior, 1980).

Apesav de sua distribLição e importãncia econômica, es te crustáceo é pouco estudado, existindo escassa bibliografia no que diz respeito A sua bioecologia e processamento. Esta lacuna veio despertar o interesse do instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis(IBAMA) para o desenvolvimento de pesquisas neste sentido, as quais servissem du respaldo a providências frente no que diz A captura indiscriminada e outros problemas inerentes ao crustáceo em questão. Criou-se, então por tal instituição o Grupo Permanente de Estudos do Caranguejo-tiqd (GPE), afeto ao IBAMA e composto por técnicos, especialistas e pesquisadores desta e de outras instituiçoes, que teve a sua primeira reunido no period° de 17 a 21 de dezembro de 1991, em Fortaleza-Ce.

Sabe-se, no entanto, que esta preocupaqão é também em função da ameaça causada aos estuários com a devastação dos manguezais, através do desmatamento, poluição industrial, descargas sanitárias, ocupação por salinas, loteamentos imobiliários, etc

Outro aspecto preocupante é a captura realizada na época de acasalamento ("andada"), quando os pescadores tradicionais diminuem suas atividades devido a alterações de sabor na carne do caranguejo, é grande o numero de pescadores

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"eventuais" que dedicam-se a esta atividade, pela facilidade de captura dos indivíduos. Isto decorre de uma prática continua de captura ao longo do ano, pois rid() há qualquer medida de proteção da es-écie nos períodos em que esta encontra-se mais vulnerável biologicamente.

Outro entrave à exploração de tais recursos se refere As condigties inadequadas de acondicionamento e transporte a que são submetidos os caranguejos, o que tem acarretado grandes indices de mortalidades levando os pescadores a extrairem mais do meio ambiente do que seria necessário para atender A demanda real do consumo.

Além destes fatores que afetam o delicado e fértil ambiente estuarino, a captura de caranguejos vem sendo incentivada devido a um crescente mercado consumidor nas grandes capitais do Nordeste, a exemplo de Salvador, Fortaleza, Recife, sendo também exportados para estados da região Centro-Sul do pais. Atualmente, o caranguejo-u0, já se tornou um produto grandemente apreciado, a despeito de não existir no ramo nenhuma indústria beneficiadora de carne, mas apesar de tudo isso não existe nenhuma indústria de carne legalizada pela inspeção federal. Por outro lado este produto cárneo é sempre obtido em moldes artesanais (atividade caseira) clendestinamente, com total falta de higiéne e por conseguinte de pessima qualidade do produto final, devido principalmente ao manuseio precário durante seu beneficiamento.

(8)

Um dos grandes problemas no processamento do caranguejo reside na retirada manual da carne após uma rápida cocção. Essa operação pode ser uma fonte de contaminação, principalmente de Staphyloccecus. Boas práticas de higiene aliadas a manutenção de temperaturas adequadas e resfriamento rápido da carne, evitam esse problema (VIEIRA,1989).

OGAWA et al. (1973), obtiveram para a carne do caranguejo-u0 um rendimento da ordem de 21,2%. Estes autores citam ainda que a carne pasteurizada-congelada comparada com a carne simplesmente congelada oferece melhorias de resultados do ponto de vista fisico-químico, pelo que se recomenda prioridade para esta metodologia, num nível industrial de aproveitamento.

Esta matéria-prima, entretanto, é dotada de uma grande perecibilidade, o que determina que o seu processamento se faça o mais rápido possível, dai recomendar-se que as indústrias do gênero venham a ser supridas somente com exemplares vivos. Por sua vez, caranguejos mortos devem ser descartados, já que estes organismos tem sua decomposição iniciada logo após sua morte.

0 sangue dos crustáceos apresenta um pigmento, a hemocianina, que efetua o intercâmbio respiratório, podendo combinar-se reversivelmente com o oxigênio; sendo uma cuproproteina que se dissolve na hemolinfa e não contain

porfirinas (HAUROVITZ, 1966).

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adequado para manter a coloraqdo natural da carne congelada do caranguejo-uqd, após beneficiamento, tendo em vista a melhoria da qualidade do produto e consequente elevagdo do seu valor comercial.

MATERIAL E METODOS

As amostras de caranguejo foram coletadas e processadas em novembro de 1991, setembro e novembro de 1992.

Os espécimes utilizados neste estudo foram adquiridos diretamente no mercado Municipal Sho Sebastido localizado na cidade de Fortaleza (Ce). Segundo informagOes colhidas junto aos vendedores, os caranguejos provinham da cidade de Parnaiba (Pi). Processadas conforme a figura 1.

CARANGUEJO-KA PRÉ-LAVAGEM SANGRAR LAVAGEM COCQA0 EM SALMOURA (3% FERVENTE)

RESFRIAMENTO (AGUA CORRENTE) EXTRACAO DA CARNE

ENSACAMENTO ‘A VACUO PASTEURIZAQR0 (85° C/10 MIN) RESFRIAMENTO (AGUA CORRENTE)

CONGELAMENTO E ESTOCAGEM (- 20° C)

FIGURA 1 - Fluxograma do processamento da carne cozida congelada do caranguejo-uga, Ucides cordatus utilizado no experimento.

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Estes foram transportados vivos para o Laboratório de Ciências do Mar (LABOMAR) da Universidade Federal do Ceara, sendo feita uma rigorosa inspegdo, observando se todos estavam vivos, submetidos a uma pré-lavagem, em um tanque com Agua corrente, sendo mortos mediante a introdugdo de um estilete de ago entre pendunculos oculares, separando-se a carapaça do rostro manualmente. Em seguida foram lavados minuciosamente, com auxilio de escovinhas de nylon.

As amostras foram submetidas a cocqdo em salmoura a 3% (ply), fervente, durante 15 minutos a contar do inicio da ebulição, resfriadas com água corrente por 10 minuto. Em seguida, efetuou-se a retirada da carne em mesa de beneficiamento apropriada, acondicionando-a em bandejas plásticas. 0 local de trabalho apresentava-se limpo e arejado, com o máximo de higiene possível.

O método de extragdo da carne foi o comumente utilizado na regido, que consiste no desligamento manual dos pereiópodes da carapaça, sofrendo modificagdo no que diz respeito aos tradicionais porretes de madeira utilizados para a quebra, os quais foram substituidos por porretes de alumínio, a fim de evitar uma maior contaminagdo, retirando ainda com canivetes apropriados a carne localizada no rostro. Após sua retirada, a carne foi acondicionada em sacos plásticos de cloridrato de polivinilideno (PVC), posteriormente fechados 6. vácuo, com uma seladora marca SHARP (modelo HQ-200w), e pasteurizada a 85° C (medida obtida no

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centro do produto) por 10 minutos, utilizando panela de pressdo marca Rochedo, capacidade 44 litros controlando-se a temperatura com termômetro TERMOPAR. Em seguida aplicou- se um novo resfriamento em água corrente por 10 minutos, sendo o produto congelado e estocado em freezer doméstico -20°C.

As amostras coletadas nos diferentes períodos receberam a seguinte denominagdo:

Amostra A (coletada em novembro de 1991), composta pela carne dos pereiópodes -1- carne do rostro, que foi estocada em freezer doméstico A temperatura de -20°C, e analisada após 10 meses de estocagem;

Amostra B (coletada em setembro de 1992), analisadas

em seguida ao processamento.

Amostra C (coletada em setembro de 1992) analisadas

somente após 2 meses de estocagem e;

Amostra D (coletada em novembro de 1992), analisada

logo após o processamento.

As amostras B, C e D foram sub-divididas em três lotes cada uma a saber:

I- Carne dos pereiópodes sem pasteurização; II- carne dos pereiópodes com pasteurização e; III- carne do rostro com pasteurização.

Foram analisadas ainda duas amostras de carne de caranguejo-ugA adquiridas em peixarias da cidade de

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Fortaleza. Estas amostras apresentavam-se embaladas em papel aluminio dentro de sacos plásticos, sendo levadas ao

laboratório onde foram descongeladas para posterior análises no laboratório.

As análises microbiológicas executadas foram para determinagdo de: Escherichia coli, Staphylococcus aureus e Salmonella, segundo as normas do INCQS - Instituto Nacional de Controle e Qualidade em Saúde (1989).

Para a detecedo de microrganismo do grupo coliforme foram utilizados os seguintes meios de cultura:

- Caldo (LST) para a execuedo do teste presuntivo; - (BVB) para a execuedo do teste confirmativo;

- Escherichia coli (EC) para a execuedo da análise de coliformes fecais.

Na contagem de Staphylococcus aureus os meios de cultura utilizados foram:

- Agar Baird-Parker; - Caldo Bill;

- Agar TSA;

- Plasma citratado de coelho; - Emulsdo de gema de ovo.

Na pesquisa de Salmonella os meios de cultura utilizados

foram:

- Caldo lactosado;

- Caldo Selenito Cistina; - Caldo Tetrationato;

- Agar Entérico Hektoen (HE); - Agar Bismuto Sulfito (BS);

- Agar Xilose Lisina Desoxicolato (XLD); - Agar TSI;

- Agar LIA.

As amostra de carne congelada foram submetidas a análises sensoriais avaliando-se sua coloraedo, com base em

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uma escala previamente estabelecida durante os testes piloto efetuados anteriormente. Foi elaborada então uma tabela com base nas observações realizadas atribuindo-se os sequintes valores para cada nível coloração: Cinza escuro; Marrom escuro; Marrom claro; Amarelada e; Branco amarelada.

RESULTADOS E DISCUSSAO

Ogawa et. alli (1973) registram a seguinte composição química da carne cozida do caranguejo 110, Ucides cordatus (Linnaeus): proteína bruta - 18,98%, gordura bruta - 2,27%, umidade. - 75,93%, cinza - 2,82%.

Nas observações realizadas nos locais em que são processadas e beneficiadas a carne de caranguejo-u0 na regido de Parnaiba-PI, pode-se concluir que, como já foi mencionado anteriormente, as condiçOes de captura, transporte e beneficiamento para o cozimento propriamente dito, são de preocupar, pois não ha um mínimo de higiêne, chegando ao ponto da carne passar sem nenhuma refrigeração cerca de 6 horas, que em muito acelera o processo de deterioração.

O transporte feito em caminhão, dos caranguejos vivos, pelo longo tempo de exposição ao sol, concorre para que a mortalidade tenha um crescimento acentuado. Para tanto sugerimos que esta etapa seja feita em caminhões com carroceria coberta,com entrada de ar, para que os caranguejos não sofram tanto, e que rid() sejam transportados amontoados, podendo utilizar prateleiras para separar uma fileira da

(14)

outra colocando em cada fila uma camada de folhas de mangue ou de oiti, molhadas, que tem muito na regido, para proporcionar um maior tempo de vida.

A comercialização nas cidades como Fortaleza, nas peixarias, escondem o real estado de conservação e de coloração do produto beneficiado, pois alem de ser encoberto pelo papel alumínio a carne encontra-se já congelada, não sendo possível ser avaliada quanto o seu odor real.

Eninosso estudo, as primeiras observaçOes realizadas com o experimento piloto, mostram que era possível de obter um produto com boas características organolépticas, ou seja odor, aparência, sabor e textura. Com base nesta etapa do experimento foi possível propor um conjunto de cores aproximadamente igual as observagOes, que vão desde a cor cinzenta-escura até a cor branco amarelada que caracteriza um produto com boa aparência, o que não ocorre no produto comercializado as vistas do consumidor.

As análises microbiológicas (frescor) das amostras beneficiadas em laboratório, são mostradas nas tabelas 1 a 4, pode-se observar que todas possuiam condigOes de consumo quantos valores obtidos nas análises, estando de acordo com padrbes estabelacidos pelo INCQS (1989). Sendo que somente a amostra dos pereiopodes não pasteurizada, processada em set/92 apresentou níveis de contaminação de

S. aureus,

acima do permitido pela legislagdo, elevando o nível de contaminçâo após dois meses de estocagem. Isto pode ter ocorrido devido

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TABELA 1 - Resultados das análises microbiológicas da carne

de caranguejo-u0, Ucides cordatus, estocada

durante 10 meses A temperatura de - 20° C.

AMOSTRA

S. aureus

E. coli

Salmonella

A

4 10 col/g

NMP<3/g

aus. em 25g

TABELA 2 - Resultados das análises microbiológicas da carne

de

caranguejo-uçá,

Ucides

cordatus,

após

o

processamento no mês de set/92.

AMOSTRAS

S. aureus

E. coli

Salmonella

B-I

1,1 X 103 co1/g

NMP.(3/g

aus. em 25g

B-II

4 102 col/g

NMP43/g

aus. em 25g

B-III

4 102 col/g

NMP43/g

aus. em 25g

TABELA 3 - Resutados das análises microbiológicas da carne de

caranguejo-uqd, Ucides cordatus, estocada durante dois

meses a temperatura de - 20° C.

AMOSTRAS

S. aureus

E. coli

Salmonella

C-I

1,6 x 103col/g

NMP43/g

aus. em 25g

C-II

Z.

102 col/g

NMPZ3/g

aus. em 25g

C-III

4

102 col/g

NMP43/g

aus. em 25g

TABELA 4 - Resultados das análises microbiológicas da carne

de caranguejo-u0, Ucides cordatus, após processamento

no mês de nov/92.

AMOSTRAS

S. aureus

E. coli

Salmonella

D-I

.f 102col/g

NMP43/g

aus. em 25g

D-II

4 102 col/g

NMP43/g

aus. em 25g

D-III

< 102 col/g

NMP43/g

aus. em:25g

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a manipulaqdo durante o beneficiamento que, neste caso, provocaram uma elevaqdo de microorganismos. Como consequência este mesmo experimento foi repetido novamente em novembro do mesmo ano, verificando-se que neste caso as amostras apresentaram condições de consumo.

A tabela 5 mostra os valores das análises microbiológicas realizads nas amostras coletadas no comércio. Podemos observar que as referidas amostras nao apresentavam-se em condições para o consumo humano, de acordo com as normas e padrOes do INCQS (1989). Verificando-se assim que as condições de higiene nos locais de origem e também no transporte deste tipo de produto sdo de condições duvidosas. Para tanto devemos alertar aos orgdos governamentais, tais como a Vigilância Sanitária, a fim de que sejam intensificado as fiscalizações para este tipo de produto.

TABELA 5 - Resultados das análises microbiológicas em

amostras de caranguejo-uçá, Ucides cordatus, coletadas em dois pontos de comercializaqdo na cidade de Fortaleza (Ce).

AMOSTRAS S. aureus E. coli Salmonella MERCADO -I 2,5X10 col/g 6 NMP = 7/g NA* MERCADO -II 3,0x10 6 col/g NMP = 9/g NAt Ndo Analisada.

Os dados obtidos nas avaliagOes sensoriais realizadas tanto nas amostras de laboratório quanto nas coletadas no

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comércio, sdo mostradas na tabela 6. A amostra A após 10 meses de estocagem apresentou uma coloragdo marrom clara, o que demonstra que a pasteuriza0o contribui para que a carne conserve-se com uma boa aparência.

TABELA 6 - Resultados das análises sensoriais nas amostras de caranguejo-u9á, Ucides cordatus, estocadas por 2 e 10

meses, em temperatura de - 20° C, após procesamento e coletadas no mercado local.

AMOSTRA COLORAQA0

A marrom claro

B-I amarelada

B-II amarelada

B-III branco amarelada

C-I marrom escuro

C-II marrom claro

C-III marrom claro

D-I amarelada

D-II amarelada

D-III branco amarelada

MERCADO - I cinza escuro

MERCADO - II cinza escuro

As amostras B-I e,II após o beneficiamento possuiam a mesma colora0o, porém com dois meses de estocagem a carne dos pereiópodes sem pasteuriza0o apresentou uma coloraçáo mais escura do que a carne pasteurizada. Contudo, a amostra B-III, contendo a carne do rostro passou de uma coloraçáo branco amarelada para marrom claro depois da estocagem.

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As amostras B-1,11 e III, apresentaram colorações semelhantes aos encontrados com a repetição do experimento no mês de novembro/92.

As an sensoriais de coloração encontradas nas amostras do mercado mostraram uma aparência cinza escuro, isto devido principalmente ao beneficiamento empregado, dado as condições já descritas.

Em nossa opinido, para a melhoria que o problema de má qualidade da carne de caranguejo provinda da regido de beneficiamento, ou seja, Piaui, Maranhao e Paraiba, seria necessário que os governos deveriam incentivar a instalação de pequenas indústrias de produção deste produto, através de apoio técnico-financeiro ao produtor e a toda a comunidade envolvida nesta atividade.

CONCLUSA0

Com base nas observações feitas no presente estudo podemos concluir que:

- A precariedade das instalações e a falta de higiêne durante o processamento nos locais de beneficiamento, acarretam sérios prejuizos a qualidade final do produto comercializado, tanto pela contaminação bacteriológica que pode ocorrer quanto pela má aparência da carne.

- 0 método de pasteurização empregado nas amostras processadas em laboratório, mostrou-se eficaz quanto a

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melhoria e manutenqdo de uma coloragdo mais próxima da natural mesmo estocadas por longos períodos.

- Através das analises sensoriais da coloração das amostras da carne dos pereiópodes e rostro, beneficiadas juntas ou separadas, ndo sofrem modificaOes aparentes.

- Os resultados das analises mibrobiológicas demonstraram que ndo somente a pasteurizaçdo poderá evitar a contaminação de um produto elaborado mas também a obsevancia das condigóes de higiene quando se manipula com alimentos, sendo necessário maiores estudos.

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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