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Juros sobre Capital Próprio: Estratégia para a Economia Tributária em uma Empresa do Lucro Real do Segmento de Bebidas de Natal/RN

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Recebido em 13/10/2019. Aceito em 10/08/2020. Publicado em 13/09/2020. RASM, Alvorada, v.10 n.1, p.32-47, Jan./Jun. 2020.

BEBIDAS DE NATAL/RN

Rayssa Cleide de Oliveira1

Antônio Alexis Oliveira de Andrade2

Francisco Paulo Vitor Alves3

Lana Kelly Lima Pereira4

Luiz Cláudio Oliveira Rafael5 RESUMO

A pesquisa tem como objetivo geral, identificar o impacto causado na economia tributária logo após o abatimento dos Juros sobre o Capital Próprio. A amostra da pesquisa foi constituida dos dados da empresa dos anos de 2014, 2015 e 2016, simularam-se os juros em relação à apuração do ano de 2014 já feitas e comparou o impacto tributário. Essa pesquisa teve o objetivo descritivo de abordagem qualitativa, com seguimento longitudinal, refletindo em uma sequência de fatos cujos procedimentos trataram de uma pesquisa documental e estudo de caso. Com o advento do uso do JSCP como despesa financeira, obteve-se um impacto tributário de 15,17% em relação ao seu não uso, pagando um total de R$ 44.717,42 (quarenta e quatro mil, setecentos e dezessete reais e quarenta e dois centavos), e onde não houve a utilização dos juros remuneratórios, a empresa pagou R$ 52.713,70(cinquenta dois mil setecentos e treze reais e setenta centavos) onde a mesma obteve uma economia tributaria de R$ 7.996,28 (Sete mil, novecentos e noventa e seis reais e vinte oito centavos). A pesquisa mostra que a utilização do JSCP gradativo pode trazer em médio e longo prazo economia tributária para a empresa.

Palavras-Chave: Planejamento Tributário. Juros Sobre Capital Próprio. Economia

Tributaria.

ABSTRACT

In the current national context the economy of taxes is a maxim in organizations. In this regard, this research aimed to bring interest on equity as a choice in the tax economy. The research sample consisted of company data from 2014, 2015 and 2016, simulated interest

1 Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN)– Contato: rayssa_.oliveeira@hotmail.com 2 Universidade Potiguar

3 Universidade Potiguar 4 Universidade Potiguar 5 Universidade Potiguar

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in relation to the 2014 calculation already made and compared the tax impact. This research had the descriptive objective of a qualitative approach, with longitudinal follow-up, reflecting in a sequence of facts whose procedures dealt with a documentary research and case study. With the advent of the use of JSCP as a financial expense, a tax impact of 15.17% was obtained in relation to its non-use, paying a total of R $ 44,717.42 (forty-four thousand, seven hundred and seventeen reais and forty and two cents), and where there was no use of remuneration interest, the company paid R $ 52,713.70 (fifty two thousand seven hundred and thirteen reais and seventy cents) where it obtained a tax saving of R $ 7,996.28 (Seven one thousand nine hundred and ninety-six reais and twenty eight cents). Research shows that the use of gradual JSCP can bring medium and long term tax savings for the company.

Keywords: Tax Planning. Interest on Own Capital. Tax Economics.

1. INTRODUÇÃO

Um dos instrumentos necessários à garantia da elisão fiscal fundamentou-se através da constituição da lei 9.249/95, que além de extinguir a atualização monetária obrigatória nas demonstrações contábeis e isentar a incidência de Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) em cima dos proventos e rendimentos distribuídos, criou os Juros Sobre o Capital Próprio (JSCP), que visa a remuneração a sócios/acionistas com base nos investimentos feitos na empresa e apresentados em seu patrimônio líquido, permitindo sua dedutibilidade como despesas financeira na apuração dos tributos sobre no lucro no regime do lucro real (BRASIL, 1995).

O JSCP visa reduzir uma iniquidade fiscal, que veio a partir do fim da correção monetária, sendo considerada uma despesa financeira e assim permitindo que aconteça a dedução no resultado na empresa, assim impactando na Contribuição Social (CSLL) e do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), tributada pelo lucro real. Com a utilização deste método, as entidades ganharam uma forma lícita de ganho fiscal. Com essa alternativa tributária, segundo Libonati, Lagioia e Maciel (2008), houve uma nova alternativa de encontrar economia tributária para a organização.

Dessa forma, a lei 9.249/95 traz requisitos específicos para seu uso JSCP. A alíquota utilizada para o cálculo da JSCP é a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), e o limite de dedutibilidade retratado no artigo 29, da Instrução Normativa da Secretaria da Receita Federal- IN SRF nº93/97, o montante dos juros remuneratório do patrimônio líquido suscetível de dedução para efeitos da utilização como despesas financeira, limitando-se ao maior entre seguintes valores, 50% (cinquenta por cento) do lucro líquido do período deduzido com CSLL ou 50% (cinquenta por cento) da soma do lucro acumulado e reserva de lucro (BRASIL, 1997).

Então foi levantado o seguinte problema: qual o impacto da economia tributária com o abatimento dos juros sobre o capital próprio no resultado de uma indústria atuante no ramo de bebidas tributadas no lucro real situada em Natal, no Rio Grande do Norte?

A pesquisa tem como objetivo geral, identificar o impacto causado na economia tributária logo após o abatimento dos Juros sobre o Capital Próprio, e como objetivos específicos têm os seguintes pontos: levantar os dados necessários ao cálculo dos JSCP na empresa pesquisada; simular as apurações dos tributos federais sobre o resultado

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considerando o JSCP como despesa financeira; comparar o impacto tributário com a utilização dos JSCP como despesa financeira no resultado.

Tendo em vista que a pesquisa contribuirá para que empresas adotem o uso dos juros sobre o capital próprio, e no que condiz ao aprofundamento sobre a temática, sendo de suma importância para pesquisadores que estudem ou tenham interesse sobre o tema abordado.

O presente estudo estrutura-se em cinco partes, que condizem respectivamente à introdução, o referencial teórico para a construção da pesquisa, os aspectos metodológicos utilizados, que vão desde a coleta à análise dos dados, a análise dos resultados e por último, as considerações finais.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Planejamento Tributário

Devido à excessiva carga tributária e a contrariedade do processo tributário brasileiro designam aos investidores tentar encontrar oportunidades conforme às leis para baixar o custo tributário. De acordo com o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário – IBPT (2011), o Brasil possui o sistema tributário mais exorbitante e complicado do mundo. Para Fadlalah et al., (2012), o planejamento tributário é eficiente em descrever a permanência de um negócio na atualidade. Para Lopes et al., (2008) a proporção de se estudar tal tema vem da importância da carga tributária nacional, da intromissão que os custos tributários representam a respeito dos propósitos corporativos e da impossibilidade de diminuir as despesas, resultando no aumento da utilização do planejamento tributário. Segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário – IBPT (2008), a realidade brasileira é visivelmente complicada, causando uma perda financeira imensa ao contribuinte, e ainda, ocasionando a frequente insegurança de se estar cumprindo com todas as obrigações que deve ser feita pelo fisco. De acordo com a pesquisa realizada pelo IBPT, em 2015, a carga tributária atingiu 32,66% do Produto Interno Bruto (PIB) totalizando R$ 1.928,18 trilhões contra R$ 1.843,86 trilhões de 2014, no período em que a parcela de custos aumentou e o PIB variou positivamente em 0,24%. O planejamento tributário é um composto de meios que o governo utiliza com o propósito de evitar e adiar o recolhimento de impostos e por consequência gerando aumento favorável nas organizações. Para Abrahão (2011), planejamento tributário são conhecimentos estabelecidos e próprios, dentre as várias maneiras de tributação presentes, examinando-as com o objetivo de comprovar quem mostra-se, perante execução, inferior ao ônus tributário, ocasionando ações para melhor administração dos custos. Neste contexto, acontecem as autorizações e as exclusões que existem na legislação e as utilizam para obter alguns benefícios. Entretanto, só tem proveito se a instituição autorizar ou por outra forma de controlar.

Dessa forma, segundo Fabretti (2008), o planejamento tributário refere-se ao conhecimento das possibilidades concedidas de regulamentação de determinado procedimento, antes da ocorrência do fato em si, para que o colaborador seja capaz de decidir a opção que apresente a menor carga tributária.

Sobre este estudo de alternativas lícitas, de forma decisiva, Fabretti (2005) afirma que “o estudo feito preventivamente, ou seja, antes da realização do fato administrativo, pesquisando-se seus efeitos jurídicos e econômicos e as alternativas legais menos onerosas, denomina-se Planejamento Tributário”.

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Planejamento tributário são procedimentos lícitos que não violam a lei. Planejar é preferir, através de alternativas oferecidas, e que ocasione na perda inferior de contribuição, quitar ou adiar o pagamento. Sonegar é tirar proveito de esquemas proibidos, como trapaça, engano e ocultação, com o intuito de guardar o que se deve, significando a realização da prática de uma atitude vantajosa que tende a prejudicar ou atrasar a inteligência da jurisdição na circunstância que impõe a prática do ato do dever principal, reduzindo seu valor ou adiando seu cumprimento.

A economia tributária adquirida pelas empresas com a adesão de uma alternativa com menor custo e de intervalo da lei, identifica-se como elisão fiscal (FABRETTI, 2009). A elisão fiscal jamais pode ser comparada a evasão fiscal, que usa meios proibidos, sujeitos a punições previstas em lei. Carrazza (2013) determina elisão fiscal como sendo a conduta lícita, inadequada ou habilitada, do contribuinte, que visa impedir o nascimento da obrigação tributária, reduzindo seu valor ou adiando seu cumprimento.

Segundo Oliveira (2009) a elisão é acrescentada pelo planejamento tributário, habituando o contribuinte ao mais favorável meio de contribuir, fazendo em semelhança com os mecanismos exigidos conforme a lei que permite a dedução de custos e quotas. Logo, nas palavras de Carlin (2008), está expresso que a elisão é lícita e procura caminhos para redução de tributos antes de ocorrer o fato gerador. Já para Fabretti (2008), o planejamento tributário ou elisão tributária é a atividade preventiva que estuda, primeiramente, as obras e negócios jurídicos que o agente econômico (empresa, instituição financeira, cooperativa, associação etc.) procura desempenhar. Sua intenção é conseguir o máximo de controle econômico tributário permitido, fazendo uma diminuição dos custos fiscais com o objetivo do montante de fato posto por lei.

No meio de diferentes técnicas de planejamento tributário é capaz de evidenciar o provento aos sócios por meio de juros sobre capital próprio, em virtude de ser determinado o cálculo como despesa financeira, limitando, dessa forma, a origem da contabilização causando, portanto, um sistema mais econômico. Contribuição Social Lucro Líquido (CSLL) e o Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) são tributos pelo qual incorrem exatamente na renda da empresa e são de jurisdição da constituição federal. A situação causada pela presença desses tributos é o recebido no rendimento apurado. A origem da contabilização é capaz de passar por ajustes no livro de apuração do lucro real. O imposto de renda é regulamentado e certificado pelo RIR/99, fundada pelo decreto n° 3.000/99. A contribuição social sobre o lucro líquido é criada pela Lei n° 7.689/88 como objetivo de proteger os cidadãos em relação a situação de desemprego, saúde e aposentadoria.

Para se entender a vantagem na utilização dos juros sobre capital próprio, é importante compreender primeiramente o conceito de custo de oportunidade.

2.2 Custo de Oportunidade

Custo de oportunidade é de importante destaque na avaliação de resultados de uma empresa, além de fazer parte em diferentes fases do processo decisório como o planejamento e também é utilizado em decisões pessoais tomadas diariamente. Ao escolher entre duas ou mais alternativas, procura-se a mais adequada e mais viável alternativa para entidade, deixando uma possível escolha de risco semelhante à opção escolhida. Conforme Assaf Neto (2005), o custo de oportunidade é o ganho que a empresa abdicou por tomar a decisão de destinar seus recursos em determinado investimento de sua escolha, de risco semelhante.

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Segundo Goulart (2002), ao fazer uma escolha, torna-se um percurso de ação, descartando assim caminhos que também nos ofereciam benefícios específicos. Já de acordo com Santos (2007), custo de oportunidade vem sempre transcrito à suposição de melhor alternativa que foi deixada de lado ou desprezada.

O JSCP se inclui como uma fração do custo de oportunidade, já que os acionistas são remunerados por juros do capital investido na empresa e ao mesmo tempo é indicado como despesa financeira influenciando o resultado da empresa. Segundo Malaquias (2007), JSCP é apontado como uma parte do custo de oportunidade, devido a remuneração ser destinada diretamente aos acionistas da empresa. Pode ser deduzida como despesa financeira na demonstração de resultado das empresas, implicando na economia de impostos.

De acordo com Pêgas (2009), se o capital de terceiros tem de ser remunerado, o capital próprio também deveria ser, e deteria um custo específico. Sendo assim, a remuneração dos acionistas através dos JSCP é capaz de ser associada do jeito que o custo executa seus bens naquela empresa estabelecida.

2.3 Remuneração aos Acionistas (JSCP)

Os JSCP são um meio de remuneração dos possuidores de capital próprio das instituições desde que se instituiu na Lei no. 6.404/76. Consequentemente, com a lei nº 9.249/95 encarregou-se de ampliar a oportunidade de proventos aos empresários, como JSCP, em toda instituição com regime de tributação no lucro real, e constituiu vantagens fiscais concedendo sua dedução. Os JSCP foram executados no Decreto n° 41.019/1957 na jurisprudência do país firmando, a princípio, as empresas do setor elétrico (Malaquias et al., 2007). Esta vantagem foi ampliada para os demais âmbitos da economia, com a divulgação da Lei n°6.404/76, com a contabilização nos gastos, evidenciando uma despesa financeira em empresas com períodos de estágio.

Enfim, firmado no artigo 9º, da Lei nº 9.249/95, que concede ao JSCP:

Art. 9º A pessoa jurídica poderá deduzir, para efeitos da apuração do lucro real, os juros pagos ou creditados individualizadamente a titular, sócios ou acionistas, a título de remuneração do capital próprio, calculados sobre as contas do patrimônio líquido e limitados à variação, pro rata dia, da Taxa de Juros de Longo Prazo - TJLP (BRASIL, 1995).

Desse modo, para finalidade de dedução, está sujeito a limites, assim como o parágrafo primeiro, do mesmo artigo:

§ 1º O efetivo pagamento ou crédito dos juros fica condicionado à existência de lucros, computados antes da dedução dos juros, ou de lucros acumulados e reservas de lucros, montante igual ou superior ao valor de duas vezes os juros a serem pagos ou creditados (BRASIL, 1995).

A recompensa financeira que os juros oferecem para as empresas é deduzido como despesa financeira, e quão grande for os gastos da instituição, mais baixo o ganho. Uma vez que a ocorrência do imposto sobre o rendimento é no ganho da empresa, ela consegue quitar a menor quantidade de imposto.

Tem-se uma ampla evidência dos JSCP no mundo dos negócios com a divulgação da Lei n. º 9.249/95 permitindo a dedução na base de cálculo do lucro do lucro real. Dedução dos JSCP tem a finalidade de equilibrar a extinção da correção monetária eliminando os danos causados pela inflação, reduzindo assim, o lucro do período, ficando

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impedida a partir da Lei nº 9.249/95. De acordo com Fabretti (2009), para compensar esta perda tributária, a própria lei, em seu art. 9º, permitiu a dedução da base de cálculo do lucro real, os valores distribuídos a título de JSCP. Segundo Pegas (2009), a legislação fiscal, regulamentou a remuneração do patrimônio líquido com um objetivo maior de compensar o fim da correção monetária do balanço, extinta na lei que criou o JSCP.

O tempo para a operação dos JSCP consiste equivalente ao da contagem do resultado da empresa, isto é, nas empresas com regime de tributação pelo lucro real anual, os juros serão pressupostos e quitados anualmente. Contudo, Pegas (2009, p. 632) afirma que:

“Nas empresas tributadas pelo lucro real anual, o resultado positivo do período não deve ser acrescido ao patrimônio líquido para efeito do cálculo dos juros sobre capital próprio. Portanto, caso a companhia decida proceder ao pagamento de JCP em dezembro de 2004, o patrimônio líquido utilizado para o cálculo será o do início do ano, ou seja, sem o resultado do período. Já as empresas tributadas pelo lucro real trimestral poderão considerar o PL do início do trimestre.”

Pegas ainda evidencia que os juros sobre capital próprio permitem ser calculados pela taxa que a empresa considera ser justa para recompensar o capital colocado à sua escolha pelo seu titular ou pelos seus sócios ou acionistas, desde que não ultrapasse a variação Pro Rata Die da TJLP (2009). A taxa de juros de longo prazo é um índice de reajuste usados na operação do cálculo dos juros. Sendo anunciada pelo Banco Central do Brasil – BACEN – através de anúncios, no qual é emitida em percentual anual e definida trimestralmente pelo Conselho Monetário Nacional, com permanência de três meses. O valor contábil que servirá de base nas operações de cálculo dos juros é aquele equivalente ao do término do período de checagem do processo determinado pelo imposto, em seguida, aquele anterior da retribuição. Este estudo visa colaborar na composição teórica e prática que evidencie o planejamento tributário através da remuneração ao acionista sob a forma de proventos dos JSCP aliado a diminuição do ônus tributário.

3. METODOLOGIA

Para a execução deste trabalho, efetuou-se um estudo de caso, com o intuito de atingir os objetivos aqui apresentados. Este tipo de pesquisa tem como finalidade reunir e investigar informações sobre determinado indivíduo, uma família, um grupo ou uma comunidade, a fim de estudar aspectos variados de sua vida, de acordo com o assunto da pesquisa. Segundo Gil (2010) afirma que, o estudo de caso consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou mais objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento.

Com analogia à abordagem do tema, o estudo denomina-se como qualitativo utilizando-se ao método estatístico que permite a transformação dos dados qualitativos em resultados quantitativos por meio de representações que demonstram as relações entre os fenômenos. Para Marconi e Lakatos (2011), a metodologia qualitativa atenta-se em investigar e interpretar fatores mais intensos, relatando a complexidade do comportamento humano.

Quanto ao delineamento da pesquisa, aplicou-se a pesquisa documental, com seguimento longitudinal estudando um processo ao longo do tempo para investigar mudanças, refletindo em uma sequência de fatos que de acordo com Gil (2010), são utilizados materiais que ainda não receberam meios de avaliação e outros que ainda

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possam ser reproduzidos com o objetivo de chegar ao ponto específico determinado na pesquisa. Os documentos utilizados neste tipo de pesquisa podem ser de primeira mão, os quais não sofreram nenhum tipo de análise, tais com documentos de órgãos públicos e sindicatos, ou de segunda mão, como relatórios de empresas ou tabelas estatísticas. Marconi e Lakatos (2007) explicam que, a característica da pesquisa documental é que a fonte de coleta de dados está restringida a registros, escritos ou não, formando o que se nomeiam fontes primárias.

Desta forma, considera-se que o tipo de fonte de informação utilizada foi o de fonte primária, que conforme Cooper e Schindler (2008) identificam-se por atividades originais de pesquisa ou dados brutos, sem explicação ou manifestação que representem uma opinião ou atitude. As fontes primárias são sempre as mais importantes porque as informações ainda não foram separadas ou interpretadas por uma segunda parte.

A pesquisa foi realizada em uma indústria atuante no ramo de bebidas na cidade de Natal, no Rio Grande do Norte. Observando-se o fato de a empresa ter a necessidade de estar atenta as modificações na legislação e, ao mesmo tempo, buscar alternativas que possam diminuir os custos dos tributos pagos. Na intenção de opções que reduza a carga tributária incidente sobre pessoa jurídica, ressalta um modo de diminuir o valor do IRPJ e da CSLL da mesma, uma vez que utiliza o lucro real como normas de tributação. Para isso, serão analisados documentos contábeis: Balanço Patrimonial, DRE, Livro Razão e a LALUR equivalente aos exercícios 2014 2015 e 2016 utilizados, já que os JSCP têm como princípio a valorização do PL.

Para utilização do cálculo dos juros, servirá de base o PL em sequência ao término antecedente àquele da remuneração, sendo excluído o valor da reserva de reavaliação, menos quando esta for inserida na base de cálculo do IR e da CSLL, usando TJLP.

De acordo com art. 7º e 9º da Lei 9.249/95, “Os juros ficarão sujeitos à incidência do imposto de renda na fonte à alíquota de quinze por cento, na data do pagamento ou crédito ao beneficiário” (BRASIL, 1995). Assim, no pagamento dos JSCP há incidência de 15% do resultado pago de Imposto de Renda na Fonte (IRRF) sobre o total pago ao sócio (BRASIL, 1995).

4. ANÁLISES DOS RESULTADOS

O estudo desenvolvido em uma indústria do seguimento de bebidas, localizada na cidade de Natal/RN. A mesma iniciou suas atividades em 28 de março de 1996, possuindo contabilidade interna e utilizando atualmente o Lucro Real como regime de tributação. Este estudo consiste na utilização do JSCP como forma de abatimento para o recolhimento do IRPJ para empresa estudada.

Os dados utilizados foram coletados na empresa em questão e que, por motivos de sigilo, não terá sua razão social apresentada, sendo nomeada como empresa A LTDA. nessa pesquisa.

Para alcançar o objetivo proposto foram levantados dados necessários para os cálculos da JSCP na empresa, simular as apurações e comparar o impacto tributário. Observou-se, então, que a empresa ao adotar JSCP como forma de abatimento, torna sua carga tributária menos onerosa.

De início levantou-se as informações da empresa pesquisada considerando os exercícios na data 28/03/1996. A Tabela 1 mostra o razão da conta do patrimônio líquido. Segundo art. 262 do RIR/99 da legislação do imposto de renda o razão é um processo pelo qual se determina o fluxo de cada conta, enquanto a LALUR, é um livro de escrituração fiscal destinado a apuração do período.

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Tabela 1- Situação patrimonial líquida, mencionado o registro das contas pertencentes aos sócios Patrimônio Líquido Capital Social R$ 650.000,00 Sócio A R$ 260.000,00 Sócio B R$ 32.500,00 Sócio C R$ 108.333,00 Sócio D R$ 108.334,00 Sócio E R$ 32.500,00 Sócio F R$ 108.333,00 Lucros Acumulados R$ - Reservas de Lucro R$ -

Fonte: Elaborado pelos autores.

Logo, coletou-se as informações extraídas no livro de apuração do lucro real (LALUR), conforme tabela 2.

Tabela 2 - As informações extraídas no livro de apuração do lucro real (LALUR)

2014 2015 2016

LUCRO DO EXERCÍCIO R$ 550.011,23 RS 59.980,15 R$ 582.132,17 (-) Com. Preju. Fiscais de Exerc.

Anteriores R$ 165.003,37 - - LUCRO REAL R$ 385.007,86 R$ 59.980,15 R$ 582.132,17 IRPJ R$ 72.251,97 - - (-) INCENTIVO FISCAL DA SUDENE R$ 54.188,97 - - IRPJ A RECOLHER R$ 18.062,99 - - LUCRO DO EXERCÍCIO R$ 550.011,23 R$ 59.980,15 R$ 582.132,17 (-) Base Cálculo Negativa da

CSLL R$ 165.003,37 - -

LUCRO REAL R$ 385.007,86 (R$ 59.980,15) (R$ 582.132,17)

CSLL R$ 34.650,71 - -

Fonte: Elaborado pelos autores.

4.1 Taxa Utilizada para Dedutibilidade dos Juros

Para simulação de uma possível economia tributária que a empresa teria, caso os juros devidos fosse adotado como despesa financeira, é necessário primeiramente calcular a proporcionalidade da Taxa de Juros em Longo Prazo (TJLP) na empresa, que é divulgado trimestralmente pelo Banco Central, expressa em percentual anual. “A Taxa de Juros de Longo Prazo - TJLP foi publicada no Diário Oficial da União em 03.11.94, sendo definida como o custo básico dos financiamentos concedidos pelo BNDES” (MP nº 684/94).

Diante do cenário investigado foi aplicada a taxa somente no saldo da conta capital social de R$ 650.000,00 (seiscentos e cinquenta mil), que representa o dinheiro aplicado pelos sócios em 1996, pela IN RFB nº1. 515/2014, a pessoa jurídica poderá deduzir JSCP pago ou creditados aos acionistas ou sócios sobre as contas do patrimônio líquido. O saldo

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da conta será calculado sobre a TJLP proporcional do mesmo ano conforme a tabela 3 e 4.

Tabela 3 - Cálculo da TJLP para efeito de dedutibilidade

Fonte: Elaborado pelos autores.

Tabela 4 - Cálculo da TJLP para efeito de dedutibilidade

Fonte: Elaborado pelos autores.

Conforme observado na tabela 4 foi possível apresentar o cálculo da TJLP, onde o resultado encontrado apresenta a taxa exponencial para calcular sobre as contas do patrimônio líquido da empresa estudada. A taxa da TJLP foi calculada no período de 28/03/1996 a 31/12/1996, levando em consideração que de março a maio e o mês de dezembro, foram calculados pro rata die. De junho a novembro foram dois trimestres, então, sendo período completo. Inicialmente, foi calculado pro rata die, ou seja, 64/366(sessenta e quatro dias divididos por trezentos e sesseis seis dias), achando o expoente de 0,174863388, logo em seguida, será calculado na seguinte formula (1+ i)m/n um mais a taxa, “i” é TJLP divulga de forma trimestral pelo banco central, após aplicação da formula, chegou-se no seguinte valor 1.1834. Para encontrar a taxa proporcional de março a maio, foi calculado 1,1834 elevado sobre expoente de 0,174863388, e assim, chegando ao valor de 1,029883341. No período de junho a agosto e setembro a novembro, o expoente foi 0,25, pois, como foram o trimestre completo, para encontrar o expoente, foi calculado 3/12 (três dividido por doze), chegando ao valor de 0,25; utilizando a mesma formula (1+i)m/n, foram encontrados as taxas dos dois períodos de 1,036547192 e 1,035490533, no mês de dezembro, foi utilizado o mesmo critério de maio a março, pro rata die, foi calculado 31/366( trinta um divido por trezentos e sessenta e seis dias) encontrando o expoente 0,084699454, logo em seguida, aplicando a formula e encontrada a taxa de 1,008893813.

TJLP 1996

Mar/Mai 1 Jun/Ago 2 Set/Nov 3 Dezembro 4

18.34% 15.44% 14.97% 11,02 Mar/Mai - TJLP 18,34% Jun/Ago - TJLP 15,44% Set/Nov - TJLP 14,97% Dezembro TJLP 11,02%

in = (1+i)m/n in = (1+i)m/n in = (1+i)m/n in = (1+i)m/n

in = (1+ 0,1834) 64/366 in = (1+ 0,1544)3/12 in = (1+ 0,1497)3/12 in = (1+ 0,11,02)31/365 in = (1,1834)0,174863 388 in = (1,1544)0,25 in = (1,1497)0,25 in = (1,1102)0,0846 99454 in 1,029883341 1,036547192 1,035490533 1,008893813 In (Total) 11,52409414107%

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Para encontrar a TJLP proporcional do ano de 1996, foram multiplicadas todas as taxas encontradas nos períodos entre si, subtraindo por 1, em seguida, multiplicando por 100, e encontrando a TJLP do período.

Os juros remuneratórios são calculados sobre as contas do patrimônio líquido, exceto sobre as contas de reserva de reavaliação, ajuste de avaliação patrimonial e resultado corrente do período, conforme mostra a tabela 5.

Tabela 5 - Demonstração do cálculo para encontrar os juros

Descrição Valor R$

Total do Patrimônio Líquido R$ 650.000,00

Lucro Acumulado R$ -

Reservas de Lucros R$ -

Patrimônio Líquido Ajustado R$ 650.000,00 Taxa de Juros % R$11,52409414107%

Juros s/ Patrimônio Líquido R$ 74.906,61

Fonte: Elaborado pelos autores.

A tabela 5 apresenta como foi encontrado o JSCP do período estudado, em que a base de cálculo de R$ 650.000,00 (Seiscentos e cinquenta mil reais) foi calculado sobre TJLP, e dessa forma, encontrando os juros remuneratórios, que será destinado como despesas financeiras do período. De acordo com Pêgas (2009), o patrimônio líquido utilizado para o cálculo será o do início do ano, sem o resultado do período. Já as empresas tributadas pelo lucro real trimestral poderão considerar o PL do início do trimestre. Na Tabela 6 serão evidenciados os limites da dedutibilidade para utilização JSCP:

Tabela 6 - Limites da dedutibilidade para utilização JSCP

Fonte: Elaborado pelos autores.

De acordo com a Instrução Normativa Secretaria Receita Federal- IN SRF nº93/97, o valor dos juros remuneratórios do patrimônio líquido passível de dedução para efeitos da utilização como despesas financeira limita-se ao maior entre seguintes valores, 50% (cinquenta por cento) do lucro líquido do período deduzido com CSLL ou 50% (cinquenta por cento) da soma dos lucros acumulados e reserva de lucro (BRASIL, 1997). A tabela apresentada para encontrar o limite alvo dedutível dos juros foi evidenciada na seguinte forma: o lucro do período de R$ 550.011,23 (Quinhentos e cinquenta mil, onze reais e vinte três centavos) foi aplicado a uma alíquota de 9% (Nove por cento), dessa forma, foi encontrado o CSLL de R$ 49.501,01 (Quarenta e nove mil, quinhentos e um reais, e um centavo), em seguida, o valor da contribuição social é subtraído sobre o valor do Lucro do período, e assim encontra-se o valor de R$ 500.510,22 (quinhentos mil, quinhentos e dez reais e vinte dois centavos); mas, para

Limite para Pagamento

Descrição L. Acum. + Res. Lucros CSLL 9% L. Exercicio - Apurado R$ - R$ 49.501,01 R$ 550.011,23 Limite de

50%

R$ - R$ - R$ 500.510,22

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saber o limite da dedução é aplicado um percentual de 50%(cinquenta por cento) no valor de 500.510,22 (quinhentos mil, quinhentos e dez reais e vinte dois centavos) e assim, forma o limite para dedutibilidade do JCSP de 250.255,11(duzentos e cinquenta mil, duzentos e cinquenta e cinco reais e onze centavos). Como a empresa não tem reservas de Lucro e Lucro acumulado, não foi necessário encontrar outro limite possível.

4.2 Apuração Fiscal com Utilização do JSCP

A tabela 7 demonstra a apuração fiscal com aplicação do JSCP para dedução da base de cálculo da empresa para recolhimento da CSLL e IRPJ.

Tabela 7 - Apuração do JSCP para efeito de dedutibilidade

Fonte: Elaborado pelos autores.

Conforme a tabela 7, para a apuração do CSLL e IRPJ no regime tributário do lucro real, o JSCP no valor de R$ 72.906,61 (sessenta dois mil, novecentos e seis reais e sessenta um centavos) entrou como despesa financeira na demonstração de resultado diminuindo assim o lucro do exercício, levando em conta que a empresa teve prejuízo em exercício anterior e assim tem direito de utilizar uma compensação de até 30% (trinta por cento) para reduzir a base de cálculo dos seus tributos, com o prejuízo de R$ 142.531,39 (cento e quarenta e dois mil, quinhentos e trinta e um real e trinta nove centavos); após essas deduções, o lucro do exercício antes dos tributos foi de R$ 332.573,23 (trezentos e trinta dois mil, quinhentos e setenta e três reais e vinte três centavos), então, encontrada a nova base de cálculo, e é apurado o CSLL e IRPJ.

Aplicando alíquota de 9% (Nove por cento) sobre o valor do lucro antes dos tributos evidenciou-se o valor devido da CSLL de R$ 29.931,59 (vinte nove mil, novecentos e trinta um reais e cinquenta e nove centavos), e utilizando a mesma base de cálculo, agora, aplicando uma alíquota de 15%(quinze por cento) mais o adicional de 10%(Dez por cento), pois de acordo com o Regulamento do Imposto de Renda, é previsto na legislação que se a empresa ultrapassar o valor resultante da multiplicação de R$ 20.000,00(vinte mil) vezes, o número de meses que a empresa vem apurando, incidirá um adicional de 10% (RIR/99,art,542). Após o cálculo será encontrado o valor devido de R$ 59.143,31 (Cinquenta nove mil, cento quarenta e três reais e trinta um centavo) do IRPJ, porém a empresa tem um incentivo fiscal da Secretaria do desenvolvimento do

Apuração Fiscal com JSCP

(=) Lucro Bruto R$ 550.011,23

(-) JSCP R$ 72.906,61

(=) Lucro do Exer. R$ 475.104,62

(-) Comp. Prejuízo Fiscal R$ 142.531,39 (=) L.L Antes dos Tributos R$ 332.573,23

(-) CSLL R$ 29.931,59

(-) IRPJ+10% R$ 59.143,31

(=) Incent. Fiscal SUDENE R$ 44.357,48

(-) IRPJ a Recolher R$ 14.785,83

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RASM, Alvorada, v.10, n.1, p.32-47, Jan./Jun. 2020.

Nordeste (SUDENE), que tem como objetivo a modernização ou diversificação de empreendimentos e redução de 75% (setenta e cinco por cento) do IRPJ. De acordo com o Ministério da integração Nacional (2015), a vantagem da redução do imposto de renda seria o reinvestimento contribuindo na manutenção do empreendimento. Como esse incentivo o IRPJ, sofre um abatimento, e seu valor a recolher diminui para R$ 14.785,83 (quatorze mil reais, setecentos e oitenta e cinco reais e oitenta e três centavos), dessa maneira, encontra-se seu valor devido.

4.3 Comparação entre as Apurações

Na tabela 8 será apresentada a comparação entre as duas formas de apurações com e sem a utilização dos juros remuneratórios no abatimento da base de cálculo dos tributos sem os juros.

Tabela 8 - Comparação entre as duas formas de apurações com e sem a utilização do JSCP

Fonte: Elaborado pelos autores.

Conforme demonstrado no quadro acima, é notória a diferença entre os tributos que utilizam ou não o JSCP. Na tabela 8 a empresa remunerou-se em seus tributos um total de R$ 44.717,42 (quarenta e quatro mil, setecentos e dezessete reais e quarenta e dois centavos), encontrados a partir da adição da CSLL de R$ 29.931,59 (vinte e nove mil, novecentos e trinta e um reais e cinquenta e nove centavos) mais IRPJ a recolher de R$ 14.785,83 (quatorze mil, setecentos e oitenta e cinco reais e oitenta e três centavos), e onde não houve a utilização dos juros remuneratórios, a empresa pagou R$ 52.713,70 (cinquenta dois mil setecentos e treze reais e setenta centavos), somados a CSLL de R$ 34.650,71(trinta e quatro mil seiscentos e cinquenta reais e setenta e um centavos) mais IRPJ a recolher de R$ 18.062,99 (dezoito mil sessenta e dois reais e noventa e nove centavos).

Conforme ilustrado na Tabela 9 houve uma economia tributária de R$ 7.996,28 (Sete mil novecentos e noventa e seis reais e vinte oito centavos):

Apuração Fiscal com JSCP Apuração fiscal sem JSCP

(=) Lucro Bruto R$ 550.011,23 (=) Lucro do Exercício R$ 550.011,23 (-) JSCP R$ 72.906,61 (-) Comp. Prej. Fiscal R$ 165.003,37 (=) Lucro do Exer. R$ 475.104,62 (=) L.L Antes dos Tributos R$ 385.007,86 (-) Comp. Prejuízo Fiscal R$ 142.531,39 (-) CSLL R$ 34.650,71 (=) L.L Antes dos Tributos R$ 332.573,23 (-) IRPJ+10% R$ 72.251,97 (-) CSLL R$ 29.931,59 (=) Incent. Fiscal SUDENE R$ 54.188,97 (-) IRPJ+10% R$ 59.143,31 (-) IRPJ a recolher R$ 18.062,99 (=) Incent. Fiscal SUDENE R$ 44.357,48 (=) Result. do exercício R$ 332.264,16 (-) IRPJ a Recolher R$ 14.785,83

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RASM, Alvorada, v.10, n.1, p.32-47, Jan./Jun. 2020.

Tabela 9 - Comparação da Carga Tributária

Sem Juros Com Juros Economia Tributária

Contribuição Social devida

R$ 34.650,71 R$ 29.931,59 R$ 4.719,12 Imposto de Renda devido R$ 18.062,99 R$ 14.785,83 R$ 3.277,16

Total R$ 52.713,70 R$ 44.717,42 R$ 7.996,28

Fonte: Elaborado pelos autores.

4.4 Análise dos Resultados

Este estudo procura investigar qual seria o resultado do abatimento comparado dos JSCP na arrecadação do IRPJ da empresa A LTDA.

Sendo assim, analisou-se a importância do planejamento tributário e conhecimento da jurisprudência tributária brasileira, a fim de tirar proveito em seu benefício. Conforme o estudo realizado, a empresa poderia usar os juros remuneratórios como privilégios concedidos.

Com os resultados obtidos, o objetivo geral do estudo foi atendido, possibilitando evidenciar, por meios dos cálculos, os valores comparados com os juros e sem os juros, gerando uma economia tributária no valor R$ 7.996,28 (sete mil, novecentos e noventa seis reais e vinte oito centavos), um percentual de 15,17% (quinze e dezessete por cento). Quanto aos objetivos específicos, todos foram completamente atingidos e assim, reafirmando que a empresa poderia diminuir o ônus tributário se utilizassem os JSCP.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente artigo visa elucidar, mediante objetivo geral, identificar o impacto causado na economia tributária logo após o abatimento do JSCP, na empresa A LTDA, pode-se afirmar que o mesmo foi atingido.

Concluímos que é de essencial relevância utilizar o planejamento tributário com competência, fazendo-se uso de ferramentas e estratégias para reduzir os custos e aumentar os lucros. O estudo demonstrou que é notória a diferença entre os tributos que utilizam ou não os JSCP, identificando que a empresa teve uma economia de 15,17%, em que pagou um total de R$ 44.717,42 (quarenta e quatro mil, setecentos e dezessete reais e quarenta e dois centavos) e não houve a utilização dos juros remuneratórios. A empresa pagou R$ 52.713,70(cinquenta dois mil, setecentos e treze reais e setenta centavos), obtendo, portanto, uma economia tributária de R$ 7.996,28 (Sete mil, novecentos e noventa e seis reais e vinte oito centavos). Sendo assim, evidenciou-se juros sobre capital próprio como a melhor estratégia para empresa, pois gerou uma economia tributária.

Este estudo de caso teve como limitações os exercícios das empresas, e percebeu-se que a empresa teve dois prejuízos conpercebeu-secutivos nos últimos anos, tendo lucro líquido e tributo sobre lucro somente em 2014.

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Sugere-se para as pesquisas seguintes que apure mais exercício no lucro real que tenha dado lucro e que seja feito em outros ramos de empresa, em outros segmentos econômicos e com outras formas de diminuir a economia tributária.

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Referências

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