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Revista RN Econômico - Fevereiro de 1981

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V

ECONÔMICO

Revista mensal para homens de negócios

ANO XI - N2 120 - FEVEREIRO/81 - Cr$ 100,00

(2)

EM QUEIROZ OLIVEIRA

VOCE ENCONTRA SIMPLESMENTE

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o maior estoque de ferro e madeiras.

CONFIANÇA A QUEM CONSTROI

QUEIROZ OLIVEIRA

Comércio e Indústria Ltda.

(3)

^Da mesa do °iEditof

RNECONÚMICO

Revista Mensal para H o m e n s d e Negócios

Diretores-Editores Marcos Aurélio de Sá Marcelo Fernandes de Oliveira Redator-Chefe

Manuel Bacbosa Gerente Administrativo

Núbia S. Fernandes de Oliveira Redatores

Aderson França Josimey Costa Paulo de Souza Lima Foto da Capa

Ivanlsio Ramos Fotografias

João Garcia de Lucena Diagramação e Paginação

Fernando Fernandes de Oliveira Fotocomposição e M o n t a g e m

A n t ô n i o José Damasceno Barbalho Fortunato Gonçalves

Gonçalo Henrique de Lima Departamento de A r t e

Eurly Morais da Nóbrega Consultores

Alcir Veras da Silva, Alvamar Furtado, D o m A n t ô n i o Costa, Cortez Pereira, Dalton Melo, Dantas Guedes, Dióge-nes da Cunha Lima, Fernando Paiva, Genário Fonseca, Hélio Araújo, Jayme Santa Rosa, Joanilson de Paula Rêgo, João Frederico A b b o t t Galvão J r . , João W i l s o n Mendes Melo, J o r g e Ivan Cas-cudo Rodrigues, Manoel Leão Filho, Marco A n t ô n i o Rocha, Moacyr Duarte, Nelson Hermógenes Freire, Ney Lopes de Souza, D o m Nivaldo M o n t e , Oto-mar Lopes Cardoso, O t t o de Brito Guerra, Paulo Gonçalves, Severino Ra-mos de Brito, Túlio Fernandes Filho, Ubiratan Galvão.

R N / E C O N Ô M I C O Revista Mensal especiali-zada e m a s s u n t o s e c o n ô m i c o s - f i n a n c e i r o s d o Rio Grande d o N o r t e , é de propriedade de R N / E C O N Ô M I C O E M P R E S A J O R N A L Í S T I C A L T D A . CGC n ° 08286320/0001-61 Ende-reço: Rua Dr. J o s é G o n ç a l v e s , 687 Na-t a l - R N T e l e f o n e : 231-1873. C o m p o s i ç ã o e i m p r e s s ã o : E D I T O R A R N / E C O N Ô M I C O L T D A . CGC n ° 08423279/0001-28 Insc. Est. 20012932-5 - Endereço: Rua Dr. José Gonçalves, 687 N a t a l - R N T e l e f o n e : 231-3576. É proibida a r e p r o d u ç ã o t o t a l o u parcial de matérias, salvo q u a n d o seja citada a f o n t e . Preço d o e x e m p l a r : CrS 150,00. Preço da assinatura anual: CrS 1.000,00. Preço d o n ú m e r o a t r a s a d o : CrS 170,00.

E lá está o Rio Grande do Norte, como todo Nordeste, de novo às vol-tas com tempos ruins. Crise de chu-vas, crise de crédito, crise de liqui-dez. Do campo e da cidade partem as reclamações. E, no meio, está o Governo e seus técnicos, em postu-ra olímpica, pecando pela Jalta de criatividade. Falta essa,' aliás, anti-ga. A seca é um problema secular no Nordeste. O comércio de Natal, por sua vez, como atividade depen-dente e prestadora de serviços, arca com as consequências. E nada pode fazer, a não ser esperar pelas providências que não vêem e tratar de sobreviver como pode. E, no ge-ral, prevalece a incerteza. É um quietante e incômodo estado de in-certeza, nada propício ao desem-penho de atividades produtivas. Nesta edição, uma boa medida des-sa perplexidade pode ser inferida de uma declaração do experiente çorretor e empresário Manoel Ma-cedo, quando ele diz ser impossí-vel saber o que pode acontecer do dia para noite no mercado

Jihancei-F}[4 E C O N Ô M I C O

ro. Enfim, infelizmente, não há como veicular notícias agradáveis para o mundo econômico do Rio

Grande do Norte, embora não seja do feitio de RN-ECONÕMICO cul-tivar pessimismo. Contudo, esta publicação considera que se é nefas-ta a sistematização do pessimismo, pior ainda é tentar tapar os raios da verdade comedi peneiras.

O EDITOR

í n d i c e

Depoimentos Cassiano vê política do RN c o m o t i m i s m o Ambiente Estavatudopronto. Maspara um inverno 13 Crise

A g o r a o aperto é mesmo para valer.

Comércio

16

J u r o s liberados podem acabar c o m o crediário

Empresas de fora não assustam as de Natal

19

22

Ambiente

U m projeto prova que a Ribeira pode remoçar

Mercado Imobiliário

29 Inflação abalaatéa solidez daterra. 34

Investimento

Incertezas deixam o aplicador sem opções

Imposto de Renda

O Leão avança em cima do mais fraco.... 40 Abastecimento d'água Desencontro e n t r e o s m e i o s e o s fins 49 Seções H o m e n s e Empresas Olho Vivo Informações Econômicas. A r t i g o 4 24 46

Pague Menos Imposto de Renda. Causas básicas da inflação

44 50

Por um erro técnico o cré-dito d a foto da capa do nú-m e r o anterior — n ° . 119 — foi p a r a o fotografo Lenil-son A n t u n e s quando, na r e a l i d a d e , a autoria é de Argemiro Lima.

(4)

Honeens & Empresas

MARCOSA FAZ

ENTREGA

AMarcosa, revendedora Caterpillar no Rio Grande do Norte, acaba de entregar à Destilaria Baía Formosa S.A., do grupo Antônio Freire, um trator DCGD e uma carregadeira 930. O valor da transação foi de Cr$ 14 milhões.

CURSO SOBRE

PRODUTIVIDADE

O Centro de Assistência a Média e Pe-quena Indústria, (CAMPI), da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte -FIERN - teve como principal realização deste semestre a promoção, no período de 16 a 18 de março, do seminário sobre Controle de Qualidade e Produtividade na Indústrias da Cerâmica Vermelha. Res-ponsabilidade das palestras: professor Sebastião Pracidelli.

NOVA EMPRESA

DE ARQUITETURA

Mais um escritório de arquitetura se lan-ça em Natal com a disposição de firmar posição no mercado. É o ESPAÇO — Arquitetura e Ambietação A empresa é integrada por três arquitetas: Gracinha carrilho, Leila Vasconcelos e Nadja Pires.

C A M P A N H A PARA

NAVIO ATRACAR

A Associação Comercial do Estado está liderando a mobilização dos empresários no sentido de, juntamente com o Gover-no, tentar sensibilizar a direção do Loyde Brasileiro para que seus navios façam es-cala no porto de Natal. A exportação de cordualha pelo porto do RN depende da escala daqueles navios, o que evitará a necessidade de deslocamento da carga para outros Estados.

FÁBRICA DE BISCOITOS

NO GRANDE N A T A L

Já foi adquirido nas margens da rodovia Eduardo Gomes/Macaíba o terreno para a construção de uma fábrica de biscoi-tos. É a Cruzeiro do Sul, que pretende entrar em atividade no menor espaço de tempo possível.

POSSE DE FRANCISCO DE ASSIS NA COSERN

Foi das mais concorridas a posse do advogado Francisco de Assis Medeiros na direção administrativa da Cia. de Ser-viços Elétricos do Rio Grande do Norte

COSERN. No seu discurso de posse, o conhecido advogado potiguar traçou um rápido retrato de sua vida pública, destacando bem ter servido ao Governo Cortez Pereira e mostrando, ao mesmo tempo, a disposição de pôr toda a sua qualificação técnica a serviço da empresa de que ia participar. O gesto de Francis-co de Assis Medeiros teve uma repercus-são muito simpática, sobretudo porque

BÄNDERN INSTALA

OUTRA AGÊNCIA

O Banco do Estado do Rio Grande do Norte - BÄNDERN apesar dos percal-ços sofridos corri o prejuízo no "open market - logo recuperado, contudo — não abandona seu plano de expansão de agências. No dia 25 deste mês está inau-gurando mais outra no Rio Grande do Norte, desta feita em Touros.

ele mais uma vez comprovou a firmeza do seu caráter e a lealdade, traços mar-cantes de sua vida. Na foto, momento em que o novo diretor Administrativo da COSERN era cumprimentado pelo enge-nheira Vauban Bezerra de Faria, Secretá-rio de Transportes. O grande número de pessoas que foi prestigiar a posse de Francisco é sinal também de que o gesto do Governo indicando-o para aquele pos to foi recebido com simpatia, consideran-do-se a sua reconhecida competência, já demonstrada em inúmeros postos que ocupou com destaque.

APERN CONSEGUE

B O M RESULTADO

Em tempos onde a palavra mais pronun-ciada é "crise", o balanço da APERN, que vai publicado nesta edição- de RN-ECONÔMICO, causou boa repercussão A empresa de poupança tipicamente do Rio Grande do Norte tem sabido enfren tar com muita agressividade a concorrên-cia que tem surgido na praça.

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VENDAS RÁPIDAS DO

"COSTA B R A V A "

O conjunto de apartamentos "Costa Brava", na estrada do Jiqui, perto do campo do América, lançado por BEZER-RA IMÓVEIS, teve suas vendas quase todas realizadas em tempo verdadeira-mente recórde. Mesmo com as dificulda-des de dinheiro, quase houve fila de compradores.

OPEL A M P L I A SUA

L I N H A DE VENDAS

A Opel, empresa que se dedica à comer-cialização de equipamentos contra incên-dio e material de segurança pessoal, aca-ba de ampliar* sua linha de vendas, pas-sando a atuar com equipamentos de sal-vatagem, exigidos pela Capitania dos Portos em todas embarcações. Desta for-ma, a empresa veio preencher uma lacu-na existente no mercado local, vendendo foguetes pirotécnicos, salva-vidas e con-junto de salva-vidas, rações de abando-no, além de uma infinidade de produtos considerados de urgência e necessários a navegação. Todos os equipamentos ven-didos pela Opel têm o aval do Departa-mento de Portos e Costas - DPC.

RECEITA APERTA

A FISCALIZAÇÃO

A Delegacia da Receita Federal em Na-tal, a exemplo do que está acontecendo em todo o País, também está intensifi-cando a fiscalização às declarações de renda dos profissionais através do pro-cesso de cruzamento. 0 "cruzamento" detecta quantias pagas aos profissionais e não anotadas nas declarações.' Tudo é cobrado com juros e correção monetária.

NOVA C A M P A N H A

SERÁ L A N Ç A D A

A Caderneta de Poupança BANDERN está com uma nova campanha publicitá-ria para lançar. Houve uma concorrência entre algumas agências e a vencedora foi a DUMBO. 0 BANDERN está disposto a investir para implantar uma boa imagem de sua Caderneta de Poupança.

BOMBAS T E M E M U M A

CRISE BEM MAIOR

Os revendedores de gasolina de Natal estão temendo uma crise maior ainda nas vendas com o novo aumento do produ-to. Todas as alternativas já foram estuda-das pelo Sindicato do setor no sentido de melhorar a rentabilidade dos postos. Mas em vão. O consumo de gasolina já caiu em cerca de 50% em Natal, segun-do as estimativas, desde que se iniciaram os atuais ciclos de aumento.

FERNANDO LUTA

POR INCENTIVO

Ganha consistência a iniciativa do presi-dente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte, Fernando Bezerra, no sentido de dotar o Estado de uma siste-mática de incentivos capaz de atrair para o território potiguar um número significa-tivo de novas empresas. O exemplo to-mado é o esquema adotado pelo Gover-nador Virgílio Távora do Ceará, onde Fer-nando estudou demoradamente o que vem acontecendo no setor. A intenção do presidente da FIERN é tentar provar ao Governador Lavoisier Maia a viabilida-de da providência, como uma das alter-tivas para a economia do Rio Grande do Norte.

A R R E N D A M E N T O DO

OTHON FOI POR

CINCO ANOS

O Certter Othon Hotel - que se ini-ciou como Center Hotel — foi arrendado pelo grupo Othon ao empresário Manoel Macedo por um prazo de cinco anos. O ' Center foi construído quase inteiramente com recursos próprios do empresário, que desenvolveu grandes esforços para tocar o projeto. Só na fase de aquisição de mobililario é que teve de recorrer a financiamentos. Após a inauguração, no fim do ano passado, ainda funcionou al-gum tempo com a pretensão de explorá-lo de acordo com os planos originais. Mas até que foi fechado o contrato de arrendamento com o grupo hoteleiro que, desta forma, começa a atuar em Natal depois de marcar presença em qua-se todo o país.

JORNAIS T A M B É M VÃO

COBRAR JUROS $

Os jornais de Natal decidiram cobrar juros nas faturas com prazos superior a 30 dias a partir deste mês. Vai ser na base de 6%. As empresas jornalísticas, segundo a queixa mais comum dos em-presários do setor, poucas vezes são vis-tas como negócio onde, como qualquer outro, a rentabilidade é fundamental para o seu bom funcionamento. Os jornais de Natal também estão sentindo a crise, es-pecialmente com o brutal encarecimento do material importado para o sistema "off-set", sobretudo filmes. Com o custo industrial elevado, têm de encarecer o custo do espaço para os anunciantes, o que piora ainda mais a situação num mercado frágil como o de Natal. Contu do, o preço do espaço da maioria dos órgãos de imprensa do Rio Grande do Norte não chega nem a metade dos co brados no Recife, enquanto o percentual de leitor, em relação ao número de habi tantes, é bem maior.

S E M I N Á R I O SOBRE

SOLOS FOI A D I A D O

Em consequência da situação da inde finição criada com as chuvas de março deixando muitos prefeitos e vereadores impossibilitados de se afastarem dos seus municípios, RN-ASSESSORIA ECONÔ MICA E TREINAMENTO PROFISSIONAL LTDA , decidiu adiar para uma próxima oportunidade a realização do Seminário Sobre Parcelamento do Solo Urbano e Cobrança da Dívida Ativa da Fazenda Pública, inicialmente marcado para 19 e 20 de março no auditório do SESC. Já com um bom número de inscrições, a organização do Seminário teve de aten der a apelas de Prefeitos e vereadores

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A Turma da Pesada

(e a mais completa linha de implementos)

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D e p o i m e n t o s

CASSIANO VÊ POLÍTICA

DO RN COM OTIMISMO

No segundo depoimento da série com jornalistas políticos do Rio Grande do

Norte, R N / E C O N Ô M I V O ouviu" Cassiano A r r u d a Câmara, do Diário de Natal. Sua coluna diária — Roda Viva — não .é especificamente política mas é nas suas entrelinhas que as pessoas bem informadas vão buscar a essência dos acontecimentos políticos. Sem ser subjetivo em seu estilo, precioso ou rebuscado, Cassiano tornou-se, sem o querer, um mestre na arte de dar recados nas entrelinhas de suas informações geralmente concisas e, às vezes, até aparentemente sem significado. Mas porque todos sabem que ele é bem informado, todos

compreendem que as suas informações sempre têm uma origem determinada,

não são meras especulações e, não raro, são apenas indícios de certos acontecimentos. Por isso a coluna de generalidades de Cassiano A r r u d a é tão política como a dos outros especialistas. Além do fato dele

acompanhar, com uma curiosidade que não pode disfarçar, o dia-a-dia da vida política do Rio Grande do Norte constituindo-se num excelente

confidente de tudo quanto é raposa do raposal político do'Estado, segundo mesmo os seus termos usuais. R N / E C O N Ô M I C O considera, pois, imprescidível o depoimento de Cassiano A r r u d a nesta série em que tenta compor, com pintores diversos, o quadro político do Rio Grande do Norte.

Ml TH*

• •

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DEPOIMENTOS

RN/ECONÔMICO — Para come-çar, como definiria, de modo geral, o atual quadro político do Estado?

CASSIANO ARRUDA — Dizer que é confuso, termina sendo apenas a confirmação do óbvio. Mas, o quadro é confuso, porque também retrata u m a transição. Dupla transição! Es-t a m o s chegando ao fim de um perío-do na vida nacional, marcaperío-do pelo movimento militar de 1964, para vol-t a r m o s a uma normalidade democrá-tica. E, do ponto de vista estadual e s t a m o s chegando ao fim de um ci-clo. O mesmo ciclo iniciado em 1960 e marcado pela bipolaridade de duas lideranças personalísticas.

RN/ECONÔMICO — No que seria um outro ângulo da mesma pergunta: o quadro atual está confuso ou, no fundo de tudo, gira em torno das mesmas antigas questões, a rivali-dade básica entre o aluizismo e o dinartismo?

CASSIANO ARRUDA — A manu-tenção dessa bipolaridade impediu o s u r g i m e n t o de outras lideranças. Co-mo a ideologia de uma liderança era — e continua sendo — o combate di-reto a outra, todas as tentativas de formação de uma terceira força fra-c a s s a r a m atropeladas pelos dois ad-versários, que nessas horas atuaram sem unidos em perfeita sintonia, garantido a sobrevivência mútua.

Por razões biológicas e pelas pró-p r i a s mudanças na vida estadual, te-nho razões para acreditar que o ciclo iniciado em 60 está chegando ao f i m . A eleição de 1978 marca o início d e s t e processo, que pode se comple-tar até 82, quando — acredito — t e r e m o s o último pleito ainda marca-do pelas divisões destes últimos vin-te anos.

RN/ECONÔMICO — Acredita que pode haver uma renovação política, com o deslocamento de novas lide-ranças, ou o quadro vai continuar o mesmo com os herdeiros do aluizismo e do dinartismo?

CASSIANO ARRUDA — A época é propícia para uma renovação, espe-cialmente porque o pluripartidarismo só se implantará furando o cerco fa-miliar que dominou a política parti-dária do Estado, notadamente de-pois de 64 e cuja característica m a r c a n t e ficou sendo o filhotismo, um fenômeno que não pode ser con-f u n d i d o com o processo de renova-ção.

Se as opções políticas deixarem de ser tomadas apenas pela preferência v

Dix-huit: sem o relacionamento dos de uma cor, de um nome, de uma mú-sica, ou de uma família, então vamos t e r a hora em que outros critérios se-rão adotados e então o irreversível processo de renovação será desen-cadeado.

RN/ECONÔMICO — Na sua opi-nião, como homem que tem estado inteirado de tantos entendimentos e manobras políticas, porque um Rosa-do ainda não chegou ao Governo Rosa-do Estado, quando ninguém lhe nega capacidade?

outros Rosados em Natal

CASSIANO ARRUDA — Há um equívoco na formulação da pergunta. E m 1950 Dix-Sept Rosado chegou ao Governo do Estado, registrando a maior vitória eleitoral de nossa his-tória política contemporânea. Se os s e u s irmãos — Dix-huit e Vingt — não seguiram o mesmo caminho, talvez seja porque nenhum dos dois conseguiu um relacionamento mais aberto em Natal, cuja comuni-d a comuni-d e pesou nas três escolhas feitas pelos militares de 70 para cá.

(9)

DEPOIMENTOS

huit era apontado como " U m polí-tico odiento, um candidato de Mos-s o r ó " .

RN/ECONÔMICO — Acha que Aluízio, nos tempos atuais — aí tam-bém entra um pouco da experiência do homem de publicidade — ainda conseguirá manter o mesmo carisma?

CASSIANO ARRUDA — 0 líder p o p u l a r , n o r m a l m e n t e , é mau polí-tico. Ele tem a p e n a s de se explicar p a r a a m a s s a . E Aluízio Alves exer-ceu muito bem e s s e papel, tendo na s u a disposição de luta, o combustí-vel q u e movimentou sua carreira du-r a n t e anos, q u a n d o bdu-rigou com a Jus-tiça, r o m p e u com a Universidade, en-g a l f i n h o u - s e com os e s t u d a n t e s , g u e r r e o u a Política Militar, duelou com o funcionalismo público, comba-t e u os comba-t r a b a l h a d o r e s nos Sindicacomba-tos, atritou-se com o e m p r e s a r i a d o quan-do a u m e n t o u o imposto, e não divi-diu o Poder com n e n h u m dos seus aliados.

H o j e o sr. Aluízio Alves não de-m o n s t r a tanto apetite para brigar. Pelo contrário. Vem se mostrando um hábil político conciliador. Sua expe-riência de e m p r e s á r i o deve ter aguça-do s u a capacidade de negociar, apro-ximando-o de adversários e até de inimigos pessoais. Na minha opinião o líder popular Aluízio Alves acabou d u r a n t e o Governo Tarcísio Maia, q u a n d o surgiu o bom político que tro-cou a luta pelo acordo, a briga pelo e n t e n d i m e n t o , a disputa pelo con-chavo. Quero dizer bem claro, entre-t a n entre-t o , q u e as vientre-tórias eleientre-torais não são privilégio das lideranças popula-r e s ou dos h á b e i s políticos. São es-tilos de atuar, que, q u a n d o correta-m e n t e aplicados, alcançacorreta-m os correta- mes-m o s objetivos. E o f a t o de não ser m a i s um líder popular não inviabi-liza s u a c a n d i d a t u r a .

RN/ECONÔMICO — Na sua opi-nião, a Prefeitura do Natal, mesmo com o apoio ostensivo do Palácio Potengi, é capaz de levar alguém para o Governo, como há uma pre-tensão com José Agripino, em se tratando de eleições diretas?

CASSIANO ARRUDA — Não acre-dito q u e nem a Prefeitura nem o apoio do Palácio possam levar al-g u é m p a r a o Governo por eleição di-r e t a . Uma boa administdi-ração pode j u s t i f i c a r u m a candidatura. Se não t i v e s s e havido o Movimento de

1964, o sr. Djalma Maranhão seria fa-t a l m e n fa-t e candidafa-to ao Governo do E s t a d o , m e s m o contrariando o

Palá-cio, q u e naquele t e m p o havia mu-d a mu-d o mu-de nome para Palácio mu-da Espe-r a n ç a . José AgEspe-ripino vem Espe-realizando u m a boa administração e quem tra-b a l h a tra-b e m , g a n h a condições de con-q u i s t a r o voto do povo.

RN/ECONÔMICO — A propósito: acredita em eleições diretas?

CASSIANO ARRUDA — Sim. M a s acredito t a m b é m que a eleição d i r e t a v e n h a com algo mais. As sub-I e g e n d a s , por exemplo.

RN/ECONÔMICO — No seu en-tendimento, pode haver o tal "cha-pão''?

CASSIANO ARRUDA — Há cinco ou seis m e s e s que a Roda Viva vem

P o d e r prefiram dividí-lo irmãmente, p r o l o n g a n d o o atual ciclo por mais t e m p o .

RN/ECONÔMICO — Acredita que, algum dia, o Rio Grande do Nor-te possa superar o radicalismo das rivalidades políticas para um traba-lho em comum em prol da superação dos seus graves problemas econô-micos?

CASSIANO ARRUDA — Acho q u e e s t a é u m a oportunidade p a r a se fa-zer u m a revisão na matéria. Hoje, es-tou convencido de que não é o radica-lismo q u e deve ser responsabilizado

Apoio a Carlos Rosado: indício de união

l e v a n t a n d o esta hipótese. Não é ape-n a s palpite, desejo ou exercício de f u t u r o l o g i a , m a s informações e s o b r e t u d o d e d u ç õ e s . Os acordos polí-ticos são próprios dos fins de cada f a s e política. Quando se sentem a m e a ç a d a s , as oligarquias se enten-d e m e procuram enten-divienten-dir o Poenten-der. C o m o acredito q u e e s t a m o s no fim de u m ciclo e que os cargos a preen-c h e r são mais numerosos do que os r e p r e s e n t a n t e s das aligarquias a disputá-los então prevejo o q u e não d e s e j o . No episódio da eleição da Me-sa d a Assembléia as famílias Alves, M a r i z , Maia e Rosado f e c h a r a m com o R o s a d o , C a r l o s Augusto, provando q u e a união é possível.

P a r a nào perderem o bolo todo e m 82, é provável que os donos do

p e l a s p e r d a s que o Estado vem cole-c i o n a n d o ultimamente, m a s a falta de espírito público e de amor a t e r r a de a l g u n s dos seus líderes. A política-p a r t i d á r i a de Mossoró s e m política-p r e foi m a r c a d a pelo radicalismo, m a s nunca i m p e d i u q u e suas lideranças se unis-s e m p a r a conunis-seguir unis-s e m p r e maiunis-s pa-ra a c i d a d e e papa-ra a região.

Assim m e s m o , acho que e s s e radi-calismo está com os dias contados. Pelo m e n o s esse radicalismo e m ter-m o s d e p e s s o a s ou de fater-mílias.

RN/ECONÔMICO — Na sua car-reira de observador político, chegou a deparar-se com outra situação no Estado semelhante a essa, de total in-definição? Ou essa indefinição é apenas aparente e, de fato, há acertos.

(10)

DEPOIMENTOS

Hl DUCAMPO

"J O Lojão da Agropecuária

CASSIANO ARRUDA — Não vivi o período da redemocratização, em 1946, m a s é bem provável que esteja-mos vivendo tempos parecidos.

Sobre a indefinição de agora, acre-dito q u e nessa crise vai aparecer um elemento catalizador, da mesma ma-neira que em 1978: dinheiro. Acordos terão de ser feitos, simplesmente porque nenhum dos grupos isolados pode custear a movimentação de uma campanha eleitoral em todo o Estado.

Motores "Yanmar

Batedeiras de Cereais "Laredo"

Arados "Lavromec"

Carretas "Fanavia

DUCAMPO - Agro Ind. e Com. Ltda

M A T R I Z : Praça Augusto Severo n°. 89/91 — Ribeira Fones: 222-4590 - 222-4434

F I L I A L : R. Dr. Mário Negócio, 1469 — Alecrim Fone. 222-4557 - Natal-RN.

INTERIOR: Joào Câmara — Nova Cruz — e Caioó

10

Lavoisier: fruto dò Tarcisismo?

RN/ECONÔMICO — Acha que o Tarcisismo é um fenômeno polí-tico ou ele apareceu apenas pela cir-cunstância de Tarcísio Maia ter sido governador com plenos poderes num momento difícil para o Estado?

CASSIANO ARRUDA — Defino o tarcisismo como o filho indesejado do dinartismo e do aluizismo. O tar-cisismo foi gerado com os afagos do dinartismo e nutriu-se no adesismo do aluizismo. Hoje é amaldiçoado por a m b o s .

RN/ECONÓMICO — Acha Tar-císio bom político ou só um adminis-trador de pulso?

CASSIANO ARRUDA — Acima de t u d o um bom político. Na primeira oportunidade destruiu os concorren-t e s imediaconcorren-tos, calou os ouconcorren-tros correli-gionários e aliou-se com os adversá-rios. Sem liderança popular, gover-vou sem contestação e ainda fez o su-cessor que quis com a concordância e até os aplausos da " o p o s i ç ã o " . (E não se culpe o AI-5, pois Cortez Pereira sofreu a mais vigilante das oposições no auge do arbítrio).

RN/ECONÔMICO — Considera que José Agripino terá forças para cavar um espaço próprio no cenário político sem o auxílio da máquina do Poder?

CASSIANO ARRUDA — A respos-ta p a r a a pergunrespos-ta 6 dá a minha opi-nião sobre essa questão.

RN/ECONÔMICO — Qual o seu candidato a Governador do Rio Grande do Norte, não levando aí em consideração amizade ou preferên-cia pessoal, mas por achar o que te-nha realmente a condição de tirar o Estado do atual marasmo?

CASSIANO ARRUDA — Quem sou eu p a r a lançar candidato ... Procuro analisá-los, acompanhar o processo de escolha. Pelo tipo de jornalismo q u e procuro fazer, a opção pessoal por um candidato — por qualquer razão —- significa minha retirada do a s s u n t o como colunista. Assessorei J e s s é Freire em 78. Por isso, Roda

Viva deixou de acompanhar a

elei-ção do Senador, passando a cobrir o u t r o s assuntos. Isso, por respeito ao leitor. Agora, vejo alguns bons m e s surgindo, mas entre um bom no-m e e uno-m bono-m candidato vai uno-ma e n o r m e distância. De qualquer ma-neira torço para que o povo tenha o direito de optar. E havendo condi-ções dos candidatos se comunicarem com o povo, então vamos poder es-colher b e m . Além do mais, aprendi com o majó Theodorico que previsão s o b r e política com mais de seis meses n ã o t e m valor.

RN/ECONÓMICO — Acha que o que tem deixado confuso o Governo Lavoisier Maia tem sido só o azar das

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DEPOIMENTOS

Geraldo fixou-se como candidato em Ceará Mirim

duas secas ou ele não conta real-mente com quadros capazes?

CASSIANO ARRUDA — Como não torci para o sr. Lavoisier Maia ser Governador, nem brindei a sua esco-lha, fico muito tranquilo para falar. Acho que se está sendo muito exi-g e n t e no julexi-gamento do Governo que não vem sendo nem melhor nem pior do q u e os últimos que tivemos, exce-to o Governo Cortez Pereira, que teve u m a concepção mais ampla de admi-nistração e de desenvolvimento. M u i t a s vezes se julga o Governo La-voisier pela figura do Governo ou pela sua eloqüência, quando existem outros indicativos. O fato de fixar um médico em cada município é — com toda a certeza — o maior feito de S a ú d e Pública conseguido por qual-q u e r Governo no Rio Grande do Nor-te. Na seca mesmo, o Governo tem algo a mostrar. Sem procuração de advogado do Governo atual, eu per-g u n t o : dentro desta concepção de Go-verno, o que estava sendo feito por outro Governador?

Evidentemente que não daria o p r ê m i o de criatividade, nem de bri-lhantismo ao Governo atual, mas não posso excluí-lo do "feijão com arroz" q u e temo's tido na administração e s t a d u a l .

RN/ECONÔMICO — Lavoisier é bom político?

CASSIANO ARRUDA — Ele come-çou o Governo tendo uma bancada de 19 deputados a apoiá-lo, no Parti-do Parti-do Governo ou na "linha auxi-l i a r " do MDB. Hoje, pensa contar com 14 na Assembléia Legislativa. Um bom político não subtrai nem divide.

RN/ECONÓMICO — Ê possível unir o PDS no RN e, se ele fosse uni-do, seria imbatível nas urnas?

CASSIANO ARRUDA — É possí-vel unir o PDS potiguar." Acho que o Palácio do Planalto pode uní-lo mui-to b e m . Unido, seria imbatível poli-t i c a m e n poli-t e . Imbapoli-tível numa eleição o n d e valessem as estruturas das che-fias, que continuam sendo corteja-d a s por tocorteja-dos os cancorteja-dicorteja-datos lançacorteja-dos até o presente. Sua derrota significa-ria a quebra das atuais estruturas. Algo como uma revolução pelo voto. Aí teríamos o começo de um novo ci-clo. M a s é bom não esquecer a di-f e r e n ç a entre di-fato político e di-fato elei-toral.

RN/ECONÓMICO — Acha possí-vel a candidatura de José Agripino a sucessão de Lavoisier, com todo apoio do PDS?

CASSIANO ARRUDA — A candi-d a t u r a é possível. Agora, se é capaz de unir o PDS, nem com bola de cris-tal se pode responder. A primeira vista parece que não une. Não une p o r q u e a família Rosado diz que não aceita mais um Maia. Mas, se repete muito esses dias que " a política é d i n â m i c a " .

RN/ECONÔMICO — Foi precipi-tada a ação de Geraldo Melo em lan-çar-se candidato?

CASSIANO ARRUDA — Acho que n ã o . 0 Vice-governador com a movi-mentação que fez em Ceará-Mirim

conseguiu fixar-se como candidato. M a s ele sabe que até 82 muitas á g u a s vão correr, e o importante é e s t a r no páreo. Pelo que tenho obser-vado, as maiores restrições a candi-d a t u r a Geralcandi-do Melo não vêm candi-de s e u s adversários. Ouvi de alguns in-t e g r a n in-t e s da família Alves que se Aluízio não for candidato, a segunda opção é Geraldo. E na eventualida-de eventualida-de um chapão?

O movimento do dr. Geraldo pode até comprovar que eu não sou o úni-co a acreditar na possibilidade dte um

chapão...

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Ambiente

EST AVA TUDO PRONTO.

MAS PARA UM INVERNO

Os esquemas do Governo eram como se este ano fosse certa a volta do inverno.

O Rio Grande do Norte até que está preparado para recuperar parte dos prejuízos perdidos com as duas últimas secas e tem um esquema ra-zoável acionado. Só o Banco do Brasil tem operações de crédito para custeio agrícola contratadas num montante de Cr$ 9 bilhões. A CIDA, por sua vez, preparou-se para distri-buir cerca de duas mil toneladas de sementes, a maioria selecionadas. E a EMATER-RN tem pronto um ambi-cioso programa para funcionar aco-plado a projetos como o Sertanejo e Polonordeste com vistas à assistência ao pequeno produtor rural.

O problema é que tudo só pode funcionar se houver boas chuvas nes-te período comumennes-te invernoso e nos últimos três anos sistemática e implacavelmente seco. Neste princí-pio de março todo esse esquema já começava a entrar em ebulição. Sem chuva suficiente, mesmo a semente de boa qualidade não germina e o custeio agrícola se transforma em di-nheiro perdido.

IMPREVIDÊNCIA - Pelas

decla-rações dos técnicos, verifica-se mais uma vez o estado de imprevidência generalizada. Tudo foi preparado co-mo se o Nordeste estivesse atraves-sando um ciclo climático absoluta-mente normal e não existisse uma previsão de cientistas sérios, como os de São José dos Campos, a respeito de um longo período de estiagem. As advertências da imprensa, dos políticos e dos técnicos não ligados ao Governo não foram levadas em consideração. Resultado: o programa para a área agrícola foi todo elabora-do para tempos normais.

Na pesquisa que RN-ECONÔMI-C O fez em vários setores, pouco ou-viu falar na alternativa da seca e mui-to de números e planos otimistas. A-liás como tema de cogitação dos téc-nicos existem as duas secas

passa-f ' "

O rebanho ameaçado e vulnerável, as populações do campo de novo afrontadas

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A M B I E N T E

das. Essa que se configura parece ser apenas uma cogitação remota.

A Secretaria da Agricultura, por exemplo, segundo explica o seu titu-lar, Ronaldo Fernandes, está muito preocupada com dois "programas novos para dar alimentação ao po-vo. "Um é o da Cidade Hortigranjei-ra que, na realidade, não é propria-mente novo e o outro é o PAGUE-MENOS, destinado a oferecer produ-tos básicos (feijão, arroz, farinha, óleo comestível e farinha d« milho) à população de baixa renda por preços inferiores aos do mercado.

CONTINUIDADE - Ê claro, no

entanto, que os efeitos e a presença das secas anteriores estão sempre presentes no Rio Grande do Norte de agora. O Secretário Ronaldo Fer-nandes afirma que muitos serviços iniciados em função das estiagens es-tão tendo continuidade.

— Vamos dar continuidade a to- Ronaldo: continuar os planos

-UM RECURSO ESQUECIDO:

A IMAGINAÇÃO

Além da inconstância do clima o Nordeste tem tido outro inimigo na sua longa história de sofrimentos em consequência das secas: a falta de criatividade dos homens para a tentativa de soluções alternativas. Por isso, as estiagens encontram o nordestino sempre num estado de quase passividade, caracterizada por uma espera amarga pelas chu-vas que não aparecem no tempo certo e pelos recursos do Governo Federal, também quase sempre a-trasados e difíceis.

A prova de que, com algum es-forço e imaginação, é possível pelo menos atenuar uma boa parte do impacto das secas está num projeto que o Prefeito Aldo Torquato, de João Câmara, está tentando en-campar e que nasceu da experiên-cia aparentemente singular de al-guns agricultores mas, na realidade, que pode ser de extrema utilidade. Trata-se simplesmente de um siste-ma de cisternas para aparar as águas das chuvas e 'armazená-las para a época de escassez. Uma idéia simples, como a velha, mas

sempre atual, história do ovo de Colombo.

UMA GRANDE BACIA - É como se fosse uma grande bacia em que a água da chuva fosse apa-rada. O Prefeito viu algumas dessas cisternas e ficou impressionado com a simplicidade e a viabilidade da idéia. Numa delas, do agricultor

José Celestino de Souza, a constru

ção foi feita à margem da estrada. Quando chove diz Aldo a água escorre e é canalizada para o depósito, por gravidade. A construção é de cimento e tem ca-pacidade para acumular 100 mil li-tros d agua.

A idéia engenhosa aproveita uma característica da região do Mato Grande, onde chove espaçadamen-te mas em grande inespaçadamen-tensidade. Por extensão, se adaptaria para as cha-madas "secas verdes" que vêm ocorrendo no Rio Grande do Nor-te, pois chove muito no início do ano e depois pára. A cisterna ar-mazenaria a água caída no começo. Só que, segundo Aldo, o seu

pen-í - m \

Cisternas: solução simples

samento é o de construir, pelo me-nos, uma rede de cinco cisternas públicas, cada uma com capacidade para acumular 20 milhões de litros d'água.

— Essas cisternas — especifica — seriam construídas de acordo com as técnicas necessárias de mo-do a garantir a higiene e a preser-vação da água.

As cisternas que existem no mo-mento são em propriedade particu-lar e seus donos, naturalmente, não permitem o uso por todo mundo.

— Já na cisterna pública não. Seria para uso em comum. — diz o

(15)

A M B I E N T E

dos bs programas do Governo esta-dual, como reformas de açudes, per-furação de poços públicos e particu-lares, acelerar os trabalhos de pereni-zação dos rios, eletrificação rural, im-plantação do projeto Boqueirão na Serra do Mel, apoio às Cooperativas continuação do programa da forra-geira no interior, incentivo a caprino e a ovicultura e o peixamento dos açudes. — disse ele.

Na área da agricultura, o Governo tem se preocupado muito com a en-trega de títulos de terra a alguns co-lonos.

Na CIDA, seu Diretor-Técnico, Ti-lon Gurgel, mostra-se entusiasmado com o que ele cham de "estratégia de abastecimento de insumos agro-pecuários. "Essa estratégia se baseia em duas formas: primeiro a rede própria, composta por uma rede de 35 postos que cobrem todo. o Esta-do; a segunda, através das Coopera-tivas Agrícolas pelo sistema de ven-das por consignação. Afirma Tilon

Prefeito de João Câmara.

Segundo seus cálculos, cada uma dessas cisternas ficaria ao cus-to de CrS 2 milhões. Técnicos da Secretaria da Agricultura já estive-ram na área examinando o sistema e ficaram de voltar este mês, para que todo o plano seja detalhado para posterior encaminhamento a Sudene. A pretensão do Prefeito Aldo Torquato é construir cisternas nas localidades de Oiticica, Nazaré, São Geraldo, Palestina e Pereiras.

As cisternas teriam também telas para filtragem da água e seriam

construídas ao lado de riachos.

que o agricultor tem acesso ao insu-mo de várias maneiras, principalmen-te, através de convênios com institui-ções financeiras.

FALTA SÕ A CHUVA - E, de

uma maneira geral, os técnicos do, setor agrícola do Governo mantêm esse otimismo nos programas. Na primeira quinzena de fevereiro, quando ainda estava razoavelmente acesa a chama da esperança no in-verno, o Secretário Ronaldo Fernan-des mencionou uma reunião que se-ria realizada, em fins de março, com todos os titulares da Pasta da Agri-cultura do Nordeste. Àquela altura embora as chuvas já rareassem e não se ouvisse mais o canto do "caboré" ainda havia um certo otimismo. Po-rém, poucos dias depois já se dese-nhava uma situação trágica com as notícias de seca no Piauí e no Ceará, da morte de gado na região Agreste do Rio Grande do Norte e agrava-mento da situação no alto sertão de Pernambuco. Então, a reunião pre-vista para o fim de março foi anteci-pada — e não foi só uma. Por várias vezes os secretários da Agricultura da Região foram convocados ao Recife para reuniões urgentes no prédio da SUDENE, a mais importante das quais com a presença do próprio Mi-nistro Mário Andreazza, que passou 6 comandar pessoalmente as provi-dências para aliviar a situação.

Aliás, tudo se processou tão rapi-damente que o Ministro quase não acreditou. Talvez porque seus asses-sores, como sempre, não tenham transmitido a realidade nordestina. E os técnicos se portam sempre assim.

O Banco do Brasil, por exemplo, continua afirmando que as operações para a liberação do financiamento para custeio agrícola se processam com "maior rapidez do que para to-mar dinheiro emprestado a um 'agio-ta", segundo a expressão do chefe da Carteira Agrícola, Antão Carnei-ro. E garante que tudo continua mui-to normal nessa área, que os juros são os mesmos do ano passado para custeio agrícola, etc.

O fato é que já quase não resta dúvida sobre uma terceira seca. Só mesmo um milagre poderá modificar as perspectivas. E, talvez, seja mais viável um milagre de Deus para o Rio Grande do Norte do que provi-dências efetivas do Governo para ajudar o seu povo a superar a in-constância do tempo.

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Crise

AGORA O APERTO È

MESMO PRÁ VALER

O comércio de Natal nunca esteve tão assustado com a situação econômica.

Não pode haver a menor dúvida: é a situação mais vexatória que o co-mércio, de Natal já atravessou nos úl-timos dez anos. E uma das piores de sua existência. Parece ser o clímax

— e rezam muitos para que não seja um anticlimax, ainda, de um grave impasse que se vem configurando através de doses homeopáticas de efeitos letais saídas do inesgotável re-ceituário do Ministério da Fazenda e

cujo objetivo final é deter o progresso de consumo.

Os lojistas de Natal — segundo a impressão transmitida pelo próprio presidente do CDL, Zildamir Soares de Maria — ficaram particularmente impressionados com o desabafo d o empresário Luiz Eulálio Vidigal, da Federação das Indústrias de S ã o Paulo, quando ele disse que "já esta-mos em plena crise da demanda e,

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As vendas são cada vez mais reduzidas

16

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agora, vamos entrar na crise da liqui-dez". Essas palavras, vindas de um empresário paulista, foi mais um aler-ta de que aler-também este ano não se deve esperar boas coisas para o co-mércio de Natal que emprega um contingente de 14 mil pessoas — com carteira assinada — e mais umas seis mil em atividades afins, perfazendo cerca de 20 mil.

AS BARREIRAS - O funil em

que se encontra o comércio natalen-se é bastante estreito em natalen-seu conduto final. O grande passo para a situação atual foi a limitação da expansão do crédito em 4 5 % , no ano passado, justo num momento de grande retra-,ção das vendas por conta da crise

provocada pela dupla estiagem. Este ano, houve uma ligeira folga nessa margem, passando para 5 0 % , mas veio a liberação da taxa de juros.

— Essa limitação é como uma al-gema em nossos pulsos. — diz um lojista.

O aumento das taxas de juros, por sua vez, não provocou uma redução na procura: permaneceu o desequilí-brio entre a oferta e a procura, com predominância da primeira. Os juros ficaram em torno de 8 % a 9 % na área dos bancos particulares e de 6 % na do Banco do Brasil.

Os comerciantes procuraram solu-ções alternativas. Por exemplo: nu-ma reunião bastante nervosa, o Clu-be de Diretores Lojistas procurou provar, com gráficos e índices, que não tinha sentido uma loja financiar suas vendas a prazos curtos de dois e três meses e não cobrar qualquer ju-ro. Uma parte dos lojistas concordou que o raciocínio tinha a sua lógica; a outra parte discordou. Foi marcada, então, uma segunda reunião para di-rimir todas as dúvidas e com a parti-cipação de um número maior de em-presários lojistas. Mas nessa segunda reunião persistiu o mesmo impasse: a maioria não aceitou a sugestão para cobrar os juros. A alegação também era bem convincente e residia na possibilidade de afastar ainda mais o consumidor das vendas à prazo. Na realidade, esse setor estava bastante desfalcado, pois nunca os índices de fichamento negativo foram tão gran-de para os primeiros meses do ano — quase 1.500 — com o pormenor , agravante de já serem clientes

passa-dos por um processo de filtragem e muitas exigências.

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CRISE

M u i t a gente olha as vitrines mas poucas se animam realmente a comprar

MAIS SINTOMAS - E os

sinto-mas da crise são um nunca acabar. Um lojista revela, pedindo reservas para sua identidade, que uma impor-tante fábrica de móveis de São Paulo lhe tem oferecido seus produtos pe-los preços que vigoravam em outu-bro do ano passado.

— E mesmo com tanta vantagem — porque realmente é uma grande vantagem — nós não pudemos acei-tar a oferta. E isso por um motivo muito simples: não há a menor dis-ponibilidade financeira para que se possa fazer estoque, seja ele qual for.

A liquidez caiu a extremos, o rigor do SPC não consegue filtrar clientes suficientemente capazes de cumprir com os pagamentos, numa prova de que a questão já não é só de integri-dade e as compras se reduzem ao absolutamente necessário, caindo acentuadamente os eletrodomésticos nos índices de venda.

RESISTÊNCIA - Mas com

to-dos esses fatores negativos, ainda há algum saldo positivo. E esse saldo é posto na conta de uma maior racio-nalização na condução de todos os negócios. Numa sondagem feita com todo o critério e minúcia por RN-ECONÔMICO ficou constatado que não há o menor rumor de insolvên-cia no comércio de Natal por conta desses problemas. Há dificuldades, apertos, muita preocupação. Mas ninguém chegou ao ponto de

insol-vência. O próprio Zildamir admite: — Com toda a sua fragilidade, o comércio de Natal é estável. Os co-merciantes, de uma forma ou de ou-tra, vêm se conscientizando e se fa-miliarizando com as melhores formas de enfrentar os tempos difíceis. Não comprar demais, não procurar gran-des lucros para não afastar demais os clientes tradicionais, prazos ra-zoáveis, enfim, uma série de medidas corretas e capazes de garantir a

so-brevivência de cada um.

Na presente situação, todos ficam aguardando com muita ansiedade os pronunciamentos e as novas medidas de Delfim Neto. Nos últimos anos, os comerciantes de Natal, aprenderam, na carne, que por trás de cada uma medida dessas está um mundo de consequências. Por enquanto, foi possível, mal ou bem, ir suportando essas consequências. Mas não se sa-be até quando. Mudanças locais, intermunicipais e interestaduais Representante em Natal Queiroz e Carvalho Transporte e Representações Ltda.

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Comércio

JUROS LIBERADOS PODEM

ACABAR COM O CREDIÁRIO

Com os juros altos e a mercadoria cara a venda pelo

crediário se transforma em mau

negócio para o natalense.

Não há índices precisos: mas Natal é uma das cidades onde, percentual-m e n t e , o copercentual-mércio de vendas à pra-zo tem mais movimento no Brasil. Mas o sistema está seriamente ameaçado. Culpa: a liberação dos juros. Desde que foi anunciada a li-beração, a Associação Comercial manifestou-se logo contra as

inevi-1 táveis consequências f u t u r a s para

as vendas pelo crediário. Essas con-sequências já se fazem sentir. O alto preço das mercadorias — se-g u n d o os lojistas —, aliado ao impac-to dos juros, transforma o cusimpac-to fi-nal de um produto comprado por prazos além de seis meses em sim-plesmente insuportável para um

as-salariado médio. O mesmo ocorre com o financiamento de veículos.

PROBLEMA — Para Vera Lúcia

de Souza, Gerente de Rocha's Maga-zini, o problema está sendo dimen-sionado além do razoável. " N ã o houve queda acentuada nas vendas pelo crediário. 0 ano não foi dos me-lhores. Mas a crise é geral em todo o país e acho normal a diminuição nas vendas. Essa diminuição, con-tudo, não dá para assustar nin-g u é m " .

No setor de carros, de um modo geral, caíram as vendas pelo crediá-rio. Em contrapartida, melhoraram muito as vendas à vista. Esta é a

informação de Paulo Coutinho Fi-lho, gerente da GRANORTE. Se-g u n d o ele as vendas à prazo vêm se tornando cada vez mais difíceis, apontando as elevadas taxas de juros cobrada pelas financeiras como fator principal. Outro é a diminuição do t e m p o para pagamento. Com as ta-^xas elevadas, e os prazos diminu-tos, as prestações ficam tão altas que poucos conseguem pagá-las.

As financeiras também sentem o problema. Nelson Hermógenes, Di-retor da RIONORTE, afirma que é uma constante, após cada aumento dos preços das mercadorias, aconte-cer uma retração por parte do con-sumidor, mas, depois de algum tem-po, tudo volta à normalidade. " N a atualidade, os aumentos estão ocor-rendo em altos níveis e de modo constante, afugentando certa faixa de clientes. Por conta disso, a Asso-ciação das Financeiras vem se preo-c u p a n d o preo-com o problema, que é a c a u s a da diminuição acentuada em s e u s negócios. Se a procura dos bens diminui, logicamente os financia-mentos caem t a m b é m " .

Tudo isso, segundo Nelson Her-mógenes, se constitui uma grande

I

As lojas que atuam pelo crediário sentem também o peso dos juros

(20)

COMÉRCIO

a m e a ç a p a r a todo o setor q u e lida di-r e t a m e n t e com o p di-r o b l e m a do fi-n a fi-n c i a m e fi-n t o , q u e r seja d a s fifi-nafi-n- finan-c e i r a s p a r a a s firmas, ou, d e s t a s para o c o n s u m i d o r .

TENTATIVAS — Em meio aos

p r o b l e m a s existentes com relação às v e n d a s pelo crediário, existem as t e n t a t i v a s p a r a encontrar u m a solu-ção.

Na opinião de Paulo Coutinho Filho, G e r e n t e da GRANORTE Veí-culos, no setor de venda d e automó-v e i s , a solução seria u m a maior par-ticipação da r e d e b a n c á r i a , facili-t a n d o ao máximo os desconfacili-tos de d u p l i c a t a s , e s t e n d e r os financia-m e n t o s e financia-m até 24 financia-m e s e s e estabele-c e r u m a taxa de juros j u s t a , q u e não e l e v a s s e t a n t o o preço final do. pro-d u t o .

No comércio de confecções, por e x e m p l o , na opinião de Vera Lúcia de Souza, g e r e n t e da R o c h ' s Maga-zini, a melhor solução seria operar u n i c a m e n t e no sistema 1 mais 3, o n d e t a n t o p a r a o v e n d e d o r , como p a r a o comprador, há v a n t a g e n s : a firma pode operar por um prazo r e l a t i v a m e n t e curto de 90 dias, co-m u co-m e co-m todos os negócios, e o clien-t e , a d q u i r i n d o n e s clien-t e prazo, clien-t e m a fa-cilidade de conseguir um preço de a c o r d o com s u a s possibilidades, s e m o ô n u s de elevadas t a x a s de j u r o s . Ainda na opinião de Vera Lú-cia, o a u m e n t o de prazo de financia-m e n t o não é a solução p a r a nin-g u é m , u m a vez que os preços das m e r c a d o r i a s ficariam muito altos. " S e h o u v e s s e u m a diminuição nos j u r o s , aí sim, teríamos a solução pa-ra o p r o b l e m a da venda à c r é d i t o " .

Olavo Gusmão, G e r e n t e da Casa J ú n i o r , é realista n e s s e ponto de vista. Para ele, a longo prazo nin-g u é m t e m mais condições de v e n d e r n a s circunstâncias atuais, a não ser financiando através de financeiras. A adoção de v e n d a s pelo s i s t e m a 1 m a i s 3 não seria a solução ideal e explica p o r q u ê : " E x i s t e m determi-n a d o s tipos de mercadorias q u e , pelo s e u alto preço, é difícil ao consu-m i d o r adquirí-la. E o caso da gela-d e i r a , televisor, etc., q u e , se vengela-di- vendi-d a s e m até 90 vendi-dias, pouca g e n t e tem condições de comprar, u m a vez q u e , a s p r e s t a ç õ e s seriam b e m eleva-d a s , eliminaneleva-do as coneleva-dições eleva-de a q u i s i ç ã o da maioria dos c l i e n t e s " .

OUTRAS SOLUÇÕES — E

evi-iBhá

A moda em Natal vende menos

d e n t e q u e os q u e lidam com as ven-d a s pelo creven-diário vêm t e n t a n ven-d o a c h a r um denominador c o m u m p a r a sair da crise atual. M a s não é fácil encontrá-lo e m meio a t a n t o s proble-m a s , principalproble-mente no q u e diz res-p e i t o ao res-p e q u e n o res-poder aquisitivo do consumidor n a t a l e n s e . V e n d e r ex-c l u s i v a m e n t e à vista, ex-como ex-chegou a s e r cogitado por a l g u m a s firmas, p o s i t i v a m e n t e não é solução viável p a r a o problema, pois d e t e r m i n a d o s tipos d e mercadorias de alto valor, n ã o poderiam ser c o m p r a d a s . Para a G e r e n t e de Roch's Magazini, Vera Lúcia, o q u e o comércio precisa é v e n d e r mais para sobreiver. Uma m e d i d a q u e , s e g u n d o ela, seria be-n é f i c a e daria be-novas cobe-ndições para

t o d o s , deveria partir dos fornecedo-r e s , v e n d e n d o pofornecedo-r pfornecedo-reços accessí-v e i s e estabelecendo um prazo ideal d e p a g a m e n t o , e m até 9 0 / 1 2 0 dias.

No mercado do eletrodoméstico, a solução, na opinião de Olavo Gus-m ã o , seria encontrar-se u Gus-m " Gus-m e i o t e r m o " que conseguisse bons resul-t a d o s p a r a vendedores e compra-d o r e s . Com a compra-diminuição compra-dos j u r o s p a r a u m a taxa mais convincente e a u m e n t o do prazo em até 15/24 m e s e s , seriam atingidos dois obje-tivos principais para os q u e lidam no setor: Dar condições ao cliente de m a i o r p o d e r aquisitivo de comprar n u m prazo q u e lhe convier e, tam-b é m , ao de menor poder aquisitivo, d e adquirir mercadorias por u m pra-zo rapra-zoável e a um preço d e acordo com a s s u a s possibilidades.

FINANCEIRAS — As financeiras

t a m b é m estão sentindo o p r o b l e m a d e r e t r a ç ã o por p a r t e dos clientes.

Nelson H e r m ó g e n e s , Diretor da RIONORTE, acha isso normal, ten-do e m vista a situação de crise q u e a t i n g e todo o País. As operações c o n t i n u a m simples, com o m e s m o s i s t e m a sendo cumprido: Cadastro do cliente com todas as informa-ç õ e s . q u e será analizado e aprovado, a p ó s e x a m e da comprovação dos ren-d i m e n t o s e ren-dos ren-dois avalistas exigi-d o s , q u a n exigi-d o então será autorizaexigi-da a l i b e r a ç ã o do valor do financiamento p r e t e n d i d o . Os financiamentos con-20 RN/ECONÔMICO - Fevereiro/1981

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t i n u a m para os setores de eletrodo-mésticos, automorores e pessoal.

Com relação aos juros, realmente elevados, explica Nelson Hermóge-nes q u e é fruto de uma a s c e n s ã o na-cional, notadamente após a libera-ção das taxas por parte do Governo.

Em 1980, as fihanceiras tinham um crescimento previsto na ordem de 150%. Mas em maio, o Banco Central taxou esse crescimento em a p e n a s 4 5 % , originando um grande desestímulo no setor, uma vez que todos estavam eufóricos com um crescimento de 170% registrado nos m e s e s de janeiro a maio. Com a limi-tação dos financiamentos, o Banco Central fez ainda o escalonamento d e s s e crescimento, ao longo de 12 m e s e s , com os valores atribuídos p a r a cada mês, variando de acordo com as entradas e pagamentos no caixa e obrigando as financeiras a um controle rigoroso no dia a dia para saber em qual dia se po-dia financiar mais ou menos. Isso resultou numa certa preocupação, pois algumas financeiras ficaram re-ceosas de financiar uma quantia q u e , de qualquer forma, viesse no final ultrapassar os 45% estabeleci-dos pelo Banco Central e retiveram s e u s financiamentos, ficando a q u é m da taxa de crescimento esta-belecida.

AUMENTOS DE LUCROS —

Para muitos, o aumento de juros trouxe para as financeiras um lucro relativamente alto. Todavia, na opi-nião de Nelson Hermógenes, este fato não aconteceu. As taxas de ju-ros, hoje, alcançam índices nunca vistos. Mas isso não significa super-lucros para as financeiras, pois a medida que os juros aumentam, a u m e n t a também os juros do papel que é vendido. Além disso, essa liberação faz aumentar a concor-rência entre as financeiras e nin-g u é m quer colocar uma taxa muito alta em relação a outra, pois pode significar a perda de muitos clien-t e s .

No setor de venda de automóveis, os lucros praticamente continuaram os mesmos. Segundo Paulo Cou-tinho, embora as vendas tenham a u m e n t a d o bastante em conse-quência do lançamento da linha de carros a álcool, o aumento dos j u r o s não significou aumento dos lu-cros da firma, mas veio a onerar o

COMÉRCIO

Nelson: controle rigoroso

PERSPECTIVAS — Sob dois

as-pectos, Nelson Hermógenes diz da sua expectativa em face do assunto: em termos de Brasil, o ano será di-ficílimo, conforme as próprias palavras do Presidente da Repúbli-ca e dos seus Ministros; em termos do Rio Grande do Norte, a situação, com relação às financeiras, é dife-r e n t e . Houve uma melhodife-ra nos li-mites anteriores de crescimento, q u e passou de 45 para 50% sobre o resultado final de 31 de dezembro p a s s a d o . "Isso já é um g r a n d e alen-to em poder crescer mais 5 % , mes-mo levando-se em consideração que o aumento excessivo dos preços de b e n s de consumo que acarretam di-minuição na procura de financia-mentos.

No setor do comércio de eletro-domésticos, Olavo Gusmão de Faria é de opinião que 1980 foi um ano a p e n a s regular, e as perspectivas para 1981 são de que o Governo tomará providências para que o se-tor não pereça, realizando algumas modificações importantes na polí-tica atual, procurando, desta forma, evitar um colapso.

No setor de confecções, existe esperança em 1981, pois tudo indica que algumas exigências dos comer-ciantes serão levados em conside-ração e, mesmo com a libeconside-ração dos juros, haverá um consenso de maneira a não elevar em demasia os preços. No entender de Vera Lúcia de Souza, se forem atendidas as pretensões junto aos fornecedores, de elevar os prazos de pagamen-tos de 30/60 para 60/90 dias, o

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Comércio

EMPRESAS DE FORA NÃO

ASSUSTAM AS DE NATAL

Lojistas natalenses acham que a implantação de

empresas de fora criará uma saudável concorrência.

Muito embora Natal seja conside-rada uma das mais pobres praças comerciais do país nos últimos anos vem surgindo a possibilidade da vinda de poderosas e m p r e s a s de outros estados, o que se começa a se concretizar, agora, com a constru-ção das Lojas Americanas, na Aveni-da Rio Branco." Os comerciantes lo-cais, no entanto, não encaram com inquietação essa concorrência, ale-gando que Natal, apesar de toda cri-se. possui um impressionante índi-ce de liquidez e que mais e m p r e s a s significam mais empregos e, em con-sequência, maior número de consu-midores.

A concorrência, como foi coloca-do pela maioria coloca-dos comerciantes locais, trará grandes benefícios à cidade e à população em geral, for-çando o aperfeiçoamento das empre-sas natalenses e fazendo com que as pessoas não saiam mais de Natal para fazer compras. A f r a s e que, segundo os comerciantes, define bem a situação é: " q u a n t o mais ca-bras, mais cabritos".

LM MERCADO PROMISSOR —

O presidente do Clube de Diretores Lojistas, Zildamir Soares, afirmou que há cerca de cinco ou seis anos são ouvidos rumores sobre a vinda

para Natal da Mesbla, Lojas Ame-ricanas e Supermercados Bompreço. " I s s o , porém, não nos assusta, por-que o mercado é bastante promis-s o r " , dipromis-spromis-se. A população conpromis-sumi- consumi-dora de Natal, conforme colocou, é constituída basicamente de funcio-nários públicos e de militares, sendo o restante uma clientela bas-tante flutuante.

Uma consequência positiva da instalação da Mesbla, por exemplo, que vende também eletrodomésti-cos, seria um incremento das ven-das ven-das lojas do ramo, porque aquela e m p r e s a vende muito, mas cobra ca-ro. "Logicamente — prosseguiu — quanto mais conseguirmos continuar somente com firmas locais na cidade, melhor. Com a chegada de firmas de fora, no entanto, as locais serão for-çadas a se aperfeiçoarem para con-c o r r e r " . E con-concon-cluiu: " q u a n t o mais cabra . . . "

Radir Pereira, diretor-presidente do grupo A Sertaneja, começou ex-p r e s s a n d o sua oex-pinião com a mesma f r a s e de Zildamir, "resquícios de q u a n d o era comerciante no inte-r i o inte-r " , explicou. Com base em sua

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As Lojas Americanas, em fase de implantação, a primeira que vem de fora

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COMÉRCIO

l a r g a experiência nesse setor da economia, declarou q u e , q u a n d o a b r e filiais e m outras c i d a d e s do E s t a d o , encontra a preocupação dos c o m e r c i a n t e s locais, o q u e depois d e s a p a r e c e .

" D e acordo com l e v a n t a m e n t o s feitos, a população n a t a l e n s e sai m u i t o p a r a comprar fora, e m Forta-leza ou Recife. Com as g r a n d e s lojas vai comprar aqui e, por isso, o v o l u m e de v e n d a s d a s e m p r e s a s lo-cais vai a u m e n t a r . A clientela vai c o m p a r a r os preços e n t r e lojas e e n t r e praças comerciais e, por isso, acho muito bom que e s s a s e m p r e -s a -s v e n h a m . Se eu p u d e -s -s e , até l h e s alugaria um p o n t o " , concluiu.

RESTRIÇÕES AO NÚMERO —

E m b o r a , de u m modo geral, a inva-são de e m p r e s a s na praça comercial da cidade t e n h a sido a c a t a d a de b o m g r a d o por todos os comercian-t e s encomercian-treviscomercian-tados, a l g u m a s rescomercian-tri- restri-ções foram feitas. Um dos mais tra-dicionais comerciantes de Natal Luís Cavalcanti, da Casa d a s Má-q u i n a s , apresentou p a r t e d e s s a s restrições.

F r i s a n d o não ser contra a instala-ção d a s g r a n d e s e m p r e s a s de fora, declarou q u e é contra o seu n ú m e r o . " S o u contra, tanto aqui como em q u a l q u e r outro lugar do Brasil, que os g r u p o s de fora, além de aqui se i n s t a l a r e m , t o m a n d o o lugar de ou-tros da própria t e r r a , ainda coloquem uma loja em cada bairro, a exemplo do q u e fez o Mini-Preço. Deveria ser d e t e r m i n a d o o n ú m e r o de lojas q u e poderiam ser e s t a b e l e c i d a s " . Esclareceu, ainda, que q u a n t o mais logistas no seu .ramo, melhor, por-q u e " e u trabalho e não olho para c r i s e " .

O p r e s i d e n t e da Associação Co-mercial do Rio Grande do Norte, Airton Soares, t a m b é m vê muitos benefícios advindos da p r e s e n ç a de g r a n d e s e médios estabelecimentos comerciais de fora em Natal e colo-ca q u e , a p e s a r d a s p e q u e n a s organi-zações sofrerem um forte impacto n o s primeiros t e m p o s , p o d e r ã o se r e c u p e r a r .

Afirmou que a concorrência para as e m p r e s a s locais será muito forte d i a n t e de o f e r t a s muito mais acessí-veis dos grupos de fora. Salientou, e n t r e t a n t o , a existência de várias f a i x a s de mercado e o aspecto, a seu ver, mais positivo: a v a n t a g e m do Governo com a maior arrecadação

de Imposto sobre Circulação de Mer-cadorias — ICM.

MAIS EMPREGOS — " Q u a n t o

mais g e n t e no comércio, melhor; isso proporciona maior m e r c a d o de t r a b a l h o , porque são mais estabele-c i m e n t o s a dar e m p r e g o , e mais construções a absorver mão-de-obra. E isso r e p r e s e n t a mais capital de giro e em muito maior n ú m e r o de p e s s o a s a c o n s u m i r " . A declaração é do comerciante João Olímpio, pro-prietário da Galeria Olímpio, q u e só vê benefícios na existência de mais lojas e m Natal.

A concorrência, conforme expli-cou, não seria insuperável, p o r q u e as g r a n d e s e m p r e s a s vão e n f r e n t a r ou-t r a s dificuldades aqui, como o ICM e o preço das fontes de aquisição de mercadorias. O poder aquisitivo do n a t a l e n s e , embora baixo, melho-r a melho-r á , no seu e n t e n d e melho-r , com a maiomelho-r circulação de riquezas r e s u l t a n t e s de u m a nova situação.

Os altos custos operacionais das g r a n d e s lojas t a m b é m f o r a m fa-t o r e s colocados para d e s m i s fa-t i f i c a r a concorrência das Lojas Americanas, por exemplo. A opinião foi emitida por Alcides Araújo, diretor-presiden-te do grupo Alcides Araújo Ltda., responsável pela Rio C e n t e r .

C o m p a r a n d o o comércio com um bolo, disse q u e a fatia diminuirá pa-ra todos, e q u e m r e a l m e n t e g a n h a mais com a vinda das firmas é a po-pulação e o Estado; o comércio,

con-t u d o , irá melhorar, acon-té pela concen-t r a ç ã o de mais lojas em uma só rua.

SUPERMERCADOS — J o s é

Ge-raldo de Medeiros, p r e s i d e n t e da As-sociação de Supermercados do Rio G r a n d e do Norte e diretor do Nor-d e s t ã o , t e m , por sua vez, a l g u m a s r e s e r v a s com relação a um g r u p o co-m o o Boco-m Preço eco-m Natal:

" O ideal seria o Governo oferecer incentivos financeiros e isenções às e m p r e s a s comerciais locais, porque à s vezes as de fora r e c e b e m muito mais b e n e f í c i o s " . José Geraldo não a q u i s detalhar q u e tipo de incentivos reivindica, adiantando q u e já enca-minhou pedidos n e s s e sentido à Se-cretaria da Indústria e Comércio.

M e s m o , porém, sem os incentivos solicitados, afirmou q u e é possível e n f r e n t a r a concorrência, q u e já exis-t e e m Naexis-tal. O concorrenexis-te são os S u p e r m e r c a d o s Mini-Preço. E Kalil H a z b o n , seu diretor comercial, disse:

" N a t a l já é bem servida de super-m e r c a d o s . Nós e s t a b e l e c e super-m o s usuper-m critério de p e r c e n t a g e m de popula-ção por loja construída e, com mais s u p e r m e r c a d o s , a f r e g u e s i a será di-vidida. O que será muito bom para o consumidor, q u e vai c o m p a r a r os p r e ç o s e ver onde à mais vantajoso c o m p r a r . Nós, entretanto, e s t a m o s s e g u r o s do serviço q u e p r e s t a m o s à população e não vamos ser prejudi-c a d o s " .

comunique-se com o grupo executivo

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3

816

1 tronco — 6 ramais 2 troncos — 10 ramais 829

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4 troncos —*10 ramais 6 troncos — 30 ramais 860

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Referências

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