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Acurácia de diagnósticos de enfermagem na unidade de terapia intensiva

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Academic year: 2021

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ALEXSANDRA MARTINS DA SILVA

ACURÁCIA DE DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

Dissertação submetida ao Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina para obtenção do Grau de Mestre em Enfermagem.

Área de Concentração: Filosofia e Cuidado em Saúde e Enfermagem.

Linha de Pesquisa: Cuidado em Saúde e Enfermagem nas Situações Agudas e Crônicas de Saúde.

Orientadora: Dra. Kátia Cilene Godinho Bertoncello

FLORIANÓPOLIS 2018

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por cuidar de todos os detalhes da minha vida.

Aos meus pais, Nelson e Marlei, pelo amor incondicional, pelas palavras de incentivo e pelas orações. Minha eterna gratidão.

À minha irmã Emilly, por ser o melhor presente que Deus me deu. Te amo!

À minha família, em especial meus avós Romeu e Judite, por todos os ensinamentos e orações. Minha afilhada Évelyn, por ser a princesa da dinda, e aos queridos Gustavo, Aline e Mateus, por todo o carinho e apoio. Às minhas amigas, Aline, Maritania e Josiane, por me ouvirem sempre, pelas horas de conversa e pela amizade que permanece independente da distância.

Aos presentes que Florianópolis me deu, Haide, Camila, Marcia, Pollyana e Mirelly, sem vocês não teria conseguido chegar até aqui, gratidão pelos momentos compartilhados e por se tornarem minha família aqui.

À Tatiana, pela amizade, carinho, apoio e incentivo.

À minha orientadora, Prof.ª Dra. Kátia Cilene Godinho Bertoncello, por me acolher e compartilhar seus conhecimentos. És fonte de inspiração! Obrigada por me tornar uma profissional e um ser humano melhor e me guiar pelo universo da pesquisa.

Aos membros do Laboratório de Pesquisas no Cuidado de Pessoas em Situações Agudas de Saúde (GEASS) pelos momentos compartilhados.

À Universidade Federal de Santa Catarina e ao Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, por proporcionarem um ambiente de aprendizagem.

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Aos membros da Banca Examinadora, por contribuírem com o estudo.

Aos profissionais que atuam na Unidade de Terapia Intensiva, que gentilmente aceitaram participar do estudo.

Aos pacientes, que mesmo de modo indireto, contribuíram com a realização desse estudo.

A todos os mestres, profissionais, amigos e colegas que já passaram ou permanecem em minha vida, e que contribuíram de alguma forma com minha trajetória.

Muito obrigada a todos!

O presente trabalho contou com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001.

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SILVA, Alexsandra Martins da. Acurácia de Diagnósticos de Enfermagem na Unidade de Terapia Intensiva. Dissertação (Mestrado em Enfermagem). Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2018. 140p. Orientadora: Dra. Kátia Cilene Godinho Bertoncello

RESUMO

Introdução: A acurácia dos diagnósticos de enfermagem tem importante papel na escolha de intervenções de enfermagem adequadas e coerentes com as reais necessidades dos pacientes. Objetivos: Avaliar a acurácia dos diagnósticos de enfermagem documentados na prática clínica pelos enfermeiros, no cuidado aos pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva. Método: Estudo documental, transversal, retrospectivo, de caráter descritivo, com análise quantitativa dos dados. A coleta de dados foi realizada na Unidade de Terapia Intensiva de um hospital público do Oeste de Santa Catarina no período de março a maio de 2018. A amostra foi composta pelos nove enfermeiros atuantes na unidade e os 122 prontuários de pacientes internados de 01 de dezembro de 2016 a 30 de novembro de 2017, selecionados por meio de amostragem aleatória simples. A avaliação da acurácia dos diagnósticos de enfermagem foi feita por meio Escala de Acurácia dos Diagnósticos de Enfermagem-2 que possui quatro itens, avaliando a presença, relevância, especificidade e coerência das pistas existentes para o diagnóstico em avaliação. Resultados: Participaram do estudo nove enfermeiros, 100% do sexo feminino, com idade média de 31,67 anos, tempo de formação de dois a 17 anos com tempo médio de 7,8 anos. Quanto a titulação seis são especialistas em Unidade de Terapia Intensiva, sendo um mestre em enfermagem, dois especialistas em cardiologia e um em médico cirúrgico. O tempo que classifica os Diagnósticos de Enfermagem na prática clínica, variou de um a três anos, com média de dois anos. Foram avaliados 122 prontuários, sendo identificados 809 diagnósticos de enfermagem, média de 6,64 títulos diagnósticos por paciente. Os títulos diagnósticos mais frequentes foram: nutrição desequilibrada, menos que as necessidades corporais (98,4%), seguido de déficit no autocuidado (96.7%), risco de infecção (92,6%), troca de gases prejudicada (71,3%), risco de integridade da pele prejudicada (54,9%), risco de glicemia instável (46,7%). A maioria dos diagnósticos de enfermagem 665 (82,2%) foi avaliada como sendo altamente acurada, 64 (7,9%) com acurácia moderada, 54 (6,6%) com acurácia baixa e 26 (3,2%) com acurácia nula. Para além disso a Revisão Integrativa permitiu identificar três categorias:

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O desenvolvimento do raciocínio clínico e de habilidades intelectuais melhora a acurácia e a capacidade diagnóstica dos enfermeiros; O enunciamento de Diagnósticos de Enfermagem acurados favorece a escolha de ações de enfermagem mais adequadas e eficazes para a promoção da saúde; Diferentes diagnósticos podem ser aceitáveis, mas o enfermeiro deverá identificar aquele que melhor expressa a resposta humana de acordo com os dados coletados do paciente/família/comunidade. Conclusão: O desenvolvimento desta pesquisa possibilitou identificar que os diagnósticos elencados, possuem predominantemente alta acurácia. Indicador fundamental na implementação do Processo de Enfermagem na instituição estudada, os quais evidenciam que o raciocínio diagnóstico dos enfermeiros pesquisados tem sido realizado de forma efetiva. Estudos sobre a acurácia diagnóstica permitem ampliar o conhecimento dos graus de acurácia, visto que um Diagnóstico de Enfermagem acurado, condizente com o estado do indivíduo, família ou comunidade, é essencial para a realização do planejamento e implementação de intervenções de enfermagem, a fim de alcançar resultados compatíveis com as necessidades dos pacientes. Palavras-chave: Acurácia; Unidades de Terapia Intensiva; Enfermagem; Diagnósticos de Enfermagem; Precisão da Medição Dimensional; Processos de enfermagem.

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ABSTRACT

Introduction: The accuracy of nursing diagnosis plays an important role in the choice of adequate nursing interventions consistent with the patients' real needs. Objectives: To evaluate the accuracy of nursing diagnoses documented in clinical practice by nurses in the care of patients admitted to the Intensive Care Unit. Method: Documentary, cross - sectional, retrospective, descriptive study, with quantitative data analysis. Data collection was performed at the Intensive Care Unit of a public hospital in the west of Santa Catarina from March to May 2018. The sample consisted of the nine nurses working at the unit and the 122 patient records of hospitalized patients from December 1st 2016 from November 30th 2017, selected by means of simple random sampling. The assessment of the accuracy of the nursing diagnoses was made through the Nursing Diagnosis Accuracy Scale-2, which has four items, evaluating the presence, relevance, specificity and coherence of the existing clues for the diagnosis under evaluation. Results: Nine nurses, 100% female, with a mean age of 31.67 years, with training time of two to 17 years, with a mean time of 7.8 years participated in the study. As for the titration, six are specialists in Intensive Care Unit, one nursing master, two specialists in cardiology and one in surgical physician. The time that ranks Nursing Diagnostics in clinical practice ranged from one to three years, with an average of two years. A total of 122 medical records were evaluated, with 809 nursing diagnoses identified, with a mean of 6.64 diagnostic titles per patient. The most frequent diagnostic titles were: unbalanced nutrition, less than body needs (98.4%), followed by self-care deficit (96.7%), infection risk (92.6%), impaired gas exchange (71.3% %), risk of impaired skin integrity (54.9%), unstable glycemic risk (46.7%). Most of the 665 (82.2%) nursing diagnoses were evaluated as being highly accurate, 64 (7.9%) with moderate accuracy, 54 (6.6%) with low accuracy and 26 (3.2%) with accuracy. In addition, Integrative Review has identified three categories: The development of clinical thinking and intellectual skills improves the accuracy and diagnostic capacity of nurses; The enunciation of accurate nursing diagnoses favors the choice of nursing actions that are more adequate and effective for health promotion; Different diagnoses may be acceptable, but the nurse should identify the one that best expresses the human response according to the data collected from the patient / family / community. Conclusion: The development of this research made it possible to identify that the diagnoses listed are predominantly high accuracy. A fundamental indicator in the implementation of the Nursing Process in the studied

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institution, which evidences that the diagnostic reasoning of the nurses researched has been carried out in an effective way. Studies on diagnostic accuracy allow to increase the knowledge of degrees of accuracy, since an accurate Nursing Diagnosis, consistent with the individual, family or community status, is essential for the planning and implementation of nursing interventions in order to achieve results compatible with patients' needs.

Keywords: Accuracy; Intensive Care Units; Nursing; Nursing Diagnosis; Dimensional Measurement Accuracy; Nursing Process

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Fluxograma de coleta e seleção dos estudos...41 Figura 2. Sistema operacional SEstatNet® para cálculo da

Amostra...59 Figura 3. Sistema operacional SEstatNet® para Amostragem Aleatória

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Caracterização dos estudos acerca da acurácia dos

Diagnósticos de

Enfermagem...43

Quadro2: Variáveis do estudo

...61 Quadro 3: Escala de acurácia dos Diagnósticos de Enfermagem – EADE- Versão 2...65 Quadro 4: Sistema de pontuação das respostas – EADE – Versão 2...66 Quadro 5: Orientações para utilização da EADE – Versão 2. ...68 Quadro 6: Estatística descritiva do grau de acurácia e das categorias de acurácia dos rótulos diagnósticos documentados segundo a EADE-2...76

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Frequência de resposta aos itens da Escala de acurácia dos

Diagnósticos de Enfermagem - Versão 2

...81 Tabela 2: Distribuição da frequência dos Diagnósticos de Enfermagem

com foco no problema e no risco

...91 Tabela 3: Frequência dos diagnósticos de enfermagem conforme domínio

e classes da NANDA-I

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS BDENF Base de dados de enfermagem BVS Biblioteca Virtual de Saúde

CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

CEP Comitê de Ética em Pesquisa CINAHL CINAHL Databases

COFEN Conselho Federal de Enfermagem COREN Conselho Regional de Enfermagem

DE Diagnósticos de Enfermagem

EADE Escala de acurácia dos Diagnósticos de Enfermagem

GEPESAE Grupo de estudos de processo de enfermagem e sistematização da assistência

HE Histórico de Enfermagem

LILACS Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde

NANDA-I North Americam Nursing Diagnosis Association International

NANDA North Americam Nursing Diagnosis Association

NIC Classificação das Intervenções de Enfermagem NOC Classificação dos Resultados de Enfermagem

PE Processo de Enfermagem

PUBMED National Center for Biotechnology Information

RI Revisão Integrativa

SAE Sistematização da Assistência de Enfermagem SCIELO Scientific Electronic Library Online

SPSS Statistical Package for the Social Sciences

SUS Sistema Único de Saúde

TCLE Termo de Consentimento Livre Esclarecido UDESC Universidade do Estado de Santa Catarina UFSC Universidade Federal de Santa Catarina UFFS Universidade Federal da Fronteira Sul

UNOCHAPECÓ Universidade Comunitária da Região de Chapecó UTI Unidade de Terapia Intensiva

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SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ... 21 2. OBJETIVOS ... 27 2.1 OBJETIVO GERAL ... 27 2. 2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ... 27 3. SUSTENTAÇÃO TEÓRICA ... 29 3.1 PROCESSO DE ENFERMAGEM ... 29

3.2 DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM NANDA-I VERSÃO 2018-2020 ... 31

4. REVISÃO DE LITERATURA... 37

4.1 MANUSCRITO 1: ACURÁCIA DE DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM: REVISÃO INTEGRATIVA ... 37

5. MÉTODO ... 57

5.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA ... 57

5.2 LOCAL DE ESTUDO ... 57

5.3 PARTICIPANTES DO ESTUDO ... 58

5.5 COLETA DE DADOS ... 63

5.8 ASPECTOS ÉTICOS DA PESQUISA ... 69

6. RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 71

6.1 MANUSCRITO 2 - GRAU DE ACURÁCIA DOS DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM EM UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ... 71

6.2 MANUSCRITO 3: DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA: FOCO NO PROBLEMA E NOS RISCOS ... 87

7. CONCLUSÃO ... 107

REFERÊNCIAS ... 108

APÊNDICES ... 115

APÊNDICE A – PROTOCOLO PARA REVISÃO INTEGRATIVA DE LITERATURA ... 117

APÊNDICE B - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO- ENFERMEIROS ... 123

APÊNDICE C- INSTRUMENTO DE COLETA DOS DADOS SOCIODEMOGRÁFICOS DOS ENFERMEIROS ... 126

APÊNDICE D – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO- PACIENTES... 128

ANEXOS ... 131

ANEXO A - ESCALA DE ACURÁCIA DE DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM-VERSÃO 2 (EADE-2) de MATOS, 2010. ... 133

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ANEXO B – AUTORIZAÇÃO PARA USO DA ESCALA DE ACURÁCIA DE DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM: VERSÃO 2 (EADE-2) ... 136 ANEXO C - DECLARAÇÃO DE CIÊNCIA E CONCORDÂNCIA DA INSTITUIÇÃO HOSPITALAR ... 137 ANEXO D – PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA 138

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1. INTRODUÇÃO

Os avanços tecnológicos em saúde têm possibilitado à enfermagem o incremento de recursos e sistemas que favorecem o desenvolvimento e implementação da assistência de enfermagem sistematizada (CARLANTÔNIO et al., 2016; ALMEIDA et al., 2016). A utilização de

softwares entre outros mecanismos tecnológicos agiliza o processo de

tomada de decisão clínica, o cuidado à beira leito e o registro de enfermagem, por facilitar o acesso à informação e com isso o raciocínio clínico (SILVA; ÉVORA; CINTRA, 2015).

A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) organiza o trabalho profissional quanto ao método, pessoal e instrumentos, tornando possível a operacionalização do processo de Enfermagem (PE), dando visibilidade e reconhecimento aos profissionais, ao evidenciar a contribuição da enfermagem na atenção à saúde da população (COFEN, 2009; MARINELLI; SILVA; SILVA, 2016).

O PE é um instrumento metodológico, que se organiza em cinco etapas inter-relacionadas, interdependentes e recorrentes. O mesmo orienta o cuidado profissional de enfermagem e a documentação da prática profissional, podendo ser considerado um recurso operacional que agrupa inúmeras funções num mesmo sistema e que favorece a instituição do método de trabalho da enfermagem (DAL SASSO et al., 2013; COFEN, 2009). O mesmo deve ser empregado, de modo deliberado e sistemático, em todos os ambientes de saúde, públicos ou privados que oferecem cuidado de enfermagem (COFEN, 2009), sendo que, sua utilização como ferramenta na prática clínica organiza o fazer em enfermagem, dando autonomia e reconhecimento ao enfermeiro no seu espaço de atuação, além de qualificar a assistência prestada (FERNANDES et al., 2015; VASCONCELOS TRIGUEIRO et al., 2014). A primeira etapa do PE é a coleta de dados ou histórico de enfermagem (HE), que tem por finalidade a obtenção de informações sobre a pessoa, família ou coletividade humana e sobre suas respostas em um dado momento do processo saúde e doença. Na segunda etapa são identificados os Diagnósticos de Enfermagem (DE), que se destacam por ser uma etapa dinâmica, sistemática, organizada e complexa, envolvendo o julgamento clínico por parte do enfermeiro a partir das respostas do indivíduo, família ou comunidade aos problemas de saúde reais ou potenciais aos processos vitais (COFEN, 2009; OLIVEIRA et al., 2016; HERDMAN; KAMITSURI, 2018).

A partir da identificação dos DE, são definidas as condutas a serem tomadas para alcançar resultados satisfatórios no processo de saúde e

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doença (BARRA; DAL SASSO; DE ALMEIDA, 2015; CESAR et al., 2016). A terceira etapa envolve o planejamento de enfermagem, que aborda uma relação abrangente de definições e medidas padronizadas, que descrevem os resultados esperados, de maneira a definir a meta de cuidados e as intervenções necessárias (CANTO; ALMEIDA, 2013; OLIVEIRA et al., 2016). A quarta etapa é a implementação da assistência, com a realização das intervenções prescritas pelo enfermeiro, baseadas no julgamento e conhecimento clínico, para o alcance dos resultados esperados (TEIXEIRA et al., 2011; GIMENES et al., 2017; ASSIS et al., 2015). Por fim a quinta etapa é a avaliação de Enfermagem, considerada um processo deliberado, sistemático e contínuo de verificação de mudanças, para determinar se as ações ou intervenções de enfermagem alcançaram o resultado esperado (COFEN, 2009; CRUZ, et al., 2016).

O modelo de assistência de enfermagem orientado pelo PE, valoriza o planejamento das ações, as intervenções, a avaliação e as metas específicas traçadas para cada paciente (CRUZ, et al. 2016). Apesar disto, e de ser obrigatório pela Resolução do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) n° 358/2009, os enfermeiros ainda apresentam dificuldades na aplicação do histórico, identificação dos DE, planejamento e elaboração das intervenções de enfermagem, por não integrarem o seu cotidiano na maioria dos hospitais brasileiros (COFEN, 2009).

Na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) a situação não é diferente, apesar dos enfermeiros em muitas instituições públicas e/ou privadas de saúde já adotarem o PE rotineiramente como método de cuidado, os profissionais de forma geral, apresentam dúvidas na sua inferência diagnóstica, dificultando o estabelecimento de um cuidado sistemático, que vai ao encontro de necessidades e anseios dos pacientes (ALMEIDA et al., 2012; SILVA et al., 2013).

Tais restrições, no cotidiano do trabalho dos enfermeiros, tem motivado o desenvolvimento de estudos que contemplem o PE e em especial que apurem a acurácia dos DE identificados e elaborados por estes profissionais a fim de reconhecer fragilidades e fortalecer o cuidado profissional, uma vez que, determinações de enfermagem acuradas legitimam as práticas, beneficiam pacientes, além de fazerem marketing positivo para a enfermagem e unidades hospitalares (FERREIRA et al., 2016; PERES; JENSEN; MARTINS, 2016).

Segundo a North American Nursing Diagnosis Association

International (NANDA-I) um DE é acurado quando o enfermeiro

identifica com clareza as características definidoras aos fatores relacionados e/ou fatores de risco encontrado na avaliação do indivíduo, família, grupo ou comunidade. Para tanto em cada edição, alguns

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diagnósticos são revisados com a finalidade de aperfeiçoa-los, oferecendo informações que possibilitem a acurácia diagnóstica (HERDMAN; KAMITSURI, 2018).

Os estudos sobre DE e de acurácia diagnóstica, são fundamentais, pela sua importância para o aperfeiçoamento do processo de raciocínio diagnóstico, uma vez que, diagnósticos acurados dependem de quanto o avaliador consegue utilizar um conjunto de dados referentes à situação clínica do paciente (PEREIRA et al., 2015). Em termos de conceito uma interpretação acurada reflete o real estado do paciente ou quando um diagnóstico se adequa às suas condições clínicas (MATOS; CRUZ, 2009).

Logo, a acurácia está ligada a um conjunto de dados clínicos do paciente e pode ser vista como o julgamento de um avaliador em relação à relevância, especificidade e consistência das pistas clínicas para elaborar diagnósticos e intervenções de enfermagem (MATOS; CRUZ, 2009). Corroborando, o estudo sobre a acurácia diagnóstica envolve a interpretação das respostas humanas, de modo que a inferência correta e precisa torna-se um desafio complexo aos profissionais envolvidos no processo de cuidar (MORAIS; NÓBREGA; CARVALHO, 2015).

No propósito de aperfeiçoar a prática clínica da enfermagem, uma pesquisadora norte-americana, na década de 90, desenvolveu o primeiro instrumento que possibilitava determinar a acurácia dos diagnósticos estabelecidos pelos enfermeiros (LUNNEY, 2004). No Brasil, no ano de 2006, as autoras Matos e Cruz, iniciaram estudos com o objetivo de desenvolver uma escala de acurácia diagnóstica que estimasse o grau com que uma afirmação diagnóstica era ou não sustentada por um conjunto de informações clínicas. Denominada Escala de Acurácia dos Diagnósticos de Enfermagem (EADE) Versão 1, com base nos trabalhos de Lunney (2004). Nos anos seguintes, Matos e Cruz aperfeiçoaram a versão EADE 1 (MATOS, 2006), que após modificações passou a ser chamada EADE – Versão 2 (MATOS, 2010).

As escalas têm possibilitado aos profissionais e estudiosos da área, o desenvolvimento de estudos que avaliem a acurácia diagnóstica e adequabilidade dos DE identificados pelos profissionais enfermeiros.

No entanto, é importante destacar, que os DE não devem ser categorizados em certos ou errados e sim de forma contínua em mais ou menos acurados, uma vez que a acurácia não é uma variável dicotômica, por esse motivo, em uma determinada situação além dos DE altamente acurados é possível identificar outros com menor grau de acurácia (LUNNEY, 2004). Por conseguinte, se DE acurados originam intervenções e resultados mais adequados, estudos sobre acurácia

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diagnóstica são essenciais, pois vão ao encontro de uma prática em enfermagem, segura, na direção da qualificação profissional do cuidado (PERES; JENSEN; MARTINS, 2016).

Da mesma forma, a North American Nursing Diagnosis

Association International (NANDA-I), incentiva a realização de estudos

em populações específicas, pois, devido à globalização taxonômica, são inúmeros os contextos identificados nas populações investigadas, com variações geográficas, econômicas e culturais, diferenças que interferem nos achados diagnósticos, devido à variação das medidas de acurácia, de acordo com a população estudada (HERDMAN; KAMITSURI, 2018).

Estudos também evidenciam que a familiaridade com as classificações de diagnósticos, pode facilitar a tarefa diagnóstica, porém, por si só, não garante a obtenção de diagnósticos acurados. Existem outros fatores envolvidos como a experiência clínica e a autoavaliação do enfermeiro sobre a habilidade de diagnosticar, como um meio para o aprimoramento do raciocínio diagnóstico e do julgamento clínico (PERES; JENSEN; MARTINS, 2016; JERÔNIMO et al., 2018; BUGS et al., 2018). Quando há discordância na avaliação diante da interpretação de um mesmo conjunto de pistas, elencando diagnósticos diferentes, com baixa acurácia, situações podem ser negligenciadas acarretando prejuízos aos pacientes (PERES; JENSEN; MARTINS, 2016; MORAIS; NÓBREGA; CARVALHO, 2015).

Neste contexto, a participação na implantação do PE na prática clínica da UTI, durante a vivência do estágio curricular supervisionado, no nono período da graduação em enfermagem, permitiu observar que os enfermeiros apresentam dúvidas durante a realização das etapas do PE, em especial, à inferência diagnóstica, identificação das intervenções de enfermagem e resultados esperados. Ficava explícito que para além do método, era necessário exercitar o raciocínio clínico, a capacidade de escrita entre outros elementos para o desenvolvimento do PE. Chamava também a atenção que em algumas situações os DE, não eram identificados de maneira semelhante em casos com condições clínicas similares. Assim sendo, pairava a dúvida sobre a acurácia dos DE identificados.

Dessa forma, justifica-se a importância de estudos que buscam avaliar acurácia dos DE, para aperfeiçoar e qualificar a assistência de enfermagem no contexto de terapia intensiva. Uma vez que diagnósticos acurados refletem o real estado do paciente, indo ao encontro das melhores práticas no cuidado, trazendo reconhecimento profissional, aperfeiçoamento do processo de raciocínio diagnóstico, além de marketing positivo para a enfermagem e unidade hospitalar.

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A partir do exposto e com a intenção de contribuir para melhores práticas no cuidado aos pacientes internados na UTI, optou-se por desenvolver este estudo a partir da perspectiva de verificação da acurácia dos DE da Taxonomia de NANDA-I (2018-2020). Neste sentido, a presente investigação teve como questão de pesquisa responder: Qual é o grau da acurácia dos Diagnósticos de Enfermagem, elaborados, pelos enfermeiros para o cuidado dos pacientes internados na UTI de um hospital público do Oeste de Santa Catarina?

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2. OBJETIVOS 2.1 OBJETIVO GERAL

Avaliar a acurácia dos diagnósticos de enfermagem documentados na prática clínica pelos enfermeiros, no cuidado aos pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva.

2. 2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Identificar e analisar as variáveis sociodemográficos dos pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva, de um hospital público do Oeste de Santa Catarina.

 Identificar e analisar as variáveis sociodemográficos dos Enfermeiros da Unidade de Terapia Intensiva, de um hospital público do Oeste de Santa Catarina.

 Identificar e analisar a frequência dos DE, descritos pelos enfermeiros, no cuidado de pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva.

 Sistematizar o conhecimento produzido, sobre acurácia dos Diagnósticos de Enfermagem.

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3. SUSTENTAÇÃO TEÓRICA

Este capítulo é composto pela sustentação teórica, sendo apresentada em três momentos. No primeiro momento é descrito o PE. No segundo momento é apresentado os DE, e no terceiro momento o cuidado na UTI.

3.1 PROCESSO DE ENFERMAGEM

A enfermagem possui várias ferramentas de trabalho, considerando-as como um conjunto de ações que servem para organizar, planejar, coordenar, administrar e controlar a assistência à saúde, que são prestados aos indivíduos e comunidade. A SAE organiza o trabalho profissional quanto ao método, pessoal e instrumentos, auxilia na administração/gerência em enfermagem, alcançando os objetivos, organizando e avaliando o trabalho desenvolvido, para mais torna possível a operacionalização do PE que é um instrumento metodológico que orienta o cuidado profissional de Enfermagem e a documentação da prática profissional (LUCENA et al., 2010; COFEN 2009).

O PE inicialmente tinha recomendação legal pela Resolução 272/2002 que foi revogada pela Resolução do 358/2009 do COFEN sob a denominação de SAE que torna obrigatório o desenvolvimento do PE, tanto nos ambientes de saúde pública ou privada, onde ocorre cuidado de enfermagem. Sua legitimação viabilizou-se por meio da Lei do Exercício Profissional nº 7.498, de 1986, Art. 11, alínea c, que estipulava como atividades privativas do enfermeiro o planejamento, organização, coordenação, execução e avaliação dos serviços de enfermagem (COFEN, 2009 e BRASIL, 2012).

Segundo a Resolução Nº 358/2009 do COFEN, o PE organiza-se em cinco etapas inter-relacionadas, interdependentes e recorrentes conforme descrito a seguir:

 A primeira etapa consiste na Coleta de Dados ou HE, considerado como processo deliberado, sistemático e contínuo, realizado com o auxílio de métodos e técnicas variadas, que tem por finalidade a obtenção de informações sobre a pessoa, família ou coletividade humana e sobre suas respostas em um dado momento do processo saúde e doença.

 A segunda etapa focaliza a elaboração dos DE por meio de um processo de interpretação e agrupamento de dados coletados na primeira etapa, que culminam com a tomada de decisão sobre os diagnósticos, que representam as respostas da pessoa, família ou coletividade humana a

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processos vitais; e que constituem a base para a seleção das ações ou intervenções com as quais se objetiva alcançar os resultados esperados.  A terceira etapa, Planejamento de Enfermagem, trata da determinação dos resultados que se espera alcançar; e das ações de enfermagem que serão realizadas frente às respostas da pessoa, família ou coletividade humana em um dado momento do processo saúde e doença, identificadas na etapa de DE.

 A quarta etapa é de Implementação, com a realização das ações ou intervenções determinadas na etapa de Planejamento de Enfermagem.  A quinta e última etapa é a Avaliação, considerada um processo deliberado, sistemático e contínuo de verificação de mudanças nas respostas da pessoa, família ou coletividade humana em um dado momento do processo saúde doença, para determinar se as ações ou intervenções alcançaram o resultado esperado (COFEN, 2009).

Estas etapas inter-relacionadas são a essência do PE, que além dos enormes benefícios já citados quanto ao sistema organizacional do trabalho, inclui o benefício de oferecer maior segurança para o paciente. Segundo Herdman e Kamitsuri (2018), a NANDA-I tem debatido quatro temas centrais da assistência de enfermagem, os quais se evidenciam da seguinte forma: responsabilidade do enfermeiro colocar o paciente em segurança; gerar uma maior base de conhecimentos de segurança; criar uma cultura da segurança e um ambiente de trabalho saudável; destacando-se o processo de raciocínio clínico, aumentando a implementação de evidências à prática, no nível organizacional e clínico.

Para além da Resolução 358/2009 que trata da SAE, a Resolução COFEN n° 0518/2016 atualiza o “Quadro de Irregularidades e Ilegalidades” do Manual de Fiscalização do COFEN e dos Conselhos Regionais de Enfermagem (COREN), trazendo situações previsíveis e condutas a serem adotadas. Diante disso os profissionais de enfermagem que não executam o PE, contemplando as cinco etapas preconizadas, serão notificados pelo COREN, e deverão implementar o processo de enfermagem de modo deliberado e sistemático, em todos os ambientes em que ocorre o cuidado profissional de enfermagem no prazo de 180 dias, a partir da notificação (COFEN, 2016). Ademais a Resolução COFEN n° 429/2012 dispõe sobre o registro das ações profissionais no prontuário do paciente, e em outros documentos próprios da enfermagem, independente do meio de suporte - tradicional ou eletrônico, sendo responsabilidade e dever dos profissionais registrar, as informações inerentes ao processo de cuidar e ao gerenciamento dos processos de

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trabalho, necessárias para assegurar a continuidade e a qualidade da assistência (COFEN, 2012).

Atualmente a organização da assistência de enfermagem vincula-se à apropriação da SAE pelos vincula-serviços, a qual reúne conceitos, teorias e metodologias para o desenvolvimento da assistência, a fim de organizar e sistematizar o cuidado embasado em princípios e métodos científicos. A utilização da SAE como método assistencial pelos enfermeiros tem como objetivo identificar as necessidades dos pacientes a partir de situações de saúde-doença, bem como subsidiar as intervenções de promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde do indivíduo, família e comunidade (TRUPPEL et al., 2009).

O PE pode ser descrito como um instrumento organizacional e estratégico de implementação do cuidado, visto que a enfermagem tem como foco de estudos e práticas o cuidado integral e individualizado, utilizando a tecnologia aliada às relações interpessoais para organizar e planejar as demandas de cuidado, gerenciais e científicas (SANTOS et al. 2014). Dentre as diversas tecnologias presentes no ambiente da UTI, o PE destaca-se como um instrumento tecnológico que surge para estabelecer as condições necessárias para que o cuidado seja realizado e a prática profissional seja devidamente sistematizada, planejada, organizada e documentada (GARCIA; NÓBREGA, 2009).

A utilização de instrumentos para o registro de informações relacionadas ao cuidado configura a adoção de um eixo norteador para a qualificação do processo de cuidar, uma vez que a avaliação de manifestações clínicas, comportamentos, história pregressa e hábitos de vida dentre outras informações orienta o raciocínio clínico e a tomada de decisão, conferindo ao profissional a cientificidade inerente à profissão, bem como autonomia no cuidado, valorização e reconhecimento (CAMARGO; TOBIAS et al., 2016; SILVA; NÓBREGA; SOUTO, 2015).

3.2 DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM NANDA-I VERSÃO 2018-2020

Contextualizando sua implementação, é evidenciado que até a década de 80 eram utilizados apenas termos médicos para descrever os problemas dos pacientes, sem uma denominação diagnóstica própria da enfermagem (CARPENITO-MOYET, 2002).

Frente à esta realidade, um grupo de enfermeiras no ano de 1990 durante a nona Conferência da North American Nursing Diagnosis

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como sendo: “um julgamento clínico sobre as respostas do indivíduo, da família ou da comunidade aos problemas da saúde/processos vitais reais ou potenciais”, a partir de estudos sobre DE e as classificações diagnósticas (HERDMAN; KAMITSURI, 2018). A NANDA-I a cada dois anos atualiza suas publicações incluindo, excluindo e modificando DE propostos, desta forma, temos um arcabouço diagnóstico compatível em constante atualização, porém enfermeiros revelam dificuldades para a identificação de DE adequados e condizentes com o paciente (HERDMAN; KAMITSURI, 2018).

A taxonomia dos diagnósticos da NANDA International (NANDA-I), em suas origens se chamava NANDA e foi fundada em 1982, sendo em 2002, relançada como NANDA-I por refletir o crescente interesse internacional no campo do desenvolvimento da terminologia de enfermagem. A NANDA-I é uma terminologia clínica, baseada em evidências que descreve, define e fornece indicadores para condições tratadas e diagnosticadas por enfermeiros (HERDMAN; KAMITSURI, 2018). Para mais o desenvolvimento de uma terminologia comum NANDA-NIC-NOC (NNN), para relacionar diagnósticos, intervenções e resultados, através da aliança NNN, da NANDA-I, da Nursing Outcomes

Classification (NOC) e a Nursing Interventions Classification (NIC).

A NANDA-I teve um papel fundamental no desenvolvimento e refinamento dos DE, especialmente com o surgimento de taxonomias (HERDMAN; KAMITSURI, 2018). Define-se taxonomia como “ramo da ciência que se dedica à classificação; técnica de classificação, a sistemática; descreve, identifica e classifica os organismos em grupo ou individualmente” (DICIO, 2017).

A taxonomia dos Diagnósticos traz a classificação ordenada dos focos diagnósticos que interessam a enfermagem a partir das supostas relações naturais, sendo que a mesma é composta por três níveis: domínios, classes e DE (HERDMAN; KAMITSURI, 2018). Em 1989, a NANDA-I publicou a Taxonomia I que continha nove categorias, que eram denominadas Padrões de respostas humanas. A segunda taxonomia foi publicada em 2000 com a apresentação de 13 domínios, 47 classes e 187 DE. São realizados estudos até hoje para o aperfeiçoamento da estrutura taxonômica dos DE, que já se encontra na 11° edição (HERDMAN; KAMITSURI, 2018).

A edição 2018-2020 da taxonomia de NANDA-I, conta com 244 diagnósticos, agrupados em 13 domínios e 47 classes. Traz definições, características definidoras, fatores relacionados e fatores de risco padronizados. A cada dois anos os diagnósticos são revisados e atualizados, nesta versão foram incluídos 17 novos DE, 11 títulos

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diagnósticos foram alterados, 8 diagnósticos foram retirados e 72 diagnósticos revisados (HERDMAN; KAMITSURI, 2018)

Os diagnósticos da NANDA-I são conceitos construídos por meio de um sistema multiaxial, que consiste em sete eixos, os quais combinados determinam os diagnósticos e estão representados nos títulos dos DE. O primeiro eixo é o foco diagnóstico, definido pela descrição da resposta humana. O segundo eixo é o sujeito do diagnóstico (indivíduo, família, grupo ou comunidade). O terceiro é o julgamento, que é um descritor/modificador que limita ou especifica o sentido do foco do diagnóstico; a localização é o quarto eixo e descreve partes ou regiões do corpo relacionadas. O quinto eixo é a idade (bebê, criança, adulto), seguida pelo tempo (crônico, agudo, intermitente) e situação do diagnóstico (risco, foco no problema, de promoção da saúde e síndrome) como sétimo e último eixo (HERDMAN; KAMITSURI, 2018).

Quanto à composição de um DE, inicialmente ocorre à escolha de um título e uma definição clara, selecionado primeiramente com base no agrupamento inicial dos dados da coleta realizada pela história e pelo exame físico. Em seguida inclui-se características definidoras e fatores relacionados à denominação diagnóstica. Neste sentido, atribui-se às características definidoras o significado de “pistas” (grifo do autor), passíveis de observação que se agrupam como manifestações e dependem da coleta de dados objetivos (sinais) e subjetivos (sintomas). Os fatores relacionados são componentes que integram todos os DE com foco na etiologia, circunstância, fato ou influência. Tais dados agrupados funcionam como indícios de um DE e pode ser voltado a uma situação real, um estado de promoção de saúde ou de risco potencial (HERDMAN; KAMITSURI, 2018).

Os DE, conforme a NANDA-I, (HERDMAN; KAMITSURI, 2018, pg. 81) são classificados em diagnóstico com foco no problema; diagnóstico de risco e diagnóstico de promoção de saúde conforme descrito:

Diagnóstico de risco: “Um julgamento clínico a respeito da suscetibilidade de um indivíduo, família, grupo ou comunidade para o desenvolvimento de uma resposta humana indesejável a uma condição de saúde/processo da vida.”.

Diagnóstico com foco no problema: “Um julgamento clínico a respeito de uma resposta humana indesejável a uma condição de saúde/processo da vida que existe em um indivíduo, família, grupo ou comunidade.”

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Diagnóstico de promoção da saúde: “Um julgamento clínico a respeito da motivação e do desejo de aumentar o bem-estar e alcançar o potencial humano de saúde. Essas respostas são expressas por uma disposição para melhorar comportamentos de saúde específicos, podendo ser usadas em qualquer estado de saúde. Em pessoas incapazes de expressar sua própria disposição para melhorar comportamentos de saúde, o enfermeiro pode determinar a existência de uma condição para promoção da saúde e agir em benefício do indivíduo. As respostas de promoção da saúde podem manifestar-se em um indivíduo, família, grupo ou comunidade”

O desenvolvimento e aplicabilidade dos DE em ambientes de saúde merecem destaque, em especial no ambiente da UTI, por oportunizar ao enfermeiro resolutividade nas ações (FERREIRA et al., 2016).

3.3 UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA

A UTI é um setor do hospital que é designado a pacientes críticos, instáveis e que necessitam de cuidados complexos. O tratamento destinado aos pacientes é baseado em monitoramento constante de fenômenos fisiológicos, passíveis de influências. O cuidar em Enfermagem na Terapia Intensiva é um constante desafio, abrangente e complexo. Nas UTI’s, os enfermeiros estão constantemente expostos a situações clínicas difíceis, que demandam atenção e controle, além de inovações tecnológicas que necessitam de integração correta e segura ao sistema de cuidado (SASSO, 2013; LOPES et al., 2015; GOMES et al., 2015).

O cuidado de enfermagem na UTI, é destinado ao tratamento de pacientes em estado crítico, cujas funções vitais exigem maiores cuidados e demandam inúmeros procedimentos exclusivos do enfermeiro. Esse setor conta com uma infraestrutura própria, recursos materiais específicos, e uma equipe especializada que busca o restabelecimento das funções vitais do corpo, através de uma prática assistencial segura e contínua, onde o foco do enfermeiro é a organização do cuidado, a partir de um planejamento de ações compartilhadas, de modo a desenvolver a assistência de enfermagem com eficiência e qualidade, atendendo as necessidades reais do paciente (CARGNIN et al., 2016).

A implantação de ações e a construção de instrumentos que visem avaliar de maneira sistemática o cuidado prestado, favorece o desenvolvimento de conhecimentos e possibilita a prestação de uma assistência de enfermagem com qualidade e humanizada. No entanto na

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UTI, pela sua diversidade tecnológica, convivência diária com situações de estresse e morte, os aspectos técnico-biológicos são priorizados, buscando a manutenção da vida. As características dessa unidade interferem no desenvolvimento de uma assistência holística e humanística pela equipe, fazendo-se necessário a avaliação constante, buscando identificar os fatores passíveis de melhorias na dinâmica de trabalho da equipe de enfermagem (RAMOS et al, 2013; SILVA et al., 2013).

O perfil do trabalho do enfermeiro, como líder da equipe de enfermagem na UTI, exige habilidade para realização da anamnese e exame físico e, consequentemente, raciocínio clinico para avaliar as necessidades do paciente, os quais, a partir do PE, proporcionam uma prática assistencial adequada e individualizada. Nestas unidades, é prioritária a utilização de modelos assistenciais que auxiliam os profissionais na resolução de demandas impostas por pacientes cada vez mais graves e com maior dispêndio tecnológico. O PE, como recurso tecnológico e método de trabalho dos profissionais enfermeiros abarca as características necessárias para este tipo de atendimento (ALMEIDA et al, 2012; AMANTE; ROSSETO; SCHNEIDER, 2009).

Na UTI a aplicação do PE se torna um desafio ainda maior, principalmente quando nos defrontamos com pacientes em situação crítica, onde o binômio vida/morte está presente constantemente e acompanhado por procedimentos de alta complexidade e tecnologias duras em busca da manutenção da vida, relegando a aplicação deste instrumento a um segundo plano, tornando-o muitas vezes dispensável (CAMELO, 2012; SILVA et al., 2013). No entanto o emprego do PE traz muitos benefícios, como a redução do tempo de internação, a partir da identificação das necessidades do paciente, de maneira sistemática e dinâmica, direcionado ao cuidado humanizado e integral, melhora a comunicação entre a equipe e previne erros e repetições desnecessárias (RAMOS et al, 2013; AMANTE; ROSSETO; SCHENEIDER, 2009).

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4. REVISÃO DE LITERATURA

Este capítulo é composto pelo manuscrito: ACURÁCIA DE

DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM: REVISÃO

INTEGRATIVA e apresenta o estado da arte em nível nacional e internacional, sobre a acurácia dos DE.

O manuscrito segue o disposto na Instrução Normativa nº1 de 17 de agosto de 2016 do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, da Universidade Federal de Santa Catarina (PEN/UFSC). Ressalta-se que por meio da Instrução Normativa, o PEN/UFSC permite a realização de um manuscrito da dissertação, como pesquisa bibliográfica.

4.1 MANUSCRITO 1: ACURÁCIA DE DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM: REVISÃO INTEGRATIVA

RESUMO: Introdução: O diagnóstico de enfermagem é resultado de um processo de interpretação e agrupamento de informações resultantes da avaliação clínica do paciente, que direcionam o pensamento crítico do enfermeiro e a efetivação de um cuidado coerente com as necessidades dos pacientes. Objetivo: sistematizar o conhecimento produzido, sobre acurácia dos DE Método: Revisão Integrativa, exploratório-descritiva, de natureza qualitativa, realizada nos meses de junho e julho de 2018, com recorte temporal do período de 2013 a 2018, nas bases de dados PubMed, CINAHL, SciELO Brasil, LILACS, BDEnf. Foram incluídos artigos originais, publicados na íntegra, nos idiomas português, inglês e espanhol. Dos 193 artigos encontrados, 10 foram incluídos neste estudo. Resultados: Foram identificadas três categorias: O desenvolvimento do raciocínio clínico e de habilidades intelectuais melhora a acurácia e a capacidade diagnóstica dos enfermeiros; O enunciamento de DE acurados favorece a escolha de ações de enfermagem mais adequadas e eficazes para a promoção da saúde; Diferentes diagnósticos podem ser aceitáveis, mas o enfermeiro deverá identificar aquele que melhor expressa a resposta humana de acordo com os dados coletados do paciente/família/comunidade. Considerações finais: Estudos sobre a acurácia diagnóstica permitem ampliar o conhecimento das medidas de acurácia, visto que um DE acurado, condizente com o estado do indivíduo, família ou comunidade, é essencial para a realização do planejamento e implementação de intervenções de enfermagem, a fim de alcançar resultados compatíveis com as necessidades dos pacientes. Descritores: Processos de Enfermagem; Diagnóstico de Enfermagem; Precisão da Medição Dimensional

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INTRODUÇÃO

A acurácia dos Diagnósticos de Enfermagem (DE) está ligada a um conjunto de dados clínicos do paciente e pode ser vista como o julgamento de um avaliador em relação à relevância, especificidade e consistência das pistas identificadas para a seleção dos DE (MATOS; CRUZ, 2009). Representa um contínuum de possibilidades entre os diagnósticos aceitáveis para determinado caso, uma vez que, haverá aqueles altamente acurados e outros com baixa acurácia (OLIVEIRA; SILVA, 2016). Sendo que a escolha dos DE mais apropriados ao paciente, resulta em maior qualidade/eficácia no cuidado. Segundo a North American Nursing

Diagnosis Association International (NANDA-I) a acurácia do DE é

validada quando o enfermeiro consegue, com clareza, identificar e ligar as características definidoras aos fatores relacionados e/ou aos fatores de risco encontrados com a avaliação do paciente (HERDMAN; KAMITSURI, 2018).

Desta forma, o exercício da enfermagem durante o processo de cuidar vem sofrendo influência e alterações ao longo dos anos, com a proposta de oferecer ao enfermeiro maior possibilidade de utilizar cada vez mais sua ciência e conhecimento, refletindo sobre as ações e avaliando suas intervenções, promovendo a responsabilização pela autonomia exercida durante a execução de suas atividades (CANTO; ALMEIDA, 2013). Neste sentido, produzir resultados positivos e resolutivos, corrobora com práticas sistematizadas e balizadas por teorias, cientificidade e raciocínio (TANNURE et al., 2015).

Como segunda etapa do Processo de Enfermagem (PE), os DE se destacam por envolver a interpretação e agrupamento dos dados coletados no histórico de enfermagem, primeira etapa do PE, e destacam-se por caracterizar as respostas humanas aos problemas de saúde e processos da vida, as quais fornecem a base para a seleção das intervenções de enfermagem, e o alcance dos resultados pelos quais o enfermeiro é responsável (COFEN, 2009).

Logo, destaca-se o estudo sobre a acurácia diagnóstica e seu envolvimento na interpretação das respostas humanas, de modo que a inferência correta e torna-se um desafio complexo aos profissionais envolvidos no processo de cuidar (MORAIS; NÓBREGA; CARVALHO, 2015). Quanto mais acurado os DE, mais precisas e adequadas serão as intervenções e resultados propostos pelos profissionais aos pacientes (FERREIRA et al., 2016). Um DE acurado, condizente com o estado do indivíduo, família ou comunidade, é essencial para a realização do

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planejamento e implementação de ações/intervenções/cuidado de enfermagem de maneira adequada (POMPEO; ROSSI; GALVÃO, 2009). A acurácia de um DE refere-se à relevância, especificidade e consistência dos dados levantados durante a anamnese, sendo fundamental para subsidiar a tomada de decisão do profissional, que precisa ter competências intelectuais, técnicas e interpessoais necessárias para o pensamento crítico e desenvolvimento da acurácia diagnóstica (MATOS; CRUZ, 2009). Por conseguinte, a utilização dos DE torna visível o direcionamento das intervenções, aprimora a comunicação entre a equipe e possibilita a mensuração dos resultados, DE acurados, qualificam o cuidado prestado no encontro das necessidades e demandas (HERDMAN; KAMITSURI, 2018).

A importância do desenvolvimento de estudos que envolvam a acurácia diagnóstica, frente a possibilidade de aperfeiçoamento e qualificação da assistência de enfermagem e incorporação de evidências na prática clínica, motivou a realização deste estudo que teve como objetivo sistematizar o conhecimento produzido sobre acurácia dos DE, por meio da seguinte questão de pesquisa: Como tem sido abordado na literatura científica nacional e internacional a acurácia dos Diagnósticos de enfermagem?

METODOLOGIA

Trata-se de uma Revisão Integrativa (RI), esse método permite uma síntese e análise ampliada dos estudos já publicados, aprofundar o conhecimento sobre o objeto investigado e visualizar as lacunas existentes sobre o tema (BOTELHO; CUNHA; MACEDO, 2011). Pesquisa exploratório-descritiva, de natureza qualitativa, realizada nos meses de junho e julho de 2018. Foi elaborado um protocolo e validado por parecerista expert (APÊNDICE A), baseado nos pressupostos de Mendes, Silveira e Galvão (2008) que sistematiza as etapas da RI da seguinte forma:

1) Identificação do tema e seleção da hipótese ou questão de pesquisa para a elaboração da RI;

2) Estabelecimento de critérios para inclusão e exclusão de estudos/ amostragem e definição da pergunta de pesquisa;

3) Definição das informações a serem extraídas dos estudos selecionados/ categorização dos estudos;

4) Avaliação dos estudos incluídos na RI; 5) Interpretação dos resultados;

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6) Apresentação da revisão/síntese do conhecimento;

Na primeira etapa, a questão para a revisão foi delimitada: Como se caracterizam os estudos de acurácia dos DE na produção científica nacional e internacional?

Na segunda etapa foi realizada a busca da literatura e seleção dos artigos. Utilizou-se como filtro os idiomas: português, inglês ou espanhol; no recorte temporal do período de 2013 a 2018. Foram incluídos artigos originais disponíveis na íntegra no formato on-line. Foram excluídos artigos de revisão narrativa e integrativa, teses, dissertações, editoriais, cartas, artigos de opinião, comentários, publicações duplicadas, materiais publicados em outros idiomas que não eram em inglês, português e espanhol e estudos que não contemplaram o objetivo do estudo (acurácia de diagnósticos de enfermagem).

Para o levantamento da literatura, foram consultadas, as bases bibliográficas eletrônicas National Center for Biotechnology Information (PubMed), Cumulative Index to Nursing&Allied Helth Literature (CINAHL), Scientific Eletronic Library Online (SciELO), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Base de Dados de Enfermagem (BDEnf), por meio da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS).

Para composição da estratégia de busca, foi elaborado com auxílio de uma bibliotecária o protocolo de pesquisa utilizando os seguintes descritores e palavras chaves: Diagnóstico de enfermagem, Diagnósticos de enfermagem, Diagnóstico em enfermagem, Diagnósticos em enfermagem, Nursing Diagnosis, Diagnóstico de Enfermería, Precisão da Medição dimensional, Acurácia, Sensibilidade e especificidade, Estudos de avaliação, Estudo de avaliação, Dimensional measurement accuracy, accuracy, sensitivity and specificity, Evaluation Studies as Topic, EvaluationStudies, Evaluation Study, Precisión de La medición dimensional, Sensibilidad y Especificidad, Estudios de Evaluación, Estudio de Evaluación, enfermagem, nursing, nurse, enfermería. Foi utilizado ainda os operadores booleanos AND e OR. A partir da estratégia de busca, identificou-se 193 estudos nas cinco bases bibliográficas eletrônicas pesquisadas.

Na terceira etapa os estudos identificados foram pré-selecionados por meio da leitura de título, resumo, palavras-chave ou descritores. Foram excluídos 174 artigos que não atenderam aos critérios de inclusão, duplicados ou indisponíveis na íntegra. Assim, 19 artigos foram lidos na íntegra, excluindo-se os que não atenderam ao escopo do estudo: acurácia

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de diagnósticos de enfermagem. Portanto, 10 artigos foram incluídos no presente estudo, conforme apresentado na Figura 1.

Figura 1 - Fluxograma de coleta e seleção dos estudos.

Fonte: autora, 2018

Na quarta etapa, os estudos selecionados foram organizados com o auxílio do Microsoft Word® constando dos seguintes itens: base de dados, periódico, ano, autor, título, objetivo, local, natureza do estudo e resultados. Foi realizada leitura minuciosa dos trabalhos na íntegra, com o propósito de constatar a aderência ao objetivo deste estudo. Para seguir as diretrizes da RI, os achados foram organizados e analisados com base nas categorias identificadas a partir da questão norteadora da proposta.

Segundo Mendes, Silveira e Galvão (2008) os estudos selecionados devem ser analisados minuciosamente, de forma crítica, procurando explicações para os resultados diferentes ou conflitantes dos diferentes estudos.

Na quinta etapa foi realizada a análise, interpretação e discussão dos resultados, destacando três categorias. Na sexta etapa a revisão e síntese do conhecimento foram organizadas, sistematizando o conhecimento produzido, em nível nacional e internacional, entre as três categorias identificadas.

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Ademais a evidência dos estudos que atenderam aos critérios desta revisão, será apresentada, conforme hierarquia de evidência de Polit e Beck (2018): Nível I apresenta revisões sistemáticas; Nível II: ensaio clínico randomizado individual; e estudos de coorte prospectivo para questões de prognósticos e algumas questões de diagnóstico; para estudos transversais individuais para questões quantitativas descritivas; e para estudo qualitativo minucioso para questões de significado de processo. Nível III ensaio não randomizado individual, Nível IV estudo de coorte prospectivo individual- exceto questões de nível II. Nível V Estudo de caso controle individual, exceto questões de nível II. Nível VI estudo transversal individual, exceto questões de nível II. Nível VII Estudo qualitativo minucioso individual, exceto questões de nível II. Nível VIII Opiniões de especialistas e relatos de caso.

RESULTADOS

Quanto à caracterização dos 10 estudos selecionados, os resultados evidenciam um maior número de publicações em 2014 e em 2016, sobre a temática da acurácia de DE, de acordo com o ano de publicação dos estudos: 2013 (1), 2014 (3), 2015 (1), 2016 (3), 2017 (1), 2018 (1), evidenciando carência de estudos nesta área do conhecimento. Em relação ao país de publicação o Brasil se destaca com (6), seguidos pela Áustria (1), Reino Unido (1), Turquia (1), Estados Unidos (1). O nível de evidencia (NE) dos estudos foi II, de acordo com os critérios de hierarquia estabelecidos por Polit Beck (2018).

Foi identificado três categorias: O desenvolvimento do raciocínio clínico e de habilidades intelectuais melhora a acurácia e a capacidade diagnóstica dos enfermeiros; O enunciamento de DE acurados favorece a escolha de ações de enfermagem mais adequadas e eficazes para a promoção da saúde; Diferentes diagnósticos podem ser aceitáveis, mas o enfermeiro deverá identificar aquele que melhor expressa a resposta humana de acordo com os dados coletados do paciente/família/comunidade.

Os dados referentes a caracterização dos estudos: autor, ano de publicação, país, idioma (de publicação), título, objetivo, principais resultados, tipo de estudo e NE podem ser observados no quadro 1.

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Quadro 1 – Caracterização dos estudos acerca da acurácia dos Diagnósticos de Enfermagem. Florianópolis. 2018. País/Idioma/

Ano

Título/Autor Objetivo Principais Resultados Tipo de

estudo/ abordagem N E Brasil Português Inglês 2013 Diagnóstico de enfermagem disfunção sexual em gestantes: uma análise de acurácia. (QUEIROZ; SOUZA; LOPES, 2013)

Verificar a acurácia dos indicadores do diagnóstico de enfermagem disfunção sexual em gestantes.

A característica limitações percebidas/reais impostas pela gravidez se mostrou sensível, enquanto alterações em alcançar o papel sexual percebido, incapacidade de alcançar a satisfação desejada, mudança do interesse por outras pessoas e verbalização do problema foram específicas. Os resultados evidenciam a importância de enfocar tal diagnóstico durante o pré-natal e de conhecer a acurácia dos indicadores para um diagnóstico preciso. Transversal Quantitativo II Austrália Inglês 2014 Measures of clinical accuracy and indicators of the nursing

Verificar a precisão das características definidoras do diagnóstico de e enfermagem de recuperação cirúrgica Sete características apresentaram valores preditivos positivos elevado: adiamento retomada das

atividades de Descritivo Exploratório Transversal Quantitativo II

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diagnosis of delayed surgical Recovery (SANTANA; LOPES, 2014)

retardada em pacientes após o quinto dia no cuidado pós-operatório.

trabalho/emprego, fadiga, percepção de necessidade de mais tempo para recuperar, exigindo ajuda para completar o autocuidado, relato de desconforto, evidência de interrupções cura da área cirúrgica, e dificuldade em mover-se. Turquia Inglês 2014 Nursing Diagnoses Determined by First Year Students: A Vignette Study (YONT et al., 2014). Determinar a capacidade dos alunos do primeiro ano em identificar diagnósticos de enfermagem.

Apesar de os estudantes estarem apenas no final de seu primeiro semestre e tinham experiência clínica limitada, identificaram com sucesso a maioria dos diagnósticos de enfermagem.

Descritivo Quantitativo

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Reino Unido Inglês 2014 Accuracy of diagnosis and classification of COPD in primary and specialist nurse-led respiratory care in Rotherham, UK: a cross-sectional study (STRONG et al., 2014)

Mensurar a acurácia do dia gnóstico de DPOC e da classificação da obstrução de vias aéreas na atenção primária e em um centro respiratório especializado.

Na atenção primária, uma proporção de pacientes diagnosticados com DPOC não tem DPOC, e a classificação errônea do grau de obstrução ao fluxo aéreo é comum. O diagnóstico incorreto e a classificação errônea são menos comuns no cenário de cuidados especializados. Correlação Quantitativo II Brasil Português Inglês 2015 Acurácia na inferência de diagnósticos de enfermagem de pacientes com insuficiência cardíaca (PEREIRA et al., 2015) Verificar a acurácia na determinação dos diagnósticos de enfermagem fadiga, intolerância à atividade e débito cardíaco diminuído em paciente com IC hospitalizados.

A busca pelo aperfeiçoamento da acurácia diagnóstica reafirma a necessidade de treinamento contínuo e específico para a melhora da capacidade diagnosticadora do enfermeiro. O treinamento permitiu o exercício do raciocínio clínico e melhor acurácia dos enfermeiros.

Descritivo Quantitativo

(46)

Brasil Português Inglês 2016 Avaliação da acurácia diagnóstica em enfermagem: papel versus sistema de apoio à decisão. (PERES; JENSEN; MARTINS, 2016) Comparar o grau de acurácia dos diagnósticos

de enfermagem determinados, por graduandos de enfermagem, em sistema de apoio à decisão e manuscrito.

Houve significância estatística nos diagnósticos altamente acurados (p=0,013), quando os graduandos utilizam o sistema de apoio à decisão, demonstrando a determinação de diagnósticos mais acurados em estudos de caso clínicos.

Descritivo Exploratório Quantitativo II Brasil Português Inglês 2016 Comparação do grau de acurácia diagnóstica de graduandos e enfermeiros em programas de residência (OLIVEIRA; SILVA, 2016) Comparar o grau de acurácia diagnóstica entre estudantes do último ano de graduação em enfermagem e de enfermeiros residentes, e estimar a associação entre o grau de acurácia diagnóstica e o grau de contato com processo de enfermagem, diagnóstico de enfermagem, raciocínio clínico e o grau de habilidade em estabelecer

Não houve diferença estatisticamente significativa quanto à habilidade autorreferida para estabelecer diagnósticos de enfermagem e grau de contato com processo de enfermagem, diagnósticos de enfermagem e raciocínio clínico nos âmbitos teórico e prático. Os residentes do segundo ano identificaram número significativamente menor de diagnósticos de baixa

Descritivo Exploratório Transversal Quantitativo

(47)

diagnósticos de enfermagem.

acurácia. Os resultados sugerem que os programas de residência contribuem para melhorar a acurácia diagnóstica Estados Unidos Inglês 2016 Ineffective Breathing Pattern in Cardiac Postoperative Patients: Diagnostic Accuracy Study (SOUZA et al, 2016) Analisar a precisão da definição características de padrão respiratório ineficaz em pacientes adultos submetidos a cirurgia cardíaca Os valores de acurácia identificados, podem ser úteis para os enfermeiros que trabalham no pós-operatório cardíaco, pois reduzem a subjetividade que é comum na prática clínica de avaliação dos pacientes. A avaliação precisa de eventos pós-operatórios como padrão respiratório ineficaz, pode impactar a detecção de complicações respiratórias e aumentar o escopo de tomada de decisão.

Quantitativo Transversal Prospectivo

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Brasil Português Inglês 2017 Acurácia do diagnóstico de enfermagem “disposição para melhora da esperança” em pacientes renais crônicos (SILVA et al., 2017) Analisar a acurácia do diagnóstico “Disposição para melhora da Esperança” em pacientes renais crônicos.

Todos os indicadores clínicos

apresentaram boa

sensibilidade. No tocante à especificidade, observou-se boas medidas no indicador clínico, expressa desejo de intensificar a coerência entre as expectativas e desejos, visto que, apresentou percentual maior que 60%. Transversal Quantitativo II Brasil Português Inglês Espanhol 2017 Acurácia de diagnósticos de enfermagem para o enfrentamento da violência doméstica infantil* (APOSTÓLIC O et al., 2017) Identificar os Diagnósticos de Enfermagem atribuídos a uma situação hipotética de violência doméstica infantil e os respectivos graus de acurácia.

A dificuldade dos enfermeiros de definir diagnósticos pode estar associada ao atendimento de enfermagem focado em problemas clínicos, passando despercebidos sinais que expressam situações de violência doméstica infantil.

Exploratório Qualitativo

II

(49)

DISCUSSÃO

Categoria 1: O desenvolvimento do raciocínio clínico e de habilidades intelectuais melhora a acurácia e a capacidade diagnóstica dos enfermeiros

O desenvolvimento do raciocínio clinico e das habilidades intelectuais por meio da mobilização de diversos conhecimentos, ocorre desde a formação acadêmica sendo considerado um contínuum durante a vida profissional, o qual é ampliado a partir de processos de qualificação e aperfeiçoamento, no intuito de promover um cuidado de enfermagem mais seguro e eficaz, baseado em evidências cientificas (APOSTÓLICO et al., 2017; OLIVEIRA; SILVA, 2016; YONT et al., 2014). Desta forma, a compreensão que o cuidar em enfermagem, requer a utilização de métodos, os quais empregados de forma acurada resultam em confiabilidade aos resultados alcançados, respalda o cuidado oferecido e dá visibilidade à profissão (STRONG et al., 2014; PERES; JENSEN; MARTINS, 2016).

Autores descrevem que para o enfermeiro ser um bom diagnosticador, isto é, identificar diagnósticos acurados, precisa ter, competência intelectual, técnica e interpessoal e empregar no seu cotidiano, conhecimento científico e experiência clínica, buscando qualificar a identificação e a documentação dos DE, etapa considerada fundamental por subsidiar as demais fases do processo e de certa forma, determinar os resultados alcançados (OLIVEIRA; SILVA, 2016; PEREIRA et al., 2015; APOSTÓLICO et al., 2017).

Neste sentido, o incremento de capacitações e métodos que permitem maior acurácia diagnóstica, viabiliza uma interpretação mais sensata dos sinais e sintomas apresentados pelos pacientes, contribuindo para o desenvolvimento de maior certeza diagnóstica, (SANTANA; LOPES, 2014; QUEIROZ; SOUZA; LOPES, 2013; PEREIRA et al., 2015; PERES; JENSEN; MARTINS, 2016).

Os programas de capacitação em habilidades diagnósticas abarcam o desenvolvimento do raciocínio diagnóstico, atributo essencial para ampliar o conhecimento, buscando a identificação de diagnósticos mais acurados (PEREIRA et al., 2015; PASCOAL et al., 2015; FERNANDES et al., 2016; FREITAS; CONCEIÇÃO, 2018). As competências e potenciais necessários, utilizados para desenvolver o raciocínio clínico são determinantes para identificar as ações e decisões nas diferentes etapas do PE, sendo que o pensamento crítico tem papel fundamental para

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