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Sazonalização dos contratos de venda de energia para minimizar o risco financeiro no mercado de curto prazo.

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DO RIO GRANDE DO SUL - UNIJUÍ

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E ENGENHARIAS - DCEEng CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

VALDAIR PEDRO BATTISTI

SAZONALIZAÇÃO DOS CONTRATOS DE VENDA DE ENERGIA

PARA MINIMIZAR O RISCO FINANCEIRO NO MERCADO DE CURTO

PRAZO.

IJUÍ

2017

(2)

VALDAIR PEDRO BATTISTI

SAZONALIZAÇÃO DOS CONTRATOS DE VENDA DE ENERGIA

PARA MINIMIZAR O RISCO FINANCEIRO NO MERCADO DE CURTO

PRAZO.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Engenharia Elétrica da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Bacharel em Engenharia Elétrica.

Orientador: Professor Sandro Bock

IJUÍ

2017

(3)

VALDAIR PEDRO BATTISTI

SAZONALIZAÇÃO DOS CONTRATOS DE VENDA DE ENERGIA PARA MINIMIZAR O RISCO FINANCEIRO NO MERCADO DE CURTO PRAZO.

Esta monografia foi julgada adequada para a obtenção do título de BACHAREL EM ENGENHARIA ELÉTRICA, e aprovada em sua forma final pelo professor orientador

e pela banca avaliadora do Curso de Graduação em Engenharia Elétrica da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul - UNIJUÍ.

Ijuí, ______ de ____________ de 2017.

COMISSÃO EXAMINADORA:

_____________________________________________ Prof. Sandro Bock Orientador

_____________________________________________ Prof. Mario Agert Avaliador da Banca

(4)

Dedico esta conquista à minha esposa Simone, e as minhas filhas Stéfani e Raissa pelo apoio e compreensão nos momentos mais difíceis transcorridos deste meu processo de formação profissional.

(5)

AGRADECIMENTOS

Dedico especial agradecimento a toda a minha família, que esteve presente em todos os momentos durante a realização desta jornada em busca da formação.

A direção da Creluz pelo apoio importantíssimo na caminhada do curso. A meus pais Alcides Battisti e Lidia Bergonci Battisti, que me incentivaram desde pequeno a ir em busca do conhecimento e me deram a base necessária para que eu persistisse na realização dos estudos, e principalmente a minha esposa Simone Battisti que esteve ao meu lado em todos os momentos desde o início do curso, sempre me apoiando, acreditando na minha capacidade e incentivando para esta importante conquista.

Agradeço a minhas Filhas Stéfani e Raissa, pela paciência nos momentos em que seu pai precisou ausentar-se em função dos estudos. Espero que este esforço possa ser recompensado pelas conquistas que virão daqui por diante.

Assim como a família, dedico agradecimento especial aos colegas de trabalho da CRELUZ, pelas experiências partilhadas durante o andamento do curso e da realização do estágio.

Agradeço a todos os professores da UNIJUÍ pela dedicação e ao conhecimento repassado, em especial ao Professor Orientador Me. Sandro Bock pela orientação, apoio e confiança na realização deste trabalho de conclusão.

Enfim, meus sinceros agradecimentos a todos aqueles que fizeram parte desta trajetória e que de alguma forma me ajudaram com esta conquista.

(6)

"As pessoas que vencem neste mundo são as que procuram as circunstâncias de que precisam e, quando não as encontram, as criam."

(7)

RESUMO

BATTISTI, V. P. SAZONALIZAÇÃO DOS CONTRATOS DE VENDA DE ENERGIA PARA MINIMIZAR O RISCO FINANCEIRO NO MERCADO DE CURTO PRAZO. 2017. 77 p. Trabalho de Conclusão de Curso - Bacharelado em Engenharia Elétrica - Departamento de Ciências Exatas e Engenharias, DCEEng, UNIJUÍ, Ijuí, 2017.

O presente trabalho pretende apresentar um estudo quanto a sazonalização dos contratos de venda de energia elétrica no curto prazo de usinas hidroelétricas com incentivo de 50% de desconto na tarifa de uso do sistema de distribuição-TUSD. O trabalho tem como objetivo minimizar os riscos financeiros na comercialização de energia, e através de cálculos proporcionar maior segurança na tomada de decisões. No decorrer deste trabalho serão apresentadas algumas colocações referente ao processo de comercialização de energia elétrica bem como a sua importância em um ambiente competitivo.

Palavras-Chave: MERCADO DE CURTO PRAZO, PREÇO DE LIQUIDAÇÃO DE DIFERENÇA, ENERGIA ELÉTRICA, SAZONALIZAÇÃO.

(8)

ABSTRACT

The present work intends to present a study on the seasonality of contracts for the sale of electricity from hydroelectric power plants in the short term, with a 50% discount in the distribution system use tariff - TUSD. The work aims to minimize financial risks in the trade of energy and through calculations provide greater security in decision making. In the course of this work will be presented some placements referring to the process of commercialization of electric energy as well as its importance in a competitive environment.

(9)

LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Sistema Elétrico de Potência ... 17

Figura 2- Mapa do Sistema Interligado-SIN ... 18

Figura 3- Sazonalização ... 27

Figura 4- Geração x MRE... 30

Figura 5- Patamar de Carga ... 34

Figura 6- PLD Médio Submercado Sul ... 44

Figura 7- Níveis dos Reservatórios do Submercado Sul ... 44

Figura 8- Fator de Ajuste-GSF ... 49

Figura 9- Curva de Aversão ao Risco-CAR ... 52

Figura 10- PLD 2011 a 2017 ... 55

Figura 11- Comportamento mensal do PLD (2011 a 2017) ... 55

Figura 12- Correlação entre quantidade e valores ... 56

Figura 13- Percentual em relação ao valor do contrato ... 56

Figura 14- Comportamento da Geração (2008-2017) ... 57

Figura 15- Geração em Percentual (2008 a 2017) ... 57

Figura 16- Geração em MWh (2008-2017) ... 58

Figura 17- Projeção do PLD através das series temporais ... 68

(10)

LISTA DE TABELAS

Tabela 1-SUM001-Sumário da Liquidação Financeira ... 50

Tabela 2-Energia por patamar de carga ... 58

Tabela 3-Sazonalização ano 2011 ... 59

Tabela 4-Sazonalização ano 2012 ... 60

Tabela 5-Sazonalização ano 2013 ... 60

Tabela 6-Sazonalização ano 2014 ... 61

Tabela 7-Sazonalização ano 2015 ... 61

Tabela 8-Sazonalização ano 2016 ... 62

Tabela 9-Sazonalização ano 2017 ... 63

Tabela 10-Quadro Comparativo (2011-2017)... 63

Tabela 11-Acertando o Máximo ... 64

Tabela 12-Errando Muito ... 64

Tabela 13-Aplicando Series Temporais no PLD ... 66

Tabela 14-Aplicando Series Temporais no PLD (Continuação tabela 13) ... 67

Tabela 15-Sazonalização ano de 2011 ... 69

Tabela 16-Sazonalização ano 2012 ... 69

Tabela 17-Sazonalização ano de 2013 ... 70

Tabela 18-Sazonalização ano de 2014 ... 70

Tabela 19-Sazonalização ano de 2015 ... 71

Tabela 20-Sazonalização ano de 2016 ... 71

Tabela 21-Sazonalização ano de 2017 ... 72

(11)

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ACL Ambiente de Contratação Livre

ACR Ambiente de Contratação Regulada ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica CAR Curva de Aversão ao Risco

CCEE Câmara de Comercialização de Energia Elétrica CMO Custo Marginal de Operação

CVU Custo Variável Unitário EAR Energia Armazenada ENA Energia Natural Afluente

EPE Empresa de Pesquisa Energética GWh Gigawatt hora

MCP Mercado de Curto Prazo MME Ministério de Minas e Energia

MRE Mecanismo de Realocação de Energia MW Megawatt

MWh Megawatt hora MWm Megawatt médio

ONS Operador Nacional dos Sistemas PCH Pequenas Centrais Hidrelétricas PLD Preço de Liquidação das Diferenças SIN Sistema Interligado Nacional

SE/CO Submercado sudeste e Centro-Oeste

S Submercado Sul

SPREAD Diferença entre o preço do PLD médio e o valor negociado TUSD Tarifas de Uso do Sistema de Distribuição

(12)

Lista de Acrônimos da CCEE

f Ano de apuração

g Perfil de geração do agente J Período de comercialização

l Refere-se ao Submercado do qual a energia se origina

m Mês de operação

p Usina

r Perfil de distribuição do agente

s Submercado

w Semana

ASS_1pj Energia Assegurada no Centro de Gravidade CG Centro de Gravidade

CQC Contrato de Compra CQV Contrato de Venda

DONPM Geração Alocada para outros Submercados

EA_1pj Primeiro Estágio de Alocação da Energia Assegurada EA_2ASSpj Segundo Estágio de Alocação da Energia Assegurada

E_DESC a,m Efeito Total dos Custos Devido ao Descolamento entre PLD e CMO F_AF m Fator de Ajuste Financeiro

FID Fator de Disponibilidade GFISpj Garantia Física

Gpj Geração no Centro de Gravidade

GSFj Fator de Redução da Energia Assegurada MCSD_XP Ajuste Decorrente do MCSD Ex-Post MRE a,s,r,w Consolidação do Resultado do MRE MASSPM Energia Assegurada Mensal

RECPM Energia Recebida em outros Submercados SEC Energia Secundária

TGFIS a,r,w Somatório das Garantias Físicas de suas usinas TGG a,s,r,w Geração Total do Agente

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 15

1.1.1 Importância da Energia Elétrica ... 16

1.1.2 Sistema Interligado Nacional ... 17

1.1.3 Estrutura do Sistema Elétrico Brasileiro ... 19

1.1.3.1 CNPE – Conselho Nacional de Política Energética ... 19

1.1.3.2 CMSE – Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico ... 19

1.1.3.3 MME – Ministério de Minas e Energia ... 20

1.1.3.4 EPE – Empresa de Pesquisa Energética ... 20

1.1.3.5 ONS – Operador Nacional do Sistema Elétrico ... 20

1.1.1.6 ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica ... 21

1.1.1.7 CCEE – Câmara de comercialização de Energia Elétrica ... 21

1.2 JUSTIFICATIVA ... 21 1.3 OBJETIVOS ... 23 1.3.1 Objetivo Geral ... 23 1.3.2 Objetivo Específicos ... 23 1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO ... 24 2.3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ... 25 2.3.1 Sazonalização ... 25

2.3.2 Sazonalização da Garantia Física ... 27

2.3.2 Revisão da sazonalização de garantia física ... 29

2.3.3 Garantia Física de uma Usina ... 30

2.3.4 Modelagem dos Resultados Considerando a Sazonalização ... 31

2.3.5 Modelagem. ... 32

(14)

2.3.7 Garantia Física ... 33

2.3.8 Revisão da sazonalização de garantia física ... 33

2.3.9 Patamar de Carga ... 34

3 COMERCIALIZAÇÃO DE ENERGIA ... 35

3.1 COMERCIALIZAÇÃO ... 35

3.1.1 Contratos Bilaterais ... 36

3.1.2 Contratos de Longo Prazo ... 36

3.1.3 Contratos de Curto Prazo ... 36

3.1.4 Submercados ... 37

3.1.5 Contabilização e Liquidação financeira na CCEE ... 37

3.1.6 Tipos de Contratos no Mercado Livre de Energia ... 38

3.1.7 Agentes da CCEE ... 39

3.1.8 Sistema de Medição e Faturamento - SMF ... 39

3.1.9 Consumidores ... 39

3.1.10 Mercado de Curto Prazo ... 40

3.1.11 Mercado Livre de Energia no Brasil... 40

3.1.12 Legislação sobre comercialização de energia ... 41

3.2 ENERGIA ... 43

3.2.1 Geração de Energia por Fontes no Brasil ... 43

3.2.2 Formação do Preço de Liquidação das Diferenças-PLD ... 43

3.2.3 Preço de Liquidação das Diferenças–PLD ... 43

3.2.4 Limite Mínimo e Máximo do PLD ... 44

3.2.5 Reservatórios ... 44

4.1.1 Relatórios de Energia disponibilizados pela CCEE... 45

4.1.2 MED003 – Medição de Geração e Consumo ... 45

4.1.3 GFI001 – Garantia Física ... 46

(15)

4.1.5 DCT001 – Desconto Mensal de Energia Incentivada ... 46

4.1.6 MRE002 – Resultado do Mecanismo de Realocação de Energia ... 46

4.1.7 GFN001 – Garantia Financeira ... 47

4.1.8 LFN001 – Liquidação Financeira ... 47

4.1.9 SUM001 – Sumário ... 47

4.2 LASTRO DE ENERGIA ... 47

4.3 MECANISMO DE REALOCAÇÃO DE ENERGIA -MRE ... 48

4.4 APORTE DE GARANTIA FINANCEIRA E LIQUIDAÇÃO FINANCEIRA ... 49

4.5 FORMAÇÃO DO SPREAD DA ENERGIA INCENTIVADA ... 50

4.6 CURVAS DE AVERSÃO AO RISCO- CAR ... 51

4.7 ENERGIA NATURAL AFLUENTE- ENA ... 52

4.8 GARANTIA FÍSCIA DE UMA USINA HIDROELETRICA ... 52

4.9 CONTRATOS BILATERAIS ... 53

5. RELATÓRIOS COMPARATIVOS ... 54

6 BIBLIOGRAFIA ... 74

(16)

1 INTRODUÇÃO

A energia elétrica está cada vez mais presente na vida das pessoas, questões como geração, carga, além da situação regulatória, vão exigir, cada vez mais conhecimentos, novas tecnologias estão surgindo bem como o avanço da geração distribuída, a chegada do carro elétrico no Brasil e o avanço da digitalização vão movimentar ainda mais o setor elétrico no futuro.

Um dos principais insumos para o desenvolvimento econômico de uma região é a energia elétrica. No Brasil a grande parte da energia consumida é gerada através de fonte hidráulica responsável por cerca de 70%.

Até o ano de 1998, todos os consumidores brasileiros, eram obrigados a comprar energia elétrica das concessionárias ou permissionárias, a única comercialização que existia no mercado brasileiro era no Ambiente de Contratação Regulado - ACR.

O Novo Modelo do Setor Elétrico Brasileiro implantado em 2004 pelo governo federal cria dois ambientes de contratação de energia, o Ambiente de Contratação Livre - ACL de livre concorrência de mercado, dando aos seus agentes a possibilidade de negociação de preço, prazo, flexibilidades, entre outras condições. Nesta mudança também estabeleceu o Ambiente de Contratação Regulado – ACR, onde a comercialização é feita através de leilões de energia pela Empresa de Pesquisa Energética - EPE.

Os consumidores que contratam energia no mercado livre podem optar por contratos de diferentes durações como curto prazo ou longo prazo. Para se definir o melhor momento e a melhor opção de contratação, é preciso analisar de forma detalhada a projeção de preços futuros, a qual está intimamente ligada ao Preço de Liquidação das Diferenças-PLD.

No mercado livre brasileiro de comercialização de energia, o valor do preço para os contratos de curto prazo é negociado em função do chamado de spread que é uma diferença de valores entre a oferta e a procura de um produto.

Um estudo mais detalhado sobre a formação do SPREAD da energia no mercado de curto prazo pode contribuir com embasamento técnico para a tomada de decisão dos agentes compradores e vendedores.

Através do decreto 5.163 de 30 de julho de 2004 foi criado o Ambiente de Contratação Livre-ACL onde os consumidores que possuíam algumas

(17)

características específicas de fornecimento de energia tiveram a oportunidade de celebrar contratos bilaterais direto com os geradores que o regulamento permitia e assim escolher quem seria o seu fornecedor. O consumidor seria considerado livre se possuísse uma demanda acima de 3MW e nível de tensão maior ou igual à A3 (acima de 69 kV). A Agência Nacional de Energia Elétrica -ANEEL percebeu que havia a possibilidade de aumentar esse mercado e em 21 de dezembro de 2006 publicou a Resolução Normativa N.º 247/2006 que autorizava os consumidores que tinham demanda acima de 500 kW e classe de fornecimento do grupo “A” poderiam se beneficiar com a compra através de contratos bilaterais diretos com geradores. Esses consumidores são chamados de consumidores especiais.

Mas para esses novos consumidores a energia contratada deveria ser proveniente de empreendimentos de fonte alternativa. Isso inclui as PCH’s Pequenas Centrais Hidrelétricas, CGH’s Centrais Geradoras Hidroelétricas as usinas eólicas e as que usam como fonte a biomassa (excrementos animais, bagaço de cana-de-açúcar, etc.) e biogás (provenientes de lixões), todos estes com até 30 MW de potência instalada.

Nos últimos anos a comercialização de energia no ambiente de contratação livre – ACL tem aumentado muito chegando a cerca de 30% de toda a energia negociada na CCEE.

.

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO

1.1.1 Importância da Energia Elétrica

A eletricidade se tornou a principal fonte de luz, calor e força utilizada no presente, pois atividades simples como assistir à televisão ou navegar na internet só são possíveis porque a energia elétrica está nos nossos lares. Fábricas, supermercados, shoppings e uma infinidade de outros lugares precisam dela para funcionar. Grande parte dos avanços tecnológicos que alcançamos se deve à energia elétrica.

No Brasil a eletricidade é transportada e chega aos consumidores por meio de sistemas elétricos complexos, compostos de quatro etapas: geração, transmissão, distribuição e consumo.

(18)

a) Geração: processo no qual outras formas de energia são convertidas em energia elétrica. Utiliza as mais variadas fontes para este processo. Dentre as principais, destacam-se as fontes hídrica, eólica, térmica e solar.

b) Transmissão: é o processo de condução da energia elétrica de onde foi produzida até os centros de consumo, e também interligação dos sistemas através das linhas elétricas e subestações de transmissão. c) Distribuição: ocorre a redução de tensão para níveis mais seguros de

operação. Após passar pelas subestações rebaixadoras, a energia é transmitida pelas redes de distribuição primárias. A distribuição secundária ocorre depois dos transformadores onde acontece novo rebaixamento para utilização segura em equipamentos elétricos residenciais.

d) Consumo: que refere a parte do consumo efetivamente.

Fonte: ENERGISA (2015)

1.1.2 Sistema Interligado Nacional

Segundo o Operador Nacional do Sistema (ONS), o SIN (Sistema Interligado Nacional) pode ser considerado único em âmbito mundial. O sistema de produção e transmissão de energia elétrica do Brasil é um sistema hidrotérmico de grande porte, Figura 1- Sistema Elétrico de Potência

(19)

com forte predominância de usinas hidrelétricas e com múltiplos proprietários. O SIN é formado pelas linhas de transmissão das regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e parte da região Norte. Apenas 1% da energia requerida pelo país encontra-se fora do SIN, em pequenos sistemas isolados localizados principalmente na região amazônica, bem como no estado de Roraima que recebe energia da Venezuela através de um convênio internacional.

Figura 2- Mapa do Sistema Interligado-SIN

Fonte: ONS (2017)

A coordenação do SIN é feita pelo ONS, cuja função básica é controlar a operação eletroenergética das instalações de geração e de transmissão de energia elétrica do SIN, no qual predomina a fonte hidrelétrica, privilégio de poucos países no mundo todo.

(20)

Para operar o SIN, o ONS conta com cinco Centros de Operação espalhados pelo país, que realizam ininterruptamente, a coordenação, a supervisão e o controle da operação de toda a matriz de energia elétrica brasileira. Esses centros controlam todas as intervenções anuais; recebem e gravam todos os registros de medidas das instalações e têm à disposição as instruções de operação e diagramas atualizados de todas as subestações.

1.1.3 Estrutura do Sistema Elétrico Brasileiro

O sistema elétrico brasileiro está estruturado conforme a seguir:

1.1.3.1 CNPE – Conselho Nacional de Política Energética

O CNPE é um órgão interministerial de assessoramento à Presidência da República, tendo como principais atribuições formular políticas e diretrizes de energia e assegurar o suprimento de insumos energéticos nas áreas mais remotas ou de difícil acesso no país.

1.1.3.2 CMSE – Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico

É um comitê governamental que lida com assuntos referentes à energia elétrica a nível federal. Foi criado pela Lei 10.848/2004 e regulamentado pelo Decreto 5.175/2004. De acordo com o Art. 3º deste decreto, compete ao CMSE:

Acompanhar o desenvolvimento das atividades de geração, transmissão, distribuição, comercialização, importação e exportação de energia elétrica, gás natural e petróleo e seus derivados;

Avaliar as condições de abastecimento e de atendimento, relativamente às atividades referidas no inciso I deste artigo, em horizontes pré-determinados; e realizar periodicamente análise integrada de segurança de abastecimento e atendimento ao mercado de energia elétrica, de gás natural e petróleo e seus derivados.

(21)

1.1.3.3 MME – Ministério de Minas e Energia

O MME é o órgão do Governo Federal responsável pela condução das políticas energéticas do país. Suas principais obrigações incluem a formulação e implementação de políticas para o setor energético, de acordo com as diretrizes definidas pelo CNPE. O MME é responsável por estabelecer o planejamento do setor energético nacional, monitorar a segurança do suprimento do Setor Elétrico Brasileiro e definir ações preventivas para restauração da segurança de suprimento.

1.1.3.4 EPE – Empresa de Pesquisa Energética

Foi instituída em 2004, é uma empresa vinculada ao MME, cuja finalidade é prestar serviços na área de estudos e pesquisas destinadas a subsidiar o planejamento do setor energético.

A Suas principais atribuições incluem a realização de estudos e projeções da matriz energética brasileira, execução de estudos que propiciem o planejamento integrado de recursos energéticos, desenvolvimento de estudos que propiciem o planejamento de expansão da geração e da transmissão de energia elétrica de curto, médio e longo prazos.

1.1.3.5 ONS – Operador Nacional do Sistema Elétrico

Tem como finalidade operar o Sistema Interligado Nacional -SIN e administrar a Rede Básica de transmissão de energia em nosso país. O Operador Nacional do Sistema Elétrico é o órgão encarregado de promover a otimização da operação eletro-energética do Sistema Elétrico Brasileiro visando alcançar o menor custo para o sistema

Planejamento operacional da geração e transmissão em horizontes de tempo de curto médio e longo prazo.

(22)

1.1.1.6 ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica

A ANEEL tem as atribuições de regular e fiscalizar a produção, transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica, zelando pela qualidade dos serviços prestados, pela universalização do atendimento e pelo estabelecimento das tarifas para os consumidores finais, sempre preservando a viabilidade econômica e financeira dos Agentes.

1.1.1.7 CCEE – Câmara de comercialização de Energia Elétrica

A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica - pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, atua sob autorização do poder concedente e regulação e fiscalização da ANEEL, segundo a Convenção de Comercialização, instituída pela Resolução Normativa ANEEL nº 109, de 2004.

1.2 JUSTIFICATIVA

Uma parte dos valores financeiros de uma usina depende das variáveis de curto prazo, por isso é necessário conhecer melhor o funcionamento do mercado para que possamos tomar decisões mais acertadas.

As regras de comercialização de energia exigidas pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE determinam que os agentes de geração registram seus contratos de venda de energia elétrica em seu sistema, onde as quantidades de energia devem ser distribuídas em blocos por semana, patamar e submercado, este registro serve para que a mesma faça toda a contabilização da geração de energia no Brasil.

Conforme Resolução 169/2001 da Aneel as usinas hidroelétricas poderão fazer parte do Mecanismo de Realocação de Energia – MRE, para que isto aconteça o gerador deverá solicitar através de um oficio ao Ministério de Minas e Energia – MME após análise se nada estiver pendente o gerador recebe uma autorização indicando a quantidade de Energia Assegurada que aquela usina terá de garantia física, onde é a máxima energia que o gerador pode comercializar pela usina

(23)

hidroelétrica ao longo dos anos de concessão. Considera-se energia assegurada de cada usina hidroelétrica a fração a ela alocada da energia assegurada do Sistema Interligado Nacional - SIN.

As empresas geradoras de energia podem optar por dois tipos de sazonalização referente a venda da energia.

• Sazonalização: Discretização mensal das quantidades anuais de energia de um contrato sem proporcionalidade; e

• Sazonalização Flat: Divisão do bloco anual de energia, proporcionalmente ao número de horas de cada mês.

Sempre que um gerador não opta dentro dos prazos previstos ou quando for determinação das regras, é realizada automaticamente pelo sistema, e o tipo de sazonalização é considerada Flat.

Para saber quais dos sistemas é mais vantajoso para empresa é necessário um estudo aprofundado, levando em conta o que acontece nos seguintes aspectos que são determinantes para o sucesso do empreendimento;

 Comportamento da geração ao longo do tempo;

 Histórico de Preço de Liquidação de Diferenças - PLD;  Estudo dos Níveis dos Reservatórios;

 Evidenciar tendências de aumento ou diminuição de carga do sistema. Toda a contabilização do Mecanismo de Realocação de Energia - MRE bem como da energia gerada é feita pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE onde a mesma leva em consideração os valores de energia assegurada. O MRE é um mecanismo financeiro que objetiva compartilhar os riscos hidrológicos que afetam os geradores, na busca de garantir a otimização dos recursos hidrelétricos dos sistemas interligados.

Em outras palavras, por meio deste mecanismo toda a energia produzida é contabilmente distribuída, transferindo o excedente daqueles que geraram além de sua cota de Energia Assegurada para aqueles que geraram abaixo por imposição do despacho centralizado do sistema que é controlado pelo Operador Nacional do Sistema.

Nos últimos anos a comercialização de energia no ambiente de contratação livre – ACL tem aumentado muito chegando a aproximadamente 30% de toda a energia consumida no Brasil utiliza este mecanismo de comercio.

(24)

Conforme comunicado da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE de nº CO 646/17 o Cronograma de sazonalização dos contratos por quantidades e Garantia Física para o ano de 2018 é conforme abaixo:

Sazonalização da Garantia Física (Lastro e MRE) - das 8h de 08/12/17 até as 20h de 21/12/17;

As sazonalizações devem ser realizadas no final de cada ano, para efetivação no ano seguinte, de acordo com os prazos definidos por meio de comunicado. (CCEE, 2017)

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo Geral

A receita operacional de uma em empresa de geração de energia predominantemente hidroelétrica é composta de duas parcelas a comercialização de seus contratos de energia e a liquidação na câmara de comercialização de energia CCEE, mas a receita proveniente da liquidação CCEE é de difícil mensuração porque depende do mecanismo de realocação de energia MRE e do Preço de Liquidação das Diferenças PLD do respectivo mês.

A parcela de receita de contrato é previsível, enquanto a proveniente da liquidação no curto prazo não é previsível por isso pode impactar no resultado financeiro da gestão, este trabalho se propõem a estudar para aplicar mecanismo de minimizar este risco associado a esta atividade.

1.3.2 Objetivo Específicos

Entre as atividades previstas para o período do trabalho de conclusão de curso destacam-se:

 Relatório de geração de energia por patamar de carga;  Histórico de Preço de Liquidação de Diferenças - PLD;  Elaboração de planilhas comparativas;

(25)

 Elaboração de gráficos comparativos;

 Acompanhamento de resultados e notícias referente a este assunto;  Contato com pessoas que conhecem o mercado bem como visitas a

empresas que trabalham nesta área;  Verificar os resultados traçados;

 Estudar os dados e compilar os mesmos;  Reconhecer as prioridades estabelecidas;  Analisar tendências de comportamento;

 Estudar os dados as leis, portarias e resoluções sobre o contexto.

1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO

Este trabalho está dividido em seis capítulos, conforme descrito abaixo: - Capítulo 1: Introdução;

- Capítulo 2: Fundamentação Teórica;

- Capítulo 3: Comercialização de Energia Elétrica; - Capítulo 4: Relatórios;

- Capítulo 5: Conclusão;

- Capitulo 6: Referências Bibliográficas;

O primeiro capítulo apresenta uma introdução geral sobre o tema, caracterizando as justificativas do trabalho e descrevendo os objetivos a serem alcançados.

No segundo capítulo, inicia-se uma fundamentação teórica e referência bibliográfica detalhada sobre o processo de sazonalização de energia elétrica.

No terceiro capítulo é realizada uma descrição de como é o processo de comercialização de energia no Brasil.

No quarto capítulo são apresentadas tabelas e gráficos com resultados referentes aos métodos estudados.

No quinto capítulo, são apresentadas as considerações finais e sugestões para a realização de trabalhos futuros.

(26)

2.3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.3.1 Sazonalização

Sazonalização é o processo de alocar mensalmente um montante anual de energia de uma usina. A sazonalização da energia assegurada possui como limites a máxima capacidade instalada de uma usina e zero.

Para o processo de Sazonalização que sempre acontece no final de cada ano o agente de geração hidroelétrico declara para o ano seguinte o quanto de energia mensal será alocada, respeitando-se os limites inferior de zero e superior da capacidade instalada, e o total anual da energia assegurada, que não pode ultrapassar.

Sánchez (2008) menciona que sazonalização é o processo de dividir as quantidades anuais de um contrato em montantes mensais, geralmente de acordo com a curva de carga do comprador do contrato.

Devido ao perfil sazonal do consumo de energia elétrica no Brasil, foi concedida às hidrelétricas a flexibilidade da sazonalização de sua energia assegurada. Este mecanismo permite que anualmente o agente de geração hidrelétrica declare para o ano seguinte a energia a ser fornecida em cada mês, respeitando o limite inferior de zero, o limite superior da capacidade instalada e o total que não deve ultrapassar a energia assegurada (GOMES, 2011).

O Agente de Geração poderá ter excedentes em alguns meses e déficits em outros, sendo as diferenças em relação à energia assegurada contabilizadas como créditos ou débitos ao valor do Preço de Liquidação das Diferenças (PLD).

Segundo (GOMES, 2011) no caso da CGH do exemplo contratar pelo período de um ano toda sua energia assegurada de 1 MWm, quando a energia mensal sazonalizada for superior a 1 MWm a diferença será contabilizada como crédito ao PLD e como débito também ao PLD nos meses em que for inferior. Os valores simulados do PLD para o período em questão constituem, portanto, informação muito importante para tomada de decisão em relação à sazonalização do contrato.

A existência desta flexibilidade é especialmente importante para a análise realizada neste trabalho, pois a mesma tem como objetivo otimizar os ganhos de uma carteira de contratos de uma empresa geradora tomando a melhor decisão de

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sazonalização de um contrato de venda de energia elétrica de uma usina (GOMES, 2011).

Para as usinas participantes do Mecanismo de Realocação de Energia (MRE), a ANEEL, através de resolução, homologa a energia assegurada anual em MW médios.

O valor da energia assegurada de cada usina será revisto a cada cinco anos, ou na ocorrência de fatos relevantes. Em cada revisão a redução não poderá ser superior a 5% (SÁNCHEZ, 2008).

Os montantes de energia dos Contratos Iniciais foram lastreados na energia assegurada das usinas participantes do MRE e de outras usinas não participantes do MRE, para as quais também foi considerado um montante de energia assegurada.

Cada agente de geração, de posse dos dados da energia assegurada anual das suas usinas, dos contratos Iniciais sazonalizados, do programa de manutenções preventivas das unidades geradoras, da reserva de potência, do consumo interno das usinas, das perdas de transmissão consideradas nos contratos Iniciais e dos índices de indisponibilidade forçada das unidades geradoras, deve alocar os blocos mensais de energia assegurada para cada usina (SAUER, 2002).

Sazonalização da energia assegurada das usinas deve considerar que a aplicação do Mecanismo de Realocação de Energia depende dos índices de disponibilidade das usinas nos últimos 12 meses (média móvel), portanto, a alocação dos blocos mensais deve ser proporcional à disponibilidade da usina em cada mês para minimizar os riscos de redução de energia na aplicação do MRE.

Para as usinas fora do MRE todas as indisponibilidades significam a compra de energia para honrar os contratos; esta compra poderá ser através de contratos bilaterais (SAUER, 2002).

Dessa forma, é possível haver fornecimentos de energia, durante o período contratado, acima ou abaixo da média especificada, desde que o total fornecido no período obedeça ao contrato firmado.

Quando isso acontece, com a energia assegurada mensal sendo maior ou menor do que a energia contratada, as diferenças contabilizadas a maior ou a menor são liquidadas de acordo com os preços de curto prazo (Preço de Liquidação das Diferenças - PLD), que podem ser maiores ou menores do que o preço fixo contratual.

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A análise da decisão da sazonalização é uma questão prática com a qual os agentes de geração hidrelétrica se deparam anualmente, sendo uma das principais decisões comerciais de um gerador. É comum que estas empresas utilizem algum mecanismo para controlar a exposição ao risco de mercado.

Assim, a questão de pesquisa que se pretende abordar no presente trabalho diz respeito à seguinte situação: “Qual é a melhor forma de sazonalizar a Energia Assegurada maximizando o resultado financeiro da hidrelétrica.

Fonte: Elaborado pelo autor

2.3.2 Sazonalização da Garantia Física

As regras de sazonalização referente a garantia física de uma usina hidrelétrica são as seguintes:

 A sazonalização da garantia física de usinas em operação será realizada anualmente em dezembro.

 Usinas que entraram em operação após dezembro, terão prazo de sazonalização definido pela CCEE.

 A Garantia Física (GF) em MWm é definida em ato regulatório (MME/EPE/ANEEL).

 A Garantia Física Apurada (GFIS) em MWh é calculada na CCEE e utilizada como lastro no cálculo das penalidades.

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 A Garantia Física é apurada por Usina e depois agregada por Gerador, fornecendo o montante de energia que o Gerador pode utilizar para lastrear seus contratos de venda (TGFIS).

 Garantia Física Apurada para Usinas Hidrelétricas (GFIS) em MWh:

 Participante do MRE: Garantia Física Apurada definida com base nas suas respectivas Garantias Físicas sazonalizadas, moduladas e referidas ao centro de gravidade.

 Não participante do MRE com GF: Garantia Física Apurada com base na Garantia Física definida, sazonalizada, abatido o Fator de Disponibilidade, as perdas internas e proporcionalizada pela potência instalada das unidades.  Geradoras em Operação Comercial, referida ao Centro de Gravidade

 Não participante do MRE sem GF: Garantia Física apurada com base na Geração Final da Usina

 Cálculo do Fator de Disponibilidade para Redução de Garantia Física para Hidráulica fora do MRE, Tipos II e III

 Realizado em agosto de cada ano, com base na razão entre o valor médio do  Histórico de 7 anos de medições de geração e a Garantia Física

Sazonalizada (Apuração a partir de janeiro de 2011, considerando-se apenas múltiplos de 12 meses).

 Este fator será considerado na determinação do lastro da usina para cobertura dos contratos de venda de energia do ano subsequente durante as contabilizações de 2010, serão considerados para todas as usinas Enquadradas nessa condição Fator de Disponibilidade igual a 1 (Valores do FID disponíveis no Relatório PE001).

 A CCEE deve informar aos agentes o cronograma da sazonalização da garantia física para fins de lastro e fins de alocação de energia, no caso de usina hidrelétrica participante do MRE, até o dia 1° de dezembro de cada ano.  O sistema de sazonalização de garantia física para fins de lastro e para

alocação de energia no MRE impede a inserção de valores mensais: a. Inferiores a zero;

b. Cujo somatório venha a causar divergência do montante anual em relação ao número de meses restantes a partir da entrada em operação comercial do empreendimento estabelecido em ato regulatório;

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c. Que ultrapassem os limites mensais de potência atribuídos a cada usina, considerando o número de horas de cada mês e a sua potência instalada.  Caso o agente não realize a sazonalização no período específico, expresso

em comunicado, a CCEE deve realizar a sazonalização de forma flat, considerando o montante anual estabelecido em regulamentação específica.

2.3.2 Revisão da sazonalização de garantia física

Quando ocorre aumento ou redução da garantia física de algum empreendimento de geração com garantia física definida em regulamentação, deve ser realizada a revisão da sazonalização para fins de lastro pelo agente. Caso o agente tenha sua garantia física alterada e publicada em regulamentação específica, durante o ano corrente, a CCEE enviará comunicado informando-lhe os prazos, exclusivamente, para a revisão da sazonalização de garantia física para fins de lastro.

No caso de aumento ou redução de garantia física, a alocação da diferença entre o montante já sazonalizado e o montante a sazonalizar, para os meses ainda não contabilizados, deve ser efetuada pelo agente responsável no sistema da CCEE, considerando integralmente o novo valor a partir da data constante da publicação oficial da regulamentação, salvo os casos em que, para um determinado mês, o montante previamente sazonalizado já correspondesse ao limite de sazonalização do mês;

Excetua-se aos agentes responsáveis a sazonalização de valores resultantes da revisão de garantia física nos casos em que o valor proveniente do aumento ou redução do montante de garantia física supere os limites de potência instalada ou resulte em valores inferiores a zero, sendo, nesses casos, aplicado o constante das Regras de Comercialização.

A CCEE fornece à Empresa de Pesquisa Energética – EPE após a contabilização das operações do Mercado de Curto Prazo – MCP realizadas no âmbito desta Câmara no mês dezembro, conforme determinado pelo Ministério de Minas e Energia – MME e a fim de possibilitar ajustes e novos cálculos de garantia

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física, um relatório contendo os montantes de energia efetivamente gerados no ano civil anterior:

2.3.3 Garantia Física de uma Usina

A Garantia Física de um empreendimento de geração, definida pelo MME e constante do contrato de concessão ou ato de autorização, corresponde à quantidade máxima de energia que pode ser utilizada para comercialização por meio de contratos, conforme disposto no Decreto 5.163/04.

Garantia Física de uma usina independe da sua geração real e está associada às condições no longo prazo que cada usina pode fornecer ao sistema. Como exemplo tem-se a figura abaixo, onde mostra a curva de geração mensal e o MRE da usina.

Fonte: Elaborado pelo autor Figura 4- Geração x MRE

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2.3.4 Modelagem dos Resultados Considerando a Sazonalização

Quando um agente de geração de energia elétrica efetua a sazonalização o mesmo espera que o resultado financeiro futuro da comercialização da energia seja positivo.

Como exemplo será considerado aqui o caso de uma CGH com energia assegurada de 3,52 MWm e um respectivo contrato de venda no mesmo montante e uniforme ao longo dos meses. Esta CGH tem uma capacidade instalada de 4,75 MWm. Assim, o limite mensal de sazonalização é de 0 a 4,75 MWm, a cada mês.

O resultado de uma sazonalização da energia assegurada, para o caso desta CGH, será a diferença entre o valor da energia produzida e entregue nas condições do contrato, e o da energia comprada no mercado livre no caso de entrega menor do que o valor contratado ou da energia vendida naquele mercado em caso de entrega maior do que o valor assegurado, para cada mês de liquidação.

A principal variável que deve ser considerada é o preço de liquidação das diferenças (PLD), uma vez que todos os demais fatores são constantes para quaisquer das alternativas.

Para cada mês considerado, a seguinte equação traduz os resultados obtidos em relação ao contrato de venda de energia uniforme e a preço fixo:

Equação 1- Calculo de Apuração de Resultado no Curto Prazo

𝑅𝑒𝑐 = (𝐸𝑎 − 𝐸𝑐). 𝐻. (𝑃𝐿𝐷𝑖 − 𝑃𝐶) Fonte: Elaborado pelo autor

onde: i = mês

Rec = resultado apurado

Ea = energia assegurada (MWm) Ec = energia contratada (MWm) h = número de horas no mês

PLD = PLD médio mensal (R$/MWh) PC = preço contratado (R$/MWh)

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O resultado da equação é em R$ por mês, se o mesmo for positivo é superávits se negativo é déficits de uma determinada sazonalização durante o período de um ano, em relação a entrega venda “flat”.

Como exemplo tem-se dois cálculos o primeiro pega-se um contrato com energia assegurada de 3,52MWm e energia contratada é de 3 MWm/mês ao preço do PLD de 300,00 R$/MWh o resultado foi de 26.208,00 positivo, já no segundo caso só se altera o valor do PLD para 260,00 R$/MWh e o resultado foi negativo em 26.208,00. 1º caso (𝐄𝐚 − 𝐄𝐜). 𝐇.(𝐏𝐋𝐃𝐢 − 𝐏𝐂) 𝟏𝟐 𝐢 𝑅𝑒𝑐 = (3,52 − 3,00). 720(300,00 − 230,00) Rec= R$ 26.208,00 Positivo 2º caso (𝑬𝒂 − 𝑬𝒄). 𝑯.(𝑷𝑳𝑫𝒊 − 𝑷𝑪) 𝟏𝟐 𝒊 𝑅𝑒𝑐 = (3,52 − 3,00). 720(260,00 − 230,00) Rec= R$ -26.208,00 negativo 2.3.5 Modelagem.

Modelagem é a representação contábil na CCEE dos ativos físicos usinas, consumidores livres/especiais, conexões das distribuidoras com a rede básica, conexões entre distribuidoras, de forma que possa ocorrer a contabilização e liquidação do mercado de curto prazo de acordo com as regras de comercialização vigentes.

2.3.6 Etapas para o Processo de Modelagem na CCEE

 Parecer de Localização de Medição: é uma codificação de 14 dígitos disponibilizado pela CCEE para cadastro das medições dos agentes.

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 Adequação do Sistema de Medição de Faturamento – SMF: é um sistema composto pelos medidores principal e de retaguarda, pelos transformadores de potencial e de corrente, pelos canais de comunicação entre os agentes e a CCEE.

 Cadastramento dos Pontos de Medição: o agende deve efetuar o cadastro no Sistema de Coleta de Dados de Energia – SCDE

2.3.7 Garantia Física

A garantia física corresponde ao montante de energia, definido pelo devido ato legal, que a usina pode comprometer em seus contratos de venda e/ou consumo próprio. Em caso de descumprimento da garantia física por venda a maior o agente terá uma penalidade por insuficiência de lastro para comercialização de energia conforme Regras de Comercialização.

Como regra é importante a usina não vender mais energia que determina o MRE para não ficar exposto a penalidades.

2.3.8 Revisão da sazonalização de garantia física

 Ocorrendo aumento ou redução da garantia física de empreendimento de geração com garantia física definida em regulamentação, deve ser realizada a revisão da sazonalização para fins de lastro pelo agente.

 A sazonalização revisada tem início de vigência coincidente com a data estabelecida em regulamentação para a nova garantia física.

 Caso o agente tenha sua garantia física alterada e publicada em regulamentação específica, durante o ano corrente, a CCEE enviará comunicado informando-lhe os prazos, exclusivamente, para a revisão da sazonalização de garantia física para fins de lastro.

 A revisão da sazonalização de garantia física para alocação de energia no MRE segue o perfil de sazonalização dos demais agentes participantes do

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MRE, conforme consta do módulo de “Garantia Física” das Regras de Comercialização.

 A revisão da sazonalização para fins de lastro deve observar os critérios deste submódulo, sendo realizada diretamente no SCL, conforme segue:

2.3.9 Patamar de Carga

Compreende o período de tempo em que as características de consumo de energia elétrica tendem a ser semelhantes. No SIN as horas do dia são agregadas em 3 patamares de carga: Leve, Médio e Pesado.

Fonte: CCEE

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3 COMERCIALIZAÇÃO DE ENERGIA

3.1 COMERCIALIZAÇÃO

Através da Lei 10.848/2004 em seu artigo 4º fica autorizada a criação da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica - CCEE, pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, sob autorização do Poder Concedente e regulação e fiscalização pela Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL, com a finalidade de viabilizar a comercialização de energia elétrica.

O Decreto nº 5.163 cria as regras e procedimentos de comercialização de energia elétrica, bem como os ambientes de contratação de energia.

A comercialização de energia no Brasil é realizada em duas esferas de mercado: o Ambiente de Contratação Regulada (ACR) e o Ambiente de Contratação Livre (ACL). Todos os contratos, sejam do ACR ou do ACL, têm de ser registrados na CCEE, e servem de base para a contabilização e liquidação das diferenças no mercado de curto prazo (CCEE, 2010).

As principais diferenças entre o Ambiente de Contratação Livre –ACL são:

 Liberdade para escolher de quem comprar, negociar o preço da energia e o prazo do contrato;

 Normalmente apresenta melhores preços de tarifa de energia em relação ao Mercado Cativo, proporcionando economia nos custos de aquisição da energia elétrica;

 Os contratos de energia podem atender à diversas unidades consumidoras da empresa, como sua matriz e suas filiais;

 Liberdade de compra de volumes de energia adequados ao seu perfil de consumo e à sazonalidade do seu processo produtivo;

Transações celebradas através de contratos bilaterais, com opção para contratação de curto, médio e longo prazo;

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3.1.1 Contratos Bilaterais

Os contratos bilaterais são contratos firmados entre vendedor e comprador de energia são quem levam ao mercado de energia o nome de livre. Isso ocorre pois há uma livre negociação de preços entre as duas partes, bem como uma livre escolha de quem será o fornecedor para o consumidor de energia. Contratos bilaterais podem ser de dois tipos: de curto e longo prazo.

3.1.2 Contratos de Longo Prazo

Estes contratos tem uma duração maior que seis meses é também a modalidade de contratação mais comum entre consumidores e geradores, porque os mesmos têm uma previsibilidade quanto gastarão mensalmente com energia elétrica. Portanto o preço de contrato da energia proveniente de fontes incentivadas pode variar, sempre de acordo com o desconto na TUSD.

3.1.3 Contratos de Curto Prazo

Estes contratos são geralmente firmados após o efetivo consumo de energia elétrica são chamados de “ex-post” onde os mesmos têm a finalidade de ajustar os contratos de longo prazo, principalmente nos casos que os consumidores tenham consumido mais energia do que contrataram.

Quando isso acontece o consumidor fica exposto na CCEE ao valor do PLD do mês. Para que ele não tenha que pagar o PLD definido no mês ele realiza compra de energia no curto prazo e acaba com sua exposição para não ter penalidade.

O maior risco para esses consumidores é de uma alta no PLD, devido ao despacho de usinas térmicas pelo ONS, quando há indícios de baixo volume de

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água nos reservatórios das usinas hidrelétricas e a operação se vê obrigada a usar energia térmica, mais cara que a hidráulica (CCEE, 2015).

3.1.4 Submercados

O Brasil é um país de dimensões continentais, com um sistema interligado de energia baseado fortemente em energia hidráulica, onde as vazões dos rios que possibilitam o armazenamento de água nos reservatórios variam não apenas com a sazonalidade, mas também geograficamente (EPE, 2016).

Isso significa que enquanto um reservatório na região nordeste do país pode estar com a capacidade máxima (vertendo água), um reservatório na região sul pode estar com sua capacidade deplecionada à metade do valor nominal.

Quando situações como esta ocorrem, usinas térmicas entram em operação através de despacho pelo ONS na região onde há risco de falta de água armazenada. Consequentemente os valores cobrados pela energia na região norte serão menores do que os da região Sul. É simples como a lei de oferta e procura.

Deste cenário é que foram definidos “Submercados”, com o intuito de valorar a energia de cada região de acordo com a oferta da mesma no mercado (EPE, 2016).

Existem 4 Submercados dentro do país: Sul, Sudeste/Centro-Oeste, Nordeste e Norte.

3.1.5 Contabilização e Liquidação financeira na CCEE

Toda a geração de energia dos agentes da CCEE é medida e informada a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica - CCEE. Ao final de cada período de apuração, realiza a contabilização que é o procedimento responsável por calcular, com base nos dados de contratos, preços e medição, o resultado final de cada agente (CCEE, 2016).

Esse processamento de dados é feito seguindo as regras de comercialização definidas pela ANEEL. Basicamente, o que é feito é reunir os dados de medição do

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consumidor, compará-los aos montantes de contrato do agente e usando os valores de PLD calcular quanto o agente tem de crédito a receber ou débitos a pagar. Este procedimento é bastante complexo e é realizado através de um sistema computacional operacional da câmara.

A contabilização deve levar em conta a exposição de cobertura contratual semanal de cada agente e valorar tal exposição conforme o PLD da semana em questão, para cada patamar de carga. Patamar de Carga é o nome dado a classificação das horas do mês, de acordo com o perfil de carga definido pelo ONS - ou seja, períodos de tempo em que o consumo de energia elétrica adquire características semelhantes.

Para contabilização existem os patamares de carga, pode ser de três tipos:

 Leve - horários do dia em que se observam os menores consumos de energia elétrica.

 Médio - horários do dia em que o consumo de energia elétrica é mediano.  Pesado - horários do dia nos quais o consumo de energia elétrica é maior e

podem ocorrer picos.

Os dias Tipo 1 são os dias compreendidos entre segunda-feira e sábado, enquanto os dias Tipo 2 são os domingos e feriados.

Exemplo é mostrado na tabela:

.

3.1.6 Tipos de Contratos no Mercado Livre de Energia

Temos vários tipos de contratação de energia no mercado livre, a energia contratada pode ser convencional ou incentivada.

A energia incentivada foi estabelecida pelo Governo para estimular a expansão de geradores de fontes renováveis limitados a 30 MW de potência, como PCH (Pequenas Centrais Hidroelétricas), Biomassa, Eólica e Solar. Para esses geradores serem mais competitivos, o comprador da energia proveniente deles, chamada de energia incentivada, recebe descontos (de 50%, 80% ou 100%) na tarifa de uso do sistema de distribuição).

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A energia convencional é proveniente dos outros tipos de geradores, como usinas térmicas a gás ou grandes hidroelétricas.

3.1.7 Agentes da CCEE

Os Agentes, empresas que atuam no setor de energia elétrica, dividem-se nas Categorias de Geração, Distribuição, Comercialização, Consumidores Livres e Especiais, conforme definido na Convenção de Comercialização. Os associados podem ter participação obrigatória ou facultativa.

3.1.8 Sistema de Medição e Faturamento - SMF

Para medir os montantes de energia, é obrigatório todas as usinas ter implantado o Sistema de Medição e Faturamento -SMF onde os medidores do SMF são conectados ao Sistema de Coleta de Dados de Energia – SCDE, que é o sistema da CCEE responsável pela coleta diária e pelo tratamento dos dados de medição.

3.1.9 Consumidores

Consumidor livre: é aquele que tenha exercido a opção de compra de energia elétrica, conforme as condições previstas nos art. 16 da Lei nº 9.074, de 7 de julho de 1995 e no Decreto nº 5.163, de 30 de julho de 2004.

Consumidor Especial: consumidor responsável por unidade consumidora ou conjunto de unidades consumidoras do grupo “A” cuja carga seja maior ou igual a 500 kW.

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3.1.10 Mercado de Curto Prazo

Independente do ambiente de contratação, todos os contratos de compra e venda de energia elétrica devem ser registrados na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica. A CCEE é responsável pela contabilização de toda energia gerada e consumida no âmbito do SIN. Para tal a Câmara utiliza o PLD – Preço de Liquidação das Diferenças de forma a apurar a participação de cada agente na contabilização mensal para posterior liquidação financeira.

AGENTES DE GERAÇÃO: Titular de concessão, permissão ou autorização para fins de geração de energia elétrica.

AUTOPRODUÇÃO: Pessoa física ou jurídica ou empresas reunidas em consórcio que recebam concessão ou autorização para produzir energia elétrica destinada ao seu uso exclusivo (DECRETO Nº 2.003 DE 1996).

PIE – PRODUTOR INDEPENDENTE DE ENERGIA: Pessoa jurídica ou empresas reunidas em consórcio que recebam concessão ou autorização para produzir energia elétrica destinada ao comércio de toda ou parte da energia produzida, por sua conta e risco (DECRETO Nº 2.003 DE 1996).

3.1.11 Mercado Livre de Energia no Brasil

O Mercado Livre de Energia foi criado durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, em 1995, com a Lei 9.074. Ao criar esse mercado, o objetivo do governo foi estimular a livre concorrência, criando maior competitividade entre as empresas brasileiras e proporcionando a redução dos custos com energia elétrica. Atualmente, há mais de 1800 consumidores usufruindo os benefícios do mercado livre.

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Quem pode ser um Consumidor Livre: É aquele consumidor cuja demanda contratada seja igual ou maior que 3.000 kW, atendidos em tensão de fornecimento acima de 69 kV e, se atendidos em tensão inferior, os ligados após 08/07/1995.

Esse cliente pode adquirir energia de qualquer fonte, incentivada e/ou convencional. A fonte incentivada advém de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH), Usinas Térmicas de Biomassa, Eólicas e Solar até 50 MW e a fonte convencional inclui grandes usinas hidrelétricas ou termelétricas acima de 50MW.

3.1.12 Legislação sobre comercialização de energia

Para a comercialização de energia elétrica no Brasil existe uma legislação que regulamenta, onde as principais estão elencadas a seguir.

Leis:

LEI Nº 9.074 de 07/07/1995: Estabelece normas para a outorga e prorrogações das concessões e permissões de serviços públicos e dá outras providências;

LEI Nº 10.848 de 15/03/2004: Dispõe sobre a comercialização de energia elétrica.

Decretos:

DECRETO Nº 2.655 de 02/07/1998: Regulamenta o Mercado Atacadista de Energia Elétrica, define as regras de organização do Operador Nacional do Sistema Elétrico, de que trata a Lei nº 9.648, de 27 de maio de 1998, e dá outras providências;

DECRETO Nº 5.163 de 30/07/2004: Regulamenta a comercialização de energia elétrica, o processo de outorga de concessões e de autorizações de geração de energia elétrica, e dá outras providências;

DECRETO Nº 5.177 de 12/08/2004: Autoriza a criação da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE.

Resoluções:

RESOLUÇÃO NORMATIVA Nº 077 de 19/08/2004: Estabelece os procedimentos vinculados à redução das tarifas de uso dos sistemas elétricos de transmissão e de distribuição, para empreendimentos hidrelétricos de geração, caracterizados como

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Pequena Central Hidrelétrica, e aqueles com fonte solar, eólica, biomassa ou cogeração qualificada, com potência instalada menor ou igual a 30.000 kW;

RESOLUÇÃO NORMATIVA Nº 247 de 21/12/2006: estabelece as condições para a comercialização de energia elétrica, oriunda de empreendimentos de geração que utilizem fontes primárias incentivadas, com unidade ou conjunto de unidades consumidoras cuja carga seja maior ou igual a 500 kW, no âmbito do Sistema Interligado Nacional – SIN;

RESOLUÇÃO NORMATIVA Nº481 de 17/04/2012 publicada em 20/04/2012. Altera a Resolução Normativa nº 77, de 18 de agosto de 2004, instituindo redução das tarifas de uso dos sistemas elétricos de transmissão e de distribuição para empreendimentos de fonte solar;

A Resolução nº 506/ANEEL de 19 de setembro de 2012 estabelece as condições gerais de contratação do acesso, compreendendo o uso e a conexão, aos sistemas de distribuição de energia elétrica para os consumidores livres e especiais.

RESOLUÇÃO NORMATIVA Nº 611 de 04/07/2014: Estabelece critérios e condições para o registro de contratos de compra e venda de energia elétrica e de cessão de montantes de energia elétrica e de potência, firmados no Ambiente de Contratação Livre - ACL;

RESOLUÇÃO NORMATIVA Nº 622 de 22/08/2014: Dispõe sobre as garantias financeiras e a efetivação de registros de contratos de compra e venda de energia elétrica, associados à comercialização no âmbito da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica.

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3.2 ENERGIA

3.2.1 Geração de Energia por Fontes no Brasil

A geração de energia elétrica no Brasil vem de várias formas, mas é predominantemente através da água.

3.2.2 Formação do Preço de Liquidação das Diferenças-PLD

Todas sextas feiras a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE divulga o Preço de Liquidação das Diferenças-PLD é um valor determinado semanalmente para cada patamar de carga com base no Custo Marginal de Operação - CMO, limitado por um preço máximo e mínimo vigentes para cada período de apuração e para cada submercado.

A precificação da energia no mercado elétrico brasileiro está fortemente ligada à forma de operação de nossa matriz energética. Cabe ao ONS a operação e determinação qual a fonte que será mais acionada para o atendimento da carga do Sistema Interligado Nacional - SIN que será atendida, sabendo que a geração de energia elétrica do Brasil é predominantemente hidrotérmica.

O ONS utiliza dois modelos computacionais que são: Newave serve para os cálculos de médio prazo e longo prazo, enquanto o modelo Decomp é utilizado para o curto prazo, esses modelos servem para buscar a otimização da operação.

Quando abaixa os níveis dos reservatórios, é despachada as térmicas subindo o Custos Marginais de Operação- CMO, por ordem de mérito, isto é, são acionadas primeiro as de menor custo, para as de maior.

3.2.3 Preço de Liquidação das Diferenças–PLD

Toda a semana a CCEE divulga os preços por submercado e patamar de carga conforme figura abaixo.

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3.2.4 Limite Mínimo e Máximo do PLD

O Preço de Liquidação das Diferenças - PLD para o ano de 2017 é limitado por valores mínimo e máximo de acordo com legislação da Aneel, os valores são mínimo R$ 33,68 e máximo 533,82 R$/MWh. Conforme gráfico abaixo observa que iniciou o ano de 2017 na faixa de 120,00 R$/MWh e em maio teve um pique chegando em 411,49 R$/MWh como no final de maio e começo de junho choveu bastante no Sul o PLD despencou para menos de 70,00 R$/MWh e após voltou a subir novamente batendo no teto máximo no mês de outubro.

Fonte: Elaborado pelo autor

3.2.5 Reservatórios

Neste momento os níveis dos reservatórios são os mais baixos da história, como mostra o gráfico abaixo referente ao submercado sul, onde comparando o ano de Figura 6- PLD Médio Submercado Sul

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2017 com anos anteriores está bem abaixo da média. Fonte: Elaborado pelo autor

4 ENERGIA E RELATÓRIOS DA CCEE

Existem diversos tipos de energia no mercado livre disponíveis para negociações conforme descrito abaixo.

4.1 INCENTIVADA

Energia proveniente de determinadas fontes renováveis que concedem um percentual de desconto na parcela de demanda da Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição -TUSD ou de Transmissão -TUST.

Tais fontes são de base solar, eólica, biomassa, cogeração qualificada e de pequenos aproveitamentos hidráulicos, a partir de 1º de janeiro de 2016, o direito ao desconto na TUSD/TUST se dará até o limite de 300 MW de potência injetada.

O desconto aplicado varia de acordo com a fonte proveniente da energia elétrica, podendo ser conforme classificação abaixo:

• I5: concede desconto de 50% na TUSD; • I8: concede desconto de 80% na TUSD; • I1: concede desconto de 100% na TUSD.

4.1.1 Relatórios de Energia disponibilizados pela CCEE

A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica-CCEE disponibiliza vários relatórios para os agentes, abaixo alguns dos mais importantes. Os nomes dos relatórios são conforme adotados por padrão da CCEE.

4.1.2 MED003 – Medição de Geração e Consumo

A finalidade deste relatório é detalhar aos agentes informações referentes à medição das usinas. Neste relatório os agentes podem visualizar informações de

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medição das suas usinas, bem como o agente também consegue visualizar dados totais de seu consumo e geração.

4.1.3 GFI001 – Garantia Física

A CCEE traz neste relatório dados da garantia física por submercado, semana e patamar de carga. O relatório também apresenta o montante de garantia física informado pelo agente bem como o valor do fator de disponibilidade da usina.

4.1.4 GFI002 – Garantia Física e Contratação do Agente

O objetivo deste relatório é apresentar aos agentes as informações referentes à Garantia Física, e também o grau de comprometimento de lastro mensal no atendimento de contratos de venda.

4.1.5 DCT001 – Desconto Mensal de Energia Incentivada

O objetivo deste relatório é apresentar informações sobre o desconto na TUSD/TUST do agente. O relatório apresenta para cada perfil de agente as informações utilizadas no cálculo do desconto do agente em um determinado mês de apuração.

4.1.6 MRE002 – Resultado do Mecanismo de Realocação de Energia

O objetivo deste relatório é apresentar informações do mercado referentes ao Mecanismo de Realocação de Energia -MRE. O relatório apresenta os montantes totais de geração das usinas do MRE, garantia física, energia secundária, além dos dados totais, apresenta-se um detalhamento por semana e patamar de carga (CCEE, 2017).

(48)

4.1.7 GFN001 – Garantia Financeira

O objetivo deste relatório é apresentar aos agentes o montante de garantia financeira que deve ser aportada na conta de custodia do Bradesco para que o agente tenha saldo disponível na liquidação financeira (CCEE, 2017).

4.1.8 LFN001 – Liquidação Financeira

O objetivo deste relatório é apresentar as informações referentes a liquidação do mercado de curto prazo com os ajustes necessários. O relatório apresenta o montante que o agente deve liquidar no mercado de curto prazo, bem como o total da liquidação da CCEE no mês de apuração (CCEE, 2017).

4.1.9 SUM001 – Sumário

O objetivo deste relatório é apresentar os resultados da contabilização do mercado de curto prazo de um determinado mês. Dentre outras informações, o relatório mostra o montante financeiro a liquidar no mercado de curto prazo, o total de encargos a pagar ou receber pelo agente e o resultado final do agente (CCEE, 2017).

4.2 LASTRO DE ENERGIA

O Decreto 5.163/04, que regulamentou a comercialização de energia elétrica no Sistema Interligado Nacional - SIN, estabeleceu a necessidade aos consumidores livres e especiais de garantirem o atendimento de 100% de suas cargas por meio de contratos registrados na CCEE.

(49)

Mensalmente a CCEE confere se o vendedor possui lastro, isto é, se o vendedor possui a quantidade de produto para a entrega que ele vendeu, caso contrário o mesmo sofre penalidade.

4.3 MECANISMO DE REALOCAÇÃO DE ENERGIA -MRE

É um mecanismo de compartilhamento e mitigação de risco hidrológico, o que possibilita o despacho centralizado das usinas hidrelétricas. Foi concebido para compartilhar entre seus integrantes os riscos financeiros associados à comercialização de energia pelas usinas hidráulicas despachadas de modo centralizado e otimizado pelo ONS.

O Ministério de Minas e Energia – MME baseado em estudos hidrológicos do rio aonde a usina se encontra instalado publica através de uma portaria qual é o MRE da usina em questão, normalmente para usinas hidroelétricas o MRE fica entre 50 a 60% da potência instalada.

4.2.1 Generation Scaling Fator - GSF

O GSF é conhecido no Brasil como “Fator de Ajuste da Garantia Física” esse fator revela em cada mês quanta energia, expressa em percentual da Garantia Física, será alocada a cada usina. Quando a totalidade da energia produzida pelo conjunto de usinas é superior ou igual à soma das garantias físicas das mesmas o GSF é 100%, caso contrário é inferior a 100% e a energia é reduzida na mesma proporção.

O GSF é um fator que influencia bastante no mercado de curto prazo porque quando o fator for menor que 100% a CCEE faz o ajuste do MRE das usinas, como exemplo pega-se o mês de agosto de 2017 onde a redução foi de menos 39,71% o que culminou na diminuição do MRE para 60,29%, isto significa uma redução financeira elevada porque o gerador paga o valor do PLD para a energia que é reduzida.

O cálculo desse fator será então realizado pela equação abaixo:

𝐺𝑆𝐹 = 𝐺𝑒𝑟𝑎çã𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑀𝑅𝐸 𝑒𝑚 𝐺𝑊ℎ 𝐺𝑎𝑟𝑎𝑛𝑡𝑖𝑎 𝐹𝑖𝑠𝑖𝑐𝑎 𝑑𝑎𝑠 𝑈𝑠𝑖𝑛𝑎𝑠 𝑒𝑚 𝐺𝑊ℎ

Referências

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