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Metodologia do ensino dos esportes: analise comparativa no processo de ensino do futsal em duas escolas no município de Ijuí-RS

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL - UNIJUÍ

THAIRO RAFAEL PALHARINI DA SILVA

METODOLOGIA DO ENSINO DOS ESPORTES: ANALISE

COMPARATIVA NO PROCESSO DE ENSINO DO FUTSAL EM DUAS ESCOLAS NO MUNICÍPIO DE IJUÍ-RS

Ijuí – RS 2017

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THAIRO RAFAEL PALHARINI DA SILVA

METODOLOGIA DO ENSINO DOS ESPORTES: ANALISE

COMPARATIVA NO PROCESSO DE ENSINO DO FUTSAL EM DUAS ESCOLAS NO MUNICÍPIO DE IJUÍ-RS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Educação Física da Universidade Regional do Noroeste do Estado Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, como requisito parcial à obtenção do título de Licenciado em Educação Física.

Orientador: Prof. Ms. Mauro Bertollo

Ijuí – RS 2017

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A banca examinadora abaixo assinada aprova o trabalho de conclusão de curso:

METODOLOGIA DO ENSINO DOS ESPORTES: ANALISE

COMPARATIVA NO PROCESSO DE ENSINO DO FUTSAL EM DUAS ESCOLAS NO MUNICÍPIO DE IJUÍ-RS

Elaborado por

THAIRO RAFAEL PALHARINI DA SILVA

como requisito parcial para obtenção de título de Licenciado em Educação Física.

Ijuí, 19 de Julho de 2017

BANCA EXAMINADORA

____________________________________ Professor Ms. Mauro Bertollo – Orientador

___________________________________ Professor Osmar Laureano – Examinador

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DEDICATÓRIA Á família

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente quero agradecer a Deus por me dar força e persistência nessa longa caminhada que foi a minha graduação. Por muitas vezes me deparando com grandes obstáculos, por vezes tropeçando, mas nunca desistindo.

Também quero agradecer a minha família, pais e avós, por me apoiar desde quando escolhi a graduação no curso de Educação Física. Quero agradecer em especial ao meu avô Getúlio, o qual me incentivou a essa longa e demorada caminhada acadêmica, foi ele quem meu deu todo o suporte para a minha graduação.

Quero agradecer do fundo do meu coração a minha noiva, Isadora, pessoa especial, maravilhosa e companheira. Por sempre estar ao meu lado me ajudando, aconselhando e apoiando em minhas decisões, por ser aquele ombro amigo quando mais precisei.

Por fim, um grande agradecimento para o professor e orientador Mauro Bertollo, o qual eu admiro, não apenas por ser um grande professor, mas um exemplo de pessoa e profissional.

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RESUMO

Após a construção dos parâmetros curriculares nacionais (PCN) a Educação Física Escolar está passando por uma constante transformação, através de um movimento renovador. A Educação Física na cultura corporal de movimento abrange esportes, jogos, danças, ginasticas entre outros. Mas a Educação Física não se caracteriza apenas nisso, ela também atua no processo pedagógico com objetivo de promover, de modo sistematizado, o conhecimento entre professor e aluno num processo social e cultural. Diante disso, esta pesquisa tem como objetivo identificar e analisar as metodologias de ensino de dois professores de escolas distintas na disciplina de Educação Física, na iniciação esportiva do futsal. As escolhas dos professores foram de caráter aleatório, mas, contudo, que o primeiro professor a ser observado e analisado atuasse em uma escola particular (privada) e o segundo professor a ser escolhido atuasse em uma escola pública. Os resultados dessa pesquisa demostraram que o professor que atua na escola privada, se baseia no método situacional-ativo, trabalha a técnica e a tática de maneira conjunta, em situações reais de jogo. Já o professor que atua na escola pública, ensina o esporte futsal para seus alunos através do método global, no qual o seu ensino se baseia no jogo, não devendo ter grandes divisões, na forma que o aluno chegue diretamente ao objetivo desejado. Dessa maneira, percebe-se que o futsal pode ser ensinado através de diferentes métodos de ensino, dentre os quais pode-se destacar o método tradicional, global, situacional-ativo. É importante lembrar que não existe um método ideal, ou melhor, mas sim aquele que possibilite o aluno a forma mais fácil e prazerosa para atingir seus objetivos. Uma metodologia deve oferecer condições facilitadas na aprendizagem do jogo, remetendo-se ao professor através do planejamento de suas aulas. O nível de complexidade das atividades deve ser aumentado progressivamente, conforme o desenvolvimento das capacidades dos alunos, tornando o ensino do esporte futsal eficaz.

Palavras-chave: Educação Física Escolar. Esporte na Escola. Iniciação Esportiva Futsal.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 8

2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 11

2.1 EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR ... 11

2.2 ESPORTES NA ESCOLA ... 13

2.3 INICIAÇÃO ESPORTIVA: FUTSAL ... 15

2.4 MÉTODOS DE ENSINO ... 17

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ... 21

4 OBSERVAÇÕES DAS AULAS ... 23

4.1 RELATO DAS AULAS DA PROFESSORA ... 23

4.2 RELATO DAS AULAS DO PROFESSOR ... 24

5 ANALISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS ... 26

5.1 PROFESSSORA QUE ATUA EM UMA ESCOLA PRIVADA ... 26

5.2 PROFESSOR QUE ATUA EM UMA ESCOLA PÚBLICA ... 27

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 29

REFERÊNCIAS ... 31

APÊNDICE 1 - TRANSCRIÇÃO DA ENTREVISTA DE UMA PROFESSORA QUE ATUA EM UMA ESCOLA PRIVADA ... 35

APÊNDICE 2 - TRANSCRIÇÃO DA ENTREVISTA DE UM PROFESSOR QUE ATUA EM UMA ESCOLA PÚBLICA ... 37

APÊNDICE 3 - TERMO DE CONSCENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ... 39

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1 INTRODUÇÃO

A Educação Física Escolar vem numa constante transformação nos últimos anos, através do movimento renovador, do mesmo modo que esse movimento tomou mais força após a construção dos parâmetros curriculares nacionais – PCN. Deste modo, as perspectivas curriculares da Educação Física estão diretamente “vinculadas aos processos de construção dos Projetos Políticos Pedagógicos das escolas. Com isso as ações pedagógicas da Educação Física também poderão variar entre ações conservadoras e ações críticas” (CORRÊA, MORO, 2004, p. 244). Desta forma a Educação Física no conhecimento da cultura corporal de movimento, abrange não apenas os esportes como futebol, futsal, vôlei, mas também atua no processo social e cultural do aluno.

No mesmo modo o esporte ensinado na Educação Física Escolar tem como o principal papel uma prática pedagógica, através dos conteúdos denominados cultura corporal de movimento. Também possui uma característica de encontrar práticas inovadoras e novas alternativas para ensinar o esporte. Neste viés o esporte tem como objetivo de ensinar ao aluno o prazer de se exercitar e a aprendizagem de algumas habilidades.

Logo a iniciação esportiva se da no instante que o aluno aprende os conhecimentos básicos do esporte, mas para isso acontecer necessita de fatores como a interação social, motivação e de suma importância à intervenção do professor. Desta forma o professor precisa conhecer o aluno individualmente para que possa “tirar” o melhor do aluno, através das atividades planejadas. Nessa fase o docente precisa tomar alguns cuidados, pois se o aluno sofrer alguma frustração na iniciação esportiva pode acarretar na desistência no esporte.

Entretanto, esse estudo tem como característica uma pesquisa de campo, de modo que serão observadas e analisadas aulas de dois professores de Educação Física no município de Ijuí-RS. No qual, o primeiro professor a ser observado atua em uma escola particular (privada) e o segundo atua em uma escola pública. Assim, dando segmento a este estudo, ao final será realizada uma entrevista com os mesmos professores.

Para dar continuidade a essa pesquisa, os professores observados, tem como objetivo de suas aulas de Educação Física a iniciação esportiva futsal. No entanto, a mesma condiz que, o professor precisa e requer alguns cuidados com seus alunos, pois se os mesmo sofrerem frustações nesse período pode acarretar a desistência prematura no esporte. Para que não ocorra nenhuma frustação na iniciação esportiva, o professor precisa planejar os conteúdos e objetivos a serem ensinados na qual “esse feito é baseado na simplificação das partes do jogo:

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fundamentos, gestos técnicos, táticas (como sinônimo de sistema/esquema de jogo) e condicionantes físico-motoras” (SCAGLIA et al, 2003, p. 231).

A partir disso o processo de ensino tem grande influência para a aprendizagem esportiva. No mesmo modo, não podemos afirmar que uma metodologia é melhor que a outra, mas podemos escolher a mais adequada para um determinado publico (alunos) alvo. Nesta mesma linha Greco (1998, p. 40) afirma que o “método de ensino deve apresentar ao aluno situações-problemas que estejam adequadas a seu nível de capacidade, fundamentalmente, as psico-táticas, isto é, aquelas que permitirão um melhor aproveitamento dos conceitos táticos”.

Neste viés a aprendizagem do esporte passa pelos métodos de ensino que o professor utiliza em suas aulas de Educação Física, na qual ele pode dar ênfase na técnica esportiva, na estratégia ou na motivação dos alunos. Por exemplo, a motivação dos alunos, que é importantíssimo para a aprendizagem do esporte, desta maneira o professor precisa buscar estratégias para incentivar o educando a participar de suas aulas de maneira ativa. Um dos princípios que podem ser utilizados pelo educador é como organiza suas aulas, suas atividades, e até mesmo seu relacionamento com os alunos (FOLLE, POZZOBON, BRUM, 2005). Similarmente Gonzáles e Bracht (2012) condizem que o ensino dos esportes através dos métodos de ensino se da como uma facilitação para a aprendizagem dos alunos, desta maneira se baseiam em três elementos chaves para o ensino “as tarefas, a intervenção do professor (o que o professor comunica), e o papel que é atribuído ao aluno durante esse espaço-tempo” (ibidem, p.77).

Nesta mesma linha os métodos de ensino vêm como complemento para uma iniciação de qualidade. Desta forma relato apenas três métodos de ensino aprendizagem, o primeiro é o método analítico-sintético, no qual segue a linha da técnica esportiva, pois os exercícios e suas atividades são divididos por partes. Por outro lado, o segundo método é de ensino global, partindo dos jogos pré-desportivos, cuja suas regras vão sendo inseridas até chegar ao jogo formal, desta forma, as técnicas vão surgindo através do jogo. Nesse método a técnica e tática estão juntas, através do jogo. Por fim o método situacional-ativo, que é ensinado através de situações isoladas de jogo, e às vezes com números reduzidos de alunos, assim os alunos desenvolvem a compreensão tática e o processo cognitivo através dos exercícios semelhantes do jogo.

A partir desse entendimento, eu como acadêmico do curso de Licenciatura em Educação Física – Unijui, já atuando como árbitro em uma empresa de consultoria em arbitragem e sendo árbitro da Federação Gaúcha de Futebol de Salão, me chamou a atenção,

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através dos jogos estudantis de futsal (JERGS1, jogos da primavera2), que alguns alunos já possuem noção dos elementos de desempenho esportivo, dentre eles, podendo se destacar as técnicas esportivas, as intenções táticas, as combinações táticas e, até mesmo os sistemas de jogo.

Portanto, diante das considerações mencionadas acima, surgem questões que me instigam: como está ocorrendo o ensino da iniciação esportiva na modalidade futsal, nas escolas de Ijuí-RS? Quais são os métodos de ensino que os professores estão utilizando com seus alunos? Existe diferença entre as metodologias de ensino utilizadas pelos professores de Educação Física que desenvolvem suas aulas em escolas diferentes?

Com base na contextualização apresentada, o objetivo dessa pesquisa é identificar e analisar as metodologias de ensino de dois professores de escolas distintas na disciplina de Educação Física na iniciação esportiva futsal. Desta forma, vou observar e descrever as maneiras que estão sendo realizadas as aulas de Educação Física.

Através disso, organizei este trabalho em quatro tópicos: no primeiro, exponho o referencial teórico, discutindo questões inerentes ao tema da pesquisa. Na sequência, mostro o processo metodológico. Depois, apresento os resultados produzidos pela pesquisa, bem como, a análise e interpretação dos mesmos. E por último, faço as considerações finais.

1 Jogos Escolares do Rio Grande do Sul 2

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

Para a organização do referencial teórico deste estudo, perpassa em quatro temas. O primeiro tema abordado foi a Educação Física Escolar, a qual vem numa constante transformação nos últimos anos. No segundo abordei o esporte na escola, de maneira que fica a cargo da Educação Física ensiná-lo. No terceiro explanei sobre a iniciação esportiva, discorrendo acerca do esporte futsal. No quarto e último tema expliquei os três tipos de métodos escolhidos para referenciar esta investigação: analítico-sintético, global- funcional e situacional.

2.1 EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

A Educação Física Escolar vem numa constante transformação nos últimos anos, através do movimento renovador, do mesmo modo que esse movimento tomou mais força após a construção dos parâmetros curriculares nacionais – PCN (GONZÁLEZ; FRAGA, 2009). Deste modo, as perspectivas curriculares da Educação Física estão diretamente “vinculadas as processo de construção dos Projetos Políticos Pedagógicos das escolas. Com isso as ações pedagógicas da Educação Física também poderão variar entre ações conservadoras e ações críticas” (CORRÊA, MORO, 2004, p. 244).

Por outro lado, Neto (2013, p. 01) escreve que a Educação Física

[...] é entendida como uma área de conhecimento da Cultura Corporal de Movimento e deve cuidar do corpo como algo mecânico, visando apenas o desenvolvimento do aspecto físico, independentemente dos demais, como era anteriormente, décadas atrás, mas sim na perspectiva de sua relação com os outros sistemas: o mental, o emocional o estético, o religioso entre outros.

Como complemento, a Educação Física na cultura corporal de movimento, abrange esportes, jogos, danças, ginasticas entre outros. Mas a Educação Física não se caracteriza apenas nisso, ela também atua no processo pedagógico com objetivo de promover de modo sistematizado o conhecimento entre professor e aluno num processo social e cultural.

De acordo, Betti (1998) afirma que a Educação Física trabalha na área dos conhecimentos relativos à Cultura Corporal de Movimento, do modo que são demandados os conhecimentos científicos e filosóficos através de suas práticas. Dessa forma a Educação Física Escolar tem como característica “[...] introduzir e integrar o aluno na cultura corporal de movimento, formando o cidadão que vai produzi-la, reproduzi-la, instrumentalizando-o

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para usufruir do jogo, do esporte, da dança e das ginásticas em benefício de sua qualidade de vida” (BETTI, 1998, p. 19). Por exemplo, o esporte a ser ensinado na escola que não é apenas competição ou rendimento, e sim, agregando outros valores, ensinado como forma de atividade física, do lazer, se tornando prazeroso para os alunos.

Nessa linha, González e Fraga (2009) elaboram um modelo de referencial curricular que citam alguns princípios básicos que a Educação Física Escolar deve seguir. O componente curricular deve proporcionar aos alunos a tematização da cultura corporal de movimento, a pluralidade das práticas corporais sistematizadas e o conhecimento crítico da cultura corporal de movimento.

Ainda no papel de componente curricular a Educação Física assumiu uma tarefa de

[...] introduzir e integrar o aluno na cultura corporal do movimento, formando o cidadão que vai produzi-la, reproduzi-la e transformá-la, instrumentalizando-o para usufruir do jogo, do esporte, das atividades rítmicas e dança, das ginásticas e práticas de aptidão física, em benefício da qualidade de vida (BETTI, ZULIANI, 2002, p. 75).

Entretanto, Soares (1996) têm a visão de que a psicomotricidade fez com que a prática da Educação Física escolar, busca-se a valorização do processo de aprendizagem e não apenas o gesto técnico, sobretudo essa responsabilidade caiu a cargo dos professores de Educação Física. Com isso Gonzáles e Fensterseifer (2010) definem Educação Física em três tipos de conhecimentos, Práticas corporais sistematizadas, possibilidades do se movimentar e estruturas e representações sociais. Esses conhecimentos têm como a ideia de oportunizar os alunos as capacidades dos movimentos dos seres humanos, um conjunto de cuidados com o corpo (saúde) e o lazer, através de experiências.

Em relação aos conhecimentos abordados na Educação Física e suas características a serem estudadas, “[...] impõe pelo menos duas exigências para seu estudo: a) o tratamento da pluralidade das práticas corporais sistematizadas; e b) a necessidade de conhecer corporal e conceitualmente os temas de estudo” (GONZÁLES, FENSTERSEIFER 2010, p. 17). Essa ideia faz com que os alunos desfrutem das diversas experiências das praticas, assim a progressão dos conteúdos a serem ensinados na Educação Física escolar e o tempo de cada conteúdo é muito relativo, pois esta diretamente ligada a ciclos de vida de cada aluno.

Por fim, entendo que essa pluralidade das práticas não pode ser substituída por apenas reflexão conceitual, e sim com vivências e experiências das manifestações corporais. Mas não podemos deixar totalmente de lado a parte dos ensinamentos do professor, isso se da através das suas convicções e valores acreditados pelo mesmo.

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Neste viés o professor de Educação Física tem o papel de usar a “apropriação, pelos nossos alunos, do saber sistematizar, coloca-los em condições de compreender, corrigir e transformar a realidade em que vivem, a sociedade da qual fazem parte (GODOY, 1995, p. 33). Assim fica a cargo do projeto pedagógico o papel da construção do mundo sociocultural. Além do mais o esporte melhora a saúde do aluno e proporciona uma melhora na qualidade de vida, não bastando ele aprimora a personalidade das crianças e subsequentemente uma formação social.

2.2 ESPORTES NA ESCOLA

O esporte como tema da Educação Física escolar vem crescendo no ultimo século, com um diálogo em que a escola como instituição social produz a cultura do esporte e não a reproduz nas práticas de esporte. Neste viés a escola tem a capacidade de produzir (inventar) sua própria cultura e seus critérios (VAGO, 1996).

Nessa linha de pensamento, Vago (1996, p. 8) enfatiza que o “esporte tenha influenciado a Educação Física e se transformado no seu principal conteúdo de seu ensino na escola nos últimos 50 anos”.

No mesmo modo a Educação Física tem o papel de ensinar o esporte na escola, através de suas práticas pedagógicas e com um papel de tematizar dentro de seus conteúdos denominados cultura corporal de movimento. Sim, a escola como produtora de cultura tem como papel encontrar práticas alternativas para ensinar o esporte com qualidade e não se baseando em práticas comuns (STIGGER, 2009).

Sobretudo González e Bracht (2011, p.12) escrevem que o interesse do professor de Educação Física é que o “aluno conheça o esporte para praticar, mas também conheça o esporte para compreender o que ele significa em sua vida e na sociedade”. Portanto o professor não está preocupado em apenas na aprendizagem esportiva e sim com a “aprendizagem de conhecimentos sobre prática esportiva, bem como os valores éticos e sociais que estamos vinculados na prática esportiva” (ibidem, p. 12).

Para Kunz (apud Betti 1999, p. 26) “o esporte passou a ser conteúdo hegemônico da Educação Física. Sentidos tais como o expressivo, o criativo e o comunicativo, que se manifestam em outras atividades de movimento, não são explorados quando o conteúdo escolar é apenas esportivo”.

A escola como base para o ensinamento do esporte, não pode apenas basear-se em praticar o esporte ou ensinar a técnica e os gestos das modalidades esportivas, mas também

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em fazer com que o aluno conheça o esporte de maneira social e dinâmica (GONZÁLES, BRACHT, 2012). Nesta linha de pensamento Piccolo (1999, p. 11), afirma que o “ensinar a praticar o esporte é preparar o aluno para executar determinadas habilidades por meio da descoberta do prazer de se exercitar. É conscientiza-lo de suas capacidades e limitações. É mostrar diferentes maneiras de aprender um movimento”. Neste viés as aulas de Educação Física têm como objetivo de proporcionar aos seus alunos uma autonomia para praticar alguma atividade física no pós-aula, caracterizando uma ligação de prazer (DARIDO, 2004).

O prazer e o conhecimento sobre a prática da atividade física teriam um valor bastante limitado se os alunos não vivenciassem ou aprendessem os aspectos vinculados ao corpo/movimento. por isso, a importância da Educação Física na escola é também garantir a aprendizagem das atividades corporais produzidas pela cultura (DARIO, 2004, p.62).

Para González e Bracht (2012) o esporte ensinado na Educação Física escolar esta dividido em três eixos, no qual o primeiro eixo trata dos “saberes específicos do esporte tratados na Educação Física, o segundo sobre [...] os conhecimentos que se produzem/constroem/manifestam com base na experiência/ação corporal, o saber fazer, e o último eixo apresenta [...] os conceitos que descrevem e explicam diferentes aspectos relativos a essa prática corporal sistematizada” (ibidem, p. 49).

Por outro lado, Bracht e Almeida (2003) relatam a ideia de que a Educação Física teve grande enfoque após o fracasso do Brasil nas olimpíadas de Sydney, pois o governo criou programas de apoio ao esporte na escola. Esse programa tem como finalidade a qualidade de vida das crianças, os benefícios sociais e em consequência a revelação de novos talentos esportivos. Mas com isso abre um paradigma sobre a Educação Física e o esporte na escola, que a ideia central fica em descobrir talentos num esporte de rendimento (ibidem).

Nesta linha, Belbenoit (apud Betti 1999, p. 26) afirma que se “apesar de se remeter ao esporte alguns objetivos tais como a saúde, a moral e o valor educativo, ele não o será, a menos que um professor/educador faça dele um objetivo e um meio de educação”. Assim cabe ao aluno desenvolver ou mudar seus hábitos para uma qualidade de vida melhor.

Entretanto a Educação Física no ensino do esporte precisa “filtrar” algumas atividades para ensina-las na escola, no modo que não se pode perder a identidade pedagógica da instituição. Assim a didática do esporte passa pela condição de saber ensinar e transformar como objeto de ensino. Além do mais é fundamental que não se perca o pensamento que a escola tem o papel de transmitir os saberes formados por ela.

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Portanto entendo que, a Educação Física, precisa ensinar o esporte na escola, pois esse elemento (esporte) está “semeado” em nossa cultura, de forma quase unanime. Do mesmo modo a “escola é um desses espaços de realização e de apropriação da prática cultural de esporte, e é o tratamento que ela dá a ele, na Educação Física” (VAGO, 1996, p. 9), ou seja, o esporte na escola uma produção própria.

2.3 INICIAÇÃO ESPORTIVA: FUTSAL

Entende-se como iniciação esportiva quando o aluno adquire os conhecimentos básicos do esporte. Para que isso ocorra com qualidade depende de vários fatores como interação social, o clima afetivo e a motivação a ser dado aos alunos, mas o fator mais importante e fundamental é intervenção do professor /educador (VOZER, 2004).

Por outro lado, a iniciação esportiva no futsal requer a decisão-escolha das crianças para praticar esse esporte, após isso os conteúdos a serem ensinados precisam respeitar cada fase de desenvolvimento das crianças (OLIVEIRA, PAES, 2004). Sendo assim, existem fatores importantes para considerar na iniciação esportiva, na qual cito apenas dois que são “o nível de coordenação motora e o grau de inteligência para a elaboração das atividades a serem desenvolvidas pela criança, a fim de contribuir com o maior número de vivências motoras possíveis” (FILGUEIRA, 2006, p. 1). Dessa forma é muito importante que o professor saiba conhecer seus alunos, do modo que saiba diferencia-los individualmente para planejar as atividades corretamente, para uma melhor eficiência.

Com isso, relato que a fase da infância precisa e requer alguns cuidados, pois se as crianças podem sofrer frustrações nesse período podem acarretar a desistência nesse esporte. Para que não ocorra nenhuma frustração no esporte de futsal, o professor precisa planejar os conteúdos e objetivos a serem ensinados na qual “esse feito é baseado na simplificação das partes do jogo: fundamentos, gestos técnicos, táticas (como sinônimo de sistema/esquema de jogo) e condicionantes físico-motoras” (SCAGLIA et al. 2013, p. 231).

Entretanto o professor ao trabalhar a iniciação do futsal com alunos- criança de dez a treze anos deve trabalhar alguns aspectos ligados ao “equilíbrio, lateralidade, organização do corpo no espaço de tempo, coordenação motora grossa e fina, não esquecendo o que é característico da idade: correr, saltar, lançar, transportar, trepar, rastejar e rolar” (VOZER, 2004, p. 25). Sem esquecer-se de trabalhar o lúdico, pois assim as crianças, vão se sentir seguras para participar das atividades.

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devem participar de jogos e exercícios, advindos dos esportes específicos e de outros, que auxiliem a melhorar sua base multilateral e no preparo com a base diversificada para o esporte escolhido. As competições devem ter caráter participativo e podem ser estruturadas para reforçar o desenvolvimento das capacidades coordenativas e das destrezas, melhorando a técnica do movimento competitivo, vivenciando formações táticas simples (OLIVEIRA, PAES, 2004, p. 1).

Igualmente, a relação com o desenvolvimento motor das crianças na iniciação esportiva, por se tratar de um esporte-futsal, deve ser trabalhado os elementos de desempenho esportivo, pois no momento do jogo ou de situações impostas pelo mesmo elas irão desempenhar o que foi trabalhado nas atividades (SILVA, JUNIOR, 2005). Sobretudo as atividades para o ensino na fase de iniciação esportiva abrangem os conceitos técnicos e táticos do futsal, não esquecendo o jogo formal, pois seguindo a base do ensino-aprendizagem elas seguem lado a lado (OLIVEIRA, PAES, 2004). Neste viés quando o aluno for para o jogo formal, ele possa otimizar sua aprendizagem através de situações apresentadas no jogo, desta forma fazendo o reconhecimento das atividades já trabalhadas (GRECO, 1998).

Também podemos enfatizar alguns fatores que influenciam na iniciação esportiva das crianças, nos quais a influência dos pais, do técnico, e da torcida. Mas a influência da torcida é no âmbito da competição.

A participação da torcida na iniciação esportiva pode agir diretamente nos alunos, “que se encontra em um estágio inicial de aprendizagem. A influência da torcida poderá repercutir de maneira prejudicial no seu desempenho, visto que ele ainda não está preparado para deparar-se com grandes torcidas” (SINGER apud VOSER, HAAS, CAMPANI, 2003, p. 74).

Do mesmo modo, a influência dos pais sobre os atletas diz respeito o seu comportamento. Dessa forma, Marques (apud VOSER, HAAS, CAMPANI, 2003, p. 72) escreve que, “analisando a conduta dos pais de jovens desportistas, verifica-se que existem os que se dedicam a apoiar com sobriedade, outros que nunca estão presentes e ainda outros que só perturbam por sua conduta totalmente desequilibrada”. Além do mais, os pais vão influenciar diretamente na aprendizagem dos jovens, do modo em que os alunos ficam ansiosos para agradar aos pais. Por fim o técnico (professor) tem um papel importante na iniciação esportiva no modo que ele precisa alcançar o melhor desempenho de seus alunos não importando o resultado final, mesmo que seus adversários sejam mais fracos.

Através dos relatos anteriores, compreende-se que a competição na iniciação esportiva, pode agir positivamente ou negativamente na aprendizagem. Ela age positivamente

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quando o aluno ao competir alcança seus objetivos e prestígios sociais. Mas a competição visa apenas o resultado final (vitória), “nesse enfoque, o esporte esta acima da criança, sendo a mesma apenas vista como um atleta em potencial ou um simples objeto de treinamento” (VOSER, HAAS, CAMPANI, 2003, p. 77).

Além do mais, ao trabalhar o futsal na sua iniciação, o aluno não vai saber tomar a melhor decisão, do modo que se deve a falta de conhecimento tático e também técnico, mas esse é um dos erros de execução. Portanto “à medida que o conhecimento (tático) aumenta e se refina, aumentam as variáveis a serem elaboradas mentalmente o que, consequentemente, aumenta as possibilidades de se solucionar com êxito uma tarefa” (GRECO, 1998, p. 61). Assim enquanto o aluno aprende as técnicas do jogo ele precisa também conhecer as aplicações táticas.

Neste viés Greco (1998, p. 61) conclui que a iniciação esportiva, está relacionada no modo em que ”a criança precisa aprender a executar e dominar o gesto técnico, além de fundamentalmente, também conhecer o funcionamento do jogo, suas regras táticas, as relações quando/então, enfim, suas características táticas”.

2.4 MÉTODOS DE ENSINO

A iniciação esportiva no esporte de futsal pode ser realizada através de vários métodos de ensino. Neste tópico, relato três deles: o método analítico-sintético, o global funcional e o situacional-ativo. Não existe uma metodologia de ensino “melhor” e sim aquela que possibilite o atleta (aluno) a forma mais fácil e prazerosa para atingir seus objetivos. A escolha desse método fica a cargo do professor de Educação Física, que deve levar em consideração o método que fara o aluno resolver problemas e executar as tarefas.

Para Greco (1998, p. 40) o método de ensino

[...] não poderá tornar-se simples apresentação de uma sequência de atividades estressantes ou desmotivadoras. O método de ensino deve apresentar ao aluno situações-problemas que estejam adequadas a seu nível de capacidade, fundamentalmente, as psico-táticas, isto é, aquelas que permitirão um melhor aproveitamento dos conceitos táticos, inter-relacionados com a aplicação da técnica, permitindo assim ao aluno solucionar tarefas e problemas do jogo.

Através disso, relato o primeiro método, analítico-sintético, no qual está voltado por exercícios e atividades por partes, tais atividades focadas na técnica esportiva. Essa metodologia surgiu nos esportes individuais, no modo que o treinamento era voltado fora do

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contexto do jogo, e só após o domínio de cada fundamento o aluno passa para situações de jogo (PINTO, SANTANA, 2005).

Entretanto para Menezes, Marques e Nunomura (2014) essa metodologia de ensino-aprendizagem prioriza o aprendizado dos elementos técnicos do esporte, na forma em que sua automação vem através da repetição dos movimentos. Além do mais acredita que os elementos técnicos sejam a base da aprendizagem, para só após ir ao jogo formal, por outro lado o domínio da técnica não garante o sucesso e nem o fracasso no jogo. Desse modo, “esta perspectiva pedagógica baseia-se em atividades fragmentadas e descontextualizadas, as quais priorizam o desenvolvimento do rigor técnico e estereotipado aplicado ao ato motor, independente das situações-problema do jogo” (idem, 2014, p. 357).

Da mesma forma Melo (apud RAMOS, 2010, p. 14) enfatiza que o método analítico-sintético é de grande utilidade quando o aluno necessita de “treinar pequenos detalhes que se mostram decisivos para o desempenho. Afirma também que por ser um método que visa repetir o movimento varias vezes sem que o praticante possa diversifica-lo (padronização dos movimentos), este acaba se tornando monótono”.

Como complemento, Greco (1998) caracteriza o método analítico-sintético como um processo de ensino-aprendizado no qual o aluno realiza por partes, e seus exercícios apresentam divisões de gestos, das técnicas. Nesta mesma linha o “aluno conhece, em primeiro lugar, os componentes técnicos do jogo através da repetição de exercícios de cada fundamento técnico, os quais são logo acoplados a séries de exercícios, cada vez mais complexos e mais difíceis” (ibidem, p. 41).

Por outro lado, relato o segundo método de ensino, o global funcional, que consiste de ensinar a destreza motora do aluno. O método global trabalha primeiramente a forma jogada do esporte, no modo em que os alunos vão desempenhando os fundamentos durante o jogo, e só após haverá uma correção dos movimentos (TENROLLER, 2006). Segundo Pinto e Santana (2005) o método global se mostra mais “solido” quando é comparado com o método analítico, pois ele é o principal desejo dos alunos, que é jogar. Com isso os alunos ganham mais motivação no processo de ensino. No mesmo sentido esse método de ensino-aprendizagem é focado na tática e no jogo, “cujo ambiente torna-se mais prazeroso, a especialização precoce de algumas habilidades é refutada e o objetivo é desenvolver a inteligência do aprendiz” (ibidem, p. 1).

Similarmente, Daolio e Marques (2003) relatam que nessa metodologia de ensino existe uma prioridade no jogo, de tal forma que as técnicas vão surgindo conforme situações

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do jogo, de uma forma espontânea. Também se pode afirmar que os alunos fazem um jogo quase individual, não apresentando ações coletivas.

Na mesma linha, Costa (2003, p. 15) afirma que o método global proporciona ao aluno a aprendizagem através do próprio jogo. “Ensinar uma habilidade motora, apresentando-a desde o inicio e utilizando-a como forma de aprendizagem. Através deste método, permite a vivência com as mais variadas formas de jogar futsal desde o primeiro contato com o esporte para o aprendiz”.

De todo modo, Greco (1998, p. 43) relata que nesta metodologia de ensino “respeita-se os princípios da ‘série de exercícios’ e procura-“respeita-se em cada jogo ou formas jogadas, pelo menos a ‘ideia central do jogo’ ou que suas estruturas básicas estejam presentes na metodologia”. Desta forma, o jogo não deve ter grandes divisões, na forma que o aluno chegue diretamente ao objetivo desejado, também “as formas de jogo prévias não podem ser mais difíceis que o jogo objetivado” (ibidem, p.43). Além do mais, as vantagens desse método é que a técnica e a tática estão sempre juntas, pois o jogo é a base metodológica assim á grande motivação pela prática (TOLVES, DELAVATI, SAWITZKI, 2014). Embora, há algumas desvantagens no método de ensino global, tal como ele “não permite correções individuais, a evolução técnica é lenta, o que geralmente provoca a desestimulação, além de não proporcionar uma avaliação eficaz no desempenho do aluno” (ibidem, p. 87).

Por outro lado Scarbi (2013, p. 1) enfatiza que o método global “é centrado na tática de jogo, cujo ambiente se torna mais prazeroso, a especialização precoce de algumas habilidades é refutada e o objetivo principal é o desenvolvimento da inteligência do aprendiz”. Em outras palavras o processo de aprendizagem gira em torno do modelo de jogo, onde o aluno aprende jogando (ibidem, 2013).

Para finalizar, cito o terceiro e ultimo modelo de ensino, no qual se refere ao método situacional-ativo. Esta metodologia de ensino propôs aos alunos uma vivência de situações mais próximas da realidade do jogo. Desta forma o método situacional-ativo faz com que os alunos desenvolvam as capacidades do jogo, enfatizando o “desenvolvimento da compreensão tática e dos processos cognitivos subjacentes à tomada de decisão procurando evitar que os praticantes sejam condicionados a um desgastante processo de ensino da técnica” (PINHO et al, 2010, p.581).

Igualmente Costenaro e Mendes (2009, p.7) enfatizam que o método situacional ativo desenvolve o processo cognitivo juntamente com a tática do jogo, no modo em que se “compõe de jogadas extraídas de situações de jogo”. Desta forma esse modelo de ensino “permite o desenvolvimento técnico-tático de forma conjunta, possibilitando a compreensão

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do que fazer e como fazer, resumindo as vantagens de outros métodos” (ibidem, p. 7). Similarmente Costa (et al, 2010, p. 54) relata que o “método situacional preconiza o ensino através de situações isoladas de jogo com números reduzidos de praticantes (1x0, 1x1, 2x1, etc.), nos quais a inserção gradativa de elementos esportivos (técnicos, táticos, psicológico e físico) e de situações típicas do esporte”.

Nesta mesma linha Greco (1998, p. 51) afirma que esse modelo de ensino aprendizagem “compõe de jogadas básicas extraídas de situações padrões de jogo. Estas situações de jogo podem, às vezes, não abranger a ideia total do jogo, porém, elas têm o elemento central do mesmo”. Ainda oferecendo grandes vantagens para quem adere esse método de ensino no modo que as ações e situações se baseiam nas mesmas do jogo real. Além do mais o “método situacional reúne, indiretamente, as vantagens dos métodos analítico e global em uma forma simples, deixando de lado as desvantagens que os mesmos apresentam” (ibidem, p. 52). Logo, essa metodologia de ensino aprendizagem faz com que o aluno desenvolva a tática individual e de grupo, no modo em que haja uma inter-relação das capacidades técnicas com as capacidades táticas e as capacidades motoras (GRECO, 1998).

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3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Neste tópico serão relatados os procedimentos metodológicos utilizados para esta pesquisa. Neste viés, relato um estudo de campo, de abordagem qualitativa, no modo que “tem como preocupação fundamental o estudo e a análise do mundo empírico em seu ambiente natural. Nessa abordagem valoriza-se o contato direto e prolongado do pesquisador com o ambiente e a situação que está sendo estudada” (GODOY, 1995, p.62).

Para Gil (2002, p.53) a pesquisa de estudo de campo é “desenvolvida por meio da observação direta das atividades do grupo de estudo e de entrevistas com informantes para captar suas explicações e interpretações do que ocorre no grupo”. Seguindo essa mesma linha de pensamento, Gerhardt e Silveira (Apud FONSECA, 2002, p.37) caracteriza a pesquisa de campo como “investigação em que, além da pesquisa bibliográfica e/ou documental, se realiza coleta de dados junto a pessoas”.

Seguindo a linha da pesquisa, os sujeitos observados foram dois professores de Educação Física, de escolas distintas, mas ambas localizadas no município de Ijuí-RS. Para a escolha dos professores de Educação Física, levei em consideração que ambos possuíssem o mesmo propósito, ou seja, que estivessem desenvolvendo o mesmo conteúdo em suas aulas, que é ensinar o futsal para seus alunos. As escolhas dos professores de Educação Física foram de caráter aleatório, mas, contudo, que o primeiro professor a ser observado e analisado atuasse em uma escola particular (privada) e o segundo professor a ser escolhido atuasse em uma escola pública.

A docente que trabalha na escola privada é uma professora de Educação Física com 26 anos de idade, fez sua graduação na Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, formando-se no ano de 2014 e o mestrado na Universidade Federal de Santa Maria nos anos de 2015 e 2016. Já o docente que trabalha em uma escola pública é professor de Educação Física com 47 anos de idade, também fez sua graduação na Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, formando-se no ano de 1998.

Dando continuidade à pesquisa, os procedimentos e instrumentos utilizados para os levantamentos de dados foram: observação das aulas através de análises e entrevista com os docentes. Antes disso, realizei uma conversa com as diretoras das escolas para a autorização do meu trabalho de conclusão de curso de graduação, após, uma conversa informal com ambos os professores, para explicar como seria o desenvolvimento do meu trabalho, no qual

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passaria a observar e analisar as aulas de Educação Física e dentro disso, os nomes dos mesmos (professores) será preservado e não citados no trabalho. Gil (2002, p.132) afirma que,

[...] cada estudo de campo acaba por ditar seus próprios procedimentos. É possível, no entanto definir algumas etapas que podem ser observadas na maioria dos estudos, caracterizados como: a) elaboração do projeto inicial; b) exploração preliminar; c) formulação do projeto de pesquisa; d) pré-teste dos instrumentos e procedimentos de pesquisa; e) coleta de dados; f) analise do material; g) redação do relatório.

No entanto, antes de realizar as entrevistas, os professores precisaram assinar o termo de consentimento livre e esclarecimento, e só após comecei a gravar as entrevistas através de um aparelho celular, marca LG modelo K10. Para isso, alguns cuidados éticos foram tomados, de modo que os nomes dos professores e as escolas onde ocorreram as observações não serão mencionadas, visando preservação de suas identidades.

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4 OBSERVAÇÕES DAS AULAS

Neste tópico descrevo o relato das aulas observadas dos dois professores de Educação Física, com atuação docente em escolas no município de Ijuí-RS. As observações realizadas na escola privada aconteceram no período de 04/05 a 16/05. Já na escola pública, o período das observações foi de 03/05 a 24/05.

4.1 RELATO DAS AULAS DA PROFESSORA

Inicialmente faço o relato das aulas observadas da professora de Educação Física que atua na escola privada. Ao total foram 4 aulas, sendo que as observações foram realizadas nas terças-feiras e quintas-feiras, nos dias 04/05, 09/05, 11/05 e 16/05, no turno da tarde.

Contudo, relato que a professora trabalhou com seus alunos o tema futsal, e suas aulas passavam por momentos teóricos e práticos. Na parte teórica das aulas, a professora mencionava a diferença entre jogos e esporte, também fez explicações sobre as intenções do atacante com posse de bola, atacante sem posse de bola e defensores. A cada inicio de aula retomava as atividades anteriores, e argumentava os pontos positivos e negativos. Para as atividades práticas a professora sempre trabalhou em estrutura reduzida. O desenvolvimento das aulas se pautou nas seguintes atividades: na primeira aula observada no dia 04/05, a turma foi dividida em grupos composto por três alunos cada, no qual precisavam realizar o passe e movimentar-se para receber a bola. Também trabalhou o jogo reduzido em meia quadra com 4x4, com apenas uma regra condicionante, o atacante que estava com a posse de bola não poderia sofrer interferência do defensor, isso para que ele pudesse fazer a leitura do jogo. A partir disso, as atividades realizadas pela professora, seguiu a mesma regra, na qual o atacante que estiver com a posse de bola, não pode sofrer interferência do defensor.

Na segunda aula que ocorreu no dia 09/05, trabalhou o jogo com diferença numérica de alunos entre as equipes (o 3x2, por exemplo), sobre isso, a professora relata que “o objetivo da atividade era de ‘sair’ mais gols, desenvolvendo a tomada de decisão do atacante com posse de bola e a criação de linhas de passe dos atacantes sem a posse de bola”. Após alguns minutos igualou o número de jogadores das equipes (3x3).

Na terceira aula observada, no dia11/05, a professora começou a aula com uma brincadeira de pega-pega, em meia quadra, pois estava arrumando o material para a próxima atividade. Na sequência, foram adaptadas 5 goleiras na quadra de futsal, e os alunos foram

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divididos em duas equipes com 9 jogadores. O objetivo do jogo era fazer gol em qualquer goleira. Mas, para validar o gol, a bola precisaria passar por dentro da goleira e o atleta da mesma equipe precisaria dominar a bola do outro lado. Também foi dado um tempo para que as equipes formulassem uma estratégia para o jogo.

Na última aula observada, dia 11/05, a professora deu ênfase nos defensores, os quais precisariam marcar os atacantes sem a posse de bola e individualmente. Nesse momento, separou duas equipes e realizou o jogo dos 10 passes (os atletas precisam realizar 10 passes certos para marcar 1 “gol”). Após alguns minutos, propôs um jogo de estrutura reduzida em meia quadra de equipes com quatro integrantes (4x4), com o objetivo de fazer o gol, mas os defensores continuavam com a marcação individual.

Descrevo, também, que em cada atividade a professora fazia várias indagações para os alunos, como exemplo: se o atacante com posse de bola tomou a melhor decisão, os atacantes sem posse de bola estão se desmarcando e criando linha de passe, os defensores estão marcando corretamente, até mesmo sobre a técnica do passe. Também questionou sobre as atividades desempenhadas, se os alunos efetuaram corretamente as ações dos atacantes e defensores.

4.2 RELATO DAS AULAS DO PROFESSOR

Neste eixo, descrevo as aulas observadas do professor de Educação Física que atua na escola pública. Ao total foram 4 aulas observadas, nas quartas-feiras, no turno da manhã e nas datas de 03/05, 10/05, 17/05 e 24/05.

Relato que nesse período de observação o professor trabalhou com seus alunos o conteúdo de futsal e suas aulas passaram apenas por momentos práticos. As aulas começavam sempre por um alongamento, no qual um aluno demonstrava e os demais realizavam, mas com acompanhamento do professor. Após, os alunos eram divididos conforme o sexo (meninas e meninos), no qual as meninas jogavam futsal separadamente dos meninos. Para a escolha dos times, o professor deixava a cargo dos alunos escolherem, de modo que os times ficassem “parelhos” - com níveis semelhantes.

Na primeira aula observada, no dia 03/05, o professor apenas ficou analisando seus alunos enquanto jogavam futsal, fazendo apenas intervenção quando a bola saia da quadra de jogo e quando acontecia o gol. Tal intervenção era sobre as regras do futsal, de modo que: ao sair à bola pela linha lateral, o atacante que fosse realizar o tiro lateral, a bola precisaria estar parada. Também, quando acontecesse o gol, para ser reiniciado o jogo, a bola necessitaria sair

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para frente e só após ser jogada para a quadra de defesa. Mas nenhuma foi cobrada, apenas indagava sobre as regras. Na aula seguinte, no dia 10/05, o jogo de futsal aconteceu de modo formal. O professor, novamente, apenas acompanhava seus alunos enquanto jogavam. Em determinado momento da aula, iniciando pelo jogo das meninas, o professor começou a explicar e cobrar algumas regras oficiais do futsal, tais como: o tiro lateral precisa ser cobrado com a bola parada, para dar início ao jogo à bola precisa ser tocada para frente, e no arremesso de meta o goleiro não pode dar “balão”.

Seguindo esta linha, as aulas observadas nos dias 17/05 e 24/05, durante os jogos o professor também fez algumas observações sobre a técnica realizada por alguns alunos, sobre a maneira que estavam executando os fundamentos de passe e chute, explicando a técnica ideal dos movimentos. As explicações eram feitas pelo professor quando a bola estava parada (após a finalização de alguma jogada).

Da mesma maneira, o professor fez observações quanto à tática individual dos alunos, quando não faziam a leitura correta da jogada, em consequência de não saberem o que fazer com a bola, segurando-a até perdê-la. Ele também interveio, apenas com observações quando os atacantes sem a posse de bola não se desmarcavam para criar linha de passe para receber a bola.

Entretanto, ao finalizar as observações das aulas de Educação Física, relato que o professor sempre enfatizou mais em ensinar as regras do esporte futsal, do que na técnica e tática individual. Seus comentários eram mais incisivos para que os alunos aprendessem as regras do jogo, na forma que ao infringir alguma regra o professor parava a jogo e mandava repeti-la. No que diz respeito na técnica e na tática individual dos alunos, o professor apenas fazia observações no gesto motor correto e a decisão certa que a aluno precisaria tomar, sem parar o jogo e mandar repetir.

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5 ANALISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS

Nesta temática descrevo os resultados obtidos através da pesquisa de campo desenvolvida na forma de observações e entrevista estruturada. Primeiramente, apresento os resultados obtidos com a professora de Educação Física que atua na escola privada. Subsequentemente, discorro sobre o professor que atua na escola pública.

5.1 PROFESSSORA QUE ATUA EM UMA ESCOLA PRIVADA

Após analisar as aulas observadas através da forma de ensinar o esporte futsal para seus alunos, e com a entrevista respondida pela professora, concluo que: ao ensinar o esporte de futsal, a professora baseia-se no método situacional-ativo. Com uma formação recente e uma metodologia de ensino que aprendeu na universidade na qual lhe chamou a atenção e que se adaptou melhor, pois trabalha a técnica e a tática em conjunto. Para essa afirmação, a professora relata que:

O método de ensino é o que eu aprendi na universidade, e o que eu acredito, por trabalhar a técnica e a tática de forma conjunta, que é o método situacional-ativo. Em que a gente trabalha na estrutura reduzida, em que os alunos tenham a participação imensa do início ao fim da aula, ninguém se sente excluído e que junto eles conseguem então ir, um ajudando o outro, um aprendendo com o outro. (ENTREVISTA PROFESSORA DA ESCOLA PRIVADA – 18 Maio 2017)

Igualmente Costenaro e Mendes (2009, p.7) enfatizam que o método situacional ativo desenvolve o processo cognitivo juntamente com a tática do jogo, no modo em que se “compõe de jogadas extraídas de situações de jogo”. Desta forma esse modelo de ensino “permite o desenvolvimento técnico-tático de forma conjunta, possibilitando a compreensão do que fazer e como fazer, resumindo as vantagens de outros métodos” (ibidem, p. 7).

Ao trabalhar a unidade didática do esporte futsal, as aulas da professora abrangem momentos teóricos e práticos. Na parte teórica, engloba as fundamentações das intenções táticas desempenhadas pelo atacante com posse de bola que é progredir com a bola, passar ou finalizar; e pelos atacantes sem a posse de bola, que precisam desmarcar-se e criar linha de passe. Já, no que diz respeito aos sub-papeis dos defensores, compreende estar entre o atacante e a baliza, e acossar o atacante direto.

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Nessa unidade, eu costumo fazer um diagnóstico inicial, aonde eu busco a participação dos alunos também para intender, e depois eu trabalho com a ideia dos sub-papeis, dentro dos jogos de invasão, e dentro dessa unidade entra as questões do objetivo é manter a posse de bola, receber a bola, cada aula ai tem um objetivo dessa unidade. Manter e defender a meta, a gente entra um pouquinho, não aprofunda ainda nessa lógica. (ENTREVISTA PROFESSORA DA ESCOLA PRIVADA – 18 Maio 2017)

Por outro lado, nas aulas práticas, incessantemente procura trabalhar situações de jogo através das atividades propostas para os alunos, como quadra reduzida, diferenciação numérica de atletas, jogo dos 10 passes, adaptação de mais goleiras na quadra de jogo, entre outras atividades. Além do mais a docente seguidamente está pedindo a participação de todos os alunos, abrindo espaço para novas ideias de atividades ou novas regras.

Eles colaboram a todo o momento eles podem, eles têm a liberdade de levantar o dedo e perguntar, até sugerir muitas vezes eles, “profe” vamos sugerir não fazer desse jeito, colocar aquela regra, então a gente vai adaptando. Eu sempre abro esse espaço para que eles possam construir as ideias junto comigo, durante as práticas eu “to” sempre passando nos grupos quando é necessário, então eu faço intervenção, paro, as vezes peço para eles parar no meio da jogada, observar de novo. (ENTREVISTA PROFESSORA DA ESCOLA PRIVADA – 18 Maio 2017)

Desta maneira concluo as análises dos resultados da professora de Educação Física da escola privada através do pensamento de Greco (1998, p. 51) que afirma que o método situacional “compõe de jogadas básicas extraídas de situações padrões de jogo. Estas situações de jogo podem, às vezes, não abranger a ideia total do jogo, porém, elas têm o elemento central do mesmo”. Ainda oferecendo grandes vantagens para quem adere esse método de ensino no modo que as ações e situações se baseiam nas mesmas do jogo real.

5.2 PROFESSOR QUE ATUA EM UMA ESCOLA PÚBLICA

Descrevo nesse paragrafo os resultados obtidos do professor de Educação Física que atua na escola pública. Entretanto, observando as aulas propostas pelo docente e analisando sua entrevista, concluo que o mesmo se baseia em uma metodologia mais tradicional para ensinar o esporte futsal para seus alunos. Essa metodologia tradicional se dá através do método global funcional, que consiste, primeiramente, na forma jogada do esporte. Com uma formação mais antiga, e uma metodologia aprendida na universidade que terminou sua graduação, da qual se baseia até hoje, o professor ensina o conteúdo do esporte futsal através dos jogos, trabalhando os fundamentos técnicos, de passe, drible e chute. O docente relata que: Eu começo com eles com o básico, de fundamentos, pequenos jogos, até agora no final

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já que eles estão mais independentes jogando. (PROFESSOR ESCOLA PÚBLICA, 17 de maio de 2017).

Enfatizando o contexto escrito á cima, Costa (2003, p.15) relata que o método global proporciona ao aluno a aprendizagem através do próprio jogo. “Ensinar uma habilidade motora, apresentando-a desde o início e utilizando-a como forma de aprendizagem. Através deste método, permite a vivência com as mais variadas formas de jogar futsal desde o primeiro contato com o esporte para o aprendiz”.

Durante as aulas ministradas pelo professor, sempre se deu ênfase nas regras oficiais do esporte, mas não deixando de lado a técnica dos fundamentos e a tática individual. Suas observações eram sempre num todo, pois a forma de ensinar o futsal foi através do jogo formal. Com relação ao método de ensino que o professor utiliza para ensinar futsal, o mesmo relata que:

Principalmente, em relação aos fundamentos, passe, drible, é um método mais tradicional. Por causa da formação, nós estamos discutindo agora durante a nossa formação de professores que é complicado a gente, por exemplo, a Unijuí está vindo com um novo método para os esportes de invasão. Para quem teve uma formação mais antiga, está sendo complicada, a gente procura aplicar mas é complicado. (PROFESSOR ESCOLA PÚBLICA, 17 de maio de 2017).

Aqui, percebo uma discordância entre a entrevista e as aulas observadas, pois o método que trabalha priorizando os fundamentos como passe, drible e chute, é o método analítico, sendo que nas aulas observadas o professor utilizou-se do método global, o qual “é centrado na tática de jogo, cujo ambiente se torna mais prazeroso, a especialização precoce de algumas habilidades é refutada e o objetivo principal é o desenvolvimento da inteligência do aprendiz” (SCARBI, 2003, p.1). Em contrapartida, Dietrich, Dürrwächter e Schaller (1984, p.14) afirmam que “é inconcebível que um jogo esportivo em suas diversas e complicadas relações sociais seja aprendido, sem que para este processo de aprendizagem seja simultaneamente colocado à disposição um conceito metodológico múltiplo, que reúna situações de aprendizagem variadas”.

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Identificar e analisar as metodologias de ensino de dois professores de escolas distintas na disciplina de Educação Física na iniciação esportiva futsal, não é uma tarefa fácil. Requer uma série de informações obtidas através de entrevistas e de observações das aulas de Educação Física. Apesar das dificuldades foi muito gratificante e de suma importância à realização desta pesquisa, pois me proporcionou um grande aprendizado na concepção dos métodos de ensino na iniciação do esporte futsal.

Através desta pesquisa identifiquei que a professora que atua em uma escola privada, graduada recentemente, pois concluiu o curso de Educação Física em 2014, se embasa no método situacional-ativo, tendo em vista que suas atividades são balizadas em estruturas reduzidas de jogo. Essa metodologia de ensino aprendizagem faz com que o aluno desenvolva a tática individual e de grupo, no modo em que haja uma inter-relação das capacidades técnicas com as capacidades táticas e as capacidades motoras (GRECO, 1998).

Por outro lado, o professor que atua na escola pública, na mesma cidade da professora acima relatada, é graduado desde o ano de 1998 e tem uma fundamentação metodológica “diferente”. Baseia-se no ensino do esporte futsal em um método de ensino mais tradicional, o método global. Tal metodologia tem a série de jogos como medidas metodológicas mais importantes, na qual não deve ter grandes divisões, na forma que o aluno chegue diretamente ao objetivo desejado. Além do mais, as vantagens desse método é que a técnica e a tática estão sempre juntas, pois o jogo é a base metodológica, assim, há grande motivação pela prática. (TOLVES, DELAVATI, SAWITZKI, 2014).

Contudo, a iniciação esportiva se dá no instante que o aluno aprende os conhecimentos básicos do esporte, mas para isso acontecer necessita de fatores como a interação social, motivação e, de suma importância, a intervenção do professor. Desta forma, o professor precisa conhecer o aluno individualmente para que possa “tirar” o seu melhor, através das atividades planejadas. Nessa fase, o docente precisa tomar alguns cuidados, pois, se o aluno sofrer alguma frustração na iniciação esportiva, pode acarretar na desistência no esporte.

Portando, o futsal pode ser ensinado através de diferentes métodos de ensino, dos quais existem, entre outros, o método global funcional e o situacional-ativo, observados nessa pesquisa. É possível afirmar, que a melhor metodologia de ensino é aquela que oferece ao aluno uma condição facilitada na aprendizagem do jogo. A que remete ao professor, através

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do planejamento de suas aulas, propor atividades das quais o nível de complexidade vai aumentando progressivamente conforme o desenvolvimento das capacidades dos alunos, tornando a aprendizagem eficaz.

Sendo assim, finalizo esta pesquisa, analisando as entrevistas e aulas realizadas pelos professores, concluo que: o método situacional-ativo, utilizado pela professora de Educação Física, se torna mais eficaz no ensino do esporte futsal, pois através das estruturas reduzidas, faz com que os alunos tenham um desenvolvimento na antecipação e percepção das jogadas, fazendo que as tomadas de decisões se tornem mais efetivas. No que diz respeito às indagações da professora durante as atividades, remete o aluno a pensar o que esta acontecendo durante as atividades, e o que ele precisa fazer para chegar ao objetivo final. Por outro lado, o método global utilizado pelo professor, através do jogo formal, acaba perdendo determinados fundamentos técnicos e táticos para chegar diretamente ao jogo. Contudo, tais fundamentos, só serão trabalhados e aperfeiçoados se o jogo apresentar situações ou problemas para o aluno.

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Referências

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