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A fotografia e o easter egg: uma nova forma de leitura e percepção da imagem

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Academic year: 2021

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A FOTOGRAFIA E O EASTER EGG: UMA NOVA FORMA DE

LEITURA E PERCEPÇÃO DA IMAGEM

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Emerson Fraton Barbosa2 Sílvia Frantz3 RESUMO

Este artigo é o resultado do projeto experimental intitulado “A Fotografia e o Easter Egg: uma nova forma de leitura e percepção da imagem”, para obtenção parcial da aprovação no curso de Comunicação Social, habilitação em Publicidade e Propaganda da Unijuí, campus Ijuí. Tanto no produto, quanto no artigo do projeto experimental, buscou-se desenvolver e experimentar sob o ponto de vista do Easter Egg, uma nova forma de leitura e interpretação da fotografia. Para isso, conteúdos sobre a Semiótica – Ciência geral dos signos, sobre linguagem não-verbal foram pesquisados, e estas analises conduziram para a realização da parte prática do projeto, que são fotografias representativas dos cursos do Departamento de Administração, Ciências Contábeis, Econômicas e da Comunicação Social DACEC/UNIJUÍ. Estas fotografias tem como objetivo de, a partir da imagem e do Easter Egg, contextualizar um elo entre os cursos.

Palavras-chave:Fotografia, Easter Egg, semiótica, linguagem não-verbal,

graduação.

1 INTRODUÇÃO

A capacidade do indivíduo em interpretar uma fotografia está relacionada com a sua capacidade de perceber a linguagem visual. Dondis (1997), afirma que o modo em que interpretamos uma fotografia, refere-se em como percebemos a construção da imagem visual, através de seus vários elementos usados em sua criação, e também pelas experiências que adquirimos ao longo de nossas vidas.

A fotografia é uma ferramenta bastante utilizada nas diversas áreas da comunicação, tanto no meio comercial (Publicidade e Propaganda, Jornalismo, e também como produto de venda) como no meio artístico (obra intelectual). A fotografia consegue transmitir e veicular informações para que um público possa interpretá-la. Como Sontag (1977), afirma:

Ao ensinar-nos um novo código visual, as fotografias transformam e ampliam as nossas noções do que vale a pena olhar e do que pode ser observado. São uma gramática e uma ética da visão. O resultado mais significativo da atividade fotográfica é dar-nos a sensação de que a nossa cabeça pode conter todo o mundo – como uma antologia de imagens (Pg 13).

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Artigo apresentado como trabalho parcial para a obtenção do título de Bacharel em Comunicação Social – Publicidade e Propaganda, na Unijuí, RS.

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Graduando em Comunicação Social – Habilitação Publicidade e Propaganda. E-mail: emerfb121@gmail.com

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Easter Egg é o termo dado às brincadeiras e/ou surpresas que são inseridas de formas secretas em alguns filmes, músicas, sites e jogos eletrônicos. Existem registros na internet que produtores de conteúdo utilizam os Easter Eggs desde a década de 80. Na tradução do inglês para o português, Easter Egg significa “Ovo de Páscoa”, esse nome tem relação com a antiga tradição de “caça aos ovos de Páscoa”, que ainda é mantida em alguns países, em que as crianças saem na data da Páscoa para procurarem ovos de chocolate escondidos. Alguns exemplos de Easter Eggs podem ser encontrados em sites como Google, Youtube, em jogos eletrônicos, também em animações da Disney, assim como em longas metragens como a saga “Star Wars”, “Indiana Jones”, “O Clube da Luta”, entre outros.

O conceito da semiótica nos ajuda a elucidar sobre o Easter egg. A ciência dos signos é um importante conceito para incorporar à construção desse projeto/artigo, como por exemplo, o “link” que o Easter Egg cria dentro de um filme, em que leva o nosso pensamento para outro filme ou para a produção do mesmo. Com isso o Easter Egg pode ser interpretado como uma lembrança ou uma referencia que temos incutido em nossas memórias.

Este artigo apresenta a construção do produto do projeto experimental em que mostra uma nova forma de leitura da imagem, estruturada pela união do Easter Egg e da fotografia em um contexto principal, que é o Departamento de Ciências Administrativas, Contábeis, Econômicas e da Comunicação – DACEC/UNIJUÍ. Diante disso, este projeto experimental tem como objetivo principal: Mostrar uma nova forma de leitura fotográfica, onde une a fotografia com o Easter Egg no contexto acadêmico, tendo os cursos do DACEC/Unijuí como cenário. E, como objetivos específicos: analisar como essa forma de leitura (fotografia e Easter Egg) pode ser inserida na fotografia publicitária, assim como na fotografia tradicional.

Se tratando da metodologia, ela classifica-se como sendo qualitativa, ou seja, uma análise empírica, pois o foco não são dados estatísticos para padronizar os cursos, mas sim, temos a curiosidade em entender quais são os interesses que permeiam cada área estudada. Bauer & Gaskell (2002), dizem que “a pesquisa qualitativa evita número, lida com interpretações das realidades sociais” (p.22). Foi utilizado esse método de pesquisa, pelo pressuposto de que possamos ter a visão da experiência das pessoas entrevistadas, assim como afirma Bauer & Gaskell

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(2002, p. 32, apud Bryman, 1988, p.61): “Um objeto importante do pesquisador qualitativo é que ele se torna capaz de ver `através dos olhos daqueles que estão sendo pesquisados´”.

E, como sujeitos de pesquisa, têm-se as Coordenadoras dos cursos de Administração, professora Fernanda Pasqualini, do curso de Ciências Contábeis, a professora Maria Margarete B. Brizzolla, do curso de Ciências Econômicas, a professora Marlene K. Dal Ri e por fim, do curso de Comunicação Social, a professora Rubia Schwanke. Foi a partir das entrevistas feitas com essas coordenadoras e professoras do DACEC/UNIJUÍ que as bases para construção do ensaio fotográfico com o Easter Egg foram solidificadas. Já, para a construção do referencial teórico, foram realizadas pesquisas em sites e autores que versam sobre fotografia, Easter Egg, semiótica e percepção visual.

Para a realização do produto do projeto experimental, foi feito um ensaio fotográfico contendo o Easter Egg relacionado com as palavras que caracterizam os cursos, estas palavras foram assimiladas através de entrevistas feitas com as coordenadoras dos cursos do DACEC/UNIJUÍ.

Diante do exposto, o tema deste projeto experimental é: Ensaio fotográfico sobre o DACEC/UNIJUÍ - o Easter Egg como ferramenta de leitura na linguagem fotográfica.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 A SEMIÓTICA POR TRÁS DO EASTER EGG

Para melhor entender o conceito do Easter Eggs, pode-se relaciona-lo com alguns conceitos da Semiótica, elencando uma consideração de Santaella (2003), que diz: “A Semiótica é a ciência geral de todas as linguagens”. Ao analisar o uso dos Easter Eggs como linguagem dentro de conteúdos, pode-se associar interpretações aos conceitos sobre os signos. Os signos – conceito trazido pela Semiótica – são encontrados em toda parte, é tudo aquilo que atribuímos valor, significado ou sentido. Pierce (2005), diz que signo é tudo aquilo que leva a outra coisa, quando se refere a algo em que ele mesmo se refere, de maneira semelhante, transforma e o interpreta em signo e assim sucessivamente.

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Quando é encontrado um Easter Egg em um filme, ele faz remeter a outras referências, por exemplo, a imagem da Figura 1, do filme “Indiana Jones: Os Caçadores da Arca Perdida” em uma das paredes, em meios aos hieróglifos, pode-se ver duas figuras dos personagens R2-D2 e C-3PO que fazem parte da saga “Star Wars”. Esse Easter Egg é uma homenagem ao ator Harrison Ford, referenciando a sua presença nos dois filmes, com os personagens do “Han Solo” em “Star Wars” e “indiana Jones” no “Indiana Jones”.

Figura 1: Trecho do filme - “Indiana Jones: Os Caçadores da Arca Perdida” – exemplo de Easter Egg

FONTE: https://houseofgeekery.com/2013/01/23/star-wars-easter-eggs-in-indiana-jones/

Para muitos fãs de franquias de jogos eletrônicos, caçar Easter Eggs é fundamental, em games como “Gran Theft Auto – San Andreas” onde há inúmeros dessas brincadeiras ao longo do game, os desenvolvedores da Rockstar Games4 deixaram uma mensagem em inglês para os caçadores de Easter Egg, que significa “Não há Easter Eggs aqui, vá embora”, como é mostrado na Figura 2.

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A Rockstar Games é uma produtora e publicadora de jogos eletrônicos fundada em 1998 por Sam Houser e Dan Houser, em Nova Iorque, nos Estados Unidos.

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Figura 2 - GTA San Andreas - exemplo de Easter Egg

Fonte: https://www.redbull.com/br-pt/5-easter-eggs-em-games-que-voc%C3%AA-jogou-e-nem-sabia

Embora entende-se que a Semiótica é a ciência geral de todas as formas de linguagem e o Easter Eggs é uma ferramenta dentro da criação de conteúdos, pode-se dizer que alguns conceitos entre a pode-semiótica e o Easter Eggs são pode-semelhantes.

2.2 FORMAS DE LINGUAGEM

Além da escrita, Santaella explica que há várias formas de linguagem que se pode utilizar para a comunicação entre pessoas:

É tal a distração que a aparente dominância da língua provoca em nós que, na maior parte das vezes, não chegamos a tomar consciência de que o nosso estar-no-mundo, como indivíduos sociais que somos, é mediado por uma rede intrincada e plural de linguagem, isto é, que nos comunicamos também através da leitura e/ou produção de formas, volumes, massas, interações de forças, movimentos; que somos também leitores e/ou produtores de dimensões e direções de linhas, traços, cores... Enfim, também nos comunicamos e nos orientamos através de imagens, gráficos, sinais, setas, números, luzes... Através de objetos, sons musicais, gestos, expressões, cheiro e tato, através do olhar, do sentir e do apalpar. Somos uma espécie animal tão complexa quanto são complexas e plurais as linguagens que nos constituem como seres simbólicos, isto é, seres de linguagem, (2001, p.7).

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A linguagem visual é considerada todo o tipo de comunicação através de imagens e símbolos. Acredita-se que, assim como as pessoas podem verbalizar seus pensamentos, elas podem visualizar o mesmo. Dondis (1997), afirma que todo o modo de comunicação visual é constituído por dados que servem para compor a mensagem e serem compreendida em diversos níveis, desde mensagens funcionais, como até mesmo as expressões artísticas.

A capacidade humana na percepção visual está relacionada com a “bagagem” de vivência do indivíduo. Ou seja, todas as experiências e conhecimentos que as pessoas passam, ajudam a compor o significado de uma imagem. Não é somente nos elementos básicos utilizados para se compor uma mensagem visual que se tira seu entendimento, mas também na capacidade de percepção do ser humano. (DONDIS, 1997)

2.2.1 LINGUAGEM FOTOGRÁFICA

A fotografia pode ser aplicada em diversas áreas, como no jornalismo, nas áreas médicas, na publicidade e propaganda, em eventos sociais, na arte e na cultura e até mesmo como hobbye e lazer. A linguagem fotográfica vai depender do seu autor, ou seja, do fotógrafo, assim como da opinião dele sobre o mundo, da sua experiência, dos seus estudos, do contexto situacional, dos seus sentimentos e da sua sensibilidade criativa.

A beleza da linguagem fotográfica está incutida nas diferentes significações que cada individuo pode assimilar daquilo que está olhando ou interpretando. É como as ideias que Castro & Rodrigues (2008) apresentam sobre a linguagem fotográfica.

Na linguagem fotográfica não existem códigos preestabelecidos por conta de sua natureza aberta e contínua. Isso significa que, por não obedecer a conversões definidas, haverá sempre leituras variadas. A mesma fotografia receberá diferentes interpretações. E mais: se uma foto for lida diversas vezes, em momentos diferentes, por uma mesma pessoa, provavelmente leituras distintas serão obtidas, (p.4).

É incrível o caráter polissêmico que a fotografia possui, por mais que o modo em que se fotografa evolua, e as ferramentas de captação de imagem sejam tecnologicamente superiores, em relações às máquinas do passado, a maneira em

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que se percebe uma fotografia, só vai depender do observador e do que ele carrega dentro de si.

3 FOTOGRAFIA E EASTER EGG: O PROJETO EXPERIMENTAL

Partindo para uma nova leitura e percepção visual dentro da imagem fotográfica, percebeu-se a possibilidade do elo entre fotografia e Easter Egg. Foi proposta uma apresentação dentro do modo de leitura fotográfica e como exemplo prático para esse projeto, foi feito um ensaio fotográfico referenciando o departamento do DACEC/Unijuí.

Entende-se que nos meios da comunicação, principalmente na publicidade e propaganda, tem-se liberdade para criar e experimentar novas ideias e conceitos. Então, propor o elo entre a fotografia e o Easter Egg pode ser um caminho divertido e um tanto quanto desafiador para os produtores de conteúdo e fotógrafos, pois essa nova forma de interpretação e leitura também depende de como o receptor percebe a imagem. Unfried & Persichetti (2014), afirmam que pelas características do caráter polissêmico da fotografia, há inúmeras formas de ler e interpretar uma imagem, tornando-se difícil saber exatamente o que o autor de fato quer apresentar. Com isso, possibilita saber quais foram às intenções do fotógrafo, pelos recursos e formas que utilizou para capturar a imagem.

Ressaltar novas possibilidades de leitura de imagem dentro do contexto fotográfico e propor para os espectadores enquanto leitores uma maior interatividade na interpretação das imagens, desafia a desvendar mistérios, descobrir brincadeiras e até mesmo achar surpresas escondidas no contexto do trabalho, essas são as “magias” dos Easter Eggs, pois com a grande quantidade de fotografias que as pessoas são submetidos a ver todos os dias, elas acabam perdendo o significado do que é ver uma imagem. Em muitos momentos, as fotografias apenas passam pelos olhos, sem contexto e sem sentido.

Quando se trata de analisar as diversas formas em que esse novo modo de leitura pode ser inserido na fotografia publicitária, pensa-se em inovação, além disso, maior interação por parte do público e também, existe a possibilidade de trazer melhor perspectiva para as empresas e fotógrafos enquanto criadoras de conteúdo. O Easter Egg pode ser uma forma de aproximar o público da marca, fazer

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referência a outros trabalhos, ou “dar” – em forma de entretenimento –, um bônus para o público.

Contudo, o quão possível é estabelecer essa nova linguagem para o contexto comercial? Sabe-se que o Easter Egg deu certo em alguns segmentos, como na indústria dos cinemas e produtoras de jogos eletrônicos. Dentro da imagem fotográfica, esse elo entre Easter Egg e fotografia pode ser uma nova forma de linguagem, tanto publicitária como artística e comercial.

No contexto das artes, o elo entre fotografia e Easter Egg pode ser uma alternativa de linguagem fotográfica, em que possamos utilizar no dia a dia, contando uma história ou até mesmo expressando ideias.

3.1 COM A PALAVRA, AS ESPECIALISTAS

A construção da parte prática do projeto experimental “A Fotografia e o Easter Egg: uma nova forma de leitura e percepção da imagem” começou a partir da ideia de criar um produto para a Unijuí, pensando em trazer junto ao conceito da Fotografia, o Easter Egg. A ideia permeia em um ensaio fotográfico sobre os cursos do departamento DACEC.

A partir dessa perspectiva, buscou-se conhecer um pouco mais do departamento através de entrevistas com as coordenadoras dos cursos de Administração, Ciências Contábeis, Ciências Econômicas e Comunicação Social, para poder entender melhor sobre as áreas, e a partir disso, montar um perfil de cada curso para retratar em um ensaio fotográfico.

As questões que foram abordadas nas entrevistas foram bem pontuais: Procurou-se entender como cada coordenadora enxerga seu curso; como pensa que seus alunos entendem a área e como define cada curso com uma só palavra.

Através da entrevista com a professora Fernanda Pasqualini, coordenadora do curso de Administração, pode-se perceber que o curso de administração procura capacitar os alunos, não só para trabalhar em empresas nos diferentes setores, mas principalmente busca preparar os alunos com o espírito empreendedor, para que sejam profissionais proativos, que buscam desafios e que tenham responsabilidade.

O curso de Administração procura desenvolver as pessoas, não só para trabalhar em empresas de diferentes setores, como setor publico, privado, hospitais. Mas principalmente, a gente busca preparar as pessoas para ter

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um espirito empreendedor. A gente tem esse foco no curso de Administração. Claro, a gente sabe que nem todo aluno que vai sair do curso vai abrir uma empresa. Mas mesmo que ele não abra essa empresa, ele tenha esse perfil, para que não seja uma pessoa acomodada, que espera que as coisas venham até ela. Esperamos que esse aluno seja uma pessoa proativa, que vá atrás de desafios e que tenha responsabilidade, (PASQUALINI, 2017).

O profissional da área pode atuar como um administrador de empresas pequenas, generalizando o seu serviço, atuando em diversas áreas dentro da mesma empresa, ou também trabalhar em empresas maiores e atuar em áreas específicas, como no Marketing, Financeiro, Recursos Humanos e Produção.

Ao término da entrevista, foi definida a palavra “Empreender” como sendo o conceito que segundo a coordenadora, define o curso.

O DACEC é composto também pelo curso de Ciência Contábeis, coordenado pela professora Maria Margarete B. Brizzolla. A professora mostrou que as ciências contábeis são voltadas as áreas das finanças, mas que não se trata puramente de números, mas sim do ambiente que demanda decisões financeiras, envolvendo pessoas e comportamento.

...o curso é muito voltado a área financeira, extremamente voltado a área financeira, nosso enfoque principal é a área financeira. Mas quando eu falo em área financeira não estou falando em números puramente, eu estou falando do ambiente que demanda decisões financeiras, esse ambiente envolve pessoas e envolve comportamentos. [...] pensando nas ciências contábeis, qual é o foco principal dela dentro da organização? Obviamente é ver e diagnosticar a saúde financeira da organização e partir disso propor soluções. É o mundo dos negócios, e esse mundo dos negócios também envolve questões éticas, sociais, ambientais, entre outas. A sustentabilidade da organização, (BRIZZOLLA, 2017).

Nessa conversa percebeu-se que a professora enfatiza a área como sendo “imprescindível” dentro de uma organização, tornando a palavra imprescindível para definir o curso.

Já os cursos de Jornalismo e Publicidade e Propagando que estão na área da Comunicação Social, procuram inserir além da comunicação em si, a gestão de pessoas e o empreendedorismo como conceitos centrais da formação dos alunos. Segundo a professora e coordenadora do curso, Rúbia Schwanke, tanto o Jornalista como o Publicitário tem um leque de possibilidade de atuação dentro do mercado de trabalho. A coordenadora da ênfase nas crescentes mudanças na aceitação do profissional de comunicação dentro do mercado de trabalho da nossa região, pois

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houve um tempo em que o profissional não era valorizado, ou quase que desnecessário dentro de uma empresa/organização.

Quando eu me formei ha 15 anos atrás, eu percebia uma certa relutância do mercado de trabalho com relação as profissionais formados dentro da área de comunicação, como se eles não fossem necessários. Eu acho que houve uma evolução, e claro, isso também é o papel da universidade, colocando profissionais formados de uma determinada área no mercado, tanto no jornalismo como o Publicitário, a gente está qualificando o mercado e o mercado vai ficando mais exigente... (SCHWANKE, 2017).

Percebe-se com a fala da coordenadora, que houve uma mudança nesse aspecto, e que a universidade trabalha pensando no mercado para formar excelentes profissionais, capacitados e prontos para as exigentes formas de atuação.

A partir da conversa, foi definida a palavra “Integração” como sendo a palavra que define os cursos de Jornalismo e Publicidade Propaganda. Fala-se em integração de pessoas, da comunidade, de organizações, trabalhando com pessoas e trabalhando para pessoas, sempre pensando no bem comum da sociedade.

Por fim, completando todos os cursos que fazem parte do DACEC, foi feita a entrevista com a coordenadora do curso de Ciências Econômicas, professora Marlene K. Dal Ri, que nos deu vários exemplos sobre a área, como a história da economia, sobre a economia política, exemplos de como é usado à economia no dia a dia, desde o porquê nós usamos o aparelho celular, até nas consequências econômicas que enfrentaríamos se acontecesse uma guerra entre os EUA e a Coreia do Norte:

Se, por exemplo, os EUA brigasse com a Coreia do Norte, o que vai impactar no mundo inteiro? O que vai impactar no Brasil? Veja bem, como fica a exportação? O que acontece com a soja? O que vai acontecer com o Dólar? Envolve tudo, claro que para te dizer depois qual vai ser o nosso prejuízo, eu tenho que te mostrar projeções... (DAL RI, 2017).

A coordenadora também nos elucida que a área da economia não se baseia somente em cálculos.

...então o cálculo é muito menos do que o pessoal imagina. Foi uma visão errônea que se passou porque nós temos muitos economistas econometristas, eles usam a estáticas e análises e eles voam nos cálculos, mas isso é uma área, que se faz no mestrado e doutorado. Na graduação é o básico, (DAL RI, 2017).

Após vários exemplos que a professora passou, mostrando como é necessário analisar fatos para se chegar a soluções, o entendimento que se chegou para definir o conceito do curso é sobre a importância de se “interpretar dados” e

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que é, através disso, que o economista busca a base para solucionar problemas ou situações existentes no seu percurso.

Percebe-se que são bastante expressivas as relações e as necessidades de uma área com a outra.

O DACEC é um departamento que possui todos os cursos necessários para se gerir uma organização jurídica com ou sem fins lucrativos, cada uma das áreas demanda do conhecimento das outras áreas dentro de sua própria função (BRIZZOLLA, 2017).

Diversas falas das coordenadoras durante as entrevistas se cruzam, criando um elo especial entre as áreas.

3.2 ENSAIO FOTOGRÁFICO

Após as entrevistas compreendeu-se a definição de cada curso pela visão das coordenadoras, e assim foi construído o ensaio fotográfico sobre o DACEC.

3.2.1 PRIMEIRA EXPERIÊNCIA - TESTE

Primeiramente foi pensado em realizar um ensaio fotográfico com modelos do sexo masculino e feminino, entre 20 e 29 anos, que representassem alunos dos cursos que fazem parte do DACEC/Unijuí. Os registros foram feitos em um estúdio caseiro, onde cada modelo utilizou algum símbolo que representasse um dos cursos específicos. O modelo que na Figura 3 está localizado à esquerda, trouxe o símbolo do jornalismo em seu brinco alargador; a modelo que está no meio, utilizou o símbolo do curso de administração como adesivo de unha, e a modelo localizada na Figura 3 à direita, mostra o símbolo das ciências e econômicas em um brinco de orelha.

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Figura 3 - Ensaio experimental sobre fotografia e Easter Egg

Fonte: arquivo pessoal.

Os símbolos que foram utilizados ficaram muito pequenos e imperceptíveis. Para conseguir que o Easter Egg seja percebido ou até mesmo entendido, precisamos ter referências mais expressivas introduzidas nas imagens.

3.2.2 SEGUNDA EXPERIÊNCIA – A DEFINITIVA

Permaneceu a ideia inicial de usar os modelos para representar os alunos dos cursos que fazem parte do DACEC/Unijuí. Porém, como cenário, foi usado locações do campus da Unijuí/Ijuí-RS, para poder trazer referências mais expressivas às imagens, como alguns prédios e locais frequentados pelos alunos da universidade, como a Biblioteca, a parada de ônibus, a rádio Unijuí, e o espaço dos laboratórios de áudio e vídeo.

Nesta experiência, para a composição das imagens, se levou em consideração as falas das entrevistas e buscou-se associar o significado de cada curso, com cenários que a Unijuí dispõe, como os prédios, o verde do campus e ambientes internos, como salas e laboratórios. Como será retratado a seguir.

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Curso de Ciências Contábeis (palavra chave: “imprescindível”) –

A comunicação é imprescindível em qualquer situação, seja ela em uma conversa entre amigos em uma mesa de bar, ou também em reuniões empresariais que demandam decisões nas questões financeiras para a gestão de uma organização (BRIZZOLLA, 2017).

Para essa imagem, alocamos os modelos no salão de entrada onde ficam os laboratórios de áudio e vídeo da Unijuí. Os modelos estão sentados no chão conversando, e um deles está tomando uma bebida em um copo térmico com o Easter Egg, que é o símbolo do curso de Ciências Contábeis. Como se pode observar na Figura 4.

Figura 4 - Easter Egg do curso de Ciências Contábeis

Fonte: arquivo pessoal

Curso de Administração (palavra chave: “empreender”) – Todo

empreendedor precisa estudar e aprimorar seus conhecimentos para o sucesso do negócio. Pensando nisso, para construir a imagem do curso de administração, pensamos em posicionar os modelos em frente à biblioteca, remetendo a ideia de que para ser um bom administrador, é preciso praticar a leitura e os estudos. Na Figura 5, o Easter Egg está presente no livro que um dos alunos carrega com sigo, onde a palavra “administração” está presente.

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Figura 5 - Easter Egg do curso de Administração

Fonte: arquivo pessoal

Curso de Comunicação Social – Publicidade e Propaganda e Jornalismo

(palavra chave: “integração”) – Comunicar, transmitir ideias e informações, são

ações que unem as pessoas e aproximam umas das outras Então para essa imagem, simulamos uma entrevista entre os dois modelos, de modo que conseguimos demonstrar as duas áreas: o jornalista fazendo a entrevista e o publicitário contando suas ideias. Na Figura 6, além do cenário ser jornalístico por se tratar de uma rádio, pode-se perceber o Easter Egg no caderno do entrevistado, onde símbolos dos mascotes dos cursos de Publicidade e Propaganda e Jornalismo estão inseridos. A publicidade e propaganda é representada pelo símbolo do galo. O galo acorda cedo para dar o primeiro grito da manhã, ou seja, ele é um anunciante. Já o mascote adotado pelos jornalistas é a raposa, que significa esperteza e astucia, possui instinto aguçado e permanece alerta em tudo.

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Figura 6 - Easter Egg dos cursos de Publicidade e Propaganda e Jornalismo

Fonte: Arquivo pessoal

Curso de Ciências Econômicas (palavras chave: “interpretar dados”)

Quando falamos em interpretar dados, inicialmente pensamos em gráficos e tabelas, então para fugir do comum, pensamos em retratar uma pessoa fotografando, pois fotografar também exige do fotógrafo certo conhecimento para interpretar a luz e a cena para obter uma boa composição. Na Figura 7, há um modelo interpretando dados que são exibidos no sensor da câmera fotográfica. O modelo está sentado em um gramado, configurando sua câmera e ao lado estão seus livros de estudo. O Easter Egg desta fotografia é representado pela palavra “Economia” escrita no livro de estudos do modelo.

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Figura 7 - Easter Egg do curso de Ciências Econômicas

Fonte: arquivo pessoal

Após serem fotografadas as cenas, foi feita a pós-produção nas imagens obtidas, onde foram realizados ajustes na iluminação, no contraste, nitidez e ruído, balanço de brancos e nas cores. Não havendo a necessidade de acrescentar elementos digitais.

Para a apresentação das fotografias, que são o resultado do produto final desse projeto, foi elaborada uma revista, contendo uma breve explicação sobre o Easter Egg, assim como, a maneira que foi estruturada as imagens a partir das entrevistas realizadas, além do resultado das imagens e a experiência teste.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Por meio desse projeto, foi possível experimentar uma nova forma de linguagem fotográfica, criando um elo entre a fotografia e o Easter Egg. Lendo as fotografias em conjunto ou mesmo separadamente, temos boas referências, como locais conhecidos no campus, os livros dos cursos, cadernos e objetos que trazem consigo imagens e lembranças da proposta de cada curso que faz parte do DACEC. Assim, como em filmes e jogos eletrônicos, onde encontramos mais registros do uso do Easter Egg, conseguimos ter o entendimento dessa ferramenta através das referências presentes no contexto e no conteúdo apresentado.

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Embora entendemos que a percepção e o entendimento da interpretação na leitura da imagem depende do ponto de vista do leitor, buscou-se ao máximo evidenciar elementos chaves que mostrassem o ambiente em que foram produzidas as imagem. Talvez no meio acadêmico da Unijuí, alunos, professores e colaboradores que são frequentadores na universidade, tenham uma percepção mais assertiva na hora de interpretar essas imagens, pois eles entenderiam o contexto do trabalho. É o que acontece nos filmes em que o Easter Egg é inserido, como por exemplo, na Figura 09, em uma animação da Disney “A pequena sereia”, há uma cena em que o rei Tritão faz sua primeira aparição no desenho, onde há uma plateia para assisti-lo, e no meio dessa plateia há 3 personagens clássicos da Disney, o Mickey, o Pateta e o Pato Donald), quase que escondidos no meio da multidão. Essas referências serão entendidas somente se o público conhecer um pouco mais sobre a produção deste filme e também dos personagens da Disney.

Figura 8 - Exemplo de Easter Egg no filme "A pequena sereia"

Fonte: https://sereismos.wordpress.com/2015/09/06/os-easter-eggs-confirmados-e-as-teorias-de-a-pequena-sereia/

Analisando o Easter Egg para a inserção na fotografia publicitária ou na fotografia tradicional, essa nova forma de leitura e percepção da imagem pode ser compreendida, de forma que ela consiga conter as referências necessárias para que o leitor possa entender o elo que o conteúdo das imagem carregam com o contexto

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que ela está sendo inserida. Ou seja, a imagem precisa conter referências significativas sobre o conteúdo que está transmitindo.

No fim, o que esperamos alcançar com essa nova leitura e percepção da imagem é a satisfação e interação dos leitores, colocando surpresas e/ou mistérios para que possam ser encontrados nas fotografias.

REFERENCIAL TEÓRICO

BAUER, Martin W.; GASKELL, George. Pesquisa qualitativa com texto imagem e som: um manual pratico. 12 ed. Petrópilis, RJ: Vozes, 2014.

DONDIS, Donis A. Sintaxe da linguagem visual. 2 ed. São Paulo: Martins fontes, 1997.

PEIRCE, Charles Sanders. Semiótica. 3 ed. São Paulo,SP: Perspectiva, 2005. RODRIGUES, Wanderson Ney Lima; CASTRO, Sílvio Rogério Rocha de. Reflexões sobre a fotografia: a intencionalidade no ato fotográfico. Disponível em

http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2008/resumos/R3-1203-2.pdf. Acesso

em: 11 nov. 2017.

SANTAELLA, Lúcia. O que é semiótica. 2 ed. São Paulo,SP: Brasiliense, 2003. 7 p.

SONTAG, Susan. Ensaio sobre a fotografia. 1 ed: Dom quixote, 1977. p 13. Disponível em: <

http://www.mobilizadores.org.br/wp-content/uploads/2016/09/Sobre-fotografia-Susan-Sontag.pdf> Acesso em: 21 set.

2017.

UNFRIED, Rosana Aparecida Reineri; PERSICHETTI, Simonetta. As aparências enganam: a fotografia e seu carácter polissêmico. Disponível em <http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2014/lista_area_dt4-fo.htm>. Acesso em: 12 set. 2017.

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