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Oração funebre recitada nas exequias do... senhor d. João VI. imperador do Brazil, e rei de Portugal e Algarves, celebradas na Santa Sé do Porto pelo illmo. senado da Camara em 27 de abril de 1826 por..

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^lagnus cffcclus sum , et prcecessi omnes , qui fucrunt

ante me in Jerusalem.

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Fiii jjrancle , e excedi a todos que antes de mim exi- elirao em Jerusalem.

Palavras de Salomão no 1.® Capitulo do Ecclesiastes*

Rei mais Sábio que o Mundo vio ; e o Livro mais douto , que tem sabido á luz do Mundo ; taes são os grandes objectos em que a minha imagina­ ção se ensaia antes de se involver no fúnebre ob­ jecto , que nos occupa , e nos consterna neste Tem­ plo , aonde tantos signaes de tristeza , e de sau­ dade contras tão o Nada do Tumulo com a Gran^ deza do Tlirono.

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Salomão prégando contra si mesmo no Livro das Vaidades , e dos Desenganos do mundo he quem me aponta a estrada , que vai do Tempo á Eternidade , e quem me conduz pela mão aíravez das medonhas sombras , aonde a Morte atrevida ba­ ralha com igualdade essa poeira humana , que só se distingue na vida pela brilhante Purpura , e o opaco Borel.

Ninguém gozou , conío o Filho de D avid, tan­ ta grandeza , e tanta gloria ; e ninguém declamou, tão altamcnte , como elle , contra a grandeza , e a

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E como sao contradictorios com seus princípios ainda os Homens mais sábios ! No niesmo Eivro ein cpje Sal'imao condem na a vaidade , resplendece n sua vaidade , quando se inculca por grande : 31a- (jnus effcctus sum ; e quando ostenta que excedêra em Jerusalem a todos que o precederão i pvŒcessi omncs y qui fuerunt ante me in Jerusalem,

Tanto he certo , que a Vaidade he huma es^ pecie de sombra inseparável do homem em quan­ to arde a luz da vida. Primeira e ultima paixão, ella vai comnosco até á margem do Sepulchro ; & ainda depois da morte quer reluzir em cima dos E pi­ táfios , que a mão da Saudade ou da JLisonja gra­ va em cima das Sepulturas.

E quem dissera , que o Rei Sábio por excel- Jéncia se havia mostrar tão vaidoso no mesmo Li­ vro , que encerra a mais sublime moral da humil- flàâe ? Eu f u i cjrande ; eu excedi a todos . . . . Ah ! Continua aquelle Rei , o mais douto , e mais dito­ so que se assentou sobre o Throno : mas eu não vi 710 meio das mm/ias r/lorias , senão aflicção , e vai-^^ dade ! ^ y m ita s , et ajjlictio !

Illustres Representantes desta Villa , aonde a

Serenissima C asa de Bragança íqvq o primeiro So^

làr : circumspecta , leal , e consternada Assembléa, que vens hoje coberta de triste lucto honrar , e hu­ medecer com tuas lagrimas as cinzas do Imperador e Rei , por quem geme neste momento a vastissi- ina extensão dos seus Dominios. . . . Oh ! Se eu ago­ ra podesse com propriedade applicar ao Muito Alto , e Poderoso Senhor D. JOAÕ VI. as pala­ vras do meu thema , eu teria de hum só rasgo de pincel acabadp o seu Retrato , e não temeria que

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a vaidade tentasse o seu coração sempre modesto •

porque cabido do Throno , nem Elle se podia des­ vanecer , e nem eu seria accusado de lisonjeiro ; porque a Lisonja não encontra lucros , nem des­ perdiça incensos nas visinhanças do Tuinulo.

Bdas comparar o Augusto Filho de M A RIA I. com o Real Filho de David ! Achar identidade de circumstancias entre hum e outro Reinado ! Con­ fesso que nesta comparação mais descubro hum con­ traste do que hum simüe. Salomão vio correr em serena paz os dias do seu Reinado : o Senhor D. JOAO VI. desde o princípio da Sua Regencia vio sempre a perlurhaçãio e a (juerra assolando os seus Estados. Salomão bebeo pela taça do Prazer todas as delicias , que o Muinlo pode dar aos seus ido- latias : o Senhor D. JOAO. VI. bebeo pela taça do Dissabor todas as amarguras , que a ira do Ceo e a ingratidtão dos Homens pdde entornar em cima dos corações. Logo : se Salomão foi grande , e se excedeo a todos pela próspera magnificência do seu Keiriado , e poj^a abundancia dos seus prazeres * o Senhor D. JOAO Ví. foi g ran d e, e excedeo a \o- dos os que o precedêrão, mas em hum sentido con­ trario , que vai servir de fundamento ao Elor/io Fii-^ 7ie.)re y que ou respeitosamente lhe envio á Elerni- ctade por entre as sombras da morte, l-’oi grande e excedeo a todos os seus Antecessores pela M agna­ nimidade do Seu Coração no meio dos revezes com - que a Ma Eznlura perturbou os dias do seu R ei­

nado. Foi grande , e excedeo a todos pela protec­ ção que deo aos Sábios , e pela indulgência com que tratou cs seus ingratos.

Serenai por hum pouco a vossa mágoa , e pre- joarai nova attenção em quanto a voz descança,

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ra levantar mais o estilo , e para descrever o triste Elogio , que pela terceira vez vou tentar.

Nada he similhante no Universo. A Grandeza do Creador respleridece na infinita variedade das suas Obras. Nenhuma folha na mesma arvoro he simi­ lhante á outra ; e por authorisar esta verdade da experiencia coin a fraze do ApostoIo , atè nao ha estrella , que se pareça com outra no brilho , e cla- 'ridade : Sldla a stelía differl in claritate.

Estas diíTerenças tao notáveis nos Entes físicos ainda se tornão mais celebres em todos os Entes moraes ; e o engenhoso Plutarco , tcão delicado , e tão subtil no parallelo dos Varões illustres da anti­

ga G/ 'ecia e Roma , não encontrou hum sõ que se parecesse inteiramente com outro , por mais que os aproximasse ao microscopio cía sua rarissiina pene­ tração.

Em consequência destes principios , para que revolver os Annaes da Historia , e buscar forçadas comparações , quando se trata de elogiar hum Rei

sobre hum Tumulo ? Por ventura o Espirito San­

t o no Ecclesiastico não louva os Varões gloriosos da

Nação Hehréa , assignalando cada hum por seu di- slincto caracter , sem encher o' seu estilo da este- ril abundancia de mal frizantes comparaçoens, com que a superficialidade se illude ? Não he , por ven­ tura , mostrar pobreza de ideas no Orador ou no Assumpto, quando se apresenta o He roe da Oração mais confundido do que exaltado em hunia Galeria de Heroes , podendo estar por si só no lugar , e na attitude , que lhe compete ?

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Augusto Imperador e Rei , por quem acfor»

<!horainos ! O Teu Reinado he tão fértil em Poli- tica , e o T eu Coraçao tão cheio de candura , e de bondade , que só a Ti és similhante em quali­ dade de Homem , e em qualidade de Rei ! Confron­

tando o Teu infeliz Reinado com todos os que te ]^ecedôrão desde a Fundação da Mona rc hi a , eu Rem te podia applicar o texto dos Livros Santos r A^on cst invenlus similis iííi ; e altendendo á pode­ rosa influencia do Século em que viveste , e aos pungentes espinhos , que le ccrcavão o Throno, talvez podesses dizer com mais razão : Eu f u i gran­ de por minhas calamidades , e excedi a iodos , que antes de mim se asseniárão no Throno de Portugal :

Magnus effectus sum^ et prcecessi omnes, qui fucrunt ante me' in Jerusalem,

E na verdade , Senhores : como não he para com parar, mas sim para contrastar, deixai-me alon­

gar as vistas por hum instante ao Berço da Monar- chia, para escolher hum Rei , que visse tão tenebro­ sos , e amargurados os dias do seu Reinado. He de-

balde que o procuro ! .. Primeiro Affoisíso f Cerca­

do, ferido, e prisioneiro dos Leone’^es no sítio de Ba^ dajoz ! Os teus louros alii murcharão por hum mo­

mento , talvez porque o Juizo de Deos te quiz mo­ strar , que nunca deve ficar impune a falta de res­ peito de hum Filho para com seus Pais. Mas em bre­ ve lornão a reverdecer os teus Louros nas victorias de Santarém ; e o teu desastre passageiro foi como eclipse do Sol , que se assombra para apparecer mais brilhante,

B in iz ! Tão ditoso nos ensanguentados Campos

de Marte , quão fecundo nós verdes Campos de O - res / Tit és o primeiro modelo da resignação, éso f-'

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-/rím ento, qnando hum Filho em tudo grande , me- tios em obedecer-te , reúne Tropas ao seu arbitria

em as arrayas do Reino. Mas huma Esposa Santa

dissipa as iras do Filho ^ que vai dobrar o reveren­ te joelho diante do teu augusto Sceptro ; e os tro- feos do Salada ein breve te indemnizao das amar­ guras j que te causarão os delírios de kuiiia moci­ dade fervente,

^FFONSO I F ', l Quantos desgostos te preparão

hum P e d r o , e huma I g n e z ! Mas o Filho excessi-

Vamente amoroso te retribue com usura o que íll

irado fizeste a huma I z a b e l S a n t a > e a hum D i -

Níz prudentissimo. T u vingas a tua aflVonta , ( e- talvez não a quizesses vingar) pela mão de mal in­ tencionados Validos, que assassinão a miseranda Bei- leza ; e quando morres , já o leu coração repousai spcegado na sepultura.

'JoAQ I I , ! A tua perspicácia divisa os crimes- de longe , e como que advinha os pensamentos de quem attcnta centra a Magestade do Throno ; mas tu que ensinas os Reis do Mundo a serem Reis noí. Justiça , não os ensinas a serem Reis no soflVimen- to , e na brandura^

- ^Tal Escóla ^ e tal Doutrina estava reservada a JO A O VI. Elle he o urnco Rei de Portugal que* adquire Titulos á immortaÜdade por sua Rengiiaçâo y,

£. Clemencia na frágoa das tribulações aonde batê^

íào sempre, de rijo os pezados martellos do dissabor.. Bemaveniurado o Varão , diz a Escriptura San- *, que soffre tantos, revezes , porque depois de tan^ ijcis'fadigas não lhe pode o Ceo negar a Coroa da

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niarn cum prohatus fuerit ^ accipiet cor onam vilce .", =» Eu não sei se Elle , em prêmio de tão subido me­ recimento , folga hoje nesse Oceano de gôzos , de íjue os Elizios da Fabula fôrão grosseiros sonhos : tuas sei que Eile deve ter vida eterna dentro dos nossos peitos.

Habitantes de Barcellos , aonde existem ainda as magestosas , e respeitáveis Ruinas do primeiro Edifício , que habitou o Tronco da Sereníssima 1^’a- iuilia , cujo Ramo carpimos murcho , e deseccado !

Aqui nasceo o primeiro Conde de Barcellos , e

D uauE DE Bragança , que foi com a tremenda es­

pada fulgurar sobre os muros de Ceiiia : e se d’aqui sahírão as primeiras glorias da Dynastia Reinante ; aqui se devem chorar as extincüis glorias do mais infeliz , e virtuoso Monarcha , que produzio na sua Origem o Bêrço de' Barcellos , e de Bragança,

Porém a minha afílicção , e saudade já me leva longe do meu restricto Assumpto , e eu não quero ostentar de erudito , quando só devo mostrar , que sou hum Orador sensível , e hum Companheiro sin-^ cero das vossas mágoas.

Antigos brilhos , e antigas sombras de Poríw-’ gal^ deixai-me por huma vez, que eu vou fazer hum

Meridiano fixo nas primicias da Rege^ncia do Muito

A lto , e Poderoso Senhor D. JOAO VI. ; e acom­

panhar os seus Passos até que tremôrão , e cahírão na voragem da Sepultura,

* ^

Primogênita prole da Revolução da França^ ou para ser mais exacto da Revolução do Mundo intei­ ro ! Indecifrável Napoleâo ^ de quem a Posteridade «empre dirá bem , e mal , por que tal he a sorte

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<îos grandes Conrjufsteidores ! Tu inquieíasíe os So­ beranos , e as Nac^-ôes ; e ma! pode a já IranquiJià jiuropa tornar exactaniente ao ponto y aonde rolava o séu eixo antes das tuas inauditas perturbaçoens.

jViais nenhum R.ei ^ nenhum íieino , em sua ultima

analise soííreo tanto como o í^ei , 0 0 Treino de Pat'^

iuíjül» O seu estado actual no Continente , e na Império Trans-jítkíunUcQ ^ contirma com evidenciai esta funesta verdade*

fii quem , no meio de tão inesperadas, crises ^ j>odia ostentar tanta sabedoria y e cunstancia , nã>o digo para resistir y mas para navegar corn o possí­ vel tino em nunca navegados mares de- tão desabri­ das tormentas ?

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justiqa ao sen genío* O Senhor !>.. JOAO VI. sabia ir com o império do Tempo^ quan­ do não podia dobrar ã força dd Tem pa ao seu Im.- Xio*

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Mas o sen preeipitacTo retiro pata o B i a z i l \ poderá notar atguein , produzio as desgraças de For-^ iúgal n ’aqueila época ^ e foi pelo menos causa, re­ mota da separação do B r a z il, e das alterações Po-^ iilicaa, que o fiz.erão. tornar a PortugaL

Ah Î Quanto he difficiî ^ e quanto parece faciÈ décidir a.causa das cousas , maiormente em os-fe­ nômenos moraes I E entrarei eu como Plinio a pre- «crular ã origem das chammas e das, lavas , que a

Veauvio^ universal tem vomitado , ha alguns annos

330 antigo ^ e novo Mundo ? Tal empxêza nem he

de Qrador nem do lugar da Oração..

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imenos , e não vejo no meio déliés senão hum Rei sempre grande , e excedendo sempre pela raridade ■<!as circumslancias a todos que o precedêrão em sen Reinado ; == Magnus effectus sum , el prcccessi amues^ gui Juerunt anle me\ =

A sua resistência em Portugal ao Usurpador da Europa , digãp o que quizerem , era de todo inulil n ’aqui'.Ile repentino lance. Elle enlregou-se ao

Ocea-^ á Nação que domina o Tridente. Elle foi re­ sidir no B razil , porque o Brazil era seu. Elle fez mil bens ao Brazil , porque o Brazil era sua he­

rança ; e se d ’ahi se seguirão abusos , abençf‘emc3

o Beriifeitor , e não façamos recahir sobre Elle a ingratidão dos que abusarão.

O R ei de Hesponfia na invasão dos Francezes

não se retirou para a sua America ; e a sua Ame-* J'tcci ainda correo pcir>res Fados. O Brazil elevado a^Calhegoría de Reino , e enriquecido das Institui­ ções, e das Luzes que o Senhor D. JOÃO VI. lhe

levou f está oebaixo do Sceptrò da Sereníssima C a­

sa DE Bragança , enlaçada com a Augusta C a s a

D A ustria.^ Outro tanto não aconteceo á H esp a n h a

com suas Exjiedições além dos JVlares !

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A deosa da Formosura dá maiores Impérios do que o número da Guerra , se*gundo o antigo Dísfi- CO que honra as Príncezas á'Austria ; [*] e aquelle va­ stíssimo Continente não podia estar melhor do que

está , debaixo de hum Imperador providenie, que

o conhece , e felicita. O contentamento dts seus ISaturaes he a melhor prova do que eu digo.

Porém dirão alguns f parque em tudo ha qua jzerj : se o Senhor D. JOAO VI* achava delicias.

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e fazia as delicias do B razil , porque torna ao seio dessa alliva Ulyssea , aonde os próiug;os da destruí­ da Troya encontrarão sereno asylo , sem querer voltar ás terras que lava o Mediterrâneo , e íle t” lesponto ?

Aqui , Senhores , eu cheguei ao sítio mais es­ pinhoso do meu actual Ministério. Vós sabeis que o grande Rei , cujas cinzas de])!oramos , era tão ze­ loso da tranquillidade do seu, Povo , como da iMa- gestade do seu Throno. Nem o quebrantamento da sua preciosa saude , nem a longitude dos mares po­ dia arredar delle hum só instante estas importan­ tes ideas. Elle ouvio , que o Douro , o Tejo , e o Gram-Pará trasbordavão além dos justos limites j em que corrião ; e receou que os perigosos séculos de Pyrrha tornassem a inundar a terra d’hurn di­ luvio de males. Temeo que os differentes Partidos ainda mansos ao princípio produzissem no andar do tempo novos Marias , e novos Silas ; e como Ge­ neral consummado , em o calor do combate corre ao ])onto aonde se podia tornar mais perigosa a cou- lenda.

Voa do Brazil a Portugal ; regula como A guia penetrante o movimento das azas , segundo a di- réccão dos ventos : aqui sobe ; alli desce : aqui es­

voaça ; alli paira ; até que os ventos acalmâo ; ató

que o Ceo se torna sereno. Elle então despreg:^

sereno vôo folga librado em seu natural elemen­

to ; e deslembrado da tormenta , nem gósta que lhe recordem os dias que já passarão.

He debalde que o Genio da Intriga e da in-

gança solta àmiudados vôc>s á roda do seu pacífico Thfono. InaUeraVel ein seus princípios , ©stá

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tente , por<][tie a NaçSo está em socego ; e Elle se re^oxija em ser grande na mansidão , e em exce­ der a 'todos no soÜrimento : = JMaqnus effectus sum ^ et prœcessi omnes , qui fuerunt ante me.

Vinde » Ó Reis ; vinde , 6 Povos ^ aprender su­ blimes lições de verdadeira grandeza ! Grandeza » (jue nem o pezado pe do Tempo póde trilhar, nem a curva fonce da Morte póde arrastar ao Reino do Esquecimento, Se ha grandeza no IMundo , he ser beneíico , e soíTredor. A Filosotia Stoica assim o

ensinou aos Sócrates , Epitectos , e jíntoninos 5 o

Evangelho assim o mostrou ao Mundo ; e assim o

praticou na sua constante vida o Imperador e R e i,

por quem mandamos ao Ceo os nossos ardentes votos,

_

E porque razão havi\ de ser immortal na vida por^ tao subidas virtudes , quem ha de nccessaria-* mente ser immortal nos Annaes da Gratidão ? Mas o es])irito está sempre em opposição com a maté­ ria , como a Luz com a treva. A terra reclama o

po que delia sahio , e o Ceo reclama 0 espirito que

desceo delle.

Aproxima-se o fatal momento de quebrar a al- liança , que entre a Alma , e o Cor[)o estabelece por certo tempo a Natureza. Corre a infiusta No­ va pelas Ruas da Capital , e vóa ás extremidades

do Reino, Geme como pode nas a^tas Torres

o duro bronze , e chama a fervorosas Preces o Po­ vo consternado , que grita 'entre suspiros , e lagri­

mas . Domine , salvum Jac Reqem. = Senhor y

conserva a vida de hum Rei tão solicito em conser- m r a vida do seu Povo, ==

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JT)os esmorecidos n ’aqiielles dias duvidosos , que de­ correrão d esd e q u e a m i r r a d a inào da M o r t e locou ^

alé que a rre b a to u por huma vez , aquelJa vida, que

ficou rep artid a em pedaços sobre a te rra , e sobre

as ondas I

A Morte por fim ostentou sobre os desvelos da arte o seu orgulhoso triunfo ! . . . Morreo ! . . . Eis o afiîicto brado que soa do Tejo ao Minho , e que atravessando o Aihlaniico vai repercutir os seus éc- cos , e congelar de mcágoa as possantes correntes ílo Prata e Amazonas,

M o rreo !.. Porém não morreo inteiro , porque a sua melhor ametade ficará , como em depósito eterno , nos Templos vivos da Gratidão Portuguc^ za, A sua memória será íáo perenne como a do eslrondoso Seculo , que o vio reinar. Século que bem se pode chamar o Gigante dos Séculos , por­ que nelle appareceo com assombro todo o Bem . e todo o Mal de que he capaz a frágil , e altiva Hu­ manidade. Seculo que foi grande , e que excedeo

a todos que já passarão , assim coino o M uito Al­

to , e Poderoso Senhor D. JOAO Ví. foi gran­

de , e excedeo a todos os Reis que o precederão em Portugal. = Magnus effeclus sum , et prcecessi omnes , qui fuerunt ante me in Jerusalém. =

Alma tão immorlal por tua essencia , como por tua meiga candura ! Rei (ão grande por tuas amar­

guras , como Salomão por suas prosperidades ! Já' que tanto perdoaste aos Homens , perdoa também á Natureza , por íe haver dado a existência em dias tão desgraçados. Espera nas trevas do Sepulchrò o grande. Dia , em que has de resurgir como o pa­ ciente Principe da Jaumea, que le ensinou a sofiTrer.

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î=K- Post tenehras spero lucem* = Dorme no òscuío do Seniior , e repousa nos sens A trios , em quan­ to o Teu Nome , e o Teu crédito corre por con­ ta da imparcial Posteridade. Exultem os teus pre­ ciosos ossos humiliados na Sepultura ; e em quanto

as delicadas Mãos da tenra Minerva , que te sa-

hio do Peito , rege com brandura as Rédeas que lhe

entregaste : em quanto o Teu Augusto Filho vai

sarar as feridas , que a Tua ausência nos causa , vive eternamente nessas alturas , agradando sem­ pre ao Senhor, como agradaste aos Homens. == Pla­ cebo Domino in regione vivorum. =

Imctuõsos Membros do Sanctuario, circulai com respeitosos thuribulos aquelle Tumulo , que equiva­ le a hum Throno ; e por entre nuvens de já não suspeitoso incenso ^ mandai ao Ceo as nossas Súp- plicas , para que o Ceo compassivo lhe dê o des­ canço eterno , e lhe allumie a serena escuridade com^ a perpetuidade da sua luz ; merecida pelas af- ílicções , e pelas trevas da sua lindada existên­ cia. = Reqmem œlernam dona ei y Domine , ei lux perpetua luceat ei. =

F Î M .

[*] Bella gerant alii : tu , felix Austria , nube : Nam quæ Mars aliis dat , tibi régna Venus.

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Referências

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