UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL - UNIJUÍ
DHE – DEPARTAMENTO DE HUMANIDADES E EDUCAÇÃO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
ANA CLAUDIA CAMPOS
DESINVESTIMENTO PEDAGÓGICO DE PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA
Santa Rosa/RS 2019
DESINVESTIMENTO PEDAGÓGICO DE PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Educação Física do Departamento de Humanidade e Educação da Universidade Regional do Noroeste do Estado Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, como requisito parcial à obtenção do título de Licenciado em Educação Física.
Orientadora: Prof. Ms. Cléia Inês Rigon Dorneles
Santa Rosa /RS 2019
ANA CLAUDIA CAMPOS
DESINVESTIMENTO PEDAGÓGICO DE PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Educação Física do Departamento de Humanidade e Educação da Universidade Regional do Noroeste do Estado Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, como requisito parcial à obtenção do título de Licenciado em Educação Física.
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________________________ Professora Ms. Cléia Inês Rigon Dorneles – Orientadora
_____________________________________________________________ Professor Ms. Eloisa de Souza Borkenhagen Bohrer – Examinadora Títular
Agradeço a conclusão deste trabalho primeiramente a Deus por ter me dado saúde, fé e discernimento para não desistir, pois os obstáculos foram muitos, mas ele sempre comigo me motivando a continuar no meu maior objetivo.
Agradeço a minha Professora e Orientadora Ms Cléia Inês Rigon Dorneles que me auxiliou, orientou e acima de tudo me motivou a persistir no meu objetivo,
Aos meus pais em especial a minha mãe Lurdes, pois sem ela não teria conseguido, por tanto carinho apoio e dedicação comigo e minha filha.
Ao meu esposo Gleison que viveu comigo este sonho, também a minha filha Alícia que é meu bem mais precioso, e sucessivamente a toda minha família que com muito carinho e apoio não mediram esforços para que eu chegasse até esta etapa da minha vida.
RESUMO
Este trabalho de conclusão de curso com o tema Desinvestimento Pedagógico de Professor de Educação Física na Educação Básica, tem como objetivo geral identificar os motivos que levaram o professor de Educação Física a não abordar as unidades temáticas de ensino propostos pela Base Nacional Comum Curricular, bem como, analisar os fatores que ocasionaram o desinvestimento pedagógico e o abandono no trabalho docente no contexto da Educação Física Escolar. A metodologia que abordada foi utilizada um estudo de caso com abordagem qualitativa, os instrumentos utilizados foram uma entrevista semi-estrutura. O sujeito que participou desta pesquisa foi uma professora de Educação Física que se identifica no abandono docente e atua na Educação Básica na cidade de Giruá. Os resultados foram analisados de acordo com as respectivas categorias: o perfil do professor, satisfação na docência e BNCC e desinvestimento pedagógico na Educação Física Escolar. Consideramos que os motivos que ocasionaram esta professora no desinvestimento pedagógico foi a falta de conhecimento sobre os conteúdos pela abordados BNCC, bem como o desinteresse dos alunos nas práticas escolares.
Palavras-chave: Desinvestimento. Educação Física; Unidades temáticas; Base Nacional Comum Curricular; Docentes.
Quadro 1 – Classificação dos Estágios ou Ciclos de Desenvolvimento Profissional. ... 12 Quadro 2 – Primeira categoria de análise: Perfil do Professor ... 20 Quadro 3 – Segunda categoria de análise: Satisfação Docente ... 21 Quadro 4 – Terceira categoria de análise: Desinvestimento Pedagógico na Educação Física Escolar ... 22
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ... 7
2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 9
2.1 EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR ... 9
2.2 ABANDONO DO TRABALHO DOCENTE ... 10
2.3 CICLO DE VIDA PROFISSIONAL ... 11
2.4 DESINVESTIMENTO PEDAGÓGICO ... 12
2.5 PROBLEMAS ENFRENTADOS NO TRABALHO DOCENTE DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA ... 13
2.6 BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR ... 14
3 METODOLOGIA DA PESQUISA ... 16
3.1 TIPO DE PESQUISA ... 16
3.2 UNIVERSO/POPULAÇÃO AMOSTRA/SUJEITOS E PROCESSO DE SELEÇÃO DA AMOSTRA/SUJEITOS/ GRUPOS ... 16
3.3 INSTRUMENTOS UTILIZADOS ... 17
3.4 DESCRIÇÃO DA ENTRADA NO CAMPO DE PESQUISA ... 17
3.5 CUIDADOS ÉTICOS ... 19
4 ANÁLISE DOS DADOS E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ... 20
CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 24
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 25
ANEXOS A - ENTREVISTA ... 27
ANEXOS B – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ... 28
1 INTRODUÇÃO
1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAS
Este trabalho de conclusão de curso tem como tema Desinvestimento Pedagógico de Professor de Educação Física na Educação Básica, que no decorrer da sua profissão foi sendo desmotivado por diversos fatores baseado em procedimentos de história oral e escrita do mesmo.
Assim partindo para o entendimento que no contexto da Educação Física, o desinvestimento esta ligado num termo determinado pedagógico, que corresponderia àqueles casos em que ainda os professores de Educação Física escolar continuam em seus postos de trabalho, “mas porém abandonam o compromisso com a qualidade do trabalho docente.” (MACHADO et al., 2010, p. 1320).
Deste modo a Educação Física Escolar vem sendo minimizada e se encontra em um contexto em que, “a desvalorização da educação é um forte motivo de preocupação, e a Educação Física sofre preconceitos ainda mais acentuado.” (GASPARI et al., 2006, p. 116). Ocasionado o questionamento dos professores na importância desta disciplina para o ensino aprendizagem dos seus alunos.
1.2. PROBLEMATIZANDO O TEMA
Portanto refere-se que no contexto da Educação Física Escolar, além das dificuldades enfrentadas nas próprias escola que o professor trabalha, acrescentam a falta de estrutura física, materiais em condições precárias, a diminuição da quantidade de aulas por falta de qualificação profissional além da sala de aula, indisciplina dos alunos e a desvalorização da disciplina perante o quadro escolar. (GASPARI et al., 2006).
Em minhas experiências das aulas de Estágio Curricular Supervisionado II, pude perceber que as diversas críticas relacionadas ao trabalho de professores de Educação Física estavam além do contexto escolar, mas também englobando diversos fatores que acarretavam tanto socialmente quanto na escola. Nos perguntamos se o desinvestimento pedagógico esta relacionado com a falta de valorização do professor em seu trabalho docente?
Portanto, poderíamos afirmar que professores exclusivamente os que trabalham o esporte apresentam maior propensão ao entrar no desinvestimento da docência. O fator de
8 estarem estagnados em uma rotina de trabalho e muitas vezes nem notarem que estão padronizando aula e não se identificam no desinvestimento pedagógico.
Assim este trabalho de conclusão de curso teve objetivo geral identificar os motivos que levaram o professor de Educação Física a não abordar as unidades temáticas de ensino propostos pela Base Nacional Comum Curricular, bem como, analisar os fatores que ocasionaram o desinvestimento pedagógico e o abandono no trabalho docente no contexto da Educação Física Escolar. Por sua vez, os objetivos específicos foram identificar as dificuldades enfrentadas na docência; Verificar os motivos que os levam ao abandono docente; Descrever os critérios adotados pelos professores em não trabalhar com as unidades temáticas propostas pela Base Nacional Comum Curricular no ensino da Educação Física Escolar.
Justifico a escolha deste tema porque no decorrer do curso de Educação Física licenciatura, foram discutidos diversos temas nas disciplinas acadêmicas relacionadas à Educação Física Escolar. Ocorreram diversos debates com assuntos relacionados ao desinvestimento pedagógico, gerando diversas críticas relacionadas à atuação dos professores de Educação Física Escolar, levando ao interesse em investigar sobre o assunto, aprofundando meus conhecimentos e com o intuito de ser uma profissional qualificada que fará a diferença.
Sendo assim o tema deste trabalho foi escolhido através de acontecimentos da minha vida escolar e profissional, tive a oportunidade de ser aluna do sujeito deste estudo. Por este motivo o interesse maior de investigar os motivos que levaram os professores ao desinvestimento pedagógico.
A minha curiosidade de investigar este tema está relacionada aos fatores: escola, aos alunos, ou o interesse do professor, e entender sua trajetória problemas e dificuldades enfrentados na docência. Assim deixando claro ao final deste estudo os motivos que levaram essa professora ao desinvestimento pedagógico.
Por fim estruturamos este trabalho em três capítulos para melhor compreensão do mesmo, o primeiro capitulo refere-se ao Referencial Teórico, o segundo a Metodologia da Pesquisa e terceiro a Analise de Discussão de Resultados, considerações finais, referências, anexos e ou apêndices.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
A educação física escolar na qualidade de componente curricular da educação básica apresenta um contexto relacionado à cultura corporal de movimento, que propõe conteúdos relacionados às metodologias de ensino em diferentes níveis de formação, introduzindo e integrando o aluno a formação de cidadão, que vai produzir e reproduzir, transformando práticas de jogos, esportes, atividades rítmicas, ginástica e ações de aptidão física para a contribuição da qualidade de vida.
A interação que possibilita o usufruto da cultura corporal de movimento há de ser plena é afetiva, social, cognitiva e motora. Vale dizer, é a integração de sua personalidade. (BETTI, 1994).
Buscando compartilhar uma cultura corporal do movimento, como prática ativa ou simples de informação, a valorização dessas práticas corporais de movimento contribui para a investigação científica e filosófica em torno da atividade física, do exercício físico, da motricidade e movimento humano.
Neste sentido podemos compreender que a “Educação Física Escolar trata-se de uma matéria curricular com conteúdos próprios, onde deve estar ligada a um conjunto de conhecimentos originados no domínio acadêmico da Educação Física.” (SAVANI, 1994).
A educação física escolar tem como objetivo compreender os aspectos corporais fazendo com que o aluno descubra formas diferentes de posicionar-se perante a essas práticas. Nessa perspectiva, o movimento é um instrumento muito importante para as formas culturais e humanas, é um conteúdo a ser desenvolvido na escola, sendo parte das práticas pedagógicas ofertadas dentro da educação escolar. Um reforço de modelo esportivo a ser utilizado no desenvolvimento e aprendizagem motora e na recreação, tendo como objetivo principal o desempenho esportivo.
Para muitas pessoas a prática da educação física nas escolas esta relacionada como uma mera atividade lúdica e recreativa, tanto que o reflexo desse pensamento equivocado está nos números excessivos de pessoas que estão desenvolvendo doenças relacionadas ao sedentarismo por não fazerem nenhum tipo de atividades físicas, e entre tantas doenças as mais numerosas são: a obesidade, diabetes, hipertensão, entre outras.
E com relação a este importante fator (COSTA, 1983 apud JERONIMO, 1998), a Educação Física praticada nas escolas de 1º grau assume a formação integral do homem,
10 ajuda-o a conhecer-se, dominar-se, a relacionar-se com os outros e com o mundo. Assim adotando a atividade física nas práticas escolares como algo fundamental na grade escolar, pois criará um vínculo entre aluno e o esporte.
2.2 ABANDONO DO TRABALHO DOCENTE
Dentro de um contexto escolar, a falta de materiais, as infraestruturas precárias, a diminuição do quadro de aulas, e falta de qualificação profissional continuada com cursos e grupos de estudos, a desvalorização desta disciplina e os números alarmantes de falta interesse dos alunos com as aulas são alguns dos muitos motivos que causam a indagação e desinvestimento dos próprios docentes sobre a importância e relevância de seu trabalho, gerando estes fenômenos cada vez mais presentes no trabalho docente, o abandono da docência ou o desinvestimento pedagógico.
Assim nesta linha de pensamento, Gonzáles et al. (2013, p. 13), aponta que:
[...] o abandono do trabalho docente é oportunizado ou facilitado por uma cultura escolar que tem expectativas muito limitadas em relação à Educação Física e daquilo que os professores podem ensinar em suas aulas. Uma grande parte da comunidade escolar não espera muito das aprendizagens oportunizadas pela disciplina.
O isolamento muitas vezes por professores é ocasionado pelo fato dos mesmos dedicarem muitas horas de trabalho semanais nas escolas e terem pouquíssimas trocas de experiências entre os professores da mesma disciplina ou das demais. A carreira docente é considerada “plana” por virtude de os docentes não terem muito incentivos para crescerem profissionalmente nem motivação ou alguma adaptação para melhorar a sua condição de trabalho. (GARCIA, 1995).
Desta forma, Gonzáles et al. (2013, p. 3), afirma que:
O abandono do trabalho docente: [...] é entendido como uma forma de atuação profissional que recebe denominações do tipo rola bola, largobol, aula matada. [...]. Com frequência, o professor com este perfil converte-se em simples administrador de material didático, atividade que não exigiria o princípio de formação superior.
No que diz respeito ao mal-estar docente em professores de Educação Física, uma pesquisa com docentes portugueses apontou as condições de trabalho e a adaptação de novos conteúdos a cultura da escola, como principais dificuldades enfrentadas nesta área. (SOUSA, 2004). Além desses diversos fatores é apresentado riscos psicológicos, físicos e mentais
principalmente ocorrem pelas más condições de trabalho que possibilitam muitas vezes o estresse, ansiedade e o esgotamento profissional.
Outra doença relacionada aos problemas enfrentados pelos docentes nas escolas é a Síndrome do Esgotamento Profissional, também popularmente conhecida como Síndrome de Burnout ou Síndrome da Desistência. Esta patologia acontece pelo fato que o docente de ver entre a realidade encontrada nas condições de trabalho e pelo ambiente idealizado para seguir na carreira docente. Santini e Molina Neto (2005), Bauer et al. (2006) e Carlotto e Pelazzo (2006) descrevem que; o trabalhador experimenta um sentimento exaustão e fracasso, resultando inúmeras vezes em irritabilidade, fadiga, sobrecarga de trabalho, mau humor e rigidez nas atitudes.
Apesar da diversidade das reações da Síndrome de Esgotamento Profissional, a pessoa que possui a doença, necessariamente, não apresenta todos os sintomas, devido às diversas etapas que a enfermidade possui. (SANTINI, 2004a). Sendo assim, o professor ou docente vem sofrendo uma grande desvalorização com relações pessoais e profissionais que são mais fragilizadas no ambiente de trabalho, ocasionando assim essas diversas doenças.
2.3 CICLO DE VIDA PROFISSIONAL
Em um contexto geral á diversas maneiras de estruturar um ciclo de vida profissional afirma Huberman (2000). Por isso os docentes passam por diferentes fases e momentos da sua “carreira”, assim são diversas características que diferencia os mesmos em cada “ciclo” de sua vida profissional. Muitos autores trazem esse assunto como um espaço de tempo entre os estágios e o “ciclo” de vida ou ate mesmo o desenvolvimento profissional.
Sendo assim neste estudo será utilizada a terminologia “ciclos”, entendo que na carreira docente é estruturada por diversos momentos constante articulando-se na construção de conhecimentos, experiências fundamentais para esta profissão.
Entretanto, compreende-se que os “ciclos” de desenvolvimento profissional não são sempre sequenciais, isto é, após ser terminado um período de tempo determinado para aquele “ciclo”, imediatamente o docente já parte para ingressar no próximo “ciclo” ou fase. Farias (2010), aponta em seu estudo que existe zonas de transição entre um ciclo e outro.
Segundo Farias (2010, p. 88):
[...] No caso específico da carreira docente, os estudos de Huberman (1995) e Gonçalves (2009) esclarecem que ela é um processo não linear e envolve a
12 sucessão de ciclos de desenvolvimento profissional, com diferentes percursos e momentos de descontinuidades.
No Quadro 1, apresenta a classificação dos estágios ou ciclos de desenvolvimento profissional.
Quadro 1 – Classificação dos Estágios ou Ciclos de Desenvolvimento Profissional.
Fonte: HUBERMAN (2000, p. 47).
Através da divisão por ciclos é possível ter uma melhor compreensão dos diversos momentos vividos pelo professor no seu desenvolvimento profissional, entender como ele atua e como se percebe no seu meio laboral, desde o ingresso na carreira até a sua aposentadoria ou então, até o abandono da profissão.
2.4 DESINVESTIMENTO PEDAGÓGICO
O desinvestimento pedagógico caracteriza-se como um fenômeno multifatorial, pois o emprego do termo desinvestimento deriva da sistemática elaborada por Huberman (1995). Que abordava ciclos de vida profissional do professor, onde o desinvestimento era abordado como uma “fase” balizando a carreira docente.
Para Farias (2000) Expressão disso é o fato de encararmos, ao contrário de Huberman (1995), o desinvestimento não como uma fase, mas sim como um estado, o que nos distancia de uma compreensão do fenômeno como algo dotado de certa cronologia ou linearidade. No caso específico da Educação Física, o desinvestimento, por nós adjetivado de pedagógico, corresponderia àqueles casos em que os professores de Educação Física escolar permanecem em seus postos de trabalho, mas abandonam o compromisso com a qualidade do trabalho docente.
Assim entendemos que desinvestimento pedagógico e abandono docente estão interligados, pois estão relacionados a fatores que o decente constitui durante sua carreira, ou seja, durante o período de trabalho, sendo provocado por fases do seu desenvolvimento pessoal e profissional ocasionando ao desinteresse de educar, de buscar conhecimento além da vida acadêmica, de parar no tempo, se tornando o professor “bola”.
2.5 PROBLEMAS ENFRENTADOS NO TRABALHO DOCENTE DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA
Com base nos problemas enfrentados pelo os professores podem se afirmar que “a profissão docente é uma das mais antigas da humanidade e, com o passar dos tempos, os professores foram obrigados a adquirir diferentes competências daquelas exigidas no início da profissão.” (LEMOS; CRUZ, 2005).
O trabalho docente se caracteriza pelas relações interpessoais se se manifestam entre professores e alunos, onde os docentes têm como funções de ensinar, orientar, preparar e ministrar aulas, bem como fazer avaliação dos educandos.
Além das diversas atividades da docência envolverem frequentemente críticas, e a responsabilidade da autocrítica do professor, em diversos casos, o professor realiza diversas atividades de ensino e aprendizagem na escola e tarefas administrativas em casa, tento em uma dupla ou em trios aumentando a jornada de trabalho. (LEMOS; CRUZ, 2005).
Sendo assim “por outro lado, o nível de satisfação profissional é afetado pelas frequentes faltas de materiais didáticos e pedagógicos nas escolas, ocasionando num dos principais fatores do mal-estar docente”, apontado por (ANDREWS, 1993).
Deste modo, a carência de materiais muitas vezes limita as oportunidades para mudança e inovação das atividades pedagógicas, prejudicando também a qualidade e a estrutura nas atividades de exercícios e atividades físicas, principalmente por fazer essas metodologias mais atrativas aos estudantes. Também outro fator que tem provocado à insatisfação e a desvalorização profissional é o acumulo considerável de responsabilidades assumidas pelos professores de educação física na escola.
Segundo Neves (1993), “a insatisfação de professores resulta das condições dos locais de ensino, dos problemas psicológicos causados pela profissão e pelo sentimento de culpa decorrente do insucesso no processo de ensino.”
Alguns aspectos destacados pelos autores é que as boas condições de trabalho visam maior segurança, melhores qualidades de ensino e principalmente maior satisfação
14 profissional. Com relação às instalações e infraestrutura das aulas de Educação Física, e as condições locais de trabalho dos professores é necessária uma política de investimento para permitir que essas estruturas e viabilização sejam adequadas.
Assim, o autor destaca três fatores que facilitam o desempenho e trabalho prático nas aulas de Educação Física: “os dados climáticos, a pluviosidade, os ventos predominantes. Os dados climáticos justificam-se pela necessidade dos espaços das aulas serem agradáveis.” (MONTEIRO, 1993).
A pluviosidade é limita pelo tipo de instalação que deverá ser utilizada durante as aulas de Educação Física. E os ventos predominantes deverão ser analisados para que os prédios e salas das escolas possam auxiliar na melhoria dos espaços fornecidos para as aulas de Educação Física.
Por outro lado, o bom desempenho e a satisfação do professor durante e após as suas aulas está relacionado á compreensão e abordagem dos objetivos e temas propostos, e também com satisfação dos alunos, assim buscando novas características positivas de cada um na participação e no seu desempenho com as aulas.
Entre muitos problemas enfrentados pelos docentes de Educação Física, o autor destaca os ataques físicos e verbais contra os professores, causados muitas vezes pelos pais cujos filhos não têm êxito no desenvolvimento nesta disciplina, ou de equipes esportivas que estão vinculadas às escolas; a falta de educação e respeito dos alunos, gerada pelo fato dos pais não motivarem e não ter o controle dos filhos, fazendo com que a escola não consiga ter comando de muito os alunos; a falta comprometimento com a profissão docente; o baixo status do professor perante toda sociedade; a necessidade de trabalhar em mais de um local para ter um salário digno manter as mínimas necessidades familiares; a baixa satisfação com o trabalho e um sentimento de mal-estar perante profissão.
2.6 BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR
2.6.1 Organização do Ensino Médio segundo a Base Nacional Comum Curricular
Sendo assim, “para além da necessidade de universalizar o atendimento, tem-se mostrado crucial garantir a permanência e as aprendizagens dos estudantes, respondendo às suas demandas e aspirações presentes e futuras.” (BNN, 2017, p. 460).
No Ensino Médio a Educação Física esta representada através da área de Linguagens e suas Tecnologias, possibilitando aos estudantes explorar de diferentes formas o movimento
nas práticas corporais de diversos grupos culturais, podendo também trabalhar os processos dos sentidos, apreciação e produção que estão representados na cultura corporal de movimento. Podendo A Base Nacional Comum Curricular tem como objetivo desenvolver ao logo das etapas e modalidades da Educação Básica, um conjunto de aprendizagem essencial para a qualidade de ensino de cada aluno, podendo assim alcançar um patamar de Educação transformadora para o País. (BNCC, 2017).
Portanto a Educação Física é o componente curricular que enfatiza as práticas corporais e suas fontes de conhecimento, codificações e significados sociais e pessoais, “Nessa concepção, o movimento humano está sempre inserido no âmbito da cultura e não se limita a um deslocamento espaço-temporal de um segmento corporal ou de um corpo todo.” (BNCC, 2017, p. 212).
O Ensino Médio por sua vez é a etapa final da Educação Básica onde estão interligados temas trabalhados no Ensino Fundamental e assim tendo uma continuidade de conteúdos conforme as etapas da BNCC, portanto é direito de formação de qualquer cidadão brasileiro. Estimular o desenvolvimento das capacidades intelectual, de pesquisa e argumentação. (BNN, 2017).
Assim a BNCC-Base Nacional Comum Curricular muitas questões não respondidas referente às políticas públicas em relação a obrigatoriedade da Educação Física no ensino médio que antes estavam assegurado pela Lei 10.793 DE 2003. Pois estas questões para nós professores de Educação Física nos deixam preocupados pelo fato de que a Educação física no Ensino Médio perde um espaço significativo, deixando um espaço maior ainda para a falta de qualidade de vida dos nossos alunos e o interesse pelas praticas esportivas.
16 3 METODOLOGIA DA PESQUISA
Neste capitulo abordaremos os métodos os de investigação deste estudo, apontando o tipo de pesquisa utilizada, os sujeitos coleta dados, instrumentos utilizados para levantamento de dados, os procedimentos metodológicos, a descrição para a pesquisa, a entrevista e os cuidados éticos.
3.1 TIPO DE PESQUISA
A pesquisa é um estudo de caso como abordagem qualitativa, optei por este tipo de pesquisa pela relevância de responder às questões norteadoras de investigação e também por que auxilia a compreensão dos fatores dos fenómenos sociais, assim fazendo uma análise particularizada do contexto situacional. Pois se preocupa com os aspectos da realidade considerando todos os pontos de vista, fazendo a compreensão de fatos de modo subjetivo. Por isso “o estudo de caso se caracteriza como um tipo de pesquisa cujo objeto é uma unidade que se analisa profundamente. Visa ao exame detalhado de um ambiente, de um simples sujeito ou de uma situação em particular.” (GODOY, 1995, p. 25).
3.2 UNIVERSO/POPULAÇÃO AMOSTRA/SUJEITOS E PROCESSO DE SELEÇÃO DA AMOSTRA/SUJEITOS/ GRUPOS
O sujeito que participou desta pesquisa foi uma docente de Educação Física, professora X (pseudônimo utilizado para referir o sujeito da pesquisa), nascida em 27 de março de 1964, possui graduação em Educação Física na área da Licenciatura e do Bacharel adquirida no ano de 2000, pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUI, campus Santa Rosa. Trabalha atualmente como professora de Educação Física na Educação Básica do ensino médio da rede Estadual (publica) de Educação.
Sendo assim a opção da amostra da pesquisa partiu de experiências pessoais, pois esta amostra foi minha professora na Educação Básica onde eu pude participar das suas aulas como aluna na minha formação do ensino médio, gerando um desejo maior de compreensão compreender os motivos do desinvestimento pedagógico deste professor perante as aulas de educação física.
Portanto atualmente pude acompanhar sua trajetória de trabalho, o que traz um parâmetro maior de conhecimento para o estudo dos resultados. Realizando assim, um
trabalho amplo de grande compreensão e aprendizado com base nas respostas estruturantes deste professor.
3.3 INSTRUMENTOS UTILIZADOS
Para coleta de dados foram utilizados análise de dados uma entrevista semi-estruturada com perguntas vinculadas as aulas de educação física, como os conteúdos, problemas e dificuldades enfrentadas pelos docentes, a estrutura familiar, a escola. Assim realizando uma gravação onde o professor respondia cada pergunta estruturante da entrevista.
Pois segundo Queiroz (apud DUARTE, 2002, p. 147), “a entrevista semi-estruturada é uma técnica de coleta de dados que supõe uma conversação continuada entre informante e pesquisador e que deve ser dirigida por este de acordo com seus objetivos.”
Assim este instrumento foi utilizado para compreender a fundo este determinado assunto, buscando respostas concretas para o problema da pesquisa, trazendo informações determinantes para esta pesquisa.
3.4 DESCRIÇÃO DA ENTRADA NO CAMPO DE PESQUISA
A busca pela coleta de dados foi realizada conforme os parâmetros legais para a realização deste trabalho. O primeiro passo foi solicitar junto a 17 Coordenadoria de Educação a autorização para realizar o Trabalho de Conclusão de Curso. Em seguida me encaminhei à escola com a autorização concedido para a entrada de campo, fazendo uma conversação com a equipe diretiva, me posicionando com clareza, explicando passo a passo dos conteúdos abordados na pesquisa, e o assim podendo conversar com a professora x, que foi a amostra da pesquisa.
Então marquei uma data com a professo x para realizar a entrevista, mas não podemos concretizar, pois tive problemas familiares. Passaram alguns meses e agendamos a coleta de dados outra data que foi realizado no mês de outubro.
Após, retornei à escola onde tive contato com a diretora, conversamos e relembrei a mesma da proposta da minha pesquisa, assim ela me encaminhou a supervisora na qual seria responsável de supervisionar a pesquisa me encaminhando para a professora que foi a amostra da pesquisa.
18 . Em seguida fomos conversar com a professora X, onde ela organizou no seu cronograma o dia especifico com horário e data para a entrevista, que ficou agendada para o mês de novembro.
Assim eu pude conversar com a professora X e entregar tópicos relacionados ao meu trabalho de conclusão de curso para seu melhor entendimento, assim deixando claro meu objetivo. Por fim realizamos no dia e hora marcada a entrevista com as perguntas estruturantes relacionadas ao desinvestimento pedagógico.
3.4.1 Descrição da Aplicação da Entrevista
A entrevista foi realizado em categorias para melhor entendimento da professora analisada. Foi realizada uma entrevista gravada onde a professora X respondia uma entrevista na qual tinham perguntas relacionadas ao tema do trabalho de conclusão de curso. Organizamos as questões em 3 categorias que foram as seguintes:
Categoria 1: PERFIL DO PROFESSOR: idade; número de filhos; solteiro(a); FORMAÇÃO DO PROFESSOR: graduação do professor; instituição em que concluiu a graduação; ano de conclusão da graduação; grau de formação; graduado, especialista, mestre ou doutor; anos de experiência na docência; anos de experiência na rede municipal/estadual; principal instituição de ensino que trabalha; VINCULO EMPREGATICIO: público\privado (contratado); público (concursado); nível que leciona; carga horaria semanal.
Categoria 2: SATIAFAÇÃO DOCENTE: Você se sente satisfeito como professor na educação básica? (De 0 a 10) por que?; Você gosta de trabalhar com jovens de 14 anos a maior idade?; Quais os fatores que te motivaram no exercício da docência?; Os fatores relacionados á qualidade de vida influenciam no exercício da docência? De que maneira? Os fatores pessoais e familiares interferem-no exercício da docência? De que maneira?
Categoria 3: DESINVESTIMENTO PEDAGÓGICO NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: O que significa o termo desinvestimento pedagógico?; Em sua opinião o que caracteriza o desinvestimento pedagógico na Educação Física escolar?; Durante sua carreira já pensou em abandonar a sua profissão docente?; Sim por quê? Não por quê?; Os alunos influenciaram no desinvestimento pedagógico? Sim por quê; Não por quê?; Em relação a valorização da sociedade com o trabalho do professor e Educação Física na escola pode ser um fator que influencia no desinvestimento pedagógico? Sim
por quê? Não por quê?; Você tem conhecimento sobre os conteúdos elaborados pela Base Nacional Comum Curricular-BNCC?; Você utiliza a BNCC como um documento norteador do seu planejamento? Sim por quê? Não por quê?; Você tem enfrentado alguma dificuldade em trabalhar com os conteúdos propostos pela BNCC em suas aulas de Educação Física?
3.5 CUIDADOS ÉTICOS
Para a coleta dos dados desta pesquisa observamos e utilizamos os cuidados éticos em relação ao anonimato da amostragem, e escola bem como referido conforme a os termos definidos pela resolução 196/1996 do Conselho Nacional de Saúde, que incorpora, sob a ótica do indivíduo que visa zelar pela integridade do sujeito coletado(a). Assim assegurando os direitos e deveres que dizem respeito aos participantes envolvidos nesta pesquisa. Ressalta-se, ainda, a participação desta amostra foi de forma voluntária, mediante a assinatura do Termo de Consentimento e Livre esclarecimento e os resultados serão publicados e será informada local, data e hora da defesa da banca deste trabalho de conclusão de curso.
20 4 ANÁLISE DOS DADOS E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Neste capitulo descreveremos a análise dos dados os mesmos foram analisados com procedimentos de acordo com o objetivo da pesquisa para assim compreender a interpretação dos mesmos, para poder responder o problema da mesma. Portanto a análise foi dividida em momentos, iniciando pela organização dos materiais coletados, fazendo a entrevista gravada, organizado através de uma sequência de questionamentos sobre os mesmos, baseando na leitura e releitura dos textos, assim tendo a compreensão dos itens mais relevantes para elaboração das categorias específicas e a importância de estabelecer relações entre a Base Nacional Comum Curricular e os dados obtidos pelo presente estudo, e assim podendo responder de maneira sucinta o problema da pesquisa.
No Quadro 2, apresenta a primeira categoria de análise sendo o perfil do professor.
Quadro 2 – Primeira categoria de análise: Perfil do Professor
ENTREVISTADA PROFESSORA X
Idade; Número de filhos; Solteiro(a):
A professora x tem 55 anos, não possui filhos, e seu estado civil é solteiro(a).
FORMAÇÃO DO PROFESSOR:
Graduação do professor; Instituição em que concluiu a graduação; Ano de conclusão da graduação; Grau de formação; Graduado, Especialista, Mestre ou Doutor; Anos de experiência na docência; Anos de experiência na rede Municipal/ estadual; Principal instituição de ensino que trabalha.
VINCULO EMPREGATICIO: Público\ Privado (contratado); Público (Concursado); Nível que leciona; Carga horaria semanal.
Realizou sua graduação em bacharelado e licenciado na Instituição de ensino UNIJUÍ-CÂMPUS SANTA ROSA, sendo que seu no de conclusão da graduação foi em 2000. E o seu grau de formação é Especialista em Atividade física sobre o novo contexto em Educação Física. Atua 20 anos e três meses como docente em Educação Física, sendo que trabalhou três anos na rede municipal de ensino e mais de 20 anos atuando na rede estadual de ensino, hoje sua principal instituição de ensino é o Instituto Estadual de Educação João XXII-Rede publica, trabalhando somente com o Ensino Médio, e sua carga horaria de trabalho são 40 horas semanais.
Fonte: AUTOR (2019).
Quadro 3 – Segunda categoria de análise: Satisfação Docente
ENTREVISTADA PROFESSORA X
Você se sente satisfeito como professor na educação básica? (De 0 a 10) por que? 8, pois hoje em dia com o avanço da tecnologia, celulares, notebook, caixa de som ficou muito difícil conseguir que os alunos participem das aulas, pois eles só querem somente, jogos músicos e teclar com o mundo virtual.
Você gosta de trabalhar com jovens de 14 anos a maior idade? Sim já estou acostumada, pois eu pego os jovens e adolescentes na sua fase final.
Quais os fatores que te motivaram no exercício da docência? O amor pela profissão, sempre quis ser professora de Educação Física, então hoje acredito que fiz meu papel apesar de todas as diversidades encontradas no caminho.
Os fatores relacionados á qualidade de vida influenciam no exercício da docência? De que maneira? Sim está relacionado, pois a maneira que eu vou conduzir a minha vida ativa (pensando na qualidade de vida), meus alunos irão se espelhar em mim, assim é o que tento passar para eles ter uma vida saudável, realizar atividade física, pensar neles em seu bem-estar, não somente no hoje mas para o futuro também.
Os fatores pessoais e familiares interferem-no exercício da docência? De que maneira? Não, pois precisamos separar a vida pessoal da vida profissional ter um filtro, pois o que acontece lá fora não pode interferir no bom funcionamento das aulas.
Fonte: AUTOR (2019).
Conforme o Quadro 3, sobre a satisfação docente percebemos que a professora x sente-se satisfeita com seu em trabalho pois ela conseguiu passar aos seus alunos o que lhe foi passado na faculdade e na sua especialização, afirma também que o desinvestimento pedagógico se fundou por conta na falta de valorização na escola, a pouca busca por mais conhecimento, e também pelo fato de atuar muitos anos nas mesmas escolas da cidade fez com que se tornasse um trabalho repetitivo sem perspectiva do novo. Então segundo Neves (1993), “a insatisfação de professores resulta das condições dos locais de ensino, dos problemas psicológicos causados pela profissão e pelo sentimento de culpa decorrente do insucesso no processo de ensino”.
No Quadro 4, apresenta a terceira categoria de análise sendo o desinvestimento pedagógico na educação física escolar.
22 Quadro 4 – Terceira categoria de análise: Desinvestimento Pedagógico na Educação Física Escolar
ENTREVISTADA PROFESSORA X
O que significa o termo desinvestimento pedagógico? Na verdade, um termo novo que para mim era desconhecido depois que eu vi um pouco dos teus tópicos do TCC, pude compreender pois sempre me referia ao abandono docente; Falta de curso, de reuniões dos professores, também o professor de educação física ter mais voz dentro o espaço escolar.
Em sua opinião o que caracteriza o desinvestimento pedagógico na Educação Física escolar? Em relação aos alunos a falta de deles quererem praticar atividade física ou o que eu proponho e aula, pois como havia de argumentado antes por conta da internet nem o futsal que sempre foi a febre na escola eles não praticam mais. Isso acaba realmente desestimulando o professor e dai a partir dai ocasionando o desinvestimento pedagógico ou como eu conheço o abandono docente.
Durante sua carreira já pensou em abandonar a sua profissão docente?; Sim por quê? Não por quê? Sim, por muita desmotivação ver aquilo que você se propõe a ensinar os alunos não tem o mínimo interesse em aprender, e ver que a nossa realidade não esta mudando ao contrário cada vez mais o sedentarismo toma conta dos jovens e eles achando que o professor faz e fala não serve o que serve é somente o que está conectado a eles.
Os alunos influenciaram no desinvestimento pedagógico? Sim por quê; Não por quê? Sim, pois os alunos não têm nenhum interesse em aprender, fazem o professor se sentir inútil e que está ali só para completar a chamada.
Em relação a valorização da sociedade com o trabalho do professor e Educação Física na escola pode ser um fator que influencia no desinvestimento pedagógico? Sim por quê? Não por quê? Sim, pois a sociedade acha que o professor de Educação Física precisa fazer milagres com seus alunos, mas acaba esquecendo que o principal é a vontade de cada um, pois as famílias querem se ver livres dos seus filhos muitas vezes nem sabem como eles vem para escola, ou como estão na escola quem dirá se estão praticando alguma atividade que os professores propõem em aula, e também a minha percepção que a mídia não motiva ninguém tem uma vida saudável, mas sim ter o corpo perfeito.
Você tem conhecimento sobre os conteúdos elaborados pela Base Nacional Comum Curricular-BNCC? Tenho
muita pouca coisa, pois é para nos trabalhar muita coisa da BNCC esta vinda sugestões de atividades que não temos nenhum conhecimento, nem estrutura materiais à para essas atividades.
Você utiliza a BNCC como um documento norteador do seu planejamento? Sim por quê? Não por quê? Não. Por que eu não conheço a BNCC e a escola não cobra de mim seguir conforme os planejamentos da BNCC por conhecerem a realidade dos alunos e do lugar de ensino. Ainda estamos engatinhando em termos de BNCC, pois ela esta sendo implementada aos poucos no cronograma de ensino do ano letivo.
Você tem enfrentado alguma dificuldade em trabalhar com os conteúdos propostos pela BNCC em suas aulas de Educação Física? Não , pois não sigo o planejamento da BNCC.
Fonte: AUTOR (2019).
Analisamos que o desinvestimento pedagógico na educação física escolar desta professora x não esta ligado aos temas propostos pela BNCC, mas sim pela desmotivação no ambiente de trabalho e a falta de interesse de abranger novos conhecimentos na sua área de atuação. O desinvestimento segundo esta professora esta direcionado para dois fatores a falta de interesse dos alunos em participar das aulas, por estarem muito ligados a tecnologia (celulares, internet, redes sociais), não tendo nenhum interesse nas práticas propostas pela professora x nas suas aulas, também pela falta de reconhecimento da sociedade pois padronizam a Educação física Escolar como algo de estético e não de qualidade de vida, de bem estar e também a escola vê a Educação Física como um escape de aula, nada de conteúdo legitimado, pois o professor de Educação Física não tem voz dentro do contexto escolar.
Para Farias (2000) o desinvestimento não é uma fase, mas sim como um estado, o que nos distancia de uma compreensão do fenômeno como algo dotado de certa cronologia ou linearidade. No caso específico da Educação Física, o desinvestimento, por nós adjetivado de pedagógico, corresponderia àqueles casos em que os professores de Educação Física escolar permanecem em seus postos de trabalho, mas abandonam o compromisso com a qualidade do trabalho docente.
24 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente estudo proporcionou-me uma grande experiência, onde na qual pude perceber que a realidade da docência vai além do que esta exposta num papel ou delimitada em uma sequencia na qual deveu seguir, pois o nosso maior desafio e instigar os nossos alunos no querer aprender, assim iremos ensinar a eles ter uma qualidade de vida melhor, a compreender que a Educação Física vai além do futsal, mas que ela é a cultura corporal de movimento, e que pode estar interligada com a internet, com a tecnologia basta nos como docente em Educação Física mudar esta realidade mostrando novos caminhos, novas perspectivas de ensino e aprendizagem.
Sendo assim no decorrer do percurso deste estudo, pude perceber como foi importante a realização desta da mesma dentro da escola, pois pude perceber algumas considerações importantes e relevantes referentes ao Desinvestimento Pedagógico, que o professor não aborda os conteúdos propostos pela Base Nacional Comum Curricular-BNCC por falta de interesse mas sim por desmotivação com os alunos e a escola em geral, por não ter o conhecimento suficiente para a abordagem do mesmo nas aulas e no conteúdo programático no ano letivo, que neste caso não foi cobrado da escola o seu conhecimento pelo fato de não ter espaço ou voz para a Educação Física, mas pude perceber também que a professora x é alguém que fez seu papel como educadora, mas que com o passar dos anos de docência acabou entrando no esgotamento profissional pelo fato de não ser reconhecida e valorizada da maneira correta, nem por parte da escola e alunos em geral.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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CÂMARA DOS DEPUTADOS. Coordenação de Publicações, Brasília, 2001.
CASTELLANI FILHO, Lino. Política educacional e educação física. Autores Associados, 1999.
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FARIAS GO. Carreira docente em Educação Física: uma abordagem na construção da trajetória profissional do professor. [Tese de doutorado em Educação Física]. Santa Catarina: Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Desportos. Programa de Pós-Graduação em Educação Física; 2010.
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GODOY, Arilda Schmidt. Pesquisa qualitativa: tipos fundamentais. Revista de Administração de empresas, v. 35, n. 3, p. 20-29, mai./jun. 1995.
GONZÁLEZ, Fernando Jaime et al. O abandono do trabalho docente em aulas de educação física: a invisibilidade do conhecimento disciplinar. Educación Física y Ciencia, v. 15, n. 2, p. 00-00, 2013.
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MINISTÉRIO DA SAÚDE. Conselho Nacional da Saúde. Comissão Nacional de Ética em pesquisa resolução. N 196|96.2012.16p
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26 SANTINI, Joarez; NETO, Vicente Molina. A síndrome do esgotamento profissional em professores de educação física: um estudo na rede municipal de ensino de Porto
Alegre. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, v. 19, n 3, p. 209-222, 2005. STAKE, R. The Case study method in social inquiry. Educational Researcher, v.7, n. 2, p. 5- 9, 1978. 3, p. 209-222, 2005.
ANEXOS A - Entrevista
CATEGORIA 1: PERFIL DO PROFESSOR Idade: Sexo: Estado civil: Casado (a) Solteiro (a) Número de filhos: FORMAÇÃO DO PROFESSOR: Graduação do Professor: _______________________________________________________ Instituição em que concluiu a graduação: __________________________________________ Ano de Conclusão da graduação: ________________________________________________ Grau de Formação: ___________________________________________________________ Graduado Especialista Mestre Doutor: ____________________________________________ Anos de experiência na docência: ________________________________________________ Anos de experiência na rede Municipal\Estadual: ___________________________________ Principal Instituição de ensino que trabalha: _______________________________________
VÍNCULO EMPREGATÍCIO: Privado Público (Contratado): Público (Concursado):
Privado e Público: Nível que leciona:
Ensino Fundamental Ensino Médio: Carga horárias semanal:
28 ANEXOS B – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TERMO DE CONCENTIMENTO LIVRE UNIVERSIDADE DE SANTA ROSA – UNIJUI CURSO DE GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Você está sendo convidado (a) para participar, como voluntário, em uma pesquisa. Após ser esclarecido (a) sobre as informações a seguir, no caso de aceitar fazer parte do estudo, assine ao final deste documento, que está em duas vias. Uma delas é sua e a outra é do pesquisador responsável. Em caso de recusa você não será penalizado (a) de forma alguma.
INFORMAÇÕES SOBRE A PESQUISA: Título do Projeto:
Pesquisador Responsável: Telefone para contato: Email:
♦ Nome e Assinatura do pesquisador _____________________________________________ ♦ CONSENTIMENTO DA PARTICIPAÇÃO DA PESSOA COMO SUJEITO Eu, _____________________________________, RG _______________________, CPF ______________________________, abaixo assinado, concordo em participar do estudo _____________________________________________ como sujeito. Fui devidamente informado e esclarecido pela pesquisadora Ana Claudia Rodrigues Campos sobre a pesquisa, os procedimentos nela envolvidos, assim como os possíveis riscos e benefícios decorrentes de minha participação. Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento, sem que isto leve a qualquer penalidade ou interrupção de meu acompanhamento/ assistência/tratamento.
______________________________________________________________ Local e data
_______________________________________________________________ Nome e Assinatura do sujeito ou responsável
Presenciamos a solicitação de consentimento, esclarecimentos sobre a pesquisa e aceite do sujeito em participar.
ANEXOS C – Entrevista Semi-Estruturada
ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADA
Você se sente satisfeito em com o seu trabalho na Educação Básica? De 0 a 10 qual o seu nível se satisfação?
___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________
Você gosta de trabalhar com crianças\ adolescentes de 6 a 18 anos?
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Para você os fatores relacionados à qualidade de vida no trabalho influenciam em sua carreira ddocente? ( )Sim ( )Não De que maneira?
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Para você os fatores pessoais e familiares interferem na carreira docente? ( )Sim ( )Não De que maneira?
___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________
O que significa o termo desinvestimento pedagógico?
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Na sua opinião o que caracteriza o desinvestimento pedagógico na Educação Física?
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Durante sua carreira já pensou em abandonar sua profissão? ( )Sim ( )Não Por quê?
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Alunos são causas do desinvestimento pedagógico ? ( )Sim ( )Não Por quê?
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30 Em relação a valorização da sociedade com o trabalho do professore de Educação Física na escola pode ser um fator que influencia no desinvestimento pedagógico? ( )Sim ( )Não Por quê?
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Por que os conteúdos elaborados pela Base Nacional Comum Curricular-BNCC, não desenvolvidos corretamente nas aulas de Educação Física?
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